29.07.2022 Views

edição de 1º de agosto de 2022

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pãO dE AçúCAR<br />

REsgATA EsTRATégiA<br />

Re<strong>de</strong> retoma plano <strong>de</strong><br />

expansão e pilares da<br />

comunicação. Eduardo<br />

Telles, diretor <strong>de</strong><br />

marketing, fala ainda<br />

da parceria com Gilberto<br />

Gil. pág. 20<br />

dpz RETORNA COM A MARCA ORigiNAl<br />

Os CEOs Fernando Diniz e Benjamin Yung<br />

dizem que o resgate é um “símbolo <strong>de</strong> uma<br />

DPZ que está <strong>de</strong> volta para o futuro”. pág. 27<br />

NEOOh vAi lidERAR<br />

pROjETO dA pARTAgE<br />

Adriano Capobianco,<br />

da Partage (à esquerda),<br />

entregou comunicação<br />

<strong>de</strong> out of home<br />

<strong>de</strong> seus shoppings<br />

à NEOOH, <strong>de</strong> Leonardo<br />

Chebly. pag. 17<br />

propmark.com.br ANO 58 - Nº 2905 - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> R$ 15,00<br />

Freepik<br />

Mercado da propaganda<br />

<strong>de</strong>sconhece po<strong>de</strong>r da religião<br />

A compra <strong>de</strong> produtos e serviços religiosos supera a cifra <strong>de</strong> R$ 20 bilhões no Brasil.<br />

<strong>de</strong> livros e músicas ao turismo, o consumo é apenas uma faceta da influência <strong>de</strong> um setor<br />

que impõe temas cada vez mais próximos da pauta política. Católicos ainda representam<br />

51% da população, enquanto evangélicos ficam com parcela <strong>de</strong> 26%. A expectativa é<br />

<strong>de</strong> que os percentuais se igualem até meados <strong>de</strong> 2030. Mas ainda falta conhecimento<br />

para que o mercado da comunicação entenda o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ssa palavra. pág. 12


18ª Edição<br />

Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

5-6<br />

NOV<br />

<strong>2022</strong><br />

NA ARCA<br />

paRticipe dos editais<br />

<strong>de</strong> conteúdo do Festival<br />

Auditório<br />

Hostess<br />

Palestrante<br />

Criativos em busca<br />

futuro<br />

Pulpito da<br />

<strong>de</strong> inspiração criativo<br />

conferência<br />

Apresente seu trabalho<br />

e seja inspiração para<br />

outros criativos!<br />

Palestras • Live Art<br />

exposição • workshop<br />

música • performance<br />

Entre no site e envie sua sugestão:<br />

pixelshow.co/editais<br />

pixelshow<br />

feirapixelshow


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Quem domina o po<strong>de</strong>r da palavra?<br />

PROPMARK <strong>de</strong>sta semana trata <strong>de</strong> um assunto espinhoso para<br />

O a gran<strong>de</strong> maioria, já que religião e política sempre causam discussões<br />

acaloradas. Mas a reportagem aborda, na verda<strong>de</strong>, o quão<br />

o mercado publicitário <strong>de</strong>sconhece a gran<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> consumidores<br />

nesse segmento. A reportagem lança uma questão fundamental<br />

para reflexão: “Marcas e agências realmente sabem quem tem o<br />

po<strong>de</strong>r da palavra atualmente?”<br />

Assim como outros segmentos da socieda<strong>de</strong>, como a população<br />

idosa, são esquecidos por um mercado ávido por novida<strong>de</strong> e o frescor<br />

da juventu<strong>de</strong>, é bom que se tenha em mente que o número <strong>de</strong><br />

fiéis, sejam católicos ou evangélicos, só aumenta.<br />

A reportagem ouviu diversos estudiosos no assunto e um <strong>de</strong>les<br />

concluiu que “existe <strong>de</strong>manda por consumo <strong>de</strong> conteúdo religioso,<br />

e evangélicos são ágeis nessa oferta. O problema é que, do lado<br />

das agências, há <strong>de</strong>sconhecimento e preconceito com relação a esse<br />

público”. Esta é a opinião do professor José Mauro Nunes, da FGV<br />

Ebape.<br />

Com estruturas in-house, os players do setor impulsionam investimentos<br />

alheios ao mercado da comunicação. Para Nunes, o entendimento<br />

sobre diversida<strong>de</strong>, inclusão e representativida<strong>de</strong> contrasta<br />

com o <strong>de</strong>spreparo dos profissionais para lidar com a fatia majoritária<br />

da população. Falta compreen<strong>de</strong>r essas pessoas para cumprir<br />

o objetivo da <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> dialogar com aqueles que pensam <strong>de</strong><br />

forma diferente.<br />

***<br />

Vale a pena ler os <strong>de</strong>talhes da matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição, assim<br />

como vale a pena comemorar o retorno <strong>de</strong> uma marca ícone da publicida<strong>de</strong><br />

brasileira. Isso mesmo. A DPZ voltou a ser DPZ e, segundo<br />

os atuais lí<strong>de</strong>res da agência, que carrega as iniciais dos sobrenomes<br />

<strong>de</strong> Duailibi, Petit e Zaragoza, está olhando para o futuro. Muita gente<br />

<strong>de</strong>ve ter gostado <strong>de</strong>sse retorno, até porque uma parte consi<strong>de</strong>rável<br />

<strong>de</strong> profissionais passou pela agência dos gatinhos, na Cida<strong>de</strong><br />

Jardim, em São Paulo. O nosso colunista Alexis Thuller Pagliarini,<br />

diretor da ESG4, por exemplo, é um <strong>de</strong>les, que enviou email falando<br />

da sua satisfação ao saber da volta da DPZ.<br />

Ele argumenta que as três letras originais mudaram a história da<br />

propaganda brasileira. Mas fala também que a inclusão do “T”, na<br />

grafia DPZ&T, não manchou essa trajetória, “mas é bom ver <strong>de</strong> volta<br />

as três letras assim, na sua forma original”. “Ouso chamar a DPZ <strong>de</strong><br />

‘minha’ porque minha história profissional não seria a mesma sem<br />

a passagem por essa agência incrível”.<br />

Pagliarini lembra ainda que a DPZ atual é uma agência especial, no<br />

entanto, nas décadas <strong>de</strong> 1980/1990, quando ele teve a sorte <strong>de</strong> estar<br />

por lá, “a DPZ era simplesmente o Olimpo da propaganda”.<br />

“Era on<strong>de</strong> todos queriam estar. Era o sonho <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> clientes<br />

<strong>de</strong> todos os setores. Foi a primeira a trazer para o Brasil um cobiçado<br />

Leão do Cannes Lions Festival. Foi por on<strong>de</strong> passaram os profissionais<br />

que continuaram a história da propaganda brasileira”.<br />

“Tentar enten<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong> apenas por intermédio da pauta progressista<br />

é trágico, porque temos grupos <strong>de</strong> baixa renda a<strong>de</strong>rindo às<br />

pautas conservadoras, preocupados com filhos, emprego. Isso explica<br />

a popularida<strong>de</strong> do atual presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse segmento”,<br />

afirma Nunes.<br />

***<br />

Não <strong>de</strong>ixe, caro leitor, <strong>de</strong> acompanhar ainda nesta edição a posse<br />

do presi<strong>de</strong>nte do Conar, Sergio Pompilio, na tar<strong>de</strong> última segunda-<br />

-feira (25), em São Paulo. O mercado compareceu em peso para<br />

prestigiar o evento.<br />

as Mais lidas da seMana no ProPMark.coM.br<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

do pequeno ao gran<strong>de</strong> anunciante: os<br />

planos da Globo para a black Friday <strong>2022</strong><br />

A Globo apresentou a Globo Friday, um hub contendo<br />

conteúdo, dados e insights, além <strong>de</strong> opções comerciais.<br />

O plano foi <strong>de</strong>senhado em cima <strong>de</strong> soluções customizadas.<br />

Posse <strong>de</strong> sergio Pompilio no conar<br />

reúne executivos do mercado<br />

Evento foi realizado na semana passada, em um hotel <strong>de</strong><br />

São Paulo, e reuniu algumas das principais li<strong>de</strong>ranças do<br />

mercado, como Nelcina Tropardi, da ABA, e Luiz Lara, do Cenp.<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sete anos,<br />

dPZ volta ao mercado<br />

A DPZ&T anunciou o retorno da marca DPZ, uma das principais<br />

marcas do mercado brasileiro. A agência, dos CEOs Fernando<br />

Diniz e Benjamin Yung, também apresentou o conceito I<strong>de</strong>ias<br />

icônicas constroem marcas icônicas.<br />

4ª<br />

O Google teve um lucro líquido <strong>de</strong> US$ 16,002 bilhões no segundo<br />

trimestre do ano. O resultado é 13,62% inferior ao apresentado<br />

um ano antes, quando acumulou US$ 18,525 bilhões.<br />

5ª<br />

Publicida<strong>de</strong> no Google cresce<br />

quase 12% no segundo trimestre<br />

como a budweiser vai proibir a <strong>de</strong>molição<br />

das quadras <strong>de</strong> basquete <strong>de</strong> rua<br />

A Budweiser vai impedir a <strong>de</strong>molição das quadras <strong>de</strong> basquete<br />

<strong>de</strong> rua no Brasil. A marca encontrou uma brecha na Lei <strong>de</strong><br />

Tombamento e lançou a iniciativa Quadras In<strong>de</strong>strutíveis.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 3


Índice<br />

Mercado ainda<br />

não enxerga fiéis<br />

Católicos e evangélicos<br />

divi<strong>de</strong>m crenças muito<br />

presentes na vida política do<br />

país, no entanto, indústria<br />

da comunicação ignora e não<br />

acompanha a pauta.<br />

capa<br />

12<br />

Unsplash<br />

Freepik<br />

Fotos: Divulgação<br />

MercadO<br />

nielsen revela atitu<strong>de</strong> no trabalho<br />

Instituto, em parceria com Opinion Box, mapeou dados<br />

sobre mansplaining (quando o homem explica algo à mulher,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando que ela já sabe o tema) e manterrupting<br />

(interrupção que impe<strong>de</strong> a mulher <strong>de</strong> emitir opinião). pág. 9<br />

MÍdia<br />

neOOH é parceira da partage<br />

Empresa que <strong>de</strong>senvolve e administra shopping centers e empreendimentos<br />

imobiliários escolheu a NEOOH para li<strong>de</strong>rar projeto <strong>de</strong> out<br />

of home em todos os seus malls. Com a parceria, fica sob a responsabilida<strong>de</strong><br />

da NEOOH todo o circuito <strong>de</strong> mídia digital. pág. 17<br />

caMpanHaS<br />

WeWork aposta em<br />

primeira ação autoral<br />

Empresa <strong>de</strong>u um passo adiante na<br />

autonomia, conquistada graças a joint<br />

venture com o SoftBank em 2021, e lançou a<br />

sua primeira campanha autoral, produzida<br />

para a América Latina. A ação Renunciamos,<br />

criada pela Super, se apresenta contra o<br />

“antigo” mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho. pág. 16<br />

pOSSe<br />

Sergio pompilio atrai<br />

profissionais em Sp<br />

Representantes <strong>de</strong> agências, veículos,<br />

anunciantes e entida<strong>de</strong>s estiveram na posse<br />

do novo presi<strong>de</strong>nte do Conar, na semana<br />

passada. Ele, que substitui João Faria Netto,<br />

<strong>de</strong>ve cumprir mandato <strong>de</strong> <strong>2022</strong> a 2024.<br />

Pompilio falou sobre diversida<strong>de</strong>. Para ele,<br />

o tema precisa sempre ir além. pág. 10<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................6<br />

curtas ....................................................................8<br />

Mercado ..............................................................10<br />

Mídia ...................................................................17<br />

Opinião ................................................................19<br />

entrevista ...........................................................20<br />

We Love MKT ......................................................24<br />

inspiração ..........................................................25<br />

Quem Fez ............................................................26<br />

agências .............................................................27<br />

eSG no MKT .........................................................28<br />

Marcas .................................................................29<br />

Última página ....................................................30<br />

4 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


conexões<br />

mados com a sua chegada!<br />

Fernanda Lobão<br />

última Hora<br />

LinkedIn:<br />

Post: Final Level Co contrata ex-<br />

-Porta dos Fundos para o cargo <strong>de</strong><br />

diretora <strong>de</strong> novos negócios<br />

Maravilha! Sucesso, Cristina Caires.<br />

Renato Cruz<br />

Vamos com tudo Cris! Muito anidorinHo<br />

Bem <strong>de</strong>mais! Cris é super!<br />

Eduardo Cabral<br />

Post: Depois <strong>de</strong> sete anos, DPZ<br />

volta ao mercado<br />

Agora sim, muita emoção DPZ!!!<br />

Fabiola Camasmie Assad<br />

Parabéns, uma marca icônica para<br />

todas as outras que querem ser.<br />

Milton Cebola Mastrocessario<br />

Nossa, mas que pouco caso com<br />

o T…<br />

Marina Fridman<br />

Abaixo a sopa <strong>de</strong> letrinhas. Viva a<br />

marca. Parabéns, DPZ!<br />

Ricardo Soares <strong>de</strong> Oliveira<br />

Post: Fair chega ao mercado com<br />

projeto criado para Athletico Paranaense<br />

Parabéns Eric, fico feliz pelo projeto<br />

e também em ser ligado ao futebol.<br />

Bruno Sinhorini<br />

VP DE MÍDIA<br />

Andreia Abud (na foto, com André França, presi<strong>de</strong>nte da<br />

WMcCann) assume nesta segunda-feira (<strong>1º</strong>) o cargo <strong>de</strong><br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia da agência. Ela tem 24 anos <strong>de</strong><br />

experiência e é voltada para dados e performance. A missão<br />

da executiva é trazer uma maior eficiência na operação com<br />

o propósito <strong>de</strong> alavancar resultados <strong>de</strong> negócios dos clientes.<br />

“A Andreia é uma profissional completa, com experiência<br />

em on e off. Trabalhou em lab <strong>de</strong> dados, com estruturas<br />

complexas e tem experiência como head <strong>de</strong> operação”,<br />

afirma França. Ela ocupa a vaga <strong>de</strong> Fabio Urbanas, que,<br />

segundo a agência, saiu em comum acordo.<br />

AquIsIção<br />

A Take4Content comprou parte da Luccas Toon Studios, <strong>de</strong><br />

Luccas Neto (na foto, à direita, com Cassiano Scarambone,<br />

CEO da Take4Content e da Take4Capital). A operação,<br />

baseada em um valuation superior a R$ 300 milhões, é a<br />

maior já realizada com um youtuber brasileiro e, com ela, a<br />

Take4Capital dá a largada em direção à criação <strong>de</strong> sua MCN<br />

(Multi Channel Network), enquanto a empresa <strong>de</strong> Luccas<br />

Neto ganha mais estrutura para se tornar o maior estúdio<br />

<strong>de</strong> conteúdos infantojuvenil do Brasil. Luccas Neto é ator,<br />

diretor, roteirista, empresário e dono <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> canal<br />

infantil do YouTube no Brasil.<br />

JoINT VENTuRE<br />

A Vivo e a Ânima Educação<br />

concluíram joint venture<br />

com foco na educação<br />

continuada e criaram a<br />

Vivae. O início da operação<br />

está prevista ainda para este<br />

ano. A empresa já ganhou<br />

corpo com a contratação<br />

<strong>de</strong> Alexandre Max (foto) e<br />

Lucas Nabeiro como CEO<br />

e CFO, respectivamente. A<br />

Vivae é direcionada a cursos<br />

livres online <strong>de</strong> capacitação.<br />

6 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Warming<br />

FEST’UP <strong>2022</strong><br />

SAVE THE DATE<br />

04/08 - 19h<br />

No canal da APP Brasil no YouTube<br />

https://www.youtube.com/c/appbrasil<br />

Agência Beta / Unittoledo Wy<strong>de</strong>n<br />

Joana Men<strong>de</strong>s – Presi<strong>de</strong>nte do Clube <strong>de</strong> Criação e Foun<strong>de</strong>r YGB.black<br />

Eduardo Soares - Presi<strong>de</strong>nte APP Ribeirão | Head <strong>de</strong> pós-graduação em Marketing digital Senac<br />

| Co-Foun<strong>de</strong>r Anexo Group | Colunista rádio CBN Ribeirão<br />

Melissa Carolina <strong>de</strong> Moura - Coor<strong>de</strong>nadora do curso <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> e Propaganda do UniToledo Wy<strong>de</strong>n<br />

- ARAÇATUBA | Presi<strong>de</strong>nte da APP Regional Araçatuba | Mestre em Comunicação e Cultura | Publicitária<br />

Apoio<br />

Realização


curtas<br />

hilbert renoVa com Kitano<br />

Rodrigo Hilbert<br />

está na nova<br />

campanha Tempero<br />

não é tudo<br />

igual, da Kitano.<br />

A ação criada pela<br />

Mestiça comunica<br />

a renovação<br />

<strong>de</strong> Hilbert como<br />

aprendiz <strong>de</strong> ervas<br />

e especiarias utilizadas<br />

pela marca<br />

da General Mills. Ator mostra crachá <strong>de</strong> estágio<br />

Após produzir<br />

uma série <strong>de</strong> três ví<strong>de</strong>os falando sobre processos<br />

naturais <strong>de</strong> colheita, armazenamento<br />

e produção, o estagiário da Kitano parte<br />

agora para a exploração <strong>de</strong> cores, aromas<br />

e sabores. LinkedIn, Instagram, Facebook,<br />

TV, merchandising e ativações nos programas<br />

Mais Você, da Re<strong>de</strong> Globo, e Faustão<br />

na Band e Masterchef, ambos da Re<strong>de</strong><br />

Ban<strong>de</strong>irantes, além <strong>de</strong> site e conteúdo gerado<br />

por microinfluenciadores, divulgam<br />

a ação, que faz parte da plataforma Vamos<br />

temperar, criada em 2019.<br />

Galeria PromoVe na míDia<br />

ViDcon cheGa a são Paulo em 2023<br />

Bianca Andra<strong>de</strong> anuncia evento durante MTV MIAW<br />

A primeira edição brasileira do VidCon<br />

será realizada em São Paulo entre os dias<br />

7 e 9 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2023. O anúncio foi feito<br />

por Bianca Andra<strong>de</strong> durante ação apresentada<br />

no palco da gravação do MTV MIAW<br />

<strong>2022</strong>. Promovido pela Paramount e Dream<br />

Factory, o evento levanta discussões e<br />

compartilhamento <strong>de</strong> tendências, inovação<br />

e conteúdo. Segundo a organização, os<br />

criadores terão a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar<br />

o seu ecossistema, interagir com outros<br />

profissionais e conhecer melhores práticas.<br />

MTV, Nickelo<strong>de</strong>on, Comedy Central, Porta<br />

dos Fundos, Paramount+ e PlutoTV estão<br />

entre as principais marcas da Paramount.<br />

bullet cria área Para startuPs<br />

mion recebe cáPsula Do temPo<br />

Ação foi elaborada pela ihouse, montada pela Oliver<br />

Com bonecos que lembram a carreira<br />

<strong>de</strong> Marcos Mion, além <strong>de</strong> roupão, chinelo<br />

e meias personalizadas, o Itaú Unibanco<br />

quer que o apresentador se sinta em casa.<br />

O novo embaixador da marca, na estratégia<br />

que engloba também o banco digital<br />

iti, ganhou um welcome kit preparado<br />

pela ihouse - agência in-house montada<br />

pela Oliver no Itaú -, com base no perfil<br />

<strong>de</strong> Mion, que agra<strong>de</strong>ceu com um ví<strong>de</strong>o do<br />

“unboxing” das suas re<strong>de</strong>s socias. A peça<br />

acabou se tornando parte da campanha,<br />

seguindo o posicionamento sustentado<br />

pelo Itaú, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o que realmente<br />

importa na vida das pessoas.<br />

GooGle cresce com PubliciDaDe<br />

Mitchell Luo/Unsplash<br />

Ermínia Campolino e Artur Martins<br />

Ermínia Campolino e Artur Martins assumem<br />

a mídia da Natura e Seara, respectivamente,<br />

na Galeria. Ermínia, que soma<br />

oito meses <strong>de</strong> gerência na conta, já passou<br />

por Suno, Young & Rubicam, DM9DDB e<br />

Globo, e trabalhou para BRF, Kopenhagen<br />

e Johnson’s, entre outros. Martins tem<br />

carreira feita na DPZ, Ogilvy e Etco e já<br />

aten<strong>de</strong>u Itaú, Fruittella, Kimberly, Polenghi<br />

e Magazine Luiza. Na área comandada<br />

pelas sócias e diretoras-executivas Kaline<br />

Lessio, Patricia Alves e Sofia Raucci, seis<br />

promoções foram anunciadas, entre profissionais<br />

que atuarão como gerentes <strong>de</strong><br />

mídia, supervisores e coor<strong>de</strong>nadores.<br />

Bullet 4 Equity funcionará como uma incubadora<br />

Bullet 4 Equity é o nome da área que<br />

a Bullet criou para aten<strong>de</strong>r startups. A<br />

agência comandada pelo CEO Fernando<br />

Figueiredo oferecerá recursos internos e<br />

serviços <strong>de</strong> criação, planejamento, canais e<br />

produção, parcerias com fundos <strong>de</strong> investimento<br />

e consultoria <strong>de</strong> gestão. “O fee é<br />

aplicado, mas com <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 0% a 100%,<br />

<strong>de</strong> acordo com valuation, escopo”, explica<br />

Figueiredo. A meta é apoiar empresas em<br />

expansão, mas que ainda não possuem<br />

uma verba <strong>de</strong> marketing estruturada para<br />

contratar players ou investir em mídia.<br />

Duas startups já a<strong>de</strong>riram ao mo<strong>de</strong>lo e<br />

outras sete estão em fase <strong>de</strong> negociação.<br />

Resultado é do segundo trimestre do ano<br />

O investimento publicitário do Google<br />

somou US$ 56,2 bilhões no segundo trimestre<br />

<strong>de</strong>ste ano, alta <strong>de</strong> 11,6% em relação<br />

ao mesmo período <strong>de</strong> 2021. Os anúncios<br />

respon<strong>de</strong>m por 76,2% da receita, encerrando<br />

o trimestre com US$ 69,9 bilhões, um<br />

aumento <strong>de</strong> 13% ante 2021. Já o lucro líquido<br />

recuou 13,62%. O Google é a primeira<br />

big tech com presença significativa na<br />

publicida<strong>de</strong> a ter lucro no segundo trimestre,<br />

enquanto plataformas como Snapchat<br />

e Twitter tiveram prejuízo, levantando dúvidas<br />

sobre a eficácia <strong>de</strong>ssas empresas para<br />

lidar com uma economia mais vulnerável e<br />

inflação global.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórteres: Carolina Vilela e Marcos<br />

Bonfim<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da Luz<br />

Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tamf@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

8 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


mErcado<br />

Estudo mostra comportamentos<br />

em relação às mulheres no trabalho<br />

Nielsen e Opinion Box se uniram em torno <strong>de</strong> pesquisa que mapeou<br />

os conceitos mansplaining e manterrupting, além da prática <strong>de</strong> assédio<br />

Nielsen, em parceria com<br />

a Opinion Box, mapeou,<br />

pela primeira vez, dados sobre<br />

os conceitos <strong>de</strong> mansplaining<br />

(quando um homem<br />

explica algo a uma mulher,<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando que ela já<br />

sabe sobre o tema) e manterrupting<br />

(interrupção masculina<br />

na fala <strong>de</strong> uma mulher a<br />

ponto <strong>de</strong> impedi-la <strong>de</strong> emitir<br />

alguma opinião). O estudo<br />

também aborda assédio no<br />

ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

No caso do mansplaining,<br />

48% das mulheres entrevistadas,<br />

e familiarizadas com<br />

o termo, relataram já terem<br />

presenciado a prática no trabalho,<br />

enquanto 54% afirmaram<br />

que já sofreram com o<br />

manterrupting. Em relação ao<br />

assédio no trabalho, 46% das<br />

entrevistadas disseram que já<br />

sofreram ou presenciaram.<br />

Sabrina Balhes, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> measurement<br />

da Nielsen Brasil,<br />

afirma que a atuação feminina<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

tem sido limitada por construções<br />

sociais. “Ser mulher<br />

significa estar exposta a ser<br />

questionada sobre assuntos<br />

não relacionados à sua competência<br />

profissional <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

momento da entrevista até ao<br />

alcançar uma posição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança”,<br />

explica.<br />

A pesquisa, chamada <strong>de</strong><br />

Elas: comportamentos e barreiras,<br />

também apontou que<br />

a maioria das mulheres acredita<br />

que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

engravidar po<strong>de</strong> ser usada<br />

como empecilho em entrevistas<br />

<strong>de</strong> emprego. De acordo<br />

com o levantamento, 88% das<br />

respon<strong>de</strong>ntes concordam que<br />

a gravi<strong>de</strong>z po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

um motivo para que as<br />

empresas não as contratem e<br />

75% afirmaram que isso po<strong>de</strong><br />

ser uma razão para questionar<br />

sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

O estudo revela ainda que<br />

apenas 13% discordam da afirmação,<br />

enquanto 12% são indiferentes<br />

em relação ao assunto.<br />

48% das mulheres entrevistadas relataram já terem presenciado mansplaining e 54% disseram ter sofrido com manterrupting<br />

Além do fato <strong>de</strong> a gravi<strong>de</strong>z<br />

ter influência em uma possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contratação,<br />

três em cada quatro mulheres<br />

(75%) afirmam que foram<br />

perguntadas em entrevistas<br />

<strong>de</strong> emprego sobre ter filhos e<br />

com quem <strong>de</strong>ixariam as crianças<br />

para trabalhar.<br />

Entre os homens, a taxa<br />

é <strong>de</strong> 69%. O levantamento<br />

também mostra que 23% das<br />

entrevistadas acreditam que<br />

“Ser mulher<br />

Significa eStar<br />

expoSta a Ser<br />

queStionada Sobre<br />

aSSuntoS não<br />

relacionadoS à<br />

Sua competência”<br />

Freepik<br />

esse tipo <strong>de</strong> pergunta atrapalhou<br />

a entrevista, número que<br />

para os homens ficou em apenas<br />

8%.<br />

O estudo foi realizado entre<br />

os dias 24 <strong>de</strong> fevereiro e 2 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> <strong>2022</strong>, com uso <strong>de</strong><br />

questionário online para mil<br />

pessoas <strong>de</strong> todas as regiões do<br />

país. Entre os entrevistados,<br />

69% eram mulheres, 24% homens<br />

e 7% optaram por não<br />

citar seu gênero.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 9


mercado<br />

Profissionais prestigiam posse<br />

<strong>de</strong> Sergio Pompilio no conar<br />

Executivo assumiu o cargo na semana passada, substituindo João Faria<br />

Netto; ele <strong>de</strong>stacou <strong>de</strong>safios como a diversida<strong>de</strong> e os influenciadores<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

Sergio Pompilio e João Luiz Faria Netto, presi<strong>de</strong>nte e ex-presi<strong>de</strong>nte do Conar<br />

Profissionais <strong>de</strong> agências,<br />

anunciantes, veículos e entida<strong>de</strong>s<br />

do mercado se reuniram<br />

na última segunda-feira<br />

(25), em São Paulo, para a posse<br />

<strong>de</strong> Sergio Pompilio como novo<br />

presi<strong>de</strong>nte do Conar (Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária), com mandato<br />

<strong>de</strong> <strong>2022</strong> a 2024. Eleito no<br />

dia 5 <strong>de</strong> julho, Pompilio substitui<br />

João Faria Netto, que estava<br />

à frente da entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2018. Chapa única na eleição,<br />

a diretoria conta com Eduardo<br />

Simon, Paulo Tonet Camargo<br />

e Marcelo Rech como vice-presi<strong>de</strong>ntes,<br />

e Cristiane Camargo e<br />

Daniela Gil Rios como diretoras.<br />

Edney Narchi e Juliana Nakata<br />

Albuquerque seguem, respectivamente,<br />

como vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

executivo e diretora <strong>de</strong> acompanhamento<br />

processual e coor<strong>de</strong>nação<br />

do conselho <strong>de</strong> ética.<br />

Pompilio enfatizou que mais<br />

<strong>de</strong> 30% da nova diretoria do conselho<br />

é formada por mulheres e<br />

comentou ainda que a diversida<strong>de</strong><br />

precisa ir sempre além. “E não<br />

tenham dúvida que essa diretoria<br />

e o conselho estarão atentos e<br />

buscando na diversida<strong>de</strong> a inclusão<br />

e o fundamento da valida<strong>de</strong><br />

das suas posições para o futuro. E<br />

um ambiente aberto para o diálogo<br />

e construção <strong>de</strong> um mercado<br />

mais transparente, inclusive”.<br />

Além disso, ele <strong>de</strong>stacou a<br />

importância da autorregulamentação.<br />

“Em um ambiente<br />

mutante e, por vezes, selvagem,<br />

a autorregulamentação<br />

segue sendo um caminho seguro,<br />

no qual <strong>de</strong>vemos persistir e<br />

confiar em nome do passado e<br />

do futuro, pois uma vez mais a<br />

socieda<strong>de</strong> sempre ganha quando<br />

se autorregulamenta”.<br />

Em entrevista exclusiva ao<br />

PROPMARK, publicada na edição<br />

do dia 25 <strong>de</strong> julho, o executivo<br />

falou que, entre os <strong>de</strong>safios do<br />

novo mandato, estão os influenciadores.<br />

Ele disse que o ‘fenômeno’<br />

trouxe para a ativida<strong>de</strong><br />

“gente geralmente jovem que<br />

não <strong>de</strong>tinha conhecimentos estruturados<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e da<br />

autorregulamentação”.<br />

Em seu discurso <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida,<br />

Faria Netto afirmou que o Conar<br />

é a “consciência da publicida<strong>de</strong>”<br />

e nasceu como uma ferramenta<br />

<strong>de</strong> resistência àqueles que queriam<br />

controlar a informação através<br />

do controle do financiamento<br />

aos veículos <strong>de</strong> comunicação.<br />

“O Conar é uma casa <strong>de</strong> pessoas<br />

livres, mas <strong>de</strong> pessoas que <strong>de</strong>sejam<br />

conscientizar aqueles que<br />

trabalham com toda a liberda<strong>de</strong><br />

que a censura é dos males piores<br />

que a criatura humana já <strong>de</strong>scobriu<br />

e a autorregulamentação,<br />

quando bem feita, evita a censura<br />

e propicia a qualida<strong>de</strong>”, concluiu.<br />

Nelcina Tropardi, Sandra Martinelli e Daniela Gil Rios<br />

Luiz Lara (Cenp e Lew’Lara\TBWA) e Armando Strozenberg (ex-diretor do Conar)<br />

Edu Simon (Galeria e Conar), Fernando Justus Fischer (SBT) e Orlando Marques<br />

10 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Fotos: Alê Oliveira<br />

Marcia Esteves (Lew Lara\TBWA), Marlene Bregman (Leo Burnett) e Luiz Leite (Ogilvy)<br />

Gilberto Leifert (ex-presi<strong>de</strong>nte Conar) e Edney Narchi (VP executivo do Conar)<br />

Marianna Souza e Mateus Basso (Apro)<br />

Marcelo Rech (ANJ) e Flávio Lara Resen<strong>de</strong> (Abert)<br />

André Dias (RecordTV) e Silvio Soleda<strong>de</strong> (APP)<br />

Rino Ferrari Filho, Eduardo Martins (Talent Marcel) e Rafael Davini (Eletromidia)<br />

Paulo Gomes <strong>de</strong> Oliveira Filho e Mariana Sceppaquercia Galvao<br />

Ênio Vergeiro (Geek Here), Pedro Barbastefano (29HORAS) e André Porto Alegre<br />

Márcio Renê (Sepex/SP-Fenapex), Cristina Melo (Sanofi), Fabi Soriano e Simone Moura<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 11


mercado<br />

marketing religioso peca no<br />

conhecimento <strong>de</strong> hábitos dos fiéis<br />

Católicos e evangélicos divi<strong>de</strong>m crenças cada vez mais presentes na vida<br />

política do país, mas mercado da comunicação não acompanha pauta<br />

Jcomp/Freepik<br />

Fé proferida no Brasil reflete onda fundamentalista que precisa ser compreendida para cumprir o objetivo da <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> dialogar com aqueles que pensam <strong>de</strong> forma diferente<br />

Janaina Langsdorff<br />

Religião e política testemunham uma relação<br />

que vai do céu ao inferno ao longo<br />

<strong>de</strong> uma história milenar. A soberania da<br />

Igreja Católica e seus dogmas era inquestionável.<br />

Mas no século 16, a influência<br />

dos papas começou a ser questionada. Na<br />

Inglaterra, o rei Henrique VIII ergueu as bases<br />

da Igreja Anglicana após ter o pedido <strong>de</strong><br />

anulação do seu casamento com Catarina<br />

<strong>de</strong> Aragão negado pelo papa Clemente VII,<br />

enquanto o alemão Martinho Lutero iniciou<br />

a Reforma Protestante na Europa - que<br />

viria a se tornar o motor da <strong>de</strong>mocracia.<br />

Outras rupturas surgiram, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando<br />

manifestações com reflexos sentidos até<br />

hoje. Marcas e agências realmente sabem<br />

quem tem o po<strong>de</strong>r da palavra atualmente?<br />

“A onda fundamentalista <strong>de</strong> extrema<br />

direita resgata o pensamento do início<br />

do século passado, justamente quando<br />

pensávamos estar vivendo um momento<br />

mais progressista”, <strong>de</strong>staca Andrey Albuquerque<br />

Mendonça, professor <strong>de</strong> ética,<br />

antropologia digital e comportamento<br />

dos consumidores da ESPM. Segundo o<br />

estudioso, o Brasil experimenta um movimento<br />

semelhante ao que ocorreu nos<br />

Estados Unidos com Donald Trump, que<br />

resgata a batalha arcaica do bem contra o<br />

mal, on<strong>de</strong> esse último se materializa em<br />

pautas progressistas atacadas por teorias<br />

infundadas.<br />

“Nos últimos anos, a religião se tornou<br />

estri<strong>de</strong>nte porque vivemos um momento<br />

difícil da <strong>de</strong>mocracia liberal, proveniente<br />

da Revolução Francesa e do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

estado laico, que se esgotou na entrega <strong>de</strong><br />

promessas, especialmente entre as classes<br />

menos favorecidas”, situa o professor José<br />

Mauro Nunes, da FGV Ebape.<br />

Religião católica ainda<br />

possui o maioR alcance,<br />

com paRcela <strong>de</strong> 51% dos<br />

bRasileiRos, seguida<br />

pelos evangélicos, que<br />

ficam com fatia <strong>de</strong> 26%<br />

12 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


ebanho<br />

A lacuna vem sendo preenchida nas últimas<br />

décadas pelas religiões evangélicas,<br />

mais conectadas à realida<strong>de</strong> e presentes nas<br />

comunida<strong>de</strong>s com a oferta <strong>de</strong> ajuda e chance<br />

<strong>de</strong> progresso aos mais carentes. “Especialmente<br />

na América Latina, o catolicismo<br />

não tem sido bem-sucedido na criação <strong>de</strong><br />

uma forma <strong>de</strong> vida que valorize a necessida<strong>de</strong><br />

do indivíduo prosperar materialmente.<br />

O catolicismo é muito crítico ao consumo<br />

excessivo. Os valores católicos pregam<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento espiritual e não a vida<br />

material”, emenda Nunes.<br />

De acordo com dados do Instituto Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE),<br />

o percentual <strong>de</strong> católicos caiu <strong>de</strong> 95%<br />

em 1940 para 64,6% em 2010. Já o contingente<br />

evangélico aumentou <strong>de</strong> 2,7% para<br />

22,2% no mesmo período. A projeção é <strong>de</strong><br />

que em 2030, evangélicos alcancem o índice<br />

<strong>de</strong> 39,8%, ultrapassando pela primeira<br />

vez os católicos, que <strong>de</strong>vem ficar com uma<br />

representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 38,6%. “O Brasil é o<br />

país com o maior número <strong>de</strong> católicos no<br />

mundo, divididos nas mais <strong>de</strong> 12 mil paróquias<br />

espalhadas por todas as cida<strong>de</strong>s”,<br />

comenta Darlan dos Santos, CEO da Arcanjo,<br />

agência <strong>de</strong> Joinville (SC), que já aten<strong>de</strong>u<br />

mais <strong>de</strong> 500 clientes no Brasil e exterior<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013, quando se especializou no segmento<br />

religioso.<br />

Hoje, segundo o Datafolha, a religião católica<br />

ainda tem o maior alcance (51%), seguida<br />

pelos evangélicos (26%), adventistas (2%),<br />

espíritas e kar<strong>de</strong>cistas (2%) e umbandistas<br />

(1%). Ainda há uma parcela <strong>de</strong> 12%, que se<br />

<strong>de</strong>clara sem religião. “Interessante notar espaço<br />

para o crescimento das novas espiritualida<strong>de</strong>s<br />

entre pessoas <strong>de</strong>cepcionadas com<br />

escândalos, falta <strong>de</strong> transparência e apelo ao<br />

consumismo”, atenta Mendonça, da ESPM.<br />

Em regiões carentes, a evasão está ligada à<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> progresso social. “As Igrejas<br />

Evangélicas oferecem uma re<strong>de</strong> social <strong>de</strong> amparo<br />

mais concreta do que a proposta intangível<br />

do catolicismo”, concorda Jaime Troiano,<br />

CEO da consultoria TroianoBranding.<br />

Teologia da prosperida<strong>de</strong><br />

“Evangélicos ten<strong>de</strong>m a ser mais disciplinados<br />

e alinhados à moral evangélica.<br />

A própria história da socieda<strong>de</strong> americana<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento do seu capitalismo<br />

“em Regiões caRentes,<br />

a evasão está ligada<br />

à opoRtunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pRogResso social que<br />

as igRejas evangélicas<br />

ofeRecem”<br />

Jaime Troiano: visão infantilizada <strong>de</strong> fiéis<br />

Divulgação<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u muito <strong>de</strong>ssa moral evangélica”,<br />

analisa Troiano, citando A ética protestante<br />

e o espírito do capitalismo, <strong>de</strong> Max Weber.<br />

I<strong>de</strong>alizada nos Estados Unidos após a Segunda<br />

Guerra Mundial, a teologia da prosperida<strong>de</strong><br />

embalou o crescimento dos evangélicos<br />

no Brasil, uma evolução “centrada<br />

nas classes ascen<strong>de</strong>ntes após a conquista <strong>de</strong><br />

estabilida<strong>de</strong> econômica criada por governos<br />

progressistas nas últimas décadas”, repara<br />

Andrey Albuquerque Mendonça, da ESPM.<br />

Visto como uma bênção, o progresso<br />

material <strong>de</strong>fendido pelo cristianismo evangélico<br />

encontra na facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ingresso e<br />

a<strong>de</strong>são outro fator associado ao <strong>de</strong>clínio do<br />

rebanho católico. A busca por respon<strong>de</strong>r a<br />

questões cotidianas em vez <strong>de</strong> pensar na<br />

salvação após a morte atrai pessoas cada vez<br />

mais seduzidas pela promessa <strong>de</strong> conforto<br />

material e espiritual. “É uma teologia mais<br />

realista e focada nos problemas do dia a dia.<br />

As Igrejas Católicas falharam em tempos <strong>de</strong><br />

crise, quando as pessoas mais necessitam<br />

<strong>de</strong> laços comunitários”, insiste Nunes.<br />

Mas engana-se quem enxerga nos evangélicos<br />

um grupo facilmente passível <strong>de</strong><br />

manipulação. Troiano enten<strong>de</strong> que esses fiéis<br />

são “muito mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do que<br />

a imagem que se projeta <strong>de</strong>les”. O consultor<br />

conta que a vida nas comunida<strong>de</strong>s e famílias<br />

evangélicas é voltada para o ambiente interno,<br />

característica que os protege <strong>de</strong> eventuais<br />

investidas capitaneadas por instâncias<br />

externas, sejam políticas ou não. “É um<br />

engano consi<strong>de</strong>rar que eles estariam sendo<br />

apropriados ou cooptados pelo governo Bolsonaro.<br />

Nas pesquisas políticas mais bem<br />

feitas, fica claro que a presença <strong>de</strong> evangélicos<br />

que votarão em Bolsonaro ou no Lula é<br />

quase a mesma”, compara Troiano.<br />

O atual governo chega às vésperas das<br />

eleições com o apoio consolidado da bancada<br />

evangélica, mesmo em meio às investigações<br />

<strong>de</strong> corrupção no Ministério da<br />

Educação (MEC) envolvendo os pastores<br />

Gilmar Santos e Arilton Moura, próximos<br />

ao então ministro Milton Ribeiro, também<br />

pastor presbiteriano.<br />

No último mês <strong>de</strong> março, prefeitos <strong>de</strong>nunciaram<br />

a existência <strong>de</strong> um suposto esquema<br />

<strong>de</strong> propina em troca <strong>de</strong> verbas do<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 13


mercado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Andrey Mendonça, da ESPM: pensamento medieval<br />

José Mauro Nunes, da FGV: religião estri<strong>de</strong>nte<br />

Darlan dos Santos, da Arcanjo: marketing e tradição<br />

Fundo Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento da<br />

Educação (FNDE) para erguer e reformar<br />

escolas e creches, além <strong>de</strong> entregar ônibus<br />

escolares. “O que a Igreja Evangélica não<br />

enten<strong>de</strong> é a distinção entre as questões religiosas<br />

e <strong>de</strong> Estado”, critica Mendonça. A<br />

história <strong>de</strong>ixa o alerta. Protestantes e católicos<br />

apoiaram o estabelecimento do Terceiro<br />

Reich na Alemanha da década <strong>de</strong> 1930.<br />

“Vemos como isso é perigoso. Nem sempre<br />

a Igreja está do lado certo. Parece que<br />

não apren<strong>de</strong>mos com os nossos erros”, lamenta<br />

Mendonça. De acordo com o acadêmico<br />

da ESPM, existe uma frente evangélica<br />

progressista que se contrapõe ao po<strong>de</strong>r e<br />

à influência no Estado, assim como a Igreja<br />

Católica nutre fatias ligadas a raízes bastante<br />

conservadores. Há ainda vozes como<br />

a do padre Julio Lancellotti, criticado pela<br />

extrema direita pela sua <strong>de</strong>fesa aos pobres e<br />

população em situação <strong>de</strong> rua. “Não po<strong>de</strong>mos<br />

generalizar”, sugere Mendonça.<br />

Outros escândalos envolvendo a cúpula<br />

evangélica já vieram à tona, mas eles “representam<br />

apenas uma parte da comunida<strong>de</strong><br />

evangélica, existem outros lí<strong>de</strong>res<br />

religiosos que não fazem esse proselitismo<br />

político <strong>de</strong> uma maneira tão intensa”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Nunes.<br />

Jaime Troiano também adverte para pressupostos<br />

que po<strong>de</strong>m gerar percepções equivocadas.<br />

“Temos dificulda<strong>de</strong> em aceitar e<br />

enten<strong>de</strong>r que existem sentimentos religiosos<br />

legítimos. Há uma visão infantilizada<br />

<strong>de</strong> quem são os fiéis sujeitos a todo tipo <strong>de</strong><br />

manipulação e sedução, o que é retrato ingênuo<br />

e conveniente para imaginar como se<br />

relacionar com eles”, acredita o consultor.<br />

estima-se que o consumo<br />

<strong>de</strong> aRtigos e seRviços<br />

Religiosos movimente<br />

mais <strong>de</strong> R$ 20 bilhões<br />

no bRasil<br />

Wirestock/Freepik<br />

<strong>de</strong>scartadas (7%). O número sobe para 26%<br />

em meio aos eleitores menos escolarizados<br />

com recomendações totalmente aceitas por<br />

11% ou em parte por 8%. No grupo com escolarida<strong>de</strong><br />

superior, o índice é <strong>de</strong> 15%, mas<br />

apenas 2% a<strong>de</strong>re totalmente e 5% acolhe<br />

parcialmente.<br />

O brasileiro também tem ido menos às<br />

missas. A presença daqueles que costumam<br />

ir à igreja mais <strong>de</strong> uma vez por semana registrou<br />

queda <strong>de</strong> 34% em 2016 para 29%<br />

em <strong>2022</strong>, e variou <strong>de</strong> 31% para 29% entre<br />

os que vão à igreja até uma vez por semana.<br />

Os evangélicos que frequentam a igreja<br />

mais <strong>de</strong> uma vez por semana perfazem<br />

um índice <strong>de</strong> 53%, ante o universo <strong>de</strong> 17%<br />

dos católicos. A contribuição financeira, no<br />

geral, recuou <strong>de</strong> 42% para 36%. Hoje, 42%<br />

dos evangélicos contribuem para sua igreja<br />

contra 34% dos católicos.<br />

“Nos últimos anos, percebemos a dificulda<strong>de</strong><br />

do catolicismo <strong>de</strong> conversar com<br />

os segmentos mais pobres da socieda<strong>de</strong>,<br />

especialmente na América Latina”, observa<br />

Nunes. A escolha do papa Francisco, o<br />

FalTa na missa<br />

De acordo com pesquisa do Datafolha,<br />

só um em cada cinco eleitores (20%) frequenta<br />

hoje uma igreja ou serviço religioso<br />

com ensinamentos sobre como votar.<br />

As instruções, que atingem 18% dos católicos,<br />

são consi<strong>de</strong>radas totalmente (6%),<br />

parcialmente (6%), e outros 6% não as seguem.<br />

Entre os evangélicos, as orientações<br />

alcançam 28% dos fiéis. Elas são acatadas<br />

integralmente (9%), parcialmente (12%) ou<br />

Igreja Católica busca atrair jovens para renovar rebanho, que vem per<strong>de</strong>ndo fiéis para a Igreja Evangélica<br />

14 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


argentino Jorge Mario Bergoglio, em 2013,<br />

sinalizou uma tentativa <strong>de</strong> aproximação,<br />

mas a Igreja Católica ainda enfrenta <strong>de</strong>safios<br />

para formar novas li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>vido às<br />

exigências do celibato.<br />

O sucesso dos padres que cantam, compõem,<br />

fazem shows e abençoam famosos,<br />

como Padre Marcelo Rossi, Alessandro<br />

Campos, Fábio <strong>de</strong> Melo e Antônio Maria,<br />

entre outros, ajuda, principalmente quando<br />

transmite autenticida<strong>de</strong>. “Não po<strong>de</strong>mos<br />

esquecer que, durante séculos, a principal<br />

inspiração dos compositores clássicos foi<br />

a Igreja. De Bach, Haydn a Men<strong>de</strong>lssohn,<br />

a música sempre esteve no centro da vida<br />

religiosa. Os padres cantores são a presença<br />

atual <strong>de</strong>ssa tradição”, resgata Troiano. A<br />

atuação dos padres famosos cria referência<br />

para o setor, trazendo “formas diferentes<br />

<strong>de</strong> levar a mensagem”, acrescenta Darlan<br />

dos Santos, da Arcanjo.<br />

“existe <strong>de</strong>manda poR<br />

consumo <strong>de</strong> conteúdo<br />

Religioso, o pRoblema é<br />

que, do lado das agências,<br />

há <strong>de</strong>sconhecimento com<br />

Relação a esse público”<br />

Wirestock/Freepik<br />

A presença dos evangélicos mais <strong>de</strong> uma vez por semana na igreja é <strong>de</strong> 53%, ante o universo <strong>de</strong> 17% dos católicos<br />

pregação digiTal<br />

A inflexão ainda vem do ambiente digital,<br />

especialmente para atrair os jovens. Na<br />

Jornada Mundial da Juventu<strong>de</strong> no Panamá,<br />

em 2019, o papa Francisco se referiu à Maria<br />

como a “influencer” <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>monstrando<br />

disposição em conectar uma religião <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> dois mil anos <strong>de</strong> história às novas mídias.<br />

“O próprio papa Francisco tem usado as re<strong>de</strong>s<br />

sociais para se aproximar das pessoas e,<br />

assim, outros religiosos e instituições estão<br />

cada vez mais antenadas com as possibilida<strong>de</strong>s<br />

que esse universo apresenta”, confirma<br />

Santos, da agência Arcanjo.<br />

A explosão no uso dos canais digitais<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 também<br />

chegou à Igreja, que entrou no universo das<br />

lives e transmissões <strong>de</strong> missas e eventos<br />

na televisão, retomando o legado <strong>de</strong>ixado<br />

pelo papa João Paulo II, primeiro a utilizar<br />

<strong>de</strong> forma eficaz as mídias massivas, como<br />

a TV à época. Hoje com presença no Twitter,<br />

canal no YouTube e aplicativos, entre<br />

outras iniciativas, a Santa Sé tenta utilizar<br />

as plataformas para fortalecer a integração<br />

com os fiéis. “As re<strong>de</strong>s sociais na comunicação<br />

das igrejas, templos e grupos religiosos<br />

em geral são uma extensão multiplicada do<br />

trabalho pastoral, que sempre existiu”, sublinha<br />

Troiano.<br />

Na estratégia da agência Arcanjo, o<br />

marketing se baseia nas tradições da Igreja<br />

Católica e seus aspectos próprios <strong>de</strong> evangelização.<br />

“Não trabalhamos a favor <strong>de</strong> um<br />

marketing que tenha como papel frear o<br />

avanço da Igreja Evangélica”, avisa o CEO<br />

Darlan dos Santos.<br />

Mais ágil, porém, a comunida<strong>de</strong> evangélica<br />

ostenta um aparato midiático “porque<br />

enten<strong>de</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prospecção<br />

ativa dos fiéis”, aponta Nunes, da FGV. O<br />

especialista da ESPM, Andrey Albuquerque<br />

Mendonça, tem dúvidas sobre a eficácia na<br />

atração <strong>de</strong> novos a<strong>de</strong>ptos, mas a investida<br />

certamente assegura “retorno financeiro<br />

porque as pessoas preferem ficar <strong>de</strong>vendo<br />

no carnê do que para Deus”, constata. Além<br />

<strong>de</strong> expandir as fronteiras das pregações religiosas,<br />

a mídia apoia o consumo <strong>de</strong> artigos<br />

religiosos do mundo gospel, mercado<br />

avaliado em mais <strong>de</strong> R$ 20 bilhões. A estimativa<br />

citada por Mendonça é <strong>de</strong> antes da<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 e não inclui transações<br />

vindas da compra, locação e reforma<br />

<strong>de</strong> templos.<br />

“Trabalhamos com soluções que vão <strong>de</strong><br />

bíblias, livros e artigos religiosos até educação,<br />

turismo religioso e tecnologia”, revela<br />

o CEO da agência Arcanjo, que entre os<br />

seus clientes tem Canção Nova, Re<strong>de</strong> Vida,<br />

Editora Ave-Maria, Colégios Everest, Re<strong>de</strong><br />

Salvatoriana, Marista e Camilianos, entre<br />

outros. Música, streamings, séries, minisséries,<br />

novelas e artistas caíram nas graças<br />

<strong>de</strong>sse filão. Depois do sucesso <strong>de</strong> Ninguém<br />

Explica Deus, o cantor e compositor Clovis<br />

Pinho trocou o grupo Preto no Branco por<br />

um contrato com a Som Livre. Assinado em<br />

setembro <strong>de</strong> 2020, o acordo encampa a música<br />

Me Ensina a Viver, que soma mais <strong>de</strong><br />

dois milhões <strong>de</strong> visualizações no YouTube.<br />

A Associação das Empresas e Profissionais<br />

Evangélicos (Abrepe) calcula que a música<br />

gospel represente cerca <strong>de</strong> 20% do mercado<br />

fonográfico brasileiro, com vendas anuais<br />

<strong>de</strong> R$ 2 bilhões. O levantamento feito<br />

em 2018 posiciona o Brasil como o segundo<br />

maior mercado gospel do mundo, atrás<br />

apenas dos Estados Unidos.<br />

plano divino<br />

“Existe <strong>de</strong>manda por consumo <strong>de</strong> conteúdo<br />

religioso, e evangélicos são ágeis nessa<br />

oferta. O problema é que, do lado das agências,<br />

há <strong>de</strong>sconhecimento e preconceito<br />

com relação a esse público”, analisa o professor<br />

José Mauro Nunes. Com estruturas<br />

in-house, os players do setor impulsionam<br />

investimentos alheios ao mercado da comunicação.<br />

Para Nunes, o entendimento<br />

sobre diversida<strong>de</strong>, inclusão e representativida<strong>de</strong><br />

contrasta com o <strong>de</strong>spreparo dos<br />

profissionais para lidar com a fatia majoritária<br />

da população.<br />

Falta compreen<strong>de</strong>r essas pessoas para<br />

cumprir o objetivo da <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> dialogar<br />

com aqueles que pensam <strong>de</strong> forma<br />

diferente. “Tentar enten<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong><br />

apenas por intermédio da pauta progressista<br />

é trágico porque temos grupos <strong>de</strong><br />

baixa renda a<strong>de</strong>rindo a pautas conservadoras,<br />

preocupados com filhos, emprego.<br />

Isso explica a popularida<strong>de</strong> do atual presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse segmento”, esclarece<br />

Nunes.<br />

Trendsetters próprios <strong>de</strong> nichos urbanos<br />

escolarizados não chegam à maioria<br />

da população. “É na quebrada, favelas e<br />

bairros populares que a batalha <strong>de</strong> corações<br />

e mentes é travada”, indica o professor<br />

da FGV. Com igrejas abertas o tempo<br />

todo, os pastores evangélicos “foram brilhantes<br />

ao sanar as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />

parcela significativa dos trabalhadores<br />

brasileiros”, afirma Nunes.<br />

Por terem valores diferentes, essas pessoas,<br />

muitas vezes, se sentem ofendidas<br />

quando percebem outros querendo impor<br />

regras e condutas <strong>de</strong> comportamento.<br />

Nunes lembra que a função do marketing<br />

é criar valores e se conectar com pessoas<br />

com necessida<strong>de</strong>s não atendidas. A oportunida<strong>de</strong><br />

não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> milagre. Basta<br />

aceitar com fé.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 15


mercAdo<br />

WeWork investe em primeira<br />

campanha para América Latina<br />

Renunciamos traz vi<strong>de</strong>omanifesto que apresenta posicionamento da<br />

empresa contra antigo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho; ação privilegia digital e OOH<br />

CaRolina Vilela<br />

WeWork <strong>de</strong>u um passo<br />

A adiante na autonomia, conquistada<br />

graças a joint venture<br />

com o SoftBank em 2021, e lançou<br />

a sua primeira campanha<br />

autoral e produzida exclusivamente<br />

para a América Latina.<br />

Antes, as ações eram traduzidas<br />

e adaptadas para a região. A<br />

campanha Renunciamos, criada<br />

pela Super, traz um vi<strong>de</strong>omanifesto<br />

que apresenta o posicionamento<br />

da empresa contra o<br />

mo<strong>de</strong>lo “antigo” <strong>de</strong> trabalho,<br />

com jornadas <strong>de</strong> oito horas, presença<br />

cinco vezes na semana e<br />

um en<strong>de</strong>reço fixo. A campanha<br />

se concentra no digital e OOH.<br />

Além do Brasil, será veiculada<br />

na Costa Rica, Colômbia, Chile,<br />

Argentina, Peru e México.<br />

Segundo Guilherme Trementocio,<br />

CMO da WeWork para a<br />

América Latina, os insights da<br />

publicida<strong>de</strong> vieram dos dados<br />

internos <strong>de</strong> comportamento e<br />

da pesquisa Re<strong>de</strong>finindo mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> trabalho na América Latina,<br />

realizada em parceria com<br />

HSM e Egon Zehn<strong>de</strong>r.<br />

O estudo apontou que 81%<br />

dos executivos na América Latina<br />

têm o mo<strong>de</strong>lo híbrido como<br />

preferência. Esse dado po<strong>de</strong><br />

se somar a outro apontado na<br />

pesquisa People at work <strong>2022</strong>:<br />

a global workforce view, do ADP<br />

Research Institute, que mostrou<br />

que 64% dos entrevistados<br />

procurariam outro emprego se<br />

o presencial diariamente for<br />

obrigatório. Esse número sobe<br />

para 71% entre a população <strong>de</strong><br />

18 a 24 anos.<br />

“Se existe algo muito claro<br />

hoje é que a única constante é<br />

a mudança. Nessa campanha,<br />

nos posicionamos contra o status<br />

quo laboral: renunciamos a<br />

ir todos os dias para o escritório;<br />

a per<strong>de</strong>r horas no trânsito; a<br />

trabalhar em baias; a distância<br />

entre colegas <strong>de</strong> time; a cumprir<br />

horários e não sonhos; a<br />

odiar a segunda-feira; ao trabalho<br />

do passado”, explicou.<br />

Cena do filme Renunciamos, que será veiculado no Brasil, Costa Rica, Colômbia, Chile, Argentina, Peru e México<br />

Guilherme Trementocio: os últimos anos impactaram como as pessoas trabalham<br />

Trementocio assumiu o cargo<br />

<strong>de</strong> CMO da WeWork em novembro<br />

<strong>de</strong> 2021 e a flexibilida<strong>de</strong><br />

do trabalho foi um dos motivos<br />

que o fizeram aceitar o <strong>de</strong>safio.<br />

“O momento do mercado <strong>de</strong><br />

espaços flexíveis foi importante<br />

para a transição. Os últimos<br />

anos impactaram totalmente<br />

a forma como as pessoas trabalham.<br />

Atualmente, temos a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar a história<br />

do trabalho e o modo como<br />

trabalhamos para sempre. O<br />

escritório não morreu, mas o<br />

modo antigo <strong>de</strong> trabalhar, que<br />

tem sido usado há 300 anos<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a revolução industrial,<br />

sim. Participar <strong>de</strong>ssa revolução<br />

me pareceu um excelente <strong>de</strong>safio”,<br />

afirmou o executivo.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com Trementocio,<br />

essa flexibilida<strong>de</strong> do<br />

trabalho é um dos principais pilares<br />

da empresa e fez com que<br />

empresas os buscassem para<br />

enten<strong>de</strong>r como o mo<strong>de</strong>lo híbrido<br />

po<strong>de</strong> ser aplicado no seu<br />

Fotos: Divulgação<br />

“temos a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mudar a história<br />

do trabalho e<br />

o modo como<br />

trabalhamos<br />

para sempre”<br />

contexto. Para isso, a WeWork<br />

lançou o All Access as a Benefit,<br />

ou “vale-escritório”, como é<br />

chamado. “A empresa não precisa<br />

ter uma se<strong>de</strong> na WeWork<br />

para oferecer esse benefício<br />

aos seus colaboradores. Com o<br />

monitoramento do fluxo <strong>de</strong> integrantes,<br />

conseguimos saber<br />

quem são os colaboradores que<br />

estão indo aos prédios, se existe<br />

um dia da semana que eles<br />

frequentam mais, algum horário<br />

do dia, por quanto tempo,<br />

quais ambientes. Esses dados<br />

fornecem uma inteligência capaz<br />

<strong>de</strong> municiar as tomadas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões dos gestores e auxilia<br />

no <strong>de</strong>senho das políticas <strong>de</strong> trabalho”,<br />

explicou o CMO.<br />

16 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


mídia<br />

NEOOH vai comandar projeto <strong>de</strong> out<br />

of home dos shoppings da Partage<br />

Empresa irá cuidar da implantação, gerenciamento e comercialização do<br />

circuito <strong>de</strong> mídia digital nos 12 malls do grupo em diversas regiões do país<br />

Partage, que <strong>de</strong>senvolve e administra<br />

A shopping centers e empreendimentos<br />

imobiliários, escolheu a NEOOH para li<strong>de</strong>rar<br />

o projeto <strong>de</strong> out of home em todos os<br />

seus shoppings. Com a parceria, fica sob a<br />

responsabilida<strong>de</strong> da NEOOH a implantação,<br />

gerenciamento e comercialização <strong>de</strong> todo o<br />

circuito <strong>de</strong> mídia digital nos malls do grupo,<br />

que, segundo a empresa, atualmente recebem<br />

mais <strong>de</strong> 30 milhões <strong>de</strong> pessoas por ano,<br />

bem como <strong>de</strong> seus próximos lançamentos.<br />

“A comunicação é ponto fundamental para<br />

o mercado <strong>de</strong> shopping centers, e ter um<br />

parceiro como a NEOOH certamente vai potencializar<br />

a experiência <strong>de</strong> todo o ecossistema,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> nossos visitantes aos lojistas e<br />

anunciantes”, diz Adriano Capobianco, diretor-comercial<br />

e <strong>de</strong> novos negócios da Partage.<br />

Com o início do projeto, a NEOOH já<br />

trabalha na criação <strong>de</strong> um circuito diferenciado,<br />

focado em telas digitais <strong>de</strong> LED<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s formatos, estrategicamente<br />

adaptadas a cada ambiente e ao conceito<br />

Phygital 2.0 da empresa.<br />

“Levaremos aos shoppings da Partage<br />

não apenas equipamentos <strong>de</strong> última geração,<br />

mas soluções completas <strong>de</strong> OOH muito<br />

além das telas, integradas a soluções que<br />

passam por mídia mobile geoposicionada,<br />

possibilida<strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong><br />

e até entregas complementares em games.<br />

Queremos oferecer a melhor experiência<br />

para os visitantes e as melhores oportunida<strong>de</strong>s<br />

aos anunciantes”, comenta Leonardo<br />

Chebly, CEO da NEOOH.<br />

O Grupo Partage possui hoje 12 shoppings<br />

centers em diversas regiões do Brasil, em<br />

capitais e cida<strong>de</strong>s estratégicas como Cuiabá<br />

(MT), Natal (RN), Campina Gran<strong>de</strong> (PB),<br />

Rio Gran<strong>de</strong> (RS), São Gonçalo (RJ) e Betim<br />

(MG). Além disso, segundo a empresa, vai<br />

investir mais <strong>de</strong> R$ 800 milhões nos próximos<br />

lançamentos <strong>de</strong> dois empreendimentos<br />

proprietários, em São Paulo e Brasília.<br />

A NEOOH é uma das maiores empresas<br />

brasileiras do segmento out of home em<br />

aeroportos e terminais <strong>de</strong> passageiros, com<br />

presença em mais <strong>de</strong> 120 <strong>de</strong>les distribuídos<br />

por todo o Brasil. Após a parceria com o Grupo<br />

Partage, a companhia expan<strong>de</strong> ainda mais<br />

sua penetração em outros ambientes estratégicos<br />

e <strong>de</strong> alta circulação <strong>de</strong> público, on<strong>de</strong><br />

já possui mais <strong>de</strong> 200 ativos entre parques,<br />

supermercados, shoppings e espaços corporativos.<br />

Com circuito <strong>de</strong> mídia que impacta<br />

mais <strong>de</strong> 800 milhões <strong>de</strong> pessoas por ano, a<br />

operação é a primeira <strong>de</strong> OOH no mundo a<br />

zerar 100% <strong>de</strong> sua pegada <strong>de</strong> carbono.<br />

Fachada <strong>de</strong> um dos shoppings do Grupo Partage, em Natal; companhia tem ao todo 12 <strong>de</strong>les em várias cida<strong>de</strong>s<br />

REPOSITIONING<br />

OR DIE!<br />

"Se a oportunida<strong>de</strong> não<br />

bater, construa uma porta",<br />

Milton Berle<br />

Planejamento e Reposicionamento<br />

Estratégicos Sob a Ótica do Mercado<br />

(11) 3231-3998/2339<br />

madiamundomarketing.com.br<br />

(11) 98990-0346<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 17


mídia<br />

Globo tem plano para pequenas<br />

e gran<strong>de</strong>s marcas na Black Friday<br />

Valeria Soska: “Temos a expectativa <strong>de</strong> uma edição com ainda mais crescimento”<br />

Divulgação<br />

Globo Friday foi<br />

<strong>de</strong>senhado em<br />

cima <strong>de</strong> soluções<br />

customizadas<br />

De olho na Black Friday, uma das principais<br />

datas comerciais do ano, a Globo<br />

disponibilizou na semana passada a<br />

Globo Friday, um hub contendo trilhas <strong>de</strong><br />

conteúdo, dados e insights <strong>de</strong> pesquisas,<br />

além <strong>de</strong> opções comerciais.<br />

O plano foi <strong>de</strong>senhado em cima <strong>de</strong><br />

soluções customizadas com o objetivo<br />

<strong>de</strong> dar mais liberda<strong>de</strong> ao anunciante na<br />

construção <strong>de</strong> estratégias. Assim, como a<br />

própria companhia afirma, a i<strong>de</strong>ia é “oferecer<br />

uma Globo Friday para todos”, que<br />

engloba opções que vão valorizar do pequeno<br />

ao gran<strong>de</strong> anunciante.<br />

“Ampliamos o projeto <strong>de</strong>ste ano em todas<br />

as dimensões, com a oferta <strong>de</strong> um pacote<br />

modular, que dá maior liberda<strong>de</strong> para<br />

que cada marca possa escolher on<strong>de</strong> anunciar<br />

e para os<br />

tamanhos <strong>de</strong><br />

bolso”, <strong>de</strong>clara<br />

Valeria<br />

Soska, diretora-comercial<br />

da Globo,<br />

acrescentando:<br />

“Com isso,<br />

temos a ex-<br />

pesquisa revela<br />

que 50% dos<br />

consumidores<br />

preten<strong>de</strong>m<br />

comprar algum<br />

produto na<br />

Black Friday<br />

pectativa <strong>de</strong><br />

uma edição<br />

com ainda mais crescimento para a Globo<br />

e oportunida<strong>de</strong>s para nossos parceiros <strong>de</strong><br />

negócios”, afirma.<br />

Entre os dados disponibilizados pela<br />

Globo está a pesquisa Termômetro <strong>de</strong><br />

Consumo, que revela que 50% dos consumidores<br />

preten<strong>de</strong>m comprar algum produto<br />

durante a Black Friday, número 3%<br />

superior em comparação ao ano anterior.<br />

Com recorte da classe A, esse número é<br />

ainda maior, chegando em 65%. O levantamento,<br />

que ouviu 2 mil brasileiros, todos<br />

com a acesso à internet, das classes A, B e C<br />

e <strong>de</strong> todas as regiões do país, também aponta<br />

que entre as categorias <strong>de</strong> maior intenção<br />

<strong>de</strong> compra na data estão roupas e acessórios<br />

(20%), aparelhos eletroeletrônicos (15%) e<br />

compras <strong>de</strong> supermercado (14%).<br />

Os artigos esportivos aparecem logo<br />

na sequência, com 12% das intenções <strong>de</strong><br />

compra, levando em consi<strong>de</strong>ração que,<br />

excepcionalmente este ano, a principal<br />

data <strong>de</strong> comércio será realizada logo após<br />

o início da Copa do Mundo.<br />

18 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


opinião<br />

Social.Cortar/Unsplash<br />

o digital e o propósito<br />

do marketing<br />

Sergio PomPilio<br />

Estamos vivendo uma era <strong>de</strong> reinvenção<br />

total da publicida<strong>de</strong> alinhada com o novo<br />

papel das marcas, que assumiram uma<br />

dimensão mais concreta e proativa, com<br />

foco na redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, na promoção<br />

da diversida<strong>de</strong> e na melhoria das<br />

condições humanas e ambientais, iniciativas<br />

que já eram tendências no mercado da<br />

comunicação, mas foram aceleradas com<br />

a Covid-19. Esse impacto, que trouxe um<br />

novo viés às criações publicitarias, muito<br />

mais humanizado e real, foi influenciado<br />

por um novo consumidor, mais engajado,<br />

crítico e com interesse em alinhar seu consumo<br />

ao propósito das marcas. Um consumidor<br />

que espera que as marcas<br />

sejam ativas nas causas<br />

urgentes da socieda<strong>de</strong>. Porém,<br />

essa revolução da publicida<strong>de</strong><br />

também foi provocada pela<br />

digitalização da comunicação,<br />

que trouxe novos canais<br />

<strong>de</strong> mídia, novas tendências, a<br />

mídia programática e, claro,<br />

tecnologias <strong>de</strong> ponta, como inteligência<br />

artificial.<br />

E se cada vez mais os conceitos <strong>de</strong> ESG<br />

são indissociáveis dos propósitos das marcas,<br />

com consumidores reforçando a todo<br />

momento que adotar medidas ambientais,<br />

como combater a mudança climática, <strong>de</strong>ve<br />

ser priorida<strong>de</strong> à frente do crescimento econômico,<br />

conectar lucro e propósito é do <strong>de</strong>safio<br />

do século para as marcas, que precisam<br />

crescer sustentáveis para gerar valor.<br />

Nesse ambiente mutante, o digital é vetor<br />

essencial para o crescimento sustentável e<br />

a construção <strong>de</strong> bases sólidas para o futuro.<br />

O comércio eletrônico e os ambientes<br />

digitais seguem a passos largos. A projeção<br />

<strong>de</strong> crescimento do e-commerce brasileiro<br />

para este ano feita pela ABComm (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Comércio Eletrônico)<br />

é <strong>de</strong> 12%. As expectativas estão positivas<br />

no mundo todo. A América Latina segue<br />

uma curva <strong>de</strong> crescimento acentuada com<br />

aumento <strong>de</strong> 35,4% nas vendas <strong>de</strong> bens <strong>de</strong><br />

“ESG não<br />

podE SEr<br />

apEnaS uma<br />

EStratéGia<br />

dE<br />

markEtinG”<br />

consumo online em 2021. O Fórum Econômico<br />

Mundial projetou que, até o fim<br />

<strong>de</strong> <strong>2022</strong>, mais <strong>de</strong> 60% do PIB global será<br />

digitalizado e cerca <strong>de</strong> 70% do novo valor<br />

criado na próxima década será baseado em<br />

plataformas ativadas digitalmente.<br />

Ao se beneficiar dos ganhos provocados<br />

pela transformação digital e suas novas<br />

tecnologias, as empresas economizam dinheiro,<br />

otimizam tempo e aproveitam melhor<br />

seus recursos, diminuindo o impacto<br />

negativo ao meio ambiente com inovações<br />

eficientes. Nesse interim, as marcas precisam<br />

não só praticar os conceitos <strong>de</strong> ESG,<br />

como comunicar aos seus consumidores.<br />

Tudo isso está testando os profissionais do<br />

marketing ao limite da criativida<strong>de</strong>,<br />

eficiência e competitivida<strong>de</strong>.<br />

E precisamos estar atentos e munidos<br />

<strong>de</strong> informação para nunca<br />

per<strong>de</strong>r o norte da ética.<br />

ESG não po<strong>de</strong> ser apenas uma<br />

estratégia <strong>de</strong> marketing. Se não<br />

for uma estratégia <strong>de</strong> negócio<br />

da companhia, há um risco <strong>de</strong><br />

cair em “greenwashing”. Este<br />

ano, a ABA trará ao mercado o Guia Global<br />

<strong>de</strong> Orientação sobre Alegações Ambientais<br />

da WFA – World Fe<strong>de</strong>ration of Advertisers,<br />

da qual a ABA é filiada e é integrante <strong>de</strong> seu<br />

Executive Committee, que foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

em <strong>de</strong>corrência da assinatura do WFA<br />

Planet Pledge, que a ABA faz parte e tem<br />

o compromisso <strong>de</strong> solidificar um ambiente<br />

<strong>de</strong> marketing confiável, on<strong>de</strong> as sustainability<br />

claims, ou environmental claims<br />

possam ser facilmente fundamentadas.<br />

Guiada pelo propósito <strong>de</strong> mobilizar o<br />

marketing para transformar os negócios<br />

e a socieda<strong>de</strong>, a ABA traz, nesta publicação,<br />

seis princípios que servem <strong>de</strong> orientação<br />

aos profissionais do ecossistema<br />

publicitário, a criarem estratégias <strong>de</strong> marca<br />

mais eficientes e sustentáveis, que contribuam<br />

com o aumento <strong>de</strong> confiança do<br />

consumidor e evitem possíveis armadilhas<br />

e acusações <strong>de</strong> informações falsas ou não<br />

praticadas.<br />

Sergio Pompilio é presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

Superior, presi<strong>de</strong>nte do Conar e vice presi<strong>de</strong>nt<br />

of government affairs & policy latam Johnson &<br />

Johnson<br />

presi<strong>de</strong>ncia@aba.com.br<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 19


EnTrEvisTa<br />

Eduardo TEllEs<br />

diretor <strong>de</strong> marketing do GPA<br />

EsTamos<br />

focando no<br />

rEsgaTE dE<br />

pilarEs<br />

O<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar estabeleceu importante<br />

parceria com Gilberto Gil e a neta <strong>de</strong>le, a<br />

Flor, para trazer <strong>de</strong> volta “musicalida<strong>de</strong>”<br />

à marca, que norteou outras campanhas<br />

da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo. “Foram nossos consumidores que<br />

guiaram essa campanha e são eles que vão cocriar<br />

conosco a nova música da marca”, diz Eduardo<br />

Telles, diretor <strong>de</strong> marketing do GPA, dono da<br />

empresa. Ele se refere ao concurso <strong>de</strong> música que a<br />

re<strong>de</strong> está promovendo para escolher a canção que<br />

vai embalar a comunicação da marca neste semestre,<br />

quando o Pão faz 63 anos <strong>de</strong> vida. Veja a seguir.<br />

Neusa spaulucci<br />

Vocês consi<strong>de</strong>ram que o Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar vive um momento especial.<br />

Por quê?<br />

Este é um ano muito importante<br />

para o Pão do ponto <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong> operações e <strong>de</strong> marca. Do lado<br />

<strong>de</strong> operações, retomamos nosso<br />

plano <strong>de</strong> expansão e temos fortalecido<br />

nosso aplicativo Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar Mais como principal canal<br />

<strong>de</strong> ominicanalida<strong>de</strong>. Agora, estamos<br />

trabalhando uma frente <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong> marca que resgata<br />

pilares estratégicos, como a<br />

musicalida<strong>de</strong>, e reforça o nosso<br />

território, a felicida<strong>de</strong>, iniciando<br />

com uma gran<strong>de</strong> campanha que<br />

é a Nova Música do Pão, ao lado<br />

<strong>de</strong> Gilberto Gil e Flor Gil. O Pão é<br />

uma marca icônica que marcou<br />

a história do varejo alimentar no<br />

Brasil e também a memória dos<br />

consumidores, e são eles que<br />

estão sempre no centro <strong>de</strong> todas<br />

as nossas <strong>de</strong>cisões, inclusive nas<br />

nossas comunicações. Justamente<br />

por isso estamos focando no<br />

resgate <strong>de</strong> pilares que o público<br />

já conhece e se i<strong>de</strong>ntifica, como<br />

a musicalida<strong>de</strong>, afinal, quem não<br />

lembra <strong>de</strong> alguma música do Pão<br />

<strong>de</strong> Açúcar? Foram nossos consumidores<br />

que guiaram essa campanha<br />

e são eles que vão cocriar<br />

conosco a nova música da marca.<br />

Qual a estratégia?<br />

Queremos escrever junto com<br />

quem se relaciona com o Pão um<br />

novo capítulo na história <strong>de</strong>ssa<br />

marca tão amada e já tem sido um<br />

sucesso! São muitas as participações,<br />

inscrições e o engajamento<br />

dos consumidores e também dos<br />

colaboradores. Acreditamos no<br />

potencial <strong>de</strong>sse novo capítulo da<br />

nossa marca e temos muita felicida<strong>de</strong><br />

em po<strong>de</strong>r construir os próximos<br />

passos da nossa história<br />

lado a lado dos consumidores e<br />

apaixonados pela marca Pão.<br />

A parceria com Gilberto Gil foi importante<br />

para o lançamento do concurso?<br />

Com certeza! Este ano é importante<br />

para o Gilberto Gil, que<br />

completou 80 anos em junho,<br />

e ele é um artista fundamental<br />

e importante para a história da<br />

música, que tem inclusive uma<br />

relação <strong>de</strong> longa data com o Pão.<br />

Em 2002, por exemplo, ele tocou<br />

no Pão Music, festival que era<br />

realizado pela marca. Além disso,<br />

trouxemos também para a campanha<br />

a neta do Gil, a Flor, que<br />

também tem vivido um momento<br />

muito especial, lançando sua<br />

carreira solo, com muito sucesso<br />

pela frente.<br />

Por que a escolha recaiu sobre Gil e a<br />

neta <strong>de</strong>le, Flor?<br />

Juntos, o Gil e a Flor trazem<br />

aspectos muito importantes, que<br />

são a felicida<strong>de</strong> e o afeto da relação<br />

avô e neta. Temos a felicida<strong>de</strong><br />

como território da marca Pão<br />

<strong>de</strong> Açúcar e eles personificam<br />

esse sentimento. E os dois também<br />

representam o Pão, já que<br />

Gil tem sua história na música,<br />

que se relaciona com a história<br />

do Pão, e a Flor traz o frescor e a<br />

novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova artista se<br />

lançando, que o Pão também tem<br />

com as frentes <strong>de</strong> inovação. Essa<br />

é uma parceira genuína, que tem<br />

tudo para dar certo. O Pão acredita<br />

no papel das relações e da felicida<strong>de</strong><br />

real e essa troca legítima<br />

<strong>de</strong> afeto, sorrisos e experiência<br />

entre avô e neta contribuem muito<br />

para os valores que a marca<br />

acredita e busca.<br />

Por que a empresa escolheu a musicalida<strong>de</strong><br />

como pilar na estratégia <strong>de</strong><br />

marketing?<br />

O Pão sempre foi musical, com<br />

músicas marcantes como O que<br />

faz você feliz?, com Clarice Falcão,<br />

ou Felicida<strong>de</strong>, com interpretação<br />

<strong>de</strong> Anavitoria, participação<br />

e realização <strong>de</strong> festivais <strong>de</strong> música,<br />

como o Pão Music, e apoio ao<br />

Rock in Rio 2019. A música inspira<br />

e gera trocas, gera relação e<br />

cria laços e memórias, não à toa,<br />

escutando nossos consumidores,<br />

percebemos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> re-<br />

tomar as músicas como pilares<br />

estratégicos da marca Pão. Agora,<br />

estamos em um momento <strong>de</strong> retomada<br />

<strong>de</strong>sse pilar e <strong>de</strong> uma forma<br />

nova por conta da cocriação.<br />

Queremos que vire uma gran<strong>de</strong><br />

conversa com os consumidores,<br />

que a campanha capture a atenção<br />

do público sem ser expositiva,<br />

mas <strong>de</strong> troca e conexão. Vai<br />

ser muito interessante saber, pelo<br />

olhar dos nossos clientes, as músicas<br />

que eles acreditam ter a ver<br />

com a marca. Afinal, temos a felicida<strong>de</strong><br />

como território <strong>de</strong> marca<br />

e a música é uma forma <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> conexão com nossos<br />

consumidores.<br />

Quais outras estratégias serão adotadas<br />

pela marca neste segundo semestre,<br />

já que neste período comemora<br />

seus 63 anos?<br />

O segundo semestre <strong>de</strong>ste ano<br />

será agitado para o Pão <strong>de</strong> Açúcar.<br />

No aniversário <strong>de</strong> 63 anos,<br />

teremos ativações <strong>de</strong> marca e<br />

dinâmicas promocionais nas lojas,<br />

site e benefícios exclusivos<br />

no nosso app para celebrar com<br />

os clientes, além <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

Black Friday e importantes<br />

ações sazonais <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano. E<br />

também teremos novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

marca importantes, como a nova<br />

música do Pão, que vai ser anunciada<br />

no começo do segundo semestre,<br />

já na voz da Flor Gil, no<br />

mesmo período em que estaremos<br />

como apoiadores no Rock In<br />

Rio <strong>2022</strong>, maior festival <strong>de</strong> música<br />

do mundo, do qual somos<br />

apoiadores.<br />

O Pão <strong>de</strong> Açúcar tem planos <strong>de</strong> expansão?<br />

Sim. No ano passado, anunciamos<br />

um plano <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong><br />

100 novas lojas até 2024. Estamos<br />

a todo vapor com as novas lojas e,<br />

apenas neste mês <strong>de</strong> julho, ainda<br />

teremos três inaugurações em<br />

“Foram nossos<br />

consumidores que guiaram<br />

essa campanha e são eles<br />

que vão cocriar conosco<br />

a nova música da marca”<br />

20 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


três estados diferentes, e já abrimos<br />

outras duas nesse mesmo<br />

período.<br />

A pan<strong>de</strong>mia mudou alguma estratégia?<br />

On<strong>de</strong> vocês avançaram e on<strong>de</strong><br />

recuaram?<br />

Quando falamos <strong>de</strong> operação,<br />

sabemos que a pan<strong>de</strong>mia acelerou<br />

e muito o digital. O Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar foi pioneiro no e-commerce<br />

alimentar brasileiro e foi a<br />

primeira re<strong>de</strong> a lançar um programa<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, o Pão <strong>de</strong> Açúcar<br />

Mais, que hoje é nossa principal<br />

plataforma <strong>de</strong> omnicanalida<strong>de</strong>.<br />

Então, tínhamos uma estrutura<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, mas, <strong>de</strong> fato,<br />

tivemos <strong>de</strong> acelerar processos<br />

<strong>de</strong> digitalização para continuar<br />

aten<strong>de</strong>ndo nossos clientes com<br />

excelência. Hoje, temos a estratégia<br />

<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r os clientes on<strong>de</strong>,<br />

como e quando eles quiserem,<br />

um pensamento que já tínhamos<br />

e ganhou força com a pan<strong>de</strong>mia,<br />

principalmente com as estratégias<br />

<strong>de</strong> omnicanalida<strong>de</strong>.<br />

Qual a principal transformação?<br />

A pan<strong>de</strong>mia transformou a relação<br />

<strong>de</strong> pessoas com marcas no<br />

geral, como elas se relacionam<br />

e enxergam as marcas. Nesses<br />

anos, vimos que os consumidores<br />

estavam buscando i<strong>de</strong>ntificação<br />

e conexão <strong>de</strong> seus valores<br />

com as empresas, mas que as<br />

marcas aten<strong>de</strong>ssem às suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e, do nosso lado, isso<br />

é transmitido pela comunicação.<br />

Todas as marcas precisaram se<br />

atentar a isso e mostrar sua relevância<br />

na vida das pessoas, todos<br />

tivemos <strong>de</strong> nos adaptar, priorizar<br />

o que era relevante para as pessoas<br />

naquele momento.<br />

E, internamente, como se <strong>de</strong>u o processo?<br />

Foram dois momentos muito<br />

importantes: o primeiro foi <strong>de</strong><br />

passar serenida<strong>de</strong> e confiança<br />

para nossos consumidores, tanto<br />

nas operações, mantendo as lojas<br />

abastecidas e criando protocolos<br />

sanitários, quanto na comunicação,<br />

é importante que as pessoas<br />

se sintam seguras para entrarem<br />

em nossas lojas e confiantes para<br />

comprar online; <strong>de</strong>pois, entramos<br />

em um momento <strong>de</strong> reforçar<br />

que estamos junto com os clientes,<br />

passando uma mensagem <strong>de</strong><br />

esperança.<br />

Como foi planejada a comunicação<br />

nesse período?<br />

O tempo todo, nossa comunicação<br />

buscou passar confiança e<br />

segurança, por causa do momento<br />

que estávamos passando. Nossas<br />

campanhas foram pautadas<br />

nas mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />

dos consumidores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> preferências<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> e como comprar<br />

(nas lojas, no e-commerce<br />

ou via last millers), como montar<br />

Divulgação<br />

a lista <strong>de</strong> compras da família e<br />

<strong>de</strong>scontos personalizados, por<br />

exemplo. Ao mesmo tempo, as<br />

campanhas trouxeram os valores<br />

das nossas marcas e reforçaram<br />

que estaremos lá para aten<strong>de</strong>r<br />

a nossos consumidores on<strong>de</strong>,<br />

quando e como eles preferirem.<br />

Além disso, focamos muito no<br />

digital, que era on<strong>de</strong> nossos consumidores<br />

estavam.<br />

A pan<strong>de</strong>mia provocou a mudança<br />

no comportamento do consumidor.<br />

Qual a principal <strong>de</strong>las?<br />

O comportamento do consumidor<br />

mudou na pan<strong>de</strong>mia por<br />

diversos motivos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ter <strong>de</strong><br />

concentrar suas compras em menos<br />

locais, comprar online, crise<br />

econômica e mesmo mudanças<br />

na rotina. Como principal e nosso<br />

maior aprendizado, porém,<br />

vemos que essa mudança <strong>de</strong> cenário<br />

ressaltou as empresas que<br />

trabalham com base em seus propósitos<br />

e acreditamos que esse<br />

“a pan<strong>de</strong>mia transFormou<br />

a relação <strong>de</strong> pessoas<br />

com marcas no geral”<br />

será um valor que fortalecerá<br />

cada vez mais a conexão com os<br />

consumidores daqui para a frente.<br />

Tenho certeza que os consumidores<br />

vão continuar se atentando<br />

às marcas que se conectam<br />

com seus valores, por isso a presença<br />

do propósito e dos pilares<br />

da marca nas comunicações foi<br />

muito importante nesse período<br />

e vai continuar sendo.<br />

Qual a percepção do consumidor?<br />

Eles querem sentir que conhecem<br />

a marca, e a marca reconhece<br />

suas necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos<br />

específicos. A felicida<strong>de</strong> dos nossos<br />

clientes e colaboradores é, e<br />

sempre foi, o cerne do propósito<br />

do Pão <strong>de</strong> Açúcar. Durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia, enten<strong>de</strong>mos que esse<br />

propósito se refletiu por meio da<br />

nossa missão, enquanto agentes<br />

transformadores da socieda<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> trabalhar para manter as lojas<br />

abertas, abastecidas e seguras<br />

para os nossos consumidores e<br />

colaboradores e <strong>de</strong> investir em<br />

nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega em<br />

domicílio através do nosso e-<br />

-commerce e do James. Temos<br />

trabalhado todos os dias para<br />

cumprirmos esse papel e vamos<br />

continuar fazendo cada vez mais<br />

por nossos clientes quando tudo<br />

isso passar.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 21


Think wiTh influenCers<br />

CONTEÚDO DE MARCA Think wiTh GooGle<br />

Criação e dados: colaboração<br />

que impulsiona os<br />

resultados das agências<br />

Danilo Futema*<br />

Zé lucas De Paula**<br />

especial para o think with Google<br />

A<br />

digitalização tem<br />

movimentado inúmeras<br />

transformações no<br />

universo do marketing,<br />

e a indústria criativa não fica <strong>de</strong><br />

fora <strong>de</strong>ssas mudanças. Quem<br />

tem encarado isso com mais<br />

intensida<strong>de</strong> são as agências, nas<br />

quais os times <strong>de</strong> criação são<br />

pautados por empatia, repertório<br />

e referências, enquanto o time <strong>de</strong><br />

dados fica em uma outra ponta,<br />

geralmente mais próximo das<br />

discussões sobre resultados <strong>de</strong><br />

negócios.<br />

Essa conhecida disparida<strong>de</strong> entre o lado<br />

mais intuitivo do time <strong>de</strong> criação e os<br />

relatórios milimetricamente calculados<br />

<strong>de</strong> especialistas em dados acabou <strong>de</strong>ixando<br />

o primeiro time mais distante <strong>de</strong> negócios.<br />

Entretanto, sabemos que o papel da<br />

criativida<strong>de</strong> para atingir esses objetivos é<br />

indispensável, ou seja, as discussões <strong>de</strong><br />

performance não <strong>de</strong>veriam ficar somente<br />

entre estratégia e mídia.<br />

E é aí que entra a mudança <strong>de</strong> paradigma.<br />

Nós, criativos e estrategistas, estamos<br />

acostumados à busca eterna das<br />

escolhas i<strong>de</strong>ais. Há sempre um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

termos uma fórmula perfeita e incomparável<br />

que resolverá todos os <strong>de</strong>safios das<br />

marcas, porém o que se vê é uma comunicação<br />

e uma socieda<strong>de</strong> que estão sempre<br />

em movimento. Assim, como seria possível<br />

alcançar esse “i<strong>de</strong>al”, se todo dia algo<br />

novo surge e o conhecimento se expan<strong>de</strong>?<br />

Com os <strong>de</strong>safios expostos pela experiência<br />

do omnicanal e pelo meio do caminho<br />

confuso na jornada do consumidor,<br />

por exemplo, fica cada vez mais evi<strong>de</strong>nte<br />

que não é possível se apegar às certezas.<br />

Não há mais espaço ao que chamamos <strong>de</strong><br />

“criativida<strong>de</strong> dogmática”.<br />

22 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Fica cada vez mais<br />

evi<strong>de</strong>nte que não é<br />

possível se apegar às<br />

certezas: não há mais<br />

espaço ao que chamamos<br />

<strong>de</strong> ‘criativida<strong>de</strong><br />

dogmática’<br />

Pensando numa linha cronológica,<br />

houve uma época em que insights criativos<br />

eram pautados exclusivamente pela<br />

empatia e intuição, e pouco se falava sobre<br />

dados nas agências. Depois que os estudos<br />

<strong>de</strong> dados viraram assuntos do momento,<br />

foi a vez <strong>de</strong> as agências <strong>de</strong> performance<br />

se <strong>de</strong>stacarem. Agora, a roda gira<br />

novamente para uma dinâmica mais balanceada.<br />

Não é possível criar estratégias<br />

que só levem dados em consi<strong>de</strong>ração, como<br />

também não basta apenas a intuição.<br />

Assim, <strong>de</strong>pois do choque inicial, esse<br />

contexto está sendo compreendido e absorvido,<br />

e uma nova conduta começa a<br />

ganhar mais e mais espaço: a cultura do<br />

aprendizado, que é um chamado para que<br />

o time <strong>de</strong> criação e o <strong>de</strong> dados trabalhem<br />

juntos. Agora, como implementamos isso<br />

nas agências? Como provocamos os times<br />

criativos?<br />

1. Tudo bem não ter todas as respostas<br />

Sim, muitas vezes é difícil enten<strong>de</strong>r esse<br />

mundo, mas não precisamos nos tornar<br />

resistentes a ele. O movimento <strong>de</strong>ve ser<br />

<strong>de</strong> enxergar as oportunida<strong>de</strong>s presentes<br />

nesse novo jeito <strong>de</strong> fazer. A cada dia que<br />

passa, há novas ferramentas <strong>de</strong> aprendizado,<br />

métricas diferentes para mensurar,<br />

ou seja, novas formas <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o mundo<br />

por meio dos dados.<br />

Nesse sentido, po<strong>de</strong>mos fazer uma<br />

analogia com o Princípio da Incerteza <strong>de</strong><br />

Werner Heisenberg, no qual ele pontua<br />

que, em um mar <strong>de</strong> informação potencialmente<br />

infinita, é preciso aceitar que nunca<br />

haverá uma resposta <strong>de</strong>finitiva. Assim,<br />

se faz necessário confiar que o processo<br />

<strong>de</strong> teste e aprendizado será fundamental<br />

no direcionamento das nossas ações criativas.<br />

2. Em busca da efetivida<strong>de</strong> criativa<br />

É essencial reconhecer a criação como<br />

parte importante na equação dos resultados<br />

<strong>de</strong> negócios. Logo, pensar na junção<br />

dos estudos <strong>de</strong> dados ao time criativo <strong>de</strong>ve<br />

ser visto como algo que liberta a criação,<br />

garantindo mais segurança nos processos<br />

e resultados. Focar no aprendizado<br />

constante, no test & learning com que os<br />

times <strong>de</strong> BI e <strong>de</strong> mídia já estão mais habituados,<br />

trará maior efetivida<strong>de</strong> criativa.<br />

É, <strong>de</strong> um lado, provar que a criação<br />

funciona e, <strong>de</strong> outro, provocar a criação<br />

<strong>de</strong> que é preciso também pensar em números.<br />

Comece abraçando a cultura <strong>de</strong><br />

aprendizado, inspirando seu time criativo<br />

com essa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentar coisas<br />

novas e testar hipóteses.<br />

3. Acompanhe os aprendizados<br />

dos seus testes<br />

Teste para enten<strong>de</strong>r o que funciona<br />

melhor. Uma vez que você sabe quais são<br />

os seus objetivos, procure <strong>de</strong>scobrir quais<br />

produtos criativos po<strong>de</strong>riam auxiliar<br />

melhor essas metas. Por exemplo, você<br />

po<strong>de</strong> experimentar para <strong>de</strong>scobrir quantos<br />

segundos precisa ter um ví<strong>de</strong>o para<br />

performar bem. Evite as regras do tipo “é<br />

melhor assim”: teste e tire suas dúvidas.<br />

Observe o que realmente condiz com seus<br />

objetivos <strong>de</strong> negócios.<br />

Depois que o criativo está no ar, há<br />

muito a ser feito. Após o lançamento, vo-<br />

cê começa a apren<strong>de</strong>r ainda mais sobre<br />

seu criativo. Talvez haja ajustes que precisam<br />

ser feitos para que resultados futuros<br />

mais interessantes sejam gerados. É<br />

isso que fará você fazer as melhores apostas.<br />

Mais do que buscar respostas <strong>de</strong>finitivas<br />

aos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> impactar e engajar<br />

os clientes, invista na implementação <strong>de</strong><br />

uma cultura <strong>de</strong> aprendizado, que se baseie<br />

em experimentação e testagem consistentes<br />

e constantes.<br />

A cultura do aprendizado <strong>de</strong>finirá os<br />

caminhos para uma nova era <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,<br />

que influencia exponencialmente<br />

os resultados <strong>de</strong> negócios. Para isso, é<br />

preciso <strong>de</strong>ixar a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> lado e conectar<br />

a criativida<strong>de</strong> ao universo <strong>de</strong> dados,<br />

buscando o equilíbrio entre as áreas para<br />

colocar em prática o pensamento <strong>de</strong> crescimento.<br />

Esta cultura serve para que possamos<br />

sair enfim do “e se…” e seguirmos<br />

para o “vamos testar e vamos <strong>de</strong>scobrir”.<br />

*Creative Effectiveness Lead Google<br />

**Head of Creative Works Google<br />

Confira mais artigos no Think with Google.<br />

Acesse thinkwithgoogle.com.br<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 23


we<br />

mkt<br />

Freepik<br />

PS, PA. Pequenas siglas,<br />

gran<strong>de</strong>s diferenças<br />

“Dou valor às coisas pelo que<br />

significam, não pelo que valem”<br />

Gabriel Garcia Marques<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Simples jogo <strong>de</strong> palavras. Na aparência<br />

e entendimento antigo, sim. Só que,<br />

equivocadamente. A diferença é abissal<br />

e possibilita, agora, a re<strong>de</strong>nção da saú<strong>de</strong>,<br />

ao menos, em nosso país. Durante<br />

anos convivemos exclusivamente com o<br />

código Pronto-Socorro. Para tudo e para<br />

todas as situações e circunstâncias. Situações<br />

que <strong>de</strong>mandassem solução imediata.<br />

S-O-C-O-R-R-O!!! Ataque do coração,<br />

facada, aci<strong>de</strong>ntes graves, engasgos e outras<br />

emergências.<br />

Mais adiante, em trabalho <strong>de</strong> consultoria<br />

que a Madia e Associados fez para o Hospital<br />

9 <strong>de</strong> Julho, passamos a conviver com<br />

o código Pronto Atendimento. Para todas<br />

aquelas situações que, por insegurança ou<br />

medo, as pessoas só se sentissem seguras<br />

olhando nos olhos <strong>de</strong> um médico e recebendo<br />

orientação. Isso obrigava aos rebatizados<br />

Pronto Atendimento, em tempos <strong>de</strong><br />

alta <strong>de</strong>manda, recorrerem a uma triagem e<br />

hierarquização na or<strong>de</strong>m dos atendimentos<br />

ou socorros. Em primeiro lugar, as situações<br />

mais dramáticas e perigosas, e, <strong>de</strong>pois,<br />

algumas pessoas correndo o risco <strong>de</strong> passarem<br />

horas esperando por alguma atenção<br />

na medida em que podiam esperar...<br />

Dia 11 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2011, notícia divulgada<br />

pelo governo da Amazônia. “De janeiro<br />

a maio <strong>de</strong>ste ano o número <strong>de</strong> atendimento<br />

nos Prontos-Socorros adultos e infantis<br />

e nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> Pronto<br />

Atendimento da re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

do Amazonas cresceu 22,8% em comparação<br />

com 2010. Das mais <strong>de</strong> 1,3 milhão <strong>de</strong><br />

pessoas atendidas nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> urgência<br />

e emergência em cinco meses <strong>de</strong> 2011,<br />

cerca <strong>de</strong> 40% foram aos locais em busca<br />

<strong>de</strong> consultas médicas para problemas que<br />

po<strong>de</strong>riam ser resolvidos na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção<br />

primária...”. Em 2011, telemedicina<br />

era proibido... E aí os custos dos planos <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, por confundir-se Pronto-Socorro<br />

com Pronto Atendimento, foram pro espaço,<br />

inviabilizando-se... Ninguém mais<br />

conseguia pagar... Os Conselhos <strong>de</strong> Medicina<br />

<strong>de</strong>cidiram flexibilizar, e uma nova<br />

realida<strong>de</strong> passou a mudar radicalmente<br />

esse business no Brasil... Corta para 2021,<br />

reinvenção do Fleury.<br />

Quando se fala em saú<strong>de</strong>, ou doença, e<br />

ouve-se ou lê-se essa palavrinha mágica<br />

Fleury, as pessoas se sentem mais seguras.<br />

Uma marca construída no correr <strong>de</strong> décadas<br />

como a mais cara, mas, e <strong>de</strong> longe, a<br />

melhor e mais confiável. E o Fleury enten<strong>de</strong>u<br />

que o negócio <strong>de</strong> pronto atendimento<br />

está muito mais para os laboratórios e <strong>de</strong>mais<br />

prestadores <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, do<br />

que para os hospitais, muito especialmente<br />

quando os conselhos <strong>de</strong> medicina vergam-<br />

-se à realida<strong>de</strong>, começam a conviver com a<br />

tecnologia e a inteligência artificial, e permitem<br />

a telemedicina, a medicina a distância.<br />

Assim, da aparentemente pequena,<br />

sútil e monumental diferença que existe<br />

entre Pronto-Socorro e Pronto Atendimento,<br />

nasceu um novo e po<strong>de</strong>roso e re<strong>de</strong>ntor<br />

business – em termos econômicos, e em<br />

termos sociais. Ou, como dizem os mais<br />

bocudos, “um fim à frescura” dos que por<br />

qualquer gripezinha corriam e entupiam os<br />

prontos-socorros.<br />

Por R$ 29,90 mês, através <strong>de</strong> um app mais<br />

que amigável, os que a<strong>de</strong>rirem ao Saú<strong>de</strong> ID<br />

do Fleury po<strong>de</strong>rão realizar todas as consultas<br />

a distância. Mais adiante, mediante<br />

algum pagamento adicional, ou específico<br />

diante <strong>de</strong> cada atendimento, ter um contato<br />

físico e presencial com um médico e outros<br />

profissionais da saú<strong>de</strong>, num posto avançado<br />

o mais próximo <strong>de</strong> sua casa. Quem sabe,<br />

mais adiante, numa parceria entre o Fleury<br />

e uma ou muitas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> farmácias. E tudo<br />

começou quando a prática e o tamanho<br />

das contas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e dos hospitais começaram<br />

a urrar as abissais diferenças, embora<br />

na aparência sinônimos, entre PA e PS<br />

– Pronto Atendimento e Pronto-Socorro...<br />

A importância <strong>de</strong> usarem-se as palavras<br />

certas, e <strong>de</strong> se fazer, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> respeitar<br />

na plenitu<strong>de</strong>, o verda<strong>de</strong>iro significado<br />

das palavras.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

24 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

suave coisa nenhuma<br />

Arquivo pessoal<br />

“Sou um criativo movido a raiva. Mas quem vem cruzando comigo<br />

ao longo <strong>de</strong>stes 20 anos <strong>de</strong> profissão po<strong>de</strong> discordar disso”<br />

Jairo an<strong>de</strong>rson<br />

especial para o ProPMarK<br />

Tenho um pequeno escritório em casa,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> trabalho remotamente. Aliás,<br />

foi nesse escritório que escrevi boa parte<br />

<strong>de</strong>sse texto.<br />

Ao lado da mesa em que fica o meu<br />

computador, uma estante reúne alguns dos<br />

meus livros preferidos. Ulisses, do James<br />

Joyce, o livro da minha vida e que acaba <strong>de</strong><br />

completar 100 anos; os três volumes <strong>de</strong> Mitologia<br />

Grega, do professor Junito <strong>de</strong> Souza<br />

Brandão; Pnin, do Vladimir Nabokov; e A<br />

Socieda<strong>de</strong> do Espetáculo, do Guy Debord,<br />

entre outros.<br />

Nessa estante, há também uma máquina<br />

<strong>de</strong> escrever antiga. Uma pequena estátua<br />

da <strong>de</strong>usa grega Atena que o Zig, nosso gato<br />

que não é muito bom em ser gato, já fez o<br />

favor <strong>de</strong> quebrar.<br />

Nas pare<strong>de</strong>s, estão pendurados alguns<br />

<strong>de</strong>senhos do meu filho Antônio: o cara é tão<br />

fascinado por folclore brasileiro que sempre<br />

espalha suas lindas criaturas pela casa.<br />

Para completar o retrato <strong>de</strong>sse meu microcosmo<br />

<strong>de</strong> inspirações, tem também<br />

um quadro. Por estar posicionado na pare<strong>de</strong><br />

em frente ao computador, esse quadro<br />

acabou virando meu fundo <strong>de</strong> tela para as<br />

reuniões no Teams.<br />

Nele, o marrom do papel kraft serve <strong>de</strong><br />

base para o seguinte texto, escrito em vermelho-sangue:<br />

Suave coisa nenhuma.<br />

Mas, embora “suave coisa nenhuma”<br />

seja um trecho da música Amor, dos Secos<br />

e Molhados, esse texto não é bem sobre<br />

amor. Esse texto é sobre raiva.<br />

Sou um criativo movido a raiva. Mas<br />

quem vem cruzando comigo ao longo <strong>de</strong>stes<br />

20 anos <strong>de</strong> profissão po<strong>de</strong> discordar<br />

disso. Raiva e Jairinho na mesma frase? Impossível.<br />

Afinal, tenho a aura agressiva <strong>de</strong> um pintinho<br />

<strong>de</strong> pelúcia com uma faca <strong>de</strong> plástico<br />

na mão. Her<strong>de</strong>i a calma e a fala pausada do<br />

meu pai. Já a abordagem sempre positiva<br />

para a resolução <strong>de</strong> problemas veio da minha<br />

mãe. Ele, baiano; ela, pernambucana:<br />

esses dois aí transbordam amor. Meus pais<br />

são foda.<br />

Essa base formou em mim uma raiva que<br />

traz potência e senso do <strong>de</strong>ver, mas também<br />

respeito e amor pelo outro... E me fizeram<br />

crer que talento e generosida<strong>de</strong> precisam<br />

circular. E que, às vezes, a gente tem <strong>de</strong><br />

ser um leão para continuar sendo o cor<strong>de</strong>iro<br />

que sempre foi.<br />

Ter raiva funciona, gente. Como naquele<br />

Corinthians e Palmeiras das semifinais da<br />

Libertadores <strong>de</strong> 2000. Claramente favorito,<br />

o time do Corinthians era muito melhor.<br />

Mas, durante a preparação para o jogo,<br />

vazou um áudio do Felipão, então técnico<br />

palmeirense, motivando seus jogadores<br />

com a frase que mudou tudo: “Tem <strong>de</strong> ter<br />

raiva <strong>de</strong>ssa porra <strong>de</strong>sse Corinthians”.<br />

Deu certo. Os caras tiveram raiva <strong>de</strong>-<br />

mais, <strong>de</strong>sclassificaram a gente e geraram<br />

uma lembrança futebolística que me dói<br />

até hoje.<br />

Raiva. Está aí um sentimento po<strong>de</strong>roso,<br />

que já guilhotinou reis e rainhas, entre outros<br />

gestos bonitos que fazem do mundo<br />

um lugar melhor.<br />

Se eu comecei falando <strong>de</strong> Secos e Molhados,<br />

vou terminar com outra obra-prima<br />

que insistiu em entrar nessa conversa. Na<br />

música O Ronco da Cuíca, João Bosco e Aldir<br />

Blanc <strong>de</strong>nunciaram: “Roncou, roncou,<br />

roncou <strong>de</strong> raiva a cuíca, roncou <strong>de</strong> fome.<br />

Alguém mandou, mandou parar a cuíca, é<br />

coisa dos home”.<br />

É isso: para mim, a raiva está junto da<br />

fome. Raiva é inspiração, mas também é<br />

sobrevivência. É combustível para juntar<br />

tudo o que eu amo, para criar histórias que<br />

eu ame e possam tocar as pessoas.<br />

Mas não foi coincidência a palavra amor<br />

ter se revelado tantas vezes ao longo <strong>de</strong>sses<br />

parágrafos. Pelo visto, o texto estava querendo<br />

me dizer algo, e acho que ele está certo:<br />

o assunto aqui é raiva.<br />

Mas também é amor. Porque outubro<br />

está chegando e a gente vai precisar <strong>de</strong> muita<br />

raiva e muito amor para enfrentar o que<br />

vem por aí. Tem gente doidinha para mandar<br />

parar a cuíca. “É coisa dos home”, e a<br />

gente já sabe o que fazer.<br />

Jairo An<strong>de</strong>rson é diretor <strong>de</strong> criação da Publicis<br />

Brasil<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 25


quEm fEz<br />

Neusa Spaulucci (interina) nspaulucci@propmark.com.br<br />

proMoÇÃo<br />

A Tigre lançou a promoção A Garra que te Ajuda,<br />

que vai sortear mais <strong>de</strong> R$ 800 mil. A cada<br />

R$ 20, o valor <strong>de</strong> R$ 1 é <strong>de</strong>volvido em cashback<br />

pelo app Pic-Pay. A campanha contempla<br />

estratégia <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> incentivo a compras<br />

dos clientes e lojistas, que po<strong>de</strong>rão ganhar<br />

cashback ao comprar em qualquer ponto<br />

<strong>de</strong> venda ou pela plataforma.<br />

Netza<br />

TIgre<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: A Garra que te Ajuda; CEO: Fabiana Schaeffer;<br />

direção <strong>de</strong> arte: Markus Neme e Daniel Puccioni;<br />

redação: Pedro Piva; estratégia criativa/<br />

planejamento: Fábio Pacheco; produção executiva:<br />

Fernando Luis Silva e Marcia Guerreiro; aprovação<br />

pelo anunciante: Greice Lemos.<br />

aVÓs<br />

No Dia dos Avós (26/7), a Nutren Senior, da<br />

Nestlé, lançou filme em homenagem à relação<br />

entre avós e netos. A campanha preten<strong>de</strong><br />

fugir do conceito tradicional e traz<br />

histórias reais <strong>de</strong> avós e netos que contam<br />

a importância <strong>de</strong> suas relações ao longo da<br />

vida. A marca recriou uma foto <strong>de</strong> infância<br />

para mostrar que o amor é contínuo.<br />

Ogilvy<br />

NeSTLÉ<br />

Título: Nutren Senior - Dia dos Avós; produção<br />

executiva: Juliana Bastos; redatora: Jessyca<br />

Azevedo; fotógrafo: Marcos Alberti; direção:<br />

Alex Batista Filho; produção: Lucas Zalla; aprovação<br />

pelo anunciante: Samantha Bull, Marina<br />

Asfora, Thiago Cesar.<br />

parceiros<br />

Camil investe em campanha cujas principais<br />

estrelas são o arroz e o feijão. A ação <strong>de</strong>staca o<br />

protagonismo da dupla para oferecer energia.<br />

No interior <strong>de</strong> São Paulo, Norte e Nor<strong>de</strong>ste,<br />

o filme foi exibido primeiro no intervalo do<br />

Fantástico, da TV Globo, no último dia 24, seguido<br />

<strong>de</strong> inserções em programas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

audiência nas principais emissoras do país.<br />

lew’lara\tb wa<br />

CAMIL<br />

Título: Camil é a base do Brasil; CEO: Marcia Esteves;<br />

CCO: André Gola; direção executiva <strong>de</strong> criação:<br />

Rodrigo Damatta e Rodrigo Tortima; direção<br />

<strong>de</strong> arte: Thiago Dias e Leonardo Russo; redação:<br />

Thomas Paiva; produtora: Café Royal; aprovação<br />

pelo anunciante: Daniel Cappadona, Juliana Conti,<br />

Aline Pereira, Ivy Oliveira, Isa Telles, Lucas Prado,<br />

Lucas Canalis, Beatriz Sposato e Gustavo Muniz.<br />

26 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


agências<br />

DPZ volta com a marca original<br />

no mês em que completa 54 anos<br />

Iniciais dos sobrenomes dos fundadores da empresa recompõem a<br />

marca, que durante últimos sete anos era acompanhada do “&” e do “T”<br />

Atual board da DPZ: Rejane, Yung, Monica, Diniz e Flavia; executivos assumem novo <strong>de</strong>safio a partir da mudança<br />

Ela está <strong>de</strong> volta. Deixa <strong>de</strong><br />

ser DPZ&T e retorna com a<br />

sua marca original, DPZ, iniciais<br />

dos sobrenomes dos três<br />

fundadores, Roberto Duailibi,<br />

Francesc Petit e José Zaragoza,<br />

que lançaram a agência em julho<br />

<strong>de</strong> 1968. Portanto, no mês<br />

passado ela completou 54 anos.<br />

Sem trocadilho, esse resgate,<br />

segundo os CEOs Benjamin<br />

Yung e Fernando Diniz, é um<br />

símbolo <strong>de</strong> uma DPZ que está<br />

<strong>de</strong> volta para o futuro. “Duailibi,<br />

Petit, Zaragoza e muitos<br />

outros talentos que por aqui<br />

passaram, tornaram estas letras<br />

tão icônicas na publicida<strong>de</strong> brasileira<br />

por um simples motivo:<br />

i<strong>de</strong>ias icônicas. Esse é o legado<br />

e a vocação que seguimos perseguindo”,<br />

diz Yung.<br />

A assinatura da agência também<br />

mudou. DPZ adota, agora,<br />

I<strong>de</strong>ias icônicas constroem<br />

marcas icônicas. A estratégia é<br />

reforçar o próprio histórico <strong>de</strong><br />

criativida<strong>de</strong> da agência.<br />

“A DPZ é uma agência que<br />

sempre perseguiu i<strong>de</strong>ias icônicas,<br />

mas o que mudou na nossa<br />

história atual é a forma como<br />

criamos essas i<strong>de</strong>ias, agregando<br />

o uso <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong>senvolvendo<br />

projetos <strong>de</strong> conteúdo<br />

e ESG, mudando processos e<br />

estruturas internas que acelerem<br />

nossos talentos, trazendo<br />

a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas e<br />

<strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista, e sempre<br />

olhando <strong>de</strong> forma provocativa<br />

para os negócios dos clientes”,<br />

comenta Diniz, acrescentando:<br />

“Essa é uma agência que sempre<br />

se reinventou e foi marcada<br />

por inovação, por olhar para o<br />

futuro e para a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

da comunicação. E essa é exatamente<br />

a essência do trabalho<br />

do novo board <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança da<br />

agência e do nosso projeto junto<br />

ao Grupo Publicis”.<br />

A agência, segundo os executivos,<br />

já vem diversificando os<br />

serviços aos clientes, com projeto<br />

<strong>de</strong> ESG, para Ypê; um processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign thinking, para<br />

Nescafé, da Nestlé; e o Shopping<br />

Flamboyant. “Somos mais<br />

DPZ do que nunca, na inovação<br />

em pensar nosso mercado, nos<br />

valores, na transparência com<br />

os clientes, na busca por i<strong>de</strong>ias<br />

inéditas e, ao mesmo tempo,<br />

eficazes”, afirma Yung.<br />

Diniz e Yung assumiram a<br />

agência há cerca <strong>de</strong> um ano<br />

e <strong>de</strong> lá para cá vêm coor<strong>de</strong>nando<br />

a reestruturação das li<strong>de</strong>ranças<br />

e da operação e têm priorizado<br />

a aceleração <strong>de</strong> novos<br />

negócios, a aplicação <strong>de</strong> conceitos<br />

e metas ESG, a agenda<br />

LGBTQIAP+, a igualda<strong>de</strong> racial<br />

e <strong>de</strong> gênero. Intencionalmente,<br />

meta<strong>de</strong> do board é composta<br />

por mulheres. Grupos <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> cultura e encontros<br />

mensais para <strong>de</strong>bates sobre temas<br />

da contemporaneida<strong>de</strong> foram<br />

formados. “Nossa missão<br />

é transformar os negócios dos<br />

nossos clientes ao mesmo tempo<br />

que impactamos a socieda<strong>de</strong><br />

positivamente. E queremos<br />

clientes que acreditem nisso<br />

“Essa é uma<br />

agência quE<br />

sEmprE sE<br />

rEinvEntou E<br />

foi marcada<br />

por inovação”<br />

Divulgação<br />

também”, ressalta Diniz.<br />

O board <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança da DPZ<br />

é formado por Flavia Cortes<br />

(vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> operações<br />

e negócios), Rafaela Queiroz<br />

(vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia e BI),<br />

Monica Szanto (diretora <strong>de</strong> cultura<br />

e gestão), Fernanda Miné<br />

(head <strong>de</strong> estratégia e ESG), Rejane<br />

Romano (diretora <strong>de</strong> comunicação),<br />

Marcelo Rodrigues<br />

(diretor financeiro), Fabio Losso<br />

(vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> negócios)<br />

e Marcos Yamamura (diretor<br />

<strong>de</strong> gestão e eficiência). Os<br />

principais clientes no portfólio<br />

da DPZ são Renault, Electrolux,<br />

Ypê, Vivo, Pizza Hut, Nestlé,<br />

Ambev, Polenghi, Tok&Stok,<br />

Petrobras e Governo do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Integrante do Publicis Groupe<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011, agência passou<br />

por processo <strong>de</strong> fusão com a<br />

Taterka em 2015 e usou, nos<br />

últimos sete anos, a marca DPZ<br />

acompanhada do símbolo “&” e<br />

da letra “T”.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 27


ESG NO MKT<br />

Freepik<br />

A era da reputação<br />

As empresas estão sendo cobradas por uma<br />

atitu<strong>de</strong> mais sensível às dores da socieda<strong>de</strong><br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

mundo do marketing gira em ciclos.<br />

O Quem é profissional mais rodado, como<br />

eu, já viveu a época da mídia intensiva e<br />

massificada, quando se colocavam todas as<br />

fichas numa alta exposição <strong>de</strong> marca, acreditando<br />

no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influenciar <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>de</strong> compra pela conquista do top of mind.<br />

Veículos <strong>de</strong> massa vendiam o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

alcance <strong>de</strong> tiros <strong>de</strong> canhão, medidos por<br />

GRPs e TARPs. Comprovava-se em números<br />

a relação direta entre o volume <strong>de</strong><br />

mídia e o sucesso comercial <strong>de</strong> produtos.<br />

Bem, não po<strong>de</strong>mos dizer que tal fórmula<br />

estava errada e, até hoje, seu efeito não<br />

seja sensível. Um alto recall e uma lembrança<br />

<strong>de</strong> marca no momento <strong>de</strong>cisivo<br />

são efeitos <strong>de</strong>sejados <strong>de</strong> qualquer plano<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

Esses tempos eram regidos pela fórmula<br />

AIDA: Atenção – Interesse – Desejo –<br />

Aquisição, sequência ainda válida <strong>de</strong>ntro<br />

do conceito inovador do funil <strong>de</strong> vendas.<br />

Ao citar o funil <strong>de</strong> vendas já entro em outro<br />

ciclo do marketing. O ciclo da prepon<strong>de</strong>rância<br />

do mathemarketing, das assertivas<br />

ferramentas do digital.<br />

O ciclo em que se buscava respon<strong>de</strong>r<br />

a uma angústia recorrente do gestor<br />

<strong>de</strong> marketing: “Eu sei que meta<strong>de</strong> dos<br />

meus gastos em marketing é <strong>de</strong>sperdiçada.<br />

O problema é que não sei qual é essa<br />

meta<strong>de</strong>”.<br />

Essa é uma frase que ficou famosa nos<br />

tempos <strong>de</strong> transição do marketing <strong>de</strong> mídia<br />

intensiva para um <strong>de</strong> mídia cirúrgica,<br />

com medições <strong>de</strong> resultado em tempo real,<br />

com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se alterar a mensagem<br />

à medida em que se observa o retorno<br />

da comunicação empregada.<br />

Era o Nirvana do marqueteiro, que podia<br />

medir, em tempo real, o impacto da<br />

sua ação, com flexibilida<strong>de</strong> para alterar<br />

o rumo ao longo do tempo. O problema<br />

é que o excesso <strong>de</strong> métricas e <strong>de</strong> algoritmos<br />

acabou passando a falsa sensação <strong>de</strong><br />

que o investimento em imagem e em lembrança<br />

<strong>de</strong> marca era secundário.<br />

O importante era atingir o potencial<br />

consumidor na hora certa, com a comunicação<br />

certa, para garantir a conversão.<br />

Só “esqueceram” <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a impor-<br />

tância do conhecimento <strong>de</strong> marca e <strong>de</strong> referências<br />

positivas para que um produto<br />

entre na boca do funil.<br />

“Esqueceram” também a importância<br />

da Consi<strong>de</strong>ração no momento da <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> compra. E um novo ciclo aparece, cristalino,<br />

nos dias <strong>de</strong> hoje: o ciclo da reputação.<br />

Com o crescimento da importância<br />

dada às atitu<strong>de</strong>s das empresas e suas marcas<br />

em torno <strong>de</strong> princípios ESG, a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> consumidores mais antenados<br />

está cada vez mais condicionada à<br />

postura institucional das empresas.<br />

Segundo o Reputation Institute, a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> reputação é a seguinte: “Reputação<br />

é a habilida<strong>de</strong> da empresa <strong>de</strong> ganhar<br />

e manter a confiança dos stakehol<strong>de</strong>rs<br />

para comprar, recomendar, investir, trabalhar<br />

ou oferecer ‘benefício da dúvida’<br />

quando a empresa está passando por momentos<br />

críticos”.<br />

São valores que extrapolam a qualida<strong>de</strong><br />

intrínseca dos produtos oferecidos. São<br />

bens intangíveis que elevam a percepção<br />

<strong>de</strong> marca. A constatação mais clara da sua<br />

importância vem <strong>de</strong> uma simples análise<br />

da relação das top 500 empresas listadas<br />

pela S&P. Nada menos do que 90% do valor<br />

<strong>de</strong>ssas empresas são intangíveis.<br />

Com o crescimento do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> verificação<br />

e crítica <strong>de</strong> consumidores mais engajados,<br />

via re<strong>de</strong>s sociais, as empresas estão<br />

sendo cobradas por uma atitu<strong>de</strong> mais<br />

sensível às dores da socieda<strong>de</strong>.<br />

As empresas <strong>de</strong>vem continuar buscando<br />

seu lucro, claro, mas <strong>de</strong>vem olhar também<br />

para as pessoas e o planeta. É a vez<br />

do marketing consciente, do tal do triple<br />

botton line – conceito criado pelo inglês<br />

John Elkington, sintetizado pelos 3 Ps:<br />

Profit (Lucro), People (Pessoas) e Planet<br />

(Planeta).<br />

De nada adiantará a mais eficiente ferramenta<br />

<strong>de</strong> gestão da comunicação se a<br />

empresa emissora <strong>de</strong>ssas mensagens tiver<br />

má reputação. Hoje, a gestão da reputação<br />

é tão importante quanto a dos canais <strong>de</strong><br />

vendas.<br />

É a combinação push & pull. Não ignore<br />

o po<strong>de</strong>r da reputação – ela será cada vez<br />

mais fundamental para a longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

marca.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

28 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


marcas<br />

Wickbold preten<strong>de</strong> se posicionar<br />

como companhia <strong>de</strong> alimentos<br />

Para atingir seus objetivos, empresa vai investir nos próximos três<br />

anos R$ 80 milhões na aquisição <strong>de</strong> fábricas e ampliação <strong>de</strong> portfólio<br />

Marcos BonfiM<br />

Wickbold, conhecida pela<br />

marca homônima e a<br />

A<br />

Seven Boys, comprada em 2015,<br />

preten<strong>de</strong> se posicionar cada<br />

vez mais como uma empresa<br />

<strong>de</strong> alimentos, não só <strong>de</strong> panificação.<br />

É nesse contexto que adquiriu,<br />

no fim do ano passado,<br />

uma fábrica em Guarapuava,<br />

no Paraná, que recebeu o nome<br />

<strong>de</strong> Basteck, homenagem a uma<br />

das matriarcas da<br />

família.<br />

A operação,<br />

anunciada na última<br />

quinta-feira<br />

(28), em São Paulo,<br />

conta com investimentos<br />

<strong>de</strong> R$ 80<br />

milhões, contabilizando<br />

os valores<br />

<strong>de</strong>sembolsados na<br />

compra e os recursos<br />

que serão aplicados<br />

para os próximos<br />

três anos. A<br />

planta vai permitir<br />

que a empresa produza<br />

categorias <strong>de</strong><br />

panificação doce,<br />

como bolo família,<br />

bolo mono porções<br />

e a própria linha <strong>de</strong><br />

panetones, antes feitos<br />

por parceiros.<br />

“Com a aquisição, começamos<br />

a fabricar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa,<br />

sempre com a nossa diferenciação<br />

em qualida<strong>de</strong>”, afirmou<br />

Pedro Wickbold, diretor-geral<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2020 e representante da<br />

quarta geração familiar da companhia.<br />

Outra novida<strong>de</strong> é o lançamento<br />

<strong>de</strong> pães <strong>de</strong> mel e brownies,<br />

que entram pela primeira<br />

vez no portfólio da empresa <strong>de</strong><br />

84 anos. Segundo dados apresentados<br />

pelo executivo, a unida<strong>de</strong><br />

possibilita a produção <strong>de</strong><br />

50 toneladas <strong>de</strong> alimentos por<br />

dia. No caso do panetones, categoria<br />

em que a empresa terá<br />

12 itens entre as duas marcas,<br />

o volume é 14 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

por ano. “São lançamen-<br />

“São lançamentoS<br />

que noS colocam<br />

em outro patamar<br />

na indúStria<br />

alimentícia”<br />

tos que nos colocam em outro<br />

patamar na indústria alimentícia”,<br />

afirma Wickbold.<br />

No primeiro semestre, a fábrica<br />

foi responsável por 5,3%<br />

da receita líquida, percentual<br />

que Wickbold prevê aumentar<br />

ao longo do tempo, a partir <strong>de</strong><br />

novos processos <strong>de</strong> compra,<br />

maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação<br />

e penetração nas<br />

novas categorias. A empresa<br />

também conta com<br />

outras três unida<strong>de</strong>s.<br />

Deve ajudar ainda a<br />

companhia a entregar o<br />

faturamento projetado<br />

para <strong>2022</strong>, <strong>de</strong> R$ 1,6 bilhão,<br />

crescimento <strong>de</strong> 20%<br />

em relação ao exercício<br />

anterior, mesmo diante<br />

<strong>de</strong> um cenário adverso,<br />

com inflação em alta<br />

e preço do trigo impactado<br />

pela guerra na<br />

Ucrânia.<br />

Segundo Wickbold,<br />

o resultado é fruto <strong>de</strong><br />

uma soma <strong>de</strong> fatores,<br />

como o residual do aumento<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong><br />

pães industrializados<br />

na pan<strong>de</strong>mia, repasses<br />

<strong>de</strong> parte da alta <strong>de</strong> preço<br />

aos consumidores e<br />

também ganhos em eficiência<br />

na produção e<br />

operação.<br />

“As margens se achataram,<br />

mas estamos indo razoavelmente<br />

bem neste ano. Temos<br />

feito um movimento importante<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, logo que<br />

nunca conseguimos repassar<br />

tudo”, explicou o executivo.<br />

Além da compra da unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Guarapava, ele <strong>de</strong>ixou claro<br />

que a companhia preten<strong>de</strong> fazer<br />

novos movimentos e está<br />

observando outros segmentos<br />

<strong>de</strong>ntro da indústria <strong>de</strong> alimentos<br />

que apresentem sinergia.<br />

“Como mensagem, estamos<br />

olhando com apetite o mercado”,<br />

afirmou.<br />

Atualmente, segundo dados<br />

Nielsen, a Wickbold é li<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

mercado em pães industrializados<br />

e também em pães especiais,<br />

on<strong>de</strong> <strong>de</strong>tém 47% <strong>de</strong> participação.<br />

comunicação<br />

Para contar as novida<strong>de</strong>s aos<br />

consumidores, a empresa preten<strong>de</strong><br />

investir em movimentos<br />

distintos para cada uma das<br />

marcas.<br />

Para Sevem Boys, o foco será<br />

numa promoção em que oferecerá<br />

prêmios <strong>de</strong> R$ 1 mil, ao<br />

passo que Wickbold terá atuação<br />

centrada em re<strong>de</strong>s sociais e<br />

ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustação no ponto<br />

<strong>de</strong> venda.<br />

“A gente quer aproveitar essa<br />

qualida<strong>de</strong> para que o consumidor<br />

coloque o panetone Wickbold<br />

na boca, igual o pão <strong>de</strong><br />

mel, que a gente enten<strong>de</strong> que<br />

é um caminho sem volta”, explicou.<br />

Canais mais massivos<br />

<strong>de</strong> mídia estão <strong>de</strong>scartados no<br />

momento pela companhia, que<br />

tem segurado os investimentos<br />

em marca no ano.<br />

jornal propmark - <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 29


última página<br />

Paico Oficial/Unsplash<br />

De <strong>2022</strong><br />

a 2032<br />

Flávio Waiteman<br />

Publicida<strong>de</strong> na década <strong>de</strong> 1950, 1960 e<br />

1970 servia para ensinar as pessoas<br />

sobre as inovações que chegavam a todo<br />

o momento, vindas das indústrias e laboratórios,<br />

universida<strong>de</strong>s, Nasa, Vale do Silício.<br />

Patentes <strong>de</strong> novos produtos inundavam<br />

a vida das pessoas e a publicida<strong>de</strong> explicava<br />

para que servia cada <strong>de</strong>talhe do produto.<br />

Ensinava como usar mesmo. Era a inovação<br />

do mundo mo<strong>de</strong>rno. Micro-ondas,<br />

encera<strong>de</strong>ira, máquina <strong>de</strong> lavar roupa e até<br />

novas funções nos automóveis. A publicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobriu formas interessantes<br />

e criativas <strong>de</strong> explicar<br />

para as pessoas como o mundo<br />

funcionava.<br />

Entretanto, um pouco <strong>de</strong>pois<br />

em 1980 e 1990, a inovação <strong>de</strong><br />

nosso dia a dia reduziu sua intensida<strong>de</strong><br />

e a competição entre<br />

fabricantes <strong>de</strong> produtos acirrou-se.<br />

Já não bastava explicar<br />

para que servia um produto ou<br />

outro, pois já se conheciam as<br />

inovações. Era preciso diferenciar<br />

dois produtos parecidos, que faziam a<br />

mesma coisa, porém <strong>de</strong> maneira particular.<br />

E a publicida<strong>de</strong> se tornou diferenciadora <strong>de</strong><br />

marca. Selecionando pequenas verda<strong>de</strong>s e<br />

características dos produtos e comunicando-as<br />

com um pouco <strong>de</strong> humor ou emoção.<br />

A publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobriu a criativida<strong>de</strong> para<br />

diferenciar produtos, criar marcas e estabelecer<br />

cultura.<br />

Nessa época e durante os anos 2000, a<br />

comunicação publicitária continuou fazendo<br />

comunicação explicativa, quando necessário;<br />

também sobre inovações, quando<br />

essas aconteciam; e começou a fazer um<br />

mea culpa sobre seus exageros. Começaram<br />

os questionamentos sobre a comunicação<br />

<strong>de</strong> cigarro, açúcar, drogas. E no caso do<br />

“As mArcAs<br />

conversAm,<br />

trocAm<br />

i<strong>de</strong>iAs e se<br />

posicionAm<br />

sobre o que<br />

AcreditAm ou<br />

como veem<br />

o mundo”<br />

Brasil, em particular, a comunicação ensinou<br />

um país inteiro, com extremo déficit <strong>de</strong><br />

aprendizado e compreensão <strong>de</strong> mensagem,<br />

a usar camisinha e se precaver da Aids com<br />

Bráulio, entre outras campanhas.<br />

Ensinou também a todos os brasileiros<br />

a tomar vacina, com o Zé Gotinha. Hábito<br />

que nem toda a mentira sobre cloroquina e<br />

outros <strong>de</strong>lírios oficiais conseguiu <strong>de</strong>struir.<br />

Bastou ter a vacina e a gran<strong>de</strong> parte dos brasileiros<br />

foi tomar suas doses. Nessa época<br />

a mensagem publicitária no Brasil, que por<br />

um lado encantava e competia com os programas<br />

<strong>de</strong> altíssima audiência,<br />

também ajudava a população a<br />

sobreviver e adoecer menos, fortalecendo<br />

o maior e mais importante<br />

sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do mundo,<br />

o SUS.<br />

De 2010 a 2020, basicamente,<br />

as inovações foram em software<br />

e hardware para que algumas<br />

empresas nos encontrassem e<br />

nos tornassem audiência ou impulsionasse<br />

o jeito como usamos<br />

as inovações que vinham nos últimos<br />

50 anos. Apren<strong>de</strong>mos a pedir carro,<br />

encomendar o almoço, se guiar por mapas<br />

e viver via apps. Hoje as marcas conversam,<br />

trocam i<strong>de</strong>ias e se posicionam sobre o que<br />

acreditam ou como veem o mundo.<br />

E na próxima década qual será o papel da<br />

publicida<strong>de</strong> das marcas no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da socieda<strong>de</strong>, já que as inovações realmente<br />

disruptivas se esgotam e a tecnologia<br />

atinge o ápice <strong>de</strong> atenção do que o ser<br />

humano po<strong>de</strong> suportar? Nessa nova década,<br />

muito provavelmente, será sobre as correções<br />

<strong>de</strong> rota da última e em cima do comportamento<br />

humano moldado nesses dois<br />

anos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. É do comportamento<br />

humano hoje que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o mundo, seus<br />

recursos, a <strong>de</strong>mocracia, o ESG etc.<br />

Flávio Waiteman é CCO/Foun<strong>de</strong>r da Tech and<br />

Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

30 <strong>1º</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark


Marcello Barbusci<br />

Para toda boa criação<br />

há uma referência.<br />

We transforme your dream<br />

Na<br />

em<br />

sua<br />

in realida<strong>de</strong> a reality<br />

impressão<br />

on no paper. papel.<br />

também.<br />

Nós transformamos seu sonho<br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />

segmentadas magazines Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

Targeted Revistas<br />

segmentadas magazines<br />

Jornais We etransforme Didatic Livros Catalogs Catálogos your and e dream Paper Papel<br />

Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

in a reality on paper.<br />

Newspapers<br />

For Para For more maiores more information, informações call call us ligue us on on +55 para +55 11 11 2065 0766<br />

ou envie or drop um or us drop e-mail an us email para an email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

ca.com.br<br />

Para For maiores more information, informações call ligue us on para +55 11 112065 0766<br />

ou envie um or drop e-mail us para an email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />

Rua François Coty, 228 | Cambuci, São Paulo - SP | Brazil | www.referenciagrafica.com.br<br />

www.referenciagrafica.com.br<br />

Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />

www.referenciagrafica.com.br


Às vezes parece que o<br />

foco da11:21 é a<br />

gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia, quando<br />

na verda<strong>de</strong> é o<br />

resultado. É que nada<br />

traz mais resultado<br />

do que a gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia.<br />

Somos creators e fazeitors.<br />

onzevinteum.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!