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R E P O R T A G E M<br />
que, com a maturidade acrescida quer dos<br />
seus professores, quer da própria instituição,<br />
considerem ser irrelevantes para a formação<br />
completa dessa geração. “Eu penso que há<br />
aqui uma responsabilidade das instituições e<br />
dos professores de trazer alguma outra forma<br />
complementar que considere importante para a<br />
formação destes jovens e mesmo que 70% preram<br />
o online há uma realidade presencial que não é<br />
suscetível de ser substituída, aliás as universidades<br />
não são apenas espaços, fóruns de transmissão de<br />
conteúdos é uma vivência. Não estamos só a falar<br />
sobre uma exposição de conteúdos que vai do<br />
professor para o aluno ou em que o professor se<br />
torna apenas coach e vem muito do aluno para o<br />
professor mas nós estamos a falar de uma vivência,<br />
de um clima, partilhar, compreender, sentir isto<br />
se faz numa universidade e isto é insubstituível,<br />
precisamente as so skills que hoje são tão<br />
valorizadas que se aprende no contacto físico, na<br />
vivência, na partilha de projeto”.<br />
Por outro lado, António Vaz Carneiro antecipa<br />
que, num mundo em que a oferta de cursos online<br />
aumenta de forma signicativa, a concorrência<br />
passa a ser também das maiores universidades<br />
do mundo, o que vai obrigar a uma mudança na<br />
abordagem das universidades, que tem de se focar<br />
mais nos alunos. Assim, refere que o facto de haver<br />
agora aulas online de forma mais generalizada<br />
irá causar um impacto na competitividade entre<br />
universidades pois, segundo o académico, “um<br />
jovem estudante que possa da sua casa evitar<br />
gastar três meses para um quarto em Lisboa e<br />
que durante três meses possa poupar aos pais três<br />
ou quatro mil euros e está em casa a fazer aulas<br />
online (…) ele vai fazer outra coisa, ele vai tentar<br />
escolher no mundo inteiro quais são os professores<br />
da sua área com quem ele quer ter aulas online.<br />
E, portanto, se Harvard de repente baixa o preço<br />
porque invés de receber 80 alunos de medicina por<br />
ano passa a poder admitir 8 mil, então a Faculdade<br />
de Medicina de Lisboa vai ter de competir com<br />
Harvard. E isso é que vai revolucionar tudo isto”.<br />
Desta forma, António Vaz Carneiro admite que<br />
NOOUT20 25
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