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outro, chamado Enmeduranki, foi com toda probabilidade o protótipo do
Henoc bíblico, aquele que foi elevado ao céu depois de confiar a seus
filhos o livro dos segredos divinos, e do qual possivelmente tenha
sobrevivido uma versão no extra-bíblico Livro de Henoc.
Apesar de ser o primogênito de Anu, Enki não estava destinado a ser o
sucessor de seu pai no trono de Nibiru. Algumas complexas normas
sucessórias, reflexo da convulsa história dos nibiruanos, dava
esse privilégio ao meio-irmão de Enki, Enlil. Em um esforço por resolver
este azedo conflito, Enki e Enlil terminaram em uma missão em um
planeta estranho - a Terra-, cujo ouro necessitavam para criar um
escudo que preservasse a, cada vez mais, tênue atmosfera de Nibiru.
Foi neste marco, complicado ainda mais com a presença na Terra de
sua meio-irmã Ninharsag (a oficial médica-chefe dos Anunnaki), onde
Enki decidiu desafiar os planos de Enlil em fazer com que a
Humanidade perecesse no Dilúvio.
O conflito seguiu adiante entre os meio-irmãos, e inclusive entre seus
netos; e o fato de que todos eles, e especialmente os nascidos na Terra,
enfrentassem-se à perda de longevidade que o amplo período orbital de
Nibiru lhes proporcionava, incrementou ainda mais as angústias
pessoais e aguçou as ambições. E tudo isto culminou no último século
do terceiro milênio a.C. quando Marduk, primogênito de Enki, com sua
esposa oficial proclamou que ele, e não o primogênito de Enlil, Ninurta,
devia herdar a Terra. O amargo conflito, que supôs o desenvolvimento
de uma série de guerras levou, afinal, à utilização de armas nucleares;
embora não intencionado, o resultado de tudo isso foi o afundamento da
civilização suméria.
A iniciação de indivíduos escolhidos nos “segredos dos deuses” marcou
o início do Sacerdócio, as linhagens de mediadores entre os deuses e o
povo, os transmissores da Palavra Divina aos mortais terrestres. Os
oráculos (interpretações dos pronunciamentos divinos) mesclaram-se
com a observação dos céus em busca de augúrios. E à medida que a
Humanidade se viu arrastada a tomar parte nos conflitos dos deuses, a
Profecia começou a jogar seu papel. De fato, a palavra para designar a
estes porta-vozes dos deuses que proclamavam o que ia passar, Nabih,
era o epíteto do filho primogênito de Marduk, Nabu, que em nome de
seu pai exilado, tentou convencer à Humanidade de que os signos
celestes indicavam a iminente supremacia de Marduk.
Este estado de coisas levou a necessidade de diferenciar entre Sorte e
Destino. As promulgações de Enlil, e às vezes inclusive de Anu, que
sempre tinham sido indisputáveis, viam-se sujeitas agora ao exame
da diferença entre o NAM (o Destino, como as órbitas planetárias, cujo
curso está determinado e não se pode trocar) e NAM.TAR, literalmente,
o destino que pode ser torcido, quebrado, trocado (que era a Sorte ou
o Fado). Revisando e rememorando a seqüência dos acontecimentos, e
o paralelismo aparente entre o que tinha acontecido no Nibiru e o que
tinha ocorrido na Terra, Enki e Enlil começaram a
ponderar filosoficamente o que, certamente, estava destinado e não se
podia evitar, e o fado que vinha como conseqüência de decisões
acertadas ou equivocadas e do livre arbítrio. Estas não se podiam
predizer, enquanto que as primeiras se podiam antecipar
(especialmente, se eram cíclicas, como as órbitas planetárias; se o que
foi voltaria a ser, se o Primeiro também seria o Último).