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NOREVISTA OUTUBRO 2020

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E N T R E V I S T A<br />

Cila: As tuas lhas também cantam…<br />

Gonçalo da Câmara Pereira: Todas cantam e sabem<br />

dançar. Desde o folclore a um corridinho algarvio.<br />

Mal delas se não soubessem cantar, porque estava<br />

eu a negar-me a mim próprio, ensinei-lhes tudo.<br />

Nós juntamo-nos e pomos um disco de viras, então<br />

viras minhotas é uma coisa louca.<br />

Cila: Há uns anos atrás estive contigo no Centro<br />

Cultural de Belém (CCB), quando zeste um<br />

concerto, tive o prazer de te conhecer nessa altura,<br />

onde juntaste a família Câmara, onde estiveram as<br />

tuas lhas e onde tiveste também uma convidada<br />

especial, a Lili, que também cantou. Como é que<br />

surgiu aquele espetáculo no CCB?<br />

Gonçalo da Câmara Pereira: O CCB tinha-me<br />

pedido para eu organizar um espetáculo. Era o<br />

lançamento de um disco, acho eu. E eu resolvi<br />

levar a família toda. A Lili Caneças pediu-me para<br />

cantar e se eu lhe ensinava a cantar. E eu disse, “sou<br />

ensinante em cima do palco”, e ela lá apareceu,<br />

com uma música brasileira, teve graça. Nesse<br />

espetáculo, também entrou pela primeira vez uma<br />

das minhas netas. É engraçado, os meus netos, com<br />

sete ou oito anos, começaram a entrar nisto e, hoje<br />

em dia, todos cantam, mas é raro ver. Eu tenho três<br />

netos que já pisaram os palcos mais importantes de<br />

Lisboa. Cantaram no CCB, no Coliseu e no Porto e<br />

na Aula Magna. Já zeram os grandes palcos como<br />

miúdos, e a cantar bem, porque se fosse a cantar<br />

mal… Mas não, cantam bem.<br />

Cila: Depois temos a outra façanha do Gonçalo,<br />

que é a agricultura, o gosto pela agricultura, o<br />

gosto pelos cavalos. De onde é que surgiu também<br />

este gosto?<br />

Gonçalo da Câmara Pereira: Em pequeninos,<br />

fazia parte da nossa educação. Andávamos a ter<br />

equitação. No nosso tempo, havia isso. As famílias<br />

aprendiam equitação. Íamos para a GNR, para o<br />

Quartel e aprendíamos a fazer equitação. Quando<br />

nós depois estivemos ligados ao campo, quando<br />

começámos a ir para a herdade no Alentejo,<br />

tínhamos um cavalo e já aprendíamos.<br />

Agora vou-lhe contar uma coisa engraçada – há<br />

uns anos, quando fui à Terceira, vi que havia<br />

lá uma raça completamente engraçada que os<br />

portugueses pouco conhecem, que é o Cavalinho<br />

da Terceira, hoje em dia reconhecido como raça<br />

autóctone, que se chama o Pónei da Terceira, que é<br />

NOOUT20 09

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