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NOREVISTA OUTUBRO 2020

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R E P O R T A G E M<br />

Já Marta Ventinhas, técnica do departamento<br />

orestal da Azorina, começou por uma<br />

apresentação de dados para contextualizar o<br />

Projeto da Azorina de “Promoção da Madeira de<br />

Cryptomeria japónica D. Don na Construção –<br />

Novos Produtos, Oportunidades e Mercados”.<br />

Com base no inventário orestal nacional de 2007,<br />

realizado pela Direção Nacional dos Recursos<br />

Florestais (DNRF), constata-se que “31% do<br />

território açoriano é ocupado por oresta”. A área<br />

de coberto orestal “é de 48500ha, acrescendo<br />

26000 de oresta natural e matos”.<br />

A Cryptomeria japónica é a segunda espécie<br />

orestal com maior representatividade no<br />

coberto orestal, “representando 26% da área<br />

de povoamentos orestais dos Açores. É a<br />

espécie com maior interesse económico pois<br />

representa uma ocupação de 60% da área de<br />

oresta de produção, e a maioria (37%) dos seus<br />

povoamentos tem mais de 30 anos, “ou seja, estão<br />

na idade de corte”.<br />

Ainda segundo a DNRF, na Região, a nível<br />

económico, a oresta representa “1400 postos de<br />

trabalho”, com um volume de negócio anual de<br />

cerca de “1.8 milhões de euros pela venda direta<br />

e material lenhoso e de 10.9 milhões de euros<br />

quando contabilizado ao nível do setor industrial<br />

da primeira transformação”.<br />

Devido à crise económica no início da última<br />

década, que afetou a construção civil, teve como<br />

consequência o “declínio do setor madeireiro<br />

regional e da economia a ele associado”,<br />

lembrando que “a madeira de criptoméria era,<br />

essencialmente, utilizada no setor da construção<br />

civil”.<br />

A leira industrial regional desta espécie apresenta<br />

como pontos fortes: “Recurso com caraterísticas<br />

muito especícas e praticamente inexistente<br />

no mercado europeu; Elevada disponibilidade<br />

de áreas prontas para corte, certicadas pelo<br />

FSC; Recurso normalizado para ns estruturais<br />

de construção civil (pela Norma Portuguesa<br />

4544:2015 ); Tendência exportadora em<br />

crescimento; Disponibilidade de nanciamento<br />

para desenvolvimento tecnológico e inovação<br />

em todo o processo produtivo; Stakeholders<br />

interessados em envolverem-se no processo de<br />

desenvolvimento e inovação da leira orestal”.<br />

Como pontos fracos: “Unidades industriais de<br />

pequena dimensão, com reduzida capacidade<br />

de processamento individual; Propriedades<br />

da madeira (algumas condicionantes nas suas<br />

aplicações), difícil escoamento da madeira de 2ª e<br />

de sobrantes; Preços pouco competitivos; Mercado<br />

muito concorrencial; Inovação reduzida ao nível<br />

dos produtos disponibilizados aos mercados;<br />

Aplicação reduzida das tecnologias disponíveis;<br />

Diculdades ao nível da organização, da gestão e de<br />

recursos humanos qualicados; Falta de tradição<br />

em cooperação e associativismo; Utilização débil<br />

das ferramentas de marketing”.<br />

Marta Ventinhas lembrou que “havia a consciência<br />

de alguns dos pontos fortes”, nomeadamente a<br />

“elevada disponibilidade de áreas de madeira<br />

prontas para corte, mas também interessados em<br />

envolverem-se no processo de desenvolvimento<br />

32 NOOUT20

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