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As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense

As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense Coleção Documentos, volume 16 Autor: Reto Monico

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Coleção Documentos, volume 16
Autor: Reto Monico

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As incursões monárquicas lusas na imprensa sul-rio-grandense:

A Federação (1911-1912) 49

das autoridades, veem, pouco a pouco, fracassar todos os seus planos imbecis

e idiotas.”

Aí está a que se reduzem, até hoje, a conspiração e os torpes manejos

dessa pandilha de traidores à Pátria, já como tais considerados, por que,

sem sincero adeptos à sua causa e sem coragem para um socorrimento qualquer

dentro do país, fogem para o estrangeiro, aliciando lá mercenários para

perturbar somente a boa harmonia entre duas nações amigas.

Não o conseguirão, porém.

A grande maioria do povo espanhol é contrário ao movimento que eles

tentam operar, sem distinção de partidos e de classes, reprova-o ostensivamente;

e a numerosa colónia, aqui residente, terá recebido da população de

Lisboa inequívocas provas de apreço e de simpatia que lhe hão sido tributadas

pela sua correção, elevada estima e lealdade, demonstrada eloquentemente

em todas as solenidades levadas a efeito pelo grande advento da República

Portuguesa.

Ainda ontem foi prestada uma expressiva homenagem à honrada colónia

espanhola aqui domiciliada e levada a efeito no Coliseu pela grupo Pró-Pátria.

Esta festa esteve deveras imponente, atingindo, por vezes, ao auge do

entusiasmo.

O fim dela era prestar um tributo de reconhecimento pela forma alevantada

e digna como fez sentir o seu desagrado perante a complacência das

autoridades da fronteira do país vizinho para com os portugueses que ali

se encontram conspirando contra o atual regime político, e bem assim pelo

empenho por ela manifestado de que o governo da sua nação apresentasse a

reconhecer a República portuguesa.

Presidiu a solenidade o dr. Magalhães Lima, estando presentes o dr.

Manuel Arriaga, Machado Santos, dr. Eusébio Leão, governador civil de Lisboa

e outros republicanos ilustres, que fizeram uso da palavra.

O respeitável democrata Magalhães Lima, dirigindo-se à colónia espanhola,

no vibrante discurso que proferiu, terminou com esta peroração que

provocou os mais ruidosos aplausos da assistência:

“Espanhóis, meus irmãos e meus amigos: dizei os vossos compatriotas

que em Portugal reina a ordem, a disciplina e a cordialidade: dizei-lhes que as

liberdades públicas estão por toda aparte asseguradas; que a República, una e

indivisível, está firmemente consolidada e que nada a poderá derrubar, nem

as restaurações ridículas, nem as perturbações internas, impossíveis, nem os

manejos na fronteira, de vis traidores, que são a desonra do nome português;

dizei-lhes que o povo português, generoso, grande, heroico, pela sua bravura

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