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As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense

As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense Coleção Documentos, volume 16 Autor: Reto Monico

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Coleção Documentos, volume 16
Autor: Reto Monico

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As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense:

A Federação (1911-1912) 27

administrador do concelho; em Évora e Belas as conjuras monárquicas

são só fogos de palha. É em Cabeceira de Basto que acontecem os

confrontos mais graves com a morte do administrador republicano.

Instigado por religiosos e antigos caciques monárquicos, o povo restaura

a monarquia, corta viadutos, bloqueia a estrada com árvores.

Mesmo nesta localidade a revolta é de pouca dura. Um dos chefes, o

padre Domingos Pereira, que tinha a reputação de guerrilheiro feroz

e destemido, foge à aproximação de uma dezena de cavaleiros republicanos

47 . Este episódio coloca então um ponto final a este segundo

ataque vindo da Galiza.

Figura 14: Armas apreendidas às tropas de Couceiro em Chaves e letreiro dos

cartuchos comprados pelos conspiradores em Toledo. [I.P., 22 de julho de 1912]

O historiador americano Douglas Wheeler resume perfeitamente

a importância destas duas incursões couceiristas na política portuguesa

48 :

Gastou-se muito tempo e energia para contrariar as conspirações

que tentavam derrubar a República. O Parlamento, cedendo

às exigências da crise monárquica, aprovou uma série de duras

leis de “exceção” em julho de 1912, que introduziram uma maior

censura à imprensa e novas formas de processo criminal. O

Governo ordenou inúmeras prisões, julgamentos e detenções de

conspiradores monárquicos, reais ou imaginários; em breve, as

cadeias portuguesas ficaram cheias de suspeitos, muito deles

inocentes ou, pelo menos, inofensivos. A imprensa, o Parlamento

e muitos republicanos das cidades ficaram cada vez mais

47 SANTOS, Miguel Dias. Ob. cit., pp. 157-158.

48 WHEELER, DOUGLAS. História política de Portugal (1910-1926). Lisboa: Publicações

Europa-América, 1978, p. 108.

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