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Revista Apólice #275

Especial Seguro Automóveis, com informações sobre a recuperação da carteira no pós-pandemia e os problemas com as assistências 24h

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Porém, há uma lacuna entre a volta desta pretensa normalidade

e a realidade que os corretores de seguros e segurados vivenciam

em seu dia-a-dia. Desde meados de 2021, quando as pessoas

começaram efetivamente a retornar às suas atividades normais, os

problemas com a assistência 24h para veículos vieram à tona.

“Este é um problema que afeta a categoria, como um todo. Começamos

a trabalhar nesta questão no meio de 2021, com uma ação

para falar sobre o atendimento das centrais, conta Simone Favaro,

vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo.

Naquele momento eram pessoas que tinham dificuldade para lidar

com centrais de atendimento digital, idosos, dificuldades em geral na

forma de acionamento. “Além do digital, entendemos que havia necessidade

do atendimento humanizado também”, comenta Simone.

Foram estabelecidos novos modelos em algumas seguradoras

que aceitaram as sugestões estabelecidas pela Comissão Intersindical,

que envolve o Sincor-SP e o Sindicato das Seguradoras de

São Paulo.

A partir das demandas dos corretores de seguros que chegaram

ao Sindicato, já havia a sinalização em relação aos problemas de

demora de guinchos, falta de atendimento, linha branca sem prestador

de serviço especializado etc. “Em dezembro de 2021 já havia

um mapeamento dos problemas, agravados ainda mais pelo período

de férias. Algumas seguradoras começaram a visitar prestadores,

realinhar contratos, reajustar valores, principalmente na região litorânea”,

enumera Simone.

Os agravantes, além da pandemia, foram a falência das empresas,

morte de prestadores de serviços, migração dos prestadores

para outras áreas de entregas etc.

A ocorrência de problemas em todo o território nacional levou

a Fenacor – Federação Nacional dos Corretores de Seguros – e

a Fenseg – Federação Nacional de Seguros Gerais – a criarem um

Grupo de Trabalho para discutir os caminhos possíveis para a resolução

destes problemas.

É importante ressaltar que o serviço de assistência 24h é o

mais frequente ponto de contato do consumidor com a seguradora,

considerando que a ocorrência de sinistros é menos frequente que

os pequenos problemas cotidianos. Segundo dados do Grupo de

Trabalho, em 2019 foram realizados 7.623 mil atendimentos no seguro

automóvel; em 2020, foram 6.889 mil e, em 2021, este número

foi de 7.237 mil ocorrências (ver tabela). Para uma frota segurada

com 19.712 mil veículos, o número representa 37% da carteira. O

percentual é parecido nos seguros residências (33%), cujas ocorrências

atingiram a marca de 3.680 mil atendimentos, para uma massa

segurada de 11.000 mil itens.

O trabalho conjunto de corretores e seguradores aconteceu

no Brasil inteiro. André Tozeski, presidente do Sincor-RS, apontou

que a ação em nível nacional. “Existiram alguns problemas pontuais,

com uma seguradora que atua numa região específica. Estamos

apontando os problemas locais e já percebemos uma reação na

ponta, com realinhamento da situação. Já não é mais a catástrofe

que foi há algum tempo”, acrescenta Tozeski.

Entretanto, apesar das empresas afirmarem que várias providências

já foram tomadas, o nível de reclamações dos corretores de

SIMONE FAVARO, do Sindicato dos

Corretores de Seguros de São Paulo

seguros continua alto. Basta uma visita a

grupo de corretores nas mídias sociais para

ver que os próprios profissionais estão

prestando atendimentos simples, como

troca de pneus, recarga em baterias etc.

No seguro residencial, os problemas

identificados iam deste a demora no

atendimento, agendamentos frustrados,

prestadores sem qualificação, preparo ou

ferramentas mínimas para realizar o serviço.

“Os relatos de corretores e de segurados

começam a dar sinais de melhora, em

todas as regiões econômicas do estado”,

afirma Tozeski.

Simone pontua: “As seguradoras

estão empenhadas em tentar resolver,

porque nenhuma seguradora quer ir para

o Procon, para as ações judiciais ou para

as mídias sociais”, aponta Simone.

QUESTÕES FINANCEIRAS

Discordando das justificativas das

seguradoras em relação ao motivo para

chegar ao caos no atendimento da assistência

24h, Tozeski, do Sincor-RS, afirma

que a questão foi meramente financeira:

“ninguém deixou de trabalhar por conta da

pandemia, porque um dono de um caminhão

guincho que custa R$ 500 mil não vai

fazer entrega para o iFood. Ele só pode fazer

guincho. O que se identificou na ponta

foi uma insatisfação dos prestadores de serviços

com os valores recebidos. Isso ficou

claro em todos os casos de reclamações”.

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