Agenda cultural da Madeirafevereiro 2021Foto VisitMadeira“NA ROTA DA URZELA”Até 5 de abril - Núcleo Histórico de Santo Amaro – Torre doCapitãoDe Manuela JardimO Núcleo Histórico de Santo Amaro, Torre do Capitão, tem patentea exposição “Na Rota da Urzela (através dos Panos). A urzela,líquen verde-acinzentado muito comum nas serras da ilha,era utilizado na tinturaria para a produção da cor violeta e do vermelho-púrpura.No século XV, os portugueses, ao estabeleceremos primeiros contactos comerciais com os povos africanos, cedoperceberam a importância que os panos tinham naquelas sociedades,nos rituais de vida e de morte, o que levou a que investissemno comércio do algodão e das plantas tintureiras. Da Madeira,tal como dos Açores e de Cabo Verde, seguiram grandesquantidades de urzela. Os panos passaram assim a funcionar comomoeda de troca nas relações comerciais em África e entre estae a Europa.Foto All About Portugal“OS FIOS DE DEITAR LENHA”Até 22 de abril - Sala de exposições temporárias do Museu Etnográficoda MadeiraNa freguesia de Ponta Delgada, mais precisamente nos sítios das trêsLombadas, ainda se utilizam os cabos, popularmente designados por fiosde deitar lenha, como meio de fazer deslocar a carga nas serras (lenha,feiteira e mato-bardo), suspensa em ganchos de ferro, em locais distantese de difícil acesso. Outrora, estes fios eram utilizados em grande número,sobretudo nas freguesias da costa norte, nomeadamente Ponta Delgada,Boaventura, São Vicente e Seixal, onde predomina uma orografiamontanhosa e muito acidentada, o que impossibilitava a utilizaçãoda corsa e do carro chião, meios de transporte de carga, utilizados emfreguesias com uma orografia mais plana. Associadas a esta atividade, estavamligadas várias profissões, já extintas, algumas delas, entretanto, recuperadas.O mestre de deitar (montar) o fio, o ferreiro que confecionavaos ganchos de ferro, feitos a partir de molas de carro ou aros de pipas eo mestre de soldar fios, que enxertava o fio, no cimo da serra, com o auxíliode um pequeno fole de ferreiro. Nesta exposição, abordamos a composiçãoe o modo de funcionamento destes engenhos, e as profissões associadasa esta atividade.“CESTARIA EM PALHA DE TRIGO”Até 4 de julho - Átrio do Museu Etnográfico da MadeiraCom o objetivo de proporcionar uma maior rotatividade das coleções, omuseu dá continuidade ao projeto denominado “Acesso às Coleções emReserva”, sendo apresentada, semestralmente uma nova temática. Prende-secom esta exposição divulgar uma tradição ancestral, subjacentea um saber-fazer que faz parte do nosso património cultural material eimaterial e que representa a herança cultural de gerações passadas. Durantequase todo o séc.XX, o cultivo do trigo foi uma das maiores produçõesagrícolas e, numa época de escassos recursos, o aproveitamento dapalha de trigo surgiu, quase naturalmente, para confecionar objetos utilitáriose decorativos, atividade desenvolvida por alguns artesões locais.Neste semestre, o museu dá a conhecer o processo de produção de cestariaem palha de trigo. Esta tradição, fortemente enraizada na freguesiada Ponta do Pargo, manteve-se, no século XX, pelas mãos de dois artesãoslocais, Felisbela Ezaura de Sousa, residente no sítio do Salão deBaixo e Manuel Gonçalves, mais conhecido por Manuel Gino, residenteno sítio do Serrado. A palha de trigo, utilizada tradicionalmente, nanossa ilha para cobrir as casas, era aproveitada, nesta freguesia, comomatéria-prima, para a confeção de cestaria, nomeadamente os chamadosbalaios, utilizados antigamente no transporte de água e alimentose, ainda, para transportar o pão e o bacalhau, aquando das romarias aosarraiais do Loreto, Ponta Delgada e Monte. Utilizando as mesmas técnicasda cestaria em palha de trigo, os artesões também utilizavam hastesde São José, o nome popular atribuído à planta Watsonia borbonica(Pourr) Goldblatt., uma planta herbácea, bolbosa, muito abundante nafreguesia da Ponta do Pargo. Tendo esta arte se extinguido há mais devinte anos, o Museu Etnográfico da Madeira, em parceria com a Casado Povo da Ponta do Pargo, lançou o desafio a Madalena Andrade, pararecuperar esta tradição. Esta artífice havia aprendido a confecionar estetipo de cestaria há mais de vinte anos, nos cursos orientados por FelisbelaEzaura de Sousa, que tiveram lugar na Casa do Povo, mas não lhetinha dado continuidade. Tendo aceite o desafio, a artesã recuperou estatradição, pretendendo agora, transmitir o seu saber-fazer, de forma aperpetuar esta arte.40
Fiesta! AconteceuMarcelo nos 85 anosdo Rotary Club do FunchalEm dezembro de 2018, o Presidente da República, Marcelo Rebelode Sousa, marcava presença no jantar comemorativo dos 85anos do Rotary Club do Funchal. O evento decorreu no hotelMeliã Madeira, unidade hoteleira que nos últimos anos tem vindo aacolher os eventos realizados pelo Rotary do Funchal que é atualmentepresidido por Edgar de Aguiar, o qual viria a substituir na direção o arquitetoJoão Paredes. Diversas individualidades madeirenses marcarampresença no momento comemorativo que homenageou o mais alto representanteda República Portuguesa. ••• Dulcina Branco• Foto: O.L.C. (Cícero Castro)41