As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense
As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense Coleção Documentos, volume 16 Autor: Reto Monico
As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense
Coleção Documentos, volume 16
Autor: Reto Monico
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense:
A Federação (1911-1912) 33
Narciso fez parte do grupo de organizadores da revolução em Lisboa, a
28 de janeiro de 1908.
Perseguido pela monarquia, emigrou para Inglaterra, donde veio para o
Brasil, como empregado de bordo do destroyer Rio Grande do Sul.
Aqui empregou-se no comércio, sem fazer parte do Grémio Republicano.
Sabendo haver algo de extraordinário na liga, nela se inscreveu com o fim
de agir convenientemente, assinando a seguinte fórmula que era por todos os
sócios assinada.
“Por livre e espontânea vontade e no pleno uso das minhas faculdades,
juro cumprir as determinações que me impuser o complot da contrarrevolução,
prometendo guardar absoluto segredo e levar a efeito a missão de que
me incumbir, sob pena de responder quando a tal falte”.
Havia ramificações da conspiração em Paris, Vigo e fronteira espanhola.
A revolução começaria pelos regimentos aquartelados em Chaves e Braga.
Os revolucionários, antes, esperariam que os ministros saíssem da reunião
do conselho e os assassinariam em plena rua.
Já seguiram para Lisboa, para os preparativos, três indivíduos subvencionados
pelo complot organizador.
Foi o bacharel Artur Vasconcelos de Veiga Faria, empregado do museu
comercial, que seguiu, a bordo do Aragon, com destino a Paris, para conferenciar
com o sr. Homem Cristo.
Depois irá a Londres levar as suas credenciais ao rei d. Manuel, marquês
general João Franco, conde Fonseca Vasconcelos Porto, Campos Henrique, etc.
A Liga obteve muito dinheiro por intermédio do comendador Artur Leite
Vasconcelos e João Silva Lisboa, capitalistas; Aquilino Lopes, industrial; comendador
Joaquim Costa e Santos Carvalho, proprietário da Fundição Indígena
Consta que o conde de Avelar também está envolvido na conspiração.
SERVIÇO TELEGRÁFICO D’ “A FEDERAÇÃO” 2
Rio, 9 — Le Temps, de Paris, publica uma carta do conselheiro João
Franco desmentindo, indignado, sua qualquer participação no complot monárquico,
descoberto no Rio de Janeiro.
2 A Federação, 9 de março de 1911, p. 6.
www.lusosofia.net