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ENGENHO VITÓRIA<br />
Sua edificação teve início a partir de 1812, pelo Comendador Pedro Bandeira, abastado negociante<br />
e senhor de engenhos da região e um dos introdutores da navegação a vapor na Bahia. O Engenho<br />
Vitória se destacava na produção de açúcar até 1950, hoje é um casarão em ruínas às margens do Rio<br />
Paraguaçu. Sua arquitetura é um dos mais representativos exemplos da casa rural assobradada, dividido<br />
em três níveis, segundo planta em “T”. Originalmente, era ligado à fábrica por uma passagem coberta que<br />
servia de acesso ao engenho quanto ao sobrado, e divide o térreo em duas partes: de um lado a galeria<br />
e duas salas abrindo-se para o rio; do outro, um salão em mármore, uma capela abobadada, depósito e<br />
quartos de criados. No pavimento nobre, estão os quartos e o salão de visita que se projeta sobre o rio.<br />
Merecem destaque a portada, o brasão em mármore da família Muniz, e os azulejos do banheiro externo.<br />
Segundo pesquisadores da Universidade Federal, eram mais de 40 mil escravos que trabalhavam nos<br />
engenhos da região, e o regime de trabalho com os patrões, eram de poucos direitos: muito trabalho e<br />
muito castigo. O mais violento: o escravo era amarrado no tronco conhecido como pelourinho, e preso<br />
pelo pescoço, ficando horas ou dias submetido ao regime sem água e sem comida. Do sofrimento na<br />
senzala, surgiu uma confraria religiosa, as “Irmandades da Boa Morte”, uma devoção de quase 200 anos.<br />
Na igreja católica elas rezam para Nossa Senhora e nos terreiros homenageiam os orixás, os deuses do<br />
candomblé. No tempo da escravidão, os negros eram proibidos de cultuar suas divindades africanas, por<br />
isso, foram buscar nos santos católicos semelhanças com os orixás. E assim, o sincretismo começou a se<br />
manifestar nos terreiros da Bahia<br />
“Sua arquitetura é um dos mais representativos exemplos da casa rural<br />
assobradada, dividido em três níveis, segundo planta em “T”. Originalmente, era<br />
ligado à fábrica por uma passagem coberta que servia de acesso ao engenho quanto<br />
ao sobrado, e divide o térreo em duas partes: de um lado a galeria e duas salas<br />
abrindo-se para o rio; do outro, um salão em mármore, uma capela abobadada,<br />
depósito e quartos de criados.”<br />
Visão de uma das janelas do Engenho Vitória - Cachoeira (BA).<br />
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