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001 - Lucas Comentario - Copia

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AT; aparições de anjos; “cânticos”, piedade judaica e discursos diretos. 38 Bock faz o seguinte

comentário sobre essa sessão:

O maior objetivo da narrativa [da infância] é dar uma visão geral do plano de Deus ao mostrar

o relacionamento entre Jesus e João. João é o precursor que anuncia a chegada do

cumprimento, mas Jesus é o cumprimento. Jesus é superior a João em tudo. João nasce de

uma situação de esterilidade; Jesus nasce de uma virgem. João é o grande profeta diante do

Senhor; Jesus é o grande e prometido governante dravídico. João pavimenta o caminho; Jesus

é o caminho. 39

Levando em consideração uma abordagem mais semântica, os seguintes conceitos se

mostram bastante importantes na narrativa da infância, emprestando a ela coerência e unidade por

meio de sua repetição: louvor, Espírito Santo 40 , coração, alegria, salvação, poder, santidade, templo,

Jerusalém. 41 Kuhn fala da importância da narrativa de infância dentro do seu contexto literário grecoromano

e sintetiza diversas observações que fizemos até aqui:

Na biografia Greco-romana, era comum os escritores aludirem a histórias do personagem

principal em seu nascimento e primeiros anos, focando nos eventos e discursos que

revelavam o caráter, habilidades especiais e vocação do sujeito. Incorporando essa forma ao

38

Bock faz a seguinte lista de característica: “A narrativa da infância é uma sessão fundamental do seu evangelho, visto

que ela introduz os temas principais. A narrativa bíblica usa uma variedade de meios para apresentar o seu ponto de

vista: (1) recapitular ou prever eventos; (2) usar a Escritura para revelar o propósito de Deus; (3) revelar os propósitos

de Deus por meio de agentes comissionados; e (4) dar testemunho por meio de personagens confiáveis dentro do

relato (Tannehill 1986: 21–22). O material de infância de Lucas utiliza todos esses: (1) o relato é obviamente uma

previsão do evangelho de Lucas; (2) alusões ao Antigo Testamento dominam os dois capítulos; (3) dois agentes chave

são revelados e comissionados: João Batista e Jesus (o papel de cada um emerge no anúncios de Gabriel, o arcanjo e

por meio dos hinos de Maria e Zacarias); (4) testemunho adicional vem de Simeão e Ana, profetas de piedade judaica”.

Darrell L. Bock, Luke: 1:1–9:50 (vol. 1; Baker Exegetical Commentary on the New Testament; Grand Rapids, MI: Baker

Academic, 1994), 68.

39

Darrell L. Bock, Luke: 1:1–9:50 (vol. 1; Baker Exegetical Commentary on the New Testament; Grand Rapids, MI: Baker

Academic, 1994), 68.

40

Sobre o papel do Espírito Santo na narrativa da infância, veja Roger Stronstad, The Charismatic Theology of St. Luke:

Trajectories from the Old Testament to Luke-Acts (Second Edition.; Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2012), 40-3.

41

Note como este relato introduz não somente o evangelho, mas também o livro de Atos: “A história do nascimento

narrada por Lucas contém a maioria dos temas teológicos que serão importantes no restante do evangelho, bem como

alguns temas que antecipam aspectos da narrativa que o leitor não encontrará completamente até Atos. Por exemplo,

em Lucas 2.25-35, Simeão declara que a salvação que Jesus traz será uma “luz para revelação aos gentios” (Lc 2.32), um

tema completamente realizado na narrativa somente com a missão aos gentios em Atos. A história do nascimento não é

meramente um pensamento posterior, entretanto, adicionado como introdução, em vez disso, ela é o ‘evangelho

completo’, mostrando que a história da salvação está tomando forma concreta no aqui e agora”. S. Young, “Birth of

Jesus,” ed. Joel B. Green, Jeannine K. Brown, and Nicholas Perrin, Dictionary of Jesus and the Gospels, Second Edition

(Downers Grove, IL; Nottingham, England: IVP Academic; IVP, 2013), 76.

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