Edição de 1º de novembro de 2021
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APP VOltA cOM tROFÉu<br />
GARRA dO GAlO<br />
Premiação retorna com<br />
novida<strong>de</strong>s. Entre os<br />
vencedores está Marlene<br />
Bregman, da LBTM,<br />
que receberá o Prêmio<br />
Contribuição Profissional<br />
Especial. pág. 12<br />
Pixel ShOw teRá 42 hORAS <strong>de</strong> cONteúdO<br />
Programado entre os dias 25 e 28 <strong>de</strong><br />
<strong>novembro</strong>, festival internacional <strong>de</strong> arte e<br />
criativida<strong>de</strong> lança o Clube Pixel Show. pág. 28<br />
cAMillA <strong>de</strong> lucAS<br />
APOStA eM cOcRiAçãO<br />
Vice-campeã do<br />
BBB21, a influencer<br />
afirmou que gosta <strong>de</strong><br />
participar <strong>de</strong> todas as<br />
etapas da criação das<br />
ações <strong>de</strong> marcas para<br />
as quais atua. pág. 34<br />
propmark.com.br ANO 57 - Nº 2869 - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2021</strong> R$ 15,00<br />
Ryan Wallace/Unsplash<br />
Gênero neutro chega à<br />
publicida<strong>de</strong> e gera reflexão<br />
Nova linguagem, um paralelo ao masculino e feminino, ainda é usada com timi<strong>de</strong>z, e<br />
mais frequência só nas re<strong>de</strong>s sociais, mas profissionais ouvidos pelo PROPMARK dizem<br />
que é um caminho sem volta. A linguagem muito explorada pelos jovens adota, por<br />
exemplo, o @ no lugar do “a”; e o “e” substituindo o “o”. A gran<strong>de</strong> maioria afirma que o<br />
mercado po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve usar o gênero neutro na comunicação das marcas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que com<br />
informação e consciência da importância que ele tem para promover inclusão. pág. 24
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
esperança<br />
Des<strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> a palavra transformação ganhou ressignificações<br />
importantes diante do cenário <strong>de</strong> reinvenção que o mundo<br />
empresarial teve pela frente. Mesmo diante <strong>de</strong> uma situação econômica<br />
<strong>de</strong>sfavorável e cada vez mais caudatária da influência do dólar e<br />
dos custos da globalização.<br />
A pan<strong>de</strong>mia não foi implacável apenas no Brasil. O impacto nas economias<br />
não tem mais volta. Mas, graças à abnegação das li<strong>de</strong>ranças<br />
empresariais, cuja essência é i<strong>de</strong>ntificar as fontes <strong>de</strong> recursos para<br />
remunerar estruturas <strong>de</strong> trabalho, fornecedores e dos investimentos<br />
necessários à mo<strong>de</strong>rnização, a luz no fim do túnel sempre tem um interruptor.<br />
Claro que o papel do governo é ser colaborativo para o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Esse fomento não só contribui para a remuneração do Estado por<br />
meio <strong>de</strong> impostos, mas gera mais otimismo para a luta contra as barreiras<br />
que se interpõem às jornadas. Com tantos percalços, po<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong>finir como guerreira a <strong>de</strong>terminação das empresas se transformarem<br />
mesmo com esse imenso fosso aberto.<br />
Por que, em vez <strong>de</strong> jogar junto em 100% do processo, governos têm<br />
insistido em usar a própria cabeça, leia-se i<strong>de</strong>ologia, com narrativas<br />
dicotômicas e fora da realida<strong>de</strong> mercantil?<br />
O Brasil enfrenta o próprio dilema ao optar por benchmarks caducos<br />
que nos comparam à mediocrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maduros e outros opositores do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento com base naquilo que po<strong>de</strong> agregar valor a um país.<br />
Com a grandiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa terra ‘brasilis’ em que se plantando tudo<br />
dá, expressão que está na carta <strong>de</strong> Pero Vaz <strong>de</strong> Caminha datada <strong>de</strong> <strong>1º</strong><br />
<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1500, não dá para digerir o discurso <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento a<br />
qualquer custo, negação à imunização e fake news. Comportamentos<br />
que são completamente ina<strong>de</strong>quados à globalização e aos preceitos da<br />
dignida<strong>de</strong> humana. E dos preceitos técnicos e estruturais da economia.<br />
Alguns setores econômicos ainda sentem na pele as dores da crise iniciada<br />
em março <strong>de</strong> 2020. Mesmo assim, resistem à tentativa <strong>de</strong> fechar<br />
portas e interromper sua história. Esses lutadores brasileiros não <strong>de</strong>sistem<br />
e investem na ressignificação. Porque uma empresa reflete o<br />
sentimento da socieda<strong>de</strong>, que é gerar riquezas, empregos e impostos.<br />
A parida<strong>de</strong> com o dólar faz parte. Mas, diante <strong>de</strong> um cenário cada vez<br />
mais caótico, muita gente já se arrepen<strong>de</strong>u do voto <strong>de</strong> confiança que<br />
<strong>de</strong>u à mudança <strong>de</strong> status quo. Que mudou, mas não a condição <strong>de</strong> continuar<br />
batendo pesado no agente que remunera as operações do po<strong>de</strong>r<br />
público, que é a empresa. Empresa gosta <strong>de</strong> empregar. E não <strong>de</strong> abrir<br />
mão da sua força motriz, que é o trabalhador. Esse ônus é <strong>de</strong> governos.<br />
O país está cansado do toma lá dá cá. Esse viés é nocivo. Impru<strong>de</strong>nte.<br />
E um vício que corrói o discernimento. A maldita herança <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r<br />
benesses às bases que dão apoio é uma miopia. No caso do atual governo,<br />
essa falta <strong>de</strong> visão trai aqueles que <strong>de</strong>positaram nas urnas a fé <strong>de</strong><br />
que a nossa república finalmente se tornaria algo robusto e não mais<br />
afeito a chacotas.<br />
Como o brasileiro não <strong>de</strong>siste nunca, a chance <strong>de</strong> tentar <strong>de</strong> novo tem<br />
data marcada: o pleito eleitoral <strong>de</strong> 2022.<br />
***<br />
70 anos<br />
Sou testemunha da importância da ESPM para a estrutura da publicida<strong>de</strong><br />
brasileira e da formação <strong>de</strong> profissionais que se tornam lí<strong>de</strong>res<br />
<strong>de</strong> negócios da economia criativa. Os campi <strong>de</strong> São Paulo, Porto Alegre<br />
e Rio <strong>de</strong> Janeiro estão sempre lotados <strong>de</strong> gente interessada em apren<strong>de</strong>r<br />
a gestão e a base da comunicação mercadológica e, consequentemente,<br />
ativar todas as indústrias que buscam consumidores para seus<br />
produtos, serviços e ao conhecimento <strong>de</strong> marcas. Hoje sob o comando<br />
executivo do publicitário Dalton Pastore, a ESPM prepara pessoas para<br />
gerir negócios.<br />
Há 70 anos, quando começou a funcionar, no dia 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1951,<br />
a busca sempre foi pela maturida<strong>de</strong> e a segurança <strong>de</strong> que, por meio da<br />
ciência do marketing, a flui<strong>de</strong>z da socieda<strong>de</strong> ocorre naturalmente.<br />
Essa maturida<strong>de</strong> é ratificada hoje, mas a base está no primórdio das<br />
primeiras turmas que ocupavam parte do antigo prédio do Museu <strong>de</strong><br />
Arte <strong>de</strong> São Paulo (Masp), materializando um sonho do escritor e publicitário<br />
Rodolfo Lima Martensen, endossado por Pietro Maria Bardi,<br />
o mentor do Masp, e por Assis Chateaubriand, o barão da mídia à época<br />
e fundador dos Diários Associados.<br />
O sonho <strong>de</strong> Martensen foi levado adiante por outros presi<strong>de</strong>ntes que<br />
<strong>de</strong>ixaram sua marca no alicerce <strong>de</strong>ssa escola que me emociona pelo<br />
seu papel <strong>de</strong> formar indivíduos e cidadãos, entre os quais Otto Hugo<br />
Scherb, Francisco Gracioso, Luiz Celso <strong>de</strong> Piratininga Figueiredo e<br />
José Roberto Whitaker Penteado. Dalton Pastore costura essa história<br />
com maestria, agregando novos conhecimentos que estabelecem uma<br />
ponte para o futuro da ESPM e <strong>de</strong> continuar sendo uma agregadora<br />
para a formação <strong>de</strong> empresários visionários.<br />
***<br />
Gênero neutro<br />
Matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição aborda as características da nova linguagem<br />
neutra, um paralelo ao masculino e feminino, que começa<br />
a ser utilizada pelas marcas, com mais frequência nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A linguagem muito explorada pelos jovens adota, por exemplo, o @<br />
no lugar do “a”; e o “e” substituindo o “o”. A gran<strong>de</strong> maioria dos profissionais<br />
consultados pelo PROPMARK afirma que o mercado po<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>ve usar o gênero neutro na comunicação das marcas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que com<br />
informação e consciência da importância que ele tem para promover<br />
inclusão.<br />
***<br />
Garra do Galo<br />
Após um hiato <strong>de</strong> seis anos, o tradicional Prêmio Contribuição Profissional,<br />
promovido pela APP (Associação dos Profissionais <strong>de</strong> Propaganda),<br />
volta atualizado, com novida<strong>de</strong>s nas categorias e mais diversida<strong>de</strong>.<br />
Pela primeira vez, haverá mais mulheres no pódio para receber o<br />
Troféu Garra do Galo, que reconhece profissionais que realizam ações<br />
que valorizam as ativida<strong>de</strong>s do mercado da comunicação. Entre os 13<br />
premiados, há dois nomes do PROPMARK: a editora-chefe Kelly Dores<br />
e o cartunista Dorinho. Parabéns a todos os vencedores <strong>de</strong>sta importante<br />
premiação para o mercado!<br />
4 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
Índice<br />
Profissionais<br />
analisam uso do<br />
gênero neutro<br />
Nova linguagem dá primeiros<br />
passos na propaganda e<br />
publicitários alertam para o uso<br />
indiscriminado. Para eles, marcas<br />
<strong>de</strong>vem saber da sua importância.<br />
cAPA<br />
24<br />
Jason Leung / Unsplash<br />
Alê Oliveira<br />
entrevistA<br />
Philips Walita quer se<br />
aproximar dos jovens<br />
Empresa <strong>de</strong> 82 anos está no ar com a<br />
campanha Nocaute, estrelada pela lutadora<br />
<strong>de</strong> UFC Amanda Ribas, para divulgar<br />
nova linha <strong>de</strong> liquidificadores. Segundo a<br />
diretora <strong>de</strong> marketing Silvia Toshie Tamai<br />
(foto à esq.), a marca busca ampliar recall<br />
entre o público <strong>de</strong> 25 a 35 anos. pág. 22<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
Adi Goldstein/Unsplash<br />
mercAdo<br />
Upper cresce com o<br />
conceito Aducation<br />
A Upper, <strong>de</strong> Walter Longo e Flavio Tavares,<br />
apresenta bons resultados em sete meses <strong>de</strong><br />
atuação. A empresa trabalha com o conceito<br />
ADucation, cujo princípio é <strong>de</strong> que toda<br />
companhia po<strong>de</strong> virar educadora. pág. 29<br />
digitAL<br />
Facebook muda nome<br />
da empresa para meta<br />
Durante o evento Connect <strong>2021</strong>, Mark<br />
Zuckerberg anunciou que a controladora<br />
do Facebook, Instagram e WhatsApp passa<br />
a se chamar Meta. O objetivo é focar no<br />
metaverso, mundo virtual on<strong>de</strong> as pessoas<br />
po<strong>de</strong>m interagir no ambiente. pág. 32<br />
mercAdo<br />
executivos <strong>de</strong> mídia<br />
migram das agências<br />
Movimento mostra migração <strong>de</strong> nomes<br />
<strong>de</strong> agências para plataformas, veículos <strong>de</strong><br />
comunicação, anunciantes e alguns têm se<br />
tornado empreen<strong>de</strong>dores. Andrea Hirata,<br />
por exemplo, <strong>de</strong>ixou o comando <strong>de</strong> mídia<br />
da LBTM para ingressar no Kwai. pág. 30<br />
editorial ................................................................4<br />
conexões ...............................................................8<br />
curtas ..................................................................10<br />
Prêmios ...............................................................11<br />
Quem Fez ............................................................14<br />
We Love mKt ......................................................16<br />
Beyond the Line ................................................18<br />
inspiração ..........................................................20<br />
entrevista ...........................................................22<br />
mercado ..............................................................24<br />
digital .................................................................31<br />
mídia ...................................................................35<br />
opinião ................................................................36<br />
supercenas .........................................................37<br />
Última Página ....................................................38<br />
6 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
conexões<br />
com negócios puxados pelo Brasil<br />
Obrigado, PROPMARK, pela entrevista,<br />
e agra<strong>de</strong>ço também ao time<br />
da Dentsu por criar a re<strong>de</strong> mais integrada<br />
da América Latina.<br />
Juan Pedro Mc Cormack<br />
última Hora<br />
LinkedIn:<br />
Post: Fiat e Gerdau pressionam<br />
Minas Tênis sobre falas <strong>de</strong> Maurício<br />
Souza<br />
Nāo passarāo!<br />
Graziella Nascimento<br />
Post: Dentsu projeta expansão<br />
dorinHo<br />
Instagram:<br />
Post: Halloween do Burger King<br />
tem ofertas “sobrenaturais” às 3h<br />
da manhã<br />
Sai fora! Acordar às 3 da manhã<br />
para beber água e encontrar um<br />
BK na minha cozinha. Prefiro assombração!<br />
Ana Carolina<br />
Faltou avisar o BK que a larica da<br />
madruga já é por conta do Mc<br />
Donald’s…<br />
Fabio Mello<br />
Post: Marcas apoiam Mc Dia Feliz<br />
com ações internas e posts nas<br />
re<strong>de</strong>s<br />
Amo muito tudo isso!<br />
João Branco do Méqui<br />
CRESCIMENTO<br />
Os setores <strong>de</strong> vestuário e<br />
acessórios continuam sendo<br />
dos mais dinâmicos da<br />
economia, tanto que estão<br />
entre os itens <strong>de</strong> maior<br />
expectativa <strong>de</strong> compra da Black Friday, como atesta pesquisa<br />
da Ipsos. A Mormai, especialista no segmento <strong>de</strong> esportes,<br />
está nessa vibe. Em <strong>2021</strong>, a marca, que tem 42 anos <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s, teve crescimento <strong>de</strong> 300%. O executivo Sacha<br />
Juanuk, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> omnichannel da empresa, explica<br />
que “as peças são comercializadas em 30 mil PDVs (franquias,<br />
revendas e lojas multimarca)”. Nos últimos dois anos, a<br />
empresa iniciou engajamento no mundo digital, marcando<br />
presença nos marketplaces Netshoes, B2W, Dafti, Amazon<br />
e Magalu. “Os produtos não são entregues pelo centro <strong>de</strong><br />
distribuição. Transferimos para a loja mais próxima fazer a<br />
entrega ao consumidor”, ele afirma.<br />
HALL<br />
A Abramark (Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing) eterniza o<br />
nome <strong>de</strong> mais cinco profissionais no seu hall <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />
notórias: Alexandre Hohagen (ex-Google e atualmente<br />
investidor); Fabio Madia (CEO do MadiaMundoMarketing);<br />
José Salibi Neto (master em International Business pela<br />
University of South Carolina); Roberto Duailibi, na foto acima,<br />
(o D da DPZ), e Suzana Apelbaum (head of creative do Google).<br />
A entida<strong>de</strong>, que é presidida por Francisco Alberto Madia <strong>de</strong><br />
Souza, lançou no último mês <strong>de</strong> setembro o “mais completo<br />
livro sobre a vida e a obra <strong>de</strong> Peter Ferdinand Drucker”, criador<br />
da administração mo<strong>de</strong>rna, <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ologia, o marketing, e do<br />
administrador profissional.<br />
8 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
@almapbbdo<br />
Passando aqui<br />
para lembrar<br />
que a Almap<br />
foi a agência<br />
com mais clientes<br />
lembrados no<br />
Prêmio Top of Mind.<br />
Obrigado, Bra<strong>de</strong>sco Seguros, GOL, Johnnie Walker Red Label,<br />
O Boticário, Smirnoff, Volkswagen e White Horse<br />
por fazerem este Prêmio Top of Mind literalmente<br />
inesquecível para todos nós da Almap.
curtas<br />
PUbliciS é o grUPo MaiS valioSo<br />
ESPM tEM logo ESPEcial dE 70 anoS<br />
c&a EScolhE WUndErMan<br />
Arthur Sadoun, chairman e CEO do Grupo Publicis<br />
Dados da Campaign mostram que o Publicis<br />
Groupe se tornou o conglomerado <strong>de</strong><br />
agências mais valioso do mundo, à frente<br />
<strong>de</strong> Omnicom e WPP. O valor <strong>de</strong> mercado<br />
da empresa francesa alcançou US$ 16,3<br />
bilhões - cerca <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 91 bilhões, na<br />
cotação atual. Arthur Sadoun, presi<strong>de</strong>nte e<br />
executivo-chefe do Publicis Groupe, reportou<br />
expansão <strong>de</strong> receita no segundo e terceiro<br />
trimestres <strong>de</strong> <strong>2021</strong>, acima dos níveis<br />
<strong>de</strong> 2019, com aceleração no trimestre mais<br />
recente. O preço das ações subiu mais <strong>de</strong><br />
150%, para 56 euros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto mais<br />
baixo no início da pan<strong>de</strong>mia, quando havia<br />
caído para 22 euros.<br />
cinEMa rEúnE íconES<br />
Instituição possui hoje 12,6 mil alunos<br />
Escolhido em concurso online, o logo<br />
em comemoração aos 70 anos da ESPM -<br />
data celebrada no último dia 27 <strong>de</strong> outubro<br />
- foi criado por lorena logiacco graça e<br />
thamirys couto teles Estercio, estudantes<br />
do curso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign da ESPM <strong>de</strong> São Paulo,<br />
mas a seleção recebeu projetos também do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro e Porto Alegre. Site comemorativo<br />
e uma edição especial da revista<br />
também marcam as sete décadas da instituição,<br />
que hoje tem 12,6 mil alunos dos<br />
cursos <strong>de</strong> graduação e <strong>de</strong> pós-graduação,<br />
e mais <strong>de</strong> 1,1 mil funcionários. “Vamos celebrar<br />
a tradição e a ousadia para inovar”,<br />
diz Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte da ESPM.<br />
FalabElla lança ProdUtora<br />
Mariana Moraes, da C&A, e Pedro Reiss, da WT<br />
A Wun<strong>de</strong>rman Thompson Brasil acaba<br />
<strong>de</strong> conquistar a conta da C&A, e trabalhará<br />
em parceria com o LAB C&A, in house operacionalizada<br />
pela Thinkers Co, que possui<br />
mais <strong>de</strong> 20 profissionais. Neste novo ciclo<br />
<strong>de</strong> comunicação, a agência atuará para<br />
“<strong>de</strong>senvolver uma parceria estratégica e<br />
construir os próximos capítulos da marca.<br />
Encontramos na WT um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho<br />
alinhado”, comenta Mariana Moraes,<br />
diretora <strong>de</strong> marketing da C&A. “Percorremos<br />
etapas em poucas semanas. Agora é<br />
trabalhar para que os resultados venham<br />
com essa mesma velocida<strong>de</strong>”, diz Pedro<br />
Reiss, CEO da Wun<strong>de</strong>rman.<br />
anJ E anEr ProMovEM caPacitação<br />
Freepik<br />
Alê Oliveira<br />
Cena do filme E.T. - O Extraterrestre, <strong>de</strong> 1982<br />
Marcello Serpa participa da campanha<br />
#HelloBigScreen, i<strong>de</strong>alizada pela Associação<br />
Mundial <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> no Cinema<br />
(SAWA), cujo objetivo é valorizar o cinema<br />
e evi<strong>de</strong>nciar a importância da diversão<br />
coletiva e do entretenimento fora <strong>de</strong><br />
casa, especialmente no pós-pan<strong>de</strong>mia.<br />
O diretor <strong>de</strong> arte mais premiado do Brasil,<br />
com 45 Clio Awards e 149 leões em Cannes,<br />
incluindo o primeiro GP da América Latina<br />
e o Leão <strong>de</strong> São Marcos no Cannes Lions,<br />
aparece na ação ao lado <strong>de</strong> Rosie Arnold,<br />
primeira mulher a se tornar presi<strong>de</strong>nte<br />
do D&AD, além <strong>de</strong> Sir John Hegarty, Mark<br />
Ritson, Corinne Woods e Mark Tutssel.<br />
Três na Gangorra conta com Suppa e Filipe Fratino<br />
A produtora <strong>de</strong> audiovisual três na<br />
gangorra chega ao mercado pelas mãos <strong>de</strong><br />
Miguel Falabella, roteirista, ator, diretor,<br />
produtor e curador <strong>de</strong> conteúdo; Suppa,<br />
que é ilustradora, escritora e diretora artística;<br />
e Filipe Fratino, publicitário, produtor<br />
e diretor <strong>de</strong> cena. Criação, produção e pós-<br />
-produção <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca, entretenimento<br />
e publicida<strong>de</strong> estão no pipeline<br />
da empresa, que nasce com cases como<br />
o canal da charlotte, no YouTube, que já<br />
supera 25 milhões <strong>de</strong> visualizações, além<br />
da websérie Família Pharmaco, projeto <strong>de</strong><br />
entretenimento e bran<strong>de</strong>d content <strong>de</strong>senvolvido<br />
para o Laboratório Hypera Pharma.<br />
Programa busca aceleração digital<br />
A Associação Nacional <strong>de</strong> Jornais (ANJ)<br />
e a Associação Nacional <strong>de</strong> Editores <strong>de</strong><br />
Revistas (Aner) lançam o programa acelerando<br />
a transformação digital com aner<br />
e anJ, criado em parceria com o Centro<br />
Internacional para Jornalistas (ICFJ) e o<br />
Facebook Journalism Project. A iniciativa,<br />
dirigida a jornais e revistas <strong>de</strong> todo o país,<br />
conta com uma série <strong>de</strong> treinamentos,<br />
mentorias e fundos <strong>de</strong> inovação, no valor<br />
<strong>de</strong> US$ 15 mil por projeto selecionado ao<br />
término do programa. O programa quer<br />
promover transformação digital, construir<br />
negócios sustentáveis, <strong>de</strong>senvolver audiências<br />
e fortalecer a cobertura nacional.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />
res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Janaina<br />
Langsdorff e Jéssica Oliveira<br />
Editor especial: Pedro Yves<br />
Repórter: Carolina Vilela e Vinícius<br />
Novaes<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da Luz<br />
Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
mel@editorareferencia.com.br<br />
Tel.: (11) 2065-0748<br />
Monserrat Miró<br />
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Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />
Ferrentini<br />
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Assinaturas/Renovação/<br />
Atendimento a assinantes<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
10 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
PrêmiOs<br />
Ogilvy leva GP na 27ª edição do Prêmio<br />
Abemd com ação para a Panasonic<br />
Óticas Carol foi eleita como Anunciante do Ano no evento, que premiou<br />
um total <strong>de</strong> 59 trabalhos e distribuiu 12 reconhecimentos especiais<br />
27ª edição do Prêmio<br />
A Abemd (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Marketing <strong>de</strong> Dados)<br />
reconheceu um total <strong>de</strong> 59<br />
trabalhos, além <strong>de</strong> 12 premiações<br />
especiais no último dia 21<br />
<strong>de</strong> outubro. Óticas Carol foi o<br />
Anunciante do Ano, e a Ogilvy<br />
levou o Grand Prix com ação<br />
para Panasonic. Atento Brasil<br />
(Call Center/Contact Center),<br />
Marketdata (Campanha/Programa),<br />
PH3A (CRM/Loyalty) e plusoft<br />
DTM (Digital/Mobile) foram<br />
eleitas como Agência do Ano<br />
em cada uma das categorias.<br />
Em Campanha/Programa,<br />
o vencedor foi a Beneficência<br />
Equipe da Marketdata recebe prêmio <strong>de</strong> Agência do Ano em Campanha/Programa<br />
Divulgação<br />
Portuguesa, com Drive-Thru<br />
BP Medicina Diagnóstica, da<br />
Jellyfish. Já a Panasonic ganhou<br />
em Digital/Mobile com Panasonic<br />
Descomplica, da Ogilvy.<br />
Em Melhor dos Melhores, os<br />
premiados foram: Cielo, com<br />
CX Inclusivo, da Atento Brasil<br />
em Call Center/Contact Center;<br />
Cacau Show, com Páscoa Sem<br />
Loja, Mas com Cacau Show, da<br />
PH3A, em CRM/Loyalty; Óticas<br />
Carol, com Estímulo à Venda<br />
Pelo WhatsApp Durante a Pan<strong>de</strong>mia,<br />
da Marketdata, em Campanha/Programa;<br />
e DuPont,<br />
com DuPont Escape Game, da<br />
Plug, na área <strong>de</strong> Digital/Mobile.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 11
prêMios<br />
Mulheres são a maioria entre os<br />
vencedores do Troféu Garra do Galo<br />
Em sua 20ª edição, o tradicional Prêmio Contribuição Profissional,<br />
promovido pela APP, volta ao mercado com novida<strong>de</strong>s nas categorias<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
Luciana Rodrigues, CEO da Grey Brasil Kelly Dores, editora-chefe do PROPMARK Silvio Soleda<strong>de</strong>, presi<strong>de</strong>nte da APP Dorinho, cartunista do PROPMARK<br />
Após um hiato <strong>de</strong> seis anos, Veículos e Plataformas, Marketing<br />
e Marcas, Planejamento e o tradicional Prêmio Contribuição<br />
Ganhadores <strong>de</strong> <strong>2021</strong><br />
Profissional, promovido Estratégia e Prêmio Contribuição<br />
Profissional Especial.<br />
pela APP (Associação dos Profissionais<br />
noMes eMpresas CaTeGorias<br />
<strong>de</strong> Propaganda), volta<br />
atualizado, com novida<strong>de</strong>s nas<br />
categorias e mais diversida<strong>de</strong>.<br />
Em sua 20ª edição, o Prêmio<br />
Contribuição Profissional tem<br />
um total <strong>de</strong> 13 premiados (confira<br />
Luciana Rodrigues<br />
Sandro Vidotto<br />
Grey Brasil<br />
Athon<br />
Li<strong>de</strong>rança<br />
Li<strong>de</strong>rança Regional<br />
a tabela nesta página). En-<br />
Pela primeira vez, haverá mais<br />
mulheres no pódio para receber<br />
Cris Pereira<br />
Grupo <strong>de</strong> Atendimento<br />
tre eles, estão nomes como Lica<br />
e Negócios<br />
Atendimento e Negócios<br />
o Troféu Garra do Galo, que Bueno (Grupo <strong>de</strong> Mídia e Suno<br />
reconhece profissionais que United Creators); Luciana Rodrigues<br />
(Grey Brasil); e dois pro-<br />
realizam ações que valorizam<br />
municação.<br />
Dores, editora-chefe, e o cartunista<br />
Dorinho, que também é<br />
as ativida<strong>de</strong>s do mercado da co-<br />
“Resgatar uma premiação tão<br />
fissionais do PROPMARK: Kelly<br />
Dani Ribeiro<br />
Kelly Dores<br />
Dilma <strong>de</strong> Souza Campos<br />
Publicis Brasil<br />
PROPMARK<br />
Outra Praia<br />
Criação<br />
Comunicação e Conteúdo<br />
Diversida<strong>de</strong> e Inclusão<br />
importante para nosso mercado professor da ECA-USP. Marlene Heliodoro Bastos Filho<br />
(Dorinho)<br />
ECA-USP e PROPMARK Educação<br />
é mais um gran<strong>de</strong> marco neste Bregman, consultora estratégica<br />
ano para a APP Brasil”, <strong>de</strong>staca da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>, que<br />
Lica Bueno<br />
Grupo <strong>de</strong> Mídia e<br />
Suno United Creators<br />
Mídia<br />
Silvio Soleda<strong>de</strong>, presi<strong>de</strong>nte da tem mais <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> carreira,<br />
entida<strong>de</strong>. “A APP está sempre receberá o Prêmio Contribuição Duílio Malfatti Sebrae-SP Marketing e Marcas<br />
acompanhando o profissional <strong>de</strong> Profissional Especial.<br />
Grupo <strong>de</strong> Planejamento<br />
comunicação, por isso, alteramos<br />
algumas categorias. Nosso foi dividida em duas etapas: no<br />
A escolha dos vencedores Gabriela Soares<br />
Planejamento e Estratégia<br />
e Talent Marcel<br />
mercado mudou, nossa realida<strong>de</strong> primeiro momento,<br />
Melissa Vogel Kantar Ibope Tecnologia e Dados<br />
também, hoje po<strong>de</strong>mos enxergar a diretoria da APP<br />
um lugar mais diverso e isso refletiu<br />
Brasil fez um gran<strong>de</strong><br />
Acácio Luiz Costa Grupo Mix Veículos e Plataformas<br />
nas premiações <strong>de</strong>ste ano trabalho <strong>de</strong> pesquisa e<br />
Marlene Bregman<br />
LBTM<br />
Prêmio Contribuição<br />
em que, pela primeira vez, temos indicações. Após este<br />
Profissional Especial<br />
mais mulheres no pódio. Um pequeno<br />
passo para muitos caminhos<br />
que temos pela frente”.<br />
Neste ano, recebem o troféu<br />
profissionais das seguintes<br />
atuações: Profissional <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>rança,<br />
período, a entida<strong>de</strong> realizou<br />
uma votação da<br />
shortlist composta pelos<br />
três profissionais<br />
mais indicados<br />
para<br />
A cerimônia <strong>de</strong> premiação<br />
e entrega do Troféu Garra do<br />
Galo será realizada no dia 18<br />
<strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, a partir <strong>de</strong> 19<br />
horas, em transmissão ao vivo<br />
mais premiações, o intuito do<br />
prêmio é homenagear, valorizar<br />
e enaltecer a atuação do<br />
profissional”, pontua Toninho<br />
Izidoro, diretor da APP. “Este<br />
Li<strong>de</strong>rança Regional,<br />
Atendimento e Negócios, Criação,<br />
Comunicação e Conteúdo,<br />
Diversida<strong>de</strong> e Inclusão, Educação,<br />
Tecnologia e Dados, Mídia,<br />
cada<br />
goria.<br />
cate-<br />
pelo canal da APP Brasil no<br />
YouTube. “O troféu Garra do<br />
Galo é um gran<strong>de</strong> orgulho<br />
para nossa entida<strong>de</strong>. Diferentemente<br />
das <strong>de</strong>-<br />
ano, ainda optamos por realizar<br />
uma grandiosa cerimônia<br />
online. Com certeza, esta edição<br />
será cheia <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s e<br />
emoções”, completa.<br />
12 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
quEm fEz<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
FRESCOR<br />
Que tal um Mate Leão geladinho sentadinho<br />
em uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> praia para ver a vida passar?<br />
Com três filmes <strong>de</strong> 15 segundos estrelados<br />
por Camilla <strong>de</strong> Lucas, a marca <strong>de</strong>talha como<br />
curtir as férias mentais: na brisa do mar,<br />
na companhia do pet, games, música ou com<br />
o crush. A Cine assina a produção dos ví<strong>de</strong>os;<br />
a Tango, a fotografia; e a Shuffle, o áudio.<br />
Ogilvy BrAsil<br />
CHÁS BRASIL<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Passaporte <strong>de</strong> Boa; ECD: Gabriel Araujo;<br />
head of art: Ricardo Leme Lopes; diretor <strong>de</strong> arte:<br />
Thomaz Maksud; redator: Yago Alencar; head of<br />
brand strategy: Thais Frazão; aprovação: Alejandro<br />
Melcon, Juliana Prieto, Claudia Guereca Fernan<strong>de</strong>z,<br />
Pedro Abondanza e Felipe Pinto.<br />
AUTENTICIDADE<br />
Com filme narrado pela icônica Elza Soares,<br />
com o clássico <strong>de</strong> Wilson Simonal Nem<br />
vem que não tem e participação do pianista<br />
Hamilton <strong>de</strong> Holanda, anunciante ressalta,<br />
na campanha institucional O Brasil não inventou,<br />
a criativida<strong>de</strong> e a autenticida<strong>de</strong> dos<br />
brasileiros. Filme também presta homenagem<br />
a Machado <strong>de</strong> Assis.<br />
AlMAPBBDO<br />
ELO<br />
Título: Valorização; CCO: Luiz Sanches; ECDs:<br />
André Gola e Pernil; criação: Charles Faria, Gabriel<br />
Carletti e Hélio Maffia; produtora: Saigon<br />
Filmes; diretor: Dois; áudio: Cabaret; aprovação:<br />
Luis Cassio Oliveira, Renata Ucha Campos e<br />
Thais Ishikawa.<br />
FRAUDE<br />
Com tom histriônico, campanha alerta para<br />
o perigo das mensagens aparentemente inocentes,<br />
mas que no fundo ocultam as garras<br />
afiadas dos agentes <strong>de</strong> golpes fraudulentos.<br />
Ação recomenda cuidado com as senhas, que<br />
não <strong>de</strong>vem ser anotadas no bloco <strong>de</strong> notas do<br />
celular e em pesquisar. E <strong>de</strong>sconfiar sempre,<br />
é o que propõe a Febraban.<br />
iD\TBWA<br />
FEBRABAN<br />
Título: Pare & Pense #Po<strong>de</strong> ser Golpe; ECD: Sthefan<br />
Ko; redatores: Lucio Caramori e Gabriela Camargo;<br />
diretores <strong>de</strong> arte: Paulo Calazans e Susana<br />
Silva; produtoras: Café Royal e Piloto; diretores:<br />
Caio Rubini e Rafael Antonelli; aprovação:<br />
Madalena Na<strong>de</strong>r e Roseli Amaral.<br />
14 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
@audaz *Valor 1000 edição <strong>2021</strong>, Jornal Valor Econômico.<br />
Se você<br />
conhece<br />
marcas que<br />
estão na lista<br />
das maiores *<br />
do Brasil,<br />
você conhece<br />
a Audaz.<br />
E se quiser conhecer mais o que<br />
po<strong>de</strong>mos fazer para o seu negócio,<br />
é só perguntar para elas:<br />
audaz.com.br
we<br />
Mkt<br />
Alliance Football Club/Unsplash<br />
Marcas que não se<br />
apagam, ou, a lição<br />
<strong>de</strong> Fernando Diniz<br />
“E, se você me achar esquisita, respeite<br />
também. Até eu fui obrigada a me respeitar”<br />
Clarice Lispector<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Todas as pessoas, sem exceção, sempre<br />
<strong>de</strong>veriam tomar todos e muito mais<br />
cuidados em seus comportamentos públicos.<br />
Todas. Uma das primeiras e mais importantes<br />
lições <strong>de</strong> branding. De branding<br />
pessoal.<br />
Não importa se a ação envolve unicamente<br />
outra pessoa. Duas ou três, quem<br />
sabe, em torno <strong>de</strong> uma mesa <strong>de</strong> reuniões,<br />
ou no restaurante, ou na praça, enfim, na<br />
vida. Descuidar-se, jamais.<br />
Pior, infinitamente pior, injustificável e<br />
inaceitável, se essa pessoa tem algum tipo<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança formal ou informal. Aí o escorregão,<br />
o <strong>de</strong>stempero e o <strong>de</strong>scontrole são <strong>de</strong>vastadores.<br />
Não com as pessoas ofendidas,<br />
com o ofensor; ainda que, e eventualmente,<br />
coberto <strong>de</strong> razão.<br />
De certa forma, por sua coragem, resiliência,<br />
e tentativas <strong>de</strong> inovação, torcedores<br />
<strong>de</strong> todos os times revelavam algum grau <strong>de</strong><br />
admiração e simpatia pelo técnico <strong>de</strong> futebol<br />
Fernando Diniz.<br />
Depois <strong>de</strong> passagem por diferentes clubes,<br />
on<strong>de</strong> quase todos torciam para que alcançasse<br />
sucesso com suas propostas, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> ser técnico do Fluminense, um dia,<br />
aten<strong>de</strong>ndo ao pedido <strong>de</strong> seus jogadores, o<br />
São Paulo <strong>de</strong>cidiu contratá-lo.<br />
Diniz protagonizou uma cena <strong>de</strong>plorável.<br />
Humilhou, aos berros, com imagens e som<br />
captados por diferentes plataformas, um<br />
<strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados, o jogador Tchê Tchê.<br />
Diante da goleada que o Bragantino começava<br />
a esboçar sobre seu time, Diniz <strong>de</strong>sabafou<br />
sobre Tchê Tchê.<br />
Vou repetir as palavras <strong>de</strong>sculpando-me<br />
pela grosseria: “Tem que jogar, caralho!<br />
Seu ingrato do caralho! Seu perninha do<br />
caralho! Mascaradinho! Vai se fo<strong>de</strong>r...”<br />
E assim, na segunda-feira, 1 º <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong>ste ano, e mesmo com as chances <strong>de</strong><br />
vencer um primeiro e importante campeonato,<br />
Fernando Diniz conseguiu <strong>de</strong>struir<br />
uma imagem construída no correr <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> uma década e foi <strong>de</strong>mitido. Atrás do suposto<br />
inovador estava um ser humano fraco,<br />
<strong>de</strong>sequilibrado, grosseiro.<br />
É isso amigos. Seja qual for a situação,<br />
não se fala o que se quer ou o que vem à cabeça<br />
impunemente.<br />
Nossa marca, a minha, a sua, a do Fernando,<br />
a <strong>de</strong> todos os seres humanos, é a soma<br />
do conhecimento e do reconhecimento<br />
que todas as <strong>de</strong>mais pessoas <strong>de</strong> nosso relacionamento<br />
fazem <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós.<br />
E sem sermos uma marca minimamente<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, não conseguiremos ir a canto<br />
algum. Melhor mesmo nem sair <strong>de</strong> casa.<br />
Demorou em pegar, para ameaçar dar<br />
certo e, neste ano maluco e tumultuado, começou<br />
a alcançar os primeiros resultados.<br />
Mas, e com o tempo, e ainda sem a necessária<br />
consistência, o time por ele dirigido<br />
foi sendo <strong>de</strong>rrotado e saindo da disputa da<br />
Libertadores da América e da Copa Brasil.<br />
Seguiu, com pontos <strong>de</strong> vantagem, na<br />
li<strong>de</strong>rança do Brasileirão. Depois começou<br />
a per<strong>de</strong>r, e <strong>de</strong>sandou. Até que veio o jogo<br />
com o Red Bull Bragantino, e Fernando<br />
E, em ficando em casa, jamais <strong>de</strong>stratar<br />
os que convivem e moram com você. É por<br />
on<strong>de</strong> começam todas as cartilhas e livros<br />
que tratam do branding. Fernando Diniz<br />
quebrou o encanto. Revelou-se e revelou o<br />
Fernando Diniz que escondia.<br />
Por muitos anos, quem sabe nunca mais,<br />
os torcedores <strong>de</strong> futebol conseguirão olhar<br />
e ver nele o que viam até minutos antes da<br />
agressão dirigida a um <strong>de</strong> seus jogadores, a<br />
um <strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
16 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
PROPMARK DIGITAL<br />
OU IMPRESSO. QUEM<br />
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55 ANOS. DE VIDA.
Eyond thE linE<br />
Headway/Unsplash<br />
Evento é coisa séria!<br />
Mesmo com um cenário político complicado, a<br />
indústria <strong>de</strong>verá ter um 2022 bastante aquecido<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Um dos efeitos colaterais do período da<br />
pan<strong>de</strong>mia foi a banalização dos eventos<br />
virtuais. Fazer uma live passou a ser<br />
algo acessível a qualquer interessado em<br />
passar um conteúdo, realizar uma ativida<strong>de</strong><br />
sociocultural ou simplesmente dividir<br />
sua opinião com um grupo <strong>de</strong> pessoas.<br />
Surgiram ferramentas gratuitas e amigáveis<br />
e muita gente se viu como um<br />
organizador <strong>de</strong> eventos virtuais. Com o<br />
tempo, essa banalização começou a mostrar<br />
que não é bem assim. Passada a novida<strong>de</strong>,<br />
o que fica agora é a clara percepção<br />
<strong>de</strong> que não basta abrir Zoom, Teams, Meet<br />
ou Insta e sair apresentando o que se<br />
julga oportuno.<br />
A proliferação <strong>de</strong> lives nos <strong>de</strong>ixou todos<br />
mais seletivos e, <strong>de</strong> repente, vimos a audiência<br />
cair drasticamente. Entrei em lives<br />
interessantes cuja audiência não passava<br />
<strong>de</strong> meia dúzia <strong>de</strong> gatos pingados. Constrangedor...<br />
E o que a gente ouvia era: “O<br />
conteúdo vai ficar gravado para as pessoas<br />
verem <strong>de</strong>pois”. Hmmm... Será?<br />
Com tanto conteúdo disponível por aí,<br />
será que, se per<strong>de</strong>rmos o timing do momento,<br />
ele continuará relevante? O que<br />
aconteceu é que era tanta live e evento<br />
virtual que ficou difícil i<strong>de</strong>ntificar o que<br />
realmente valia a pena. Por outro lado, os<br />
eventos consagrados acabaram ampliando<br />
seu público pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso virtual.<br />
Mas qual foi o engajamento e o nível <strong>de</strong><br />
atenção ao evento?<br />
Vamos a um exemplo: Cannes Lions Festival.<br />
Acompanhamos sua versão virtual<br />
este ano. O conteúdo foi tão bom quanto<br />
ao <strong>de</strong> anos anteriores: mais <strong>de</strong> 200 palestrantes/painelistas.<br />
Mas a experiência é incomparável.<br />
Quando você vai a um evento,<br />
principalmente esses que exigem viagem e<br />
<strong>de</strong>dicação integral <strong>de</strong> tempo, você está lá<br />
por inteiro.<br />
Além <strong>de</strong> acompanhar as palestras, você<br />
interage com pessoas, troca i<strong>de</strong>ias nos<br />
intervalos e, principalmente, você está<br />
imune às distrações do home office e da facilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sligar do evento. A gente<br />
vivencia o evento pelos cinco sentidos. Você<br />
absorve muito mais do que o conteúdo<br />
formal. Agora, com a retomada dos eventos<br />
presenciais, a organização <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong><br />
se torna ainda mais complexa. É consenso<br />
que não abandonaremos o lado virtual<br />
dos eventos, mesmo tendo liberda<strong>de</strong> total<br />
para o presencial. Há diversos aspectos do<br />
virtual que ampliam o espectro <strong>de</strong> atuação<br />
dos eventos.<br />
Assim, além <strong>de</strong> lidar com um gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> variáveis dos eventos presenciais,<br />
teremos <strong>de</strong> agregar outros pontos típicos<br />
do streaming.<br />
O check-list dos eventos híbridos se tornou<br />
muito mais extenso e complexo. E aí<br />
está meu ponto central <strong>de</strong>ste artigo: mais<br />
do que nunca, é preciso muito profissionalismo!<br />
Além da boa escolha <strong>de</strong> um local, dos<br />
recursos tecnológicos, <strong>de</strong> logística e <strong>de</strong> todas<br />
as tarefas que já passavam fácil <strong>de</strong> três<br />
dígitos no presencial, o <strong>de</strong>safio agora é coor<strong>de</strong>nar<br />
as novas <strong>de</strong>mandas especializadas<br />
do virtual.<br />
Muitas agências estão reportando dificulda<strong>de</strong><br />
em encontrar profissionais para<br />
aten<strong>de</strong>r a essa <strong>de</strong>manda que, felizmente,<br />
volta a crescer exponencialmente. E isso<br />
é só o começo da retomada. Devido ao represamento<br />
e à conclusão <strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s<br />
puramente virtuais não entregam a<br />
experiência completa, prevê-se um boom<br />
<strong>de</strong> eventos no ano que vem.<br />
Mesmo com um cenário sociopolítico<br />
complicado, a indústria <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>verá<br />
ter um 2022 bastante aquecido. Como<br />
garantir as melhores datas e os melhores<br />
espaços num ambiente bastante competitivo?<br />
Como ter profissionais à altura da <strong>de</strong>manda<br />
esperada?<br />
Como efeito colateral da parada <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> 1,5 ano, muitos profissionais foram procurar<br />
outros mercados. E como lidar com o<br />
aumento <strong>de</strong> custo, que já se percebe hoje?<br />
Sim, muitos organizadores estão preocupados<br />
com o preço <strong>de</strong> materiais para<br />
montagens cenográficas e <strong>de</strong> estan<strong>de</strong>s, por<br />
exemplo. Não há dúvida <strong>de</strong> que o mercado<br />
não estará para amadores. Mais do que<br />
nunca, será necessário contar com recursos<br />
profissionais e com a especialização<br />
dos mais experientes. Não dá para quebrar<br />
galho. Evento é coisa séria!<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
18 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
17ª Edição<br />
Que tal criar como um<br />
artista? Re<strong>de</strong>scubra o<br />
significado <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
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inspiração<br />
a Entrevista<br />
Fotos: Acervo Pessoal e Freepik<br />
“Nos fins <strong>de</strong> semana saíamos para andar <strong>de</strong> metrô, que não<br />
tinha na nossa cida<strong>de</strong>, ou ver avião pousando no aeroporto”<br />
luciana padovani<br />
Especial para o pRopMaRK<br />
Tenho uma lembrança viva daquela entrevista.<br />
2008. Numa sala sem janelas<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma das maiores e mais respeitadas<br />
agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do país, eu<br />
respondia, em cadência, perguntas feitas<br />
em uma espécie <strong>de</strong> jogral.<br />
Na hora, na ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar as respostas<br />
certas - coisa que, aliás, se esvai com<br />
a maturida<strong>de</strong> - nem me <strong>de</strong>i conta <strong>de</strong> quão<br />
grandioso foi o momento.<br />
À minha direita, a VP <strong>de</strong> RH, que explorava<br />
minuciosamente meu cv e me fazia as<br />
perguntas com as quais já estava mais acostumada.<br />
À minha esquerda, o VP <strong>de</strong> planejamento,<br />
pessoa a que vi ser chamada <strong>de</strong><br />
gênio algumas vezes. E eram as perguntas<br />
que vinham <strong>de</strong>le que me <strong>de</strong>ixavam mais intrigada.<br />
Importante dizer que, àquela altura, eu<br />
já tinha passado bons anos trabalhando no<br />
mercado financeiro e era treinada em respon<strong>de</strong>r<br />
sobre objetivos, metas e resultados.<br />
Mas ele… ele me perguntava sobre viagens,<br />
comportamento, sobre como eu<br />
“olhava” para o mundo, o que me inspirava<br />
e me <strong>de</strong>spertava curiosida<strong>de</strong>.<br />
Saí <strong>de</strong> lá achando que tinha sido uma<br />
das piores entrevistas da minha vida e dias<br />
<strong>de</strong>pois, contrariando a minha percepção,<br />
recebi a proposta que me fez <strong>de</strong>butar no<br />
maravilhoso e apaixonante mundo da publicida<strong>de</strong>.<br />
Há poucas semanas, olhando para as peripécias<br />
da minha sobrinha <strong>de</strong> dois anos,<br />
meu pai comentou o quanto havia cuidado<br />
para que eu e meu irmão fôssemos estimulados<br />
a conhecer coisas novas na infância.<br />
Até então, nunca tinha percebido que aquele<br />
modo <strong>de</strong> educar era uma escolha.<br />
Cresci achando que aquilo era o que era a<br />
vida, do jeito que tinha <strong>de</strong> ser.<br />
Como crianças, fazíamos o que queríamos<br />
e o que não queríamos.<br />
Estudávamos para tirar nota boa. Era<br />
obrigação.<br />
Também tínhamos <strong>de</strong> ir - família toda<br />
- para a compra do mês no hipermercado<br />
logo no dia que meus pais recebiam salário,<br />
o que incluía carregar vasilhames, encher o<br />
carrinho, empacotar, levar pro carro, tirar<br />
do carro, <strong>de</strong>sempacotar e organizar no armário<br />
- sequência louca que não gosto <strong>de</strong><br />
fazer até hoje.<br />
Nos fins <strong>de</strong> semana saíamos para andar<br />
<strong>de</strong> metrô, que não tinha na nossa cida<strong>de</strong>,<br />
ou ver avião pousando no aeroporto. Íamos<br />
ao parque, Estação Ciência, teatro municipal<br />
e cinema vez por outra.<br />
Nas férias, com meus avós, ajudávamos a<br />
reunir mantimentos e íamos distribuir nas<br />
casas <strong>de</strong> quem mais precisava.<br />
Visitávamos as tias-avós, andávamos<br />
pelo bairro e parávamos na banca para ler<br />
as capas das revistas.<br />
E foi assim, contente ou contrariada, andando,<br />
observando e transitando nos mais<br />
diferentes universos que acabei expandindo<br />
o meu estar no mundo. Comecei a viajar<br />
e continuei a me interessar por coisas, por<br />
gente, por modos <strong>de</strong> viver.<br />
A tal curiosida<strong>de</strong> que a gente formalmente<br />
chama <strong>de</strong> “buscar referências” faz enten<strong>de</strong>r<br />
que não há certo ou errado, mas sim um<br />
aproximar ou afastar <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> contextos, cenários ou culturas.<br />
Faz a gente conversar com quem quer e<br />
com quem não quer. Ouvir.<br />
Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito tempo entendi que<br />
aquelas perguntas sutis, abertas e tão espertas<br />
que o “gênio” me fez na entrevista<br />
eram sobre o que mais importava para ele:<br />
saber se eu já estava trilhando esse caminho<br />
sem volta que é o <strong>de</strong> buscar enten<strong>de</strong>r<br />
o que acontece no mundo e não apenas “no<br />
meu” mundo.<br />
Luciana Padovanio é head <strong>de</strong> planejamento da<br />
Ampfy<br />
20 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
o papel e as árvores<br />
Todos os dias no Brasil é plantado, em média, o equivalente<br />
a cerca <strong>de</strong> 500 campos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> árvores para a<br />
produção <strong>de</strong> papel e outros produtos.<br />
Fonte: Ibá, 2018.<br />
A campanha LOVE PAPER é uma criação original <strong>de</strong> Two Si<strong>de</strong>s. Acesse lovepaper.org.br e saiba mais.<br />
Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias <strong>de</strong> base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação<br />
impressa. Two Si<strong>de</strong>s, a mais importante iniciativa do setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens <strong>de</strong> papel, bem como<br />
esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização <strong>de</strong>sses recursos. Papel, papelcartão e papelão são provenientes <strong>de</strong> florestas cultivadas e<br />
gerenciadas <strong>de</strong> forma sustentável. Além disso, são recicláveis e bio<strong>de</strong>gradáveis.<br />
Descubra mais<br />
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LOVE<br />
PAPER<br />
www.lovepaper.org.br<br />
www.twosi<strong>de</strong>s.org.br
enTreviSTa<br />
Silvia ToShie Tamai<br />
diretora <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Philips Walita<br />
noSSa i<strong>de</strong>ia<br />
é aproximar<br />
a marca do<br />
público maiS<br />
jovem<br />
No ar em canais digitais com a campanha<br />
Nocaute, a Philips Walita busca uma<br />
comunicação mais irreverente e colocou<br />
a atleta <strong>de</strong> UFC Amanda Ribas para ‘lutar’<br />
contra a jarra da nova linha <strong>de</strong> liquidificadores<br />
Liqui Série 5000 para mostrar que ela é inquebrável.<br />
“A i<strong>de</strong>ia foi se apropriar <strong>de</strong>sse produto com tantos<br />
diferenciais e colocar isso <strong>de</strong> uma maneira mais<br />
irreverente no mercado”, diz a diretora <strong>de</strong> marketing<br />
Silvia Toshie Tamai. Nesta entrevista, a executiva fala<br />
sobre o propósito <strong>de</strong> inovação da marca e os planos<br />
para focar mais nos jovens em um novo momento<br />
da comunicação, dando mais voz à diversida<strong>de</strong>.<br />
kelly dores<br />
O que está por trás da estratégia <strong>de</strong><br />
divulgação da nova linha <strong>de</strong> liquidificadores<br />
Liqui Série 5000 com a lutadora<br />
<strong>de</strong> UFC Amanda Ribas?<br />
Este é um momento muito bacana<br />
para a Philips Domestic Appliances.<br />
Temos uma linha muito<br />
forte e é uma produção local,<br />
brasileira, em que a gente diferencia<br />
muito os nossos produtos<br />
com um propósito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às<br />
necessida<strong>de</strong>s dos consumidores.<br />
Eles pe<strong>de</strong>m, por exemplo, que<br />
o liquidificador tenha uma jarra<br />
inquebrável, parece que não,<br />
mas é muito comum as pessoas<br />
terem problemas porque não têm<br />
uma substituição e a questão <strong>de</strong><br />
higiene também era outro ponto,<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r remover as lâminas.<br />
Consi<strong>de</strong>rando muito esses<br />
insights que a gente escuta por<br />
meio <strong>de</strong> pesquisas com os nossos<br />
consumidores, o projeto foi<br />
<strong>de</strong>senhado <strong>de</strong> forma taylor ma<strong>de</strong><br />
para aten<strong>de</strong>r a essas necessida<strong>de</strong>s.<br />
Trouxemos uma jarra maior<br />
e inquebrável, foram vários benefícios<br />
que a nova linha entrega<br />
para o consumidor. A i<strong>de</strong>ia foi se<br />
apropriar <strong>de</strong>sse produto com tantos<br />
diferenciais e colocar isso <strong>de</strong><br />
uma maneira mais irreverente no<br />
mercado. Foi então que convidamos<br />
a Amanda Ribas, que é uma<br />
das principias lutadoras globais<br />
<strong>de</strong> UFC, está entre as top 10, e ela<br />
tem essa questão da robustez,<br />
pelo próprio esporte, uma ligação<br />
com o nosso produto. E também<br />
por ser mulher, trazendo diversida<strong>de</strong><br />
para a nossa campanha e<br />
mais mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> porque estamos<br />
falando <strong>de</strong> um esporte que<br />
tem um público mais jovem que<br />
gosta. A Philips Walita aten<strong>de</strong> há<br />
muito tempo o público acima <strong>de</strong><br />
35 anos, pois é uma marca com<br />
mais <strong>de</strong> 80 anos <strong>de</strong> mercado,<br />
com bastante credibilida<strong>de</strong>, conhecimento<br />
com esse público,<br />
então consi<strong>de</strong>ramos que era uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aproximar<br />
dos mais jovens. E a Amanda<br />
Ribas tem esse approach e achamos<br />
que era o casamento i<strong>de</strong>al. E<br />
realmente foi bacana porque ela<br />
colocou essa abordagem <strong>de</strong> uma<br />
forma muito proprietária, pois é<br />
uma pessoa supercomprometida<br />
com a saú<strong>de</strong> e o bem-estar. Esse é<br />
um outro ponto importante, que<br />
tem a ver com o nosso propósito.<br />
Qual foi a agência que criou a campanha<br />
e quais são as ações que a<br />
atleta participa?<br />
A agência foi a Jüssi, que é a<br />
nossa principal parceira na parte<br />
<strong>de</strong> comunicação. Nós fizemos<br />
todo um storytelling com a Amanda,<br />
porque a campanha não é só<br />
sobre a luta em si, que é o gran<strong>de</strong><br />
momento da campanha, com o<br />
filme <strong>de</strong> um minuto e meio. Fomos<br />
construindo a narrativa com<br />
ela, o conceito, a preparação para<br />
a luta abordando a importância<br />
<strong>de</strong> uma alimentação saudável, <strong>de</strong><br />
se exercitar, e <strong>de</strong> como o liquidificador<br />
é um aliado nessa busca<br />
por uma alimentação melhor.<br />
Construímos esse storytelling até<br />
chegar <strong>de</strong> fato ao filme, on<strong>de</strong> ela<br />
vai para o ringue <strong>de</strong> forma lúdica<br />
(e ‘luta’ contra a jarra inquebrável<br />
do novo liquidificador da marca),<br />
sempre em tom <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira.<br />
Amanda também está em ativações<br />
no ponto <strong>de</strong> venda. É uma<br />
campanha 100% digital, estamos<br />
focando nos principais canais,<br />
até o fim do ano.<br />
O objetivo é se aproximar do público<br />
mais jovem?<br />
Realmente a nossa i<strong>de</strong>ia é<br />
aproximar a marca do público<br />
mais jovem. A Philips Walita é<br />
indiscutível lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado<br />
quando se fala em imagem <strong>de</strong><br />
marca, com maior awareness,<br />
top of mind e preferência em todas<br />
as faixas etárias, porém, nas<br />
faixas um pouco mais jovem, <strong>de</strong><br />
25 a 35 anos, não tem o mesmo<br />
recall que tem entre o público<br />
mais velho. E isso se reflete em<br />
todas as linhas <strong>de</strong> produto, como<br />
liquidificadores, processadores e<br />
ferros. Então, essa campanha foi<br />
pensada para um público mais<br />
jovem. A gente vê uma preocupação<br />
com saú<strong>de</strong> e bem-estar muito<br />
forte <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa faixa etária e a<br />
marca tem um produto que ajuda<br />
as pessoas nesse dia a dia, e o<br />
esporte é algo que move a todos.<br />
Quais são as categorias em que a<br />
Philips Walita é lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado?<br />
A Philips Walita li<strong>de</strong>rou vários<br />
segmentos, como air fryer, juicer,<br />
que são categorias em que a marca<br />
foi pioneira e seguem sendo<br />
bastante importantes. Em valor,<br />
Philips Walita tem bastante relevância<br />
também nas categorias<br />
<strong>de</strong> liquidificadores, processadores<br />
<strong>de</strong> alimentos, e a companhia<br />
está sempre buscando inovações<br />
e diferenciais. O nosso objetivo<br />
nem é ser lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado em<br />
volume, até porque existem marcas<br />
com preço muito mais barato<br />
e atingem um público muito<br />
maior. A nossa meta é ser lí<strong>de</strong>r<br />
em inovação, em trazer produtos<br />
diferenciados. No mundo, somos<br />
a empresa que ven<strong>de</strong> mais air<br />
fryer, e no Brasil somos colí<strong>de</strong>r<br />
na categoria <strong>de</strong> processadores <strong>de</strong><br />
alimentos. Nas outras categorias,<br />
somos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa<br />
<strong>de</strong> preço mais alta. Por exemplo,<br />
a Philips Walita não tem<br />
liquidificador que custa abaixo<br />
<strong>de</strong> R$ 139,00. O mercado abaixo<br />
<strong>de</strong>sse preço representa 60%.<br />
Não temos produtos nessa faixa,<br />
nossos produtos têm qualida<strong>de</strong>,<br />
não atuamos no mercado <strong>de</strong> low<br />
price. A Phiilips Walita traz produtos<br />
que duram, são resistentes<br />
e isso tem um preço. A marca<br />
preza pela qualida<strong>de</strong> e por isso<br />
atuamos nessa faixa <strong>de</strong> mercado.<br />
Philips Walita é a única marca do<br />
Brasil que em todas as linhas dá<br />
dois anos <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> fábrica.<br />
“Um dos pontos é ter Um<br />
plano <strong>de</strong> marketing mais<br />
robUsto e consistência<br />
na comUnicação”<br />
22 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
O que a marca faz para inovar frente<br />
à concorrência tão pulverizada?<br />
O liquidificador po<strong>de</strong> ser um<br />
exemplo popular <strong>de</strong> inovação. A<br />
Philips Walita é a única marca do<br />
mercado que tem uma jarra que<br />
não quebra, porque o consumidor<br />
troca <strong>de</strong> liquidificador quando a<br />
jarra quebra, pois vale mais a pena<br />
comprar outro. Isso é ruim para o<br />
consumidor e para a natureza, que<br />
vai receber todo esse lixo plástico.<br />
Esse é o principal motivo <strong>de</strong> reclamação.<br />
Então, fomos atrás <strong>de</strong> uma<br />
empresa que produz um polímero<br />
que vai na mesma janela dos aviões<br />
e <strong>de</strong>senvolvemos uma jarra<br />
que não quebra. Air frayer também<br />
foi uma gran<strong>de</strong> disrupção no<br />
mercado e foi a Philips Walita que<br />
criou. Depois veio toda a concorrência<br />
atrás, mas a nossa tecnologia<br />
<strong>de</strong> air frayer é patenteada.<br />
Os concorrentes po<strong>de</strong>m copiar<br />
nome e formato, mas a tecnologia<br />
é nossa. Agora vamos lançar um<br />
processador <strong>de</strong> alimentos em que<br />
a pessoa po<strong>de</strong> personalizar com<br />
os acessórios que ela quiser. E<br />
nenhum concorrente oferece isso<br />
para o consumidor. A gente sempre<br />
busca inovação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> serviço<br />
passando por pequenas coisas,<br />
como montar o próprio processador,<br />
por uma jarra inquebrável e<br />
uma tecnologia <strong>de</strong> air frayer que<br />
é patenteada e não tem nenhuma<br />
no mundo inteiro que se compara.<br />
E qual é a sua missão à frente do<br />
marketing <strong>de</strong> uma empresa do tamanho<br />
da Philips Walita?<br />
A missão é manter tudo <strong>de</strong><br />
bom e <strong>de</strong> forte que essa marca já<br />
tem. São 82 anos com um portfólio<br />
completo, entregando muita<br />
inovação e qualida<strong>de</strong>, colocando<br />
o consumidor no centro <strong>de</strong> tudo,<br />
e chegar mais perto do target que<br />
a marca tem mais distanciamento<br />
hoje, que são os mais jovens.<br />
E temos uma oportunida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>,<br />
porque hoje vemos os jovens<br />
saindo mais cedo das casas dos<br />
pais. Outra questão importante é<br />
que hoje temos mais autonomia<br />
para expansão <strong>de</strong> portfólio. Ainda<br />
temos um foco alto na cozinha,<br />
mas a i<strong>de</strong>ia é expandir para outros<br />
ambientes. Nosso propósito<br />
é transformar casas em lares, ou<br />
seja, é mais do que um local on<strong>de</strong><br />
você simplesmente vive com as<br />
pessoas, mas ser um lugar on<strong>de</strong> se<br />
celebra e <strong>de</strong>sfruta os momentos. A<br />
i<strong>de</strong>ia é que a Philips Walita seja um<br />
facilitador para as pessoas terem<br />
esses momentos, mais do que cozinhar<br />
para a família e os amigos.<br />
E quais são as estratégias para colocar<br />
isso em prática?<br />
Um dos pontos é ter um plano<br />
<strong>de</strong> marketing mais robusto e muita<br />
consistência na nossa comunicação.<br />
A campanha da Amanda é<br />
só a primeira, pois a i<strong>de</strong>ia é que<br />
as campanhas estejam cada vez<br />
Alê Oliveira<br />
mais presentes em vários meios,<br />
levando conteúdo para os consumidores.<br />
Hoje o digital é um canal<br />
muito importante, mas eu acredito<br />
em todos os canais. O principal<br />
objetivo é ter uma estratégia <strong>de</strong><br />
comunicação mais contínua.<br />
Então a marca vai aumentar o investimento<br />
em marketing?<br />
Estamos justamente num<br />
momento <strong>de</strong> revisão do nosso<br />
planejamento estratégico e consi<strong>de</strong>ramos,<br />
sim, um aumento <strong>de</strong><br />
investimento no Brasil para reforçar<br />
a marca Philips Walita.<br />
A Jüssi é a única agência da marca?<br />
Hoje é a única agência na parte<br />
<strong>de</strong> comunicação, mas temos<br />
outras em tra<strong>de</strong> marketing e relações<br />
públicas. Mas nesse planejamento<br />
estratégico a gente está,<br />
inclusive, revendo se vamos incrementar<br />
esse pool <strong>de</strong> agências,<br />
porque estamos reforçando a<br />
presença no digital, talvez tenhamos<br />
mais parceiros futuramente.<br />
O que a Philips Walita busca fazer<br />
em relação à diversida<strong>de</strong> e ter mais<br />
inclusão em suas ações?<br />
O caso da campanha com a<br />
Amanda Ribas é um belo exemplo,<br />
<strong>de</strong> valorizar uma mulher ousada,<br />
que está num esporte muito reconhecido<br />
pelo público masculino.<br />
Mais do que isso, é nossa vivência<br />
em casa. Trabalhei antes na Philips<br />
Walita, <strong>de</strong> 2005 a 2011, e já naquele<br />
momento era a empresa on<strong>de</strong> eu<br />
vi mais mulheres na li<strong>de</strong>rança. E<br />
voltando nesse novo momento eu<br />
continuo vendo muitas mulheres<br />
no alto escalão da companhia. Essa<br />
pauta é vivida pela Philips há muitos<br />
anos. Além disso, hoje, toda a<br />
nossa comunicação em re<strong>de</strong>s sociais<br />
fala com personagens reais.<br />
Não estamos mais usando mo<strong>de</strong>los,<br />
personagens <strong>de</strong> ‘família Doriana’,<br />
falamos família com crianças<br />
com síndrome <strong>de</strong> Down, <strong>de</strong> casais<br />
gays que adotam uma criança. A<br />
gente está imprimindo isso na nossa<br />
comunicação em re<strong>de</strong> sociais<br />
com personagens reais, <strong>de</strong> todas as<br />
classes sociais, cores e gêneros. Já<br />
i<strong>de</strong>ntificamos que as pessoas não<br />
se i<strong>de</strong>ntificam mais com super-heróis.<br />
Hoje o i<strong>de</strong>al do consumidor é<br />
estar próximo daquilo que ele vive.<br />
“não estamos<br />
mais Usando<br />
mo<strong>de</strong>los,<br />
personagens<br />
<strong>de</strong> ‘família<br />
doriana’”<br />
Como a marca é reconhecida pelo<br />
consumidor brasileiro?<br />
Walita é uma marca brasileira<br />
e Philips é global. Walita imprime<br />
muito amor, conhecimento e tem<br />
muito reconhecimento. Já comunicamos<br />
as duas marcas há muito<br />
tempo e não temos a intenção <strong>de</strong><br />
separar. Philips Walita tem muita<br />
credibilida<strong>de</strong> e tradição passada<br />
<strong>de</strong> geração para geração. Esse é<br />
um novo momento para a marca,<br />
a i<strong>de</strong>ia é que a marca volte mais<br />
para a mídia e também para o<br />
ponto <strong>de</strong> venda.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 23
mErcado<br />
Embora ainda tímido, gênero<br />
neutro começa a ser “explor@<strong>de</strong>”<br />
A nova linguagem já <strong>de</strong>sperta <strong>de</strong>bates e profissionais dizem que é um<br />
caminho sem volta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a publicida<strong>de</strong> use-a com consciência<br />
Unsplash<br />
Gênero neutro adota até o @ no lugar do “a”, além do “e” on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria ser usado “o”; Galeria explorou a linguagem para anunciar conquista do TikTok<br />
Neusa spaulucci<br />
Nem um nem outro. É neutro. É paralelo<br />
ao masculino e ao feminino. “Portantes”,<br />
é assim que é a linguagem <strong>de</strong> gênero,<br />
que não é nova, começa a entrar na publicida<strong>de</strong>.<br />
Dia <strong>de</strong>sses foi a Galeria que “inventou”<br />
palavras para avisar, no Instagram,<br />
que o TikTok tinha “baixa<strong>de</strong>s” na agência.<br />
Começava assim: “Amigues, queri<strong>de</strong>s...<br />
A conta criativa do TikTok está mudando<br />
<strong>de</strong> agência. Ela estava na DPZ&T e segue<br />
agora para a Galeria...”. E terminava assim:<br />
“Quem tem TikTok tem tudo”… bem-vin<strong>de</strong>s,<br />
queri<strong>de</strong>s!”. Repercutiu bem!<br />
Depois foi um artigo <strong>de</strong> Andre Fischer,<br />
publicado na Ilustríssima, da edição do último<br />
dia 3, na Folha <strong>de</strong> S.Paulo, sob o título:<br />
Estamos prontes para o gênero neutro?, sobre<br />
as linguagens neutra e inclusiva. Enfim,<br />
a linguagem está na boca do povo e o fato é<br />
que a moçada, em especial, adotou o @ no<br />
lugar do “a”; o “e” substitui o “o”, e assim<br />
por diante. Po<strong>de</strong> tudo, viu!<br />
Para Danilo Janjacomo, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> criação da Isobar Brasil, o mercado começa<br />
lentamente a adotar o gênero neutro,<br />
mas “ainda falta muita informação e cons-<br />
ciência da importância do gênero neutro”.<br />
“Um dos pontos a observar é que esse movimento<br />
<strong>de</strong> linguagem e representativida<strong>de</strong><br />
não é uma consciência global, <strong>de</strong>vido a<br />
muitos países não terem artigos <strong>de</strong> gênero<br />
na língua nativa – como é o caso daqueles<br />
<strong>de</strong> língua inglesa”. Mas, segundo ele, já<br />
alerta marcas que ao mencionarem “os nossos<br />
consumidores, por exemplo, po<strong>de</strong>m falar<br />
‘consumidores da nossa marca’”. “Essa<br />
consciência <strong>de</strong> que não estamos falando<br />
apenas do artigo em si, mas <strong>de</strong> procurarmos<br />
formas <strong>de</strong>, cada vez mais, criarmos<br />
mensagens que não isolem nenhum grupo<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”, observa Janjacomo.<br />
Já Dimas Ribeiro, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> conteúdo<br />
da Jüssi, fala que, com a importante<br />
preocupação <strong>de</strong> incluir todas as pessoas e<br />
criar um espaço seguro <strong>de</strong> troca, o crescimento<br />
da linguagem neutra <strong>de</strong>ve se dar aos<br />
poucos nesse mercado. “Isso porque várias<br />
questões intrínsecas ro<strong>de</strong>iam o uso da mesma.<br />
O objetivo é a representação <strong>de</strong> todas<br />
as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero, inclusive as não<br />
binárias, e creio que ainda estamos no caminho<br />
da comunicação i<strong>de</strong>al por meio do<br />
diálogo com toda a comunida<strong>de</strong>”.<br />
Daniela Graicar, sócia e CEO da PROS, e<br />
“Para muitos, a língua<br />
Portuguesa já comPorta<br />
neutralida<strong>de</strong>, e essa<br />
discussão ainda é<br />
latejante entre as<br />
Partes interessadas”<br />
fundadora do Movimento Aladas, constata<br />
que já se vê esse movimento acontecer cada<br />
vez mais no mercado, “até porque tem <strong>de</strong><br />
se estar conectado e acompanhar as mudanças<br />
e necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>”. “Não<br />
acho que uma adoção real tenha sido iniciada,<br />
mas já po<strong>de</strong>mos ver alguns exemplos<br />
nesse sentido”, afirma.<br />
Sofia Ricciardi, diretora <strong>de</strong> relevância digital<br />
da SoWhat, é mais enfática e fala que<br />
“com certeza o mercado já adota a linguagem<br />
neutra”. “Para muito além da linguagem<br />
‘dita’, a preocupação e o olhar para o<br />
gênero neutro estão em várias outras frentes<br />
<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> marca: da roupa, ao<br />
perfume, ao tweet, à gravação da voz <strong>de</strong><br />
24 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Paula Queiroz: mercado ainda se divi<strong>de</strong> sobre o assunto<br />
um serviço <strong>de</strong> assistência virtual”. Segundo<br />
ela, no atual contexto – cujas conversas<br />
estão ganhando protagonismo ao mesmo<br />
tempo que o mercado está cada vez mais<br />
“pessoal e personalizável” – é i<strong>de</strong>al que essas<br />
formas <strong>de</strong> linguagem sejam adotadas.<br />
Em contrapartida, Marcelo Rullo, head <strong>de</strong><br />
estratégia e conteúdo na Oliver Latin America,<br />
lembra que esse é um movimento que<br />
tem pouco tempo e ainda é tímido.<br />
“Temos poucos movimentos <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong>dicados a isso e muito <strong>de</strong>ntro do<br />
social. Começou ali, com as novas gerações<br />
se posicionando no Twitter, as problematizações<br />
vão também para outras re<strong>de</strong>s,<br />
como TikTok e YouTube. Então, as re<strong>de</strong>s<br />
sociais são o principal canal on<strong>de</strong> esse discurso<br />
tem voz. A partir disso, como vemos,<br />
um movimento <strong>de</strong> mercado das marcas se<br />
apropria das conversas nas re<strong>de</strong>s, é natural<br />
que elas entrem e discutam esse tema”.<br />
Já Paula Queiroz, head <strong>de</strong> planejamento<br />
da Cheil, avalia que o mercado ainda se divi<strong>de</strong><br />
em relação ao uso do gênero neutro, e<br />
que ainda existem clichês. “Vejo marcas jovens<br />
adotando como forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
e postura corporativa, mas a verda<strong>de</strong> é que<br />
o gênero neutro é um caminho sem volta e,<br />
como toda mudança social, vai acontecendo<br />
passo a passo <strong>de</strong> forma contínua e vai chegar<br />
a todas esferas da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> ser uma tendência <strong>de</strong> um nicho para se<br />
tornar uma prática universal”, <strong>de</strong>clara. Ou<br />
seja, ela acredita que “todas as marcas passarão<br />
a adotar o gênero neutro da mesma<br />
forma que adotaram discursos sobre empo<strong>de</strong>ramento<br />
feminino e não ao racismo”.<br />
sEr ou não sEr<br />
Sobre ser tendência ou não, Janjacomo<br />
fala que não chama a linguagem neutra <strong>de</strong><br />
tendência, mas, sim, “<strong>de</strong> evolução da própria<br />
linguagem, com mais consciência e importância<br />
do papel social que ela tem”. “E,<br />
sim, é um caminho sem volta, que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
do tempo para acontecer”.<br />
Ribeiro segue a mesma linha <strong>de</strong> raciocínio<br />
e vai além, afirmando que não “apostaria<br />
nisso como tendência, mas, sim, como<br />
uma realida<strong>de</strong> iminente <strong>de</strong> pessoas que não<br />
se sentem representadas pelo masculino/feminino”.<br />
“Para muitos, a língua portuguesa<br />
Sofia Riciardi: setor já adota linguagem neutra<br />
“não sei se o gênero<br />
neutro vai se tornar<br />
regra, esPecialmente<br />
como está sendo aPlicado<br />
neste momento, mas esse<br />
movimento vai gerar<br />
imPacto na forma como<br />
nos comunicamos”<br />
já comporta neutralida<strong>de</strong>, e essa discussão<br />
ainda é latejante entre as partes interessadas”,<br />
diz e acrescenta: “É mais uma questão<br />
<strong>de</strong> quando isso começa a acontecer <strong>de</strong> forma<br />
perene do que se realmente vai acontecer”.<br />
Já Daniela lança uma dúvida, ao <strong>de</strong>clarar<br />
que o português é uma língua viva,<br />
que vem apresentando várias evoluções <strong>de</strong><br />
acordo com as mudanças culturais ao logo<br />
do tempo. “Não sei se o gênero neutro vai<br />
se tornar regra, especialmente como está<br />
sendo aplicado neste momento, mas esse<br />
movimento certamente vai gerar um impacto<br />
na forma como nos comunicamos – e<br />
po<strong>de</strong>, sim, se tornar uma tendência e até<br />
gerar mudanças <strong>de</strong>finitivas na língua em<br />
longo prazo”, afirma.<br />
Ao contrário <strong>de</strong> alguns colegas <strong>de</strong> profissão,<br />
Sofia acredita que já seja uma tendência,<br />
porque, para ela, nem todas as marcas<br />
vão se adaptar ou se lançar no mercado rapidamente<br />
nesse formato <strong>de</strong> comunicação<br />
e atuação, “mas acredita que há um gran<strong>de</strong><br />
potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque para aquelas que<br />
buscarem isso”. “A inclusão é uma forma<br />
<strong>de</strong> conexão, <strong>de</strong> aproximação. E <strong>de</strong>monstrar<br />
essa preocupação através da construção <strong>de</strong><br />
marca e linguagem po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar sentimentos<br />
muito relevantes entre as marcas e<br />
seus targets”, argumenta.<br />
Rullo vai ainda mais longe e <strong>de</strong>clara que<br />
temos uma parte das pessoas preocupada<br />
e com um discurso mais negativo, por causa<br />
do conservadorismo e da possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ssa conversa ficar mais “nichada”. “Outra<br />
parte é mais positiva e acredita que a<br />
discussão do não-gênero ou gênero neutro<br />
Daniela Graicar: já há exemplos do uso <strong>de</strong> gênero neutro<br />
nasceu <strong>de</strong> uma geração nova, que começa a<br />
não se i<strong>de</strong>ntificar com nenhum tipo <strong>de</strong> rótulo”,<br />
avalia. Conforme opinião <strong>de</strong>le, esse<br />
fenômeno fez as marcas transformarem<br />
discurso em capital, ou seja, essa conversa<br />
virou produto, e para os comunicólogos<br />
é oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trazer o assunto à tona.<br />
“E essa tendência <strong>de</strong>ve aumentar. É um<br />
rio que não volta para trás. O rio po<strong>de</strong> ficar<br />
mais lento, mas sempre progredindo”.<br />
Sobre a ousadia que algumas marcas já<br />
mostram ter, quando adotaram a linguagem<br />
neutra, o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da Isobar<br />
Brasil comenta que esse é um dos pontos<br />
on<strong>de</strong> falta consciência do que realmente<br />
significa linguagem neutra. “Não é apenas o<br />
‘e’ no lugar do ‘o’ ou ‘a’, mas, sim, uma série<br />
<strong>de</strong> códigos que conseguimos <strong>de</strong>stravar para<br />
sermos mais inclusivos. A dificulda<strong>de</strong> é que<br />
operamos numa língua estruturada em gênero<br />
binário (homem/mulher, feminino/<br />
masculino) e tudo que é estrutural precisa<br />
<strong>de</strong> cultura como antídoto”. Ainda segundo<br />
ele, as marcas não <strong>de</strong>veriam estar ocupadas<br />
pensando se são ousadas ou não em usarem<br />
o gênero neutro, mas, sim, <strong>de</strong> incluir cada<br />
vez mais pessoas através <strong>de</strong> uma linguagem<br />
respeitosa com as individualida<strong>de</strong>s – a serviço<br />
do coletivo. “Marcas que criam comunida<strong>de</strong>s<br />
estão no caminho certo <strong>de</strong> atrair<br />
mais pessoas que po<strong>de</strong>m consumi-las, experimentá-las<br />
e, por que não, usá-las no seu<br />
dia a dia”, dispara Janjacomo.<br />
Ribeiro também alerta os anunciantes ao<br />
dizer que a marca precisa estar consciente<br />
do seu propósito e aplicar essa mudança<br />
<strong>de</strong> forma coerente com seu discurso. “É<br />
importante se assegurar <strong>de</strong> que houve um<br />
trabalho educativo para além <strong>de</strong> mudar por<br />
mudar. A gran<strong>de</strong> maioria dos brasileiros<br />
ainda não conhece a linguagem neutra, nesse<br />
meio <strong>de</strong> campo é preciso enten<strong>de</strong>r como<br />
não confundir seu público e fazer com que<br />
ele entenda a importância <strong>de</strong> incluir todas<br />
as pessoas na conversa”.<br />
Daniela também não acredita ser uma<br />
questão <strong>de</strong> ousadia, e também não acha<br />
que, hoje, esse tipo <strong>de</strong> postura seja para<br />
toda marca. “Há aquelas que li<strong>de</strong>ram tendências<br />
e as que, se adotarem a linguagem<br />
neutra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, soarão estranhas à sua audiência.<br />
Como tudo que é novo, cada um<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 25
mErcado<br />
Fotos: Divulgação<br />
Danilo Janjacomo: ainda falta informação e consciência Dimas Ribeiro: linguagem neutra <strong>de</strong>ve se dar aos poucos Marcelo Rullo: movimento ainda é tímido<br />
tem seu momento <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. E nós, como<br />
gerenciadores <strong>de</strong> reputação, temos <strong>de</strong> cuidar<br />
<strong>de</strong>ssas recomendações marca a marca,<br />
caso a caso, acompanhando <strong>de</strong> perto as <strong>de</strong>mandas<br />
e opiniões da audiência”, revela.<br />
Sofia segue a mesma linha <strong>de</strong> pensamento<br />
que Daniela. Ela fala que não vê uma conexão<br />
direta entre a linguagem <strong>de</strong> gênero<br />
neutro e marcas cool e <strong>de</strong>scoladas, ou posts<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. “É menos sobre quem é<br />
ou o meio on<strong>de</strong> usam e mais sobre a intenção<br />
por trás disso. Temos marcas corporativas<br />
adotando <strong>de</strong> maneira voluntária em<br />
peças <strong>de</strong> comunicação interna sem a repercussão<br />
que vemos sobre outras no Twitter e<br />
no Instagram – on<strong>de</strong> naturalmente ganham<br />
mais <strong>de</strong>staque por isso”, comenta.<br />
Ela acha que o importante na tomada da<br />
<strong>de</strong>cisão é “ser coerente, ter constância e<br />
preocupação permeando não apenas aquele<br />
momento isolado e, sim, um direcional<br />
incorporado na construção <strong>de</strong> voz da marca”.<br />
“E para isso é preciso um olhar crítico<br />
para outras ações que serão tomadas com<br />
esse mesmo olhar <strong>de</strong> inclusão”, reflete.<br />
consciência<br />
Todos os profissionais ouvidos pelo<br />
PROPMARK trilham praticamente o mesmo<br />
caminho ao falar <strong>de</strong> ousadia. Para Rullo, por<br />
exemplo, a marca não precisa ser ousada,<br />
mas consciente. “Não é ser <strong>de</strong>scolado, mas,<br />
sim, ter um discurso coerente sobre isso<br />
tudo. E esse nível <strong>de</strong> consciência envolve<br />
vários fatores, pois não importa se a marca<br />
quer fazer um post, um stories, um carrossel,<br />
uma gracinha ou coisa neutra. A marca<br />
precisa ser consciente em um nível profundo<br />
e enten<strong>de</strong>r como isso se reflete em sua<br />
equipe interna, na planta da empresa (se<br />
há banheiros inclusivos para todas as pessoas),<br />
se ela dá a opção <strong>de</strong> ter nome social<br />
<strong>de</strong>ntro da companhia”, opina ele, acrescentando:<br />
“São várias coisas a se resolverem no<br />
endomarketing, <strong>de</strong>pois nos produtos e em<br />
apoio ao terceiro setor e ONGs que atuam<br />
“é imPortante<br />
se assegurar <strong>de</strong> que<br />
houve um trabalho<br />
educativo Para além<br />
<strong>de</strong> mudar Por mudar”<br />
na causa. Após tudo isso, ela po<strong>de</strong> ter uma<br />
comunicação nesse sentido”.<br />
Entretanto, quando o assunto é se os<br />
anunciantes, com raras exceções, ainda resistem<br />
ao novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> conversa, Janjacomo<br />
diz não ver resistência, pelo menos da<br />
parte dos clientes que aten<strong>de</strong>. “Mas esse é<br />
um trabalho mais fácil quando se tem consciência<br />
<strong>de</strong>ntro da própria agência. Aqui,<br />
nas agências criativas do grupo Dentsu, por<br />
exemplo, não adotamos mais o papel <strong>de</strong> ‘redatores’,<br />
mas sim <strong>de</strong> criadores <strong>de</strong> contexto<br />
e fala, justamente para que cada vez mais<br />
trabalhos saiam da maneira correta. Claro<br />
que vemos no mercado mais marcas adotando<br />
a linguagem neutra em re<strong>de</strong>s sociais,<br />
que sempre se configuram como plataforma<br />
<strong>de</strong> experimentação para novas narrativas<br />
e <strong>de</strong>pois acabam migrando a linguagem<br />
para outros pontos <strong>de</strong> sua comunicação. É<br />
um processo natural”, conta.<br />
Já Ribeiro, lembra que, em geral, mesmo<br />
anunciantes como o TikTok ainda segmentam<br />
na hora <strong>de</strong> usar a linguagem neutra. “A<br />
falta <strong>de</strong> disseminação do conceito <strong>de</strong> linguagem<br />
neutra em um cenário mais abrangente<br />
faz com que haja resistência em termos <strong>de</strong><br />
não enten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> ou a função, e<br />
isso reforça que é preciso haver movimentação<br />
dos setores <strong>de</strong> comunicação em disseminar<br />
o conceito e pensar como incluir<br />
todas as pessoas nessa conversa”, avalia.<br />
A diretora <strong>de</strong> relevância digital da So-<br />
What menciona que tiveram a “sorte <strong>de</strong><br />
lidar com clientes que inclusive buscaram<br />
a agência para construir essa linguagem”.<br />
“É um caminho fácil para algumas marcas,<br />
e para outros <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mudança<br />
maior e gradual, <strong>de</strong> experimentação. Na<br />
SoWhat tentamos trazer esse cuidado nas<br />
apresentações da agência. Quando não é<br />
usado o gênero neutro, é usado o inclusivo<br />
(exemplo: eles e elas, todos e todas). Nossos<br />
times são bastante a<strong>de</strong>ptos a isso”, conta.<br />
O head <strong>de</strong> estratégia e conteúdo da Oliver<br />
Latin America revela que nem todas as<br />
marcas estão preparadas para essa conversa.<br />
Segundo ele, po<strong>de</strong>m ter crise e boicotes <strong>de</strong><br />
algumas pessoas, por exemplo. “É um posicionamento<br />
que po<strong>de</strong> ser visto como político,<br />
e as novas gerações exigem isso <strong>de</strong>las na<br />
hora <strong>de</strong> consumir ou trabalhar na empresa. O<br />
problema <strong>de</strong> serem resistentes é não estarem<br />
preparadas para impacto. Marcas conservadoras<br />
terão problema porque seu board é<br />
conservador e o time <strong>de</strong> marketing provavelmente<br />
também”, analisa. Para ele, outro ponto<br />
é sobre o quanto a audiência da empresa<br />
está preparada para as discussões. “Boomers<br />
e outras gerações impactadas por gênero<br />
neutro é que muitos sequer vão enten<strong>de</strong>r.<br />
Como a marca vai educar sobre trocar todos<br />
por ‘to<strong>de</strong>s’, e meu público vai enten<strong>de</strong>r que<br />
não é um erro <strong>de</strong> digitação. A nova geração<br />
vem como um trator e você vê no exemplo <strong>de</strong><br />
cringe. Eles não estão aqui para professorar<br />
para gerações mais antigas”.<br />
Quando o assunto é o jovem, muitas vezes<br />
o principal objetivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas,<br />
que quer adotar “termes” para se aproximar<br />
<strong>de</strong>sse target, Janjacomo é enfático: “Essa é a<br />
gran<strong>de</strong> questão”. Para ele, não só é sair colando<br />
a letra “e” em tudo para parecer atual.<br />
“Algumas palavras continuarão sendo femininas<br />
e masculinas quando se referem a<br />
lugares, objetos etc. O gênero neutro como<br />
linguagem é uma aplicação em toda referência<br />
a indivíduos e grupos <strong>de</strong> pessoas”.<br />
Segundo ele, é como acrescentar a letra “x”,<br />
por exemplo, no lugar do o/a. “Não existe<br />
leitura para ‘x’ colocado no lugar <strong>de</strong> uma vo-<br />
26 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
Unsplash<br />
A tendência do uso do gênero neutro <strong>de</strong>ve aumentar, segundo profissionais ligados à publicida<strong>de</strong>; a nova maneira <strong>de</strong> se comunicar começou nas re<strong>de</strong>s sociais e logo ganhou a<strong>de</strong>são<br />
gal. Nem mesmo os sistemas para <strong>de</strong>ficientes<br />
auditivos conseguem <strong>de</strong>senvolver uma<br />
palavra como ‘todxs’ e, logo na tentativa <strong>de</strong><br />
ser inclusiva, acabamos repetindo um mesmo<br />
mo<strong>de</strong>lo atuante”, alerta o executivo.<br />
Dimas Ribeiro acrescenta à conversa que<br />
os jovens da internet são extremamente sagazes<br />
na hora <strong>de</strong> perceber se um discurso ou<br />
posicionamento é real ou “fachada”. “Para<br />
além disso, é preciso estar ciente <strong>de</strong> seus<br />
compromissos como marca e adotar a linguagem<br />
<strong>de</strong> forma sistemática. Apenas brincar<br />
com uma comunicação importante na<br />
inclusão <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong> ser prejudicial. Se<br />
for apostar na linguagem neutra, é preciso<br />
implantar essa comunicação como um todo,<br />
para tudo. A consistência vai contar na validação<br />
das intenções da marca”, comenta.<br />
gEração z<br />
Daniela Craicar lembra ainda que a geração<br />
Z não se pren<strong>de</strong> ou se vê <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
gêneros específicos. “E, além <strong>de</strong> serem o<br />
futuro, são eles os maiores geradores <strong>de</strong><br />
conversas nas re<strong>de</strong>s sociais atualmente. É<br />
por isso que esse tema ganha tanta repercussão,<br />
e <strong>de</strong>ve ganhar ainda mais até que<br />
apareçam <strong>de</strong>finições mais claras. Mas, com<br />
certeza, as marcas precisarão <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong><br />
para uma mudança completa. Usar só por<br />
usar, <strong>de</strong> qualquer jeito, soa bem estranho<br />
para a maioria <strong>de</strong>las”.<br />
Sofia Riciardi também remete o raciocínio<br />
à geração Z. Ela fala que o interesse <strong>de</strong>ssa<br />
geração pelo gênero neutro na forma <strong>de</strong><br />
se comunicar, se vestir e consumir (informação<br />
ou entretenimento) é um fato. Mas,<br />
“jamais indicaria a linguagem neutra para<br />
‘brincar’ ou ‘se aproximar dos jovens’”. “É<br />
preciso ser genuíno e coerente. Deveria ser<br />
menos sobre colocar um ‘x’ ou um ‘e’ nas<br />
palavras e mais sobre a<strong>de</strong>rir a um novo<br />
mindset <strong>de</strong> branding. É uma nova forma <strong>de</strong><br />
pensar construção <strong>de</strong> marca”, aponta ela.<br />
“Mudar <strong>de</strong> repente e entrar na onda para<br />
se aproximar dos mais jovens não é uma<br />
boa”, <strong>de</strong>clara Rullo. Conforme ele, os jovens<br />
i<strong>de</strong>ntificam que a empresa talvez não<br />
tenha ações efetivas para entrar nessa conversa.<br />
“Então, a marca seria criticada. Óbvio<br />
que todas precisam conversar com mais<br />
jovens, mas não se trata <strong>de</strong> ter comunicação<br />
neutra, mas, sim, enten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>les em primeiro lugar”. Ele cita exemplos<br />
<strong>de</strong> empresas mais preocupadas em ter diversida<strong>de</strong><br />
na sua equipe. “Como modificar<br />
para ser aceita como love brand para uma<br />
geração que em cinco anos vai ditar tudo no<br />
mercado. É i<strong>de</strong>ntificar essas necessida<strong>de</strong>s e<br />
como eu como marca me comunico, e não<br />
apenas jogar um ‘to<strong>de</strong>s’, alerta.<br />
Sobre estar ou não preparados para a<br />
linguagem do gênero neutro, tão cheia <strong>de</strong><br />
significados, o executivo da Isobar Brasil<br />
afirma que incluiria nesse bolo não só os<br />
consumidores e anunciantes, mas também<br />
as agências. Segundo ele, já percebe hoje<br />
que alguns setores não só estão preparados,<br />
mas também usam esse movimento como<br />
uma gran<strong>de</strong> ferramenta <strong>de</strong> narrativa, como<br />
marcas <strong>de</strong> beleza, vestuário, gadgets e outras<br />
que têm no seu pilar central a expressão<br />
da individualida<strong>de</strong> e do grupo. “Mas<br />
neste cenário são também essas marcas que<br />
puxam outros mercados a acompanharem<br />
as evoluções <strong>de</strong> campanhas e mensagens.<br />
É um movimento necessário para cada vez<br />
mais termos uma troca honesta e respeitosa<br />
entre marcas e pessoas”, conclui.<br />
Já Ribeiro acha que ainda é preciso educar<br />
o país sobre isso. Para ele, a comunicação<br />
reflete a conversa da nação como um<br />
todo, e se seu segmento enten<strong>de</strong> o que você<br />
fala, tudo bem. “Mas para marcas e serviços<br />
com escala nacional abrangente, ainda é<br />
um problema”. Segundo ele, os esforços em<br />
educar e levar esse conceito à frente precisa<br />
se intensificar em escala nacional. “Em um<br />
país com dimensões continentais on<strong>de</strong> boa<br />
parte ainda não possui acesso à educação<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e mal compreen<strong>de</strong> as regras<br />
gramaticais da língua portuguesa, é preciso<br />
consi<strong>de</strong>rar um esforço e compromisso<br />
em educar e levar informação amplamente<br />
qualificada para que a linguagem neutra<br />
seja compreendida”, analisa. Além disso,<br />
para ele, pessoas com <strong>de</strong>ficiência cognitiva<br />
po<strong>de</strong>m ter problemas com os sistemas <strong>de</strong><br />
audio<strong>de</strong>scrição, libras e outras formas <strong>de</strong><br />
comunicação inclusiva, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do estilo<br />
<strong>de</strong> grafia escolhido. “A adaptação <strong>de</strong>sses<br />
sistemas ainda po<strong>de</strong> levar um tempo, mas<br />
também <strong>de</strong>ve acontecer aos poucos. É um<br />
trabalho <strong>de</strong> formiguinha que po<strong>de</strong> valer<br />
a pena embarcar enquanto marca que se<br />
compromete <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> com inclusão e diversida<strong>de</strong>”,<br />
finaliza.<br />
Já Daniela lembra que, pela origem no<br />
latim, o português tem fortes marcações <strong>de</strong><br />
gênero e como o plural é quase sempre masculino,<br />
nos induz a um pensamento <strong>de</strong>fasado<br />
e sexista. “O uso da linguagem neutra<br />
vai nos provocar a pensar na maneira como<br />
nos expressamos e rever conceitos do nosso<br />
idioma que assimilamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />
1970. Só espero que essa mudança não represente<br />
uma dificulda<strong>de</strong> ainda maior <strong>de</strong> se<br />
falar o português corretamente”, conclui.<br />
A diretora <strong>de</strong> relevância digital da So-<br />
What espera acompanhar o percurso disso<br />
tudo. “Não acredito que será uma mudança<br />
generalizada tão rapidamente, mesmo porque<br />
essa pauta ainda permeia segmentos<br />
específicos como entretenimento, beauty,<br />
fashion etc. Mas, há potencial para ser explorada<br />
em muitos outros, e gradualmente<br />
vamos observar as camadas <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong><br />
que essa discussão relevante po<strong>de</strong> nos<br />
trazer nesta nova forma <strong>de</strong> construir marcas<br />
mais inclusivas”.<br />
Rullo acredita que o público não está educado<br />
ainda, se pensar no consumidor <strong>de</strong> forma<br />
geral. Nem as marcas. No entanto, “tudo<br />
bem não estar pronto, se lembrar que há <strong>de</strong>z<br />
anos ninguém estava pronto para conversas<br />
que hoje são normais”. “O problema é saber<br />
se as marcas estão se preparando e educando<br />
o consumidor sobre isso”, pontua.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 27
mercado<br />
Pixel Show ocorre em <strong>novembro</strong><br />
com 42 horas <strong>de</strong> conteúdo online<br />
Festival internacional <strong>de</strong> arte e criativida<strong>de</strong> lança Clube Pixel Show, que<br />
dará acesso às ativida<strong>de</strong>s do evento, além <strong>de</strong> experiências exclusivas<br />
Janaina Langsdorff<br />
festival internacional <strong>de</strong> arte<br />
e criativida<strong>de</strong> Pixel Show<br />
O<br />
será realizado pela plataforma<br />
Zupi.Live entre os dias 25 e 28<br />
<strong>de</strong> <strong>novembro</strong> com a previsão <strong>de</strong><br />
superar 42 horas <strong>de</strong> conteúdo<br />
originadas por 24 palestras e<br />
mais <strong>de</strong> 50 ativida<strong>de</strong>s gratuitas<br />
para estudantes, profissionais,<br />
empreen<strong>de</strong>dores, empresários<br />
e criativos <strong>de</strong> todo o mundo.<br />
A programação, acessível até<br />
o dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, inclui live<br />
arts, animação, sharp talks e<br />
oficinas voltadas para o <strong>de</strong>sign<br />
inclusivo. Já a feira será realizada<br />
no dia 28 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> no<br />
Cine Petra Belas Artes, em São<br />
Paulo, entre 9h e 17h.<br />
Ilustração, <strong>de</strong>sign, games e<br />
tecnologia também envolvem o<br />
evento i<strong>de</strong>alizado pelos irmãos<br />
e sócios Allan e Simon Szacher<br />
em 2005, quando recebeu 300<br />
pessoas. A audiência saltou <strong>de</strong><br />
quatro mil visitantes em 2008<br />
para 53 mil participantes em<br />
2019, última edição presencial.<br />
Em 2020, a primeira edição digital<br />
foi assistida por cerca <strong>de</strong><br />
100 mil pessoas - mesmo volume<br />
esperado para <strong>2021</strong> - em 70<br />
países. No total, foram gerados<br />
mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões em negócios<br />
e 960 horas <strong>de</strong> conteúdo<br />
nestes 16 anos.<br />
Agora, o foco está nas mais<br />
diversas aplicações do branding<br />
“sempre fazendo a ligação<br />
entre as áreas”, comenta Simon<br />
Szacher, criador e organizador<br />
do Pixel Show, patrocinado<br />
pela 3M e Consulado Geral do<br />
Reino dos Países Baixos em São<br />
Paulo e copatrocinado pelo Leo<br />
Social. Outras marcas ainda estão<br />
em negociação.<br />
Esta 17ª edição terá a presença<br />
do escultor alemão Julian<br />
Voss-Andreae, do <strong>de</strong>signer gráfico<br />
holandês Thom Niessink<br />
e do diretor <strong>de</strong> criação norte-<br />
-americano Bill Gardner. Entre<br />
os brasileiros, estão a artista<br />
visual Mariana Castello; o coor<strong>de</strong>nador<br />
do curso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
Irmãos e sócios, Simon e Allan Szacher ajudaram a gerar mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões em negócios ligados à criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005<br />
Cultura pop atrai público ao evento, que soma 960 horas <strong>de</strong> conteúdo em 16 anos<br />
gráfico da Miami Ad School<br />
Rodrigo Saiani; Fesq, artista especializado<br />
em NFTs; e Janaína<br />
Bernardino, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong><br />
digital na Dasa.<br />
Os ingressos para a conferência,<br />
no valor <strong>de</strong> R$ 180, estão<br />
disponíveis no site do festival.<br />
Mas já é possível também fazer<br />
uma assinatura. Pela primeira<br />
vez, o festival disponibiliza<br />
um plano anual com conteúdos<br />
exclusivos. Basic e Black são<br />
os pacotes ofertados no novo<br />
Clube Pixel Show, que já garante<br />
acesso ao festival, além <strong>de</strong><br />
Fotos: Divulgação<br />
Em 2020, primEira<br />
Edição digital<br />
foi assistida por<br />
cErca dE 100 mil<br />
pEssoas Em<br />
70 paísEs<br />
conteúdos exclusivos durante<br />
todo o ano. “Estamos testando<br />
uma plataforma <strong>de</strong> e-learning,<br />
que já é uma preparação para<br />
o retorno presencial em 2022”,<br />
antecipa Allan Szacher, curador<br />
e i<strong>de</strong>alizador do evento. No<br />
próximo ano, não haverá mais<br />
ingresso e o conteúdo gratuito<br />
será mantido. Mas para participar<br />
da conferência e <strong>de</strong> projetos<br />
diferenciados, o interessado<br />
precisará ser integrante do clube,<br />
com a vantagem <strong>de</strong> ganhar<br />
experiências especiais.<br />
28 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Upper comemora boa performance,<br />
apesar do pouco tempo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />
Com apenas sete meses, empresa aposta no conceito ADucation, cujo<br />
princípio básico é <strong>de</strong> que toda companhia po<strong>de</strong> se tornar uma educadora<br />
Walter Longo e Flavio Tavares, sócios na Upper, que apresenta boa performance<br />
Neusa spaulucci<br />
Upper, dos sócios Flavio<br />
A Tavares e Walter Longo,<br />
apresenta bons resultados em<br />
pouco tempo <strong>de</strong> atuação. Nestes<br />
sete meses, segundo Tavares,<br />
o sucesso da empresa está<br />
muito atrelado ao conceito <strong>de</strong><br />
ADucation e também porque<br />
trabalham com o Learning Organization,<br />
i<strong>de</strong>ia que parte da<br />
premissa <strong>de</strong> que toda companhia<br />
po<strong>de</strong> se tornar uma empresa<br />
educadora. “Isso é algo<br />
muito importante que está<br />
presente no nosso propósito,<br />
pois enten<strong>de</strong>mos que só assim<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> fato impactar a<br />
socieda<strong>de</strong>, o país e o mundo.<br />
Somente quando as empresas<br />
compreen<strong>de</strong>rem que a melhor<br />
forma <strong>de</strong> tangibilizar o seu propósito<br />
será por meio da educação<br />
é que atingiremos uma<br />
transformação”.<br />
Tavares lista ainda outro <strong>de</strong>senho<br />
que tem feito com que a<br />
Upper atinja o sucesso, o conceito<br />
<strong>de</strong> ecossistema. Conforme<br />
ele, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da fundação<br />
da empresa, enten<strong>de</strong>ram que<br />
a construção <strong>de</strong> um ecossistema<br />
é uma das coisas mais<br />
fundamentais para o negócio,<br />
“<strong>de</strong> ter uma complementarida<strong>de</strong>,<br />
parceiros que vão ajudar<br />
na construção, seja na área <strong>de</strong><br />
conteúdo, <strong>de</strong> novos projetos,<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />
frentes”. “Hoje, existem mais<br />
<strong>de</strong> 42 marcas que compõem o<br />
nosso ecossistema, que trabalham<br />
juntas, alinhadas com<br />
essa missão <strong>de</strong> transformar por<br />
meio da educação”, avalia.<br />
O conceito <strong>de</strong> ADucation,<br />
segundo o executivo, é a fusão<br />
<strong>de</strong> duas palavras: advertising<br />
e education, que nada mais é<br />
do que a educação e a comunicação<br />
caminhando juntas.<br />
“Quando penso no conceito<br />
<strong>de</strong> ADucation, gosto <strong>de</strong> trazer<br />
exemplos que ilustram a nossa<br />
i<strong>de</strong>ia. É o caso <strong>de</strong> marcas que<br />
falam sobre sustentabilida<strong>de</strong><br />
há muitos anos, que fazem propagandas,<br />
campanhas maravilhosas<br />
sobre sustentabilida<strong>de</strong> e<br />
biodiversida<strong>de</strong>, mas que nunca<br />
ensinaram a alguém sobre aquilo<br />
que acreditam e apresentam<br />
em suas campanhas”, conta<br />
ele, acrescentando: “o conceito<br />
ADucation oferece às empresas<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar a educação<br />
como ferramenta <strong>de</strong> comunicação,<br />
inclusive, po<strong>de</strong>mos ir<br />
além, pois o conceito é consi<strong>de</strong>rado<br />
como a quarta onda da<br />
publicida<strong>de</strong>. Saímos da recente<br />
onda do bran<strong>de</strong>d content, em<br />
que as marcas produzem conteúdos<br />
para se posicionarem e,<br />
agora, passaremos a vê-las produzindo<br />
educação como forma<br />
<strong>de</strong> posicionamento”.<br />
O executivo explica que a<br />
plataforma <strong>de</strong> streaming é o<br />
ambiente que criaram para <strong>de</strong>senvolver<br />
os projetos. “Somos<br />
sócios <strong>de</strong> uma empresa americana<br />
que possui uma das principais<br />
tecnologias do mercado,<br />
e é por isso que conseguimos<br />
Divulgação<br />
<strong>de</strong>senvolver todos os projetos<br />
100% white label”.<br />
Segundo Tavares, eles perceberam<br />
que a maioria das marcas<br />
que buscam algo quer <strong>de</strong>senvolver<br />
projetos na área <strong>de</strong> ADucation<br />
sem conseguir é por não<br />
ter estrutura própria, por isso<br />
trabalham com projetos full<br />
service, ou seja, “como se fossem<br />
uma fábrica da nova educação,<br />
oferecendo tecnologia,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> branding,<br />
além da entrega <strong>de</strong> narrativas e<br />
conteúdos, tudo para aten<strong>de</strong>r à<br />
<strong>de</strong>manda das marcas”.<br />
Tavares acredita que o mercado<br />
corporativo <strong>de</strong>seja inovar.<br />
“É normal ver nas empresas a<br />
abertura <strong>de</strong> diretorias <strong>de</strong> inovação,<br />
novos espaços <strong>de</strong>dicados<br />
para a criação <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias.<br />
No entanto, quando penso em<br />
inovação, enxergo uma nova<br />
perspectiva: penso em dot connections,<br />
em vários pontos conectados.<br />
Muitas vezes, quando<br />
as pessoas <strong>de</strong>sejam inovar,<br />
elas pensam que é necessário<br />
criar algo extraordinário, disruptivo,<br />
algo que ninguém pensou”,<br />
revela o executivo.<br />
Conforme raciocínio <strong>de</strong>le, ao<br />
mesmo tempo em que se discute<br />
inovação, existem coisas óbvias<br />
e possíveis <strong>de</strong> serem feitas<br />
pelas empresas. “Quando penso<br />
na <strong>de</strong>manda reprimida, eu olho<br />
para fora da caixa, voltando a<br />
minha atenção para a educação.<br />
Não parece óbvio para uma empresa<br />
que tem um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
gestão tão eficiente compartilhar<br />
com os seus clientes? Não<br />
parece óbvio para uma empresa<br />
que forma lí<strong>de</strong>res falar com<br />
seus stakehol<strong>de</strong>rs e clientes<br />
para que eles também possam<br />
formar novos lí<strong>de</strong>res?”, afirma.<br />
Ele acrescenta ainda que,<br />
quando reflete sobre a inovação,<br />
pensa na capacida<strong>de</strong> das<br />
empresas em gerar valor a partir<br />
daquilo que elas sabem muito.<br />
“Acredito que isso abre muitas<br />
portas. Outra palavra que<br />
acrescentaria nessa conversa<br />
é o conceito <strong>de</strong> ecossistema.<br />
Quando a Apple lança o Iphone<br />
13, com uma tela fabricada pela<br />
Samsung, sua principal concorrente,<br />
ela mostra o potencial do<br />
ecossistema nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />
Inclusive, se pegarmos as <strong>de</strong>z<br />
maiores empresas do mundo,<br />
sete <strong>de</strong>las são construídas a<br />
partir <strong>de</strong> um conceito <strong>de</strong> ecossistema<br />
muito forte. Às vezes<br />
as empresas <strong>de</strong>sejam inovar,<br />
procuram por isso, mas muitas<br />
vezes o concorrente já <strong>de</strong>senvolveu<br />
esse sistema. Po<strong>de</strong>mos<br />
olhar para isso <strong>de</strong> maneira mais<br />
open, mais share. Não adianta<br />
<strong>de</strong>sejar inovação se não estiver<br />
aberto a isso”, explica. Tavares<br />
diz também que a empresa<br />
cresceu muito. “Com sete meses<br />
<strong>de</strong> vida, já estamos muito<br />
acima da média do que esperávamos.<br />
Em <strong>2021</strong>, fecharemos<br />
o nosso primeiro ano com um<br />
faturamento <strong>de</strong> R$ 4 milhões.<br />
Para o ano que vem, a perspectiva<br />
é chegar a um faturamento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes <strong>de</strong>sse valor”.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 29
mercado<br />
Profissionais <strong>de</strong> mídia reforçam as<br />
estruturas <strong>de</strong> canais e plataformas<br />
Luciana Schwartz, Igor Puga, Francisco Rosa, Carlinha Gagliardi, Andrea<br />
Hirata e Adrian Ferguson são exemplos da mudança <strong>de</strong> lado do balcão<br />
Paulo Macedo<br />
Alguns profissionais <strong>de</strong><br />
agências estão migrando<br />
para plataformas, veículos<br />
<strong>de</strong> comunicação, anunciantes<br />
e até se tornando empreen<strong>de</strong>dores.<br />
Na semana passada,<br />
a experiente Luciana<br />
Schwzartz, que atuou por<br />
longo período nas agências<br />
AlmapBBDO e VMLY&R, aceitou<br />
o convite para ser CEO da<br />
nova empresa ELOOH, resultado<br />
da fusão entre a Sinergy,<br />
que atua no setor <strong>de</strong> mobiliário<br />
urbano na região Sul, e a<br />
Favretto, especialista em painéis<br />
no mercado nacional.<br />
“O segmento <strong>de</strong> OOH que,<br />
além <strong>de</strong> ter se consolidado junto<br />
ao digital como o maior meio<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia do país,<br />
está em plena expansão com<br />
digitalização <strong>de</strong> ativos e geração<br />
<strong>de</strong> dados para potencializar<br />
ainda mais seu impacto no dia<br />
a dia das marcas”, pon<strong>de</strong>ra Luciana,<br />
que também é responsável<br />
pelo Mídia Dados, do Grupo<br />
<strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Gleidys Salvanha foi uma<br />
das pioneiras. Ela <strong>de</strong>ixou carreira<br />
em agências como W/<br />
Brasil e DM9DDB para assumir<br />
uma área do Google. Igor Puga<br />
<strong>de</strong>ixou a DM9DDB para ser diretor<br />
<strong>de</strong> marketing do Banco<br />
Santan<strong>de</strong>r. Debora Nitta saiu<br />
da WMcCann para ocupar ca<strong>de</strong>ira<br />
no Facebook.<br />
“A inversão é legal. Por um<br />
lado é um aprendizado e, <strong>de</strong><br />
outro, crescimento pessoal.<br />
Para o contratante também<br />
porque passa a ter outro ponto<br />
<strong>de</strong> vista. Estou feliz e trouxe<br />
publicitários para trabalhar<br />
no banco. Sou a<strong>de</strong>pto <strong>de</strong>sse<br />
negócio <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> lado. A<br />
experiência em agência é similar<br />
à uma startup. Não há<br />
muito processo, método e prazos.<br />
Isso torna os profissionais<br />
mais ágeis e com capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> improviso enorme. Isso faz<br />
a diferença em gran<strong>de</strong>s corporações”,<br />
<strong>de</strong>talha Puga.<br />
Juracy Favretto e Janete, sócios da Favretto, Luciana Schwartz, que assume como CEO, e Eduardo Ferreira, fundador da Sinergy<br />
Adrian Ferguson abriu negócio próprio Francisco Rosa <strong>de</strong>ixou Artplan por Record Tachibana <strong>de</strong>ixou Grey para atuar no UOL<br />
Adrian Ferguson, que foi<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia da<br />
DM9DDB, criou a HYPR, que<br />
tem no conselho nomes como<br />
Igor Puga, e José Francisco<br />
Eustáchio, ex-Talent Marcel.<br />
“O movimento mais recente<br />
que tenho visto é o veículo <strong>de</strong><br />
comunicação <strong>de</strong>cidir trazer<br />
para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu ecossistema<br />
profissionais <strong>de</strong> mídia. E aqui<br />
acredito que a mudança será<br />
extremamente positiva”, <strong>de</strong>staca<br />
Adrian.<br />
Andrea Hirata <strong>de</strong>ixou o comando<br />
<strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong> para ingressar no<br />
Kwai. Carlinha Gagliardi saiu<br />
da BETC Havas para reforçar o<br />
time comercial da Record, assim<br />
como fizera Francisco Rosa<br />
ao se <strong>de</strong>sligar da Artplan. “O<br />
profissional <strong>de</strong> mídia carrega<br />
conhecimento muito vasto, não<br />
somente <strong>de</strong> gestão e estratégia<br />
em si, mas como oferecem produtos<br />
ao mercado”, diz Rosa,<br />
diretor-comercial da Record.<br />
Fotos: Divulgação<br />
Após carreira na Grey e em<br />
outras agências, o executivo<br />
Fabio Tachibana aceitou convite<br />
para ser head <strong>de</strong> agências<br />
do UOL. “É como se você tivesse<br />
um olho mágico; contribui<br />
muito. O profissional sabe<br />
como a equipe <strong>de</strong> mídia planeja,<br />
como o cliente aprova e também<br />
como os veículos ven<strong>de</strong>m.<br />
Saber o que e quando levar essas<br />
oportunida<strong>de</strong>s, já que têm<br />
agenda apertada, faz a diferença”,<br />
observa Tachibana.<br />
30 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
diGital<br />
Google mostra que 66% das pessoas<br />
se conectam às marcas por ví<strong>de</strong>os<br />
Alcance do audiovisual na publicida<strong>de</strong> chama<br />
mais a atenção, principalmemte na Black Friday,<br />
que traz otimismo nas vendas, mas com cautela<br />
Paulo Macedo<br />
Para o Google, que vem estudando <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início do ano as tendências dos shoppers<br />
nesse período marcado pela pan<strong>de</strong>mia,<br />
a Black Friday é uma oportunida<strong>de</strong><br />
para a retomada <strong>de</strong> negócios. Mas, como<br />
explica a diretora <strong>de</strong> varejo do Google, Gleidys<br />
Salvanha, o otimismo <strong>de</strong>ve vir acompanhado<br />
<strong>de</strong> certa dose <strong>de</strong> cautela.<br />
“Como não temos bola <strong>de</strong> cristal, o melhor<br />
é se preparar com informações”, resume<br />
Gleidys. “Este ano vimos o quanto o<br />
ví<strong>de</strong>o é importante na jornada <strong>de</strong> compra.<br />
Esse índice é <strong>de</strong> 66% no Brasil. Os anúncios<br />
na busca com ví<strong>de</strong>o inspiram mais”, ela<br />
acrescenta.<br />
Durante o Black Friday Connections,<br />
realizado na semana passada, o Google<br />
apresentou dados <strong>de</strong> uma pesquisa encomendada<br />
à Ipsos com 500 entrevistados<br />
que indica que 64% dos brasileiros têm intenção<br />
<strong>de</strong> comprar na Black Friday <strong>2021</strong>. O<br />
estudo i<strong>de</strong>ntificou dois perfis distintos <strong>de</strong><br />
consumidor: um mais cauteloso, representando<br />
44%, e um mais aberto, com 56%.<br />
“Uma pesquisa online realizada pelo<br />
Google, que entrevistou mil consumidores,<br />
mostrou que 31% dos entrevistados <strong>de</strong>clararam<br />
que os varejistas po<strong>de</strong>m ajudar os<br />
compradores oferecendo gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scontos<br />
e preços muito baixos; 20% valorizam<br />
as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parcelamento; e 16%<br />
preferem <strong>de</strong>scontos progressivos que permitem<br />
comprar mais itens”, <strong>de</strong>talha o comunicado<br />
encaminhado pelo Google.<br />
O comunicado acrescenta: “Dos 56%<br />
que <strong>de</strong>clararam estar mais abertos para a<br />
data, 37% estão economizando para comprar<br />
com <strong>de</strong>sconto na Black Friday, 13%<br />
querem comprar muitas coisas, justamente<br />
por não terem comprado no ano passado, e<br />
6% <strong>de</strong>les vão aproveitar para comprar mais<br />
presentes. A pesquisa também aponta que<br />
71% dos mais abertos acreditam que sua situação<br />
financeira vai melhorar até o fim do<br />
ano, versus 56% dos cautelosos. Já 84% planejam<br />
comprar na Black Friday, contra 49%<br />
do perfil cauteloso. Para os mais abertos ao<br />
consumo, a Black Friday já começou e 42%<br />
<strong>de</strong>les já estão pesquisando”.<br />
A pesquisa do Google encomendada à Ipsos<br />
revela que itens <strong>de</strong> vestuário (62%) e celulares<br />
(40%) estão entre as categorias que<br />
os brasileiros preten<strong>de</strong>m comprar durante<br />
a Black Friday <strong>de</strong>ste ano.<br />
“EstE ano vimos o quanto<br />
o vídEo é importantE na<br />
jornada dE compra. os<br />
anúncios na busca com<br />
vídEo inspiram mais”<br />
Divulgação<br />
Gleidys Salvanha participou do Black Friday Connection<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 31
DIGITAL<br />
Facebook muda nome da empresa<br />
para Meta com foco no metaverso<br />
Para especialistas, reformulação estaria sendo pensada para separar<br />
o trabalho <strong>de</strong> Zuckerberg dos escândalos recentes envolvendo a re<strong>de</strong><br />
CAROLINA VILELA<br />
partir <strong>de</strong> agora, a empresa<br />
A Facebook passa a se chamar<br />
Meta. A novida<strong>de</strong> foi anunciada<br />
por Mark Zuckerberg durante<br />
o evento Connect <strong>2021</strong>,<br />
realizado no último dia 28.<br />
Segundo Zuckerberg, o Facebook<br />
nasceu em um tempo<br />
e lugar específico e, atualmente,<br />
não representa tudo que a<br />
empresa já <strong>de</strong>senvolveu e está<br />
<strong>de</strong>senvolvendo. Controladora<br />
dos aplicativos Facebook, Instagram<br />
e WhatsApp, a Meta vai<br />
focar no metaverso.<br />
“No momento, nossa marca<br />
está intimamente ligada a um<br />
produto só. Mas, com o tempo,<br />
espero que sejamos vistos como<br />
uma empresa <strong>de</strong> metaverso”,<br />
afirmou o dono da empresa. O<br />
Facebook continuará existindo,<br />
mas agora será “apenas”<br />
mais uma re<strong>de</strong> social <strong>de</strong>ntro do<br />
Meta, assim como o Instagram,<br />
WhatsApp e Messenger.<br />
O metaverso já estava sendo<br />
pauta nas entrevistas <strong>de</strong><br />
Zuckerberg e, em setembro<br />
<strong>de</strong>ste ano, a companhia havia<br />
dito que iria aplicar US$ 50<br />
milhões, cerca <strong>de</strong> R$ 280 milhões,<br />
em um fundo <strong>de</strong>dicado<br />
exclusivamente ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong>sse ambiente digital,<br />
além <strong>de</strong> ter anunciado<br />
a contratação <strong>de</strong> 10 mil profissionais<br />
especializados para<br />
ajudar no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong>sse universo.<br />
Segundo o VP <strong>de</strong> tecnologia<br />
& produção da R/GA, Edson<br />
Sueyoshi, o metaverso é um<br />
mundo virtual on<strong>de</strong> você po<strong>de</strong><br />
ter suas adaptações, sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
e ter relações com produtos,<br />
empresas, ambientes e<br />
pessoas, entre outras coisas.<br />
Durante o evento Connect<br />
<strong>2021</strong>, Zuckerberg apresentou o<br />
universo digital que está sendo<br />
<strong>de</strong>senvolvido. Nele, será<br />
possível participar <strong>de</strong> eventos,<br />
realizar confraternizações, praticar<br />
esportes e inclusive ter um<br />
pet, tudo em um mundo digital<br />
Mark Zuckerberg apresentou o metaverso da empresa durante o evento Connect <strong>2021</strong><br />
No metaverso, as pessoas po<strong>de</strong>m interagir no ambiente digital por meio <strong>de</strong> avatares<br />
que será acessível em todos os<br />
dispositivos. Para o projeto sair<br />
do papel, a — agora — Meta investiu<br />
US$ 150 milhões na formação<br />
<strong>de</strong> programadores <strong>de</strong><br />
realida<strong>de</strong> virutal e aumentada,<br />
que receberão um certificado<br />
e serão treinados para criar os<br />
ambientes.<br />
Além disso, a empresa também<br />
fez um gran<strong>de</strong> investimento<br />
na plataforma Horizon, ambiente<br />
<strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />
virtual que po<strong>de</strong> ser acessado<br />
pelo dispositivo Oculos Quest.<br />
“com o tempo,<br />
espero que<br />
sejamos vistos<br />
como uma empresa<br />
<strong>de</strong> metaverso”<br />
Fotos: Reprodução<br />
RECOMEÇO<br />
A reformulação da marca<br />
corporativa faz com que o Facebook<br />
siga os mesmos passos<br />
do Google, que mudou o nome<br />
<strong>de</strong> sua empresa comercial para<br />
Alphabet em 2015, <strong>de</strong>smembrando<br />
algumas <strong>de</strong> suas outras<br />
operações em empresas separadas<br />
sob o guarda-chuva da nova<br />
“empresa-mãe”.<br />
Segundo o VP, executive<br />
strategy director da R/GA, Giacomo<br />
Groff, a mudança veio<br />
no timing certo, uma vez que,<br />
<strong>de</strong> acordo com os portais <strong>de</strong><br />
notícias internacionais, essa<br />
reformulação também estaria<br />
sendo pensada para separar o<br />
trabalho <strong>de</strong> Zuckerberg dos escândalos<br />
recentes envolvendo<br />
o Facebook, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vazamento<br />
<strong>de</strong> dados até mesmo a última<br />
falha global da plataforma, que<br />
gerou uma crise <strong>de</strong> confiança<br />
das pessoas com a empresa.<br />
“A gente sempre soube que<br />
confiança é primordial no relacionamento<br />
<strong>de</strong> marcas e pessoas.<br />
Eu vejo essa reformulação<br />
como uma chance <strong>de</strong> recomeço”,<br />
afirmou o VP.<br />
32 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
DIGITAL<br />
Gamers Club realiza torneio <strong>de</strong><br />
eSports entre agências e marcas<br />
Batizado <strong>de</strong> Intercompany Cup, campeonato<br />
busca conectar profissionais e empresas<br />
que apoiam o cenário <strong>de</strong> games no Brasil<br />
Com uma plataforma multijogos que possui<br />
mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> usuários registrados,<br />
a Gamers Club realizará, entre os<br />
dias 5 e 9 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, o torneio Intercompany<br />
Cup <strong>de</strong> eSports, entre profissionais <strong>de</strong><br />
agências e anunciantes do mercado.<br />
“O Intercompany surgiu para conectarmos<br />
as marcas que apoiam e/ou acreditam<br />
no cenário <strong>de</strong> games, para que em um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> campeonato forfun as empresas<br />
possam ter uma experiêcia competitiva,<br />
ainda que no ambiente B2B, possibilitando<br />
maior aprofundamento na experiência<br />
competitiva dos jogos – eSports, usando o<br />
endomarketing para engajar e entreter seus<br />
colaboradores”, explica Vinícius Zuñiga, VP<br />
sales da Gamers Club.<br />
O executivo complementa que o campeonato<br />
é dirigido para todo e qualquer<br />
profissional das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
e profissionais <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> diferentes<br />
empresas, que queiram representar suas<br />
companhias por meio <strong>de</strong> uma experiência<br />
competitiva em games/eSports.<br />
Até o momento, as empresas confirmadas<br />
são: agência Druid, Clear Corretora, Rivalry,<br />
Google, HeartCo, Ads2Fast, agência<br />
Cheil, Tiffin Foods, Neoway, LNK Gaming,<br />
TikTok, Exitlag, agência 3C, Mercado Bitcoin<br />
e Logitech.<br />
A competição será online e começa no<br />
dia 5 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>. Todas as disputas serão<br />
às 19h, com partidas CS:GO e Valorant,<br />
atuais principais jogos <strong>de</strong> FPS (first person<br />
shooter), que têm como objetivo eliminar<br />
os cinco inimigos e/ou armar e <strong>de</strong>sarmar<br />
uma bomba, cumprindo com estes objetivos<br />
antes do time adversário.<br />
As inscrições são gratuitas e a premiação<br />
no CS:GO será <strong>de</strong> uma medalha digital no<br />
perfil da GC + uma jersey (uniforme <strong>de</strong> jogo<br />
do MIBR) para cada jogador do time vencedor.<br />
A premiação do Valorant será uma<br />
jersey do MIBR para cada jogador do time<br />
vencedor e R$1.000 em valorant points dividido<br />
nos três primeiros times.<br />
A Gamers Club está no mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2016 e tem como core business fomentar<br />
e <strong>de</strong>senvolver o cenário <strong>de</strong> eSports, “para<br />
levar uma melhor experiência competitiva,<br />
tanto para aqueles que jogam <strong>de</strong> maneira<br />
mais casual/forfun, quanto para jogadores<br />
hardcore que querem se <strong>de</strong>senvolver e<br />
competir <strong>de</strong> maneira mais profunda, utilizando<br />
as diferentes features da Gamers<br />
Club”, finaliza Zuñiga.<br />
“o campeonato é dirigido<br />
para todo e qualquer<br />
profissional das agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />
diferentes empresas”<br />
Vinícius Zuñiga é VP sales da Gamers Club<br />
“NÃO EXISTE LÁ MAIS ALI”, Gertru<strong>de</strong> Stein<br />
Foi bom, foi ótimo, enquanto durou. Agora existe um novo mundo<br />
em construção. A tecnologia disruptou, <strong>de</strong>u fim, ao mundo velho.<br />
“O que nos trouxe até aqui não nos levará mais a canto algum.<br />
REPOSICIONAR-SE OU MORRER”, JACK TROUT.<br />
“Antes <strong>de</strong> colocar todos os novos e revolucionários gadgets nas<br />
velhas molduras que carregamos em nossas cabeças, jogar a<br />
moldura velha fora”, PETER DRUCKER.<br />
Confie o reposicionamento <strong>de</strong> sua empresa, e a travessia<br />
do VELHO para o NOVO a uma transportadora <strong>de</strong><br />
confiança. Há 41 anos preparando-se para este<br />
momento único da história da humanida<strong>de</strong>.<br />
Planejamento e Reposicionamento<br />
Estratégicos Sob a Ótica do Mercado<br />
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Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 33
digital<br />
“gosto <strong>de</strong><br />
participar <strong>de</strong><br />
todas as etapas”<br />
Divulgação<br />
Foi em 2018 que Camilla <strong>de</strong> Lucas - até então<br />
estudante <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> e funcionária<br />
<strong>de</strong> uma imobiliária - <strong>de</strong>cidiu que passaria<br />
a trabalhar apenas como influencer.<br />
À época, ela fazia um job para uma marca no<br />
segmento <strong>de</strong> beleza, quando recebeu a proposta<br />
para um contrato <strong>de</strong> um ano. Detalhe: proposta <strong>de</strong><br />
outra empresa. “A internet nunca foi algo com o<br />
que eu pu<strong>de</strong>sse imaginar trabalhar um dia”, disse<br />
Camilla, que foi uma das últimas da sua família<br />
a ter computador e internet. De lá até hoje, porém,<br />
se passaram quase quatro anos, e a influencer<br />
já tem muita história para contar. Camilla<br />
foi vice-campeã do BBB21 e se tornou<br />
um dos principais nomes das re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Camilla <strong>de</strong> Lucas foi a vice-campeã do BBB21 e protagoniza ações para gran<strong>de</strong>s marcas<br />
vinícius novaes<br />
internet<br />
Eu não imaginava trabalhar<br />
com internet, porque eu não<br />
tinha tanto acesso. Eu fui uma<br />
das últimas primas a ter computador,<br />
por exemplo. Eu sonhava,<br />
na época, em ser mo<strong>de</strong>lo.<br />
Mas eu também gostava bastante<br />
<strong>de</strong> brincar com coisas <strong>de</strong><br />
escritório: eu pegava telefone<br />
velho, pegava alguns papéis do<br />
meu pai. Eu imaginava, então,<br />
seguir por alguma área administrativa.<br />
A internet nunca foi<br />
algo que eu pu<strong>de</strong>sse imaginar<br />
como trabalho. E mesmo mais<br />
tar<strong>de</strong>, já com acesso à internet<br />
todos os dias – e acompanhando<br />
as blogueiras <strong>de</strong> moda –, eu<br />
não imaginava isso.<br />
Contabilida<strong>de</strong><br />
Cursei até o quinto período<br />
<strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>, foi quando eu<br />
tranquei para começar a trabalhar<br />
com internet. Nessa época,<br />
eu já não estava conseguindo<br />
conciliar as duas ativida<strong>de</strong>s.<br />
Eu entrei na faculda<strong>de</strong> em 2016<br />
e, no ano seguinte, comecei a<br />
trabalhar com internet. E, em<br />
2018, eu cheguei à conclusão<br />
<strong>de</strong> que eu não conseguiria conciliar<br />
as três coisas: a internet,<br />
a faculda<strong>de</strong> e o escritório que<br />
eu trabalhava na época. Saí primeiro<br />
do meu trabalho para <strong>de</strong>pois<br />
trancar a faculda<strong>de</strong>.<br />
BBB21<br />
Eu não imaginava que, um<br />
dia, eu pu<strong>de</strong>sse entrar para um<br />
reality, mas é uma história muito<br />
doida: eu sabia que entraria.<br />
Quando eu entrei, eu fiquei<br />
com a sensação <strong>de</strong> um déjà vu.<br />
Tanto que eu tenho ví<strong>de</strong>o antigo<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, no qual<br />
eu dizia assim: ‘se eu fosse para<br />
o Big Brother, eu seria assim,<br />
assim, assado’. Mas eu nunca<br />
imaginei que isso aconteceria<br />
um dia. Eu fui uma das<br />
primeiras pessoas a receber o<br />
convite. Quando me ligaram,<br />
perguntaram: ‘você quer participar<br />
do BBB?’, e eu respondi<br />
que sim, e pronto. Disseram-<br />
-me que em breve retornariam.<br />
Aí eu pensei: gente, é um reality,<br />
mas eu já tinha topado. Eu<br />
fui muito tranquila, já que só<br />
fui porque verda<strong>de</strong>iramente eu<br />
me conheço. Eu sei do meu<br />
comportamento quando estou<br />
com pessoas que eu não conheço,<br />
pois é diferente <strong>de</strong> quando<br />
você está com familiares, amigos.<br />
Mas eu sei como eu sou<br />
quando estou com outras pessoas,<br />
em uma viagem <strong>de</strong> Carnaval,<br />
por exemplo. Eu sei que vai<br />
“Como os<br />
Conteúdos são<br />
para as minhas<br />
re<strong>de</strong>s soCiais,<br />
eu sei aquilo que<br />
vai funCionar”<br />
ter aquele que é mais bagunceiro,<br />
e eu posso ser organizada,<br />
e eu vou ter <strong>de</strong> aceitar isso. Só<br />
que, lá <strong>de</strong>ntro, algumas coisas<br />
entraram em conflito com a Camilla,<br />
que já era daqui <strong>de</strong> fora.<br />
Eu tive algumas posturas que<br />
jamais imaginei que tivesse.<br />
Por exemplo, eu tenho momentos<br />
em que sou muito explosiva,<br />
mas, lá <strong>de</strong>ntro, eu fiquei<br />
calma naturalmente. Mas eu<br />
percebi que amadureci bastante.<br />
Passaram-se cinco anos em<br />
quatro meses.<br />
envolvimento<br />
Eu sou muito chata (risos),<br />
e gosto <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> todas<br />
as etapas <strong>de</strong> criação, <strong>de</strong> tudo o<br />
que está acontecendo. Um dia,<br />
por exemplo, eu estava numa<br />
gravação com uma marca, que<br />
me pediu para fazer uma coisa<br />
que eu não acreditava. Eu falei<br />
que não iria funcionar e, juntos,<br />
ajustamos. É importante<br />
a marca passar a mensagem,<br />
mas também preciso levar entretenimento<br />
e a publicida<strong>de</strong>,<br />
claro, para o meu público. E<br />
como os conteúdos são para<br />
as minhas re<strong>de</strong>s sociais, eu sei<br />
muito bem aquilo que vai funcionar.<br />
Eu preciso também que<br />
a marca acredite em mim. Hoje,<br />
todas as empresas para as quais<br />
eu trabalho me dão liberda<strong>de</strong><br />
para criar.<br />
rePreSentativida<strong>de</strong><br />
Comecei nas minhas re<strong>de</strong>s<br />
sociais testando produtos <strong>de</strong> cabelo,<br />
maquiagem. E eu ia muito<br />
na contramão do que a galera<br />
estava fazendo. Eu sempre fiz<br />
minhas resenhas com produtos<br />
que eu comprava. Então, quando<br />
as marcas não alcançavam<br />
um público em geral, mulheres<br />
pretas e retintas, eu falava<br />
que tinham a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ter outras tonalida<strong>de</strong>s e, assim,<br />
atingirem outros públicos. Eu<br />
falo aquilo que eu acredito. Não<br />
tenho medo <strong>de</strong> expor o que eu<br />
estou sentindo. As coisas têm<br />
melhorado, porque a gente<br />
consegue cobrar. Vai lançar um<br />
produto? Faça uma cartela que<br />
encontre do mais claro ao mais<br />
escuro.<br />
34 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
NOVELAS E ESPORTES<br />
A emissora começará 2022<br />
com todas as faixas <strong>de</strong> novelas<br />
com obras inéditas. Na<br />
faixa das seis, em Além da Ilusão,<br />
Larissa Manoela protagonizará,<br />
ao lado <strong>de</strong> Rafael Vitti,<br />
uma história <strong>de</strong> amor em uma<br />
viagem ao Brasil das décadas<br />
<strong>de</strong> 1930 e 1940.<br />
Depois, no segundo semestre,<br />
chegará Mar do Sertão, uma<br />
produção com temática contemporânea<br />
ambientada numa<br />
cida<strong>de</strong> fictícia do Nor<strong>de</strong>ste brasileiro.<br />
Na faixa das sete, estreará,<br />
já em <strong>novembro</strong>, a comédia<br />
romântica Quanto Mais Vida,<br />
Melhor!.<br />
Já no esporte, além dos prinmídiA<br />
Globo foca em projetos integrados<br />
para pacotes comerciais <strong>de</strong> 2022<br />
Um dos programas <strong>de</strong> maior audiência da emissora, o BBB22<br />
oferecerá oportunida<strong>de</strong>s diferentes, como o Cinema do Lí<strong>de</strong>r<br />
ViníCius noVaes<br />
Você conhece a Globo?, perguntou<br />
o humorista Paulo<br />
Vieira no ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> abertura do<br />
Upfront Globo 2022, que ocorreu<br />
<strong>de</strong> forma virtual na semana<br />
passada. O discurso, <strong>de</strong><br />
tom leve e engraçado, passou<br />
duas principais mensagens: a<br />
<strong>de</strong> que a Globo é muito mais<br />
do que uma empresa <strong>de</strong> conteúdo,<br />
e a <strong>de</strong> que está sempre<br />
mudando.<br />
Com essa mensagem, e em<br />
linha com a campanha institucional<br />
lançada recentemente,<br />
a Globo levou o conceito <strong>de</strong><br />
relevância, por meio do ecossistema<br />
que integra a TV aberta,<br />
26 canais por assinatura, o<br />
streaming, além dos produtos<br />
digitais.<br />
Uma das principais atrações<br />
da emissora, o BBB22 – que terá<br />
apresentação <strong>de</strong> Ta<strong>de</strong>u Schimidt<br />
– vai estrear no dia 17 <strong>de</strong><br />
janeiro. No ano que vem, uma<br />
das mudanças é que o público<br />
po<strong>de</strong>rá assistir ao mesmo conteúdo<br />
do Cinema do Lí<strong>de</strong>r que<br />
os participantes no BBB, mas<br />
em sua casa. O filme exibido<br />
para os brothers será transmitido<br />
no Cinema <strong>de</strong> Cinema do<br />
Lí<strong>de</strong>r nas noites <strong>de</strong> terças-feiras<br />
na TV Globo.<br />
No Multishow, antes mesmo<br />
da nova edição começar, o<br />
Aquecimento BBB vai trazer os<br />
melhores momentos do BBB21<br />
em 16 episódios, com entrevistas<br />
com ex-participantes, etc.<br />
Já no Globoplay, será possível<br />
acompanhar as câmeras ao<br />
vivo, trechos, programas na<br />
íntegra e o Click BBB na plataforma.<br />
A segunda temporada <strong>de</strong> No<br />
Limite, outro reality importante<br />
na casa, tem estreia prevista<br />
para abril. O jogo terá duas<br />
exibições semanais, às terças e<br />
quintas, e o Eliminação voltará<br />
aos domingos. Já o formato<br />
The Voice – e suas diferentes<br />
versões – começa em fevereiro<br />
com o The Voice+. Em abril<br />
Manoel Soares, do É <strong>de</strong> Casa, foi um dos nomes que apresentaram o Upfront Globo 2022: oportunida<strong>de</strong>s para as marcas<br />
será a vez do The Voice Kids e,<br />
no segundo semestre, o The<br />
Voice Brasil.<br />
No universo digital, no Globoplay,<br />
um dos <strong>de</strong>staques comerciais<br />
é a segunda temporada<br />
<strong>de</strong> As Five. A série, com<br />
foco nos mais jovens e traz temas<br />
como diversida<strong>de</strong>, oferece<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entregas<br />
360°, inclusive no conteúdo da<br />
trama, com product placement,<br />
por exemplo.<br />
No Cartola, a emissora preparou<br />
um projeto integrado<br />
que inclui digital, app, site programas<br />
e transmissões <strong>de</strong> futebol<br />
na TV Globo, SporTV e Premiere.<br />
O patrocínio no Cartola<br />
FC é feito por itens exclusivos<br />
<strong>de</strong>ntro do fantasy game, envolvendo<br />
naming rights e ações <strong>de</strong><br />
conteúdo.<br />
“As novida<strong>de</strong>s digital first<br />
nascem a partir do pensamento<br />
digital, mas dialogam também<br />
com outras plataformas. Estar<br />
conectado hoje é estar em um<br />
mundo em movimento”, disse<br />
André Vinícius, diretor <strong>de</strong> negócios<br />
com agências da Globo.<br />
Maurício Fidalgo/Globo/Divulgação<br />
cipais campeonatos nacionais,<br />
como o Brasileirão e Copa do<br />
Brasil, a Globo vai transmitir a<br />
Copa do Mundo do Qatar, que,<br />
diferente <strong>de</strong> outras edições,<br />
será realizada no fim do ano,<br />
entre <strong>novembro</strong> e <strong>de</strong>zembro.<br />
Outra novida<strong>de</strong> na gra<strong>de</strong> da<br />
emissora serão os Jogos Olímpicos<br />
<strong>de</strong> Inverno, em Pequim,<br />
que terão uma cobertura multiplataforma.<br />
Diretora <strong>de</strong> negócios em<br />
publicida<strong>de</strong> da Globo, Manzar<br />
Feres vê o ecossistema como<br />
base para o futuro. “Na Globo,<br />
observamos dados, tecnologia<br />
e comportamento o tempo<br />
todo, e queremos compartilhar<br />
com o mercado tudo o<br />
que apren<strong>de</strong>mos. Então, tanto<br />
consumidor quanto anunciante<br />
vivem jornadas na Globo, e<br />
nosso papel é criar mais e melhores<br />
encontros entre eles”,<br />
afirmou a executiva.<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 35
opinião<br />
Guillaume Bleyer/Unsplash<br />
nada substitui o talento<br />
André Vinicius<br />
palavra “talento” já teve diferentes significados.<br />
Sua origem, do latim “talen-<br />
A<br />
tum”, indica inclinação, ou o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conquistar<br />
algo. Com o tempo, foi ganhando<br />
novos sentidos e hoje se refere, principalmente<br />
no ambiente corporativo, à habilida<strong>de</strong><br />
natural para criar ou executar algo com<br />
maestria. Quando olhamos para o mercado<br />
<strong>de</strong> comunicação, sabemos que o talento foi<br />
a força propulsora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s negócios e<br />
cases memoráveis.<br />
No cenário atual - na qual o consumidor<br />
é impactado por múltiplas mensagens e há<br />
um risco constante <strong>de</strong> dispersão -, <strong>de</strong>stacam-se<br />
aquelas i<strong>de</strong>ias que tiverem a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conectar os valores <strong>de</strong> uma marca<br />
com seu público-alvo. Inovação<br />
e criativida<strong>de</strong> caminham lado<br />
a lado, e as empresas que também<br />
investem nessa dupla são<br />
as que geram resultados acima<br />
da média, revolucionando negócios<br />
e minimizando os riscos<br />
<strong>de</strong> qualquer crise que possa se<br />
aproximar.<br />
O ecossistema da comunicação<br />
se transformou <strong>de</strong> forma<br />
exponencial na última década.<br />
O advento tecnológico é o principal fator<br />
que impulsionou as inovações <strong>de</strong>sse mercado.<br />
A chamada “economia da atenção”<br />
nunca mais será a mesma. O uso <strong>de</strong> dados<br />
que temos hoje, em associação à criativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> agências e equipes <strong>de</strong> marketing, são<br />
os elementos que fazem uma marca brilhar<br />
para milhões <strong>de</strong> consumidores, nas mais<br />
diversas jornadas. Des<strong>de</strong> 2020, estamos vivendo<br />
um momento sem prece<strong>de</strong>ntes, que<br />
trouxe significativas mudanças e influenciou<br />
diretamente a atuação das marcas e o<br />
que se produziu <strong>de</strong> ações publicitárias. Não<br />
tenho dúvida <strong>de</strong> que adaptar a comunicação<br />
a este novo contexto continua sendo<br />
um dos maiores <strong>de</strong>safios das agências. Nenhuma<br />
plataforma ou inteligência artificial<br />
“nada<br />
substitui<br />
o talento.<br />
Você com<br />
certeza<br />
já ouViu<br />
essa frase<br />
antes”<br />
po<strong>de</strong>ria prever um cenário tão <strong>de</strong>safiador<br />
e tomar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> negócio com o máximo<br />
<strong>de</strong> empatia e sensibilida<strong>de</strong> humana<br />
- indispensáveis neste momento. Ou seja,<br />
não existe tecnologia que substitua na propaganda<br />
a genialida<strong>de</strong> do criativo. E é por<br />
isso que há mais <strong>de</strong> 40 anos dizemos: nada<br />
substitui o talento. Você com certeza já ouviu<br />
essa frase antes. É o famoso slogan que<br />
marca o prêmio “Profissionais do Ano”. E<br />
se antes tínhamos a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar belos<br />
filmes publicitários como a principal referência<br />
<strong>de</strong> talento, hoje vivemos um novo<br />
patamar. E é aí que as novas ferramentas<br />
po<strong>de</strong>m potencializar a criativida<strong>de</strong>. O olhar<br />
para tecnologia e dados é cada vez mais essencial<br />
para a criação <strong>de</strong> campanhas que<br />
engajam e alcançam os KPIs esperados,<br />
principalmente quando aliados ao conhecimento<br />
profundo do consumidor.<br />
Essa é a combinação essencial para<br />
construir um olhar <strong>de</strong> empatia<br />
com os consumidores e transformar<br />
a relação com a marca em algo<br />
mais humano, gerando conexões<br />
genuínas e relevantes.<br />
Por isso, é necessário explorarmos<br />
as possibilida<strong>de</strong>s que apenas a<br />
nossa inteligência humana, aliada<br />
a um repertório criativo e ao olhar<br />
atento às inovações constantes, é<br />
capaz <strong>de</strong> criar. Como chegaríamos a tantas<br />
ferramentas se não fosse pelo talento<br />
dos que construíram essa estrada até aqui?<br />
O mundo investiu em plataformas e criou<br />
tecnologias para enten<strong>de</strong>r cada vez mais as<br />
preferências do consumidor, pois sempre<br />
reconheceu a importância <strong>de</strong>sse conhecimento<br />
para chegar em soluções <strong>de</strong> comunicação<br />
eficazes. No entanto, a forma <strong>de</strong> produzir<br />
conteúdo surpreen<strong>de</strong>nte e capaz <strong>de</strong><br />
emocionar é um talento nato ao ser humano.<br />
Em uma busca contínua para entregar<br />
propósito e gerar valor para o mundo, esse<br />
apetite por transformação se reflete em<br />
inovação, inconformismo e genialida<strong>de</strong>.<br />
Para mim, esse é o significado do talento.<br />
E, por hora, nada o substitui.<br />
André Vinicius é diretor <strong>de</strong> Negócios com Agências<br />
da Globo<br />
andre.vinicius@g.globo<br />
36 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
LUTA<br />
A cantora Gaby Amarantos<br />
está muito além do tecnobrega,<br />
gênero criado no Pará, seu<br />
estado natal. Em entrevista à<br />
revista TPM, ela esclarece que<br />
o afeto também é luta, para<br />
falar do conceito do seu novo<br />
álbum Purakê. Sua reflexão<br />
faz remissão aos seus antepassados<br />
para mostrar que arte,<br />
amor e beleza também são<br />
formas <strong>de</strong> revolução. O título<br />
do álbum, o primeiro inédito<br />
em uma década, é referência<br />
ao peixe poraquê, “que parece<br />
uma enguia ou uma cobra”,<br />
nas palavras <strong>de</strong> Gaby, e vive na<br />
região dos igarapés paraenses.<br />
Ela resume o conteúdo <strong>de</strong>sse<br />
novo trabalho. “É uma saudação<br />
à minha ancestralida<strong>de</strong>.<br />
Dos meus pais, dos meus avós,<br />
<strong>de</strong> todos os meus familiares<br />
ribeirinhos, meus antepassados<br />
que foram escravizados...<br />
O quilombo <strong>de</strong>les ficava no<br />
meio da Amazônia. O engenho<br />
que eles trabalhavam <strong>de</strong> cana<br />
<strong>de</strong> açúcar era no meio da floresta.<br />
Para chegar até a casa<br />
do senhor feudal, eles tinham<br />
<strong>de</strong> navegar <strong>de</strong> canoa ou <strong>de</strong><br />
barco, nem existia rabeta, eles<br />
tinham <strong>de</strong> remar. Toda a minha<br />
ancestralida<strong>de</strong> perpassa<br />
pela água”, afirma Gaby na entrevista<br />
que conce<strong>de</strong>u à jornalista<br />
Denise Meira do Amaral,<br />
do título do portfólio da Trip<br />
Editora.<br />
Fotos: : Divulgação<br />
A elétrica Gaby Amarantos está lançando seu segundo álbum autoral e <strong>de</strong>u entrevista esclarecedora para a revista TPM, do Grupo Trip<br />
Sebastian está presente na campanha <strong>de</strong> Natal da Lea<strong>de</strong>r, cocriada por Lula Vieira<br />
RETORNO<br />
Especialista da memória musical brasileira, Lula Vieira contribuiu<br />
com a criação da campanha Já é Natal na Lea<strong>de</strong>r, que<br />
marca os 70 anos da marca <strong>de</strong> varejo fluminense. Lula, ainda<br />
nos tempos da V&S (iniciais <strong>de</strong> Vieira e Siqueira), criou há 31<br />
anos o jingle do anunciante. Em um dos filmes, o personagem<br />
Sebastian, que ficou conhecido nas ações da C&A, presta homenagem<br />
às marcas concorrentes da Lea<strong>de</strong>r. A voz que narra os<br />
comerciais é da atriz Malu Ma<strong>de</strong>r.<br />
MARKETPLACE<br />
Agora posicionada como<br />
marketplace <strong>de</strong> moda, a marca<br />
Passarela está com campanha<br />
que reflete seu novo momento.<br />
“O reposicionamento<br />
é resultado <strong>de</strong> um processo<br />
<strong>de</strong> transformação interna e<br />
externa, que ampliou o negócio<br />
para um marketplace <strong>de</strong><br />
moda, calçados e acessórios,<br />
passando a oferecer produtos<br />
próprios e <strong>de</strong> sellers selecionados<br />
para todas as ida<strong>de</strong>s,<br />
gostos e personalida<strong>de</strong>s”,<br />
explica Luis Tomasetti, CEO<br />
da empresa, que está há 40<br />
anos no mercado. “A campanha<br />
foi pensada para integrar<br />
virtu<strong>de</strong>s que já são patrimônios<br />
da marca com uma visão<br />
<strong>de</strong> mercado com foco no<br />
cliente”, explica Carlos Costa,<br />
diretor-executivo da agência<br />
Ecco. Ação conta com os influencers<br />
Nina Secrets, Nah<br />
Cardoso e Giu Garcia.<br />
Ecco convoca influencers para Passarela<br />
jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 37
última página<br />
ÉMILE SÉGUIN/Unsplash<br />
terceira via,<br />
a marca<br />
stalimir vieira<br />
Estamos vivendo uma experiência<br />
curiosa, nesse período que prece<strong>de</strong><br />
a campanha eleitoral para a Presidência<br />
da República, em 2022. Além dos dois<br />
nomes mais competitivos – Lula e Bolsonaro<br />
– temos uma marca – Terceira via.<br />
Absolutamente impessoal, apenas uma<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negação à tentativa <strong>de</strong> impor<br />
uma nova polarização, cujo resultado,<br />
em 2018, <strong>de</strong>ixou infeliz a gran<strong>de</strong> maioria<br />
dos eleitores brasileiros.<br />
A marca goza <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> simpatia,<br />
em que pese não encarnar<br />
nenhuma das alternativas<br />
<strong>de</strong> carne e osso que se candidatam<br />
a ela. É como se fosse uma<br />
anticandidatura convencional,<br />
uma figura <strong>de</strong> linguagem que<br />
po<strong>de</strong>ria ser traduzida por “nada<br />
como antes”, inclusive no<br />
que diz respeito a candidatos.<br />
Como a Terceira via se manifesta<br />
apenas através do <strong>de</strong>sejo<br />
daqueles que sustentam a sua<br />
existência subjetiva, não corre<br />
o risco <strong>de</strong> repetir velhos jargões eleitoreiros,<br />
nem fazer promessas <strong>de</strong>magógicas<br />
ou populistas, sendo adaptada a um i<strong>de</strong>al<br />
<strong>de</strong>sejado <strong>de</strong> perfeição. Terceira via é uma<br />
concepção pessoal daquilo o que cada um<br />
enten<strong>de</strong> como sendo melhor do que uma<br />
ou outra das opções humanas disponíveis.<br />
“‘VIRGEM’ DE<br />
QUALQUER<br />
NOME DE<br />
CANDIDATO,<br />
A MARCA<br />
TERCEIRA VIA<br />
GANHARIA A<br />
ELEIÇÃO”<br />
Se fosse possível registrar uma candidatura<br />
não-padrão (ou seja, não envolvendo<br />
nem candidatos, nem partidos),<br />
muito provavelmente Terceira via seria<br />
“eleita”, por conta do que se conhece dos<br />
outros candidatos e do que se conhece<br />
<strong>de</strong> todos os candidatos, além do que se<br />
imaginou para ela. Seria um voto <strong>de</strong> muita<br />
convicção, esperança e fervor político.<br />
Pois se trata <strong>de</strong> uma proposta, que só admite<br />
ser discutida no padrão <strong>de</strong> “existe” e<br />
“não existe”.<br />
Ou seja, quem não acredita, sustentaria<br />
essa <strong>de</strong>scrença até o momento em que<br />
ela se tornasse real, no conjunto <strong>de</strong> referências<br />
a que nos acostumamos a aceitar<br />
como realida<strong>de</strong>. Significa dizer que ela<br />
não precisa “existir” necessariamente,<br />
mas ser sugerida num ambiente tomado<br />
<strong>de</strong> percepções concretas; uma opção na<br />
urna eletrônica, por exemplo. Quem acredita<br />
na Terceira via foi convertido pela<br />
agrura iniciada na opção exercida no segundo<br />
turno <strong>de</strong> 2018, seja ela qual tenha<br />
sido, inclusive, branco e nulo.<br />
Teoricamente se po<strong>de</strong>ria supor<br />
que, à época, terceira via<br />
seria a soma <strong>de</strong> brancos, nulos e<br />
abstenções. O que não é pouca<br />
coisa, ao se tratar <strong>de</strong> uma base<br />
que, hoje comportaria, ainda,<br />
uma legião <strong>de</strong> infelizes com<br />
suas opções por algum candidato,<br />
por se tratarem <strong>de</strong> votos<br />
assumidamente apenas contra<br />
o outro candidato. Por incrível<br />
que a tese possa parecer, acredito<br />
que, “virgem” <strong>de</strong> qualquer nome <strong>de</strong><br />
candidato, a marca Terceira via ganharia<br />
a eleição, seguramente, ainda no primeiro<br />
turno. Isso <strong>de</strong>monstra que marcas po<strong>de</strong>m<br />
representar, com mais precisão e amplitu<strong>de</strong>,<br />
o conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas da maioria<br />
dos eleitores, ao serem concebidas com<br />
esse propósito, e <strong>de</strong>svinculadas dos interesses<br />
particulares das candidaturas.<br />
Sim, vocês já <strong>de</strong>vem estar imaginando<br />
uma candidatura-algoritmo, “educada”<br />
pelas projeções <strong>de</strong> cada eleitor, dotada <strong>de</strong><br />
uma inteligência suficientemente po<strong>de</strong>rosa,<br />
capaz <strong>de</strong> realizar cálculos complexos,<br />
tendo como premissa fazer com que todos<br />
se percebam atendidos. Mesmo que isso<br />
não seja verda<strong>de</strong>.<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base <strong>de</strong> Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
38 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark