Revista Apólice #275
Especial Seguro Automóveis, com informações sobre a recuperação da carteira no pós-pandemia e os problemas com as assistências 24h
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“Sim, as novas regras determinadas pela Susep para o seguro
auto podem ajudar a reverter esse cenário”, garante o diretor de produto
da Suhai, Jorge Martinez, que completa: “Como? Incentivando
a criação de produtos para alguns nichos ou situações específicas
de risco, como, por exemplo, seguros intermitentes e, nos casos de
cobertura com perda parcial, o uso de peças compatíveis e a opção
de direcionamento exclusivo para oficinas referenciadas da seguradora.
A mudança é mais no formato de vendas do que em coberturas,
como roubo/furto, colisões parciais, perdas totais por colisão,
incêndio e outros danos.”
CORRETORES, A “PONTE” IDEAL
O desafio das seguradoras daqui em diante é, além de buscar
a redução de preço das apólices para automóveis, tornar os contratos
mais simples, pragmáticos e compreensíveis para um consumidor
pouco familiarizado com o universo do seguro e, sobretudo,
com sua peculiar terminologia. É notória a complexidade que cerca
o seguro de automóvel. As novas regras contidas na circular 639
buscam flexibilizar isso, em tese, conferindo mais liberdade às seguradoras
para desenhar seus contratos e, consequentemente, criar
produtos fora, digamos, da curva para essa carteira. O que antes era
um calhamaço precisa (e deve) se resumir a duas, três, quatro páginas,
no máximo. Mesmo assim, quem poderá orientar esse consumidor
que, como aponta a pesquisa da Suhai, demonstra desânimo
com o seguro auto? “Entendemos que, além das seguradoras trabalharem
nesse processo, os corretores de seguros serão agentes fundamentais
nessa cadeia de relacionamento para assegurar o produto
adequado a cada necessidade”, responde Martinez, da Suhai.
Lalia Neto esclarece, contudo, que já é perceptível no mercado
uma tendência de que o seguro deve ser cada vez mais simples. “A
criação de novos produtos não significa necessariamente que uma
apólice terá um texto mais extenso. Os produtos ‘modulares’, com coberturas
específicas à escolha do segurado, devem contar com apólices
que contemplem somente as cláusulas relacionadas aos riscos
contratados, por exemplo. Sabemos que o consumidor procura por
produtos mais simples e adequados à sua necessidade. Por isso, o
mercado deve se adequar a essa tendência. Outro ponto é que, independentemente
de mais ou menos informação, o segredo está na
forma como a seguradora apresenta isso ao cliente, o estimula a ler e
entender o que contratou”, sinaliza o executivo da Sompo.
As seguradoras buscam simplificar a jornada do cliente e,
com isso, tornar o caminho dele mais estreito até a apólice que deseja
e de que realmente precisa para seu carro. Para isso, a indústria
do seguro investe maciçamente em ferramentas de comunicação
que se utilizam, entre outras, da inteligência artificial, do chatbot
e das redes sociais. Ao criar as regras da circular 639, a Susep certamente
considerou esse contexto.
“Talvez estejamos fazendo uma tempestade em copo d’água
porque o cliente tem ciência de que comprou um produto de perda
e roubo, por isso não cobriria colisão e não haveria problema
nenhum. A primeira coisa que a gente imagina é que essa jornada
(com o cliente) foi bastante assertiva. Com o passar do tempo evoluímos.
Obviamente, quando lançamos um produto que tem um
LUIZ PADIAL,
da Tokio Marine
apelo diferente, endossamos ainda mais
essa questão. Esse é outro pilar que ajuda
sobremaneira a situação”, avalia Padial, da
Tokio Marine, complementado: “Há uma
série de informações para se ter acesso a
tudo, e o consumidor está mais antenado.
Ele, numa simples procura pela internet,
saberá se a seguradora bem ou mal o
atenderá, se o serviço é bom ou não.”
Padial também reforça a importância
do corretor no processo. “Hoje,
treinamos milhares de corretores de uma
forma muito mais ágil, muito mais prática.
Temos o WhatsApp para tirar qualquer
dúvida do consumidor e do corretor. Estamos
falando de um mercado bastante
consolidado, com grandes empresas e a
maioria multinacionais. Não vejo nenhum
empecilho, nenhum problema que onere
produtos. E um detalhe importante: há
vários momentos durante a venda do
seguro, que antecedem a assinatura do
contrato, para que o consumidor tenha a
chance de validar ou não a apólice”, conclui
o executivo da Tokio Marine.
Vistos hoje mais como consultores
que exclusivamente vendedores de
apólices, os corretores representam peça
fundamental no tabuleiro do mercado de
seguros, sobretudo agora com essa reformulação
do seguro para veículos automotivos,
como avalia Marcelo Sebastião,
da FenSeg: “Para divulgar essa gama de
possibilidades (que surgirão com as novas
regras para o seguro auto), nós contamos
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