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001 - Lucas Comentario - Copia

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O fino estilo grego do prefácio dá lugar a um texto que tanto na forma quanto no conteúdo

relembra muito a LXX. 48

Primeiro Ato: O Arauto e o Rei (Lucas 1.5—4.14)

1.5—2.52) Narrativa da Infância

1.5-25) Antecedentes do nascimento de João

1.26-56) Antecedentes do nascimento de Jesus

1.57-80) O nascimento de João

2.1-52) O nascimento e a infância de Jesus

3.1—4.13) Preparação para o ministério de Jesus

3.1-20) Ministério de João Batista

3.21-4.13) Preparação de Jesus para o ministério

Contexto Canônico

Uma das primeiras promessas da Bíblia está relacionada ao nascimento do filho da mulher

que pisaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Assim, desde Eva, cada mulher em Israel nutria a

esperança de ser aquela que geraria o prometido. Também havia a promessa de Deus para Abraão

de fazê-lo extremamente fecundo com uma descendência que seria uma grande nação (Gn 12.2),

numerosa como as estrelas (Gn 15.5) e como a areia (Gn 22.16). Assim, se a fecundidade era uma

das maiores bênçãos de Deus (Gn 1.28; Êx 23.26; Dt 7.14; Sl 127.3; 128.3; Is 54.1), a infertilidade era

considerada uma das maiores maldições (Gn 20.17-18; Lv 20.20-21; Pv 30.15-16). Deus, no entanto,

fez questão de escrever a sua história por meio de mulheres “estéreis”. Este foi o caso das matriarcas

Sara (Gn 11.30; 16.2; 17.15-16; 21.1-3; Hb 11.11), Rebeca (Gn 25.21) e Raquel (Gn 29.31; 30.22-23).

Também foi o caso da mãe de Sansão (Jz 13.13) e de Ana, mãe de Samuel (1Sm 1.2-11). Assim, ao

longo da história bíblica, Deus fez questão de ser conhecido dessa forma: “O SENHOR faz com que a

mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos. Aleluia!” (Salmo 113.9). Assim, a história

de Zacarias e Isabel, que traz diversos ecos da história de Abraão (idade avançada, orações, piedade)

e de outras dessas histórias de nascimentos milagrosos (anúncio de anjos, o filho como um libertador)

48

Cf. I. Howard Marshall, The Gospel of Luke: a commentary on the Greek text (New International Greek Testament

Commentary; Exeter: Paternoster Press, 1978), 51. Sobre isso, Bovon comenta que essa semelhança “indica que o autor

pretende ser contado entre os sucessores legítimos das Escrituras”. François Bovon e Helmut Koester, Luke 1: a

commentary on the Gospel of Luke 1:1–9:50 (Hermeneia—a Critical and Historical Commentary on the Bible;

Minneapolis, MN: Fortress Press, 2002), 30.

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