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*Fevereiro:2021 Referência Industrial 226

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MERCADO<br />

Aquarentena e as demais imposições geradas<br />

pela pandemia do coronavírus fizeram com<br />

que os consumidores brasileiros direcionassem<br />

a atenção para o conforto de seus lares.<br />

Por passar mais tempo dentro de casa, o<br />

mercado de móveis nacional mostrou grande crescimento<br />

durante 2020 e superou as vendas de toda a década.<br />

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)<br />

mostram que, no acumulado do ano, o crescimento<br />

na aquisição desses produtos registrou alta de 39,9% em<br />

todo o país em comparação com o ano anterior. Os maiores<br />

responsáveis por esse bom momento do setor são<br />

os móveis planejados (60%); móveis residenciais (20%) e<br />

estofados (30%).<br />

“Com a permanência das pessoas em casa, elas<br />

acabaram percebendo a necessidade de mudança e de<br />

algumas reformas. Isso está impactando o nosso setor e<br />

trazendo, de forma satisfatória, retorno para os lojistas de<br />

Passos e região. Hoje, temos a necessidade de contratar<br />

mais e ampliar fábricas. Tivemos nessa crise uma oportunidade”,<br />

explica Marcelo Coimbra, diretor de Comunicação<br />

da ACIMOV (Associação Comercial e <strong>Industrial</strong><br />

de Móveis de Passos), grande polo moveleiro de Minas<br />

Gerais.<br />

E o boom de vendas no setor moveleiro veio em um<br />

momento chave para o segmento, que vem sofrendo desde<br />

a crise econômica surgida em 2014. Antes da pandemia,<br />

por exemplo, a situação do mercado de móveis era<br />

crítica. Em março e abril, as vendas apresentaram recuos<br />

de mais de 10% ao mês.<br />

MÓVEIS GAÚCHOS<br />

No Rio Grande do Sul, um dos maiores polos mo-<br />

veleiros do país, o crescimento nominal de faturamento<br />

apresentou alta de 4,1% em 2020, o que representou R$<br />

6,4 bilhões em comparação ao mesmo período do ano<br />

passado. De acordo com a MOVERGS (Associação das Indústrias<br />

de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul), tais<br />

resultados demonstram que “a indústria moveleira segue<br />

o processo de retomada, iniciada nos últimos meses”.<br />

O resultado também impactou positivamente na geração<br />

de empregos, conforme dados do Novo Caged, no<br />

mês de outubro. No Rio Grande do Sul, a variação é de<br />

3,3% em relação ao início do ano, e o fechamento do mês<br />

aponta 34.823 postos de trabalho na indústria gaúcha,<br />

resultado que também supera a média da indústria de<br />

transformação no estado, que ficou praticamente estagnada<br />

em 0,15%.<br />

Para o economista da MOVERGS, Eduardo Santarossa,<br />

o setor já retornou aos níveis de produção e empregos<br />

pré-pandemia. Dados do IBGE mostram que o volume<br />

de vendas de móveis é o segmento que mais cresceu no<br />

varejo brasileiro por dois meses consecutivos (agosto e<br />

setembro) nas comparações com os mesmos meses do<br />

ano anterior. A variação acumulada no ano já tem alta de<br />

8,8% quando comparada ao período de janeiro a setembro<br />

de 2019.<br />

“No entanto, a produção ainda não conseguiu acompanhar<br />

o forte aumento de vendas. Há um descompasso<br />

entre oferta e demanda, o que freia uma recuperação<br />

mais consolidada. A pandemia causou alta nos custos e<br />

empurrou todos os estoques para baixo. Hoje, o setor<br />

está sofrendo com a falta de insumos de produção e<br />

grande aumento nos seus preços em decorrência desse<br />

cenário, em especial os painéis de madeira, principal matéria-prima<br />

para a indústria de móveis”, pontua.<br />

48 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>

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