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Revista Dr Plinio 273

Dezembro 2020

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Gesta marial de um varão católico<br />

ca fizera em minha vida, porque não<br />

havia outra coisa para fazer.<br />

Então fui levado a considerar mais<br />

atentamente uma verdade à qual eu<br />

nunca tinha dado muita atenção, isto<br />

é, tudo quanto dizem os livros de formação<br />

religiosa a respeito do papel da<br />

graça para o homem enfrentar as dificuldades.<br />

Foi quando, caindo em mim,<br />

pensei: “É verdade, faltava-me isso...<br />

De fato, preciso do auxílio da graça.”<br />

Por fim, aquelas borrascas passaram<br />

e eu vivi um período de dois ou três anos<br />

de muita consolação e muito bem-estar<br />

espiritual. Porém ainda não tinha claro<br />

que isso era imprescindível para a vida<br />

interior do homem, e necessário também<br />

para as suas ações exteriores. Eu<br />

julgava que, com uns tais ou quais recursos<br />

intelectuais, uma tal ou qual força de<br />

vontade e com o auxílio da graça para a<br />

minha perseverança pessoal, o resto eu<br />

faria. Implicitamente estava a seguinte<br />

ideia: “Deus me ponha em ordem, que<br />

eu coloco em ordem os outros e acabo<br />

fazendo vencer a Contra-Revolução.”<br />

Encontro com O Livro<br />

da Confiança<br />

Não tardou a começarem a aparecer<br />

externamente problemas para<br />

os quais eu não tinha remédio, pura<br />

e simplesmente não encontrava<br />

solução: dificuldades financeiras, de<br />

saúde, de relacionamento e liderança<br />

no meio católico, enfim, uma chuva<br />

de fatos, uns mais perturbadores<br />

e constrangedores do que os outros,<br />

caindo em cima de mim às torrentes.<br />

Foi quando, por uma circunstância<br />

providencial com ares de fortuita,<br />

conheci O Livro da Confiança<br />

cuja leitura deu-me a esperança de<br />

que, à força de confiar, Nossa Senhora<br />

também ordenasse aquilo que<br />

eu deveria pôr em ordem. Eu não<br />

seria senão um instrumento d’Ela,<br />

mas a Santíssima Virgem verdadeiramente<br />

colocaria em ordem.<br />

Essa ideia aninhou-se no meu espírito,<br />

eu a fiz minha, incorporei-a,<br />

ao menos espero, em minha mentalidade<br />

e meu modo de ser, e toquei<br />

para a frente.<br />

Provação mais atroz do<br />

que as anteriores<br />

Houve a minha expulsão da<br />

direção da Ação Católica, a<br />

redução de todo o movimento<br />

que eu liderava a um grupo<br />

de seis ou sete amigos<br />

heroicos, nada mais do que isso, enfim<br />

um definhamento completo.<br />

A partir de então outra preocupação<br />

se estabeleceu no meu espírito.<br />

Pensei: “Eu confiei, rezei e estou<br />

certo de que Nossa Senhora<br />

quer que a Contra-Revolução vença.<br />

Se na força de minha idade a<br />

Contra-Revolução está degringolando<br />

desta maneira, não é quando<br />

eu tiver cinquenta, sessenta anos ou<br />

mais que ela vai subir. Ora, se no vigor<br />

de meus anos estou recebendo o<br />

machado da Revolução em cima de<br />

mim, alguma coisa devo ter feito para<br />

merecer o castigo de Deus.”<br />

Donde exames de consciência contínuos<br />

e implacáveis. Duvido existir<br />

um homem que possa dizer com toda<br />

a segurança: “Eu sou de tal maneira<br />

fiel que estou certo de em nada merecer<br />

o castigo de Deus.” Sou um homem,<br />

logo estou neste caso.<br />

Inspetoria Salesiana de São Paulo<br />

Arquivo <strong>Revista</strong><br />

Em destaque, <strong>Plinio</strong> na Congregação<br />

Mariana de Santa Cecília,<br />

em meados de 1932. À esquerda,<br />

Missa solene no Santuário do<br />

Sagrado Coração de Jesus, nos<br />

tempos da infância de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />

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