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Revista Apólice #275

Especial Seguro Automóveis, com informações sobre a recuperação da carteira no pós-pandemia e os problemas com as assistências 24h

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Apólice questionou a Susep e a própria Caixa sobre a possibilidade de que o governo empenhe alguma política

para quebra desse monopólio no DPVAT, considerando, afinal, que um dos motes da equipe econômica em

Brasília é justamente uma economia sem entraves, aberta e liberal, nas palavras do próprio presidente Jair

Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes. Laconicamente, a Caixa respondeu, em nota, o seguinte: “A Caixa foi

contratada em 2021 pela Susep para gerir e operacionalizar DPVAT ante a sua comprovada experiência na

implementação de políticas públicas, pela presença nacional, com mais de 4200 agências em todo o Brasil, e

pela tecnologia aplicada na prevenção e redução de fraudes”

operação foi implantada com urgência em face da dissolução voluntária

do consórcio DPVAT no final de novembro de 2020. “Esses

desafios foram identificados pela fiscalização da Susep e corrigidos.

Dados mais recentes enviados pela Caixa indicam que o tempo médio

para pagamento da indenização é de cerca de 21 dias, a contar

do protocolo do pedido. Após a entrega do laudo pericial, o pagamento

tem sido realizado em menos de dois dias. Sem a necessidade

de perícia, o pagamento tem sido realizado em menos de uma

semana”, explica a nota.

Perguntamos também à Susep se a autarquia pode determinar

à Caixa que ela faça os pagamentos das indenizações do seguro

DPVAT em contas bancárias de outras bandeiras financeiras. Na

mesma nota, o órgão regulador informa que a conta digital aberta

na Caixa “não é onerosa” e “permite” que os beneficiários “transfiram

gratuitamente” as indenizações recebidas para a conta bancária de

sua escolha. “Adicionalmente, os pagamentos efetuados por meio

da conta digital trazem maior segurança para a operação e auxiliam

no combate a fraudes, evitando a apropriação indevida e o desvio

de recursos”, completa a Susep.

DOS ESCÂNDALOS À RENOVAÇÃO DA IMAGEM

Resgatar a credibilidade do DPVAT é um desafio que não

somente a Caixa e a Susep assumiram mas, fundamentalmente, o

Planalto, nem sempre logrando êxito. Em dezembro de 2019, Jair

Bolsonaro tentou emplacar uma medida provisória (MP 904) para

mexer em toda a estrutura anterior do DPVAT. Mas o Supremo Tribunal

Federal a derrubou. O resultado infrutífero repetiu-se na comissão

mista da Câmara e do Senado, onde a MP caducou definitivamente

em novembro de 2020 com a anuência do então presidente

da Câmara, Rodrigo Maia, em reta final de mandato na Mesa parlamentar

e o apoio incondicional do partido Rede, que capitaneou a

manobra política que determinou a derrota de Bolsonaro, que viu

sua “MP do DPVAT” naufragar de vez no STF após ação movida pelo

Rede na corte suprema.

Mas a essência que motivara a MP manteve-se. Afinal, desde

2015, quando a operação “Tempo de Despertar” foi deflagrada pelo

Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Federal, com suporte

do Tribunal de Contas da União (TCU), da Susep e do Ministério

da Economia, que tentam incansavelmente reinventar o DPVAT. Na

época, até mesmo uma CPI no Congresso foi instaurada na tentativa

de tornar pública e denunciar a cadeia de fraudes da qual eram

acusados alguns executivos gestores do

DPVAT. O fato é que nenhum deles foi

preso ou mesmo indiciado. Mas o poder

público não sossegou até identificar mais

indícios de irregularidades. Nova investigação

iniciada em dezembro de 2019, e

concluída em novembro de 2020, denunciara

indícios de irregularidade na gestão

de R$ 2,25 bilhões do fundo arrecadado

com o DPVAT. Na ocasião, a Líder, ainda a

controladora do seguro, defendeu-se ao

alegar que “não tolera práticas irregulares”.

Logo após a revelação das investigações

da Susep, veio o turbulento e trágico

período de pandemia da covid-19,

mas com ela também a reestruturação da

Líder, que aos poucos vai se retirando do

DPVAT. É, entretanto, publicamente notório

que a seguradora enfrentou sérias

dificuldades por conta das acusações de

malversação à frente do seguro. O que,

afinal, a companhia extraiu daquele período

para evitar o encerramento das

atividades? Que trabalho de reposicionamento

de imagem foi desenvolvido nesse

sentido? O diretor-presidente da Líder,

Leandro Martins Alves, tem a palavra:

“Aproveitamos a oportunidade

para ressaltar que não há e nunca houve

desvio de valores por parte da Seguradora

Líder em relação ao montante de

R$2,25 bilhões. O órgão regulador fala

de ineficiência no uso dos recursos, pois

existe uma divergência de opiniões entre

ele e o mercado segurador, representado

por nós, da Líder, quanto à natureza

de recursos do DPVAT: se públicos ou privados.

O entendimento quanto aos recursos

serem públicos é o pano de fundo

da cobrança realizada pelo citado órgão

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