12.11.2021 Views

Edição de 1º de novembro de 2021

  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

APP VOltA cOM tROFÉu<br />

GARRA dO GAlO<br />

Premiação retorna com<br />

novida<strong>de</strong>s. Entre os<br />

vencedores está Marlene<br />

Bregman, da LBTM,<br />

que receberá o Prêmio<br />

Contribuição Profissional<br />

Especial. pág. 12<br />

Pixel ShOw teRá 42 hORAS <strong>de</strong> cONteúdO<br />

Programado entre os dias 25 e 28 <strong>de</strong><br />

<strong>novembro</strong>, festival internacional <strong>de</strong> arte e<br />

criativida<strong>de</strong> lança o Clube Pixel Show. pág. 28<br />

cAMillA <strong>de</strong> lucAS<br />

APOStA eM cOcRiAçãO<br />

Vice-campeã do<br />

BBB21, a influencer<br />

afirmou que gosta <strong>de</strong><br />

participar <strong>de</strong> todas as<br />

etapas da criação das<br />

ações <strong>de</strong> marcas para<br />

as quais atua. pág. 34<br />

propmark.com.br ANO 57 - Nº 2869 - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2021</strong> R$ 15,00<br />

Ryan Wallace/Unsplash<br />

Gênero neutro chega à<br />

publicida<strong>de</strong> e gera reflexão<br />

Nova linguagem, um paralelo ao masculino e feminino, ainda é usada com timi<strong>de</strong>z, e<br />

mais frequência só nas re<strong>de</strong>s sociais, mas profissionais ouvidos pelo PROPMARK dizem<br />

que é um caminho sem volta. A linguagem muito explorada pelos jovens adota, por<br />

exemplo, o @ no lugar do “a”; e o “e” substituindo o “o”. A gran<strong>de</strong> maioria afirma que o<br />

mercado po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve usar o gênero neutro na comunicação das marcas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que com<br />

informação e consciência da importância que ele tem para promover inclusão. pág. 24


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

esperança<br />

Des<strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2021</strong> a palavra transformação ganhou ressignificações<br />

importantes diante do cenário <strong>de</strong> reinvenção que o mundo<br />

empresarial teve pela frente. Mesmo diante <strong>de</strong> uma situação econômica<br />

<strong>de</strong>sfavorável e cada vez mais caudatária da influência do dólar e<br />

dos custos da globalização.<br />

A pan<strong>de</strong>mia não foi implacável apenas no Brasil. O impacto nas economias<br />

não tem mais volta. Mas, graças à abnegação das li<strong>de</strong>ranças<br />

empresariais, cuja essência é i<strong>de</strong>ntificar as fontes <strong>de</strong> recursos para<br />

remunerar estruturas <strong>de</strong> trabalho, fornecedores e dos investimentos<br />

necessários à mo<strong>de</strong>rnização, a luz no fim do túnel sempre tem um interruptor.<br />

Claro que o papel do governo é ser colaborativo para o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Esse fomento não só contribui para a remuneração do Estado por<br />

meio <strong>de</strong> impostos, mas gera mais otimismo para a luta contra as barreiras<br />

que se interpõem às jornadas. Com tantos percalços, po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>finir como guerreira a <strong>de</strong>terminação das empresas se transformarem<br />

mesmo com esse imenso fosso aberto.<br />

Por que, em vez <strong>de</strong> jogar junto em 100% do processo, governos têm<br />

insistido em usar a própria cabeça, leia-se i<strong>de</strong>ologia, com narrativas<br />

dicotômicas e fora da realida<strong>de</strong> mercantil?<br />

O Brasil enfrenta o próprio dilema ao optar por benchmarks caducos<br />

que nos comparam à mediocrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maduros e outros opositores do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento com base naquilo que po<strong>de</strong> agregar valor a um país.<br />

Com a grandiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa terra ‘brasilis’ em que se plantando tudo<br />

dá, expressão que está na carta <strong>de</strong> Pero Vaz <strong>de</strong> Caminha datada <strong>de</strong> <strong>1º</strong><br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1500, não dá para digerir o discurso <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento a<br />

qualquer custo, negação à imunização e fake news. Comportamentos<br />

que são completamente ina<strong>de</strong>quados à globalização e aos preceitos da<br />

dignida<strong>de</strong> humana. E dos preceitos técnicos e estruturais da economia.<br />

Alguns setores econômicos ainda sentem na pele as dores da crise iniciada<br />

em março <strong>de</strong> 2020. Mesmo assim, resistem à tentativa <strong>de</strong> fechar<br />

portas e interromper sua história. Esses lutadores brasileiros não <strong>de</strong>sistem<br />

e investem na ressignificação. Porque uma empresa reflete o<br />

sentimento da socieda<strong>de</strong>, que é gerar riquezas, empregos e impostos.<br />

A parida<strong>de</strong> com o dólar faz parte. Mas, diante <strong>de</strong> um cenário cada vez<br />

mais caótico, muita gente já se arrepen<strong>de</strong>u do voto <strong>de</strong> confiança que<br />

<strong>de</strong>u à mudança <strong>de</strong> status quo. Que mudou, mas não a condição <strong>de</strong> continuar<br />

batendo pesado no agente que remunera as operações do po<strong>de</strong>r<br />

público, que é a empresa. Empresa gosta <strong>de</strong> empregar. E não <strong>de</strong> abrir<br />

mão da sua força motriz, que é o trabalhador. Esse ônus é <strong>de</strong> governos.<br />

O país está cansado do toma lá dá cá. Esse viés é nocivo. Impru<strong>de</strong>nte.<br />

E um vício que corrói o discernimento. A maldita herança <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r<br />

benesses às bases que dão apoio é uma miopia. No caso do atual governo,<br />

essa falta <strong>de</strong> visão trai aqueles que <strong>de</strong>positaram nas urnas a fé <strong>de</strong><br />

que a nossa república finalmente se tornaria algo robusto e não mais<br />

afeito a chacotas.<br />

Como o brasileiro não <strong>de</strong>siste nunca, a chance <strong>de</strong> tentar <strong>de</strong> novo tem<br />

data marcada: o pleito eleitoral <strong>de</strong> 2022.<br />

***<br />

70 anos<br />

Sou testemunha da importância da ESPM para a estrutura da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira e da formação <strong>de</strong> profissionais que se tornam lí<strong>de</strong>res<br />

<strong>de</strong> negócios da economia criativa. Os campi <strong>de</strong> São Paulo, Porto Alegre<br />

e Rio <strong>de</strong> Janeiro estão sempre lotados <strong>de</strong> gente interessada em apren<strong>de</strong>r<br />

a gestão e a base da comunicação mercadológica e, consequentemente,<br />

ativar todas as indústrias que buscam consumidores para seus<br />

produtos, serviços e ao conhecimento <strong>de</strong> marcas. Hoje sob o comando<br />

executivo do publicitário Dalton Pastore, a ESPM prepara pessoas para<br />

gerir negócios.<br />

Há 70 anos, quando começou a funcionar, no dia 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1951,<br />

a busca sempre foi pela maturida<strong>de</strong> e a segurança <strong>de</strong> que, por meio da<br />

ciência do marketing, a flui<strong>de</strong>z da socieda<strong>de</strong> ocorre naturalmente.<br />

Essa maturida<strong>de</strong> é ratificada hoje, mas a base está no primórdio das<br />

primeiras turmas que ocupavam parte do antigo prédio do Museu <strong>de</strong><br />

Arte <strong>de</strong> São Paulo (Masp), materializando um sonho do escritor e publicitário<br />

Rodolfo Lima Martensen, endossado por Pietro Maria Bardi,<br />

o mentor do Masp, e por Assis Chateaubriand, o barão da mídia à época<br />

e fundador dos Diários Associados.<br />

O sonho <strong>de</strong> Martensen foi levado adiante por outros presi<strong>de</strong>ntes que<br />

<strong>de</strong>ixaram sua marca no alicerce <strong>de</strong>ssa escola que me emociona pelo<br />

seu papel <strong>de</strong> formar indivíduos e cidadãos, entre os quais Otto Hugo<br />

Scherb, Francisco Gracioso, Luiz Celso <strong>de</strong> Piratininga Figueiredo e<br />

José Roberto Whitaker Penteado. Dalton Pastore costura essa história<br />

com maestria, agregando novos conhecimentos que estabelecem uma<br />

ponte para o futuro da ESPM e <strong>de</strong> continuar sendo uma agregadora<br />

para a formação <strong>de</strong> empresários visionários.<br />

***<br />

Gênero neutro<br />

Matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição aborda as características da nova linguagem<br />

neutra, um paralelo ao masculino e feminino, que começa<br />

a ser utilizada pelas marcas, com mais frequência nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

A linguagem muito explorada pelos jovens adota, por exemplo, o @<br />

no lugar do “a”; e o “e” substituindo o “o”. A gran<strong>de</strong> maioria dos profissionais<br />

consultados pelo PROPMARK afirma que o mercado po<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>ve usar o gênero neutro na comunicação das marcas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que com<br />

informação e consciência da importância que ele tem para promover<br />

inclusão.<br />

***<br />

Garra do Galo<br />

Após um hiato <strong>de</strong> seis anos, o tradicional Prêmio Contribuição Profissional,<br />

promovido pela APP (Associação dos Profissionais <strong>de</strong> Propaganda),<br />

volta atualizado, com novida<strong>de</strong>s nas categorias e mais diversida<strong>de</strong>.<br />

Pela primeira vez, haverá mais mulheres no pódio para receber o<br />

Troféu Garra do Galo, que reconhece profissionais que realizam ações<br />

que valorizam as ativida<strong>de</strong>s do mercado da comunicação. Entre os 13<br />

premiados, há dois nomes do PROPMARK: a editora-chefe Kelly Dores<br />

e o cartunista Dorinho. Parabéns a todos os vencedores <strong>de</strong>sta importante<br />

premiação para o mercado!<br />

4 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Índice<br />

Profissionais<br />

analisam uso do<br />

gênero neutro<br />

Nova linguagem dá primeiros<br />

passos na propaganda e<br />

publicitários alertam para o uso<br />

indiscriminado. Para eles, marcas<br />

<strong>de</strong>vem saber da sua importância.<br />

cAPA<br />

24<br />

Jason Leung / Unsplash<br />

Alê Oliveira<br />

entrevistA<br />

Philips Walita quer se<br />

aproximar dos jovens<br />

Empresa <strong>de</strong> 82 anos está no ar com a<br />

campanha Nocaute, estrelada pela lutadora<br />

<strong>de</strong> UFC Amanda Ribas, para divulgar<br />

nova linha <strong>de</strong> liquidificadores. Segundo a<br />

diretora <strong>de</strong> marketing Silvia Toshie Tamai<br />

(foto à esq.), a marca busca ampliar recall<br />

entre o público <strong>de</strong> 25 a 35 anos. pág. 22<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

Adi Goldstein/Unsplash<br />

mercAdo<br />

Upper cresce com o<br />

conceito Aducation<br />

A Upper, <strong>de</strong> Walter Longo e Flavio Tavares,<br />

apresenta bons resultados em sete meses <strong>de</strong><br />

atuação. A empresa trabalha com o conceito<br />

ADucation, cujo princípio é <strong>de</strong> que toda<br />

companhia po<strong>de</strong> virar educadora. pág. 29<br />

digitAL<br />

Facebook muda nome<br />

da empresa para meta<br />

Durante o evento Connect <strong>2021</strong>, Mark<br />

Zuckerberg anunciou que a controladora<br />

do Facebook, Instagram e WhatsApp passa<br />

a se chamar Meta. O objetivo é focar no<br />

metaverso, mundo virtual on<strong>de</strong> as pessoas<br />

po<strong>de</strong>m interagir no ambiente. pág. 32<br />

mercAdo<br />

executivos <strong>de</strong> mídia<br />

migram das agências<br />

Movimento mostra migração <strong>de</strong> nomes<br />

<strong>de</strong> agências para plataformas, veículos <strong>de</strong><br />

comunicação, anunciantes e alguns têm se<br />

tornado empreen<strong>de</strong>dores. Andrea Hirata,<br />

por exemplo, <strong>de</strong>ixou o comando <strong>de</strong> mídia<br />

da LBTM para ingressar no Kwai. pág. 30<br />

editorial ................................................................4<br />

conexões ...............................................................8<br />

curtas ..................................................................10<br />

Prêmios ...............................................................11<br />

Quem Fez ............................................................14<br />

We Love mKt ......................................................16<br />

Beyond the Line ................................................18<br />

inspiração ..........................................................20<br />

entrevista ...........................................................22<br />

mercado ..............................................................24<br />

digital .................................................................31<br />

mídia ...................................................................35<br />

opinião ................................................................36<br />

supercenas .........................................................37<br />

Última Página ....................................................38<br />

6 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


conexões<br />

com negócios puxados pelo Brasil<br />

Obrigado, PROPMARK, pela entrevista,<br />

e agra<strong>de</strong>ço também ao time<br />

da Dentsu por criar a re<strong>de</strong> mais integrada<br />

da América Latina.<br />

Juan Pedro Mc Cormack<br />

última Hora<br />

LinkedIn:<br />

Post: Fiat e Gerdau pressionam<br />

Minas Tênis sobre falas <strong>de</strong> Maurício<br />

Souza<br />

Nāo passarāo!<br />

Graziella Nascimento<br />

Post: Dentsu projeta expansão<br />

dorinHo<br />

Instagram:<br />

Post: Halloween do Burger King<br />

tem ofertas “sobrenaturais” às 3h<br />

da manhã<br />

Sai fora! Acordar às 3 da manhã<br />

para beber água e encontrar um<br />

BK na minha cozinha. Prefiro assombração!<br />

Ana Carolina<br />

Faltou avisar o BK que a larica da<br />

madruga já é por conta do Mc<br />

Donald’s…<br />

Fabio Mello<br />

Post: Marcas apoiam Mc Dia Feliz<br />

com ações internas e posts nas<br />

re<strong>de</strong>s<br />

Amo muito tudo isso!<br />

João Branco do Méqui<br />

CRESCIMENTO<br />

Os setores <strong>de</strong> vestuário e<br />

acessórios continuam sendo<br />

dos mais dinâmicos da<br />

economia, tanto que estão<br />

entre os itens <strong>de</strong> maior<br />

expectativa <strong>de</strong> compra da Black Friday, como atesta pesquisa<br />

da Ipsos. A Mormai, especialista no segmento <strong>de</strong> esportes,<br />

está nessa vibe. Em <strong>2021</strong>, a marca, que tem 42 anos <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s, teve crescimento <strong>de</strong> 300%. O executivo Sacha<br />

Juanuk, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> omnichannel da empresa, explica<br />

que “as peças são comercializadas em 30 mil PDVs (franquias,<br />

revendas e lojas multimarca)”. Nos últimos dois anos, a<br />

empresa iniciou engajamento no mundo digital, marcando<br />

presença nos marketplaces Netshoes, B2W, Dafti, Amazon<br />

e Magalu. “Os produtos não são entregues pelo centro <strong>de</strong><br />

distribuição. Transferimos para a loja mais próxima fazer a<br />

entrega ao consumidor”, ele afirma.<br />

HALL<br />

A Abramark (Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing) eterniza o<br />

nome <strong>de</strong> mais cinco profissionais no seu hall <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />

notórias: Alexandre Hohagen (ex-Google e atualmente<br />

investidor); Fabio Madia (CEO do MadiaMundoMarketing);<br />

José Salibi Neto (master em International Business pela<br />

University of South Carolina); Roberto Duailibi, na foto acima,<br />

(o D da DPZ), e Suzana Apelbaum (head of creative do Google).<br />

A entida<strong>de</strong>, que é presidida por Francisco Alberto Madia <strong>de</strong><br />

Souza, lançou no último mês <strong>de</strong> setembro o “mais completo<br />

livro sobre a vida e a obra <strong>de</strong> Peter Ferdinand Drucker”, criador<br />

da administração mo<strong>de</strong>rna, <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ologia, o marketing, e do<br />

administrador profissional.<br />

8 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


@almapbbdo<br />

Passando aqui<br />

para lembrar<br />

que a Almap<br />

foi a agência<br />

com mais clientes<br />

lembrados no<br />

Prêmio Top of Mind.<br />

Obrigado, Bra<strong>de</strong>sco Seguros, GOL, Johnnie Walker Red Label,<br />

O Boticário, Smirnoff, Volkswagen e White Horse<br />

por fazerem este Prêmio Top of Mind literalmente<br />

inesquecível para todos nós da Almap.


curtas<br />

PUbliciS é o grUPo MaiS valioSo<br />

ESPM tEM logo ESPEcial dE 70 anoS<br />

c&a EScolhE WUndErMan<br />

Arthur Sadoun, chairman e CEO do Grupo Publicis<br />

Dados da Campaign mostram que o Publicis<br />

Groupe se tornou o conglomerado <strong>de</strong><br />

agências mais valioso do mundo, à frente<br />

<strong>de</strong> Omnicom e WPP. O valor <strong>de</strong> mercado<br />

da empresa francesa alcançou US$ 16,3<br />

bilhões - cerca <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 91 bilhões, na<br />

cotação atual. Arthur Sadoun, presi<strong>de</strong>nte e<br />

executivo-chefe do Publicis Groupe, reportou<br />

expansão <strong>de</strong> receita no segundo e terceiro<br />

trimestres <strong>de</strong> <strong>2021</strong>, acima dos níveis<br />

<strong>de</strong> 2019, com aceleração no trimestre mais<br />

recente. O preço das ações subiu mais <strong>de</strong><br />

150%, para 56 euros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto mais<br />

baixo no início da pan<strong>de</strong>mia, quando havia<br />

caído para 22 euros.<br />

cinEMa rEúnE íconES<br />

Instituição possui hoje 12,6 mil alunos<br />

Escolhido em concurso online, o logo<br />

em comemoração aos 70 anos da ESPM -<br />

data celebrada no último dia 27 <strong>de</strong> outubro<br />

- foi criado por lorena logiacco graça e<br />

thamirys couto teles Estercio, estudantes<br />

do curso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign da ESPM <strong>de</strong> São Paulo,<br />

mas a seleção recebeu projetos também do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro e Porto Alegre. Site comemorativo<br />

e uma edição especial da revista<br />

também marcam as sete décadas da instituição,<br />

que hoje tem 12,6 mil alunos dos<br />

cursos <strong>de</strong> graduação e <strong>de</strong> pós-graduação,<br />

e mais <strong>de</strong> 1,1 mil funcionários. “Vamos celebrar<br />

a tradição e a ousadia para inovar”,<br />

diz Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte da ESPM.<br />

FalabElla lança ProdUtora<br />

Mariana Moraes, da C&A, e Pedro Reiss, da WT<br />

A Wun<strong>de</strong>rman Thompson Brasil acaba<br />

<strong>de</strong> conquistar a conta da C&A, e trabalhará<br />

em parceria com o LAB C&A, in house operacionalizada<br />

pela Thinkers Co, que possui<br />

mais <strong>de</strong> 20 profissionais. Neste novo ciclo<br />

<strong>de</strong> comunicação, a agência atuará para<br />

“<strong>de</strong>senvolver uma parceria estratégica e<br />

construir os próximos capítulos da marca.<br />

Encontramos na WT um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho<br />

alinhado”, comenta Mariana Moraes,<br />

diretora <strong>de</strong> marketing da C&A. “Percorremos<br />

etapas em poucas semanas. Agora é<br />

trabalhar para que os resultados venham<br />

com essa mesma velocida<strong>de</strong>”, diz Pedro<br />

Reiss, CEO da Wun<strong>de</strong>rman.<br />

anJ E anEr ProMovEM caPacitação<br />

Freepik<br />

Alê Oliveira<br />

Cena do filme E.T. - O Extraterrestre, <strong>de</strong> 1982<br />

Marcello Serpa participa da campanha<br />

#HelloBigScreen, i<strong>de</strong>alizada pela Associação<br />

Mundial <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> no Cinema<br />

(SAWA), cujo objetivo é valorizar o cinema<br />

e evi<strong>de</strong>nciar a importância da diversão<br />

coletiva e do entretenimento fora <strong>de</strong><br />

casa, especialmente no pós-pan<strong>de</strong>mia.<br />

O diretor <strong>de</strong> arte mais premiado do Brasil,<br />

com 45 Clio Awards e 149 leões em Cannes,<br />

incluindo o primeiro GP da América Latina<br />

e o Leão <strong>de</strong> São Marcos no Cannes Lions,<br />

aparece na ação ao lado <strong>de</strong> Rosie Arnold,<br />

primeira mulher a se tornar presi<strong>de</strong>nte<br />

do D&AD, além <strong>de</strong> Sir John Hegarty, Mark<br />

Ritson, Corinne Woods e Mark Tutssel.<br />

Três na Gangorra conta com Suppa e Filipe Fratino<br />

A produtora <strong>de</strong> audiovisual três na<br />

gangorra chega ao mercado pelas mãos <strong>de</strong><br />

Miguel Falabella, roteirista, ator, diretor,<br />

produtor e curador <strong>de</strong> conteúdo; Suppa,<br />

que é ilustradora, escritora e diretora artística;<br />

e Filipe Fratino, publicitário, produtor<br />

e diretor <strong>de</strong> cena. Criação, produção e pós-<br />

-produção <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> marca, entretenimento<br />

e publicida<strong>de</strong> estão no pipeline<br />

da empresa, que nasce com cases como<br />

o canal da charlotte, no YouTube, que já<br />

supera 25 milhões <strong>de</strong> visualizações, além<br />

da websérie Família Pharmaco, projeto <strong>de</strong><br />

entretenimento e bran<strong>de</strong>d content <strong>de</strong>senvolvido<br />

para o Laboratório Hypera Pharma.<br />

Programa busca aceleração digital<br />

A Associação Nacional <strong>de</strong> Jornais (ANJ)<br />

e a Associação Nacional <strong>de</strong> Editores <strong>de</strong><br />

Revistas (Aner) lançam o programa acelerando<br />

a transformação digital com aner<br />

e anJ, criado em parceria com o Centro<br />

Internacional para Jornalistas (ICFJ) e o<br />

Facebook Journalism Project. A iniciativa,<br />

dirigida a jornais e revistas <strong>de</strong> todo o país,<br />

conta com uma série <strong>de</strong> treinamentos,<br />

mentorias e fundos <strong>de</strong> inovação, no valor<br />

<strong>de</strong> US$ 15 mil por projeto selecionado ao<br />

término do programa. O programa quer<br />

promover transformação digital, construir<br />

negócios sustentáveis, <strong>de</strong>senvolver audiências<br />

e fortalecer a cobertura nacional.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Jéssica Oliveira<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórter: Carolina Vilela e Vinícius<br />

Novaes<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da Luz<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tamf@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

10 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


PrêmiOs<br />

Ogilvy leva GP na 27ª edição do Prêmio<br />

Abemd com ação para a Panasonic<br />

Óticas Carol foi eleita como Anunciante do Ano no evento, que premiou<br />

um total <strong>de</strong> 59 trabalhos e distribuiu 12 reconhecimentos especiais<br />

27ª edição do Prêmio<br />

A Abemd (Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Marketing <strong>de</strong> Dados)<br />

reconheceu um total <strong>de</strong> 59<br />

trabalhos, além <strong>de</strong> 12 premiações<br />

especiais no último dia 21<br />

<strong>de</strong> outubro. Óticas Carol foi o<br />

Anunciante do Ano, e a Ogilvy<br />

levou o Grand Prix com ação<br />

para Panasonic. Atento Brasil<br />

(Call Center/Contact Center),<br />

Marketdata (Campanha/Programa),<br />

PH3A (CRM/Loyalty) e plusoft<br />

DTM (Digital/Mobile) foram<br />

eleitas como Agência do Ano<br />

em cada uma das categorias.<br />

Em Campanha/Programa,<br />

o vencedor foi a Beneficência<br />

Equipe da Marketdata recebe prêmio <strong>de</strong> Agência do Ano em Campanha/Programa<br />

Divulgação<br />

Portuguesa, com Drive-Thru<br />

BP Medicina Diagnóstica, da<br />

Jellyfish. Já a Panasonic ganhou<br />

em Digital/Mobile com Panasonic<br />

Descomplica, da Ogilvy.<br />

Em Melhor dos Melhores, os<br />

premiados foram: Cielo, com<br />

CX Inclusivo, da Atento Brasil<br />

em Call Center/Contact Center;<br />

Cacau Show, com Páscoa Sem<br />

Loja, Mas com Cacau Show, da<br />

PH3A, em CRM/Loyalty; Óticas<br />

Carol, com Estímulo à Venda<br />

Pelo WhatsApp Durante a Pan<strong>de</strong>mia,<br />

da Marketdata, em Campanha/Programa;<br />

e DuPont,<br />

com DuPont Escape Game, da<br />

Plug, na área <strong>de</strong> Digital/Mobile.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 11


prêMios<br />

Mulheres são a maioria entre os<br />

vencedores do Troféu Garra do Galo<br />

Em sua 20ª edição, o tradicional Prêmio Contribuição Profissional,<br />

promovido pela APP, volta ao mercado com novida<strong>de</strong>s nas categorias<br />

Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />

Luciana Rodrigues, CEO da Grey Brasil Kelly Dores, editora-chefe do PROPMARK Silvio Soleda<strong>de</strong>, presi<strong>de</strong>nte da APP Dorinho, cartunista do PROPMARK<br />

Após um hiato <strong>de</strong> seis anos, Veículos e Plataformas, Marketing<br />

e Marcas, Planejamento e o tradicional Prêmio Contribuição<br />

Ganhadores <strong>de</strong> <strong>2021</strong><br />

Profissional, promovido Estratégia e Prêmio Contribuição<br />

Profissional Especial.<br />

pela APP (Associação dos Profissionais<br />

noMes eMpresas CaTeGorias<br />

<strong>de</strong> Propaganda), volta<br />

atualizado, com novida<strong>de</strong>s nas<br />

categorias e mais diversida<strong>de</strong>.<br />

Em sua 20ª edição, o Prêmio<br />

Contribuição Profissional tem<br />

um total <strong>de</strong> 13 premiados (confira<br />

Luciana Rodrigues<br />

Sandro Vidotto<br />

Grey Brasil<br />

Athon<br />

Li<strong>de</strong>rança<br />

Li<strong>de</strong>rança Regional<br />

a tabela nesta página). En-<br />

Pela primeira vez, haverá mais<br />

mulheres no pódio para receber<br />

Cris Pereira<br />

Grupo <strong>de</strong> Atendimento<br />

tre eles, estão nomes como Lica<br />

e Negócios<br />

Atendimento e Negócios<br />

o Troféu Garra do Galo, que Bueno (Grupo <strong>de</strong> Mídia e Suno<br />

reconhece profissionais que United Creators); Luciana Rodrigues<br />

(Grey Brasil); e dois pro-<br />

realizam ações que valorizam<br />

municação.<br />

Dores, editora-chefe, e o cartunista<br />

Dorinho, que também é<br />

as ativida<strong>de</strong>s do mercado da co-<br />

“Resgatar uma premiação tão<br />

fissionais do PROPMARK: Kelly<br />

Dani Ribeiro<br />

Kelly Dores<br />

Dilma <strong>de</strong> Souza Campos<br />

Publicis Brasil<br />

PROPMARK<br />

Outra Praia<br />

Criação<br />

Comunicação e Conteúdo<br />

Diversida<strong>de</strong> e Inclusão<br />

importante para nosso mercado professor da ECA-USP. Marlene Heliodoro Bastos Filho<br />

(Dorinho)<br />

ECA-USP e PROPMARK Educação<br />

é mais um gran<strong>de</strong> marco neste Bregman, consultora estratégica<br />

ano para a APP Brasil”, <strong>de</strong>staca da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>, que<br />

Lica Bueno<br />

Grupo <strong>de</strong> Mídia e<br />

Suno United Creators<br />

Mídia<br />

Silvio Soleda<strong>de</strong>, presi<strong>de</strong>nte da tem mais <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> carreira,<br />

entida<strong>de</strong>. “A APP está sempre receberá o Prêmio Contribuição Duílio Malfatti Sebrae-SP Marketing e Marcas<br />

acompanhando o profissional <strong>de</strong> Profissional Especial.<br />

Grupo <strong>de</strong> Planejamento<br />

comunicação, por isso, alteramos<br />

algumas categorias. Nosso foi dividida em duas etapas: no<br />

A escolha dos vencedores Gabriela Soares<br />

Planejamento e Estratégia<br />

e Talent Marcel<br />

mercado mudou, nossa realida<strong>de</strong> primeiro momento,<br />

Melissa Vogel Kantar Ibope Tecnologia e Dados<br />

também, hoje po<strong>de</strong>mos enxergar a diretoria da APP<br />

um lugar mais diverso e isso refletiu<br />

Brasil fez um gran<strong>de</strong><br />

Acácio Luiz Costa Grupo Mix Veículos e Plataformas<br />

nas premiações <strong>de</strong>ste ano trabalho <strong>de</strong> pesquisa e<br />

Marlene Bregman<br />

LBTM<br />

Prêmio Contribuição<br />

em que, pela primeira vez, temos indicações. Após este<br />

Profissional Especial<br />

mais mulheres no pódio. Um pequeno<br />

passo para muitos caminhos<br />

que temos pela frente”.<br />

Neste ano, recebem o troféu<br />

profissionais das seguintes<br />

atuações: Profissional <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>rança,<br />

período, a entida<strong>de</strong> realizou<br />

uma votação da<br />

shortlist composta pelos<br />

três profissionais<br />

mais indicados<br />

para<br />

A cerimônia <strong>de</strong> premiação<br />

e entrega do Troféu Garra do<br />

Galo será realizada no dia 18<br />

<strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, a partir <strong>de</strong> 19<br />

horas, em transmissão ao vivo<br />

mais premiações, o intuito do<br />

prêmio é homenagear, valorizar<br />

e enaltecer a atuação do<br />

profissional”, pontua Toninho<br />

Izidoro, diretor da APP. “Este<br />

Li<strong>de</strong>rança Regional,<br />

Atendimento e Negócios, Criação,<br />

Comunicação e Conteúdo,<br />

Diversida<strong>de</strong> e Inclusão, Educação,<br />

Tecnologia e Dados, Mídia,<br />

cada<br />

goria.<br />

cate-<br />

pelo canal da APP Brasil no<br />

YouTube. “O troféu Garra do<br />

Galo é um gran<strong>de</strong> orgulho<br />

para nossa entida<strong>de</strong>. Diferentemente<br />

das <strong>de</strong>-<br />

ano, ainda optamos por realizar<br />

uma grandiosa cerimônia<br />

online. Com certeza, esta edição<br />

será cheia <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s e<br />

emoções”, completa.<br />

12 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


quEm fEz<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

FRESCOR<br />

Que tal um Mate Leão geladinho sentadinho<br />

em uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> praia para ver a vida passar?<br />

Com três filmes <strong>de</strong> 15 segundos estrelados<br />

por Camilla <strong>de</strong> Lucas, a marca <strong>de</strong>talha como<br />

curtir as férias mentais: na brisa do mar,<br />

na companhia do pet, games, música ou com<br />

o crush. A Cine assina a produção dos ví<strong>de</strong>os;<br />

a Tango, a fotografia; e a Shuffle, o áudio.<br />

Ogilvy BrAsil<br />

CHÁS BRASIL<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Passaporte <strong>de</strong> Boa; ECD: Gabriel Araujo;<br />

head of art: Ricardo Leme Lopes; diretor <strong>de</strong> arte:<br />

Thomaz Maksud; redator: Yago Alencar; head of<br />

brand strategy: Thais Frazão; aprovação: Alejandro<br />

Melcon, Juliana Prieto, Claudia Guereca Fernan<strong>de</strong>z,<br />

Pedro Abondanza e Felipe Pinto.<br />

AUTENTICIDADE<br />

Com filme narrado pela icônica Elza Soares,<br />

com o clássico <strong>de</strong> Wilson Simonal Nem<br />

vem que não tem e participação do pianista<br />

Hamilton <strong>de</strong> Holanda, anunciante ressalta,<br />

na campanha institucional O Brasil não inventou,<br />

a criativida<strong>de</strong> e a autenticida<strong>de</strong> dos<br />

brasileiros. Filme também presta homenagem<br />

a Machado <strong>de</strong> Assis.<br />

AlMAPBBDO<br />

ELO<br />

Título: Valorização; CCO: Luiz Sanches; ECDs:<br />

André Gola e Pernil; criação: Charles Faria, Gabriel<br />

Carletti e Hélio Maffia; produtora: Saigon<br />

Filmes; diretor: Dois; áudio: Cabaret; aprovação:<br />

Luis Cassio Oliveira, Renata Ucha Campos e<br />

Thais Ishikawa.<br />

FRAUDE<br />

Com tom histriônico, campanha alerta para<br />

o perigo das mensagens aparentemente inocentes,<br />

mas que no fundo ocultam as garras<br />

afiadas dos agentes <strong>de</strong> golpes fraudulentos.<br />

Ação recomenda cuidado com as senhas, que<br />

não <strong>de</strong>vem ser anotadas no bloco <strong>de</strong> notas do<br />

celular e em pesquisar. E <strong>de</strong>sconfiar sempre,<br />

é o que propõe a Febraban.<br />

iD\TBWA<br />

FEBRABAN<br />

Título: Pare & Pense #Po<strong>de</strong> ser Golpe; ECD: Sthefan<br />

Ko; redatores: Lucio Caramori e Gabriela Camargo;<br />

diretores <strong>de</strong> arte: Paulo Calazans e Susana<br />

Silva; produtoras: Café Royal e Piloto; diretores:<br />

Caio Rubini e Rafael Antonelli; aprovação:<br />

Madalena Na<strong>de</strong>r e Roseli Amaral.<br />

14 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


@audaz *Valor 1000 edição <strong>2021</strong>, Jornal Valor Econômico.<br />

Se você<br />

conhece<br />

marcas que<br />

estão na lista<br />

das maiores *<br />

do Brasil,<br />

você conhece<br />

a Audaz.<br />

E se quiser conhecer mais o que<br />

po<strong>de</strong>mos fazer para o seu negócio,<br />

é só perguntar para elas:<br />

audaz.com.br


we<br />

Mkt<br />

Alliance Football Club/Unsplash<br />

Marcas que não se<br />

apagam, ou, a lição<br />

<strong>de</strong> Fernando Diniz<br />

“E, se você me achar esquisita, respeite<br />

também. Até eu fui obrigada a me respeitar”<br />

Clarice Lispector<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Todas as pessoas, sem exceção, sempre<br />

<strong>de</strong>veriam tomar todos e muito mais<br />

cuidados em seus comportamentos públicos.<br />

Todas. Uma das primeiras e mais importantes<br />

lições <strong>de</strong> branding. De branding<br />

pessoal.<br />

Não importa se a ação envolve unicamente<br />

outra pessoa. Duas ou três, quem<br />

sabe, em torno <strong>de</strong> uma mesa <strong>de</strong> reuniões,<br />

ou no restaurante, ou na praça, enfim, na<br />

vida. Descuidar-se, jamais.<br />

Pior, infinitamente pior, injustificável e<br />

inaceitável, se essa pessoa tem algum tipo<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança formal ou informal. Aí o escorregão,<br />

o <strong>de</strong>stempero e o <strong>de</strong>scontrole são <strong>de</strong>vastadores.<br />

Não com as pessoas ofendidas,<br />

com o ofensor; ainda que, e eventualmente,<br />

coberto <strong>de</strong> razão.<br />

De certa forma, por sua coragem, resiliência,<br />

e tentativas <strong>de</strong> inovação, torcedores<br />

<strong>de</strong> todos os times revelavam algum grau <strong>de</strong><br />

admiração e simpatia pelo técnico <strong>de</strong> futebol<br />

Fernando Diniz.<br />

Depois <strong>de</strong> passagem por diferentes clubes,<br />

on<strong>de</strong> quase todos torciam para que alcançasse<br />

sucesso com suas propostas, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> ser técnico do Fluminense, um dia,<br />

aten<strong>de</strong>ndo ao pedido <strong>de</strong> seus jogadores, o<br />

São Paulo <strong>de</strong>cidiu contratá-lo.<br />

Diniz protagonizou uma cena <strong>de</strong>plorável.<br />

Humilhou, aos berros, com imagens e som<br />

captados por diferentes plataformas, um<br />

<strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados, o jogador Tchê Tchê.<br />

Diante da goleada que o Bragantino começava<br />

a esboçar sobre seu time, Diniz <strong>de</strong>sabafou<br />

sobre Tchê Tchê.<br />

Vou repetir as palavras <strong>de</strong>sculpando-me<br />

pela grosseria: “Tem que jogar, caralho!<br />

Seu ingrato do caralho! Seu perninha do<br />

caralho! Mascaradinho! Vai se fo<strong>de</strong>r...”<br />

E assim, na segunda-feira, 1 º <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong>ste ano, e mesmo com as chances <strong>de</strong><br />

vencer um primeiro e importante campeonato,<br />

Fernando Diniz conseguiu <strong>de</strong>struir<br />

uma imagem construída no correr <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> uma década e foi <strong>de</strong>mitido. Atrás do suposto<br />

inovador estava um ser humano fraco,<br />

<strong>de</strong>sequilibrado, grosseiro.<br />

É isso amigos. Seja qual for a situação,<br />

não se fala o que se quer ou o que vem à cabeça<br />

impunemente.<br />

Nossa marca, a minha, a sua, a do Fernando,<br />

a <strong>de</strong> todos os seres humanos, é a soma<br />

do conhecimento e do reconhecimento<br />

que todas as <strong>de</strong>mais pessoas <strong>de</strong> nosso relacionamento<br />

fazem <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós.<br />

E sem sermos uma marca minimamente<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, não conseguiremos ir a canto<br />

algum. Melhor mesmo nem sair <strong>de</strong> casa.<br />

Demorou em pegar, para ameaçar dar<br />

certo e, neste ano maluco e tumultuado, começou<br />

a alcançar os primeiros resultados.<br />

Mas, e com o tempo, e ainda sem a necessária<br />

consistência, o time por ele dirigido<br />

foi sendo <strong>de</strong>rrotado e saindo da disputa da<br />

Libertadores da América e da Copa Brasil.<br />

Seguiu, com pontos <strong>de</strong> vantagem, na<br />

li<strong>de</strong>rança do Brasileirão. Depois começou<br />

a per<strong>de</strong>r, e <strong>de</strong>sandou. Até que veio o jogo<br />

com o Red Bull Bragantino, e Fernando<br />

E, em ficando em casa, jamais <strong>de</strong>stratar<br />

os que convivem e moram com você. É por<br />

on<strong>de</strong> começam todas as cartilhas e livros<br />

que tratam do branding. Fernando Diniz<br />

quebrou o encanto. Revelou-se e revelou o<br />

Fernando Diniz que escondia.<br />

Por muitos anos, quem sabe nunca mais,<br />

os torcedores <strong>de</strong> futebol conseguirão olhar<br />

e ver nele o que viam até minutos antes da<br />

agressão dirigida a um <strong>de</strong> seus jogadores, a<br />

um <strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

16 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


PROPMARK DIGITAL<br />

OU IMPRESSO. QUEM<br />

ASSINA SABE TUDO<br />

O QUE ACONTECE NO<br />

MERCADO. ESCOLHA<br />

O SEU PACOTE.<br />

AQUI A INFORMAÇÃO NÃO FICA DE QUARENTENA.<br />

MENSAL SÓ DIGITAL: R$ 28,00 – MENSAL DIGITAL E IMPRESSO: R$ 38,00 – ANUAL SÓ DIGITAL: R$ 250,00<br />

ANUAL DIGITAL + IMPRESSO: R$ 400,00, SENDO QUE OS COMBOS ANUAIS PODEM SER PARCELADOS EM ATÉ 6X SEM JUROS.<br />

ASSINATURAS@PROPMARK.COM.BR - (11) 2065.0738<br />

55 ANOS. DE VIDA.


Eyond thE linE<br />

Headway/Unsplash<br />

Evento é coisa séria!<br />

Mesmo com um cenário político complicado, a<br />

indústria <strong>de</strong>verá ter um 2022 bastante aquecido<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Um dos efeitos colaterais do período da<br />

pan<strong>de</strong>mia foi a banalização dos eventos<br />

virtuais. Fazer uma live passou a ser<br />

algo acessível a qualquer interessado em<br />

passar um conteúdo, realizar uma ativida<strong>de</strong><br />

sociocultural ou simplesmente dividir<br />

sua opinião com um grupo <strong>de</strong> pessoas.<br />

Surgiram ferramentas gratuitas e amigáveis<br />

e muita gente se viu como um<br />

organizador <strong>de</strong> eventos virtuais. Com o<br />

tempo, essa banalização começou a mostrar<br />

que não é bem assim. Passada a novida<strong>de</strong>,<br />

o que fica agora é a clara percepção<br />

<strong>de</strong> que não basta abrir Zoom, Teams, Meet<br />

ou Insta e sair apresentando o que se<br />

julga oportuno.<br />

A proliferação <strong>de</strong> lives nos <strong>de</strong>ixou todos<br />

mais seletivos e, <strong>de</strong> repente, vimos a audiência<br />

cair drasticamente. Entrei em lives<br />

interessantes cuja audiência não passava<br />

<strong>de</strong> meia dúzia <strong>de</strong> gatos pingados. Constrangedor...<br />

E o que a gente ouvia era: “O<br />

conteúdo vai ficar gravado para as pessoas<br />

verem <strong>de</strong>pois”. Hmmm... Será?<br />

Com tanto conteúdo disponível por aí,<br />

será que, se per<strong>de</strong>rmos o timing do momento,<br />

ele continuará relevante? O que<br />

aconteceu é que era tanta live e evento<br />

virtual que ficou difícil i<strong>de</strong>ntificar o que<br />

realmente valia a pena. Por outro lado, os<br />

eventos consagrados acabaram ampliando<br />

seu público pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso virtual.<br />

Mas qual foi o engajamento e o nível <strong>de</strong><br />

atenção ao evento?<br />

Vamos a um exemplo: Cannes Lions Festival.<br />

Acompanhamos sua versão virtual<br />

este ano. O conteúdo foi tão bom quanto<br />

ao <strong>de</strong> anos anteriores: mais <strong>de</strong> 200 palestrantes/painelistas.<br />

Mas a experiência é incomparável.<br />

Quando você vai a um evento,<br />

principalmente esses que exigem viagem e<br />

<strong>de</strong>dicação integral <strong>de</strong> tempo, você está lá<br />

por inteiro.<br />

Além <strong>de</strong> acompanhar as palestras, você<br />

interage com pessoas, troca i<strong>de</strong>ias nos<br />

intervalos e, principalmente, você está<br />

imune às distrações do home office e da facilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sligar do evento. A gente<br />

vivencia o evento pelos cinco sentidos. Você<br />

absorve muito mais do que o conteúdo<br />

formal. Agora, com a retomada dos eventos<br />

presenciais, a organização <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong><br />

se torna ainda mais complexa. É consenso<br />

que não abandonaremos o lado virtual<br />

dos eventos, mesmo tendo liberda<strong>de</strong> total<br />

para o presencial. Há diversos aspectos do<br />

virtual que ampliam o espectro <strong>de</strong> atuação<br />

dos eventos.<br />

Assim, além <strong>de</strong> lidar com um gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> variáveis dos eventos presenciais,<br />

teremos <strong>de</strong> agregar outros pontos típicos<br />

do streaming.<br />

O check-list dos eventos híbridos se tornou<br />

muito mais extenso e complexo. E aí<br />

está meu ponto central <strong>de</strong>ste artigo: mais<br />

do que nunca, é preciso muito profissionalismo!<br />

Além da boa escolha <strong>de</strong> um local, dos<br />

recursos tecnológicos, <strong>de</strong> logística e <strong>de</strong> todas<br />

as tarefas que já passavam fácil <strong>de</strong> três<br />

dígitos no presencial, o <strong>de</strong>safio agora é coor<strong>de</strong>nar<br />

as novas <strong>de</strong>mandas especializadas<br />

do virtual.<br />

Muitas agências estão reportando dificulda<strong>de</strong><br />

em encontrar profissionais para<br />

aten<strong>de</strong>r a essa <strong>de</strong>manda que, felizmente,<br />

volta a crescer exponencialmente. E isso<br />

é só o começo da retomada. Devido ao represamento<br />

e à conclusão <strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s<br />

puramente virtuais não entregam a<br />

experiência completa, prevê-se um boom<br />

<strong>de</strong> eventos no ano que vem.<br />

Mesmo com um cenário sociopolítico<br />

complicado, a indústria <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>verá<br />

ter um 2022 bastante aquecido. Como<br />

garantir as melhores datas e os melhores<br />

espaços num ambiente bastante competitivo?<br />

Como ter profissionais à altura da <strong>de</strong>manda<br />

esperada?<br />

Como efeito colateral da parada <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> 1,5 ano, muitos profissionais foram procurar<br />

outros mercados. E como lidar com o<br />

aumento <strong>de</strong> custo, que já se percebe hoje?<br />

Sim, muitos organizadores estão preocupados<br />

com o preço <strong>de</strong> materiais para<br />

montagens cenográficas e <strong>de</strong> estan<strong>de</strong>s, por<br />

exemplo. Não há dúvida <strong>de</strong> que o mercado<br />

não estará para amadores. Mais do que<br />

nunca, será necessário contar com recursos<br />

profissionais e com a especialização<br />

dos mais experientes. Não dá para quebrar<br />

galho. Evento é coisa séria!<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

18 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


17ª Edição<br />

Que tal criar como um<br />

artista? Re<strong>de</strong>scubra o<br />

significado <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />

no Festival Pixel Show!<br />

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CRIATIVIDADE<br />

Acesse pixelshow.co<br />

e garanta seu ingresso!<br />

www.pixelshow.co/ps-<strong>2021</strong><br />

25 - 28<br />

<strong>novembro</strong> <strong>2021</strong><br />

Ella Uzan<br />

Fotógrafa<br />

www.pixelshow.co/ps-<strong>2021</strong><br />

www.pixelshow.co/ps-<strong>2021</strong><br />

Pierre Kleinhouse<br />

Ilustrador e Designer<br />

Daniel Bretas<br />

Ilustrador<br />

Siga nossas re<strong>de</strong>s<br />

pixelshow<br />

feirapixelshow<br />

Aproveite e assine o<br />

CLUBE PIXEL SHOW:<br />

www.pixelshow.co/assine<br />

Use o promoco<strong>de</strong> PROPMARKPS21 e tenha<br />

10% DE DESCONTO na compra do seu ingresso


inspiração<br />

a Entrevista<br />

Fotos: Acervo Pessoal e Freepik<br />

“Nos fins <strong>de</strong> semana saíamos para andar <strong>de</strong> metrô, que não<br />

tinha na nossa cida<strong>de</strong>, ou ver avião pousando no aeroporto”<br />

luciana padovani<br />

Especial para o pRopMaRK<br />

Tenho uma lembrança viva daquela entrevista.<br />

2008. Numa sala sem janelas<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma das maiores e mais respeitadas<br />

agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do país, eu<br />

respondia, em cadência, perguntas feitas<br />

em uma espécie <strong>de</strong> jogral.<br />

Na hora, na ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar as respostas<br />

certas - coisa que, aliás, se esvai com<br />

a maturida<strong>de</strong> - nem me <strong>de</strong>i conta <strong>de</strong> quão<br />

grandioso foi o momento.<br />

À minha direita, a VP <strong>de</strong> RH, que explorava<br />

minuciosamente meu cv e me fazia as<br />

perguntas com as quais já estava mais acostumada.<br />

À minha esquerda, o VP <strong>de</strong> planejamento,<br />

pessoa a que vi ser chamada <strong>de</strong><br />

gênio algumas vezes. E eram as perguntas<br />

que vinham <strong>de</strong>le que me <strong>de</strong>ixavam mais intrigada.<br />

Importante dizer que, àquela altura, eu<br />

já tinha passado bons anos trabalhando no<br />

mercado financeiro e era treinada em respon<strong>de</strong>r<br />

sobre objetivos, metas e resultados.<br />

Mas ele… ele me perguntava sobre viagens,<br />

comportamento, sobre como eu<br />

“olhava” para o mundo, o que me inspirava<br />

e me <strong>de</strong>spertava curiosida<strong>de</strong>.<br />

Saí <strong>de</strong> lá achando que tinha sido uma<br />

das piores entrevistas da minha vida e dias<br />

<strong>de</strong>pois, contrariando a minha percepção,<br />

recebi a proposta que me fez <strong>de</strong>butar no<br />

maravilhoso e apaixonante mundo da publicida<strong>de</strong>.<br />

Há poucas semanas, olhando para as peripécias<br />

da minha sobrinha <strong>de</strong> dois anos,<br />

meu pai comentou o quanto havia cuidado<br />

para que eu e meu irmão fôssemos estimulados<br />

a conhecer coisas novas na infância.<br />

Até então, nunca tinha percebido que aquele<br />

modo <strong>de</strong> educar era uma escolha.<br />

Cresci achando que aquilo era o que era a<br />

vida, do jeito que tinha <strong>de</strong> ser.<br />

Como crianças, fazíamos o que queríamos<br />

e o que não queríamos.<br />

Estudávamos para tirar nota boa. Era<br />

obrigação.<br />

Também tínhamos <strong>de</strong> ir - família toda<br />

- para a compra do mês no hipermercado<br />

logo no dia que meus pais recebiam salário,<br />

o que incluía carregar vasilhames, encher o<br />

carrinho, empacotar, levar pro carro, tirar<br />

do carro, <strong>de</strong>sempacotar e organizar no armário<br />

- sequência louca que não gosto <strong>de</strong><br />

fazer até hoje.<br />

Nos fins <strong>de</strong> semana saíamos para andar<br />

<strong>de</strong> metrô, que não tinha na nossa cida<strong>de</strong>,<br />

ou ver avião pousando no aeroporto. Íamos<br />

ao parque, Estação Ciência, teatro municipal<br />

e cinema vez por outra.<br />

Nas férias, com meus avós, ajudávamos a<br />

reunir mantimentos e íamos distribuir nas<br />

casas <strong>de</strong> quem mais precisava.<br />

Visitávamos as tias-avós, andávamos<br />

pelo bairro e parávamos na banca para ler<br />

as capas das revistas.<br />

E foi assim, contente ou contrariada, andando,<br />

observando e transitando nos mais<br />

diferentes universos que acabei expandindo<br />

o meu estar no mundo. Comecei a viajar<br />

e continuei a me interessar por coisas, por<br />

gente, por modos <strong>de</strong> viver.<br />

A tal curiosida<strong>de</strong> que a gente formalmente<br />

chama <strong>de</strong> “buscar referências” faz enten<strong>de</strong>r<br />

que não há certo ou errado, mas sim um<br />

aproximar ou afastar <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contextos, cenários ou culturas.<br />

Faz a gente conversar com quem quer e<br />

com quem não quer. Ouvir.<br />

Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito tempo entendi que<br />

aquelas perguntas sutis, abertas e tão espertas<br />

que o “gênio” me fez na entrevista<br />

eram sobre o que mais importava para ele:<br />

saber se eu já estava trilhando esse caminho<br />

sem volta que é o <strong>de</strong> buscar enten<strong>de</strong>r<br />

o que acontece no mundo e não apenas “no<br />

meu” mundo.<br />

Luciana Padovanio é head <strong>de</strong> planejamento da<br />

Ampfy<br />

20 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


o papel e as árvores<br />

Todos os dias no Brasil é plantado, em média, o equivalente<br />

a cerca <strong>de</strong> 500 campos <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> árvores para a<br />

produção <strong>de</strong> papel e outros produtos.<br />

Fonte: Ibá, 2018.<br />

A campanha LOVE PAPER é uma criação original <strong>de</strong> Two Si<strong>de</strong>s. Acesse lovepaper.org.br e saiba mais.<br />

Two Si<strong>de</strong>s é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias <strong>de</strong> base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação<br />

impressa. Two Si<strong>de</strong>s, a mais importante iniciativa do setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens <strong>de</strong> papel, bem como<br />

esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização <strong>de</strong>sses recursos. Papel, papelcartão e papelão são provenientes <strong>de</strong> florestas cultivadas e<br />

gerenciadas <strong>de</strong> forma sustentável. Além disso, são recicláveis e bio<strong>de</strong>gradáveis.<br />

Descubra mais<br />

Apoio<br />

LOVE<br />

PAPER<br />

www.lovepaper.org.br<br />

www.twosi<strong>de</strong>s.org.br


enTreviSTa<br />

Silvia ToShie Tamai<br />

diretora <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Philips Walita<br />

noSSa i<strong>de</strong>ia<br />

é aproximar<br />

a marca do<br />

público maiS<br />

jovem<br />

No ar em canais digitais com a campanha<br />

Nocaute, a Philips Walita busca uma<br />

comunicação mais irreverente e colocou<br />

a atleta <strong>de</strong> UFC Amanda Ribas para ‘lutar’<br />

contra a jarra da nova linha <strong>de</strong> liquidificadores<br />

Liqui Série 5000 para mostrar que ela é inquebrável.<br />

“A i<strong>de</strong>ia foi se apropriar <strong>de</strong>sse produto com tantos<br />

diferenciais e colocar isso <strong>de</strong> uma maneira mais<br />

irreverente no mercado”, diz a diretora <strong>de</strong> marketing<br />

Silvia Toshie Tamai. Nesta entrevista, a executiva fala<br />

sobre o propósito <strong>de</strong> inovação da marca e os planos<br />

para focar mais nos jovens em um novo momento<br />

da comunicação, dando mais voz à diversida<strong>de</strong>.<br />

kelly dores<br />

O que está por trás da estratégia <strong>de</strong><br />

divulgação da nova linha <strong>de</strong> liquidificadores<br />

Liqui Série 5000 com a lutadora<br />

<strong>de</strong> UFC Amanda Ribas?<br />

Este é um momento muito bacana<br />

para a Philips Domestic Appliances.<br />

Temos uma linha muito<br />

forte e é uma produção local,<br />

brasileira, em que a gente diferencia<br />

muito os nossos produtos<br />

com um propósito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às<br />

necessida<strong>de</strong>s dos consumidores.<br />

Eles pe<strong>de</strong>m, por exemplo, que<br />

o liquidificador tenha uma jarra<br />

inquebrável, parece que não,<br />

mas é muito comum as pessoas<br />

terem problemas porque não têm<br />

uma substituição e a questão <strong>de</strong><br />

higiene também era outro ponto,<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r remover as lâminas.<br />

Consi<strong>de</strong>rando muito esses<br />

insights que a gente escuta por<br />

meio <strong>de</strong> pesquisas com os nossos<br />

consumidores, o projeto foi<br />

<strong>de</strong>senhado <strong>de</strong> forma taylor ma<strong>de</strong><br />

para aten<strong>de</strong>r a essas necessida<strong>de</strong>s.<br />

Trouxemos uma jarra maior<br />

e inquebrável, foram vários benefícios<br />

que a nova linha entrega<br />

para o consumidor. A i<strong>de</strong>ia foi se<br />

apropriar <strong>de</strong>sse produto com tantos<br />

diferenciais e colocar isso <strong>de</strong><br />

uma maneira mais irreverente no<br />

mercado. Foi então que convidamos<br />

a Amanda Ribas, que é uma<br />

das principias lutadoras globais<br />

<strong>de</strong> UFC, está entre as top 10, e ela<br />

tem essa questão da robustez,<br />

pelo próprio esporte, uma ligação<br />

com o nosso produto. E também<br />

por ser mulher, trazendo diversida<strong>de</strong><br />

para a nossa campanha e<br />

mais mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> porque estamos<br />

falando <strong>de</strong> um esporte que<br />

tem um público mais jovem que<br />

gosta. A Philips Walita aten<strong>de</strong> há<br />

muito tempo o público acima <strong>de</strong><br />

35 anos, pois é uma marca com<br />

mais <strong>de</strong> 80 anos <strong>de</strong> mercado,<br />

com bastante credibilida<strong>de</strong>, conhecimento<br />

com esse público,<br />

então consi<strong>de</strong>ramos que era uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aproximar<br />

dos mais jovens. E a Amanda<br />

Ribas tem esse approach e achamos<br />

que era o casamento i<strong>de</strong>al. E<br />

realmente foi bacana porque ela<br />

colocou essa abordagem <strong>de</strong> uma<br />

forma muito proprietária, pois é<br />

uma pessoa supercomprometida<br />

com a saú<strong>de</strong> e o bem-estar. Esse é<br />

um outro ponto importante, que<br />

tem a ver com o nosso propósito.<br />

Qual foi a agência que criou a campanha<br />

e quais são as ações que a<br />

atleta participa?<br />

A agência foi a Jüssi, que é a<br />

nossa principal parceira na parte<br />

<strong>de</strong> comunicação. Nós fizemos<br />

todo um storytelling com a Amanda,<br />

porque a campanha não é só<br />

sobre a luta em si, que é o gran<strong>de</strong><br />

momento da campanha, com o<br />

filme <strong>de</strong> um minuto e meio. Fomos<br />

construindo a narrativa com<br />

ela, o conceito, a preparação para<br />

a luta abordando a importância<br />

<strong>de</strong> uma alimentação saudável, <strong>de</strong><br />

se exercitar, e <strong>de</strong> como o liquidificador<br />

é um aliado nessa busca<br />

por uma alimentação melhor.<br />

Construímos esse storytelling até<br />

chegar <strong>de</strong> fato ao filme, on<strong>de</strong> ela<br />

vai para o ringue <strong>de</strong> forma lúdica<br />

(e ‘luta’ contra a jarra inquebrável<br />

do novo liquidificador da marca),<br />

sempre em tom <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira.<br />

Amanda também está em ativações<br />

no ponto <strong>de</strong> venda. É uma<br />

campanha 100% digital, estamos<br />

focando nos principais canais,<br />

até o fim do ano.<br />

O objetivo é se aproximar do público<br />

mais jovem?<br />

Realmente a nossa i<strong>de</strong>ia é<br />

aproximar a marca do público<br />

mais jovem. A Philips Walita é<br />

indiscutível lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado<br />

quando se fala em imagem <strong>de</strong><br />

marca, com maior awareness,<br />

top of mind e preferência em todas<br />

as faixas etárias, porém, nas<br />

faixas um pouco mais jovem, <strong>de</strong><br />

25 a 35 anos, não tem o mesmo<br />

recall que tem entre o público<br />

mais velho. E isso se reflete em<br />

todas as linhas <strong>de</strong> produto, como<br />

liquidificadores, processadores e<br />

ferros. Então, essa campanha foi<br />

pensada para um público mais<br />

jovem. A gente vê uma preocupação<br />

com saú<strong>de</strong> e bem-estar muito<br />

forte <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa faixa etária e a<br />

marca tem um produto que ajuda<br />

as pessoas nesse dia a dia, e o<br />

esporte é algo que move a todos.<br />

Quais são as categorias em que a<br />

Philips Walita é lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado?<br />

A Philips Walita li<strong>de</strong>rou vários<br />

segmentos, como air fryer, juicer,<br />

que são categorias em que a marca<br />

foi pioneira e seguem sendo<br />

bastante importantes. Em valor,<br />

Philips Walita tem bastante relevância<br />

também nas categorias<br />

<strong>de</strong> liquidificadores, processadores<br />

<strong>de</strong> alimentos, e a companhia<br />

está sempre buscando inovações<br />

e diferenciais. O nosso objetivo<br />

nem é ser lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado em<br />

volume, até porque existem marcas<br />

com preço muito mais barato<br />

e atingem um público muito<br />

maior. A nossa meta é ser lí<strong>de</strong>r<br />

em inovação, em trazer produtos<br />

diferenciados. No mundo, somos<br />

a empresa que ven<strong>de</strong> mais air<br />

fryer, e no Brasil somos colí<strong>de</strong>r<br />

na categoria <strong>de</strong> processadores <strong>de</strong><br />

alimentos. Nas outras categorias,<br />

somos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa<br />

<strong>de</strong> preço mais alta. Por exemplo,<br />

a Philips Walita não tem<br />

liquidificador que custa abaixo<br />

<strong>de</strong> R$ 139,00. O mercado abaixo<br />

<strong>de</strong>sse preço representa 60%.<br />

Não temos produtos nessa faixa,<br />

nossos produtos têm qualida<strong>de</strong>,<br />

não atuamos no mercado <strong>de</strong> low<br />

price. A Phiilips Walita traz produtos<br />

que duram, são resistentes<br />

e isso tem um preço. A marca<br />

preza pela qualida<strong>de</strong> e por isso<br />

atuamos nessa faixa <strong>de</strong> mercado.<br />

Philips Walita é a única marca do<br />

Brasil que em todas as linhas dá<br />

dois anos <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> fábrica.<br />

“Um dos pontos é ter Um<br />

plano <strong>de</strong> marketing mais<br />

robUsto e consistência<br />

na comUnicação”<br />

22 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


O que a marca faz para inovar frente<br />

à concorrência tão pulverizada?<br />

O liquidificador po<strong>de</strong> ser um<br />

exemplo popular <strong>de</strong> inovação. A<br />

Philips Walita é a única marca do<br />

mercado que tem uma jarra que<br />

não quebra, porque o consumidor<br />

troca <strong>de</strong> liquidificador quando a<br />

jarra quebra, pois vale mais a pena<br />

comprar outro. Isso é ruim para o<br />

consumidor e para a natureza, que<br />

vai receber todo esse lixo plástico.<br />

Esse é o principal motivo <strong>de</strong> reclamação.<br />

Então, fomos atrás <strong>de</strong> uma<br />

empresa que produz um polímero<br />

que vai na mesma janela dos aviões<br />

e <strong>de</strong>senvolvemos uma jarra<br />

que não quebra. Air frayer também<br />

foi uma gran<strong>de</strong> disrupção no<br />

mercado e foi a Philips Walita que<br />

criou. Depois veio toda a concorrência<br />

atrás, mas a nossa tecnologia<br />

<strong>de</strong> air frayer é patenteada.<br />

Os concorrentes po<strong>de</strong>m copiar<br />

nome e formato, mas a tecnologia<br />

é nossa. Agora vamos lançar um<br />

processador <strong>de</strong> alimentos em que<br />

a pessoa po<strong>de</strong> personalizar com<br />

os acessórios que ela quiser. E<br />

nenhum concorrente oferece isso<br />

para o consumidor. A gente sempre<br />

busca inovação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> serviço<br />

passando por pequenas coisas,<br />

como montar o próprio processador,<br />

por uma jarra inquebrável e<br />

uma tecnologia <strong>de</strong> air frayer que<br />

é patenteada e não tem nenhuma<br />

no mundo inteiro que se compara.<br />

E qual é a sua missão à frente do<br />

marketing <strong>de</strong> uma empresa do tamanho<br />

da Philips Walita?<br />

A missão é manter tudo <strong>de</strong><br />

bom e <strong>de</strong> forte que essa marca já<br />

tem. São 82 anos com um portfólio<br />

completo, entregando muita<br />

inovação e qualida<strong>de</strong>, colocando<br />

o consumidor no centro <strong>de</strong> tudo,<br />

e chegar mais perto do target que<br />

a marca tem mais distanciamento<br />

hoje, que são os mais jovens.<br />

E temos uma oportunida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>,<br />

porque hoje vemos os jovens<br />

saindo mais cedo das casas dos<br />

pais. Outra questão importante é<br />

que hoje temos mais autonomia<br />

para expansão <strong>de</strong> portfólio. Ainda<br />

temos um foco alto na cozinha,<br />

mas a i<strong>de</strong>ia é expandir para outros<br />

ambientes. Nosso propósito<br />

é transformar casas em lares, ou<br />

seja, é mais do que um local on<strong>de</strong><br />

você simplesmente vive com as<br />

pessoas, mas ser um lugar on<strong>de</strong> se<br />

celebra e <strong>de</strong>sfruta os momentos. A<br />

i<strong>de</strong>ia é que a Philips Walita seja um<br />

facilitador para as pessoas terem<br />

esses momentos, mais do que cozinhar<br />

para a família e os amigos.<br />

E quais são as estratégias para colocar<br />

isso em prática?<br />

Um dos pontos é ter um plano<br />

<strong>de</strong> marketing mais robusto e muita<br />

consistência na nossa comunicação.<br />

A campanha da Amanda é<br />

só a primeira, pois a i<strong>de</strong>ia é que<br />

as campanhas estejam cada vez<br />

Alê Oliveira<br />

mais presentes em vários meios,<br />

levando conteúdo para os consumidores.<br />

Hoje o digital é um canal<br />

muito importante, mas eu acredito<br />

em todos os canais. O principal<br />

objetivo é ter uma estratégia <strong>de</strong><br />

comunicação mais contínua.<br />

Então a marca vai aumentar o investimento<br />

em marketing?<br />

Estamos justamente num<br />

momento <strong>de</strong> revisão do nosso<br />

planejamento estratégico e consi<strong>de</strong>ramos,<br />

sim, um aumento <strong>de</strong><br />

investimento no Brasil para reforçar<br />

a marca Philips Walita.<br />

A Jüssi é a única agência da marca?<br />

Hoje é a única agência na parte<br />

<strong>de</strong> comunicação, mas temos<br />

outras em tra<strong>de</strong> marketing e relações<br />

públicas. Mas nesse planejamento<br />

estratégico a gente está,<br />

inclusive, revendo se vamos incrementar<br />

esse pool <strong>de</strong> agências,<br />

porque estamos reforçando a<br />

presença no digital, talvez tenhamos<br />

mais parceiros futuramente.<br />

O que a Philips Walita busca fazer<br />

em relação à diversida<strong>de</strong> e ter mais<br />

inclusão em suas ações?<br />

O caso da campanha com a<br />

Amanda Ribas é um belo exemplo,<br />

<strong>de</strong> valorizar uma mulher ousada,<br />

que está num esporte muito reconhecido<br />

pelo público masculino.<br />

Mais do que isso, é nossa vivência<br />

em casa. Trabalhei antes na Philips<br />

Walita, <strong>de</strong> 2005 a 2011, e já naquele<br />

momento era a empresa on<strong>de</strong> eu<br />

vi mais mulheres na li<strong>de</strong>rança. E<br />

voltando nesse novo momento eu<br />

continuo vendo muitas mulheres<br />

no alto escalão da companhia. Essa<br />

pauta é vivida pela Philips há muitos<br />

anos. Além disso, hoje, toda a<br />

nossa comunicação em re<strong>de</strong>s sociais<br />

fala com personagens reais.<br />

Não estamos mais usando mo<strong>de</strong>los,<br />

personagens <strong>de</strong> ‘família Doriana’,<br />

falamos família com crianças<br />

com síndrome <strong>de</strong> Down, <strong>de</strong> casais<br />

gays que adotam uma criança. A<br />

gente está imprimindo isso na nossa<br />

comunicação em re<strong>de</strong> sociais<br />

com personagens reais, <strong>de</strong> todas as<br />

classes sociais, cores e gêneros. Já<br />

i<strong>de</strong>ntificamos que as pessoas não<br />

se i<strong>de</strong>ntificam mais com super-heróis.<br />

Hoje o i<strong>de</strong>al do consumidor é<br />

estar próximo daquilo que ele vive.<br />

“não estamos<br />

mais Usando<br />

mo<strong>de</strong>los,<br />

personagens<br />

<strong>de</strong> ‘família<br />

doriana’”<br />

Como a marca é reconhecida pelo<br />

consumidor brasileiro?<br />

Walita é uma marca brasileira<br />

e Philips é global. Walita imprime<br />

muito amor, conhecimento e tem<br />

muito reconhecimento. Já comunicamos<br />

as duas marcas há muito<br />

tempo e não temos a intenção <strong>de</strong><br />

separar. Philips Walita tem muita<br />

credibilida<strong>de</strong> e tradição passada<br />

<strong>de</strong> geração para geração. Esse é<br />

um novo momento para a marca,<br />

a i<strong>de</strong>ia é que a marca volte mais<br />

para a mídia e também para o<br />

ponto <strong>de</strong> venda.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 23


mErcado<br />

Embora ainda tímido, gênero<br />

neutro começa a ser “explor@<strong>de</strong>”<br />

A nova linguagem já <strong>de</strong>sperta <strong>de</strong>bates e profissionais dizem que é um<br />

caminho sem volta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a publicida<strong>de</strong> use-a com consciência<br />

Unsplash<br />

Gênero neutro adota até o @ no lugar do “a”, além do “e” on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria ser usado “o”; Galeria explorou a linguagem para anunciar conquista do TikTok<br />

Neusa spaulucci<br />

Nem um nem outro. É neutro. É paralelo<br />

ao masculino e ao feminino. “Portantes”,<br />

é assim que é a linguagem <strong>de</strong> gênero,<br />

que não é nova, começa a entrar na publicida<strong>de</strong>.<br />

Dia <strong>de</strong>sses foi a Galeria que “inventou”<br />

palavras para avisar, no Instagram,<br />

que o TikTok tinha “baixa<strong>de</strong>s” na agência.<br />

Começava assim: “Amigues, queri<strong>de</strong>s...<br />

A conta criativa do TikTok está mudando<br />

<strong>de</strong> agência. Ela estava na DPZ&T e segue<br />

agora para a Galeria...”. E terminava assim:<br />

“Quem tem TikTok tem tudo”… bem-vin<strong>de</strong>s,<br />

queri<strong>de</strong>s!”. Repercutiu bem!<br />

Depois foi um artigo <strong>de</strong> Andre Fischer,<br />

publicado na Ilustríssima, da edição do último<br />

dia 3, na Folha <strong>de</strong> S.Paulo, sob o título:<br />

Estamos prontes para o gênero neutro?, sobre<br />

as linguagens neutra e inclusiva. Enfim,<br />

a linguagem está na boca do povo e o fato é<br />

que a moçada, em especial, adotou o @ no<br />

lugar do “a”; o “e” substitui o “o”, e assim<br />

por diante. Po<strong>de</strong> tudo, viu!<br />

Para Danilo Janjacomo, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> criação da Isobar Brasil, o mercado começa<br />

lentamente a adotar o gênero neutro,<br />

mas “ainda falta muita informação e cons-<br />

ciência da importância do gênero neutro”.<br />

“Um dos pontos a observar é que esse movimento<br />

<strong>de</strong> linguagem e representativida<strong>de</strong><br />

não é uma consciência global, <strong>de</strong>vido a<br />

muitos países não terem artigos <strong>de</strong> gênero<br />

na língua nativa – como é o caso daqueles<br />

<strong>de</strong> língua inglesa”. Mas, segundo ele, já<br />

alerta marcas que ao mencionarem “os nossos<br />

consumidores, por exemplo, po<strong>de</strong>m falar<br />

‘consumidores da nossa marca’”. “Essa<br />

consciência <strong>de</strong> que não estamos falando<br />

apenas do artigo em si, mas <strong>de</strong> procurarmos<br />

formas <strong>de</strong>, cada vez mais, criarmos<br />

mensagens que não isolem nenhum grupo<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”, observa Janjacomo.<br />

Já Dimas Ribeiro, coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> conteúdo<br />

da Jüssi, fala que, com a importante<br />

preocupação <strong>de</strong> incluir todas as pessoas e<br />

criar um espaço seguro <strong>de</strong> troca, o crescimento<br />

da linguagem neutra <strong>de</strong>ve se dar aos<br />

poucos nesse mercado. “Isso porque várias<br />

questões intrínsecas ro<strong>de</strong>iam o uso da mesma.<br />

O objetivo é a representação <strong>de</strong> todas<br />

as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero, inclusive as não<br />

binárias, e creio que ainda estamos no caminho<br />

da comunicação i<strong>de</strong>al por meio do<br />

diálogo com toda a comunida<strong>de</strong>”.<br />

Daniela Graicar, sócia e CEO da PROS, e<br />

“Para muitos, a língua<br />

Portuguesa já comPorta<br />

neutralida<strong>de</strong>, e essa<br />

discussão ainda é<br />

latejante entre as<br />

Partes interessadas”<br />

fundadora do Movimento Aladas, constata<br />

que já se vê esse movimento acontecer cada<br />

vez mais no mercado, “até porque tem <strong>de</strong><br />

se estar conectado e acompanhar as mudanças<br />

e necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>”. “Não<br />

acho que uma adoção real tenha sido iniciada,<br />

mas já po<strong>de</strong>mos ver alguns exemplos<br />

nesse sentido”, afirma.<br />

Sofia Ricciardi, diretora <strong>de</strong> relevância digital<br />

da SoWhat, é mais enfática e fala que<br />

“com certeza o mercado já adota a linguagem<br />

neutra”. “Para muito além da linguagem<br />

‘dita’, a preocupação e o olhar para o<br />

gênero neutro estão em várias outras frentes<br />

<strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> marca: da roupa, ao<br />

perfume, ao tweet, à gravação da voz <strong>de</strong><br />

24 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Paula Queiroz: mercado ainda se divi<strong>de</strong> sobre o assunto<br />

um serviço <strong>de</strong> assistência virtual”. Segundo<br />

ela, no atual contexto – cujas conversas<br />

estão ganhando protagonismo ao mesmo<br />

tempo que o mercado está cada vez mais<br />

“pessoal e personalizável” – é i<strong>de</strong>al que essas<br />

formas <strong>de</strong> linguagem sejam adotadas.<br />

Em contrapartida, Marcelo Rullo, head <strong>de</strong><br />

estratégia e conteúdo na Oliver Latin America,<br />

lembra que esse é um movimento que<br />

tem pouco tempo e ainda é tímido.<br />

“Temos poucos movimentos <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong>dicados a isso e muito <strong>de</strong>ntro do<br />

social. Começou ali, com as novas gerações<br />

se posicionando no Twitter, as problematizações<br />

vão também para outras re<strong>de</strong>s,<br />

como TikTok e YouTube. Então, as re<strong>de</strong>s<br />

sociais são o principal canal on<strong>de</strong> esse discurso<br />

tem voz. A partir disso, como vemos,<br />

um movimento <strong>de</strong> mercado das marcas se<br />

apropria das conversas nas re<strong>de</strong>s, é natural<br />

que elas entrem e discutam esse tema”.<br />

Já Paula Queiroz, head <strong>de</strong> planejamento<br />

da Cheil, avalia que o mercado ainda se divi<strong>de</strong><br />

em relação ao uso do gênero neutro, e<br />

que ainda existem clichês. “Vejo marcas jovens<br />

adotando como forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

e postura corporativa, mas a verda<strong>de</strong> é que<br />

o gênero neutro é um caminho sem volta e,<br />

como toda mudança social, vai acontecendo<br />

passo a passo <strong>de</strong> forma contínua e vai chegar<br />

a todas esferas da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixando<br />

<strong>de</strong> ser uma tendência <strong>de</strong> um nicho para se<br />

tornar uma prática universal”, <strong>de</strong>clara. Ou<br />

seja, ela acredita que “todas as marcas passarão<br />

a adotar o gênero neutro da mesma<br />

forma que adotaram discursos sobre empo<strong>de</strong>ramento<br />

feminino e não ao racismo”.<br />

sEr ou não sEr<br />

Sobre ser tendência ou não, Janjacomo<br />

fala que não chama a linguagem neutra <strong>de</strong><br />

tendência, mas, sim, “<strong>de</strong> evolução da própria<br />

linguagem, com mais consciência e importância<br />

do papel social que ela tem”. “E,<br />

sim, é um caminho sem volta, que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do tempo para acontecer”.<br />

Ribeiro segue a mesma linha <strong>de</strong> raciocínio<br />

e vai além, afirmando que não “apostaria<br />

nisso como tendência, mas, sim, como<br />

uma realida<strong>de</strong> iminente <strong>de</strong> pessoas que não<br />

se sentem representadas pelo masculino/feminino”.<br />

“Para muitos, a língua portuguesa<br />

Sofia Riciardi: setor já adota linguagem neutra<br />

“não sei se o gênero<br />

neutro vai se tornar<br />

regra, esPecialmente<br />

como está sendo aPlicado<br />

neste momento, mas esse<br />

movimento vai gerar<br />

imPacto na forma como<br />

nos comunicamos”<br />

já comporta neutralida<strong>de</strong>, e essa discussão<br />

ainda é latejante entre as partes interessadas”,<br />

diz e acrescenta: “É mais uma questão<br />

<strong>de</strong> quando isso começa a acontecer <strong>de</strong> forma<br />

perene do que se realmente vai acontecer”.<br />

Já Daniela lança uma dúvida, ao <strong>de</strong>clarar<br />

que o português é uma língua viva,<br />

que vem apresentando várias evoluções <strong>de</strong><br />

acordo com as mudanças culturais ao logo<br />

do tempo. “Não sei se o gênero neutro vai<br />

se tornar regra, especialmente como está<br />

sendo aplicado neste momento, mas esse<br />

movimento certamente vai gerar um impacto<br />

na forma como nos comunicamos – e<br />

po<strong>de</strong>, sim, se tornar uma tendência e até<br />

gerar mudanças <strong>de</strong>finitivas na língua em<br />

longo prazo”, afirma.<br />

Ao contrário <strong>de</strong> alguns colegas <strong>de</strong> profissão,<br />

Sofia acredita que já seja uma tendência,<br />

porque, para ela, nem todas as marcas<br />

vão se adaptar ou se lançar no mercado rapidamente<br />

nesse formato <strong>de</strong> comunicação<br />

e atuação, “mas acredita que há um gran<strong>de</strong><br />

potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque para aquelas que<br />

buscarem isso”. “A inclusão é uma forma<br />

<strong>de</strong> conexão, <strong>de</strong> aproximação. E <strong>de</strong>monstrar<br />

essa preocupação através da construção <strong>de</strong><br />

marca e linguagem po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar sentimentos<br />

muito relevantes entre as marcas e<br />

seus targets”, argumenta.<br />

Rullo vai ainda mais longe e <strong>de</strong>clara que<br />

temos uma parte das pessoas preocupada<br />

e com um discurso mais negativo, por causa<br />

do conservadorismo e da possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssa conversa ficar mais “nichada”. “Outra<br />

parte é mais positiva e acredita que a<br />

discussão do não-gênero ou gênero neutro<br />

Daniela Graicar: já há exemplos do uso <strong>de</strong> gênero neutro<br />

nasceu <strong>de</strong> uma geração nova, que começa a<br />

não se i<strong>de</strong>ntificar com nenhum tipo <strong>de</strong> rótulo”,<br />

avalia. Conforme opinião <strong>de</strong>le, esse<br />

fenômeno fez as marcas transformarem<br />

discurso em capital, ou seja, essa conversa<br />

virou produto, e para os comunicólogos<br />

é oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trazer o assunto à tona.<br />

“E essa tendência <strong>de</strong>ve aumentar. É um<br />

rio que não volta para trás. O rio po<strong>de</strong> ficar<br />

mais lento, mas sempre progredindo”.<br />

Sobre a ousadia que algumas marcas já<br />

mostram ter, quando adotaram a linguagem<br />

neutra, o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da Isobar<br />

Brasil comenta que esse é um dos pontos<br />

on<strong>de</strong> falta consciência do que realmente<br />

significa linguagem neutra. “Não é apenas o<br />

‘e’ no lugar do ‘o’ ou ‘a’, mas, sim, uma série<br />

<strong>de</strong> códigos que conseguimos <strong>de</strong>stravar para<br />

sermos mais inclusivos. A dificulda<strong>de</strong> é que<br />

operamos numa língua estruturada em gênero<br />

binário (homem/mulher, feminino/<br />

masculino) e tudo que é estrutural precisa<br />

<strong>de</strong> cultura como antídoto”. Ainda segundo<br />

ele, as marcas não <strong>de</strong>veriam estar ocupadas<br />

pensando se são ousadas ou não em usarem<br />

o gênero neutro, mas, sim, <strong>de</strong> incluir cada<br />

vez mais pessoas através <strong>de</strong> uma linguagem<br />

respeitosa com as individualida<strong>de</strong>s – a serviço<br />

do coletivo. “Marcas que criam comunida<strong>de</strong>s<br />

estão no caminho certo <strong>de</strong> atrair<br />

mais pessoas que po<strong>de</strong>m consumi-las, experimentá-las<br />

e, por que não, usá-las no seu<br />

dia a dia”, dispara Janjacomo.<br />

Ribeiro também alerta os anunciantes ao<br />

dizer que a marca precisa estar consciente<br />

do seu propósito e aplicar essa mudança<br />

<strong>de</strong> forma coerente com seu discurso. “É<br />

importante se assegurar <strong>de</strong> que houve um<br />

trabalho educativo para além <strong>de</strong> mudar por<br />

mudar. A gran<strong>de</strong> maioria dos brasileiros<br />

ainda não conhece a linguagem neutra, nesse<br />

meio <strong>de</strong> campo é preciso enten<strong>de</strong>r como<br />

não confundir seu público e fazer com que<br />

ele entenda a importância <strong>de</strong> incluir todas<br />

as pessoas na conversa”.<br />

Daniela também não acredita ser uma<br />

questão <strong>de</strong> ousadia, e também não acha<br />

que, hoje, esse tipo <strong>de</strong> postura seja para<br />

toda marca. “Há aquelas que li<strong>de</strong>ram tendências<br />

e as que, se adotarem a linguagem<br />

neutra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, soarão estranhas à sua audiência.<br />

Como tudo que é novo, cada um<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 25


mErcado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Danilo Janjacomo: ainda falta informação e consciência Dimas Ribeiro: linguagem neutra <strong>de</strong>ve se dar aos poucos Marcelo Rullo: movimento ainda é tímido<br />

tem seu momento <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. E nós, como<br />

gerenciadores <strong>de</strong> reputação, temos <strong>de</strong> cuidar<br />

<strong>de</strong>ssas recomendações marca a marca,<br />

caso a caso, acompanhando <strong>de</strong> perto as <strong>de</strong>mandas<br />

e opiniões da audiência”, revela.<br />

Sofia segue a mesma linha <strong>de</strong> pensamento<br />

que Daniela. Ela fala que não vê uma conexão<br />

direta entre a linguagem <strong>de</strong> gênero<br />

neutro e marcas cool e <strong>de</strong>scoladas, ou posts<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. “É menos sobre quem é<br />

ou o meio on<strong>de</strong> usam e mais sobre a intenção<br />

por trás disso. Temos marcas corporativas<br />

adotando <strong>de</strong> maneira voluntária em<br />

peças <strong>de</strong> comunicação interna sem a repercussão<br />

que vemos sobre outras no Twitter e<br />

no Instagram – on<strong>de</strong> naturalmente ganham<br />

mais <strong>de</strong>staque por isso”, comenta.<br />

Ela acha que o importante na tomada da<br />

<strong>de</strong>cisão é “ser coerente, ter constância e<br />

preocupação permeando não apenas aquele<br />

momento isolado e, sim, um direcional<br />

incorporado na construção <strong>de</strong> voz da marca”.<br />

“E para isso é preciso um olhar crítico<br />

para outras ações que serão tomadas com<br />

esse mesmo olhar <strong>de</strong> inclusão”, reflete.<br />

consciência<br />

Todos os profissionais ouvidos pelo<br />

PROPMARK trilham praticamente o mesmo<br />

caminho ao falar <strong>de</strong> ousadia. Para Rullo, por<br />

exemplo, a marca não precisa ser ousada,<br />

mas consciente. “Não é ser <strong>de</strong>scolado, mas,<br />

sim, ter um discurso coerente sobre isso<br />

tudo. E esse nível <strong>de</strong> consciência envolve<br />

vários fatores, pois não importa se a marca<br />

quer fazer um post, um stories, um carrossel,<br />

uma gracinha ou coisa neutra. A marca<br />

precisa ser consciente em um nível profundo<br />

e enten<strong>de</strong>r como isso se reflete em sua<br />

equipe interna, na planta da empresa (se<br />

há banheiros inclusivos para todas as pessoas),<br />

se ela dá a opção <strong>de</strong> ter nome social<br />

<strong>de</strong>ntro da companhia”, opina ele, acrescentando:<br />

“São várias coisas a se resolverem no<br />

endomarketing, <strong>de</strong>pois nos produtos e em<br />

apoio ao terceiro setor e ONGs que atuam<br />

“é imPortante<br />

se assegurar <strong>de</strong> que<br />

houve um trabalho<br />

educativo Para além<br />

<strong>de</strong> mudar Por mudar”<br />

na causa. Após tudo isso, ela po<strong>de</strong> ter uma<br />

comunicação nesse sentido”.<br />

Entretanto, quando o assunto é se os<br />

anunciantes, com raras exceções, ainda resistem<br />

ao novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> conversa, Janjacomo<br />

diz não ver resistência, pelo menos da<br />

parte dos clientes que aten<strong>de</strong>. “Mas esse é<br />

um trabalho mais fácil quando se tem consciência<br />

<strong>de</strong>ntro da própria agência. Aqui,<br />

nas agências criativas do grupo Dentsu, por<br />

exemplo, não adotamos mais o papel <strong>de</strong> ‘redatores’,<br />

mas sim <strong>de</strong> criadores <strong>de</strong> contexto<br />

e fala, justamente para que cada vez mais<br />

trabalhos saiam da maneira correta. Claro<br />

que vemos no mercado mais marcas adotando<br />

a linguagem neutra em re<strong>de</strong>s sociais,<br />

que sempre se configuram como plataforma<br />

<strong>de</strong> experimentação para novas narrativas<br />

e <strong>de</strong>pois acabam migrando a linguagem<br />

para outros pontos <strong>de</strong> sua comunicação. É<br />

um processo natural”, conta.<br />

Já Ribeiro, lembra que, em geral, mesmo<br />

anunciantes como o TikTok ainda segmentam<br />

na hora <strong>de</strong> usar a linguagem neutra. “A<br />

falta <strong>de</strong> disseminação do conceito <strong>de</strong> linguagem<br />

neutra em um cenário mais abrangente<br />

faz com que haja resistência em termos <strong>de</strong><br />

não enten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> ou a função, e<br />

isso reforça que é preciso haver movimentação<br />

dos setores <strong>de</strong> comunicação em disseminar<br />

o conceito e pensar como incluir<br />

todas as pessoas nessa conversa”, avalia.<br />

A diretora <strong>de</strong> relevância digital da So-<br />

What menciona que tiveram a “sorte <strong>de</strong><br />

lidar com clientes que inclusive buscaram<br />

a agência para construir essa linguagem”.<br />

“É um caminho fácil para algumas marcas,<br />

e para outros <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mudança<br />

maior e gradual, <strong>de</strong> experimentação. Na<br />

SoWhat tentamos trazer esse cuidado nas<br />

apresentações da agência. Quando não é<br />

usado o gênero neutro, é usado o inclusivo<br />

(exemplo: eles e elas, todos e todas). Nossos<br />

times são bastante a<strong>de</strong>ptos a isso”, conta.<br />

O head <strong>de</strong> estratégia e conteúdo da Oliver<br />

Latin America revela que nem todas as<br />

marcas estão preparadas para essa conversa.<br />

Segundo ele, po<strong>de</strong>m ter crise e boicotes <strong>de</strong><br />

algumas pessoas, por exemplo. “É um posicionamento<br />

que po<strong>de</strong> ser visto como político,<br />

e as novas gerações exigem isso <strong>de</strong>las na<br />

hora <strong>de</strong> consumir ou trabalhar na empresa. O<br />

problema <strong>de</strong> serem resistentes é não estarem<br />

preparadas para impacto. Marcas conservadoras<br />

terão problema porque seu board é<br />

conservador e o time <strong>de</strong> marketing provavelmente<br />

também”, analisa. Para ele, outro ponto<br />

é sobre o quanto a audiência da empresa<br />

está preparada para as discussões. “Boomers<br />

e outras gerações impactadas por gênero<br />

neutro é que muitos sequer vão enten<strong>de</strong>r.<br />

Como a marca vai educar sobre trocar todos<br />

por ‘to<strong>de</strong>s’, e meu público vai enten<strong>de</strong>r que<br />

não é um erro <strong>de</strong> digitação. A nova geração<br />

vem como um trator e você vê no exemplo <strong>de</strong><br />

cringe. Eles não estão aqui para professorar<br />

para gerações mais antigas”.<br />

Quando o assunto é o jovem, muitas vezes<br />

o principal objetivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas,<br />

que quer adotar “termes” para se aproximar<br />

<strong>de</strong>sse target, Janjacomo é enfático: “Essa é a<br />

gran<strong>de</strong> questão”. Para ele, não só é sair colando<br />

a letra “e” em tudo para parecer atual.<br />

“Algumas palavras continuarão sendo femininas<br />

e masculinas quando se referem a<br />

lugares, objetos etc. O gênero neutro como<br />

linguagem é uma aplicação em toda referência<br />

a indivíduos e grupos <strong>de</strong> pessoas”.<br />

Segundo ele, é como acrescentar a letra “x”,<br />

por exemplo, no lugar do o/a. “Não existe<br />

leitura para ‘x’ colocado no lugar <strong>de</strong> uma vo-<br />

26 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


Unsplash<br />

A tendência do uso do gênero neutro <strong>de</strong>ve aumentar, segundo profissionais ligados à publicida<strong>de</strong>; a nova maneira <strong>de</strong> se comunicar começou nas re<strong>de</strong>s sociais e logo ganhou a<strong>de</strong>são<br />

gal. Nem mesmo os sistemas para <strong>de</strong>ficientes<br />

auditivos conseguem <strong>de</strong>senvolver uma<br />

palavra como ‘todxs’ e, logo na tentativa <strong>de</strong><br />

ser inclusiva, acabamos repetindo um mesmo<br />

mo<strong>de</strong>lo atuante”, alerta o executivo.<br />

Dimas Ribeiro acrescenta à conversa que<br />

os jovens da internet são extremamente sagazes<br />

na hora <strong>de</strong> perceber se um discurso ou<br />

posicionamento é real ou “fachada”. “Para<br />

além disso, é preciso estar ciente <strong>de</strong> seus<br />

compromissos como marca e adotar a linguagem<br />

<strong>de</strong> forma sistemática. Apenas brincar<br />

com uma comunicação importante na<br />

inclusão <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong> ser prejudicial. Se<br />

for apostar na linguagem neutra, é preciso<br />

implantar essa comunicação como um todo,<br />

para tudo. A consistência vai contar na validação<br />

das intenções da marca”, comenta.<br />

gEração z<br />

Daniela Craicar lembra ainda que a geração<br />

Z não se pren<strong>de</strong> ou se vê <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

gêneros específicos. “E, além <strong>de</strong> serem o<br />

futuro, são eles os maiores geradores <strong>de</strong><br />

conversas nas re<strong>de</strong>s sociais atualmente. É<br />

por isso que esse tema ganha tanta repercussão,<br />

e <strong>de</strong>ve ganhar ainda mais até que<br />

apareçam <strong>de</strong>finições mais claras. Mas, com<br />

certeza, as marcas precisarão <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong><br />

para uma mudança completa. Usar só por<br />

usar, <strong>de</strong> qualquer jeito, soa bem estranho<br />

para a maioria <strong>de</strong>las”.<br />

Sofia Riciardi também remete o raciocínio<br />

à geração Z. Ela fala que o interesse <strong>de</strong>ssa<br />

geração pelo gênero neutro na forma <strong>de</strong><br />

se comunicar, se vestir e consumir (informação<br />

ou entretenimento) é um fato. Mas,<br />

“jamais indicaria a linguagem neutra para<br />

‘brincar’ ou ‘se aproximar dos jovens’”. “É<br />

preciso ser genuíno e coerente. Deveria ser<br />

menos sobre colocar um ‘x’ ou um ‘e’ nas<br />

palavras e mais sobre a<strong>de</strong>rir a um novo<br />

mindset <strong>de</strong> branding. É uma nova forma <strong>de</strong><br />

pensar construção <strong>de</strong> marca”, aponta ela.<br />

“Mudar <strong>de</strong> repente e entrar na onda para<br />

se aproximar dos mais jovens não é uma<br />

boa”, <strong>de</strong>clara Rullo. Conforme ele, os jovens<br />

i<strong>de</strong>ntificam que a empresa talvez não<br />

tenha ações efetivas para entrar nessa conversa.<br />

“Então, a marca seria criticada. Óbvio<br />

que todas precisam conversar com mais<br />

jovens, mas não se trata <strong>de</strong> ter comunicação<br />

neutra, mas, sim, enten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>les em primeiro lugar”. Ele cita exemplos<br />

<strong>de</strong> empresas mais preocupadas em ter diversida<strong>de</strong><br />

na sua equipe. “Como modificar<br />

para ser aceita como love brand para uma<br />

geração que em cinco anos vai ditar tudo no<br />

mercado. É i<strong>de</strong>ntificar essas necessida<strong>de</strong>s e<br />

como eu como marca me comunico, e não<br />

apenas jogar um ‘to<strong>de</strong>s’, alerta.<br />

Sobre estar ou não preparados para a<br />

linguagem do gênero neutro, tão cheia <strong>de</strong><br />

significados, o executivo da Isobar Brasil<br />

afirma que incluiria nesse bolo não só os<br />

consumidores e anunciantes, mas também<br />

as agências. Segundo ele, já percebe hoje<br />

que alguns setores não só estão preparados,<br />

mas também usam esse movimento como<br />

uma gran<strong>de</strong> ferramenta <strong>de</strong> narrativa, como<br />

marcas <strong>de</strong> beleza, vestuário, gadgets e outras<br />

que têm no seu pilar central a expressão<br />

da individualida<strong>de</strong> e do grupo. “Mas<br />

neste cenário são também essas marcas que<br />

puxam outros mercados a acompanharem<br />

as evoluções <strong>de</strong> campanhas e mensagens.<br />

É um movimento necessário para cada vez<br />

mais termos uma troca honesta e respeitosa<br />

entre marcas e pessoas”, conclui.<br />

Já Ribeiro acha que ainda é preciso educar<br />

o país sobre isso. Para ele, a comunicação<br />

reflete a conversa da nação como um<br />

todo, e se seu segmento enten<strong>de</strong> o que você<br />

fala, tudo bem. “Mas para marcas e serviços<br />

com escala nacional abrangente, ainda é<br />

um problema”. Segundo ele, os esforços em<br />

educar e levar esse conceito à frente precisa<br />

se intensificar em escala nacional. “Em um<br />

país com dimensões continentais on<strong>de</strong> boa<br />

parte ainda não possui acesso à educação<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e mal compreen<strong>de</strong> as regras<br />

gramaticais da língua portuguesa, é preciso<br />

consi<strong>de</strong>rar um esforço e compromisso<br />

em educar e levar informação amplamente<br />

qualificada para que a linguagem neutra<br />

seja compreendida”, analisa. Além disso,<br />

para ele, pessoas com <strong>de</strong>ficiência cognitiva<br />

po<strong>de</strong>m ter problemas com os sistemas <strong>de</strong><br />

audio<strong>de</strong>scrição, libras e outras formas <strong>de</strong><br />

comunicação inclusiva, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do estilo<br />

<strong>de</strong> grafia escolhido. “A adaptação <strong>de</strong>sses<br />

sistemas ainda po<strong>de</strong> levar um tempo, mas<br />

também <strong>de</strong>ve acontecer aos poucos. É um<br />

trabalho <strong>de</strong> formiguinha que po<strong>de</strong> valer<br />

a pena embarcar enquanto marca que se<br />

compromete <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> com inclusão e diversida<strong>de</strong>”,<br />

finaliza.<br />

Já Daniela lembra que, pela origem no<br />

latim, o português tem fortes marcações <strong>de</strong><br />

gênero e como o plural é quase sempre masculino,<br />

nos induz a um pensamento <strong>de</strong>fasado<br />

e sexista. “O uso da linguagem neutra<br />

vai nos provocar a pensar na maneira como<br />

nos expressamos e rever conceitos do nosso<br />

idioma que assimilamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />

1970. Só espero que essa mudança não represente<br />

uma dificulda<strong>de</strong> ainda maior <strong>de</strong> se<br />

falar o português corretamente”, conclui.<br />

A diretora <strong>de</strong> relevância digital da So-<br />

What espera acompanhar o percurso disso<br />

tudo. “Não acredito que será uma mudança<br />

generalizada tão rapidamente, mesmo porque<br />

essa pauta ainda permeia segmentos<br />

específicos como entretenimento, beauty,<br />

fashion etc. Mas, há potencial para ser explorada<br />

em muitos outros, e gradualmente<br />

vamos observar as camadas <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong><br />

que essa discussão relevante po<strong>de</strong> nos<br />

trazer nesta nova forma <strong>de</strong> construir marcas<br />

mais inclusivas”.<br />

Rullo acredita que o público não está educado<br />

ainda, se pensar no consumidor <strong>de</strong> forma<br />

geral. Nem as marcas. No entanto, “tudo<br />

bem não estar pronto, se lembrar que há <strong>de</strong>z<br />

anos ninguém estava pronto para conversas<br />

que hoje são normais”. “O problema é saber<br />

se as marcas estão se preparando e educando<br />

o consumidor sobre isso”, pontua.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 27


mercado<br />

Pixel Show ocorre em <strong>novembro</strong><br />

com 42 horas <strong>de</strong> conteúdo online<br />

Festival internacional <strong>de</strong> arte e criativida<strong>de</strong> lança Clube Pixel Show, que<br />

dará acesso às ativida<strong>de</strong>s do evento, além <strong>de</strong> experiências exclusivas<br />

Janaina Langsdorff<br />

festival internacional <strong>de</strong> arte<br />

e criativida<strong>de</strong> Pixel Show<br />

O<br />

será realizado pela plataforma<br />

Zupi.Live entre os dias 25 e 28<br />

<strong>de</strong> <strong>novembro</strong> com a previsão <strong>de</strong><br />

superar 42 horas <strong>de</strong> conteúdo<br />

originadas por 24 palestras e<br />

mais <strong>de</strong> 50 ativida<strong>de</strong>s gratuitas<br />

para estudantes, profissionais,<br />

empreen<strong>de</strong>dores, empresários<br />

e criativos <strong>de</strong> todo o mundo.<br />

A programação, acessível até<br />

o dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, inclui live<br />

arts, animação, sharp talks e<br />

oficinas voltadas para o <strong>de</strong>sign<br />

inclusivo. Já a feira será realizada<br />

no dia 28 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> no<br />

Cine Petra Belas Artes, em São<br />

Paulo, entre 9h e 17h.<br />

Ilustração, <strong>de</strong>sign, games e<br />

tecnologia também envolvem o<br />

evento i<strong>de</strong>alizado pelos irmãos<br />

e sócios Allan e Simon Szacher<br />

em 2005, quando recebeu 300<br />

pessoas. A audiência saltou <strong>de</strong><br />

quatro mil visitantes em 2008<br />

para 53 mil participantes em<br />

2019, última edição presencial.<br />

Em 2020, a primeira edição digital<br />

foi assistida por cerca <strong>de</strong><br />

100 mil pessoas - mesmo volume<br />

esperado para <strong>2021</strong> - em 70<br />

países. No total, foram gerados<br />

mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões em negócios<br />

e 960 horas <strong>de</strong> conteúdo<br />

nestes 16 anos.<br />

Agora, o foco está nas mais<br />

diversas aplicações do branding<br />

“sempre fazendo a ligação<br />

entre as áreas”, comenta Simon<br />

Szacher, criador e organizador<br />

do Pixel Show, patrocinado<br />

pela 3M e Consulado Geral do<br />

Reino dos Países Baixos em São<br />

Paulo e copatrocinado pelo Leo<br />

Social. Outras marcas ainda estão<br />

em negociação.<br />

Esta 17ª edição terá a presença<br />

do escultor alemão Julian<br />

Voss-Andreae, do <strong>de</strong>signer gráfico<br />

holandês Thom Niessink<br />

e do diretor <strong>de</strong> criação norte-<br />

-americano Bill Gardner. Entre<br />

os brasileiros, estão a artista<br />

visual Mariana Castello; o coor<strong>de</strong>nador<br />

do curso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />

Irmãos e sócios, Simon e Allan Szacher ajudaram a gerar mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões em negócios ligados à criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005<br />

Cultura pop atrai público ao evento, que soma 960 horas <strong>de</strong> conteúdo em 16 anos<br />

gráfico da Miami Ad School<br />

Rodrigo Saiani; Fesq, artista especializado<br />

em NFTs; e Janaína<br />

Bernardino, <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong><br />

digital na Dasa.<br />

Os ingressos para a conferência,<br />

no valor <strong>de</strong> R$ 180, estão<br />

disponíveis no site do festival.<br />

Mas já é possível também fazer<br />

uma assinatura. Pela primeira<br />

vez, o festival disponibiliza<br />

um plano anual com conteúdos<br />

exclusivos. Basic e Black são<br />

os pacotes ofertados no novo<br />

Clube Pixel Show, que já garante<br />

acesso ao festival, além <strong>de</strong><br />

Fotos: Divulgação<br />

Em 2020, primEira<br />

Edição digital<br />

foi assistida por<br />

cErca dE 100 mil<br />

pEssoas Em<br />

70 paísEs<br />

conteúdos exclusivos durante<br />

todo o ano. “Estamos testando<br />

uma plataforma <strong>de</strong> e-learning,<br />

que já é uma preparação para<br />

o retorno presencial em 2022”,<br />

antecipa Allan Szacher, curador<br />

e i<strong>de</strong>alizador do evento. No<br />

próximo ano, não haverá mais<br />

ingresso e o conteúdo gratuito<br />

será mantido. Mas para participar<br />

da conferência e <strong>de</strong> projetos<br />

diferenciados, o interessado<br />

precisará ser integrante do clube,<br />

com a vantagem <strong>de</strong> ganhar<br />

experiências especiais.<br />

28 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Upper comemora boa performance,<br />

apesar do pouco tempo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />

Com apenas sete meses, empresa aposta no conceito ADucation, cujo<br />

princípio básico é <strong>de</strong> que toda companhia po<strong>de</strong> se tornar uma educadora<br />

Walter Longo e Flavio Tavares, sócios na Upper, que apresenta boa performance<br />

Neusa spaulucci<br />

Upper, dos sócios Flavio<br />

A Tavares e Walter Longo,<br />

apresenta bons resultados em<br />

pouco tempo <strong>de</strong> atuação. Nestes<br />

sete meses, segundo Tavares,<br />

o sucesso da empresa está<br />

muito atrelado ao conceito <strong>de</strong><br />

ADucation e também porque<br />

trabalham com o Learning Organization,<br />

i<strong>de</strong>ia que parte da<br />

premissa <strong>de</strong> que toda companhia<br />

po<strong>de</strong> se tornar uma empresa<br />

educadora. “Isso é algo<br />

muito importante que está<br />

presente no nosso propósito,<br />

pois enten<strong>de</strong>mos que só assim<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> fato impactar a<br />

socieda<strong>de</strong>, o país e o mundo.<br />

Somente quando as empresas<br />

compreen<strong>de</strong>rem que a melhor<br />

forma <strong>de</strong> tangibilizar o seu propósito<br />

será por meio da educação<br />

é que atingiremos uma<br />

transformação”.<br />

Tavares lista ainda outro <strong>de</strong>senho<br />

que tem feito com que a<br />

Upper atinja o sucesso, o conceito<br />

<strong>de</strong> ecossistema. Conforme<br />

ele, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da fundação<br />

da empresa, enten<strong>de</strong>ram que<br />

a construção <strong>de</strong> um ecossistema<br />

é uma das coisas mais<br />

fundamentais para o negócio,<br />

“<strong>de</strong> ter uma complementarida<strong>de</strong>,<br />

parceiros que vão ajudar<br />

na construção, seja na área <strong>de</strong><br />

conteúdo, <strong>de</strong> novos projetos,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />

frentes”. “Hoje, existem mais<br />

<strong>de</strong> 42 marcas que compõem o<br />

nosso ecossistema, que trabalham<br />

juntas, alinhadas com<br />

essa missão <strong>de</strong> transformar por<br />

meio da educação”, avalia.<br />

O conceito <strong>de</strong> ADucation,<br />

segundo o executivo, é a fusão<br />

<strong>de</strong> duas palavras: advertising<br />

e education, que nada mais é<br />

do que a educação e a comunicação<br />

caminhando juntas.<br />

“Quando penso no conceito<br />

<strong>de</strong> ADucation, gosto <strong>de</strong> trazer<br />

exemplos que ilustram a nossa<br />

i<strong>de</strong>ia. É o caso <strong>de</strong> marcas que<br />

falam sobre sustentabilida<strong>de</strong><br />

há muitos anos, que fazem propagandas,<br />

campanhas maravilhosas<br />

sobre sustentabilida<strong>de</strong> e<br />

biodiversida<strong>de</strong>, mas que nunca<br />

ensinaram a alguém sobre aquilo<br />

que acreditam e apresentam<br />

em suas campanhas”, conta<br />

ele, acrescentando: “o conceito<br />

ADucation oferece às empresas<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar a educação<br />

como ferramenta <strong>de</strong> comunicação,<br />

inclusive, po<strong>de</strong>mos ir<br />

além, pois o conceito é consi<strong>de</strong>rado<br />

como a quarta onda da<br />

publicida<strong>de</strong>. Saímos da recente<br />

onda do bran<strong>de</strong>d content, em<br />

que as marcas produzem conteúdos<br />

para se posicionarem e,<br />

agora, passaremos a vê-las produzindo<br />

educação como forma<br />

<strong>de</strong> posicionamento”.<br />

O executivo explica que a<br />

plataforma <strong>de</strong> streaming é o<br />

ambiente que criaram para <strong>de</strong>senvolver<br />

os projetos. “Somos<br />

sócios <strong>de</strong> uma empresa americana<br />

que possui uma das principais<br />

tecnologias do mercado,<br />

e é por isso que conseguimos<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong>senvolver todos os projetos<br />

100% white label”.<br />

Segundo Tavares, eles perceberam<br />

que a maioria das marcas<br />

que buscam algo quer <strong>de</strong>senvolver<br />

projetos na área <strong>de</strong> ADucation<br />

sem conseguir é por não<br />

ter estrutura própria, por isso<br />

trabalham com projetos full<br />

service, ou seja, “como se fossem<br />

uma fábrica da nova educação,<br />

oferecendo tecnologia,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> branding,<br />

além da entrega <strong>de</strong> narrativas e<br />

conteúdos, tudo para aten<strong>de</strong>r à<br />

<strong>de</strong>manda das marcas”.<br />

Tavares acredita que o mercado<br />

corporativo <strong>de</strong>seja inovar.<br />

“É normal ver nas empresas a<br />

abertura <strong>de</strong> diretorias <strong>de</strong> inovação,<br />

novos espaços <strong>de</strong>dicados<br />

para a criação <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias.<br />

No entanto, quando penso em<br />

inovação, enxergo uma nova<br />

perspectiva: penso em dot connections,<br />

em vários pontos conectados.<br />

Muitas vezes, quando<br />

as pessoas <strong>de</strong>sejam inovar,<br />

elas pensam que é necessário<br />

criar algo extraordinário, disruptivo,<br />

algo que ninguém pensou”,<br />

revela o executivo.<br />

Conforme raciocínio <strong>de</strong>le, ao<br />

mesmo tempo em que se discute<br />

inovação, existem coisas óbvias<br />

e possíveis <strong>de</strong> serem feitas<br />

pelas empresas. “Quando penso<br />

na <strong>de</strong>manda reprimida, eu olho<br />

para fora da caixa, voltando a<br />

minha atenção para a educação.<br />

Não parece óbvio para uma empresa<br />

que tem um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

gestão tão eficiente compartilhar<br />

com os seus clientes? Não<br />

parece óbvio para uma empresa<br />

que forma lí<strong>de</strong>res falar com<br />

seus stakehol<strong>de</strong>rs e clientes<br />

para que eles também possam<br />

formar novos lí<strong>de</strong>res?”, afirma.<br />

Ele acrescenta ainda que,<br />

quando reflete sobre a inovação,<br />

pensa na capacida<strong>de</strong> das<br />

empresas em gerar valor a partir<br />

daquilo que elas sabem muito.<br />

“Acredito que isso abre muitas<br />

portas. Outra palavra que<br />

acrescentaria nessa conversa<br />

é o conceito <strong>de</strong> ecossistema.<br />

Quando a Apple lança o Iphone<br />

13, com uma tela fabricada pela<br />

Samsung, sua principal concorrente,<br />

ela mostra o potencial do<br />

ecossistema nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Inclusive, se pegarmos as <strong>de</strong>z<br />

maiores empresas do mundo,<br />

sete <strong>de</strong>las são construídas a<br />

partir <strong>de</strong> um conceito <strong>de</strong> ecossistema<br />

muito forte. Às vezes<br />

as empresas <strong>de</strong>sejam inovar,<br />

procuram por isso, mas muitas<br />

vezes o concorrente já <strong>de</strong>senvolveu<br />

esse sistema. Po<strong>de</strong>mos<br />

olhar para isso <strong>de</strong> maneira mais<br />

open, mais share. Não adianta<br />

<strong>de</strong>sejar inovação se não estiver<br />

aberto a isso”, explica. Tavares<br />

diz também que a empresa<br />

cresceu muito. “Com sete meses<br />

<strong>de</strong> vida, já estamos muito<br />

acima da média do que esperávamos.<br />

Em <strong>2021</strong>, fecharemos<br />

o nosso primeiro ano com um<br />

faturamento <strong>de</strong> R$ 4 milhões.<br />

Para o ano que vem, a perspectiva<br />

é chegar a um faturamento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes <strong>de</strong>sse valor”.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 29


mercado<br />

Profissionais <strong>de</strong> mídia reforçam as<br />

estruturas <strong>de</strong> canais e plataformas<br />

Luciana Schwartz, Igor Puga, Francisco Rosa, Carlinha Gagliardi, Andrea<br />

Hirata e Adrian Ferguson são exemplos da mudança <strong>de</strong> lado do balcão<br />

Paulo Macedo<br />

Alguns profissionais <strong>de</strong><br />

agências estão migrando<br />

para plataformas, veículos<br />

<strong>de</strong> comunicação, anunciantes<br />

e até se tornando empreen<strong>de</strong>dores.<br />

Na semana passada,<br />

a experiente Luciana<br />

Schwzartz, que atuou por<br />

longo período nas agências<br />

AlmapBBDO e VMLY&R, aceitou<br />

o convite para ser CEO da<br />

nova empresa ELOOH, resultado<br />

da fusão entre a Sinergy,<br />

que atua no setor <strong>de</strong> mobiliário<br />

urbano na região Sul, e a<br />

Favretto, especialista em painéis<br />

no mercado nacional.<br />

“O segmento <strong>de</strong> OOH que,<br />

além <strong>de</strong> ter se consolidado junto<br />

ao digital como o maior meio<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia do país,<br />

está em plena expansão com<br />

digitalização <strong>de</strong> ativos e geração<br />

<strong>de</strong> dados para potencializar<br />

ainda mais seu impacto no dia<br />

a dia das marcas”, pon<strong>de</strong>ra Luciana,<br />

que também é responsável<br />

pelo Mídia Dados, do Grupo<br />

<strong>de</strong> Mídia <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Gleidys Salvanha foi uma<br />

das pioneiras. Ela <strong>de</strong>ixou carreira<br />

em agências como W/<br />

Brasil e DM9DDB para assumir<br />

uma área do Google. Igor Puga<br />

<strong>de</strong>ixou a DM9DDB para ser diretor<br />

<strong>de</strong> marketing do Banco<br />

Santan<strong>de</strong>r. Debora Nitta saiu<br />

da WMcCann para ocupar ca<strong>de</strong>ira<br />

no Facebook.<br />

“A inversão é legal. Por um<br />

lado é um aprendizado e, <strong>de</strong><br />

outro, crescimento pessoal.<br />

Para o contratante também<br />

porque passa a ter outro ponto<br />

<strong>de</strong> vista. Estou feliz e trouxe<br />

publicitários para trabalhar<br />

no banco. Sou a<strong>de</strong>pto <strong>de</strong>sse<br />

negócio <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> lado. A<br />

experiência em agência é similar<br />

à uma startup. Não há<br />

muito processo, método e prazos.<br />

Isso torna os profissionais<br />

mais ágeis e com capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> improviso enorme. Isso faz<br />

a diferença em gran<strong>de</strong>s corporações”,<br />

<strong>de</strong>talha Puga.<br />

Juracy Favretto e Janete, sócios da Favretto, Luciana Schwartz, que assume como CEO, e Eduardo Ferreira, fundador da Sinergy<br />

Adrian Ferguson abriu negócio próprio Francisco Rosa <strong>de</strong>ixou Artplan por Record Tachibana <strong>de</strong>ixou Grey para atuar no UOL<br />

Adrian Ferguson, que foi<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia da<br />

DM9DDB, criou a HYPR, que<br />

tem no conselho nomes como<br />

Igor Puga, e José Francisco<br />

Eustáchio, ex-Talent Marcel.<br />

“O movimento mais recente<br />

que tenho visto é o veículo <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong>cidir trazer<br />

para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu ecossistema<br />

profissionais <strong>de</strong> mídia. E aqui<br />

acredito que a mudança será<br />

extremamente positiva”, <strong>de</strong>staca<br />

Adrian.<br />

Andrea Hirata <strong>de</strong>ixou o comando<br />

<strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />

Tailor Ma<strong>de</strong> para ingressar no<br />

Kwai. Carlinha Gagliardi saiu<br />

da BETC Havas para reforçar o<br />

time comercial da Record, assim<br />

como fizera Francisco Rosa<br />

ao se <strong>de</strong>sligar da Artplan. “O<br />

profissional <strong>de</strong> mídia carrega<br />

conhecimento muito vasto, não<br />

somente <strong>de</strong> gestão e estratégia<br />

em si, mas como oferecem produtos<br />

ao mercado”, diz Rosa,<br />

diretor-comercial da Record.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Após carreira na Grey e em<br />

outras agências, o executivo<br />

Fabio Tachibana aceitou convite<br />

para ser head <strong>de</strong> agências<br />

do UOL. “É como se você tivesse<br />

um olho mágico; contribui<br />

muito. O profissional sabe<br />

como a equipe <strong>de</strong> mídia planeja,<br />

como o cliente aprova e também<br />

como os veículos ven<strong>de</strong>m.<br />

Saber o que e quando levar essas<br />

oportunida<strong>de</strong>s, já que têm<br />

agenda apertada, faz a diferença”,<br />

observa Tachibana.<br />

30 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


diGital<br />

Google mostra que 66% das pessoas<br />

se conectam às marcas por ví<strong>de</strong>os<br />

Alcance do audiovisual na publicida<strong>de</strong> chama<br />

mais a atenção, principalmemte na Black Friday,<br />

que traz otimismo nas vendas, mas com cautela<br />

Paulo Macedo<br />

Para o Google, que vem estudando <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início do ano as tendências dos shoppers<br />

nesse período marcado pela pan<strong>de</strong>mia,<br />

a Black Friday é uma oportunida<strong>de</strong><br />

para a retomada <strong>de</strong> negócios. Mas, como<br />

explica a diretora <strong>de</strong> varejo do Google, Gleidys<br />

Salvanha, o otimismo <strong>de</strong>ve vir acompanhado<br />

<strong>de</strong> certa dose <strong>de</strong> cautela.<br />

“Como não temos bola <strong>de</strong> cristal, o melhor<br />

é se preparar com informações”, resume<br />

Gleidys. “Este ano vimos o quanto o<br />

ví<strong>de</strong>o é importante na jornada <strong>de</strong> compra.<br />

Esse índice é <strong>de</strong> 66% no Brasil. Os anúncios<br />

na busca com ví<strong>de</strong>o inspiram mais”, ela<br />

acrescenta.<br />

Durante o Black Friday Connections,<br />

realizado na semana passada, o Google<br />

apresentou dados <strong>de</strong> uma pesquisa encomendada<br />

à Ipsos com 500 entrevistados<br />

que indica que 64% dos brasileiros têm intenção<br />

<strong>de</strong> comprar na Black Friday <strong>2021</strong>. O<br />

estudo i<strong>de</strong>ntificou dois perfis distintos <strong>de</strong><br />

consumidor: um mais cauteloso, representando<br />

44%, e um mais aberto, com 56%.<br />

“Uma pesquisa online realizada pelo<br />

Google, que entrevistou mil consumidores,<br />

mostrou que 31% dos entrevistados <strong>de</strong>clararam<br />

que os varejistas po<strong>de</strong>m ajudar os<br />

compradores oferecendo gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scontos<br />

e preços muito baixos; 20% valorizam<br />

as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parcelamento; e 16%<br />

preferem <strong>de</strong>scontos progressivos que permitem<br />

comprar mais itens”, <strong>de</strong>talha o comunicado<br />

encaminhado pelo Google.<br />

O comunicado acrescenta: “Dos 56%<br />

que <strong>de</strong>clararam estar mais abertos para a<br />

data, 37% estão economizando para comprar<br />

com <strong>de</strong>sconto na Black Friday, 13%<br />

querem comprar muitas coisas, justamente<br />

por não terem comprado no ano passado, e<br />

6% <strong>de</strong>les vão aproveitar para comprar mais<br />

presentes. A pesquisa também aponta que<br />

71% dos mais abertos acreditam que sua situação<br />

financeira vai melhorar até o fim do<br />

ano, versus 56% dos cautelosos. Já 84% planejam<br />

comprar na Black Friday, contra 49%<br />

do perfil cauteloso. Para os mais abertos ao<br />

consumo, a Black Friday já começou e 42%<br />

<strong>de</strong>les já estão pesquisando”.<br />

A pesquisa do Google encomendada à Ipsos<br />

revela que itens <strong>de</strong> vestuário (62%) e celulares<br />

(40%) estão entre as categorias que<br />

os brasileiros preten<strong>de</strong>m comprar durante<br />

a Black Friday <strong>de</strong>ste ano.<br />

“EstE ano vimos o quanto<br />

o vídEo é importantE na<br />

jornada dE compra. os<br />

anúncios na busca com<br />

vídEo inspiram mais”<br />

Divulgação<br />

Gleidys Salvanha participou do Black Friday Connection<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 31


DIGITAL<br />

Facebook muda nome da empresa<br />

para Meta com foco no metaverso<br />

Para especialistas, reformulação estaria sendo pensada para separar<br />

o trabalho <strong>de</strong> Zuckerberg dos escândalos recentes envolvendo a re<strong>de</strong><br />

CAROLINA VILELA<br />

partir <strong>de</strong> agora, a empresa<br />

A Facebook passa a se chamar<br />

Meta. A novida<strong>de</strong> foi anunciada<br />

por Mark Zuckerberg durante<br />

o evento Connect <strong>2021</strong>,<br />

realizado no último dia 28.<br />

Segundo Zuckerberg, o Facebook<br />

nasceu em um tempo<br />

e lugar específico e, atualmente,<br />

não representa tudo que a<br />

empresa já <strong>de</strong>senvolveu e está<br />

<strong>de</strong>senvolvendo. Controladora<br />

dos aplicativos Facebook, Instagram<br />

e WhatsApp, a Meta vai<br />

focar no metaverso.<br />

“No momento, nossa marca<br />

está intimamente ligada a um<br />

produto só. Mas, com o tempo,<br />

espero que sejamos vistos como<br />

uma empresa <strong>de</strong> metaverso”,<br />

afirmou o dono da empresa. O<br />

Facebook continuará existindo,<br />

mas agora será “apenas”<br />

mais uma re<strong>de</strong> social <strong>de</strong>ntro do<br />

Meta, assim como o Instagram,<br />

WhatsApp e Messenger.<br />

O metaverso já estava sendo<br />

pauta nas entrevistas <strong>de</strong><br />

Zuckerberg e, em setembro<br />

<strong>de</strong>ste ano, a companhia havia<br />

dito que iria aplicar US$ 50<br />

milhões, cerca <strong>de</strong> R$ 280 milhões,<br />

em um fundo <strong>de</strong>dicado<br />

exclusivamente ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>sse ambiente digital,<br />

além <strong>de</strong> ter anunciado<br />

a contratação <strong>de</strong> 10 mil profissionais<br />

especializados para<br />

ajudar no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>sse universo.<br />

Segundo o VP <strong>de</strong> tecnologia<br />

& produção da R/GA, Edson<br />

Sueyoshi, o metaverso é um<br />

mundo virtual on<strong>de</strong> você po<strong>de</strong><br />

ter suas adaptações, sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

e ter relações com produtos,<br />

empresas, ambientes e<br />

pessoas, entre outras coisas.<br />

Durante o evento Connect<br />

<strong>2021</strong>, Zuckerberg apresentou o<br />

universo digital que está sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvido. Nele, será<br />

possível participar <strong>de</strong> eventos,<br />

realizar confraternizações, praticar<br />

esportes e inclusive ter um<br />

pet, tudo em um mundo digital<br />

Mark Zuckerberg apresentou o metaverso da empresa durante o evento Connect <strong>2021</strong><br />

No metaverso, as pessoas po<strong>de</strong>m interagir no ambiente digital por meio <strong>de</strong> avatares<br />

que será acessível em todos os<br />

dispositivos. Para o projeto sair<br />

do papel, a — agora — Meta investiu<br />

US$ 150 milhões na formação<br />

<strong>de</strong> programadores <strong>de</strong><br />

realida<strong>de</strong> virutal e aumentada,<br />

que receberão um certificado<br />

e serão treinados para criar os<br />

ambientes.<br />

Além disso, a empresa também<br />

fez um gran<strong>de</strong> investimento<br />

na plataforma Horizon, ambiente<br />

<strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />

virtual que po<strong>de</strong> ser acessado<br />

pelo dispositivo Oculos Quest.<br />

“com o tempo,<br />

espero que<br />

sejamos vistos<br />

como uma empresa<br />

<strong>de</strong> metaverso”<br />

Fotos: Reprodução<br />

RECOMEÇO<br />

A reformulação da marca<br />

corporativa faz com que o Facebook<br />

siga os mesmos passos<br />

do Google, que mudou o nome<br />

<strong>de</strong> sua empresa comercial para<br />

Alphabet em 2015, <strong>de</strong>smembrando<br />

algumas <strong>de</strong> suas outras<br />

operações em empresas separadas<br />

sob o guarda-chuva da nova<br />

“empresa-mãe”.<br />

Segundo o VP, executive<br />

strategy director da R/GA, Giacomo<br />

Groff, a mudança veio<br />

no timing certo, uma vez que,<br />

<strong>de</strong> acordo com os portais <strong>de</strong><br />

notícias internacionais, essa<br />

reformulação também estaria<br />

sendo pensada para separar o<br />

trabalho <strong>de</strong> Zuckerberg dos escândalos<br />

recentes envolvendo<br />

o Facebook, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vazamento<br />

<strong>de</strong> dados até mesmo a última<br />

falha global da plataforma, que<br />

gerou uma crise <strong>de</strong> confiança<br />

das pessoas com a empresa.<br />

“A gente sempre soube que<br />

confiança é primordial no relacionamento<br />

<strong>de</strong> marcas e pessoas.<br />

Eu vejo essa reformulação<br />

como uma chance <strong>de</strong> recomeço”,<br />

afirmou o VP.<br />

32 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


DIGITAL<br />

Gamers Club realiza torneio <strong>de</strong><br />

eSports entre agências e marcas<br />

Batizado <strong>de</strong> Intercompany Cup, campeonato<br />

busca conectar profissionais e empresas<br />

que apoiam o cenário <strong>de</strong> games no Brasil<br />

Com uma plataforma multijogos que possui<br />

mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> usuários registrados,<br />

a Gamers Club realizará, entre os<br />

dias 5 e 9 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>, o torneio Intercompany<br />

Cup <strong>de</strong> eSports, entre profissionais <strong>de</strong><br />

agências e anunciantes do mercado.<br />

“O Intercompany surgiu para conectarmos<br />

as marcas que apoiam e/ou acreditam<br />

no cenário <strong>de</strong> games, para que em um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> campeonato forfun as empresas<br />

possam ter uma experiêcia competitiva,<br />

ainda que no ambiente B2B, possibilitando<br />

maior aprofundamento na experiência<br />

competitiva dos jogos – eSports, usando o<br />

endomarketing para engajar e entreter seus<br />

colaboradores”, explica Vinícius Zuñiga, VP<br />

sales da Gamers Club.<br />

O executivo complementa que o campeonato<br />

é dirigido para todo e qualquer<br />

profissional das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

e profissionais <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> diferentes<br />

empresas, que queiram representar suas<br />

companhias por meio <strong>de</strong> uma experiência<br />

competitiva em games/eSports.<br />

Até o momento, as empresas confirmadas<br />

são: agência Druid, Clear Corretora, Rivalry,<br />

Google, HeartCo, Ads2Fast, agência<br />

Cheil, Tiffin Foods, Neoway, LNK Gaming,<br />

TikTok, Exitlag, agência 3C, Mercado Bitcoin<br />

e Logitech.<br />

A competição será online e começa no<br />

dia 5 <strong>de</strong> <strong>novembro</strong>. Todas as disputas serão<br />

às 19h, com partidas CS:GO e Valorant,<br />

atuais principais jogos <strong>de</strong> FPS (first person<br />

shooter), que têm como objetivo eliminar<br />

os cinco inimigos e/ou armar e <strong>de</strong>sarmar<br />

uma bomba, cumprindo com estes objetivos<br />

antes do time adversário.<br />

As inscrições são gratuitas e a premiação<br />

no CS:GO será <strong>de</strong> uma medalha digital no<br />

perfil da GC + uma jersey (uniforme <strong>de</strong> jogo<br />

do MIBR) para cada jogador do time vencedor.<br />

A premiação do Valorant será uma<br />

jersey do MIBR para cada jogador do time<br />

vencedor e R$1.000 em valorant points dividido<br />

nos três primeiros times.<br />

A Gamers Club está no mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2016 e tem como core business fomentar<br />

e <strong>de</strong>senvolver o cenário <strong>de</strong> eSports, “para<br />

levar uma melhor experiência competitiva,<br />

tanto para aqueles que jogam <strong>de</strong> maneira<br />

mais casual/forfun, quanto para jogadores<br />

hardcore que querem se <strong>de</strong>senvolver e<br />

competir <strong>de</strong> maneira mais profunda, utilizando<br />

as diferentes features da Gamers<br />

Club”, finaliza Zuñiga.<br />

“o campeonato é dirigido<br />

para todo e qualquer<br />

profissional das agências<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />

diferentes empresas”<br />

Vinícius Zuñiga é VP sales da Gamers Club<br />

“NÃO EXISTE LÁ MAIS ALI”, Gertru<strong>de</strong> Stein<br />

Foi bom, foi ótimo, enquanto durou. Agora existe um novo mundo<br />

em construção. A tecnologia disruptou, <strong>de</strong>u fim, ao mundo velho.<br />

“O que nos trouxe até aqui não nos levará mais a canto algum.<br />

REPOSICIONAR-SE OU MORRER”, JACK TROUT.<br />

“Antes <strong>de</strong> colocar todos os novos e revolucionários gadgets nas<br />

velhas molduras que carregamos em nossas cabeças, jogar a<br />

moldura velha fora”, PETER DRUCKER.<br />

Confie o reposicionamento <strong>de</strong> sua empresa, e a travessia<br />

do VELHO para o NOVO a uma transportadora <strong>de</strong><br />

confiança. Há 41 anos preparando-se para este<br />

momento único da história da humanida<strong>de</strong>.<br />

Planejamento e Reposicionamento<br />

Estratégicos Sob a Ótica do Mercado<br />

www.madiamundomarketing.com.br I Fone: (11) 3231-3998/2339 I WhatsApp: (11) 98990-0346<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 33


digital<br />

“gosto <strong>de</strong><br />

participar <strong>de</strong><br />

todas as etapas”<br />

Divulgação<br />

Foi em 2018 que Camilla <strong>de</strong> Lucas - até então<br />

estudante <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> e funcionária<br />

<strong>de</strong> uma imobiliária - <strong>de</strong>cidiu que passaria<br />

a trabalhar apenas como influencer.<br />

À época, ela fazia um job para uma marca no<br />

segmento <strong>de</strong> beleza, quando recebeu a proposta<br />

para um contrato <strong>de</strong> um ano. Detalhe: proposta <strong>de</strong><br />

outra empresa. “A internet nunca foi algo com o<br />

que eu pu<strong>de</strong>sse imaginar trabalhar um dia”, disse<br />

Camilla, que foi uma das últimas da sua família<br />

a ter computador e internet. De lá até hoje, porém,<br />

se passaram quase quatro anos, e a influencer<br />

já tem muita história para contar. Camilla<br />

foi vice-campeã do BBB21 e se tornou<br />

um dos principais nomes das re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Camilla <strong>de</strong> Lucas foi a vice-campeã do BBB21 e protagoniza ações para gran<strong>de</strong>s marcas<br />

vinícius novaes<br />

internet<br />

Eu não imaginava trabalhar<br />

com internet, porque eu não<br />

tinha tanto acesso. Eu fui uma<br />

das últimas primas a ter computador,<br />

por exemplo. Eu sonhava,<br />

na época, em ser mo<strong>de</strong>lo.<br />

Mas eu também gostava bastante<br />

<strong>de</strong> brincar com coisas <strong>de</strong><br />

escritório: eu pegava telefone<br />

velho, pegava alguns papéis do<br />

meu pai. Eu imaginava, então,<br />

seguir por alguma área administrativa.<br />

A internet nunca foi<br />

algo que eu pu<strong>de</strong>sse imaginar<br />

como trabalho. E mesmo mais<br />

tar<strong>de</strong>, já com acesso à internet<br />

todos os dias – e acompanhando<br />

as blogueiras <strong>de</strong> moda –, eu<br />

não imaginava isso.<br />

Contabilida<strong>de</strong><br />

Cursei até o quinto período<br />

<strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>, foi quando eu<br />

tranquei para começar a trabalhar<br />

com internet. Nessa época,<br />

eu já não estava conseguindo<br />

conciliar as duas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Eu entrei na faculda<strong>de</strong> em 2016<br />

e, no ano seguinte, comecei a<br />

trabalhar com internet. E, em<br />

2018, eu cheguei à conclusão<br />

<strong>de</strong> que eu não conseguiria conciliar<br />

as três coisas: a internet,<br />

a faculda<strong>de</strong> e o escritório que<br />

eu trabalhava na época. Saí primeiro<br />

do meu trabalho para <strong>de</strong>pois<br />

trancar a faculda<strong>de</strong>.<br />

BBB21<br />

Eu não imaginava que, um<br />

dia, eu pu<strong>de</strong>sse entrar para um<br />

reality, mas é uma história muito<br />

doida: eu sabia que entraria.<br />

Quando eu entrei, eu fiquei<br />

com a sensação <strong>de</strong> um déjà vu.<br />

Tanto que eu tenho ví<strong>de</strong>o antigo<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, no qual<br />

eu dizia assim: ‘se eu fosse para<br />

o Big Brother, eu seria assim,<br />

assim, assado’. Mas eu nunca<br />

imaginei que isso aconteceria<br />

um dia. Eu fui uma das<br />

primeiras pessoas a receber o<br />

convite. Quando me ligaram,<br />

perguntaram: ‘você quer participar<br />

do BBB?’, e eu respondi<br />

que sim, e pronto. Disseram-<br />

-me que em breve retornariam.<br />

Aí eu pensei: gente, é um reality,<br />

mas eu já tinha topado. Eu<br />

fui muito tranquila, já que só<br />

fui porque verda<strong>de</strong>iramente eu<br />

me conheço. Eu sei do meu<br />

comportamento quando estou<br />

com pessoas que eu não conheço,<br />

pois é diferente <strong>de</strong> quando<br />

você está com familiares, amigos.<br />

Mas eu sei como eu sou<br />

quando estou com outras pessoas,<br />

em uma viagem <strong>de</strong> Carnaval,<br />

por exemplo. Eu sei que vai<br />

“Como os<br />

Conteúdos são<br />

para as minhas<br />

re<strong>de</strong>s soCiais,<br />

eu sei aquilo que<br />

vai funCionar”<br />

ter aquele que é mais bagunceiro,<br />

e eu posso ser organizada,<br />

e eu vou ter <strong>de</strong> aceitar isso. Só<br />

que, lá <strong>de</strong>ntro, algumas coisas<br />

entraram em conflito com a Camilla,<br />

que já era daqui <strong>de</strong> fora.<br />

Eu tive algumas posturas que<br />

jamais imaginei que tivesse.<br />

Por exemplo, eu tenho momentos<br />

em que sou muito explosiva,<br />

mas, lá <strong>de</strong>ntro, eu fiquei<br />

calma naturalmente. Mas eu<br />

percebi que amadureci bastante.<br />

Passaram-se cinco anos em<br />

quatro meses.<br />

envolvimento<br />

Eu sou muito chata (risos),<br />

e gosto <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> todas<br />

as etapas <strong>de</strong> criação, <strong>de</strong> tudo o<br />

que está acontecendo. Um dia,<br />

por exemplo, eu estava numa<br />

gravação com uma marca, que<br />

me pediu para fazer uma coisa<br />

que eu não acreditava. Eu falei<br />

que não iria funcionar e, juntos,<br />

ajustamos. É importante<br />

a marca passar a mensagem,<br />

mas também preciso levar entretenimento<br />

e a publicida<strong>de</strong>,<br />

claro, para o meu público. E<br />

como os conteúdos são para<br />

as minhas re<strong>de</strong>s sociais, eu sei<br />

muito bem aquilo que vai funcionar.<br />

Eu preciso também que<br />

a marca acredite em mim. Hoje,<br />

todas as empresas para as quais<br />

eu trabalho me dão liberda<strong>de</strong><br />

para criar.<br />

rePreSentativida<strong>de</strong><br />

Comecei nas minhas re<strong>de</strong>s<br />

sociais testando produtos <strong>de</strong> cabelo,<br />

maquiagem. E eu ia muito<br />

na contramão do que a galera<br />

estava fazendo. Eu sempre fiz<br />

minhas resenhas com produtos<br />

que eu comprava. Então, quando<br />

as marcas não alcançavam<br />

um público em geral, mulheres<br />

pretas e retintas, eu falava<br />

que tinham a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ter outras tonalida<strong>de</strong>s e, assim,<br />

atingirem outros públicos. Eu<br />

falo aquilo que eu acredito. Não<br />

tenho medo <strong>de</strong> expor o que eu<br />

estou sentindo. As coisas têm<br />

melhorado, porque a gente<br />

consegue cobrar. Vai lançar um<br />

produto? Faça uma cartela que<br />

encontre do mais claro ao mais<br />

escuro.<br />

34 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


NOVELAS E ESPORTES<br />

A emissora começará 2022<br />

com todas as faixas <strong>de</strong> novelas<br />

com obras inéditas. Na<br />

faixa das seis, em Além da Ilusão,<br />

Larissa Manoela protagonizará,<br />

ao lado <strong>de</strong> Rafael Vitti,<br />

uma história <strong>de</strong> amor em uma<br />

viagem ao Brasil das décadas<br />

<strong>de</strong> 1930 e 1940.<br />

Depois, no segundo semestre,<br />

chegará Mar do Sertão, uma<br />

produção com temática contemporânea<br />

ambientada numa<br />

cida<strong>de</strong> fictícia do Nor<strong>de</strong>ste brasileiro.<br />

Na faixa das sete, estreará,<br />

já em <strong>novembro</strong>, a comédia<br />

romântica Quanto Mais Vida,<br />

Melhor!.<br />

Já no esporte, além dos prinmídiA<br />

Globo foca em projetos integrados<br />

para pacotes comerciais <strong>de</strong> 2022<br />

Um dos programas <strong>de</strong> maior audiência da emissora, o BBB22<br />

oferecerá oportunida<strong>de</strong>s diferentes, como o Cinema do Lí<strong>de</strong>r<br />

ViníCius noVaes<br />

Você conhece a Globo?, perguntou<br />

o humorista Paulo<br />

Vieira no ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> abertura do<br />

Upfront Globo 2022, que ocorreu<br />

<strong>de</strong> forma virtual na semana<br />

passada. O discurso, <strong>de</strong><br />

tom leve e engraçado, passou<br />

duas principais mensagens: a<br />

<strong>de</strong> que a Globo é muito mais<br />

do que uma empresa <strong>de</strong> conteúdo,<br />

e a <strong>de</strong> que está sempre<br />

mudando.<br />

Com essa mensagem, e em<br />

linha com a campanha institucional<br />

lançada recentemente,<br />

a Globo levou o conceito <strong>de</strong><br />

relevância, por meio do ecossistema<br />

que integra a TV aberta,<br />

26 canais por assinatura, o<br />

streaming, além dos produtos<br />

digitais.<br />

Uma das principais atrações<br />

da emissora, o BBB22 – que terá<br />

apresentação <strong>de</strong> Ta<strong>de</strong>u Schimidt<br />

– vai estrear no dia 17 <strong>de</strong><br />

janeiro. No ano que vem, uma<br />

das mudanças é que o público<br />

po<strong>de</strong>rá assistir ao mesmo conteúdo<br />

do Cinema do Lí<strong>de</strong>r que<br />

os participantes no BBB, mas<br />

em sua casa. O filme exibido<br />

para os brothers será transmitido<br />

no Cinema <strong>de</strong> Cinema do<br />

Lí<strong>de</strong>r nas noites <strong>de</strong> terças-feiras<br />

na TV Globo.<br />

No Multishow, antes mesmo<br />

da nova edição começar, o<br />

Aquecimento BBB vai trazer os<br />

melhores momentos do BBB21<br />

em 16 episódios, com entrevistas<br />

com ex-participantes, etc.<br />

Já no Globoplay, será possível<br />

acompanhar as câmeras ao<br />

vivo, trechos, programas na<br />

íntegra e o Click BBB na plataforma.<br />

A segunda temporada <strong>de</strong> No<br />

Limite, outro reality importante<br />

na casa, tem estreia prevista<br />

para abril. O jogo terá duas<br />

exibições semanais, às terças e<br />

quintas, e o Eliminação voltará<br />

aos domingos. Já o formato<br />

The Voice – e suas diferentes<br />

versões – começa em fevereiro<br />

com o The Voice+. Em abril<br />

Manoel Soares, do É <strong>de</strong> Casa, foi um dos nomes que apresentaram o Upfront Globo 2022: oportunida<strong>de</strong>s para as marcas<br />

será a vez do The Voice Kids e,<br />

no segundo semestre, o The<br />

Voice Brasil.<br />

No universo digital, no Globoplay,<br />

um dos <strong>de</strong>staques comerciais<br />

é a segunda temporada<br />

<strong>de</strong> As Five. A série, com<br />

foco nos mais jovens e traz temas<br />

como diversida<strong>de</strong>, oferece<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entregas<br />

360°, inclusive no conteúdo da<br />

trama, com product placement,<br />

por exemplo.<br />

No Cartola, a emissora preparou<br />

um projeto integrado<br />

que inclui digital, app, site programas<br />

e transmissões <strong>de</strong> futebol<br />

na TV Globo, SporTV e Premiere.<br />

O patrocínio no Cartola<br />

FC é feito por itens exclusivos<br />

<strong>de</strong>ntro do fantasy game, envolvendo<br />

naming rights e ações <strong>de</strong><br />

conteúdo.<br />

“As novida<strong>de</strong>s digital first<br />

nascem a partir do pensamento<br />

digital, mas dialogam também<br />

com outras plataformas. Estar<br />

conectado hoje é estar em um<br />

mundo em movimento”, disse<br />

André Vinícius, diretor <strong>de</strong> negócios<br />

com agências da Globo.<br />

Maurício Fidalgo/Globo/Divulgação<br />

cipais campeonatos nacionais,<br />

como o Brasileirão e Copa do<br />

Brasil, a Globo vai transmitir a<br />

Copa do Mundo do Qatar, que,<br />

diferente <strong>de</strong> outras edições,<br />

será realizada no fim do ano,<br />

entre <strong>novembro</strong> e <strong>de</strong>zembro.<br />

Outra novida<strong>de</strong> na gra<strong>de</strong> da<br />

emissora serão os Jogos Olímpicos<br />

<strong>de</strong> Inverno, em Pequim,<br />

que terão uma cobertura multiplataforma.<br />

Diretora <strong>de</strong> negócios em<br />

publicida<strong>de</strong> da Globo, Manzar<br />

Feres vê o ecossistema como<br />

base para o futuro. “Na Globo,<br />

observamos dados, tecnologia<br />

e comportamento o tempo<br />

todo, e queremos compartilhar<br />

com o mercado tudo o<br />

que apren<strong>de</strong>mos. Então, tanto<br />

consumidor quanto anunciante<br />

vivem jornadas na Globo, e<br />

nosso papel é criar mais e melhores<br />

encontros entre eles”,<br />

afirmou a executiva.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 35


opinião<br />

Guillaume Bleyer/Unsplash<br />

nada substitui o talento<br />

André Vinicius<br />

palavra “talento” já teve diferentes significados.<br />

Sua origem, do latim “talen-<br />

A<br />

tum”, indica inclinação, ou o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conquistar<br />

algo. Com o tempo, foi ganhando<br />

novos sentidos e hoje se refere, principalmente<br />

no ambiente corporativo, à habilida<strong>de</strong><br />

natural para criar ou executar algo com<br />

maestria. Quando olhamos para o mercado<br />

<strong>de</strong> comunicação, sabemos que o talento foi<br />

a força propulsora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s negócios e<br />

cases memoráveis.<br />

No cenário atual - na qual o consumidor<br />

é impactado por múltiplas mensagens e há<br />

um risco constante <strong>de</strong> dispersão -, <strong>de</strong>stacam-se<br />

aquelas i<strong>de</strong>ias que tiverem a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conectar os valores <strong>de</strong> uma marca<br />

com seu público-alvo. Inovação<br />

e criativida<strong>de</strong> caminham lado<br />

a lado, e as empresas que também<br />

investem nessa dupla são<br />

as que geram resultados acima<br />

da média, revolucionando negócios<br />

e minimizando os riscos<br />

<strong>de</strong> qualquer crise que possa se<br />

aproximar.<br />

O ecossistema da comunicação<br />

se transformou <strong>de</strong> forma<br />

exponencial na última década.<br />

O advento tecnológico é o principal fator<br />

que impulsionou as inovações <strong>de</strong>sse mercado.<br />

A chamada “economia da atenção”<br />

nunca mais será a mesma. O uso <strong>de</strong> dados<br />

que temos hoje, em associação à criativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> agências e equipes <strong>de</strong> marketing, são<br />

os elementos que fazem uma marca brilhar<br />

para milhões <strong>de</strong> consumidores, nas mais<br />

diversas jornadas. Des<strong>de</strong> 2020, estamos vivendo<br />

um momento sem prece<strong>de</strong>ntes, que<br />

trouxe significativas mudanças e influenciou<br />

diretamente a atuação das marcas e o<br />

que se produziu <strong>de</strong> ações publicitárias. Não<br />

tenho dúvida <strong>de</strong> que adaptar a comunicação<br />

a este novo contexto continua sendo<br />

um dos maiores <strong>de</strong>safios das agências. Nenhuma<br />

plataforma ou inteligência artificial<br />

“nada<br />

substitui<br />

o talento.<br />

Você com<br />

certeza<br />

já ouViu<br />

essa frase<br />

antes”<br />

po<strong>de</strong>ria prever um cenário tão <strong>de</strong>safiador<br />

e tomar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> negócio com o máximo<br />

<strong>de</strong> empatia e sensibilida<strong>de</strong> humana<br />

- indispensáveis neste momento. Ou seja,<br />

não existe tecnologia que substitua na propaganda<br />

a genialida<strong>de</strong> do criativo. E é por<br />

isso que há mais <strong>de</strong> 40 anos dizemos: nada<br />

substitui o talento. Você com certeza já ouviu<br />

essa frase antes. É o famoso slogan que<br />

marca o prêmio “Profissionais do Ano”. E<br />

se antes tínhamos a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar belos<br />

filmes publicitários como a principal referência<br />

<strong>de</strong> talento, hoje vivemos um novo<br />

patamar. E é aí que as novas ferramentas<br />

po<strong>de</strong>m potencializar a criativida<strong>de</strong>. O olhar<br />

para tecnologia e dados é cada vez mais essencial<br />

para a criação <strong>de</strong> campanhas que<br />

engajam e alcançam os KPIs esperados,<br />

principalmente quando aliados ao conhecimento<br />

profundo do consumidor.<br />

Essa é a combinação essencial para<br />

construir um olhar <strong>de</strong> empatia<br />

com os consumidores e transformar<br />

a relação com a marca em algo<br />

mais humano, gerando conexões<br />

genuínas e relevantes.<br />

Por isso, é necessário explorarmos<br />

as possibilida<strong>de</strong>s que apenas a<br />

nossa inteligência humana, aliada<br />

a um repertório criativo e ao olhar<br />

atento às inovações constantes, é<br />

capaz <strong>de</strong> criar. Como chegaríamos a tantas<br />

ferramentas se não fosse pelo talento<br />

dos que construíram essa estrada até aqui?<br />

O mundo investiu em plataformas e criou<br />

tecnologias para enten<strong>de</strong>r cada vez mais as<br />

preferências do consumidor, pois sempre<br />

reconheceu a importância <strong>de</strong>sse conhecimento<br />

para chegar em soluções <strong>de</strong> comunicação<br />

eficazes. No entanto, a forma <strong>de</strong> produzir<br />

conteúdo surpreen<strong>de</strong>nte e capaz <strong>de</strong><br />

emocionar é um talento nato ao ser humano.<br />

Em uma busca contínua para entregar<br />

propósito e gerar valor para o mundo, esse<br />

apetite por transformação se reflete em<br />

inovação, inconformismo e genialida<strong>de</strong>.<br />

Para mim, esse é o significado do talento.<br />

E, por hora, nada o substitui.<br />

André Vinicius é diretor <strong>de</strong> Negócios com Agências<br />

da Globo<br />

andre.vinicius@g.globo<br />

36 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

LUTA<br />

A cantora Gaby Amarantos<br />

está muito além do tecnobrega,<br />

gênero criado no Pará, seu<br />

estado natal. Em entrevista à<br />

revista TPM, ela esclarece que<br />

o afeto também é luta, para<br />

falar do conceito do seu novo<br />

álbum Purakê. Sua reflexão<br />

faz remissão aos seus antepassados<br />

para mostrar que arte,<br />

amor e beleza também são<br />

formas <strong>de</strong> revolução. O título<br />

do álbum, o primeiro inédito<br />

em uma década, é referência<br />

ao peixe poraquê, “que parece<br />

uma enguia ou uma cobra”,<br />

nas palavras <strong>de</strong> Gaby, e vive na<br />

região dos igarapés paraenses.<br />

Ela resume o conteúdo <strong>de</strong>sse<br />

novo trabalho. “É uma saudação<br />

à minha ancestralida<strong>de</strong>.<br />

Dos meus pais, dos meus avós,<br />

<strong>de</strong> todos os meus familiares<br />

ribeirinhos, meus antepassados<br />

que foram escravizados...<br />

O quilombo <strong>de</strong>les ficava no<br />

meio da Amazônia. O engenho<br />

que eles trabalhavam <strong>de</strong> cana<br />

<strong>de</strong> açúcar era no meio da floresta.<br />

Para chegar até a casa<br />

do senhor feudal, eles tinham<br />

<strong>de</strong> navegar <strong>de</strong> canoa ou <strong>de</strong><br />

barco, nem existia rabeta, eles<br />

tinham <strong>de</strong> remar. Toda a minha<br />

ancestralida<strong>de</strong> perpassa<br />

pela água”, afirma Gaby na entrevista<br />

que conce<strong>de</strong>u à jornalista<br />

Denise Meira do Amaral,<br />

do título do portfólio da Trip<br />

Editora.<br />

Fotos: : Divulgação<br />

A elétrica Gaby Amarantos está lançando seu segundo álbum autoral e <strong>de</strong>u entrevista esclarecedora para a revista TPM, do Grupo Trip<br />

Sebastian está presente na campanha <strong>de</strong> Natal da Lea<strong>de</strong>r, cocriada por Lula Vieira<br />

RETORNO<br />

Especialista da memória musical brasileira, Lula Vieira contribuiu<br />

com a criação da campanha Já é Natal na Lea<strong>de</strong>r, que<br />

marca os 70 anos da marca <strong>de</strong> varejo fluminense. Lula, ainda<br />

nos tempos da V&S (iniciais <strong>de</strong> Vieira e Siqueira), criou há 31<br />

anos o jingle do anunciante. Em um dos filmes, o personagem<br />

Sebastian, que ficou conhecido nas ações da C&A, presta homenagem<br />

às marcas concorrentes da Lea<strong>de</strong>r. A voz que narra os<br />

comerciais é da atriz Malu Ma<strong>de</strong>r.<br />

MARKETPLACE<br />

Agora posicionada como<br />

marketplace <strong>de</strong> moda, a marca<br />

Passarela está com campanha<br />

que reflete seu novo momento.<br />

“O reposicionamento<br />

é resultado <strong>de</strong> um processo<br />

<strong>de</strong> transformação interna e<br />

externa, que ampliou o negócio<br />

para um marketplace <strong>de</strong><br />

moda, calçados e acessórios,<br />

passando a oferecer produtos<br />

próprios e <strong>de</strong> sellers selecionados<br />

para todas as ida<strong>de</strong>s,<br />

gostos e personalida<strong>de</strong>s”,<br />

explica Luis Tomasetti, CEO<br />

da empresa, que está há 40<br />

anos no mercado. “A campanha<br />

foi pensada para integrar<br />

virtu<strong>de</strong>s que já são patrimônios<br />

da marca com uma visão<br />

<strong>de</strong> mercado com foco no<br />

cliente”, explica Carlos Costa,<br />

diretor-executivo da agência<br />

Ecco. Ação conta com os influencers<br />

Nina Secrets, Nah<br />

Cardoso e Giu Garcia.<br />

Ecco convoca influencers para Passarela<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> 37


última página<br />

ÉMILE SÉGUIN/Unsplash<br />

terceira via,<br />

a marca<br />

stalimir vieira<br />

Estamos vivendo uma experiência<br />

curiosa, nesse período que prece<strong>de</strong><br />

a campanha eleitoral para a Presidência<br />

da República, em 2022. Além dos dois<br />

nomes mais competitivos – Lula e Bolsonaro<br />

– temos uma marca – Terceira via.<br />

Absolutamente impessoal, apenas uma<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negação à tentativa <strong>de</strong> impor<br />

uma nova polarização, cujo resultado,<br />

em 2018, <strong>de</strong>ixou infeliz a gran<strong>de</strong> maioria<br />

dos eleitores brasileiros.<br />

A marca goza <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> simpatia,<br />

em que pese não encarnar<br />

nenhuma das alternativas<br />

<strong>de</strong> carne e osso que se candidatam<br />

a ela. É como se fosse uma<br />

anticandidatura convencional,<br />

uma figura <strong>de</strong> linguagem que<br />

po<strong>de</strong>ria ser traduzida por “nada<br />

como antes”, inclusive no<br />

que diz respeito a candidatos.<br />

Como a Terceira via se manifesta<br />

apenas através do <strong>de</strong>sejo<br />

daqueles que sustentam a sua<br />

existência subjetiva, não corre<br />

o risco <strong>de</strong> repetir velhos jargões eleitoreiros,<br />

nem fazer promessas <strong>de</strong>magógicas<br />

ou populistas, sendo adaptada a um i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong>sejado <strong>de</strong> perfeição. Terceira via é uma<br />

concepção pessoal daquilo o que cada um<br />

enten<strong>de</strong> como sendo melhor do que uma<br />

ou outra das opções humanas disponíveis.<br />

“‘VIRGEM’ DE<br />

QUALQUER<br />

NOME DE<br />

CANDIDATO,<br />

A MARCA<br />

TERCEIRA VIA<br />

GANHARIA A<br />

ELEIÇÃO”<br />

Se fosse possível registrar uma candidatura<br />

não-padrão (ou seja, não envolvendo<br />

nem candidatos, nem partidos),<br />

muito provavelmente Terceira via seria<br />

“eleita”, por conta do que se conhece dos<br />

outros candidatos e do que se conhece<br />

<strong>de</strong> todos os candidatos, além do que se<br />

imaginou para ela. Seria um voto <strong>de</strong> muita<br />

convicção, esperança e fervor político.<br />

Pois se trata <strong>de</strong> uma proposta, que só admite<br />

ser discutida no padrão <strong>de</strong> “existe” e<br />

“não existe”.<br />

Ou seja, quem não acredita, sustentaria<br />

essa <strong>de</strong>scrença até o momento em que<br />

ela se tornasse real, no conjunto <strong>de</strong> referências<br />

a que nos acostumamos a aceitar<br />

como realida<strong>de</strong>. Significa dizer que ela<br />

não precisa “existir” necessariamente,<br />

mas ser sugerida num ambiente tomado<br />

<strong>de</strong> percepções concretas; uma opção na<br />

urna eletrônica, por exemplo. Quem acredita<br />

na Terceira via foi convertido pela<br />

agrura iniciada na opção exercida no segundo<br />

turno <strong>de</strong> 2018, seja ela qual tenha<br />

sido, inclusive, branco e nulo.<br />

Teoricamente se po<strong>de</strong>ria supor<br />

que, à época, terceira via<br />

seria a soma <strong>de</strong> brancos, nulos e<br />

abstenções. O que não é pouca<br />

coisa, ao se tratar <strong>de</strong> uma base<br />

que, hoje comportaria, ainda,<br />

uma legião <strong>de</strong> infelizes com<br />

suas opções por algum candidato,<br />

por se tratarem <strong>de</strong> votos<br />

assumidamente apenas contra<br />

o outro candidato. Por incrível<br />

que a tese possa parecer, acredito<br />

que, “virgem” <strong>de</strong> qualquer nome <strong>de</strong><br />

candidato, a marca Terceira via ganharia<br />

a eleição, seguramente, ainda no primeiro<br />

turno. Isso <strong>de</strong>monstra que marcas po<strong>de</strong>m<br />

representar, com mais precisão e amplitu<strong>de</strong>,<br />

o conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas da maioria<br />

dos eleitores, ao serem concebidas com<br />

esse propósito, e <strong>de</strong>svinculadas dos interesses<br />

particulares das candidaturas.<br />

Sim, vocês já <strong>de</strong>vem estar imaginando<br />

uma candidatura-algoritmo, “educada”<br />

pelas projeções <strong>de</strong> cada eleitor, dotada <strong>de</strong><br />

uma inteligência suficientemente po<strong>de</strong>rosa,<br />

capaz <strong>de</strong> realizar cálculos complexos,<br />

tendo como premissa fazer com que todos<br />

se percebam atendidos. Mesmo que isso<br />

não seja verda<strong>de</strong>.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base <strong>de</strong> Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

38 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>novembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!