06.09.2020 Views

SETEMBRO - edição nº 268

Órgão informativo do Centro Lusitano de Zurique

Órgão informativo do Centro Lusitano de Zurique

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

6

COMUNIDADE

Estamos a passar por uma

fase complicada

Trasmontano, natural de Carrazedo

de Montenegro, concelho de

Valpaços, distrito de Vila Real, Manuel

Martins chegou á Suíça nos

anos 80, precisamente em 1988.

Casado e orgulhosamente pai de

duas filhas, Manuel Martins, considera-se

um homem realizado e feliz.

Longe estava de imaginar que o seu

percurso de vida abraçaria a cultura

popular portuguesa, os seus primeiros

contactos, com a comunidade portuguesa,

foram na associação portuguesa

de Luzern. Conversa puxa conversa,

surgiu a ideia de se formar um rancho

em Luzern e a proposta foi-lhe feita.

Com uma enorme experiência na organização

de festivais, este senhor do

folclore, ainda não é capaz de dominar

o nervosismo nos dias do festival

anual e é com muita dignidade, que

mostra as suas emoções, na hora de

pegar no microfone e perante uma sala

Setembro 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU

repleta, agradece a presença de todos.

Com voz tremula e olhos brilhantes a

rasgarem-se em lágrimas, deixa-se

afundar nos aplausos por vez intermináveis,

do seu público. Vamos conhecer

um dos mais carismáticos presidentes

no ceio folclórico da Suiça.

MARIA DOS SANTOS

Lusitano Zurique - Em que ano assumiu

o Rancho Folclórico Terras

de Portugal de Luzern e

como confrontou esta realidade?

Manuel Martins - Foi em

2011 que fui convidado por alguns elementos

para criar uma nova direção.

Aceitei e assumi com um pouco de receio,

mas com a ajuda dos elementos

e a confiança senti-me seguro.

L.Z. - Nestes 12 anos como elemento,

dos quais 9 anos como presidente, a

interagir com a cultura folclórica, com

altos e baixos, que pensa do percurso

que o seu rancho tem feito até agora?

M.M.- No meu ver o nosso Rancho tem

feito um bom percurso. Sempre evoluindo

contando com novos e mais elementos

e sempre com uma vontade de aprender

e crescer. Até agora têm sido anos com

muitas actuações e com grandes festivais.

L.Z. - É fácil liderar um grupo,

sendo que a sua esposa e filhas

são parte integrante do rancho?

M.M. -Por vezes não é fácil, porque

prejudico a minha família em prol

do grupo. Mas também são elas que

me motivam dão força para continuar

e ajudam no que for necessário.

L.Z. - Os vossos festivais são sempre,

pavilhão esgotado. O que

se sente perante tal adesão?

M.M. - Olhando de cima do palco é

com muita felicidade e emoção que vejo

a sala repleta de público como também

de muitos patrocinadores. É bom ver

como as pessoas nos apoiam, acompanham

e fazem parte do nosso percurso.

É com a ajuda e o apoio deles

que os ranchos também ganham força.

L.Z. - O ano 2020 ficará marcado

como um verdadeiro “blockout”

cultural. Como está a viver

esta situação o R.F.T.P.L ?

M.M.- Com muita tristeza, pois o convivio

faz falta, ainda mais porque nos

sentimo-nos como uma família. Sente-se

falta de conviver em cultura portuguêsa.

Mas é a saúde de todos que

está em primeiro lugar. Só esperamos

que isto não dure muito mais tempo.

L.Z. - Acredita num arranque fácil ou

difícil da parte dos todos os grupos?

M.M. -Penso que, depois desta pandemia,

vai ser complicado para todos os

grupos. Todos vão ter algum receio, uns

mais, outros menos, naquela que era a

nossa realidade antes desta situação.

L.Z. - Esta revista irá chegar á comunidade

no início do mês de Setembro.

Dia 12 de Setembro seria a data

do vosso festival. Vamos ter festival?

M.M.- Com muita pena minha, este

ano o festival não vai ser realizado pelos

motivos ditos anteriormente. Esperemos

que para o ano seja possivel para

dar continuidade à cultura portuguesa e

encher novamente a nossa grande sala.

L.Z. - Depois de tantos meses críticos,

como vê o futuro dos Ranchos

Folclóricos na Suiça? Terão

principalmente os mais jovens

“garra” para voltar aos ensaios?

M.M.- Acho que está crítico. Mas tenho

esperança que todos os ranchos

encontrem um caminho para continuar.

Mas pode demorar algum tempo. Agora,

quanto aos mais jovens depende

deles, mas quero acreditar que a maioria

voltará, pois como já referido somos

uma família que se uniu pelo folclore.

L.Z. - Projectos possíveis e aqueles

que gostaria de realizar? O que

falta acrescentar ao R.F.T.P.L.?

M.M. - Antes de deixar o posto de presidente

gostaria de levar o R.F.T.P.L. a actuar

em Portugal. Já chegou a estar mais

ou menos encaminhado, mas acabou por

não ser possível. É sempre difícil ter todos

os elementos na mesma altura de férias.

L.Z. - Manuel Martins, que gostaria

de dizer á nossa comunidade

e principalmente uma palavra

de ânimo aos ranchos?

M.M. - Gostaria de apelar á comunidade

de continuarem a apoiar a nossa cultura,

principalmente os Ranchos Folclóricos.

Estamos a passar por uma fase complicada,

mas com a ajuda e o apoio entre os

Ranchos, como entre a comunidade e os

Ranchos vamos ultrapassar este periodo

dificil e encontrar um caminho para continuarmos

a viver a cultura portuguêsa,

longe do nosso país, em terras helvéticas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!