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Fiesta! Sé7ima Arte

Cinema em crise

• Dulcina Branco

• Fonte: www.publico.pt/2021/02/11/culturaipsilon

• Foto: afaplan

Se as salas de cinema vinham a sentir dificuldades nos últimos anos

por falta de público, essa situação agravou-se com a pandemia a

partir de 2020, ano esse que, de acordo com a Associação Portuguesa

do Cinema e do Audiovisual, foi um dos piores anos de sempre

para as salas portuguesas. “Não haverá muitos negócios que cumulativamente

tenham perdido tanto como nós, ou seja, mais de 75% da receita

total”, diz Paulo Aguiar, presidente da APEC. Entre 300 a 400 pessoas

terão ficado sem trabalho com a redução e o fecho temporário das

salas de cinema em Portugal desde o começo da pandemia, situação que

vigora também em 2021. Segundo a APEC, entre 1500 a 1600 pessoas

trabalham directa ou indirectamente no sector da exibição cinematográfica,

mas a redução de actividade das salas de cinema e os dois períodos

de encerramento temporário levaram a que “entre 300 a 400 pessoas

possam ter deixado este negócio”. “Onde existiam possibilidades de

não manter determinados contratos de trabalho, por exemplo, a termo,

obviamente não foram renovados”, diz Paulo Aguiar. Dados do Instituto

do Cinema e Audiovisual (ICA), indicam que, em 2020, os cinemas

portugueses sofreram uma quebra de 75% em audiência e receitas face a

2019, ou seja, tiveram menos 11,7 milhões de espectadores e facturaram

menos 62,7 milhões de euros. Em novembro, a Associação Portuguesa

de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP) alertava que mais de metade

das salas de cinema poderia encerrar atividade se não houvesse mecanismos

para apoiar o setor. Ainda assim, o exibidor não descarta uma redução

de 40 a 50% do mercado da exibição, que conta actualmente com

561 salas de cinema em Portugal, segundo dados do ICA divulgados em

janeiro de 2021. No que toca à exibição cinematográfica, o primeiro período

de confinamento ocorreu entre Março e Junho de 2020, mês em

que as salas de cinema reabriram de forma progressiva e com restrições

de lotação. No final de 2020, com as medidas de recolher obrigatório decretadas,

os exibidores tiveram de suprimir as sessões nocturnas, que representam

cerca de 40% da receita diária. O mesmo aconteceu com as

sessões de fim-de-semana à tarde e à noite, período que significa 60% do

total da receita semanal. “Depois, a proibição de consumo de produtos

dentro de sala [como pipocas e bebidas] foi o ponto final na possibilidade

de qualquer operador ter capacidade financeira razoável para poder

operar”, diz Paulo Aguiar, acrescentando que a APEC tem tido audiências

com os partidos com assento parlamentar e com o secretário de Estado

do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, para “conversar

sobre as dificuldades do sector”. Não obstante os apoios transversais

provenientes da área da Economia, Paulo Aguiar lamenta que não haja

apoios específicos da tutela. A APEC representa 90% das empresas exibidoras

de cinema em Portugal. ••

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