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O X DA BOSSA
edu
tain
ment
é...
No dicionário
A palavra edutainment já
ganhou verbete. No Merriam-
Webster ela aparece como:
edutainment | ed·u·tain·ment:
entretenimento (como por
jogos, filmes ou programas)
que é projetado para ser
educacional [em tradução livre]
Fotos: Getty Images
“O saber a gente
aprende com
os mestres
e os livros; a
sabedoria se
aprende é
com a vida”
– Cora Coralina
Foto: Getty Images
Liberdade ao saber
Esse contexto nos leva a refletir sobre aprendizagem. Uma vez que tudo que pode ser
sistematizado pode ser robotizado, nosso desafio mora em atuar sobre a evolução mecânica
(inclusive ética). Isso significa dar conta da conjuntura complexa que se constrói
a partir de camadas organizadas do saber, conectadas por meio de nexos. No centro
dos nexos, está o X: o X da experiência.
O impacto da experiência no fenômeno da aprendizagem não é novo. Há milhares de
anos, sacerdotes das mais diversas crenças – dos Vedas ao Torá, do Tao Te Ching à Bíblia
– criaram rituais e símbolos justamente para assegurar vivências capazes de doutrinar
seguidores de seus manuscritos. A religião tem sido uma das mais lúdicas fantasias da
humanidade, tornando-se importante força de coesão social ao longo de milênios. Mas
há ainda outras maneiras de ganhar conhecimento, das artes às fofocas. Sim, o diz que
me diz foi um dos maiores instrumentos evolutivos da humanidade, além de ser uma
das formas mais orgânicas de entretenimento e educação na vida cotidiana.
Dessa mistura do aprender com lazer nasce o conceito de edutainment, uma expressão
em inglês resultante da combinação das palavras educação e entretenimento.
Estudos científicos contemporâneos comprovam a eficiência dessa abordagem. No artigo
acadêmico Volatility Facilitates Value Updating in the Prefrontal Cortex (A volatilidade
facilita a atualização de valor no córtex pré-frontal, em tradução livre), publicado no
jornal Neuron, os neurocientistas Bart Massi, Christopher H. Donahue e Daeyeol Lee
demonstram como a retenção do conhecimento é estimulada em um contexto incerto.
“O saber a gente aprende com os mestres e os livros; a sabedoria se aprende é com a
vida”, já dizia a poetisa e escritora brasileira Cora Coralina. Um exemplo pessoal: minha
experiência como empresário é mais resultado dos anos de infância no balcão da mercearia
do meu avô do que das minhas formações como doutor e mestre.
Partiu dessa reflexão a criação da Bossa.etc, que vai trazer ao mercado um novo jeito
de ensinar, usando os princípios do edutainment. A bossa – o talento cultivado, a
mestria – se constrói pelo encontro entre o batuque, a pipeta e o pincel; entre o passo
e o abraço; entre o imaginar e o sublimar. Aqui, o X do nexo está em cada esquina,
cada esgrima, cada rima. Nesse sentido, o Manifesto Bossa não se propõe a ser
pretensiosamente inédito na inspiração, mas, sim, ousado no contexto visionário e na
forma concreta de aplicação.
EDIÇÃO DE ESTREIA • PÁG. 14