You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
mercado<br />
Fotos: Divulgação<br />
“é precisO cOnsi<strong>de</strong>rar<br />
fOrmas <strong>de</strong> remuneraçãO<br />
direta, que pO<strong>de</strong>m<br />
ser mais a<strong>de</strong>quadas à<br />
realida<strong>de</strong> dO mercadO”<br />
Sandra Martinelli: “Recomendação <strong>de</strong> boas práticas”<br />
comprador, ele vai fazer esse tipo <strong>de</strong><br />
questionamento sobre preço, questões<br />
contratuais, até numa linha <strong>de</strong> confirmação<br />
mesmo”, pon<strong>de</strong>ra.<br />
Apesar <strong>de</strong> o preço continuar sendo importante<br />
em uma concorrência, ele ressalta<br />
que os princípios ESG (Environmental,<br />
Social and Governance) têm se tornado<br />
cada vez mais um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempate<br />
na escolha <strong>de</strong> um fornecedor <strong>de</strong> comunicação.<br />
“Toda concorrência é ancorada<br />
em dois critérios principais, técnica e comercial.<br />
Mas a tendência no futuro é que<br />
princípios envolvendo ESG sejam mais<br />
prepon<strong>de</strong>rantes que a questão comercial.<br />
Hoje, o ESG é um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempate,<br />
com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> o anunciante trabalhar<br />
com agências que tenham uma agenda<br />
positiva nesse aspecto”, reforça o CEO do<br />
Procurement Club.<br />
cortina <strong>de</strong> fumaça<br />
Neste ano, a Associação Brasileira das<br />
Agências <strong>de</strong> Comunicação (Abracom) realizou<br />
um levantamento que apontou que<br />
das 45 principais concorrências privadas<br />
realizadas no Brasil para serviços <strong>de</strong> comunicação,<br />
64% não apresentaram dados claros<br />
sobre os critérios <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> seleção<br />
das propostas dos participantes. No<br />
mesmo levantamento, 77% dos pedidos <strong>de</strong><br />
propostas não tinham dados claros sobre<br />
verbas ou como o dinheiro seria utilizado<br />
nas estratégias <strong>de</strong> comunicação.<br />
“Para nós, isso é um indicativo <strong>de</strong> que<br />
os processos <strong>de</strong> concorrência são apenas<br />
uma ‘cortina <strong>de</strong> fumaça’ com o objetivo <strong>de</strong><br />
renegociar a remuneração da agência atual<br />
do anunciante. Outro dado importante<br />
é que das 45 concorrências, apenas 30%<br />
resultaram em contratação dos participantes.<br />
Na maioria dos casos, ninguém foi<br />
contratado, e muitas vezes os participantes<br />
sequer receberam feedbacks sobre a<br />
disputa”, relembra Mario D’Andrea.<br />
Sobre remuneração <strong>de</strong> agências, a ABA<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a livre negociação entre agências<br />
e clientes. “Enten<strong>de</strong>mos que o mercado<br />
Live marketing enfrenta jo<br />
Do lado das agências <strong>de</strong> live marketing,<br />
a situação é ainda mais crítica.<br />
A Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional<br />
(Ampro) lançou recentemente a campanha<br />
ESG – Estamos Esgotados, que faz<br />
uma analogia com os princípios <strong>de</strong> ESG<br />
(Environmental, Social and Governance)<br />
para reivindicar boas práticas por parte<br />
dos anunciantes, como o fim dos longos<br />
prazos <strong>de</strong> pagamentos e do contrato job a<br />
job, com objetivo <strong>de</strong> negociar preço.<br />
“Para a Ampro, esse mo<strong>de</strong>lo vai na<br />
contramão da eficiência, pois <strong>de</strong>manda<br />
muito das agências (equipe, investimento,<br />
tempo), sendo que a maioria<br />
dos projetos ‘será <strong>de</strong>scartada’, o que<br />
acaba ferindo o olhar <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>”,<br />
afirma Heloisa Santana, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Ampro. Pesquisa da entida<strong>de</strong><br />
com associados mostrou também que o<br />
gran<strong>de</strong> critério <strong>de</strong> escolha está em preço<br />
(74,1%). Criativida<strong>de</strong> e planejamento<br />
têm uma larga diferença no critério.<br />
André Gurgel, CEO do Procurement<br />
Club, consi<strong>de</strong>ra um absurdo o anunciante<br />
querer trabalhar com prazos <strong>de</strong><br />
pagamento <strong>de</strong> até 180 dias. “Isso é lamentável.<br />
Se ele pagar num prazo a<strong>de</strong>quado,<br />
<strong>de</strong> 30 dias, vai pagar um valor,<br />
mas se pagar em 180 dias vai pagar um<br />
valor reajustado. Não tem almoço grátis.<br />
Ninguém vai cobrar o mesmo preço<br />
para um pagamento <strong>de</strong> 180 dias. Se<br />
gerou um mercado <strong>de</strong> financeiras totalmente<br />
<strong>de</strong>snecessário, <strong>de</strong> antecipação<br />
<strong>de</strong> pagamento para fornecedor”.<br />
Segundo ele, algumas áreas <strong>de</strong> compras<br />
têm como meta aumentar o prazo<br />
médio <strong>de</strong> pagamento porque acham<br />
que melhoram o fluxo <strong>de</strong> caixa. “Acho<br />
isso uma burrice, não faz sentido, sou<br />
terminantemente contra”.<br />
Mario D’Andrea: “Degradação no ambiente <strong>de</strong> negócios”<br />
“OutrO pOntO sensível<br />
é que O prazO<br />
curtO para execuçãO<br />
das cOncOrrências<br />
reduz a entrega <strong>de</strong><br />
melhOres sOluções”<br />
Por outro lado, ele pon<strong>de</strong>ra que cabe<br />
uma autoanálise por parte das agências<br />
para melhorar a comunicação com os<br />
clientes, a fim <strong>de</strong> que eles percebam o diferencial<br />
criativo. “Mas vale lembrar que<br />
a questão <strong>de</strong> custos hoje é algo super-relevante<br />
para as marcas, o que <strong>de</strong>safia as<br />
agências a serem criativas com um menor<br />
orçamento possível”, raciona.<br />
Na avaliação da CGO da Scopen, Graziela<br />
Di Giorgi, uma alternativa <strong>de</strong> rever<br />
as concorrências job a job é evi<strong>de</strong>nciar as<br />
vantagens em se investir o orçamento do<br />
anunciante em relações contínuas. “Uma<br />
das vantagens que a relação contínua<br />
oferece é a <strong>de</strong> permitir um maior tempo<br />
<strong>de</strong> aprendizado para a agência entrar no<br />
negócio da marca e, como consequência,<br />
criar soluções mais relevantes e pertinentes<br />
para a empresa”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Graziela.<br />
Ela salienta que a prática <strong>de</strong> pagamento<br />
<strong>de</strong> longo prazo (90 a <strong>12</strong>0 dias) prejudica<br />
fortemente o mercado e é preciso também<br />
evi<strong>de</strong>nciar isso. “Um acordo coletivo que<br />
coloque limite a este tipo <strong>de</strong> prática se faz<br />
cada vez mais necessário. Mas, para isso<br />
acontecer é preciso que este acordo coletivo<br />
se torne um compromisso respeitado<br />
24 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark