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MERCADO<br />
Aquarentena e as demais imposições geradas<br />
pela pandemia do coronavírus fizeram com<br />
que os consumidores brasileiros direcionassem<br />
a atenção para o conforto de seus lares.<br />
Por passar mais tempo dentro de casa, o<br />
mercado de móveis nacional mostrou grande crescimento<br />
durante 2020 e superou as vendas de toda a década.<br />
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)<br />
mostram que, no acumulado do ano, o crescimento<br />
na aquisição desses produtos registrou alta de 39,9% em<br />
todo o país em comparação com o ano anterior. Os maiores<br />
responsáveis por esse bom momento do setor são<br />
os móveis planejados (60%); móveis residenciais (20%) e<br />
estofados (30%).<br />
“Com a permanência das pessoas em casa, elas<br />
acabaram percebendo a necessidade de mudança e de<br />
algumas reformas. Isso está impactando o nosso setor e<br />
trazendo, de forma satisfatória, retorno para os lojistas de<br />
Passos e região. Hoje, temos a necessidade de contratar<br />
mais e ampliar fábricas. Tivemos nessa crise uma oportunidade”,<br />
explica Marcelo Coimbra, diretor de Comunicação<br />
da ACIMOV (Associação Comercial e <strong>Industrial</strong><br />
de Móveis de Passos), grande polo moveleiro de Minas<br />
Gerais.<br />
E o boom de vendas no setor moveleiro veio em um<br />
momento chave para o segmento, que vem sofrendo desde<br />
a crise econômica surgida em 2014. Antes da pandemia,<br />
por exemplo, a situação do mercado de móveis era<br />
crítica. Em março e abril, as vendas apresentaram recuos<br />
de mais de 10% ao mês.<br />
MÓVEIS GAÚCHOS<br />
No Rio Grande do Sul, um dos maiores polos mo-<br />
veleiros do país, o crescimento nominal de faturamento<br />
apresentou alta de 4,1% em 2020, o que representou R$<br />
6,4 bilhões em comparação ao mesmo período do ano<br />
passado. De acordo com a MOVERGS (Associação das Indústrias<br />
de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul), tais<br />
resultados demonstram que “a indústria moveleira segue<br />
o processo de retomada, iniciada nos últimos meses”.<br />
O resultado também impactou positivamente na geração<br />
de empregos, conforme dados do Novo Caged, no<br />
mês de outubro. No Rio Grande do Sul, a variação é de<br />
3,3% em relação ao início do ano, e o fechamento do mês<br />
aponta 34.823 postos de trabalho na indústria gaúcha,<br />
resultado que também supera a média da indústria de<br />
transformação no estado, que ficou praticamente estagnada<br />
em 0,15%.<br />
Para o economista da MOVERGS, Eduardo Santarossa,<br />
o setor já retornou aos níveis de produção e empregos<br />
pré-pandemia. Dados do IBGE mostram que o volume<br />
de vendas de móveis é o segmento que mais cresceu no<br />
varejo brasileiro por dois meses consecutivos (agosto e<br />
setembro) nas comparações com os mesmos meses do<br />
ano anterior. A variação acumulada no ano já tem alta de<br />
8,8% quando comparada ao período de janeiro a setembro<br />
de 2019.<br />
“No entanto, a produção ainda não conseguiu acompanhar<br />
o forte aumento de vendas. Há um descompasso<br />
entre oferta e demanda, o que freia uma recuperação<br />
mais consolidada. A pandemia causou alta nos custos e<br />
empurrou todos os estoques para baixo. Hoje, o setor<br />
está sofrendo com a falta de insumos de produção e<br />
grande aumento nos seus preços em decorrência desse<br />
cenário, em especial os painéis de madeira, principal matéria-prima<br />
para a indústria de móveis”, pontua.<br />
48 referenciaindustrial.com.br FEVEREIRO <strong>2021</strong>