As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense
As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense Coleção Documentos, volume 16 Autor: Reto Monico
As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense
Coleção Documentos, volume 16
Autor: Reto Monico
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As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense:
A Federação (1911-1912) 47
Eis como se deu essa apreensão, para a qual, seja dito em abono da
verdade, muito cooperou o valioso auxílio dos republicanos espanhóis e a
atividade das autoridades consulares portuguesas naquela nação.
Tem a palavra o correspondente de O Século em Ourense, Espanha, que
detalhadamente narra esse fracasso da conspirata:
“Quando aqui em Pontevedra as autoridades, com a intervenção de alguns
republicanos, apreenderam os vagões que conduziam armamento para
os conspiradores às ordens de Paiva Couceiro, disse-se, e alguns jornais espanhóis
o afirmaram, que o contrabando tinha sido desembarcado em Villagarcía
de bordo do vapor alemão Gemma. Apesar disso, umas breves declarações
do comandante desse vapor bastaram para que livremente, ele pudesse levantar
ferro e seguir rumo desconhecido, sem que a menor vigilância no mar
o impedisse duma nova tentativa de desembarque.
E foi assim que, durante todos estes dias, o Gemma cruzou nas costa
da Galiza, esperando ordens e ensejo favorável para alijar a comprometedora
carga.
Ontem, sobre o pretexto de que necessitava meter a bordo mantimento
e água, o Gemma entrou em Curcubión, pequeno porto situado do próximo
cabo Finisterra, sem dúvida na intenção de desembarcar o contrabando e,
naturalmente, porque o seu comandante confiava em que ali, como em Villagarcía,
as autoridades teriam para com ela a mesma excessiva benevolência.
Enganou-se, porém, o comandante do Gemma. O sr. Cabrinety, chefe
da Alfândega de Curcubión, sabendo as suspeitas que recaíam sobre aquele
vapor, apressou-se a cumprir o seu dever. Fez-se conduzir a bordo e exigiu
do comandante os respetivos documentos. Estes, perfeitamente em ordem,
diziam que o carregamento era composto de pertences de máquinas, porém, o
sr. Cabrinety, apesar dos protestos do comandante, quis verificar o conteúdo
de uma das caixas, que, em grande quantidade, estavam empilhadas no
convés por certo, para facilitar um desembarque rápido.
A primeira caixa que os guardas da Alfândega abriram continha espingardas
alemãs e umas outras que em seguida foram examinadas, estavam
cheias de cartuchos e correame. O sr. Cabrinety não levou mais longe as
suas investigações, ordenando imediatamente que fossem selados os porões
do Gemma e todas as caixas que se encontravam no convés.
Entretanto, o comandante e os marinheiros do vapor eram submetidos a
um interrogatório, de que as autoridades apuraram que em Finisterra tinham
desembarcado dois indivíduos, que a bordo eram tratados com toda a deferênwww.lusosofia.net