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Edição 98_Fevereiro_Março

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CACHOEIRA<br />

(BA)<br />

Por: José Carlos Reis de Souza<br />

A Bahia, nas últimas décadas, definiu a atividade<br />

turística como uma das prioridades para o seu<br />

desenvolvimento econômico-social. Amparada na<br />

diversidade de suas belezas, no seu amplo patrimônio<br />

histórico-cultural e numa série de ações de marketing<br />

e infraestrutura, ocupa, nacionalmente, posição<br />

privilegiada em se tratando dos crescentes números<br />

e estatísticas do receptivo nacional e internacional.<br />

Dos atrativos turísticos localizados no Estado, a<br />

região fisiográfica conhecida como “Recôncavo<br />

Baiano” constitui-se como uma das áreas de maior<br />

potencialidade. Sua importância historiográfica<br />

advém da participação de seus filhos nas lutas pela<br />

Independência da Bahia, da riqueza de seus antigos<br />

“Barões” do açúcar e do segundo acervo arquitetônico<br />

baiano em estilo barroco. Além destes, podem-se citar<br />

uma extensa listagem de manifestações artísticas e<br />

culturais, como o samba de roda, os mandus e boa<br />

parte dos terreiros de Candomblé.<br />

O letreiro do pórtico (Cachoeira heróica e<br />

monumento nacional) na entrada, já confirma o que<br />

turistas e visitantes vão encontrar na cidade que fica<br />

a 133 km de Salvador: muita história e um conjunto<br />

arquitetônico de estilo barroco, que foi reconhecido<br />

pelo IPHAN como patrimônio da humanidade.<br />

Fundada às margens do Rio Paraguaçu, no recôncavo<br />

baiano, Cachoeira respira história, a começar pela sua<br />

participação efetiva na independência do Brasil; seu<br />

apogeu durante os séculos XVIII e XIX, quando seu<br />

porto era utilizado para escoar a produção agrícola, e<br />

o sincretismo religioso cujo ponto alto é a tradicional<br />

festa da Boa Morte, que ocorre todo mês de agosto.<br />

A cidade mantém traços da colonização portuguesa,<br />

como: igrejas católicas, fortes e engenhos de cana-deaçúcar,<br />

uma região que foi ricamente colonizada por<br />

Martim Afonso de Souza. Mas não é só de construções<br />

e de cultura material de matriz européia que se faz a<br />

cidade de Cachoeira, é muito conhecida por outra<br />

característica, os famosos terreiros de candomblé,<br />

uma religião afro-brasileira derivada de cultos<br />

tradicionais africanos, que mantém a questão muito<br />

preservada e práticas bem parecidas com o que os<br />

africanos trouxeram da África nos navios negreiros,<br />

e funcionam desde o período da colonização. Até a<br />

metade do século XX Cachoeira era uma das cidades<br />

mais prósperas do interior do nordeste que atraía<br />

comerciantes de todo o Brasil. Os sobrados e casarões<br />

foram construídos com o dinheiro da produção de<br />

açúcar e mão de obra de negros escravizados. A<br />

região do recôncavo baiano foi uma das pioneiras do<br />

Brasil na compra de negros africanos para trabalhos<br />

forçados. Quem visita a cidade pode observar que<br />

a religiosidade católica que se misturam no que se<br />

chama nos livros de história de sincretismo.

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