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R E P O R T A G E M<br />
Já Marta Ventinhas, técnica do departamento<br />
orestal da Azorina, começou por uma<br />
apresentação de dados para contextualizar o<br />
Projeto da Azorina de “Promoção da Madeira de<br />
Cryptomeria japónica D. Don na Construção –<br />
Novos Produtos, Oportunidades e Mercados”.<br />
Com base no inventário orestal nacional de 2007,<br />
realizado pela Direção Nacional dos Recursos<br />
Florestais (DNRF), constata-se que “31% do<br />
território açoriano é ocupado por oresta”. A área<br />
de coberto orestal “é de 48500ha, acrescendo<br />
26000 de oresta natural e matos”.<br />
A Cryptomeria japónica é a segunda espécie<br />
orestal com maior representatividade no<br />
coberto orestal, “representando 26% da área<br />
de povoamentos orestais dos Açores. É a<br />
espécie com maior interesse económico pois<br />
representa uma ocupação de 60% da área de<br />
oresta de produção, e a maioria (37%) dos seus<br />
povoamentos tem mais de 30 anos, “ou seja, estão<br />
na idade de corte”.<br />
Ainda segundo a DNRF, na Região, a nível<br />
económico, a oresta representa “1400 postos de<br />
trabalho”, com um volume de negócio anual de<br />
cerca de “1.8 milhões de euros pela venda direta<br />
e material lenhoso e de 10.9 milhões de euros<br />
quando contabilizado ao nível do setor industrial<br />
da primeira transformação”.<br />
Devido à crise económica no início da última<br />
década, que afetou a construção civil, teve como<br />
consequência o “declínio do setor madeireiro<br />
regional e da economia a ele associado”,<br />
lembrando que “a madeira de criptoméria era,<br />
essencialmente, utilizada no setor da construção<br />
civil”.<br />
A leira industrial regional desta espécie apresenta<br />
como pontos fortes: “Recurso com caraterísticas<br />
muito especícas e praticamente inexistente<br />
no mercado europeu; Elevada disponibilidade<br />
de áreas prontas para corte, certicadas pelo<br />
FSC; Recurso normalizado para ns estruturais<br />
de construção civil (pela Norma Portuguesa<br />
4544:2015 ); Tendência exportadora em<br />
crescimento; Disponibilidade de nanciamento<br />
para desenvolvimento tecnológico e inovação<br />
em todo o processo produtivo; Stakeholders<br />
interessados em envolverem-se no processo de<br />
desenvolvimento e inovação da leira orestal”.<br />
Como pontos fracos: “Unidades industriais de<br />
pequena dimensão, com reduzida capacidade<br />
de processamento individual; Propriedades<br />
da madeira (algumas condicionantes nas suas<br />
aplicações), difícil escoamento da madeira de 2ª e<br />
de sobrantes; Preços pouco competitivos; Mercado<br />
muito concorrencial; Inovação reduzida ao nível<br />
dos produtos disponibilizados aos mercados;<br />
Aplicação reduzida das tecnologias disponíveis;<br />
Diculdades ao nível da organização, da gestão e de<br />
recursos humanos qualicados; Falta de tradição<br />
em cooperação e associativismo; Utilização débil<br />
das ferramentas de marketing”.<br />
Marta Ventinhas lembrou que “havia a consciência<br />
de alguns dos pontos fortes”, nomeadamente a<br />
“elevada disponibilidade de áreas de madeira<br />
prontas para corte, mas também interessados em<br />
envolverem-se no processo de desenvolvimento<br />
32 NOOUT20