principal Foto: divulgação Aly Muritiba “O motivo para a mudança para Curitiba foi por amor, por amor a uma pessoa com quem estive casado durante 15 anos, e com quem eu tenho um filho e uma filha” Criando raízes De tantos lugares para um cineasta premiado, foi em Curitiba que Aly Muritiba resolveu criar raízes. E o motivo da mudança do baiano da cidade de Mairi, no sertão baiano, foi o amor, que o fez se render ao frio paranaense. Em 2005, Aly Muritiba (42) foi convencido pela esposa a morar em Curitiba, tinham um filho pequeno, os estudos na USP (Universidade de São Paulo) já estavam concluídos, e ela desejava estar próximo à família que morava aqui. “O motivo para a mudança para Curitiba foi por amor, por amor a uma pessoa com quem estive casado durante 15 anos, e com quem tenho um filho e uma filha”, relata Aly Muritiba. Ao chegar em Curitiba, não imaginava o quanto seria difícil se acostumar ao clima, ao comportamento reservado das pessoas, mas o charme da capital o encantou. Era muito diferente da cidade onde nasceu, Mairi, no interior da Bahia, com 19 mil habitantes, em que a economia está baseada na atividade agropecuária e agricultura de subsistência. Curitiba foi a inspiração que despertou a profissão de cineasta em Muritiba, que já era formado em História, mas ingressou no bacharelado de Cinema com o objetivo de fazer amizades e por acidente se tornou um diretor e roteirista premiado. “ Costumo dizer que sou um cineasta por acidente, nunca planejei fazer cinema, trabalhar com cinema e tampouco estudar cinema. Me mudei para Curitiba com 25 anos e só aos 27 anos que entrei na faculdade de cinema, antes disso tinha estudado história, tinha tido outras profissões, e vindo de onde eu venho, de uma cidade tão pequena quanto Mairi, ser cineasta nunca é uma opção”, revela Muritiba. O jeito reservado do curitibano está presente nos roteiros do cineasta, que se define como uma antena parabólica, no sentido de captar tudo que está ao seu redor, sobre tudo que lê, as conversas que tem, nem mesmo os sonhos ficam de fora da percepção de Muritiba, que analisa pessoas e fatos para dar vida aos personagens da ficção. “Acho que quando a gente trabalha com criação, a gente precisa ser meio antena parabólica e ao mesmo tempo uma espécie de microscópio. Parabólica no sentido de captar, de perceber aquilo que está ao seu redor e microscópio no sentido de entender o que vai dentro de você, o que te transforma para poder transformar em arte”, relata o cineasta. Muritiba em 2007, fundou a produtora Grafo Audiovisual com os amigos paulistas Antônio e Marisa, desde então seus filmes já rodaram o mundo e conquistaram mais de 200 prêmios. Os filmes dirigidos por Muritiba: A Fábrica (2011); A Gente (2013); Para Minha Amada Morta (2015); Tarântula (2016); e Ferrugem (2018); foram premiados em festivais nacionais e internacionais. Neste ano, dois filmes estão em processo de finalização, e a série Caso Evandro, do pesquisador e jornalista Ivan Mizanzuk sobre o assassinato do menino Evandro Caetano, em Guaratuba, litoral paranaense, será estreada em breve na Globoplay, plataforma de streaming da Globo. “O meu melhor filme é sempre o próximo, o melhor roteiro é sempre o próximo. Os prêmios nunca foram o objetivo, são consequências do trabalho e obviamente fico feliz por eles, porque significa que o trabalho que venho realizando sensibiliza as pessoas“, finaliza o cineasta. 34 ABRIL 2021 revistavoi.com.br
GRAMARSUL MÁRMORES E GRANITOS Beleza e requinte ao seu ambiente Rua Maestro Carlos Frank, 336 - Curitiba FONE: (41) 3286-1289 | www.gramarsul.com