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propmark.com.br ANO 58 - Nº 2944 - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong><br />
Mercado da comunicação<br />
usa tecnologia <strong>de</strong> ponta<br />
para monitorar a<br />
reputação das marcas<br />
Com o aumento da disseminação <strong>de</strong> fake<br />
news, agências e empresas <strong>de</strong>senvolvem cada<br />
vez mais novas estratégias com investimento<br />
pesado em tecnologia. Tudo para garantir que<br />
a publicida<strong>de</strong> dos seus clientes seja distribuída<br />
em plataformas seguras. Nesta edição <strong>de</strong><br />
aniversário dos 58 anos do propmark, especial<br />
mostra a engrenagem que envolve todo o<br />
ecossistema <strong>de</strong> comunicação para cuidar da<br />
imagem das marcas. pág. 36<br />
Luciana Carranca
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
Muita história para contar<br />
Neste dia 21 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o propmark completa 58 anos <strong>de</strong> existência<br />
e <strong>de</strong> circulação ininterrupta. Chegar a quase seis<br />
décadas em funcionamento não é para qualquer um. Infelizmente,<br />
vimos vários veículos <strong>de</strong> comunicação encerrarem<br />
suas operações nos últimos anos. Reflexo da crise da mídia, especialmente<br />
sobre as publicações impressas. Mas o propmark<br />
mostra que soube se reinventar ao longo das várias transformações<br />
do mercado e manteve a qualida<strong>de</strong> do seu conteúdo durante<br />
todo o seu tempo.<br />
A tradição do veículo - o mais longevo na cobertura da indústria <strong>de</strong><br />
propaganda e marketing - e sua importância para o setor fizeram do<br />
jornal uma marca reconhecida pelos profissionais do mercado criativo,<br />
on<strong>de</strong> eles encontram um espaço para troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, exposição<br />
<strong>de</strong> cases, inspiração e informações <strong>de</strong> última or<strong>de</strong>m sobre o negócio<br />
da publicida<strong>de</strong>. Além <strong>de</strong> matérias analíticas feitas por um time <strong>de</strong><br />
jornalistas altamente especializados e pontos <strong>de</strong> vista diferentes <strong>de</strong><br />
articulistas dos mais variados segmentos.<br />
A história do propmark começou com a criação da coluna Asteriscos<br />
no extinto Diário Popular. O espaço era <strong>de</strong>dicado à cobertura do<br />
mercado publicitário no veículo e foi o embrião <strong>de</strong>ste semanal. Asteriscos<br />
foi o primeiro representante da imprensa brasileira a fazer a<br />
cobertura do Festival <strong>de</strong> Cannes, na França.<br />
Após 19 anos sendo publicada no Diário Popular, a coluna foi transformada<br />
em Ca<strong>de</strong>rno Propaganda & Marketing e passou a circular<br />
como um suplemento dos jornais Gazeta Esportiva e, posteriormente,<br />
Folha da Tar<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> 1998, a publicação ganhou uma versão online<br />
(propmark.com.br), que vem crescendo ano a ano.<br />
Em 1999, nova mudança. Com o fim da circulação da Folha da Tar<strong>de</strong>,<br />
que foi substituída pelo Agora São Paulo, o Propaganda & Marketing<br />
passou a ter circulação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> usar a palavra<br />
“Ca<strong>de</strong>rno”.<br />
Depois <strong>de</strong> oito anos, outra novida<strong>de</strong>. Em 2007, a publicação simplificou<br />
a marca e passou a ser chamada apenas <strong>de</strong> propmark, em letras<br />
minúsculas, para alinhamento com a versão digital da publicação.<br />
Em 2015, veio a transformação mais disruptiva, quando o veículo<br />
abandonou o mo<strong>de</strong>lo jornalão e adotou o formato berliner, com papel<br />
couchê, e passou a ser impresso na própria gráfica, a Referência<br />
Gráfica, dando à publicação uma cara <strong>de</strong> revista.<br />
Agora, com a presente edição especial <strong>de</strong> aniversário, o propmark<br />
apresenta seu novo projeto gráfico. Desta vez, trata-se mais <strong>de</strong> uma<br />
repaginada no layout do jornal, feita por seu <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Arte,<br />
formado por Adunias da Luz, editor <strong>de</strong> arte, e o diagramador Lucas<br />
Boccatto.<br />
Além <strong>de</strong> uma tipografia mais mo<strong>de</strong>rna, o novo projeto gráfico está<br />
mais leve e clean, com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a experiência do leitor.<br />
A dupla trabalhou nas vinhetas com o conceito do sinal <strong>maio</strong>r em<br />
duplicata, associado à gran<strong>de</strong>za do jornal, que sempre contribuiu<br />
com o meio publicitário. Já a nova tipografia do logo foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
por um estúdio especializado na Índia e adquirida pelo veículo.<br />
Desejamos que o novo projeto gráfico seja bem recebido pelo mercado,<br />
bem como esta edição especial, que aborda o tema reputação das<br />
marcas. Em tempos <strong>de</strong> aumento da disseminação das fake news e <strong>de</strong><br />
conteúdos impróprios no ambiente digital, a Redação enten<strong>de</strong>u que<br />
o assunto merecia uma análise mais aprofundada, com o objetivo <strong>de</strong><br />
mostrar o que as agências e as empresas estão fazendo para cuidar<br />
da imagem das marcas.<br />
O especial traz matérias, análises e artigos <strong>de</strong> profissionais da indústria.<br />
A conclusão é <strong>de</strong> que o trabalho para conter eventuais crises das<br />
empresas <strong>de</strong>ve ser contínuo e exige muita criativida<strong>de</strong> aliada à tecnologia<br />
e investimento, haja vista o po<strong>de</strong>r que a <strong>de</strong>sinformação tem<br />
em manchar a reputação <strong>de</strong> uma empresa. Boa leitura!<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />
1ª<br />
2ª<br />
Burguer King e Sony lançam combo<br />
do novo filme do Homem Aranha<br />
O Burger King, em parceria com a Sony Pictures, lança o combo<br />
BK Aranhaverso, inspirado no lançamento do filme Homem-Aranha:<br />
Através do Aranhaverso.<br />
3ª<br />
Heineken se torna a cerveja<br />
oficial <strong>de</strong> shows internacionais<br />
A Heineken se juntou à Live Nation Brasil e agora passa a ser<br />
a cerveja oficial dos shows internacionais que vão <strong>de</strong>sembarcar<br />
no Brasil. O acordo visa a fomentar a presença da marca.<br />
Brasil tem 45 finalistas<br />
na shortlist do D&AD <strong>2023</strong><br />
Diminuiu o número <strong>de</strong> peças brasileiras classificadas para a<br />
shortlist <strong>de</strong>ste ano no D&AD Awards, na comparação com 20<strong>22</strong>,<br />
quando houve 62. A BETC Havas li<strong>de</strong>ra o ranking, com seis chances<br />
<strong>de</strong> ganhar Pencil, seguida pela Africa Creative e AKQA São<br />
Paulo, que conquistaram cinco posições cada.<br />
4ª<br />
A indústria <strong>de</strong> Hollywood foi impactada com a greve dos roteiristas,<br />
anunciada pelo Writers Guild of America West (WGA), o<br />
sindicato dos roteiristas dos Estados Unidos, no último dia 2.<br />
5ª<br />
Como a greve dos roteiristas <strong>de</strong><br />
Hollywood afeta os anunciantes<br />
Comércio conversacional <strong>de</strong>ve<br />
movimentar US$ 25,1 bi em <strong>2023</strong><br />
O investimento no comércio conversacional em canais OTT (over<br />
the top), incluindo o WhatsApp ou o aplicativo chinês WeChat,<br />
<strong>de</strong>ve saltar <strong>de</strong> US$ 13,3 bilhões em 20<strong>22</strong> para US$ 25,1 bilhões.<br />
4 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
índice<br />
Reputação das marcas<br />
é <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> gestão<br />
para CMOs e agências<br />
Em tempos <strong>de</strong> aumento<br />
<strong>de</strong> fake news no ambiente<br />
digital, mercado prioriza<br />
estratégias <strong>de</strong> brand<br />
safety na comunicação.<br />
Tema é analisado em especial<br />
<strong>de</strong> aniversário <strong>de</strong><br />
58 anos do propmark.<br />
36<br />
Freepik<br />
propmark<br />
propmark.com.br<br />
Jor na lis ta res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci e Paulo<br />
Macedo<br />
Editor <strong>de</strong> fotografia: Alê Oliveira<br />
Editores-assistentes: Janaina<br />
Langsdorff e Vinícius Novaes<br />
Editor especial: Pedro Yves<br />
Repórteres: Adrieny Magalhães e<br />
Carolina Vilela<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />
Luz<br />
Diagramador Pleno: Lucas<br />
Boccatto<br />
O propmark é filiado à:<br />
O propmark é uma publicação<br />
da:<br />
Sócia da PROS fala sobre júri <strong>de</strong> PR em Cannes<br />
A jornalista Daniela Graicar julgará<br />
os projetos da categoria PR Lions<br />
pela primeira vez. A executiva<br />
é expoente <strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong><br />
agências que <strong>de</strong>sbancou a i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> que relações públicas é só assessoria<br />
<strong>de</strong> imprensa. “Conteúdo,<br />
influência e digital trazem resultado<br />
<strong>de</strong> earned media muito superior<br />
e constroem uma reputação<br />
positiva”, afirma Daniela. pág. 26<br />
VMLY&R cria trabalho emblemático<br />
sobre <strong>de</strong>smatamento para Coral<br />
Para chamar a atenção sobre o problema do <strong>de</strong>smatamento<br />
na Amazônia, a VMLY&R i<strong>de</strong>alizou para<br />
a Coral o Projeto Ver<strong>de</strong> Amazônia, que, através da<br />
tecnologia, “traduz dados, notícias e prognósticos<br />
da preservação da floresta amazônica em cor, alterando<br />
a tonalida<strong>de</strong> do ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com essas<br />
mudanças”. pág. 32<br />
Samsung Ads oferece<br />
soluções segmentadas<br />
Com a estratégia <strong>de</strong> conexão complementar<br />
no planejamento <strong>de</strong> mídia e<br />
comunicação dos anunciantes, a Samsung<br />
Ads promete oferecer segmentações<br />
do digital e métricas combinadas<br />
com recomendações respaldadas por<br />
dados proprietários e exclusivos sobre<br />
hábitos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo em<br />
TV conectada (CTV). pág. 34<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
Armando Ferrentini<br />
Diretor-executivo<br />
Tiago Ferrentini<br />
Departamento comercial<br />
Gerentes <strong>de</strong> contas:<br />
Mel Floriano<br />
mel@referencia-ge.com.br<br />
tel. (11) 2065 0748<br />
Monserrat Miró<br />
monserrat@referencia-ge.com.br<br />
tel. (11) 2065 0744<br />
Assinaturas<br />
www.propmark.com.br/signup<br />
assinaturas@propmark.com.br<br />
tel. (11) 2065 0737<br />
Redação<br />
Rua François Coty, <strong>22</strong>8<br />
01524-030 - São Paulo – SP<br />
Tel. (11) 2065 0772 / 0766<br />
redacao@propmark.com.br<br />
O propmark é uma pu bli ca ção da Edi to ra Re fe rên cia Ltda.<br />
Rua Fran çois Coty, <strong>22</strong>8 - São Pau lo - SP<br />
CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
As ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
Editorial ............................................................................4<br />
Conexões ..........................................................................8<br />
Curtas ................................................................................10<br />
Inspiração .........................................................................12<br />
Entrevista .........................................................................14<br />
Quem Fez ..........................................................................20<br />
Cannes Lions <strong>2023</strong> ...........................................................<strong>22</strong><br />
Mercado ............................................................................27<br />
Agências ...........................................................................32<br />
Digital ...............................................................................34<br />
propmark 58 anos............................................................36<br />
Marcas ..............................................................................134<br />
We Love MKT .....................................................................135<br />
ESG no MKT .......................................................................136<br />
Supercenas .......................................................................137<br />
Última Página ...................................................................138<br />
Ana Couto traz sua<br />
visão mo<strong>de</strong>rna sobre<br />
o que é branding<br />
CEO da empresa que leva o seu<br />
nome, a <strong>de</strong>signer afirma que o<br />
branding evoluiu <strong>de</strong> uma estratégia<br />
<strong>de</strong> marca para uma estratégia<br />
que alinha marca, negócio<br />
e comunicação pág. 14<br />
6 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
PARA QUEM SEMPRE<br />
BUSCA DAR INFORMAÇÃO<br />
EM PRIMEIRA MÃO DO<br />
MERCADO PUBLICITÁRIO<br />
HÁ 58 ANOS,<br />
NOSSOS PARABÉNS.<br />
PRA NOVIDADES DE COMUNICAÇÃO,<br />
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TUDO MAIS QUE VOCÊ PRECISAR,
conexões<br />
última hora<br />
PARCERIA<br />
A Stefanini Cyber Defense consolidou parceria global com a<br />
israelense Shield-IoT, especializada em segurança cibernética<br />
na área <strong>de</strong> IoT. “Buscamos sempre novos produtos para o nosso<br />
portfólio, com parceiros que sejam lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado em soluções<br />
<strong>de</strong> segurança cibernética”, esclarece Leidivino Natal (foto acima),<br />
CEO da empresa do Grupo Stefanini, que estima que até 2025 mais<br />
<strong>de</strong> 27 bilhões <strong>de</strong> dispositivos estarão conectados à internet. E com<br />
avanço da IA, 5G e cloud.<br />
SUPORTE<br />
A Globo reforça sua atuação junto aos fornecedores por meio do<br />
Novo Portal do Fornecedor (https://portaldofornecedor.g.globo/)<br />
e do Prêmio Parceiros em Excelência, iniciativas que fomentam<br />
o ecossistema <strong>de</strong> parceria entre Globo e seus contratados.<br />
“Reconhecer e fomentar o crescimento <strong>de</strong> quem está ao redor faz<br />
parte da cultura <strong>de</strong> parceria da Globo”, ressalta comunicado.<br />
LinkedIn:<br />
Jotacom integra 12 lí<strong>de</strong>res da equipe<br />
na composição societária<br />
Parabéns, galera linda!<br />
Milena Silva<br />
Parabéns, muito, muito mais que merecido!<br />
Adriano Caramello Hypólito<br />
Aí, sim, só fera! Parabéns a todos!<br />
Gabriel Garcia<br />
dorinho<br />
O formato híbrido <strong>de</strong> eventos caiu<br />
por terra, garante empresária do<br />
setor<br />
Essa visão exclu<strong>de</strong>nte é, infelizmente, a<br />
marca registrada do Brasil. A tecnologia<br />
<strong>de</strong>veria agregar públicos, melhorar entregas<br />
para patrocinadores. Tem muita<br />
gente que não vai “socializar”, mas po<strong>de</strong>ria<br />
participar online. No esporte é a<br />
mesma coisa. Visão limitada e míope sobre<br />
o papel das tecnologias no mundo<br />
atual. Pela mesma lógica, não vamos<br />
mais usar app <strong>de</strong> banco, e vamos todos<br />
na agência “socializar” com o gerente.<br />
Amir Somoggi<br />
Toda história que se preza tem, no mínimo,<br />
dois lados. Os eventos híbridos e<br />
digitais vieram para ficar <strong>de</strong>vido a seus<br />
custos atraentes, disponibilida<strong>de</strong> global<br />
<strong>de</strong> participação, recursos <strong>de</strong> interação e<br />
inovação diferentes dos eventos presenciais<br />
e muito mais. Afirmo que não há<br />
formato melhor ou pior <strong>de</strong> evento.<br />
Luiz Trinda<strong>de</strong><br />
APOSTA<br />
Quer ver como você vive apostando? é o conceito da primeira<br />
campanha (foto acima) da EstrelaBet, <strong>de</strong>senvolvida pela agência<br />
Druid Creative Gaming. Mais <strong>de</strong> 200 peças diferentes foram criadas<br />
pela equipe li<strong>de</strong>rada pelo CEO Claudio Lima. “Transformamos<br />
essas pequenas apostas do cotidiano em um conceito <strong>de</strong> campanha<br />
divertido, com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> abordar a comunicação <strong>de</strong> forma natural<br />
e criar peças que os consumidores, quando impactados, sintam<br />
que podiam fazer parte daquela situação ou daquela ‘aposta’”.<br />
A aprovação é do CMO Renan Cavalvanti.<br />
8 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Reprodução Kevin Hart Nation<br />
Cannes Lions entrega homenagem<br />
inédita ao ator e Comediante Kevin hart<br />
O ator, comediante e empresário Kevin Hart foi eleito pelo Cannes<br />
Lions como Personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Entretenimento <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. Inédito, o<br />
reconhecimento celebra a criativida<strong>de</strong> que inspira a produzir conteúdo<br />
relevante e divertido. Em 2018, Hart lançou a produtora Hartbeat, que<br />
une cultura e comédia. “Estou muito honrado em ser reconhecido por<br />
meu trabalho no espaço <strong>de</strong> entretenimento e publicida<strong>de</strong>. Tem sido incrível<br />
trabalhar para levar a comédia na publicida<strong>de</strong> ao próximo nível e<br />
criar campanhas que unem as pessoas por meio do riso”, diz Hart, que<br />
subirá ao palco do Palais no dia 20 <strong>de</strong> junho. “Ele é um empreen<strong>de</strong>dor<br />
pioneiro e mostra inabalável comprometimento na construção da<br />
mais inovadora e inclusiva produtora <strong>de</strong> histórias <strong>de</strong> comédia. Este é<br />
o tipo <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> que age como inspiração, e estamos honrados<br />
em reconhecer o importante papel que Kevin vem protagonizando”,<br />
comenta Philip Thomas, chairman do Lions.<br />
Galeria contrata e promove na criação<br />
Divulgação<br />
festival ciclope latino retorna a são paulo<br />
Divulgação<br />
Mario Cintra, Rodrigo Bonfim, Cristal Crocker e Arthur Lobão reforçam trabalho da agência<br />
Evento ocorrerá nesta quinta-feira (25) no MIS com colaboração da Apro e parceria da Apex<br />
Arthur Lobão (diretor <strong>de</strong> criação) e Rodrigo Bonfim (diretor <strong>de</strong> criação<br />
associado) acabam <strong>de</strong> chegar à Galeria. Já Mario Cintra foi promovido a<br />
diretor <strong>de</strong> criação associado e Cristal Crocker a diretora <strong>de</strong> arte. Lobão<br />
tem 12 anos <strong>de</strong> experiência e já trabalhou na CP+B, Nubank, Notco,<br />
Stone, Betterfly e Soko. Propeg, R/GA SP e New York, MullenLowe<br />
Mena e Africa Creative estão entre as agências pelas quais Bonfim já<br />
atuou em 14 anos <strong>de</strong> carreira, enquanto Cintra, com 23 anos <strong>de</strong> mercado,<br />
passou por Leo Burnett, Talent Marcel, DPZ&T e Africa. Formada<br />
em <strong>de</strong>sign gráfico, Cristal soma ações para McDonald’s e Vivo.<br />
A nona edição do Ciclope Latino ocorrerá nesta quinta-feira (25) às 19h<br />
com premiação ao vivo no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São<br />
Paulo. O evento tem apoio da Associação Brasileira da Produção <strong>de</strong><br />
Obras Audiovisuais (Apro) por meio da plataforma FilmBrazil, parceira<br />
da Agência Brasileira <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Exportações e Investimentos<br />
(Apex Brasil). Mais <strong>de</strong> 200 inscrições vieram do Brasil, México, Argentina,<br />
Colômbia, Peru e Uruguai. “Estamos emocionados em voltar a<br />
São Paulo para <strong>de</strong>scobrir o talento latino que vai se <strong>de</strong>stacar em Berlim”,<br />
diz Francisco Condorelli, fundador e diretor do festival.<br />
movimento <strong>de</strong> mulheres lança novo livro mutato amplia presença na samsunG Wmccann promove na área <strong>de</strong> operações<br />
O segundo<br />
volume do livro<br />
Uma sobe e puxa<br />
a outra já po<strong>de</strong><br />
ser encontrado<br />
na Amazon, por<br />
R$ 68,90. Com<br />
488 páginas, a<br />
obra editada pela<br />
Literare Books<br />
International traz<br />
testemunhos das<br />
350 mulheres que<br />
compõem movimento<br />
homônimo.<br />
Empresárias,<br />
influencers,<br />
jornalistas, atrizes<br />
Obra Uma sobe e puxa a outra<br />
está à venda na Amazon<br />
e atletas contam histórias capazes <strong>de</strong> inspirar<br />
a luta pela equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero sob os pilares<br />
<strong>de</strong> inclusão, diversida<strong>de</strong>, ESG, propósito,<br />
carreira e <strong>de</strong>senvolvimento pessoal. Christiane<br />
Pelajo, Leila Sterenberg, Manzar Feres e<br />
Virna Piovezan estão entre as participantes.<br />
As duas edições somam 113 autoras, e mais<br />
<strong>de</strong> duas mil mulheres aguardam para a<strong>de</strong>rir<br />
às próximas publicações.<br />
Divulgação<br />
Eco troca é primeira ação da agência para Going green<br />
A Mutato assume a estratégia <strong>de</strong> social da<br />
plataforma <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> Going green,<br />
da Samsung, que já conta com a agência para<br />
trabalho <strong>de</strong> conteúdo das divisões mobile<br />
experience e consumer eletronics. A parceria<br />
existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016. Eco troca, que estimula o<br />
<strong>de</strong>scarte consciente <strong>de</strong> eletrônicos, é a primeira<br />
ação assinada pela Mutato para a área<br />
lançada em 2021. “A Samsung é uma das marcas<br />
mais inovadoras do mundo e nos enche<br />
<strong>de</strong> orgulho saber que po<strong>de</strong>mos contribuir com<br />
essa história, agora em mais frentes, e ainda<br />
mais atrelados ao conceito ESG”, comenta<br />
Decio Freitas, VP <strong>de</strong> negócios da Mutato.<br />
Divulgação<br />
Na agência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008, Erika Casal soma 23 anos <strong>de</strong> carreira<br />
Erika Casal foi promovida a diretora <strong>de</strong> operações<br />
da WMcCann. Gestão <strong>de</strong> dados para<br />
ganho <strong>de</strong> eficiência é a meta da executiva,<br />
que possui 23 anos <strong>de</strong> experiência. Na agência<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008, já atuou no atendimento e<br />
gestão <strong>de</strong> projetos. Em 2017, tornou-se head<br />
<strong>de</strong> projetos da WMcCann Rio, e foi promovida<br />
a diretora <strong>de</strong> projetos dois anos <strong>de</strong>pois.<br />
Erika é formada em publicida<strong>de</strong> e propaganda<br />
pela Facha e tem MBA executivo em gestão<br />
<strong>de</strong> marketing pela UFRJ. Iniciou carreira na<br />
Embratel e já aten<strong>de</strong>u Club Med, L’Oréal Paris,<br />
Colorama, Maybelline, Tim, Estácio, Equinor,<br />
Coca-Cola e Americanas, entre outras marcas.<br />
Divulgação<br />
10 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
ChatGPT<br />
Fotos: Arquivo Pessoal e Freekpik<br />
“ChatGPT, escreva um texto com 3.000 toques, como uma redatora<br />
publicitária, comemorando os 58 anos do jornal propmark”<br />
Laura Florence<br />
Especial para o propmark<br />
Foi assim: o Paulo me mandou uma mensagem “Queria te pedir<br />
um artigo para a coluna Inspiração para a edição <strong>de</strong> aniversário<br />
<strong>de</strong> 58 anos do jornal. São 3.500 toques <strong>de</strong> word com espaço.<br />
Texto autoral. Sobre o que te inspira”.<br />
O problema é que estava sem inspiração para falar em inspiração.<br />
Normal. Quem nunca? Aí segui na minha rotina <strong>de</strong> “busca <strong>de</strong> inspiração”.<br />
Dei uma passada no Pinterest, olhei umas pastas referências,<br />
troquei i<strong>de</strong>ia com a equipe... e nada. O Paulo me cobrou o texto. E<br />
agora? Como posso fazer para entregar isso ainda hoje? “Será que o<br />
ChatGPT teria uma boa i<strong>de</strong>ia?”. Vamos ver:<br />
“ChatGPT, escreva um texto com 3.000 toques, como uma redatora<br />
publicitária, comemorando os 58 anos do jornal propmark”<br />
E veio isso:<br />
O mundo da publicida<strong>de</strong> e do marketing está em constante evolução<br />
e, há 58 anos, o jornal propmark tem sido a voz mais influente<br />
<strong>de</strong>sse setor no Brasil. Hoje, temos o prazer <strong>de</strong> comemorar mais um<br />
ano <strong>de</strong> sucesso e conquistas <strong>de</strong>ssa publicação icônica que tem sido<br />
uma fonte <strong>de</strong> inspiração para todos nós.<br />
Des<strong>de</strong> a sua criação, em 1965, o propmark tem sido um guia essencial<br />
para profissionais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, propaganda e marketing<br />
em todo o Brasil. Ao longo dos anos, o jornal evoluiu e se adaptou<br />
às mudanças do mercado, oferecendo insights valiosos e tendências<br />
inovadoras que ajudaram a moldar o setor.<br />
O propmark sempre foi reconhecido por sua cobertura imparcial<br />
e análises profundas das tendências do mercado. Os seus artigos informativos<br />
e entrevistas com lí<strong>de</strong>res do setor, bem como suas críticas<br />
e análises <strong>de</strong> campanhas publicitárias, sempre foram referência<br />
para quem <strong>de</strong>seja estar à frente das tendências do mercado.<br />
Além disso, o propmark também é um veículo importante para<br />
a disseminação <strong>de</strong> boas práticas no mercado publicitário. A publicação<br />
tem se esforçado para promover a ética e a responsabilida<strong>de</strong><br />
social no setor, e tem sido uma voz forte na <strong>de</strong>fesa da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gênero, raça e diversida<strong>de</strong>.<br />
Não é à toa que o propmark é consi<strong>de</strong>rado uma das publicações<br />
mais importantes do setor <strong>de</strong> comunicação e marketing no Brasil.<br />
O jornal sempre se <strong>de</strong>stacou pela sua qualida<strong>de</strong> editorial e pela sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adaptar às mudanças no mercado, mantendo-se<br />
relevante e inovador ao longo dos anos.<br />
A equipe <strong>de</strong> redação do propmark é formada por alguns dos<br />
melhores jornalistas e especialistas do setor, o que torna a publicação<br />
um verda<strong>de</strong>iro centro <strong>de</strong> conhecimento para a indústria. Graças<br />
ao trabalho árduo e <strong>de</strong>dicado <strong>de</strong>sses profissionais, o jornal continuará<br />
a ser uma referência essencial para a publicida<strong>de</strong> e o marketing<br />
no Brasil.<br />
Nós, da comunida<strong>de</strong> publicitária, <strong>de</strong>sejamos ao propmark um feliz<br />
aniversário <strong>de</strong> 58 anos, e esperamos que essa publicação continue<br />
a ser uma voz importante na indústria por muitos anos a mais.<br />
Parabéns, propmark, por tudo o que você já conquistou e pelo que<br />
ainda está por vir!<br />
Se você estava com medo <strong>de</strong> o ChatGPT roubar o seu emprego,<br />
relaxa. Além <strong>de</strong> ruim, ele é muito puxa-saco. Hahahahaha.<br />
No final, o que me inspira mesmo são as emoções reais. Isso a inteligência<br />
artificial não tem para dar.<br />
propmark, parabéns pelos 58 anos e por dar espaço às nossas<br />
i<strong>de</strong>ias. Vindo do coração e não da máquina.<br />
Laura Florence é diretora-executiva <strong>de</strong> criação da Havas Health & You e cofundadora<br />
da More Grls<br />
12 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
entrevista<br />
ana couto<br />
chief executive officer da Ana Couto<br />
‘Todas as marcas vão ter problema’<br />
Uma das principais referências em<br />
branding no Brasil, Ana Couto fala<br />
nesta Entrevista sobre a evolução<br />
da ativida<strong>de</strong> e da importância <strong>de</strong><br />
uma marca ter um propósito simples<br />
e claro. “O propósito é o talento<br />
da organização colocado à disposição<br />
do mundo. Para Apple é<br />
‘Think different, challenge the status<br />
quo’. Para o Google, ‘Organizar<br />
as informações do mundo’, uma<br />
visão tão abrangente que não precisa<br />
se reinventar. E com isso, essas<br />
marcas vão crescendo”, exemplifica<br />
a CEO da empresa que leva<br />
o seu nome. Ela também <strong>de</strong>staca<br />
que, num mundo VUCA, não há<br />
mais construção linear <strong>de</strong> marcas<br />
e controle. “Por isso, precisa fazer<br />
uma gestão muito saudável para<br />
quando vier uma crise a empresa<br />
conseguir reverter”.<br />
Kelly Dores<br />
Há quanto tempo você trabalha com branding e quais foram as<br />
principais mudanças <strong>de</strong> lá para cá?<br />
Eu tenho uma formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign junto com antropologia, morei nos<br />
Estados Unidos por cinco anos, on<strong>de</strong> fiz um mestrado em comunicação<br />
visual e montei a agência. Lá, eu me <strong>de</strong>parei com um mercado muito mais<br />
evoluído na época, quando <strong>de</strong>sign já era uma construção muito forte <strong>de</strong><br />
negócio, trazia muito valor para as marcas, que já tinham i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s visuais<br />
muito fortes, como Fe<strong>de</strong>x e Coca-Cola. Isso foi em 1993, então tem<br />
30 anos que a gente está com esse <strong>de</strong>safio no Brasil. Eu voltei com o pensamento<br />
<strong>de</strong> que o <strong>de</strong>sign no Brasil ainda estava engatinhando, sob a ótica<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, e <strong>de</strong> trazer o branding como uma estratégia <strong>de</strong> negócio,<br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> valor das organizações. Lembro que naquele tempo o<br />
Brasil não tinha marcas entre as mais valiosas do mundo e tinha um gap,<br />
pois o país era muito forte e já produzia muito. E o branding acompanhou,<br />
Fotos: Divulgação<br />
na virada do século 20 para o 21, a evolução <strong>de</strong> como se constrói valor nas<br />
organizações, que pelo marketing é importante, é um push <strong>de</strong> produto,<br />
e pelo branding é uma gestão <strong>de</strong> valor. Eu faço um pouco essa distinção.<br />
O branding evolui <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> marca para uma estratégia que<br />
alinha marca, negócio e comunicação. Ou seja, quem eu sou como marca,<br />
qual é a minha personalida<strong>de</strong>, meus atributos, como sou percebido; qual<br />
o meu produto, qual a proposta <strong>de</strong> valor e o que o meu negócio faz. Isso é<br />
muito importante, porque a experiência da marca tem um impacto muito<br />
gran<strong>de</strong>. E tem também os <strong>de</strong>safios do século 21 que é a visão do propósito.<br />
O propósito nada mais é do que o talento que a organização tem para<br />
impactar o mundo <strong>de</strong> uma forma positiva.<br />
Então esse é o conceito mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> branding?<br />
Esse é um conceito que a gente vem <strong>de</strong>senvolvendo ao longo <strong>de</strong>sses 30<br />
anos, trabalhando muito fortemente com empresas brasileiras que não<br />
tinham frame nenhum <strong>de</strong> gestão e alinhando muito empresas globais,<br />
14 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
“A tecnologia impactou todo e<br />
qualquer mercado, trazendo um novo<br />
olhar sobre como o consumidor está<br />
se relacionando com a marca”<br />
como Coca-Cola, P&G, Souza Cruz, que traziam um framework importante<br />
em que a gente trabalhava a partir <strong>de</strong>le. Enten<strong>de</strong>ndo que no fim do dia,<br />
todo e qualquer esforço tem como princípio esse alinhamento, <strong>de</strong> quem<br />
é a marca, quais são os equities, como se constrói uma marca icônica, com<br />
a proposta <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> negócio, como coloca o consumidor no centro e<br />
com essa visão <strong>de</strong> propósito. E tem toda uma mudança <strong>de</strong> mercado com<br />
vários exemplos prontos nessa transição que são muito relevantes, como<br />
a trajetória da Nike, que é uma marca relativamente recente e traz muito<br />
foco no <strong>de</strong>senvolvimento do produto a partir dos atletas, traz i<strong>de</strong>ntificação<br />
gran<strong>de</strong> para as pessoas, porque fala que quer ser a marca mais conhecida<br />
e valorizada do planeta, com uma clareza forte do seu propósito.<br />
Até que aconteceu o downsi<strong>de</strong> em que começaram a acusar a Nike <strong>de</strong><br />
produção com trabalho escravo e infantil. E daí as pessoas começaram a<br />
dizer que não queriam mais os produtos da marca e as ações da Nike caíram<br />
em todos os mercados, porque num primeiro momento a postura<br />
da empresa foi <strong>de</strong> dizer que não produzia, que terceirizava, e o mercado<br />
reagiu afirmando que ela era responsável por seu ecossistema. E foi aí que<br />
a gente começou a ver a mudança <strong>de</strong> paradigma no mercado, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> ser ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção e começar a olhar o seu ecossistema. A Nike então<br />
passou a criar uma série <strong>de</strong> premissas para não produzir mais daquela<br />
forma e voltou ao ciclo da construção <strong>de</strong> valor. Por isso, o branding com<br />
ESG, toda essa frente muito clara, mostra que vamos ter um novo capitalismo<br />
no século 21, porque senão o planeta não aguenta, o consumo não<br />
aguenta esse crescimento <strong>de</strong>senfreado a qualquer custo ou só para gerar<br />
lucro e resultado para os acionistas.<br />
E como fica a tecnologia nesse cenário?<br />
A tecnologia impactou todo e qualquer mercado, trazendo um novo olhar<br />
da forma como o consumidor está se relacionando com a marca. O consumidor<br />
passa a ser não só muito importante na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> comprar, mas<br />
também na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> reputação, poque tem na mão o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer a<br />
reclamação ecoar na internet.<br />
Como manter a reputação das marcas a salvo em tempos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />
sociais?<br />
A gente trabalha com branding na visão <strong>de</strong> gerir e gerar valor. Não é<br />
linear. O conceito VUCA - Volatilida<strong>de</strong> (Volatility); Incerteza (Uncertainty);<br />
Complexida<strong>de</strong> (Complexity); Ambiguida<strong>de</strong> (Ambiguity) – mostra<br />
que é cada vez mais difícil controlar, porque o mundo é muito volátil,<br />
ambíguo, complexo e incerto. Os <strong>de</strong>safios das organizações são cada<br />
vez <strong>maio</strong>res. A gente trabalha com uma metodologia que chamamos <strong>de</strong><br />
ondas <strong>de</strong> valor em que começa a medir toda e qualquer força da marca,<br />
sempre sob a ótica do produto, do negócio e como é o diferencial que<br />
oferece. Mas essa onda <strong>de</strong> produto não é suficiente para construir valor.<br />
Precisamos entrar na onda 2, que chamamos <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> pessoas, sobre<br />
como gerar i<strong>de</strong>ntificação com a marca. A gente evoluiu dos 4Ps do<br />
marketing para as três ondas do branding. E a terceira onda é o propósito.<br />
Em cada uma <strong>de</strong>ssas ondas <strong>de</strong> valor você trabalha com as três dimensões:<br />
marca, negócio e comunicação. Então, a gestão <strong>de</strong> branding é essa<br />
gestão do é, faz e fala, que é a nossa tagline – quem você é, o que você<br />
faz e como fala. E a gente consegue medir a percepção dos stakehol<strong>de</strong>rs<br />
com pesquisa, social listening e performance, aliado ao branding. E dá<br />
para ver quando está construindo valor ou quando a marca está nos<br />
downsi<strong>de</strong>s. Eu falo que valor é que nem crédito no banco, vai ter uma<br />
hora que você vai precisar usar o dinheiro e o problema é não entrar no<br />
negativo. A empresa que tem pouca construção <strong>de</strong> valor quando tem<br />
um problema, a chance <strong>de</strong> falir é muito gran<strong>de</strong>, vai usar o que não tem.<br />
Hoje, a construção do branding num momento muito VUCA é fundamental,<br />
porque todas as marcas vão ter problema, isso é fato, ninguém<br />
tem mais uma construção linear, você não controla. Por isso, precisa fazer<br />
uma gestão muito saudável para quando vier uma crise a empresa<br />
conseguir reverter, como aconteceu com a Nike.<br />
De que forma alinhar produto, cultura e comunicação <strong>de</strong> marca?<br />
O produto tangibiliza a proposta <strong>de</strong> valor e ele é fundamental. Antigamente,<br />
na era do marketing, em que se podia fazer uma propaganda<br />
muito boa, a experiência do produto po<strong>de</strong>ria ser ruim e não reverberava<br />
muito. A potência daquela experiência ruim do produto era menor e não<br />
se lutava tanto para fi<strong>de</strong>lizar o seu consumidor, não tinha tanta exposição,<br />
oferta. Hoje, são muitos canais <strong>de</strong> pressão. Esse contexto mudou <strong>de</strong>mais,<br />
temos <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que a marca precisa construir um branding forte, saudável,<br />
para entrar nas épocas turbulentas e sair <strong>de</strong>la. A gente tem hoje<br />
muitos pontos <strong>de</strong> contato, muitos canais, e, se não tiver uma estratégia<br />
clara <strong>de</strong> quem é, como faz, se per<strong>de</strong>.<br />
E como criar reputação <strong>de</strong> marcas em uma época <strong>de</strong> fake news e <strong>de</strong><br />
conteúdos impróprios na internet?<br />
Eu acho que quanto mais criar vínculo <strong>de</strong> valor com seus consumidores,<br />
stakehol<strong>de</strong>rs, começando pelos seus colaboradores, investidores e pela<br />
socieda<strong>de</strong> que está impactando no ecossistema direto, a marca vai surfar<br />
melhor. É preciso ter os <strong>de</strong>fensores da marca. A Apple, por exemplo, é a<br />
marca mais valiosa do planeta e a que menos gasta em comunicação. E<br />
por quê? Porque ela tem o ‘é, faz e fala’ totalmente alinhados. Claro que<br />
tudo po<strong>de</strong> ser quebrado e mudar. Mas essa consistência do ‘ser, fazer e falar’<br />
é que está ganhando o jogo. Outra coisa importante é saber respon<strong>de</strong>r<br />
ao contexto. O branding, obviamente, é uma estratégia <strong>de</strong> longo prazo.<br />
A Coca-Cola, por exemplo, que é uma marca centenária, tem uma clareza<br />
muito gran<strong>de</strong> nos equities, nas cores, o script. Ela sabe do propósito<br />
<strong>de</strong>la, <strong>de</strong> criar momentos felizes, familiares, e vem evoluindo. Deixou <strong>de</strong> ser<br />
uma empresa só <strong>de</strong> refrigerantes, comprou portfólio <strong>de</strong> sucos, e evoluiu<br />
na proposta <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> uma forma consistente. O contexto vai mudando<br />
e as organizações que não respon<strong>de</strong>rem ao contexto <strong>de</strong> uma forma fiel à<br />
crença <strong>de</strong>las vão dançar.<br />
Quando ocorre uma crise <strong>de</strong> reputação, o que a empresa <strong>de</strong>ve fazer<br />
em primeiro lugar?<br />
Assumir (o problema). As empresas não po<strong>de</strong>m mais se omitir. Na onda 3<br />
do propósito, a gente fala que a marca precisa ter um ponto <strong>de</strong> vista e se<br />
posicionar. Ela po<strong>de</strong> estar errada, dizer que errou, assumir o erro e andar<br />
para frente. Quando a marca não assume um ponto <strong>de</strong> vista, não assume<br />
um erro, ela vira vidraça. E teto <strong>de</strong> vidro hoje é muito perigoso. Nesse caso,<br />
tem o papel da maturida<strong>de</strong> das organizações. Tem um caso famoso nos<br />
Estados Unidos, construído em cima da era do branding, que é da Starbucks,<br />
quando trouxe duas travestis para serem speakers da campanha e a<br />
ala conservadora dos EUA fez um boicote à marca, dizendo que não entraria<br />
mais nas lojas e pedindo para a marca tirar a campanha do ar. E o CEO<br />
da Starbucks foi para uma reunião <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> resultados e falou<br />
para os acionistas: “Nós somos a empresa que mais traz retorno para os<br />
acionistas, um dos nossos valores é diversida<strong>de</strong> e quem não estiver com a<br />
gente é convidado a se retirar, como acionista, colaborador e consumidor.<br />
Nós acreditamos em diversida<strong>de</strong> e não vamos tirar do ar a campanha”. E o<br />
mercado <strong>de</strong> investimento, em vez <strong>de</strong> sair fora, cacifou mais. E os consumidores<br />
também apoiaram a marca.<br />
Você acredita que a diversida<strong>de</strong> é um dos pontos mais sensíveis<br />
para o mundo corporativo?<br />
Eu acho que está tudo muito sensível. Estamos no lugar <strong>de</strong> muitas mudanças,<br />
todos se sentindo muito ameaçados. Quando o ser humano se sente<br />
ameaçado ou ele se fecha ou agri<strong>de</strong>. E somos todos seres humanos, muito<br />
vulneráveis. Eu acho que não está fácil, diversida<strong>de</strong> entra nesse contexto,<br />
não dá mais para <strong>de</strong>ixar ninguém <strong>de</strong> lado. De novo, a tecnologia nos dá<br />
um novo nível <strong>de</strong> transparência. É uma realida<strong>de</strong> muito diferente.<br />
Qual a diferença entre valor e propósito <strong>de</strong> marca?<br />
Dentro <strong>de</strong>sse contexto muito competitivo, complexo e com várias informações,<br />
para o colaborador realmente introjetar missão, visão e valores é<br />
um nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> muito alto. Aconteceu também junto com isso<br />
que as organizações não são mais fechadas, o que antigamente estava fechado<br />
em sete chaves, como metas e cultura, hoje não tem mais. E a marca<br />
precisa engajar não só os colaboradores, e sim o ecossistema. Des<strong>de</strong> que<br />
essas gran<strong>de</strong>s organizações mais valiosas do planeta, como Google, Facebook,<br />
Apple, Amazon e Microsoft, começaram a trabalhar com ecossistema<br />
aberto, não <strong>de</strong> produção fechada, é preciso que o seu propósito comece<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e reverbere para fora. E é um nível <strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> <strong>maio</strong>r na<br />
fala. Hoje se trabalha o propósito com a seguinte visão: o propósito é o talento<br />
da organização colocado à disposição do mundo. Para Apple é Think<br />
different, challenge the status quo. Para o Google, Organizar as informações<br />
do mundo, um propósito tão abrangente e não é uma visão que acaba e<br />
precisa se reinventar. E com isso, o Google e essas marcas vão crescendo.<br />
“A marca precisa engajar<br />
não só os colaboradores,<br />
e sim todo o ecossistema”<br />
16 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
entrevista<br />
O propósito te dá uma dimensão <strong>de</strong> talento para crescer a visão <strong>de</strong> mundo<br />
atemporal. Porque as pessoas têm <strong>de</strong> pensar a longo prazo. É uma forma<br />
engajadora <strong>de</strong> falar quem você é e se apresentar. A organização precisa<br />
estar evoluindo e se transformando.<br />
Por causa das fake news, conteúdos impróprios e sensacionalismo,<br />
a comunicação digital se tornou uma das <strong>maio</strong>res preocupações<br />
para os CMOs. Qual o conselho que você dá a seus clientes?<br />
É preciso ter o pulso, enten<strong>de</strong>r o que a marca é, quando e o que falar.<br />
Essa coisa <strong>de</strong> falar porque todo mundo está falando é o <strong>maio</strong>r erro. Não<br />
posso dizer que sou especialista em matemática. Falo do que entendo,<br />
posso falar o que tenho permissão para ter relevância. O que acho que<br />
aconteceu é que todo mundo fala porque tem o direito <strong>de</strong> opinar. São<br />
coisas que criam espaço gran<strong>de</strong> para outros interlocutores interpretarem<br />
sua visão <strong>de</strong> mundo. E aí fica muito difícil as pessoas enten<strong>de</strong>rem o<br />
que você é como marca, per<strong>de</strong> sua diferenciação, visão <strong>de</strong> mundo. Acho<br />
isso muito perigoso.<br />
Como está a memória do consumidor? Ele esquece rapidamente das<br />
marcas?<br />
A memória vai muito <strong>de</strong> acordo <strong>de</strong> quanto a marca cativou o consumidor.<br />
Uma coisa que a gente fala muito no branding é sobre olhar para o<br />
passado para po<strong>de</strong>r olhar para o futuro. Ou seja, quanto mais você enten<strong>de</strong><br />
da sua raiz, mais longe vai. E tem marcas com um passado muito<br />
afetivo nosso. A Varig, por exemplo, é uma marca afetiva brasileira, a<br />
Estrela também. São marcas que fizeram parte da vida dos brasileiros e<br />
têm uma história muito bacana. São marcas que certamente não souberam<br />
evoluir com o tempo, mas elas têm crédito emocional. Acho que as<br />
marcas que têm crédito emocional têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar mais. As<br />
marcas que ofen<strong>de</strong>m e nunca criaram uma conexão emocional <strong>de</strong>saparecem.<br />
Se elas estão só na onda do produto, a chance <strong>de</strong> sumirem e ninguém<br />
dar falta <strong>de</strong>las é muito gran<strong>de</strong>. O consumidor esquece da marca se<br />
ela é irrelevante e se não tem um papel muito forte na nossa vida.<br />
Sob o ponto <strong>de</strong> vista da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, qual a sua opinião<br />
sobre a regulamentação das plataformas digitais?<br />
Acho que já vivemos 20 anos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais e a tecnologia está andando<br />
muito mais rápido do que a gente po<strong>de</strong> controlar. Esse OpenAI (criadora<br />
do ChatGPT) é realmente uma loucura. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a gente não<br />
acompanhar vai ser enorme. Já tivemos uma primeira leva <strong>de</strong> aprendizado<br />
<strong>de</strong> quanto precisa legislar. O governo tem um papel <strong>de</strong> legislação, é por<br />
isso que ele existe. Não é para controlar, é para legislar. E estamos muito<br />
atrasados nisso. Veja os índices <strong>de</strong> suicídio feminino adolescente aumentando<br />
barbaramente, índices <strong>de</strong> relacionamentos agressivos aumentando,<br />
o mesmo com <strong>de</strong>pressão, solidão, fake news e polarização. Então, já<br />
estamos colhendo os frutos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sregulamentação.<br />
Você está usando inteligência artificial?<br />
A gente está usando no trabalho, é incrível. Mas não sei ainda medir as consequências.<br />
Com certeza vai existir uma mudança na forma <strong>de</strong> trabalho imensa,<br />
vai ser mais difícil emprego, porque a IA vai substituir muita gente. E qual vai<br />
ser o nosso papel nisso? O lado humano, a criativida<strong>de</strong>, o nosso lado empático,<br />
enfim, acho que cada vez mais vamos ter <strong>de</strong> ser mais criativos e empáticos.<br />
Estamos nesse momento bem <strong>de</strong>licado. É uma transição que não tem volta e<br />
precisamos ficar atentos para enten<strong>de</strong>r qual o nosso papel no mundo.<br />
O que você gostaria <strong>de</strong> acrescentar diante do cenário do branding<br />
atual no Brasil?<br />
Quando a gente começou a falar <strong>de</strong> branding, há 30 anos, era uma dificulda<strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> trazer o conceito para os executivos. E muita gente falava no<br />
mercado que branding era moda, uma palavrinha da vez. É uma gestão<br />
<strong>de</strong> valor que as marcas precisam fazer. O Brasil po<strong>de</strong> muito, mas a gente<br />
ainda não conseguiu trazer o valor merecido que as organizações têm. E<br />
dar mais valor ao branding é dar mais valor ao nosso país como cultura. O<br />
branding está muito interligado à nossa cultura. Saber dar valor ao que a<br />
gente tem é o que o branding faz e precisamos apren<strong>de</strong>r a dar mais valor<br />
ao Brasil e às organizações brasileiras, que merecem o nosso respeito.<br />
18 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Tem algo<br />
novo na<br />
mídia para<br />
você.<br />
PAD agora é<br />
Saiba mais:<br />
Praças <strong>de</strong> Atuação:<br />
BH • RJ • POA • FOR • REC
quem fez<br />
Paulo Macedo<br />
paulo@propmark.com.br<br />
F2F Digital<br />
AVENUE<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: “A conta internacional para a sua vida também ser”<br />
Diretor <strong>de</strong> criação: André Bercelli<br />
Head <strong>de</strong> redação: Enzo Sunahara<br />
Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> redação: Guilherme Meneghetti<br />
Redatora: Letícia Paiva Ramos<br />
Diretor <strong>de</strong> arte: Lucca Sá<br />
Diretor <strong>de</strong> contas: Fernando Escarlate<br />
Aprovação: Joana Veiga<br />
A Avenue, corretora americana para brasileiros, está apresentando<br />
seu reposicionamento na área <strong>de</strong> banking. Campanha<br />
contempla mídia digital e OOH para <strong>de</strong>stacar os serviços<br />
que acessam o sistema financeiro dos Estados Unidos, como<br />
envio e recebimento <strong>de</strong> transferências em dólar e cartão <strong>de</strong><br />
débito aceito em mais <strong>de</strong> 150 países.<br />
HeaDs PrOPaganDa<br />
ÓticAs DiNiz<br />
Título: Enjoei Troquei<br />
VP <strong>de</strong> criação: Rafael Merel<br />
Criação: Luiz Barreto, Luan Ivo e Gustavo Miceli<br />
Produtora: Blackbird Produções<br />
Diretor <strong>de</strong> cena: Ernani Nunes<br />
Áudio: Ritmika<br />
Aprovação: Luciane Gomes<br />
Tradicional no calendário do anunciante, ação<br />
promocional se esten<strong>de</strong> até 30 <strong>de</strong> junho. Ação<br />
consiste em <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> R$ 200 na compra <strong>de</strong><br />
óculos novos (armação + lentes). Anunciante lembra<br />
que no Brasil existem aproximadamente 100<br />
milhões <strong>de</strong> pessoas que necessitam <strong>de</strong> algum tipo<br />
<strong>de</strong> correção visual, <strong>de</strong> acordo com o IBGE.<br />
KtBO<br />
KEllogg<br />
Título:” Tem um Cheez-It® para cada momento do seu dia”<br />
Criação: Beatriz Duarte, Daniel Rocha e Débora Rêda<br />
Atendimento: Carolina Nogueira e Rebeca Rocha<br />
Conteúdo: Camila Alvarenga e Luisa Vergamini<br />
Produtora: Trator232<br />
Diretores: Pedro Dumans e Renato Cabra<br />
Aprovação: Cristina Monteiro, Bruno Rocha e Isabella Scarpitta<br />
Ação conta com participação do ator Rafael Portugal,<br />
embaixador da marca <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado, que recebeu<br />
missão <strong>de</strong> apresentar nesse comercial a nova<br />
versão do snack. Projeto tem o objetivo <strong>de</strong> reforçar o<br />
brand awareness da marca, em especial entre o público<br />
jovem, e falar sobre as ocasiões <strong>de</strong> consumo.<br />
20 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
cannes lions <strong>2023</strong><br />
Influência reflete contexto cultural<br />
Única brasileira a presidir um júri<br />
no festival, na categoria <strong>de</strong> Social<br />
& Influencer Lions, Samantha<br />
Almeida chama a atenção para<br />
a autenticida<strong>de</strong> da ficha técnica<br />
<strong>de</strong> campanhas sobre diversida<strong>de</strong>,<br />
inclusão e justiça social. Quem<br />
faz é tão importante quanto a<br />
ação. “Isso fala muito <strong>de</strong> uma<br />
audiência mais impactada e<br />
menos ‘impactável’ por mensagens<br />
pseudossociais”, alerta a diretora<br />
<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inovação da<br />
Globo. Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação<br />
é vantagem do Brasil. “A gente<br />
respon<strong>de</strong> a boas campanhas. E<br />
também quando não são boas.<br />
Isso nos faz fortes”, sinaliza.<br />
Janaina Langsdorff<br />
Análise<br />
O contexto cultural é <strong>de</strong>finitivo.<br />
É fundamental sentir o<br />
impacto <strong>de</strong> uma ação, mesmo<br />
sem nunca termos tido contato<br />
com o local representado. A<br />
campanha <strong>de</strong>ve ter estratégia<br />
<strong>de</strong>finida - com quem estou falando<br />
e por quê?; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mobilização - após me assistir,<br />
minha audiência fez o quê?; e<br />
engajamento e interação, o que<br />
não significa necessariamente<br />
apenas likes e views, tá?<br />
FAtores <strong>de</strong>terminAntes<br />
Conceito forte, criativo e inovador,<br />
além <strong>de</strong> ser relevante<br />
socialmente, gerar engajamento,<br />
impacto positivo e ser eficaz<br />
na realização <strong>de</strong> objetivos.<br />
E resultados. Quais foram? São<br />
mensuráveis? É um cal<strong>de</strong>irão<br />
<strong>de</strong> muitas coisas. Especialmente,<br />
consi<strong>de</strong>rando os <strong>de</strong>bates que<br />
estamos tendo hoje sobre re<strong>de</strong>s,<br />
influência e algoritmos.<br />
<strong>de</strong> jurAdA A presi<strong>de</strong>nte<br />
Ser jurada significou fazer parte<br />
<strong>de</strong> um todo global. Trocar, até<br />
provocar mudanças <strong>de</strong> rotas nos<br />
<strong>de</strong>bates. No papel <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte,<br />
sinto que tudo é mais amplo,<br />
envolve mais li<strong>de</strong>rança, coor<strong>de</strong>nação<br />
e responsabilida<strong>de</strong> em<br />
garantir que todas as opiniões<br />
sejam consi<strong>de</strong>radas, que as <strong>de</strong>cisões<br />
sejam justas e equilibradas.<br />
Significado<br />
Tem havido uma tendência<br />
<strong>de</strong> campanhas que promovem<br />
diversida<strong>de</strong>, inclusão e justiça<br />
social. Porém, o quanto <strong>de</strong>ssas<br />
campanhas são eficientes no<br />
progresso das comunida<strong>de</strong>s?<br />
As fichas técnicas refletem o<br />
conteúdo apresentado? Esses<br />
foram alguns dos meus questionamentos<br />
em 2021. Hoje,<br />
com o uso <strong>de</strong> novas tecnologias,<br />
otimizações e AI, acho ainda<br />
mais urgentes. É crescente a<br />
valorização <strong>de</strong> campanhas genuínas,<br />
por isso, quem faz é tão<br />
importante. Isso fala muito <strong>de</strong><br />
uma audiência mais impactada<br />
e menos “impactável” por mensagens<br />
pseudossociais.<br />
SinaiS<br />
Somos um mercado tão dinâmico<br />
e sujeito a mudanças que<br />
Samantha Almeida: contexto cultural, conceito, engajamento, mobilização e resultados<br />
“Responsabilida<strong>de</strong><br />
em garantir<br />
que <strong>de</strong>cisões<br />
sejam justas e<br />
equilibradas”<br />
toda vez que dizemos que algo<br />
“será tendência”, ele vira “já<br />
passou”. Óbvio que, por eventos<br />
como SXSW, Web Summit e<br />
Future Today Institute’s da Amy<br />
Webb, <strong>de</strong>vemos ver projetos<br />
que reflitam mudanças culturais,<br />
sociais e tecnológicas. Mas<br />
o que mais me interessa é: sob<br />
qual ótica?<br />
PreParação<br />
Estou respirando fundo, tentando<br />
dormir oito horas e fazendo<br />
terapia (risos). O mais<br />
importante é que o julgamento<br />
referencie um pensamento para<br />
Alê Lemos<br />
criativos globais. Estou cercada<br />
<strong>de</strong> gente preparada e disposta<br />
a ouvir diferentes perspectivas<br />
com habilida<strong>de</strong>s complementares.<br />
Estou ciente <strong>de</strong> que a minha<br />
seleção levou em consi<strong>de</strong>ração<br />
a minha carreira e bagagem pessoal.<br />
Sou uma planejadora criativa<br />
mulher, negra e periférica,<br />
com uma visão que representa<br />
uma parcela significativa da<br />
população carregada nessa criativida<strong>de</strong><br />
que acredito, que muitas<br />
vezes é sub-representada na<br />
indústria da publicida<strong>de</strong> e do<br />
marketing.<br />
Potência nacional<br />
Os fatores econômicos e o<br />
po<strong>de</strong>r do investimento das empresas<br />
brasileiras em publicida<strong>de</strong><br />
e marketing dão espaço<br />
para experimentações e potencializam<br />
o nosso já reconhecido<br />
talento criativo. São várias as<br />
campanhas premiadas, e temos<br />
ficado cada vez melhores em<br />
medir, qualificar e reagir ao impacto<br />
<strong>de</strong>ssas ações. Mas a gente<br />
engaja, respon<strong>de</strong> a boas campanhas.<br />
E também quando não<br />
são boas. Isso nos faz fortes na<br />
competição.<br />
<strong>22</strong> <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
CHEGAMOS<br />
À LIDERANÇA SEM<br />
ESQUECER QUEM<br />
ESTEVE COM<br />
A GENTE EM TODOS<br />
OS MOMENTOS.<br />
PARABÉNS PELOS<br />
58 ANOS, PROPMARK!<br />
A agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> integrada<br />
mais bem avaliada pelos clientes<br />
(Agency Scope 20<strong>22</strong>/23) e a <strong>maio</strong>r<br />
agência do Brasil em investimento<br />
<strong>de</strong> mídia (CENP - Meios)
cannes lions <strong>2023</strong><br />
Canja <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> valorização do áudio<br />
Áudio <strong>de</strong>veria vir antes <strong>de</strong> rádio<br />
na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Lucas Sfair para a<br />
premiação <strong>de</strong> Radio & Audio Lions.<br />
Novato no júri da categoria, o<br />
fundador e diretor criativo da produtora<br />
<strong>de</strong> som paranaense Canja<br />
Audio Culture lembra <strong>de</strong> Sick beats,<br />
colete <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução <strong>de</strong> vias aéreas<br />
baseado na terapia <strong>de</strong> ondas<br />
sonoras, que levou o Grand Prix da<br />
área em 2021. “Não dá mais pra resumir<br />
isso em rádio. Faz um tempo<br />
que o áudio está revolucionando<br />
as criações das agências”, observa.<br />
Criativida<strong>de</strong> acima da tecnologia<br />
e o po<strong>de</strong>r da mídia para lidar com<br />
pautas sociais também são <strong>de</strong>staques<br />
da entrevista a seguir.<br />
Lucas Sfair: temos produtoras <strong>de</strong> som com CNPJ “brazuca” e alcance global<br />
Divulgação<br />
Janaina Langsdorff<br />
O que cOnsi<strong>de</strong>rar<br />
Criativida<strong>de</strong> acima da tecnologia.<br />
Vivemos o boom da<br />
inteligência artificial, mas a<br />
ferramenta por si só não bastará.<br />
Continuamos buscando<br />
conceitos fresh, que sejam capazes<br />
<strong>de</strong> transmitir e convencer.<br />
Entra o tão falado craft.<br />
Técnica e i<strong>de</strong>ia andam <strong>de</strong><br />
mãos dadas para que algo seja<br />
convincente.<br />
POtencial criativO<br />
Faz um tempo que o áudio<br />
está revolucionando as criações<br />
das agências. São i<strong>de</strong>ias para<br />
assistentes <strong>de</strong> voz (Alexa, Siri,<br />
etc.), podcasts, produções binaurais,<br />
atmos. A categoria Radio<br />
& Audio <strong>de</strong>veria ter seu título<br />
invertido para Audio & Radio.<br />
Os <strong>de</strong>sformatos estão cada vez<br />
mais interessantes e atrativos.<br />
Ganhamos Grand Prix nessa categoria<br />
em 2021, com Sick beats,<br />
primeiro colete <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução<br />
<strong>de</strong> vias aéreas baseado na terapia<br />
<strong>de</strong> ondas sonoras. Não dá<br />
mais pra resumir isso em rádio.<br />
HOnra<br />
Ser jurado em Cannes é a coroação<br />
<strong>de</strong> experiências em festivais<br />
internacionais anteriores.<br />
Passei por Clios, LIA, NYF, El Ojo,<br />
CCSP, Colunistas e outros. Segundo<br />
consta, sou o produtor <strong>de</strong><br />
áudio da publicida<strong>de</strong> brasileira<br />
mais jovem a ser convidado para<br />
ser jurado em Cannes. E acho<br />
que faz sentido pro momento,<br />
porque há anos ganhamos prêmios<br />
técnicos. Se fossem esperar<br />
mais só por questão <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />
talvez a onda teria passado. Mas<br />
sim: primeira vez. Honrado.<br />
luz<br />
Vivemos uma fase “pós-pandêmica”<br />
e, ao mesmo tempo,<br />
com AI evoluindo rapidamente.<br />
Também passamos por questões<br />
que precisamos ajudar a resolver<br />
com nosso papel e po<strong>de</strong>r<br />
midiático. Por exemplo, acabamos<br />
<strong>de</strong> ter uma Copa do Mundo<br />
sediada em um dos países<br />
mais machistas e intolerantes<br />
que existe. Já no Brasil, tivemos<br />
o escândalo dos garimpos, corrupção,<br />
<strong>de</strong>struição da Amazônia<br />
e, por consequência, uma<br />
“Premiação<br />
<strong>de</strong>veria ter título<br />
invertido para<br />
Audio & Radio”<br />
péssima administração climática.<br />
Tem tanto assunto precisando<br />
<strong>de</strong> luz que realmente espero<br />
ver campanhas diversificadas.<br />
trabalHO<br />
Venho me preparando para o<br />
julgamento trabalhando. Essa<br />
época do ano é difícil respon<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> outra forma. São <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
projetos concluídos até a <strong>de</strong>adline<br />
do festival. Mas estou feliz<br />
por lidar com i<strong>de</strong>ias geniais e<br />
pessoas talentosas.<br />
brasil<br />
Por ser uma categoria que não<br />
envolve tanto custo <strong>de</strong> produção,<br />
o Brasil tem muita inscrição.<br />
No ano passado, tivemos a campanha<br />
Los Santos, da VMLY&R,<br />
que brilhou no Palais. Além das<br />
agências, temos produtoras <strong>de</strong><br />
som com CNPJ “brazuca” e alcance<br />
global. Se somassem só os<br />
Leões das produtoras <strong>de</strong> áudio<br />
brasileira, seria um dos “países”<br />
mais premiados em todas as edições.<br />
Muitas campanhas feitas<br />
aqui não contam no score geral<br />
porque a agência e cliente são <strong>de</strong><br />
fora. Mas faz parte.<br />
24 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
cannes lions <strong>2023</strong><br />
PR conduz trabalho <strong>de</strong> reputação<br />
A jornalista Daniela Graicar, sócia<br />
e co-CEO da PROS, julgará os projetos<br />
da categoria PR Lions pela<br />
primeira vez. A executiva é expoente<br />
<strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong> agências<br />
que <strong>de</strong>sbancou a rala i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />
relações públicas é só assessoria<br />
<strong>de</strong> imprensa. “Conteúdo, influência<br />
e digital trazem um resultado<br />
<strong>de</strong> earned media muito superior e<br />
constroem uma reputação positiva”,<br />
sustenta Daniela, que abriu o<br />
seu primeiro negócio na área aos<br />
19 anos. Hoje, comanda uma empresa<br />
formada por 135 profissionais,<br />
e li<strong>de</strong>ra o Movimento Aladas,<br />
que apoia o empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
feminino.<br />
Divulgação<br />
Janaina Langsdorff<br />
Critérios<br />
Tecnicamente, os critérios<br />
vindos do festival para a área<br />
<strong>de</strong> PR têm como divisão da nota<br />
total: 20% i<strong>de</strong>ia e criativida<strong>de</strong>;<br />
30% estratégia; 20% execução;<br />
e 30% impacto e resultados.<br />
AmAdureCimento<br />
O mercado brasileiro vem experimentando<br />
os resultados do<br />
PR criativo, e se apaixonando<br />
pela i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar conversas<br />
atuais e necessárias, com suas<br />
marcas participando <strong>de</strong> forma<br />
orgânica da vida das pessoas.<br />
Percebo que os clientes passam<br />
a enten<strong>de</strong>r que o relacionamento<br />
com a imprensa é só uma pequena<br />
parte do que as agências<br />
<strong>de</strong> PR mais contemporâneas são<br />
capazes <strong>de</strong> entregar, que projetos<br />
mais completos, mesclando<br />
conteúdo, influência e digital,<br />
trazem um resultado <strong>de</strong> earned<br />
media muito superior e constroem<br />
uma reputação positiva que<br />
dura por mais tempo. Encarar<br />
PR como assessoria <strong>de</strong> imprensa<br />
é algo do passado.<br />
Atributos<br />
A nossa análise parte dos critérios<br />
apresentados por Lions,<br />
citados anteriormente, divididos<br />
por i<strong>de</strong>ia, estratégia, execução<br />
e resultados. Além <strong>de</strong>les,<br />
porém, uma das recomendações<br />
que recebemos é que nem<br />
tudo em PR precisa ser relacionado<br />
a ESG. Em muitos casos,<br />
o humor, a criativida<strong>de</strong> pura e<br />
a pertinência da narrativa para<br />
aquela marca ou para o país em<br />
que a campanha <strong>de</strong> PR aconteceu<br />
<strong>de</strong>vem ser levados em conta,<br />
principalmente na análise <strong>de</strong><br />
impacto e resultados.<br />
estreiA<br />
Sim, é a primeira vez que participo<br />
como jurada do Cannes<br />
Lions.<br />
Dinâmica<br />
Vou avaliar 375 cases nessa<br />
primeira etapa, que termina no<br />
dia 30 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>. Pelos primeiros<br />
que vi, já percebo que são<br />
<strong>de</strong> mercados diversos, como<br />
alimentos e bebidas, terceiro<br />
setor e turismo; e <strong>de</strong> diferentes<br />
países também. Uma varieda<strong>de</strong><br />
Daniela Graicar: 375 cases avaliados na primeira etapa, que termina no dia 30 <strong>de</strong> <strong>maio</strong><br />
“Acredito que<br />
tenhamos cases<br />
robustos para<br />
brigar por Leões”<br />
<strong>de</strong> temas, <strong>de</strong>safios e formatos a<br />
serem analisados, o que torna<br />
tudo um pouco mais complexo.<br />
Lição De casa<br />
Tenho reservado algumas horas<br />
no meu dia e muitas aos fins<br />
<strong>de</strong> semana para po<strong>de</strong>r avaliar<br />
cada case com a mesma atenção<br />
e cuidado. Aquela velha máxima<br />
<strong>de</strong> fazer com as <strong>de</strong>mais agências<br />
o que gostaria que fizessem com<br />
a minha.<br />
BrasiL<br />
Ainda não tive um contato<br />
direto com os trabalhos brasileiros.<br />
Mas, olhando para o que<br />
vi no último ano, acredito que<br />
tenhamos, sim, cases robustos<br />
para brigar por Leões. Espero<br />
que eles apareçam em breve.<br />
26 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
mercado<br />
ABA lança livro sobre advocacy<br />
com eventos em São Paulo e Brasília<br />
Obra reúne 54 documentos que registram<br />
posições capazes <strong>de</strong> embasar a reflexão sobre<br />
o avanço da propaganda e da socieda<strong>de</strong><br />
Divulgação<br />
O<br />
livro Advocacy ABA: <strong>de</strong>fesa permanente<br />
da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e da<br />
autorregulamentação na publicida<strong>de</strong><br />
será lançado na Livraria Cultura do Conjunto<br />
Nacional, em São Paulo, em 30 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>.<br />
No dia seguinte, a obra chega ao Centro Cultural<br />
Banco do Brasil, em Brasília. Os eventos<br />
ocorrerão às 18h em ambos os locais.<br />
Editado pela Lea<strong>de</strong>r, o trabalho da Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes (ABA) reúne<br />
54 documentos feitos nos últimos sete anos.<br />
Audiências com parlamentares, papers,<br />
contribuições para consultas públicas e encontros<br />
em prol da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e<br />
do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autorregulamentação brasileiro<br />
estão na coletânea. “Vivenciamos um setor<br />
cada vez mais unido na luta institucional<br />
pela <strong>de</strong>fesa da autorregulamentação e liber-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão”, confirma Sandra Martinelli,<br />
CEO da ABA e membro do executive<br />
committee da WFA, responsável pela organização<br />
e introdução da obra.<br />
Com mais <strong>de</strong> 680 páginas, a publicação<br />
tem prefácio <strong>de</strong> Nelcina Tropardi, presi<strong>de</strong>nte<br />
da ABA e diretora-geral <strong>de</strong> jurídico, relgov,<br />
ESG e compliance na Dasa. Já Vanessa Vilar,<br />
group general counsel ice cream da Unilever,<br />
escreveu Desafios <strong>de</strong> uma geração, texto que<br />
aborda pautas sociais. A área <strong>de</strong> advocacy é<br />
li<strong>de</strong>rada por Eliane Quintella, presi<strong>de</strong>nte do<br />
comitê jurídico da entida<strong>de</strong> e diretora jurídica<br />
<strong>de</strong> assuntos corporativos e <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />
da Softys, e Daniela Rios, que conduz<br />
o comitê <strong>de</strong> relações governamentais da ABA<br />
e é diretora <strong>de</strong> relações governamentais e<br />
políticas públicas da P&G.<br />
Publicação traz documentos dos últimos sete anos<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27
mercado<br />
Lovers da Cacau Show ganham momento<br />
especial em ação do Dia dos Namorados<br />
Maçã do amor será um dos sabores para a data promocional celebrada<br />
em 12 <strong>de</strong> junho, com embalagens coloridas que formam um coração<br />
Paulo Macedo<br />
Celebrar o amor é a intenção<br />
da Cacau Show para a<br />
data promocional <strong>de</strong> Namorados,<br />
que ocorre no dia 12<br />
<strong>de</strong> junho. Para este ano, a marca<br />
elaborou campanha sob o<br />
mote Momentos especiais com a<br />
oferta <strong>de</strong> produtos com sabor <strong>de</strong><br />
maçã do amor para estabelecer<br />
conexão romântica com o público.<br />
As embalagens, com cores<br />
<strong>de</strong> tons distintos, se juntam<br />
para formar o coração. Além <strong>de</strong><br />
produtos especiais para a data,<br />
a marca terá sorteio muito especial<br />
para estadia no Bendito<br />
Cacao Resort & Spa, válida até o<br />
dia 18 <strong>de</strong> junho. Daniel Roque,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte da Cacau Show,<br />
explica que há preços acessíveis<br />
para os membros do programa<br />
<strong>de</strong> benefícios Cacau Lovers.<br />
Divulgação<br />
Daniel Roque é VP da Cacau Show, que <strong>de</strong>staca o amor na ação <strong>de</strong> Dia dos Namorados<br />
“A Cacau Show busca fazer<br />
parte do dia a dia dos consumidores,<br />
que são participantes do<br />
programa <strong>de</strong> privilégios da marca.<br />
Para o Dia dos Namorados<br />
<strong>de</strong> <strong>2023</strong>, não será diferente. A<br />
campanha <strong>de</strong>ste ano foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
pensando em momentos<br />
especiais, ou seja, momentos<br />
em que se criam memórias<br />
com a pessoa amada. A campanha<br />
fala sobre o amor que<br />
transborda e faz com que todos<br />
os momentos vividos sejam especiais.<br />
Além <strong>de</strong> o chocolate<br />
remeter ao amor e ao carinho,<br />
o chocolate transforma os dias<br />
mais comuns, sendo o caminho<br />
mais curto para um doce sorriso!<br />
Ao mesmo tempo, o chocolate<br />
também simboliza a paixão<br />
e a sensualida<strong>de</strong> e é usado para<br />
<strong>de</strong>monstrar <strong>de</strong>sejo e atração”,<br />
explica e finaliza Roque.<br />
Painel Marcas do Coração da PGB <strong>2023</strong><br />
traz visão dos gamers com publicida<strong>de</strong><br />
Estudo <strong>de</strong>senvolvido pela SX Group, Go Gamers em parceria com Blend<br />
New Research e ESPM revela que 69,6% aceitam marcas nos jogos<br />
A<br />
Pesquisa Game Brasil<br />
<strong>2023</strong>, levantamento anual<br />
consolidado sobre o<br />
consumo <strong>de</strong> jogos eletrônicos<br />
no país, chega à 10ª edição do<br />
painel Marcas do Coração com<br />
insights sobre o comportamento<br />
dos gamers brasileiros em<br />
relação a como as marcas abordam<br />
este universo. Desenvolvida<br />
pela SX Group e pela Go<br />
Gamers em parceria com Blend<br />
New Research e ESPM, o estudo<br />
mostra que 70,1% da população<br />
no Brasil afirma jogar algum tipo<br />
<strong>de</strong> jogo eletrônico.<br />
“O painel <strong>de</strong> marcas da PGB<br />
10 anos amplia seu escopo ao<br />
incorporar dados que traduzem<br />
o comportamento dos gamers<br />
brasileiros em relação à publicida<strong>de</strong><br />
e ações <strong>de</strong> marcas em tor-<br />
no <strong>de</strong>ste gran<strong>de</strong> ecossistema”<br />
afima o executivo Carlos Silva,<br />
sócio da GoGamers.<br />
O painel mostra que 69,6% do<br />
público gamer gosta quando as<br />
Reprodução<br />
marcas aparecem <strong>de</strong>ntro dos jogos,<br />
como em skins <strong>de</strong> avatares,<br />
equipamentos exclusivos, entre<br />
outros itens. Mais: 60,3% dos jogadores<br />
preferem comprar pro-<br />
dutos <strong>de</strong> marcas que realizam<br />
esse tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Outro<br />
tipo <strong>de</strong> ativação que cai no<br />
gosto dos gamers são anúncios<br />
e patrocínios em re<strong>de</strong>s sociais<br />
(77,2% gostam), lives (76,3%),<br />
ví<strong>de</strong>os sobre jogos (74,2%) e<br />
banners na internet (70,3%).<br />
Mais <strong>de</strong> 60% do público prefere<br />
comprar produtos e serviços <strong>de</strong><br />
marcas que fazem propagandas<br />
nestes formatos.<br />
“Neste ano, progredimos<br />
para além do ranqueamento das<br />
marcas, visando a compreensão<br />
<strong>de</strong> como os gamers brasileiros<br />
se vinculam com elas por meio<br />
<strong>de</strong> dados sobre comportamento<br />
e impacto em seu cotidiano”,<br />
afirma Guilherme Camargo, sócio<br />
do SX Group e professor na<br />
pós-graduação da ESPM.<br />
30 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
agências<br />
VMLY&R traz temática amazônica<br />
em ação da Coral e futebol para Visa<br />
Campanhas <strong>de</strong>stacam os efeitos do <strong>de</strong>smatamento com dados<br />
em tempo real e restrição à participação das mulheres nos gramados<br />
Fotos: Divulgação<br />
Visa vai além do patrocínio ao trazer passado machista na ação #escolhajogarcomelas<br />
Tintas Coral, cliente da VMLY&R, chama a atenção para o <strong>de</strong>smatamento na Amazônia<br />
Paulo Macedo<br />
Índice <strong>de</strong> cores monitorado por dados dá o tom do Projeto Ver<strong>de</strong> Amazônia<br />
O<br />
veto ao voto feminino<br />
já tinha sido jogado para<br />
escanteio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1932.<br />
Mas uma canetada impediu que<br />
o futebol feminino fosse jogado<br />
nas quatro linhas no país entre<br />
1941 e 1979. Po<strong>de</strong>, Arnaldo?<br />
Esse é o pano <strong>de</strong> fundo do<br />
movimento #escolhajogarcomelas<br />
lançado pela Visa para estimular<br />
a população brasileira<br />
a assistir à Copa do Mundo <strong>de</strong><br />
mulheres, agendada para julho<br />
e agosto próximos, na Nova Zelândia<br />
e Austrália, como acontece<br />
na competição masculina.<br />
Outra iniciativa da marca na<br />
Copa feminina é fornecer tintas<br />
e equipamentos para que os<br />
contemplados pintem muros e<br />
ruas nas cores ver<strong>de</strong> e amarelo.<br />
Visa também terá um caminhão<br />
que vai percorrer cida<strong>de</strong>s<br />
brasileiras para a transmissão<br />
pública dos jogos da Copa.<br />
“A campanha contempla um<br />
filme institucional que conta a<br />
história do futebol feminino no<br />
país. A narrativa traz a história<br />
<strong>de</strong> luta das jogadoras brasileiras,<br />
que tiveram <strong>de</strong> enfrentar a<br />
proibição da prática do futebol<br />
feminino no país entre 1941 e<br />
1979, a partir do Artigo 54 do<br />
Decreto-lei 3199, que <strong>de</strong>terminava<br />
‘que às mulheres não<br />
se permitirá a prática <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos<br />
incompatíveis com as<br />
condições <strong>de</strong> sua natureza’, e<br />
as proibia <strong>de</strong> jogarem futebol”,<br />
esclarece a VMLY&R sobre a<br />
estrutura do roteiro que teve<br />
a li<strong>de</strong>rança dos CCOs Sleyman<br />
Khodor e Rafael Pitanguy e do<br />
ECD Roberto Rogoski. A produção<br />
do filme foi da MyMama<br />
Entertainment, com direção<br />
<strong>de</strong> Ana Valente.<br />
“Nossa luta contra a proibição<br />
e contra o preconceito tem<br />
reflexos até hoje. Ainda temos<br />
um longo caminho para percorrer<br />
em busca <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
no futebol, mas acredito<br />
que iniciativas como o #escolhajogarcomelas<br />
nos dão esperança<br />
<strong>de</strong> um futuro cada vez<br />
mais igualitário para as novas<br />
gerações <strong>de</strong> meninas que sonham<br />
em ser jogadoras, como<br />
eu sonhei um dia”, comenta a<br />
ex-jogadora Rata.<br />
“A empresa <strong>de</strong>cidiu usar o<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> seu patrocínio para<br />
iniciar esse movimento por enten<strong>de</strong>r<br />
que a escolha <strong>de</strong> assistir<br />
a Copa Feminina é o <strong>maio</strong>r<br />
empo<strong>de</strong>ramento que po<strong>de</strong>mos<br />
dar às atletas. Por isso, vamos<br />
levar o futebol feminino para<br />
as ruas e convocar todos a valorizar<br />
o esporte feminino, assim<br />
como fazemos com o masculino”,<br />
reforça a executiva<br />
Luciana Resen<strong>de</strong> Lotze, VP sênior<br />
<strong>de</strong> marketing da Visa para<br />
América Latina e Caribe. Ação<br />
vai sortear três pacotes para a<br />
final da Copa feminina.<br />
CORAL<br />
De acordo com a Agência<br />
<strong>de</strong> Pesquisa Espacial (INPE),<br />
o <strong>de</strong>smatamento na região<br />
amazônica vem crescendo verticalmente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />
medição em 2014. Este ano,<br />
segundo a instituição, o crescimento<br />
da poda irregular foi <strong>de</strong><br />
14%, apenas no mês <strong>de</strong> março.<br />
Para chamar a atenção para o<br />
problema a VMLY&R i<strong>de</strong>alizou<br />
para seu cliente Coral o Projeto<br />
Ver<strong>de</strong> Amazônia, que, através<br />
da tecnologia, “traduz dados,<br />
notícias e prognósticos da preservação<br />
da floresta amazônica<br />
em cor, alterando a tonalida<strong>de</strong><br />
do ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com<br />
essas mudanças”.<br />
“O <strong>de</strong>smatamento na Amazônia<br />
provoca o <strong>de</strong>sequilíbrio<br />
<strong>de</strong> todo o planeta, colocando<br />
em risco a nossa biodiversida<strong>de</strong><br />
e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das<br />
futuras gerações. Ainda assim,<br />
muitas pessoas não conseguem<br />
se envolver com a causa,<br />
porque vivem em gran<strong>de</strong>s centros<br />
e se sentem distantes <strong>de</strong>ssa<br />
realida<strong>de</strong>. Essa nova ação é<br />
inovadora e leva a discussão<br />
sobre o tema, literalmente,<br />
para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa”, pon<strong>de</strong>ra<br />
Juliana Zaponi, gerente <strong>de</strong> comunicação<br />
<strong>de</strong> marketing e cor<br />
para a divisão <strong>de</strong> tintas <strong>de</strong>corativas<br />
da AkzoNobel, que controla<br />
a Coral.<br />
32 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Prova que<br />
criativida<strong>de</strong><br />
e tecnologia<br />
<strong>de</strong>finitivamente<br />
foram feitas para<br />
ficar juntas.<br />
Des<strong>de</strong> 1965, o Propmark nos ajuda<br />
a pensar o mercado.<br />
E agora, mais do que nunca, continua<br />
sendo fundamental para nos ajudar<br />
a repensá-lo.<br />
Uma homenagem da Brivia,<br />
a 1ª creative smartech do Brasil, pelos<br />
68 5 anos do 1º veículo especializado<br />
em propaganda e marketing.
digital<br />
Samsung Ads reforça fórmula para usar<br />
Smart TVs como espaços publicitários<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios chega ao Brasil com promessa <strong>de</strong> trazer soluções<br />
segmentadas para alcançar o consumidor <strong>de</strong>sejado pelas marcas<br />
Divulgação<br />
A Samsung Ads é uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios com foco na monetização e oferta <strong>de</strong> soluções inteligentes <strong>de</strong> espaços publicitários em Smart TVs Samsung<br />
Adrieny Magalhães<br />
No mercado <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
já é compreendido<br />
que, para um direcionamento<br />
correto <strong>de</strong> anúncios, é<br />
essencial conhecer o consumidor.<br />
Apesar <strong>de</strong> ser uma fórmula<br />
óbvia, o cliente mudou e está<br />
mais difícil <strong>de</strong> ser encontrado,<br />
sobretudo porque sua atenção<br />
é fragmentada por uma vasta<br />
oferta <strong>de</strong> conteúdo, distribuído<br />
em plataformas e formatos<br />
múltiplos.<br />
A Samsung Ads, unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
negócios com foco na monetização<br />
e oferta <strong>de</strong> soluções inteligentes<br />
<strong>de</strong> espaços publicitários<br />
em Smart TVs Samsung,<br />
enten<strong>de</strong> que a <strong>maio</strong>r dificulda<strong>de</strong><br />
das marcas é encontrar, conectar<br />
e engajar o consumidor<br />
com esse perfil “turista”.<br />
De acordo com dados e insights<br />
da Samsung Ads, filmes,<br />
séries <strong>de</strong> TV, notícias e esportes<br />
são conteúdos com que<br />
o brasileiro mais se conecta.<br />
Sendo as novelas e o futebol<br />
os conteúdos mais consumidos<br />
em todos os canais lineares<br />
das Smart TVs Samsung. Tal<br />
como estas informações, a unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> negócios consegue<br />
<strong>de</strong>svendar outras tendências<br />
<strong>de</strong> consumo.<br />
De acordo com Essio Floridi,<br />
diretor <strong>de</strong> vendas e operação<br />
da Samsung Ads na América<br />
Latina, a Samsung Ads tem<br />
como objetivo oferecer escala,<br />
eficiência, alcance incremental,<br />
mensurações e segmentações<br />
baseadas em dados e insights<br />
proprietários dos hábitos<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo nas<br />
Smart TVs. “Juntamos um consumidor<br />
ávido por <strong>de</strong>scobertas<br />
e altamente engajado, à granularida<strong>de</strong><br />
do digital e à experiência<br />
<strong>de</strong> áudio e ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> tela em um único lugar,<br />
transformando o consumir TV<br />
em um hub <strong>de</strong> conexões, engajamento<br />
e negócios”, explica.<br />
Com a estratégia <strong>de</strong> conexão<br />
complementar no planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia e comunicação dos<br />
anunciantes, a Samsung Ads<br />
promete oferecer segmentações<br />
do digital e métricas combinadas<br />
com recomendações<br />
respaldadas por dados proprietários<br />
e exclusivos sobre<br />
hábitos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo,<br />
entregando o consumidor<br />
certo para cada marca e necessida<strong>de</strong>.<br />
Deste modo, a publicida<strong>de</strong><br />
em TV conectada (CTV) permite<br />
que cada etapa do funil<br />
seja trabalhada a<strong>de</strong>quadamente,<br />
para cada estratégia/necessida<strong>de</strong><br />
das marcas. Com as<br />
segmentações corretas, o hub<br />
evita <strong>de</strong>sgastes <strong>de</strong> marca e ineficiência,<br />
garantindo formatos<br />
<strong>de</strong> alta visibilida<strong>de</strong> e impactos.<br />
“Ao combinar branding e<br />
performance, TV e digital, alcance<br />
e escala, formatos nativos<br />
e <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, consumidores<br />
<strong>de</strong> todas as audiências (gera-<br />
ções, gêneros e plataformas)<br />
em um lugar premium e seguro,<br />
oferecemos às marcas a melhor<br />
segmentação e métricas<br />
do mundo digital aliadas à experiência<br />
da gran<strong>de</strong> tela (áudio<br />
e ví<strong>de</strong>o) e dados proprietários<br />
gerados apenas pela Samsung<br />
Ads através <strong>de</strong> suas 15 MM <strong>de</strong><br />
TVs ativas e conectadas no Brasil.<br />
Somos o ponto <strong>de</strong> encontro<br />
<strong>de</strong> todas as audiências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> suas jornadas<br />
<strong>de</strong> consumo, numa Smart<br />
TV. A campanha será sempre<br />
vista sem ser invasiva já que<br />
quem <strong>de</strong>fine a sua jornada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> campanhas é o<br />
próprio consumidor”, completa<br />
Floridi.<br />
Desvendando soluções e conectando<br />
marcas e consumidores,<br />
o caminho da Samsung<br />
Ads é promissor no mercado<br />
da América Latina (Brasil e<br />
México), com projeção <strong>de</strong> um<br />
crescimento <strong>de</strong> 200% até o fim<br />
<strong>de</strong> 2024.<br />
34 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 AnosFreepik<br />
Cuidar da reputação das marcas exige<br />
gestão minuciosa e trabalho contínuo<br />
Tema da edição especial <strong>de</strong> aniversário dos 58 anos do propmark é<br />
analisado em matérias e artigos escritos por profissionais do mercado<br />
Kelly Dores<br />
Os problemas gerados pela disseminação<br />
das fake news no ambiente digital<br />
são tão graves que o Projeto <strong>de</strong><br />
Lei 2630, <strong>de</strong> 2020, batizado <strong>de</strong> PL das Fake<br />
News, que prevê instituir a Lei Brasileira <strong>de</strong><br />
Liberda<strong>de</strong>, Responsabilida<strong>de</strong> e Transparência<br />
na Internet, causa forte polêmica. Atualmente<br />
parado na Câmara dos Deputados,<br />
o PL aguarda uma nova data para ser submetido<br />
à votação. De um lado, as big techs<br />
travam uma ofensiva para que ele seja mais<br />
discutido pela socieda<strong>de</strong> e, <strong>de</strong> outro, o governo<br />
fe<strong>de</strong>ral tem pressa para aprovar a regulamentação.<br />
Na ponta, todos concordam que a internet<br />
precisa ser regulamentada <strong>de</strong> alguma<br />
forma. Dentro <strong>de</strong>sse contexto, priorizar a segurança<br />
<strong>de</strong> marca – brand safety – tornou-se<br />
um trabalho contínuo nas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
Cada vez mais, as agências <strong>de</strong>senvolvem<br />
novas estratégias para garantir que a<br />
publicida<strong>de</strong> dos clientes não seja associada<br />
a conteúdos e perfis impróprios.<br />
“Tudo isso envolve investimento em<br />
tecnologia e <strong>de</strong>senvolvimento contínuo do<br />
time para evitar que, aci<strong>de</strong>ntalmente, esses<br />
anúncios sejam exibidos nesse contexto. E<br />
faz parte do conjunto <strong>de</strong> protocolos e ações<br />
para ajudar a proteger a imagem pública <strong>de</strong><br />
uma marca”, <strong>de</strong>screve Andreia Abud, VP <strong>de</strong><br />
mídia da WMcCann, em artigo publicado<br />
nesta edição especial <strong>de</strong> aniversário dos 58<br />
anos do propmark.<br />
Além do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> manchar a reputação<br />
<strong>de</strong> uma marca, as fakes news pesam no bolso<br />
dos anunciantes. Um levantamento da<br />
Comscore, em parceria com a NewsGuard,<br />
plataforma que avalia a confiabilida<strong>de</strong> dos<br />
sites, mostrou que a publicida<strong>de</strong> digital per<strong>de</strong><br />
US$ 2,6 bilhões em fake news ao ano. Em<br />
média, 1,68% dos investimentos em anúncios<br />
acabaram em sites que continham fake<br />
news.<br />
Mais longevo veículo especializado no<br />
mercado <strong>de</strong> comunicação em circulação,<br />
não à toa o propmark elegeu o tema reputação<br />
das marcas como assunto principal a<br />
ser tratado em matérias analíticas e artigos<br />
escritos por profissionais convidados, publicados<br />
nas próximas páginas <strong>de</strong>sta edição comemorativa,<br />
que também apresenta o novo<br />
projeto gráfico do jornal, que foi repaginado<br />
com um layout mais mo<strong>de</strong>rno (confira matéria<br />
nas páginas 130 e 131).<br />
Ao longo <strong>de</strong> quase seis décadas, o jornal<br />
testemunhou todas as transformações que a<br />
indústria criativa passou e a Redação enten<strong>de</strong>u<br />
que esse tema tão sensível atualmente<br />
<strong>de</strong>veria ser objeto <strong>de</strong> análise <strong>maio</strong>r. Vivemos<br />
hoje a era da transparência e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrole<br />
da informação nas re<strong>de</strong>s sociais. Dentro<br />
<strong>de</strong>sse cenário, nenhuma marca está imune<br />
a crises <strong>de</strong> produto ou <strong>de</strong> operação. Mas do<br />
lado dos consumidores, o que eles esperam<br />
é que as empresas assumam o erro e não se<br />
omitam.<br />
“Todas as marcas vão ter problema”, sentenciou<br />
Ana Couto, umas das <strong>maio</strong>res referências<br />
em branding no país, na seção Entrevista<br />
<strong>de</strong>sta semana. “Quando a marca não<br />
assume um ponto <strong>de</strong> vista, não assume um<br />
erro, ela vira vidraça. E teto <strong>de</strong> vidro hoje é<br />
muito perigoso”, completa ela.<br />
Segundo a especialista, nenhuma marca<br />
tem mais uma construção linear em um<br />
mundo VUCA - Volatilida<strong>de</strong> (Volatility); Incerteza<br />
(Uncertainty); Complexida<strong>de</strong> (Complexity);<br />
Ambiguida<strong>de</strong> (Ambiguity). “Você<br />
não controla mais. Por isso, precisa fazer<br />
uma gestão muito saudável para quando<br />
vier uma crise a marca conseguir reverter”,<br />
pon<strong>de</strong>ra ela.<br />
36 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
JComp/ Freepik<br />
Era da transparência edita manual<br />
mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> reputação das marcas<br />
Sem controle das informações, empresas <strong>de</strong>vem investir em gestão<br />
eficiente <strong>de</strong> crise, baseada em comunicação, operação e base jurídica<br />
Janaina Langsdorff<br />
O<br />
controle da informação acabou. Antes<br />
restrito aos veículos <strong>de</strong> mídia, o<br />
buchicho em torno <strong>de</strong> assuntos que<br />
cercam uma empresa ganha dimensões inimagináveis<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. Entrou a era<br />
da transparência. E a marca que não sabe<br />
respeitar os vieses <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tema<br />
acaba sofrendo. O <strong>de</strong>bate sobre mecanização<br />
<strong>de</strong> linhas produtivas é um exemplo.<br />
A mudança beneficia investidores, mas<br />
certamente empregos serão ceifados, e<br />
queixas virão. “O que é bom para um grupo<br />
<strong>de</strong> stakehol<strong>de</strong>rs não é aceito por outro. São<br />
múltiplos pontos <strong>de</strong> vista, que precisam ser<br />
respeitados”, alerta Marcos Be<strong>de</strong>ndo, professor<br />
<strong>de</strong> branding da ESPM.<br />
Tentar fugir <strong>de</strong> crises também é inócuo.<br />
Os esforços <strong>de</strong>vem estar centrados em uma<br />
gestão eficiente. “Empresas que passaram<br />
pela Covid-19 sentiram na pele que não há<br />
como evitar crises. O melhor a fazer é gerenciá-la<br />
<strong>de</strong> forma eficaz. O risco <strong>de</strong>ixa um custo<br />
alto”, adverte Ana Almeida, professora da<br />
Fundação Dom Cabral (FDC).<br />
GarGalo<br />
Não se faz gestão <strong>de</strong> crise <strong>de</strong> forma amadora.<br />
As empresas precisam estar preparadas<br />
para equilibrar comunicação, operação e<br />
questões que necessitam <strong>de</strong> embasamento jurídico.<br />
Mas essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciamento<br />
ainda é um gargalo do mercado. “Organizações<br />
estão muito mal preparadas para fazer<br />
gestão <strong>de</strong> crise”, reclama Ana Almeida. Investimentos<br />
precisam ser revistos. Enfrentar<br />
uma situação adversa é cada vez mais inevitável.<br />
É só uma questão <strong>de</strong> quando acontecerá.<br />
Transparência, mensagens claras e <strong>de</strong><br />
entendimento dos públicos envolvidos se<br />
transformaram nas regras do manual mo<strong>de</strong>rno<br />
<strong>de</strong> reputação das marcas. Se essa<br />
postura está arraigada na essência, muitas<br />
vezes, nem é necessário criar comitês. Naturalmente,<br />
o problema vai se dissipando.<br />
“Escutas e respostas guiam <strong>de</strong>cisões quase<br />
que por instinto”, observa Be<strong>de</strong>ndo.<br />
Mas não é fácil atingir esse nível. Comitês<br />
<strong>de</strong> crise ajudam, especialmente corporações<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, a centralizar diretrizes<br />
para que respostas coerentes possam ser<br />
formuladas por li<strong>de</strong>ranças e profissionais<br />
que lidam com o ambiente externo e interno.<br />
O correto dimensionamento da ca<strong>de</strong>ia<br />
passa por combinar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestores<br />
do negócio com informações <strong>de</strong> quem<br />
está na ponta do processo. “Colaboradores<br />
também serão pressionados a falar e, nessa<br />
época <strong>de</strong> propósito, eles querem participar,<br />
pois se sentem pessoalmente impactados<br />
pelas notícias”, sustenta Be<strong>de</strong>ndo.<br />
Natureza do problema<br />
Há exceções. A queda <strong>de</strong> um avião, por<br />
exemplo, carrega um conjunto complexo <strong>de</strong><br />
Marcas que não enxergam<br />
os diversos vieses <strong>de</strong><br />
um assunto colocam a<br />
sua reputação em risco<br />
38 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
+
“O que é bom para<br />
um grupo <strong>de</strong><br />
stakehol<strong>de</strong>rs não<br />
é aceito por outro”<br />
Fotos: Divulgação<br />
diretrizes e procedimentos, que envolvem<br />
perícia, questões jurídicas e o momento<br />
certo <strong>de</strong> fazer comunicados em respeito às<br />
famílias envolvidas. No mais, reina a exigência<br />
por respostas e abordagens conforme<br />
o grupo em questão e a dinâmica do problema.<br />
“Manuais são <strong>de</strong>scartados na primeira<br />
vírgula que <strong>de</strong>r errado, não é mais possível<br />
fazer previsões em um mundo caótico,<br />
<strong>de</strong> informações <strong>de</strong>sencontradas”, reforça<br />
Be<strong>de</strong>ndo.<br />
O cenário atual <strong>de</strong>safia as marcas. A percepção<br />
é <strong>de</strong> que sempre haverá alguém reclamando.<br />
“Reputação é comportamento<br />
observado, por pessoas, colaboradores,<br />
acionistas, socieda<strong>de</strong>, jornalistas. A empresa<br />
tem <strong>de</strong> fazer o que fala”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Be<strong>de</strong>ndo.<br />
A maneira como as diversas interfaces<br />
são conduzidas e o entendimento <strong>de</strong> sua<br />
influência na socieda<strong>de</strong> ajudam a neutralizar<br />
questionamentos, antes que eles tomem<br />
proporções incontroláveis.<br />
“A empresa <strong>de</strong>ve fazer esse gerenciamento<br />
a cada movimento passível <strong>de</strong> gerar impacto.<br />
Quem já tem postura transparente<br />
sabe que terá <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r”, frisa Be<strong>de</strong>ndo.<br />
A falta <strong>de</strong> planejamento prévio po<strong>de</strong> custar<br />
caro, pois não são todas as companhias que<br />
conseguem reagir bem no momento em que<br />
um problema explo<strong>de</strong>, abrindo espaço para<br />
que o imbróglio se alastre.<br />
Utilizar as ferramentas disponíveis para<br />
monitorar e enten<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong> pessoas que<br />
articulam ataques também é uma forma <strong>de</strong><br />
evitar armadilhas. A transparência serve<br />
para os dois lados. “Ao estudar o comportamento<br />
digital <strong>de</strong> pessoas que tentam criar<br />
polêmica, a marca consegue <strong>de</strong>scobrir se<br />
a reclamação é legítima, responsável por<br />
uma comunida<strong>de</strong> que foi afetada, ou se<br />
é apenas <strong>de</strong>sculpa para criar confusão”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Be<strong>de</strong>ndo.<br />
Ana Almeida, da FDC: empresas estão mal preparadas<br />
Falha em segurança <strong>de</strong><br />
produto levou a cerveja<br />
Backer a uma crise com<br />
vítimas fatais em 2020<br />
Marcos Be<strong>de</strong>ndo, da ESPM: impactos monitorados<br />
Reprodução/Instagram<br />
bom exemplo<br />
Para além das re<strong>de</strong>s sociais, empresas<br />
enfrentam problemas cotidianos, na fábrica,<br />
frotas, atendimento. Mas aquelas que se<br />
comportam <strong>de</strong> forma idônea <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua essência<br />
têm mais chances <strong>de</strong> ganhar o perdão<br />
<strong>de</strong> seus públicos. “Pessoas agirão conforme<br />
o histórico da empresa. Se ela toma <strong>de</strong>cisões<br />
coerentes, e está tentando solucionar o problema,<br />
fica mais fácil entendê-la, há um capital<br />
<strong>de</strong> perdão”, confirma Be<strong>de</strong>ndo.<br />
O professor cita a Heineken. Mesmo <strong>de</strong><br />
posse <strong>de</strong> licenças ambientais e respaldo<br />
jurídico, a cervejaria holan<strong>de</strong>sa <strong>de</strong>sistiu<br />
<strong>de</strong> construir uma fábrica em Minas Gerais,<br />
após perceber o impacto que po<strong>de</strong>ria gerar<br />
à região <strong>de</strong> Pedro Leopoldo, on<strong>de</strong> foi encontrado<br />
o crânio <strong>de</strong> Luzia, o fóssil mais antigo<br />
das Américas. “A Heineken é uma marca<br />
envolvida, que tem preocupação legítima.<br />
Ela foi empática, enten<strong>de</strong>u a comunida<strong>de</strong><br />
40 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Christian Gertenbach/ Unsplash<br />
Heineken <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> construir fábrica em Pedro Leopoldo (MG), on<strong>de</strong> foi encontrado o fóssil mais antigo das Américas, mostrando empatia e respeito à comunida<strong>de</strong> local<br />
ao redor do negócio”, exemplifica o professor<br />
da ESPM.<br />
Mauro Homem, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />
e assuntos corporativos do Grupo<br />
Heineken, lembra a situação “como o reflexo<br />
mais genuíno <strong>de</strong> nossa maneira <strong>de</strong> trabalhar”.<br />
Em 2020, a companhia anunciou investimento<br />
bilionário para construir essa operação e<br />
suprir a crescente <strong>de</strong>manda do mercado pelas<br />
marcas premium e mainstream puro malte.<br />
Mas alguns stakehol<strong>de</strong>rs questionaram a presença<br />
da marca no local, gerando <strong>de</strong>bates na<br />
socieda<strong>de</strong>, imprensa e entre ambientalistas.<br />
“Enten<strong>de</strong>mos prontamente que nossa<br />
permanência ali iria ferir o nosso principal<br />
valor, respeito e cuidado com as pessoas<br />
e com o planeta, e tomamos a <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o local”, diz Mauro Homem. O<br />
executivo admite que a <strong>de</strong>cisão não foi<br />
simples, mas “valeu a pena reforçar nosso<br />
propósito <strong>de</strong> seguir construindo nossa história<br />
pautada em uma agenda sustentável,<br />
ouvindo nossos consumidores e guiando<br />
nossas ações com coerência para levar nossa<br />
estrela em cada coração e em cada copo<br />
brasileiro”, comenta. Hoje, a Heineken<br />
constrói instalação na cida<strong>de</strong> mineira <strong>de</strong><br />
Passos, a 15ª cervejaria da marca do país,<br />
projetada para ser a unida<strong>de</strong> produtiva<br />
mais sustentável da empresa e referência<br />
em práticas socioambientais.<br />
Como Não aGir<br />
Em compensão, se erros acontecem sistematicamente,<br />
a perspectiva <strong>de</strong> boa-fé se<br />
per<strong>de</strong>. “Foi o que aconteceu novamente<br />
“Não adianta entregar<br />
meta<strong>de</strong>, e tem <strong>de</strong><br />
entregar <strong>de</strong>ntro do<br />
novo contexto social,<br />
ter respostas para<br />
diversida<strong>de</strong> e inclusão”<br />
com o Lollapalooza e casos <strong>de</strong> trabalho<br />
escravo. Você começa a enten<strong>de</strong>r que a<br />
marca <strong>de</strong>veria ter atuação mais enérgica<br />
ou que está simplesmente enrolando as<br />
pessoas”, pontua Be<strong>de</strong>ndo. Reputação é a<br />
percepção que os públicos têm sobre a capacida<strong>de</strong><br />
da empresa <strong>de</strong> gerar valor na relação,<br />
estabelecendo o grau <strong>de</strong> confiança<br />
que as pessoas <strong>de</strong>positarão na companhia.<br />
Enquanto a marca pertente à empresa,<br />
ao que ela se propõe a fazer, a reputação<br />
é própria aos públicos, à promessa <strong>de</strong> entrega.<br />
Quando a marca não cumpre a sua<br />
promessa, <strong>de</strong> entregar produtos, serviços,<br />
inovações, cidadania, ESG e resultados<br />
financeiros, entre outros atributos que<br />
constituem a sua reputação, há uma quebra<br />
<strong>de</strong> confiança.<br />
A frustração é inevitável, e afasta clien-<br />
tes, investidores e talentos. “Não adianta<br />
entregar meta<strong>de</strong>, e tem <strong>de</strong> entregar <strong>de</strong>ntro<br />
do novo contexto social, ter respostas para<br />
diversida<strong>de</strong> e inclusão”, ratifica a professora<br />
Ana Almeida, da FDC. As pessoas esperam<br />
que a empresa <strong>de</strong>fina o seu papel<br />
social e o seu propósito, que <strong>de</strong>ve ir além<br />
da venda <strong>de</strong> produtos e serviços. Quanto<br />
<strong>maio</strong>r a expectativa, <strong>maio</strong>r a pressão da socieda<strong>de</strong>,<br />
dotada hoje <strong>de</strong> mecanismos para<br />
intensificar movimentos <strong>de</strong> cobrança. “Estamos<br />
na era da supertransparência, que<br />
não <strong>de</strong>ixa mais espaço para opacida<strong>de</strong>. A<br />
organização não consegue escon<strong>de</strong>r situações”,<br />
constata Ana Almeida.<br />
Atitu<strong>de</strong>s corretas, justas e éticas são<br />
a receita dos especialistas para a proteção<br />
da marca. “É preciso ser humil<strong>de</strong> até<br />
para dizer o que não está sendo entregue.<br />
Quem já atua <strong>de</strong> forma correta está naturalmente<br />
blindado”, assegura Ana Almeida.<br />
Segundo a professora da FDC, quase<br />
a totalida<strong>de</strong> das crises empresariais são<br />
originadas por problemas latentes, que<br />
<strong>de</strong>ixam sinais.<br />
A professora lembra o caso da mineira<br />
Backer. “Foi a cerveja artesanal que mais<br />
avançou. Mas veja o comportamento diante<br />
<strong>de</strong> uma crise que po<strong>de</strong>ria ter sido evitada.<br />
Se está crescendo, comprando mais tanque<br />
<strong>de</strong> refrigeração, sem segurança na manutenção<br />
e acompanhamento do produto,<br />
está se expondo ao risco”, analisa Ana. Em<br />
2020, consumidores foram contaminados<br />
com dietilenoglicol. Dez vítimas morreram<br />
e outras ainda sofrem com sequelas.<br />
42 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Vigilância da socieda<strong>de</strong> exige conduta<br />
transparente e idônea das empresas<br />
Preparação <strong>de</strong>ve ancorar estratégias capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>smentir acusações<br />
falsas e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r posicionamentos empenhados pelas marcas<br />
Gerd Altmann/ Pixabay<br />
Dados, monitoramento, inteligência artificial e escuta ativa esmiúçam trabalho <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> comportamentos que po<strong>de</strong>m sinalizar riscos ou oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />
Janaina Langsdorff<br />
Uma falsa acusação <strong>de</strong> abuso sexual<br />
<strong>de</strong>struiu a reputação da Escola Base,<br />
que ficava no bairro da Aclimação,<br />
na região Sul da capital paulista, em 1994.<br />
Os proprietários Icushiro Shimada e Maria<br />
Aparecida Shimada, a professora Paula Milhim<br />
e o motorista Maurício Alvarenga foram<br />
inocentados, mas a polícia e a imprensa<br />
já haviam con<strong>de</strong>nado todos eles, antes mesmo<br />
do término da investigação.<br />
Imersa em suposições, as pessoas se enfureceram<br />
e a escola chegou a ser <strong>de</strong>predada.<br />
Inexistência <strong>de</strong> provas e apurações inconsistentes<br />
recaem sobre a história, contada<br />
na série Escola Base - Um repórter enfrenta<br />
o passado, lançada pelo Globoplay, em 20<strong>22</strong>.<br />
O repórter Valmir Salaro revive os fatos, e<br />
admite a condução jornalística incorreta.<br />
Esse exemplo evi<strong>de</strong>ncia as consequências<br />
nefastas que mentiras po<strong>de</strong>m causar<br />
em negócios dos mais diversos segmentos<br />
da economia. Em 2017, a Ambev teve <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smentir um ví<strong>de</strong>o mostrando a existência<br />
<strong>de</strong> pombos em uma fábrica que, na verda<strong>de</strong>,<br />
produzia pães na Rússia. A contenção <strong>de</strong><br />
fake news para preservar o nome das companhias<br />
sai a duras penas. “Em uma cervejaria,<br />
há uma série <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>s até os grãos serem<br />
moídos. É impossível entrar um animal<br />
no sistema”, explica Lucas Rossi, diretor <strong>de</strong><br />
reputação e comunicação externa e interna<br />
da Ambev.<br />
A resposta da gigante <strong>de</strong> bebidas começou<br />
pelo WhatsApp, plataforma que originou a<br />
disseminação da polêmica, oferecendo repertório<br />
e munição para a audiência imbuída<br />
em suspeitas. O caso foi emblemático<br />
também porque a empresa <strong>de</strong>cidiu acionar<br />
a imprensa proativamente para esclarecer a<br />
situação. Caso alguém assistisse ao ví<strong>de</strong>o, já<br />
saberia que se tratava <strong>de</strong> uma mentira. Logo<br />
a confusão cessou. “É preciso ser muito rápido<br />
e respon<strong>de</strong>r on<strong>de</strong> o assunto pega fogo”,<br />
alerta Rossi.<br />
Natura, Ambev e Itaú<br />
li<strong>de</strong>ram o ranking<br />
<strong>de</strong> reputação Merco<br />
no Brasil em 20<strong>22</strong><br />
44 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
Campanha <strong>de</strong> O Boticário para Dia das Mães <strong>de</strong>ste ano incentivou a formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio para evitar o esgotamento materno, mostrando empatia e sensibilida<strong>de</strong> da marca<br />
A verdA<strong>de</strong> dA históriA<br />
Nenhuma marca está imune a crises <strong>de</strong><br />
produto ou <strong>de</strong> operação. A diferença é que,<br />
há cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, o ciclo da notícia era<br />
mais longo. Escândalos só vinham à tona<br />
quando eram <strong>de</strong>nunciados em programas<br />
<strong>de</strong> repercussão <strong>de</strong> massa. Mas o mundo digital<br />
encurtou o caminho. Basta a pessoa<br />
postar um ví<strong>de</strong>o para que uma acusação<br />
tome proporções inimagináveis.<br />
Agir <strong>de</strong> forma reativa não é mais suficiente.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do porte da empresa, é inviável<br />
acompanhar as cercanias do negócio.<br />
Tempo <strong>de</strong> resposta, honestida<strong>de</strong> e contexto<br />
são premissas básicas. “As pessoas esperam<br />
atitu<strong>de</strong>, e que a empresa mostre que se preocupa”,<br />
sustenta Rossi.<br />
Com 32 operações espalhadas pelo Brasil,<br />
a Ambev reúne prontamente a alta li<strong>de</strong>rança<br />
e especialistas ao primeiro aviso para tomar<br />
as <strong>de</strong>cisões cabíveis sem precisar escalar<br />
o negócio. “Há mais transparência e conseguimos<br />
lidar com a verda<strong>de</strong> da história”,<br />
frisa Rossi. A companhia investe também<br />
em segurança psicológica para otimizar a dinâmica<br />
do processo. “Já passei por situação<br />
<strong>de</strong> crise em que eu estava viajando a trabalho,<br />
e é muito confortável saber que todos<br />
os envolvidos estão no mesmo lugar”, relembra<br />
Rossi.<br />
A conduta parte do entendimento do propósito<br />
da companhia, suas fortalezas e fraquezas,<br />
para que se compreenda como ela<br />
é percebida. “Reputação é um termômetro<br />
entre o que a empresa é, como ela se percebe,<br />
e como os outros a percebem”, diferencia<br />
Rossi. Autoentendimento e clareza nas<br />
mensagens estão apoiadas por métricas capazes<br />
<strong>de</strong> indicar oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Investigações <strong>de</strong> mercado, como o relatório<br />
do Monitor Empresarial <strong>de</strong> Reputação<br />
Reputação é <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />
negócio para 53% dos 501<br />
empresários ouvidos em<br />
estudo da Deloitte<br />
Renata Gomi<strong>de</strong>, do Grupo Boticário: confiança<br />
Corporativa (Merco), consultoria sediada<br />
em Madrid, na Espanha, garimpam dados<br />
conforme os stakehol<strong>de</strong>rs adjacentes ao negócio.<br />
Em 20<strong>22</strong>, mais <strong>de</strong> cinco mil lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong><br />
empresas com faturamento superior a U$ 40<br />
milhões apontaram <strong>de</strong>z companhias com<br />
melhor reputação. Manter a boa imagem<br />
está entre os principais <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> negócios<br />
para 53% dos 501 empresários ouvidos ainda<br />
pela Deloitte na pesquisa Agenda 23.<br />
Índices positivos vão além da autoanálise,<br />
comprovando que “não existe personagem,<br />
cuja máscara cai na primeira <strong>de</strong>cisão”,<br />
observa o executivo da Ambev, que ocupa a<br />
segunda posição pelo quinto ano consecutivo<br />
na lista Merco. Dia a dia e re<strong>de</strong>s sociais<br />
conferem se as pessoas percebem realmente<br />
o que a marca prega, e recortes anuais <strong>de</strong>monstram<br />
como a curva <strong>de</strong> observação se<br />
comportou.<br />
efeito streisAnd<br />
A matriz <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong>, pesquisa realizada<br />
com as principais li<strong>de</strong>ranças da Ambev,<br />
também ajuda a i<strong>de</strong>ntificar riscos e potenciais<br />
negócios. “Não criamos nada do zero<br />
para criar reputação. Damos luz para o que<br />
já existe”, pontua Rossi. A marca acaba <strong>de</strong><br />
colocar o Chopp Brahma na lata. Sinônimo<br />
<strong>de</strong> tradição e categoria no Brasil, a inovação<br />
é resultado <strong>de</strong> escuta ativa <strong>de</strong> consumidores<br />
que há tempos sonhavam em beber o chope<br />
<strong>de</strong> forma fácil em casa.<br />
Superficialida<strong>de</strong> não tem vez. Antes satisfeita<br />
por posicionamentos, hoje as crises<br />
<strong>de</strong>mandam ações capazes <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às<br />
agendas envolvidas. Embora certas metodologias<br />
contribuam para organizar processos,<br />
é fundamental estudar a dimensão do problema,<br />
enten<strong>de</strong>r quem faz parte <strong>de</strong>le, reunir<br />
pessoas relevantes, monitorar e respon<strong>de</strong>r.<br />
46 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
A atriz Fernanda Montenegro e a bebê Alice emocionaram os brasileiros em campanha do Itaú, que fortalece engajamento <strong>de</strong> marca por meio <strong>de</strong> mensagens simples e efetivas<br />
“Para cada oceano, vamos navegar <strong>de</strong><br />
uma forma”, compara Rossi. Na ânsia <strong>de</strong><br />
atravessar a tempesta<strong>de</strong>, porém muitos acabam<br />
naufragando. O efeito Streisand é uma<br />
evidência do <strong>de</strong>spreparo e afobamento na<br />
gestão <strong>de</strong> crises.<br />
O fenômeno é inspirado na atriz Barbra<br />
Streisand, que em 2003 foi à Justiça para<br />
exigir a remoção das fotos <strong>de</strong> sua mansão,<br />
publicadas no site do California Coastal Records<br />
Project com produção do fotógrafo<br />
Kenneth A<strong>de</strong>lman. Ela alegou <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>,<br />
mas per<strong>de</strong>u a ação e só conseguiu<br />
dar ainda mais visibilida<strong>de</strong> ao empreendimento<br />
localizado em Malibu (EUA). Estima-<br />
-se que o projeto tenha recebido mais <strong>de</strong> 420<br />
mil visitas em apenas um mês. Foi assim<br />
que o público soube que a mansão da foto<br />
era da artista.<br />
Nem sempre assuntos próprios <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
grupo são universais. Dentro ou<br />
fora da bolha, serieda<strong>de</strong> ao tratar a questão<br />
é tão primordial quanto enten<strong>de</strong>r a real extensão<br />
da embrulhada. Mas o mercado falha<br />
ao lidar com essa distinção. Profissionais e<br />
agências <strong>de</strong> comunicação existem, mas o<br />
ecossistema que trata <strong>de</strong> crises está <strong>de</strong>spreparado<br />
e, geralmente, se <strong>de</strong>sespera.<br />
“Muitas vezes, o profissional <strong>de</strong> comunicação<br />
nem é envolvido, e ele é a ponte entre<br />
os mundos externo e interno”, reclama Rossi,<br />
que conta com equipe interna <strong>de</strong> social<br />
e qualida<strong>de</strong> da análise, além <strong>de</strong> agências <strong>de</strong><br />
PR, como a Loures, há quatro anos, e a In-<br />
Press, há 33 anos. A empresa ainda é atendida<br />
pela I<strong>de</strong>al. “Se as pessoas perceberem a<br />
nossa verda<strong>de</strong>, significa que estamos fazendo<br />
bem o nosso trabalho”, conclui Rossi.<br />
CoerênCiA<br />
O <strong>de</strong>sfecho po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar implicações <strong>de</strong>sastrosas<br />
caso a marca não tenha coerência<br />
entre posicionamento público e o que ela<br />
faz, <strong>de</strong> fato. E essa harmonia só existe se<br />
houver transparência. “Um processo <strong>de</strong> comunicação<br />
em uma situação <strong>de</strong> crise não é<br />
um ato <strong>de</strong> autopromoção, mas um exercício<br />
<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas para a socieda<strong>de</strong>”,<br />
avisa Michel Blanco, head <strong>de</strong> comunicação<br />
corporativa e reputação <strong>de</strong> Natura &Co<br />
Pâmela Vaiano, do Itaú Unibanco: ninguém está imune a crises e riscos em tempos <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> fake news<br />
Reputação exige<br />
transparência, escuta<br />
ativa, diálogo,<br />
coerência e agilida<strong>de</strong><br />
América Latina, lí<strong>de</strong>r do relatório Merco há<br />
nove anos consecutivos no Brasil.<br />
Uma boa reputação não previne crises,<br />
mas ajuda a sair mais rápido <strong>de</strong>las. Referência<br />
em sustentabilida<strong>de</strong> e no cuidado das relações,<br />
a Natura foi pioneira no uso <strong>de</strong> refis,<br />
no início dos anos 1980, quando pouco se<br />
falava em resíduos sólidos. E há mais <strong>de</strong> 20<br />
anos, transforma <strong>de</strong>safios socioambientais<br />
em oportunida<strong>de</strong>s, integrando a Amazônia<br />
ao seu portfólio.<br />
Também é uma marca que evoca afeto<br />
e celebração da beleza livre <strong>de</strong> estereótipos.<br />
Em 1992, por exemplo, lançou a campanha<br />
Mulher bonita <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Chronos,<br />
que <strong>de</strong>stacou mulheres comuns na TV brasileira,<br />
valorizando a beleza em todas as<br />
fases da vida.<br />
Já a Avon, comprada pela Natura em 2019,<br />
<strong>de</strong>sbrava o território do empo<strong>de</strong>ramento<br />
feminino <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que David H. McConnell<br />
fundou a empresa, nos Estados Unidos, em<br />
1886. No Brasil há 65 anos, a marca <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
a emancipação financeira <strong>de</strong> mulheres antes<br />
mesmo que elas tivessem direito a voto nas<br />
eleições norte-americanas. Expressão <strong>de</strong><br />
acolhimento e libertação, a marca atua ainda<br />
no combate ao câncer <strong>de</strong> mama e à violência<br />
contra as mulheres.<br />
Diversida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mocratização da beleza<br />
também i<strong>de</strong>ntificam a marca, que em 2020<br />
ampliou a sua paleta <strong>de</strong> cores para aten<strong>de</strong>r<br />
tons <strong>de</strong> peles negra e parda. Em 2021, a campanha<br />
Avon tá on, vencedora do Melhores<br />
do propmark 2021, atualizou a percepção<br />
da marca. “Natura e Avon são reconhecidas,<br />
cada uma a seu modo, como marcas vanguardistas,<br />
que se posicionam em conexão<br />
com o espírito do tempo e conciliam propósito<br />
e produto em seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios”,<br />
<strong>de</strong>screve Blanco, que comanda a área <strong>de</strong> reputação<br />
e comunicação corporativa (Rec) da<br />
companhia.<br />
48 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos Divulgação<br />
A campanha Avon tá on, vencedora do Melhores do propmark 2021, atualizou a percepção da marca<br />
Contador <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong>rrubadas da Natura sofreu críticas às vésperas das eleições <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, mas marca saiu fortalecida<br />
Michel Blanco, da Natura &Co: prestação <strong>de</strong> contas<br />
nAdA A esCon<strong>de</strong>r<br />
Só marcas que têm algo a escon<strong>de</strong>r se<br />
preocupam tanto em blindar a sua imagem.<br />
Aquelas que já agem <strong>de</strong> forma idônea acrescentam<br />
camadas adicionais <strong>de</strong> proteção. “O<br />
cuidado com a reputação é algo vivido em<br />
toda a organização, está impregnado no<br />
jeito <strong>de</strong> ser e fazer. Está na base <strong>de</strong> nossas<br />
crenças e do nosso comportamento empresarial”,<br />
confirma Blanco. Decisões <strong>de</strong> negócios,<br />
ações <strong>de</strong> comunicação e diálogo com<br />
os públicos <strong>de</strong> relacionamento também empenham<br />
compromisso com a verda<strong>de</strong>.<br />
“Cuidamos da nossa reputação com doses<br />
elevadas <strong>de</strong> coerência. É ser fiel às nossas<br />
crenças e fazer das nossas ações um<br />
exercício constante <strong>de</strong> cidadania corporativa,<br />
buscando o <strong>maio</strong>r impacto possível na<br />
socieda<strong>de</strong>”, insiste Blanco. Segundo o executivo,<br />
fazer escolhas também é fundamental<br />
“para atacar os problemas que po<strong>de</strong>m<br />
ser tratados mais diretamente pelos nossos<br />
negócios, por nossos recursos exclusivos”,<br />
complementa.<br />
Escuta ativa ancora a percepção construída<br />
pelas empresas, <strong>de</strong>legando à área <strong>de</strong><br />
comunicação o protagonismo da estratégia.<br />
Ao refletir esse esforço, serve não como<br />
um espelho, mas como uma janela para o<br />
mundo. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações públicas é<br />
essencial para a gestão da reputação. Entre<br />
os parceiros <strong>de</strong> Natura e Avon, estão Weber<br />
Shandwick, na conta institucional, e Zeno<br />
Group, em produtos. Ha ainda agências regionais,<br />
como a Dupla, no Nor<strong>de</strong>ste, e a Eko,<br />
no Norte. Na publicida<strong>de</strong>, a Natura é atendida<br />
por Africa e Galeria, e a Avon pela Wun<strong>de</strong>rman<br />
Thompson.<br />
“Em um país tão gran<strong>de</strong> e tão cheio <strong>de</strong><br />
particularida<strong>de</strong>s como o Brasil, precisamos<br />
<strong>de</strong>ssa cooperação entre as agências para<br />
que possamos conversar bem com os nossos<br />
diversos públicos”, atesta Blanco. Essa equipe<br />
diversa abre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cocriacão<br />
a partir <strong>de</strong> novos olhares, garantindo legitimida<strong>de</strong><br />
à comunicação ao refletir as inúmeras<br />
realida<strong>de</strong>s que compõem a socieda<strong>de</strong><br />
brasileira.<br />
A Natura &Co utiliza <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ferramentas<br />
<strong>de</strong> social listening, já disponíveis no mercado,<br />
até soluções específicas, <strong>de</strong>senvolvidas<br />
sob <strong>de</strong>manda, como o monitoramento <strong>de</strong><br />
percepção <strong>de</strong> riscos utilizado pela área <strong>de</strong><br />
pesquisa e inovação. Acompanha ainda estudos<br />
e pesquisas.<br />
“Mas a tecnologia mais po<strong>de</strong>rosa à nossa<br />
disposição é o relacionamento humano.<br />
Somos um negócio <strong>de</strong> venda por relações,<br />
uma re<strong>de</strong> social original, composta <strong>de</strong> milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas conectadas por propósitos,<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s ou interesses em comum”,<br />
<strong>de</strong>staca Blanco. Recorte do tecido social da<br />
Avon, consultoras e representantes estabelecem<br />
o pulso da percepção sobre as marcas<br />
da companhia.<br />
dilemAs<br />
Não é raro sentir palpitações diante <strong>de</strong><br />
discursos <strong>de</strong> ódio e hostilizações que insistem<br />
em varrer as re<strong>de</strong>s sociais. Vulneráveis<br />
e expostas, as marcas têm vivido dilemas<br />
em assumir posicionamentos sobre temas<br />
caros à socieda<strong>de</strong>. Mas é nesse ambiente<br />
que o convite para o diálogo se faz ainda<br />
mais necessário.<br />
“Passamos por algumas pequenas crises<br />
em comunicação nos últimos anos, mas<br />
conseguimos sair <strong>maio</strong>res <strong>de</strong>las, justamente<br />
50 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Cena do filme The missing chapter, vencedor do Grand Prix <strong>de</strong> Sustainable Development Goals Lions 20<strong>22</strong>, que fala sobre os tabus da menstruação com a marca Always, da P&G<br />
pela atuação em re<strong>de</strong> e pelo diálogo, que só<br />
foi possível pelo capital reputacional construído<br />
ao longo dos anos”, esclarece Blanco.<br />
Um exemplo foi a campanha <strong>de</strong> Dia dos<br />
Pais da Natura, com Thammy Miranda, em<br />
2020. Ele era um dos pais que estavam na<br />
ação Meu pai presente, ao lado <strong>de</strong> Babu Santana,<br />
Henrique Fogaça e Rafael Zulu, entre<br />
outros influenciadores que compartilharam<br />
experiências <strong>de</strong> parentalida<strong>de</strong>. Assim<br />
que a campanha foi ao ar, a marca recebeu<br />
uma enxurrada <strong>de</strong> críticas que, ao longo dos<br />
dias, foram superadas por manifestações <strong>de</strong><br />
apoio, muitas vindas <strong>de</strong> influenciadores que<br />
acompanham <strong>de</strong> perto a atuação da marca.<br />
“Ao fim, a campanha foi um sucesso. Prevaleceu<br />
o amor”, celebra Blanco.<br />
Situação semelhante ocorreu durante<br />
o último período eleitoral. Anualmente, a<br />
marca lança ações <strong>de</strong> engajamento durante<br />
a semana da Amazônia, em setembro.<br />
Na ação <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, às vésperas do pleito, a<br />
Natura criou uma espécie <strong>de</strong> “<strong>de</strong>smatômetro”,<br />
que projetava um contador <strong>de</strong> árvores<br />
<strong>de</strong>rrubadas no telão do Conic, localizado<br />
no centro <strong>de</strong> Brasília, consi<strong>de</strong>rado o <strong>maio</strong>r<br />
painel digital da América Latina com 1.060<br />
metros quadrados.<br />
A iniciativa foi acompanhada <strong>de</strong> inserções<br />
durante os <strong>de</strong>bates eleitorais para<br />
colocar em pauta, <strong>de</strong> forma apartidária, a<br />
proteção da Amazônia, causa encampada<br />
pela marca com a linha Natura Ekos há<br />
mais <strong>de</strong> 20 anos. Criada pela Africa, a campanha<br />
O po<strong>de</strong>r está nas nossas mãos cobrou<br />
das autorida<strong>de</strong>s políticas e candidatos à<br />
Presidência da República medidas para a<br />
proteção da floresta.<br />
“Sofremos muitas críticas, dada a polarização<br />
das discussões durante o período,<br />
mas saímos fortalecidos em nossa atuação<br />
pela floresta”, ratifica Blanco. As informações<br />
ganharam <strong>de</strong>sdobramentos na plataforma<br />
PlenaMata, criada pela Natura, além<br />
<strong>de</strong> Mapbiomas, Infoamazonia e Hacklab.<br />
Hoje, 40 comunida<strong>de</strong>s com 8.155 famílias<br />
agroextrativistas ajudam a Natura a conservar<br />
dois milhões <strong>de</strong> hectares. Esse mo<strong>de</strong>lo já<br />
movimentou R$ 2,55 bilhões em volume <strong>de</strong><br />
negócios na região a partir da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong><br />
Julia Asakawa, da P&G: agir com rapi<strong>de</strong>z e transparência, assumir erros e corrigir o que for necessário para seguir<br />
Exercício <strong>de</strong> cidadania,<br />
reputação inci<strong>de</strong> no<br />
respeito às inúmeras<br />
realida<strong>de</strong>s que compõem<br />
a socieda<strong>de</strong> brasileira<br />
41 bioativos da sociobiodiversida<strong>de</strong> adquiridos<br />
<strong>de</strong> 85 ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> fornecimento.<br />
vAlor intAngível<br />
O legado reputacional da marca mais valiosa<br />
do Brasil, estimada em R$ 44,3 bilhões,<br />
segundo a consultoria Interbrand, é evidência<br />
<strong>de</strong> soli<strong>de</strong>z. O Itaú Unibanco garante que<br />
seus negócios estão na zona <strong>de</strong> excelência,<br />
com indicador acima <strong>de</strong> 70 no Net Promoter<br />
Score (NPS), nível consi<strong>de</strong>rado elevado <strong>de</strong><br />
satisfação e lealda<strong>de</strong> dos clientes.<br />
“Somos também a marca mais valiosa da<br />
América Latina, e uma das 500 do mundo,<br />
outro indicador <strong>de</strong> reconhecimento e confiança”,<br />
elenca Pâmela Vaiano, superinten<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> comunicação corporativa do Itaú<br />
Unibanco, terceira colocada no ranking Merco.<br />
Ética, práticas coerentes com o discurso,<br />
consistência na comunicação e centralida<strong>de</strong><br />
no cliente são alguns dos fundamentos que<br />
sustentam a reputação <strong>de</strong> um banco com 98<br />
anos <strong>de</strong> história.<br />
A marca vem se transformando ao longo<br />
<strong>de</strong> quase um século para manter relevância<br />
entre pessoas físicas, empresas e a economia<br />
do país. O time <strong>de</strong> comunicação corporativa<br />
monitora a qualida<strong>de</strong> da reputação da<br />
marca em produtos e serviços, integrida<strong>de</strong><br />
e ética, atitu<strong>de</strong> responsável e ESG, entre outros<br />
atributos.<br />
A escuta ativa com os diversos targets<br />
acontece por meio <strong>de</strong> pesquisas periódicas,<br />
que estabelecem relações <strong>de</strong> transparência<br />
e confiança. Esse trabalho é fundamental<br />
para mapear tendências e necessida<strong>de</strong>s,<br />
direcionando estratégias <strong>de</strong> comunicação,<br />
engajamento e atuação pública por meio<br />
<strong>de</strong> mensagens simples, transparentes e<br />
efetivas. Em 2021 e 20<strong>22</strong>, a atriz Fernanda<br />
Montenegro e a bebê Alice emocionaram os<br />
brasileiros nas campanhas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano da<br />
52 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
O jogador Vini Jr. participa do projeto Professores pretos, da Vivo, que reforça o compromisso da empresa com a construção <strong>de</strong> um futuro mais diverso, no futebol e fora <strong>de</strong>le<br />
marca, que priorizou uma mensagem vinda<br />
das pessoas, e não do banco. A criação é da<br />
Africa.<br />
Tecnologia, inteligência artificial e ciência<br />
<strong>de</strong> dados ajudam a monitorar conversas,<br />
i<strong>de</strong>ntificar oportunida<strong>de</strong>s, embasar <strong>de</strong>cisões,<br />
montar previsões e antecipar tendências.<br />
O Itaú utiliza o Índice <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Exposição na Mídia, que atribui valor<br />
ao resultado <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> espontânea. A<br />
metodologia é da CDN e inclui análises <strong>de</strong><br />
cenário, além <strong>de</strong> mensuração e avaliação<br />
qualitativa dos resultados <strong>de</strong> exposição na<br />
imprensa e re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Em 2021, a instituição firmou parceria<br />
com a Córtex Intelligence para ampliar o<br />
monitoramento e inteligência dos dados <strong>de</strong><br />
exposição na imprensa por meio <strong>de</strong> análise<br />
em tempo real. “Com isso, passamos a gerar<br />
um indicador NPS <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem<br />
na mídia, que apoia as nossas estratégias <strong>de</strong><br />
comunicação”, diz Pâmela.<br />
Ninguém está imune Des<strong>de</strong> 2008, o Itaú<br />
implementa uma pesquisa <strong>de</strong> reputação<br />
envolvendo diversos públicos que, no ano<br />
passado, passou a contar com a gestão da<br />
consultoria Caliber. Resultados são reportados<br />
semanalmente. Já o monitoramento<br />
das re<strong>de</strong>s sociais é feito pelo marketing com<br />
apoio da Gauge.<br />
O time interno <strong>de</strong> comunicação corporativa<br />
do Itaú é formado por cerca <strong>de</strong> 20 pessoas,<br />
que trabalham em parceria com a Weber<br />
Shandwick. A agência esten<strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> relações<br />
públicas na área institucional, <strong>de</strong> varejo<br />
e atacado, além <strong>de</strong> núcleo <strong>de</strong> conteúdo<br />
digital e analytics.<br />
Pâmela Vaiano reforça as visões <strong>de</strong> Lucas<br />
Rossi e Michel Blanco. “Nenhuma organização,<br />
gran<strong>de</strong> ou pequena, está imune a crises<br />
Marina Daineze, da Vivo: temáticas que vão muito além do setor, como a pauta antirracista e equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero<br />
Uma boa reputação<br />
não previne crises,<br />
mas ajuda a sair<br />
mais rápido <strong>de</strong>las<br />
e riscos em tempos como o que estamos vivendo,<br />
<strong>de</strong> info<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong> comunicação multidirecional,<br />
<strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> fake news,<br />
<strong>de</strong> interesses difusos e <strong>de</strong> vigilância permanente<br />
da socieda<strong>de</strong> sobre empresas, governos<br />
e pessoas”, atenta a executiva.<br />
Policrises e <strong>de</strong>sinformação envolvem <strong>de</strong>bates<br />
extensos para acomodar os variados<br />
pontos <strong>de</strong> vista que se apresentam <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>terminado assunto. De acordo com Pâmela,<br />
a prevenção começa pelo mapeamento<br />
<strong>de</strong> riscos inerentes ao negócio e a compreensão<br />
do contexto cultural para a elaboração<br />
<strong>de</strong> um plano criterioso <strong>de</strong> mitigação.<br />
Investir na transparência e na manutenção<br />
dos canais <strong>de</strong> diálogo com clientes e a socieda<strong>de</strong><br />
é outra conduta premente para uma<br />
54 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
gestão eficaz <strong>de</strong> crises, com menor dano à<br />
reputação corporativa.<br />
Décima marca mais valiosa do Brasil,<br />
segundo a Interbrand, com valor estimado<br />
em R$ 3 bilhões, a Vivo “trabalha para<br />
que a marca li<strong>de</strong>re conversas importantes<br />
do setor, como o equilíbrio no uso da tecnologia,<br />
e se posicione <strong>de</strong> forma genuína<br />
em temáticas que vão além, como a pauta<br />
antirracista e a equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero”, confere<br />
Marina Daineze, diretora <strong>de</strong> marca e<br />
comunicação da Vivo.<br />
Com a presença do jogador Vini Jr., o<br />
projeto Professores pretos foi anunciado<br />
pela operadora em novembro <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>. A<br />
ação criada pela VMLY&R quer incentivar<br />
a equida<strong>de</strong> racial no país, em parceria<br />
com a Confe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Futebol<br />
(CBF).<br />
A importância da transformação digital<br />
na vida das pessoas e os novos papéis da<br />
conexão vêm na outra ponta da abordagem.<br />
“Mais do que garantir ao cliente a melhor<br />
re<strong>de</strong> móvel e <strong>de</strong> fibra, seguimos nos posicionando<br />
como um hub <strong>de</strong> serviços digitais,<br />
que po<strong>de</strong>m aproximar as pessoas do que importa<br />
em seu dia a dia”, sublinha Marina.<br />
sAú<strong>de</strong> dA mArCA<br />
Ter as pessoas no centro da estratégia <strong>de</strong><br />
mídia e <strong>de</strong> criação dos conteúdos produzidos<br />
para respon<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas é peça fundamental<br />
na engrenagem <strong>de</strong> comunicação e<br />
fortalecimento da imagem da Vivo, que utiliza<br />
ferramentas e dados para incrementar a<br />
construção da jornada e valorizar a experiência<br />
do usuário.<br />
“Atuamos com diversas ferramentas <strong>de</strong><br />
business intelligence, que ajudam a enten<strong>de</strong>r<br />
todos os processos e movimentos que<br />
fazemos relacionados à marca, sem <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> ter um olhar sensível sobre mensuração”,<br />
revela Marina. A Vivo é atendida pela<br />
Africa, Galeria, Superunion e Coração da<br />
Selva, além da VMLY&R.<br />
A estratégia <strong>de</strong> conteúdo abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
cocriação com influenciadores até meios<br />
tradicionais, passando por hub interno <strong>de</strong><br />
produção digital para os canais próprios<br />
(Vivo On) e área voltada à pesquisa e i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong> tendências <strong>de</strong> mercado e comportamento<br />
(V.Trends).<br />
Orgânica e sinérgica, a atuação acompanha<br />
as tendências e conversas em tempo<br />
real, monitorando e reagindo a diferentes<br />
situações <strong>de</strong> forma rápida. “As marcas precisam<br />
conhecer e enten<strong>de</strong>r bem o seu público,<br />
em primeiro lugar. Sem isso, é muito mais<br />
complexo conseguir se aproximar e se conectar<br />
com as <strong>de</strong>mandas diárias”, acredita<br />
Marina.<br />
É no dia a dia que se constrói reputação.<br />
Canais digitais, proximida<strong>de</strong> com o público<br />
e linguagem genuína são pilares importantes<br />
no processo <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> crises, e<br />
aumentam a saú<strong>de</strong> da marca. Para Marina, o<br />
ponto <strong>de</strong> virada está na experiência <strong>de</strong> marca<br />
e entendimento da jornada do cliente,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção <strong>de</strong> produtos até o pós-<br />
-venda.<br />
Lucas Rossi, da Ambev: termômetro entre o que a empresa é, como ela se percebe, e como os outros a percebem<br />
Efeito Barbra Streisand<br />
evi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong>spreparo<br />
e afobamento na<br />
gestão <strong>de</strong> problemas<br />
lAços e Conexões<br />
A percepção interna também fala pela<br />
P&G, eleita em 20<strong>22</strong> pelo LinkedIn como<br />
uma das <strong>de</strong>z melhores empresas para se <strong>de</strong>senvolver<br />
profissionalmente. Fora ou <strong>de</strong>ntro,<br />
tecnologia e ferramentas para social listening<br />
e monitoramento rastreiam as pautas<br />
tratadas pelas marcas. Ainda assim, as pessoas<br />
são a principal fonte <strong>de</strong> informação.<br />
Mais <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> consumidores<br />
são entrevistados anualmente em cerca <strong>de</strong><br />
cem países, e mais <strong>de</strong> 15 mil estudos aprofundam<br />
o conhecimento <strong>de</strong> hábitos. O aporte<br />
em pesquisas e <strong>de</strong>senvolvimento alcança<br />
a cifra <strong>de</strong> US$ 2 bilhões ao ano.<br />
“A tecnologia é usada na comunicação<br />
com os consumidores por meio <strong>de</strong> suas páginas<br />
em re<strong>de</strong>s sociais, site oficial e outros<br />
canais digitais”, conta Julia. Inteligência artificial<br />
e análise <strong>de</strong> dados elevam a eficiência<br />
<strong>de</strong> processos, além <strong>de</strong> oferecer produtos alinhados<br />
às necessida<strong>de</strong>s dos consumidores.<br />
Julia certifica o respeito ao propósito <strong>de</strong><br />
marca e o conhecimento do consumidor<br />
para uma comunicação efetiva, que crie lasentante<br />
da indústria <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo,<br />
a P&G tem marcas “reconhecidas por sua<br />
qualida<strong>de</strong>, por trazer inovação e facilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uso”, <strong>de</strong>clara Julia Asakawa, diretora <strong>de</strong><br />
estratégia <strong>de</strong> mídia e data da companhia,<br />
que inova a rotina das pessoas há mais <strong>de</strong><br />
180 anos.<br />
Em 2030, completará 35 anos no Brasil.<br />
Gillette, Pantene, Always, Pampers, Ariel,<br />
Oral-B e Downy são algumas das marcas<br />
presentes em nove <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z lares brasileiros.<br />
“Na <strong>maio</strong>r parte das categorias, os<br />
consumidores nos brindam com a li<strong>de</strong>rança<br />
ou vice-li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> mercado”, salienta Julia.<br />
Base <strong>de</strong> sua reputação, propósito, valores<br />
e princípios unem a P&G em uma causa<br />
comum, que é melhorar a vida dos consumidores<br />
por meio <strong>de</strong> inovação e qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produtos, e transformar a socieda<strong>de</strong>. O<br />
absorvente Always não só oferta produtos<br />
para o período menstrual como elucida o<br />
propósito <strong>de</strong> disseminar informações, além<br />
Divulgação<br />
teste <strong>de</strong> ConfiAnçA<br />
Nada melhor que produtos do dia a dia<br />
para colocar uma marca à prova. Repre<strong>de</strong><br />
doar mais <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> absorventes<br />
para reduzir a pobreza menstrual. Em<br />
20<strong>22</strong>, a campanha The missing chapter, parte<br />
do projeto Keep girls in school initiative,<br />
ganhou o Gran<strong>de</strong> Prix do festival Cannes<br />
Lions na categoria Sustainable Development<br />
Goals.<br />
Criado pela Leo Burnett <strong>de</strong> Mumbai, na<br />
Índia, para a marca Whisper, que no Brasil é<br />
comercializada sob o nome Always, o filme<br />
mostra um grupo <strong>de</strong> meninas passando um<br />
papel vermelho <strong>de</strong> uma para outra, até que<br />
uma <strong>de</strong>las é surpreendida e obrigada a ler o<br />
conteúdo, que fala sobre menstruação, “sinal<br />
<strong>de</strong> que estamos nos tornando fortes e<br />
saudáveis”, diz a garota. A marca leva educação<br />
menstrual para meninas indianas há<br />
mais <strong>de</strong> 20 anos a fim <strong>de</strong> quebrar os tabus<br />
que ainda rondam o assunto.<br />
56 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
Ambev colocou o Chopp Brahma na lata, inovação que é resultado <strong>de</strong> escuta ativa <strong>de</strong> consumidores que há tempos sonhavam em po<strong>de</strong>r beber o chope <strong>de</strong> forma fácil em casa<br />
ços e conexões capazes <strong>de</strong> fortalecer a imagem<br />
do produto em momentos <strong>de</strong>licados.<br />
Investir no relacionamento com os consumidores,<br />
agir rapidamente para transmitir<br />
posicionamentos, <strong>de</strong>ixar a linha <strong>de</strong> comunicação<br />
aberta e facilitar o acesso para recebimento<br />
<strong>de</strong> respostas são as atitu<strong>de</strong>s esperadas<br />
para uma postura confiável.<br />
“Há alguns anos, patrocinamos o BBB,<br />
um dos programas <strong>de</strong> <strong>maio</strong>r audiência do<br />
país. Estar em um reality show é colocar<br />
a marca à prova, porque ela será julgada a<br />
todo o momento, tanto em qualida<strong>de</strong>, quanto<br />
em reputação”, avalia Julia. Ao primeiro<br />
indício <strong>de</strong> revés, a P&G apura os fatos para<br />
chegar ao centro da questão. “Buscamos<br />
agir com rapi<strong>de</strong>z e transparência, assumir<br />
os erros e corrigir o que for necessário para<br />
seguir”, comenta.<br />
A P&G trabalha com a Ketchum para prevenção<br />
<strong>de</strong> crise, relações públicas e reputação;<br />
com Squid, Platinum e Snack para<br />
estratégias com influenciadores e embaixadores;<br />
e com Grey, Publicis, Ogilvy, New<br />
Vegas, Sapient, Accenture e Lew’Lara\TBWA<br />
para comunicação digital. Opera ainda com<br />
a consultoria Tree Diversida<strong>de</strong>, para avaliar<br />
campanhas e trazer letramento aos funcionários.<br />
nome <strong>de</strong> respeito<br />
Quem prima pela criação <strong>de</strong> relacionamentos<br />
genuínos também fala <strong>de</strong> peito aberto,<br />
sem medo do tema. “Gostamos <strong>de</strong> nos<br />
conectar com pessoas reais, para fazer parte<br />
das suas histórias, o que faz com que tenhamos<br />
uma ligação pautada na confiança”,<br />
ressalta Renata Gomi<strong>de</strong>, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
consumer do Grupo Boticário, que atua com<br />
as marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse,<br />
Berenice?, O.U.I Paris, Dr. Jones, Beauty<br />
Box, Beleza na Web, Nuxe, Bio-Oil, Austra-<br />
Ecossistema que trata <strong>de</strong><br />
crises está <strong>de</strong>spreparado<br />
e, geralmente, se<br />
<strong>de</strong>sespera<br />
lian Gold, Vult e Truss Professional.<br />
Des<strong>de</strong> a escolha e cultivo dos ingredientes<br />
até a indústria, laboratórios, tecnologia,<br />
lojas, revenda e e-commerce, a empresa paranaense<br />
é percebida por inovação, responsabilida<strong>de</strong><br />
social, ambiental e ética, valores<br />
que inferem compromisso com a beleza. A<br />
varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> marcas e submarcas permite<br />
explorar temas <strong>de</strong> cada nicho, aumentando<br />
a sinergia com os consumidores. “É <strong>de</strong>sse<br />
interesse latente, que a beleza nos aproxima<br />
e po<strong>de</strong> transformar realida<strong>de</strong>s”, sublinha<br />
Renata.<br />
O cuidado com a reputação começa no<br />
manejo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> dos produtos, com<br />
rigorosos processos <strong>de</strong> controle, além <strong>de</strong><br />
respostas a<strong>de</strong>quadas e respeitosas às preocupações<br />
apontadas pelas pessoas.<br />
Com filme da AlmapBBDO e estratégia <strong>de</strong><br />
re<strong>de</strong>s sociais da W3Haus, a campanha <strong>de</strong>ste<br />
ano para o Dia das Mães <strong>de</strong> O Boticário incentivou<br />
a formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio para<br />
evitar o esgotamento materno. A ação faz<br />
parte <strong>de</strong> um movimento <strong>de</strong> empatia às mães,<br />
iniciado com campanha sobre julgamento<br />
materno, em 20<strong>22</strong>.<br />
prAtA dA CAsA<br />
Na preocupação socioambiental, estão<br />
práticas sustentáveis incutidas na operação<br />
<strong>de</strong> produtos, e apoio a causas sociais. “Essas<br />
ações <strong>de</strong>monstram o comprometimento do<br />
Grupo com questões relevantes para a socieda<strong>de</strong>,<br />
contribuindo para a construção <strong>de</strong><br />
uma reputação positiva”, comprova Renata.<br />
A origem brasileira aumenta a expectativa<br />
em traduzir <strong>de</strong>mandas, o que torna a gestão<br />
ainda mais complexa. São os <strong>de</strong>talhes<br />
que asseguram diferenciação a fim <strong>de</strong> promover<br />
experiências passíveis <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>rem<br />
os movimentos sociais. “Dessa forma, compreen<strong>de</strong>mos<br />
o nosso papel e as melhores soluções”,<br />
situa Renata.<br />
A tecnologia é aliada na compreensão<br />
<strong>de</strong> cenários e personalização da jornada <strong>de</strong><br />
consumo. Startups ajudam a melhorar processos,<br />
enquanto mapeamentos rastreiam<br />
intenções e <strong>de</strong>sejos, permitindo que a marca<br />
fique cada vez mais conhecida por recomendar<br />
o produto certo, e na hora certa.<br />
O grupo atua na antecipação para mitigar<br />
riscos, postura que inclui análises e planos<br />
<strong>de</strong> contingência. “É importante reconhecer<br />
o problema, i<strong>de</strong>ntificar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
melhorias, e <strong>de</strong>monstrar comprometimento<br />
em resolver a situação”, sugere Renata.<br />
Ao primeiro vestígio <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>, o<br />
grupo recorre à transparência para honrar a<br />
confiança <strong>de</strong>positada pelos consumidores.<br />
“Cada situação é única e exige uma abordagem<br />
específica”, orienta Renata. Informações<br />
precisas e honestas sobre produtos,<br />
serviços e operações divi<strong>de</strong>m espaço com o<br />
<strong>de</strong>bate sobre estereótipos e diversida<strong>de</strong>. É<br />
reputação que <strong>de</strong>ixa legado social.<br />
58 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Propmark, parabéns por seus 58 anos <strong>de</strong> contribuição para<br />
o crescimento da publicida<strong>de</strong> e do marketing!<br />
Nós da Tunad temos orgulho <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r contribuir com o mercado<br />
através da mensuração e melhoria dos resultados das campanhas<br />
Monitore as campanhas<br />
<strong>de</strong> TV, Rádio e<br />
Livestreaming do Brasil<br />
Analise anúncios com o<br />
volume gerado <strong>de</strong> buscas<br />
no Google<br />
Ative campanhas Online<br />
a partir <strong>de</strong> eventos do<br />
cotidiano<br />
Conheça e<br />
acompanhe todos os<br />
anúncios do mercado<br />
para ter a melhor<br />
Estratégia <strong>de</strong> Mídia<br />
Entenda as reações<br />
online às campanhas<br />
monitoradas, fazendo<br />
Otimização <strong>de</strong> Mídia<br />
Use o impulso do<br />
Offline e Online para<br />
Potencialização <strong>de</strong><br />
Campanhas Online<br />
Algumas empresas que já usam a Plataforma Tunad<br />
tunad.io<br />
@tunadplatform<br />
Cre<strong>de</strong>nciada ao
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Reputação e<br />
brand safety<br />
Sandra Martinelli<br />
é presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA e membro<br />
do Executive Committee da WFA<br />
sandramartinelli@aba.com.br<br />
Sandra Martinelli<br />
Cuidar das marcas neste momento em<br />
que há gran<strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> barreira entre<br />
o real e o virtual é uma tarefa hercúlea<br />
para a marcas. Ao mesmo tempo em<br />
que o digital oferece novas oportunida<strong>de</strong>s<br />
para os anunciantes, exige ainda mais atenção<br />
e cuidado por parte dos mesmos, uma<br />
vez que a exposição <strong>de</strong> uma marca ou campanha<br />
publicitária atrelada a sensacionalismo,<br />
fake news ou mídias impróprias po<strong>de</strong><br />
acontecer em gran<strong>de</strong> escala, colocando em<br />
risco sua reputação.<br />
É preciso lembrar também que, no mundo<br />
contemporâneo e digital, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
compra vai muito além <strong>de</strong> preço e qualida<strong>de</strong>,<br />
sendo pautada com mais força nos valores<br />
e posicionamentos assumidos pela marca.<br />
Com o consumidor cada vez mais atento<br />
a isso, acirrar as discussões em cima das estratégias<br />
<strong>de</strong> brand safety e brand suitability<br />
é vital para uma boa reputação.<br />
O combate à disseminação <strong>de</strong>sses conteúdos<br />
na internet é um dos principais <strong>de</strong>safios<br />
que temos hoje e aumenta a cada dia com os<br />
avanços tecnológicos, como por exemplo,<br />
com o crescimento do uso da inteligência<br />
artificial generativa.<br />
É importante estarmos atentos às tendências<br />
<strong>de</strong> regulação e benchmarks internacionais<br />
relacionadas a privacida<strong>de</strong>, segurança<br />
e ética, mas, para mitigar os riscos trazidos<br />
nos ambientes virtuais, é preciso, antes <strong>de</strong><br />
tudo, <strong>de</strong>finir quais são esses riscos.<br />
Diante disso, a ABA publicou, em 2021,<br />
uma versão tropicalizada do Guia dos Padrões<br />
<strong>de</strong> Brand Safety + Estrutura <strong>de</strong> A<strong>de</strong>quação,<br />
iniciativa da GARM – Aliança Global<br />
para Mídia Responsável, da WFA, um esforço<br />
da indústria que une profissionais <strong>de</strong><br />
marketing, agências <strong>de</strong> mídia, plataformas<br />
<strong>de</strong> mídia e tecnologia e associações, para<br />
salvaguardar o potencial da mídia digital<br />
reduzindo a disponibilida<strong>de</strong> e a monetização<br />
<strong>de</strong> conteúdos nocivos e/ou prejudiciais<br />
online. No fim <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, o guia ganhou uma<br />
versão atualizada. Ele traz 12 categorias consi<strong>de</strong>radas<br />
nocivas e/ou prejudiciais para serem<br />
usadas como padrão, ajudando no mapeamento,<br />
classificação e avaliação do risco<br />
<strong>de</strong> tais conteúdos, como “Discurso <strong>de</strong> ódio<br />
e atos <strong>de</strong> agressão” ou “Desinformação”. O<br />
objetivo da WFA e da ABA é o <strong>de</strong> construir<br />
uma base segura para os anunciantes e munir<br />
os profissionais <strong>de</strong> diretrizes e boas práticas<br />
<strong>de</strong> brand safety.<br />
Por ter sido o primeiro país a lançar localmente<br />
essa iniciativa da GARM, a ABA foi<br />
premiada com hors concours Special WFA<br />
Presi<strong>de</strong>nt Awards 20<strong>22</strong> - Recognising excellence<br />
in industry lea<strong>de</strong>rship. O guia também<br />
inspirou outra obra sobre o tema, publicada<br />
pela ABA em 20<strong>22</strong>, o livro Conectados – Por<br />
<strong>de</strong>ntro do brand safety, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Nelcina<br />
Tropardi, presi<strong>de</strong>nte da ABA e diretora-<br />
-geral <strong>de</strong> jurídico, RelGov, ESG e compliance<br />
da Dasa.<br />
Ainda em 20<strong>22</strong>, a ABA lançou o Guia TV<br />
Conectada: formas inteligentes para combinar<br />
contexto e marca, enriquecendo a experiência<br />
do usuário através <strong>de</strong> anúncios, em<br />
parceria com a ShowHeroes, que aponta a<br />
importância da segurança e transparência<br />
no uso <strong>de</strong>sse canal, e o Guia Global sobre<br />
Claims <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> nas comunicações<br />
<strong>de</strong> marketing, que norteia os anunciantes,<br />
evitando que caiam em armadilhas que<br />
possam levar a alegações ambientais enganosas<br />
conhecidas por “misleading green<br />
claims” ou “greenwashing”, que po<strong>de</strong>m colocar<br />
suas reputações em risco.<br />
Como protagonistas da construção <strong>de</strong> um<br />
mercado <strong>de</strong> comunicação mais transparente,<br />
responsável e ético, os anunciantes têm<br />
a missão <strong>de</strong> promover e contribuir para as<br />
mudanças positivas para o marketing, para<br />
o digital e para a socieda<strong>de</strong>. É preciso cobrar<br />
responsabilida<strong>de</strong>, incentivar boas práticas,<br />
e lembrar que reputação não é algo que apenas<br />
se constrói, mas, sobretudo, necessita<br />
ser mantida.<br />
60 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Imagine um baile.<br />
A música tomando conta <strong>de</strong> você.<br />
Aquele monte <strong>de</strong> gente dançando e se expressando livremente.<br />
Cada um do seu jeito. Mas todos no mesmo ritmo.<br />
Baila é mais do que uma agência. É um convite.<br />
Um convite para entrar nessa dança.<br />
Experimentar um jeito novo <strong>de</strong> trabalhar.<br />
Mais leve, flexível e colaborativo.<br />
Sem os processos e políticas do mo<strong>de</strong>lo tradicional.<br />
Trocamos o quentinho das gran<strong>de</strong>s agências pelo friozinho nas nossas barrigas.<br />
Porque acreditamos que dá para existir um lugar diferente.<br />
On<strong>de</strong> a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r é <strong>maio</strong>r do que o medo <strong>de</strong> errar.<br />
On<strong>de</strong> as áreas trocam i<strong>de</strong>ias e não farpas.<br />
On<strong>de</strong> as gavetas não são cemitérios <strong>de</strong> projetos enterrados vivos.<br />
On<strong>de</strong> todos são curiosos e inquietos, do recepcionista ao CEO.<br />
E o fato <strong>de</strong>les serem a mesma pessoa é mera coincidência.<br />
Um mo<strong>de</strong>lo único para trazer soluções únicas.<br />
Não só <strong>de</strong> comunicação, mas também <strong>de</strong> negócios.<br />
Para isso, não medimos esforços.<br />
Mas medimos todo o resto, com dados, pesquisas e inteligência.<br />
Temos a maturida<strong>de</strong> para ajudar o seu negócio a crescer.<br />
E a imaturida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precisar segurar uma risadinha <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> falar isso.<br />
Não temos todas as respostas. Mas sabemos para quem perguntar.<br />
Queremos convidar e conectar talentos <strong>de</strong> fora do mercado.<br />
Trazer outras perspectivas, outras vozes, outras mentes criativas.<br />
Na Baila, acreditamos que várias cabeças pensam melhor do que um ego.<br />
Quanto mais plural é a agência, mais singular é o trabalho.<br />
Agora solta o som, manda um e-mail para o nosso CEO<br />
e vem bailar com a gente.<br />
alan.strozenberg@baila.co<br />
baila.co
propmark 58 Anos<br />
Agências entraram na batalha para<br />
cuidar e manter a reputação das marcas<br />
Responsáveis pela comunicação usam tecnologia <strong>de</strong> ponta para<br />
monitorar conteúdo in<strong>de</strong>sejável e não permitir exposição dos clientes<br />
Neusa Spaulucci<br />
A<br />
trajetória do propmark é muito singular.<br />
Há mais <strong>de</strong> 50 anos era conhecido<br />
como Ca<strong>de</strong>rno, embora o nome original<br />
fosse mesmo Propaganda&Marketing.<br />
Com o advento da internet, o próprio mercado<br />
encurtou o nome e o “rebatizou” como<br />
propmark, dando origem à marca que<br />
tem nos dias <strong>de</strong> hoje. Ele já foi no formato<br />
standard, impresso em papel jornal. Há<br />
alguns anos apostou na mudança radical,<br />
que foi muito bem aceita pelo mercado. Virou<br />
estilo tabloi<strong>de</strong>, seu atual formato, em<br />
papel couchê. Assim como o propmark, o<br />
mercado publicitário mudou radicalmente,<br />
e muito, nas últimas décadas, <strong>de</strong>ixando os<br />
profissionais meio tontos com tantas e frenéticas<br />
reviravoltas, mas sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> cuidar<br />
da reputação. Já que é assim, a Redação<br />
foi buscar nas agências respostas para como<br />
se <strong>de</strong>ve conduzir um trabalho para que marcas<br />
e anunciantes não corram riscos e caiam<br />
em armadilhas, como as tão discutidas fake<br />
news. Todo cuidado é pouco com a reputação<br />
das marcas, que nunca foi tão importante<br />
como agora.<br />
Rafaela Queiroz, VP <strong>de</strong> mídia e BI da DPZ,<br />
por exemplo, fala da rotina da agência na<br />
hora <strong>de</strong> programar as mídias para evitar que<br />
as campanhas e seus respectivos anunciantes<br />
apareçam em conteúdos in<strong>de</strong>sejados.<br />
Ela afirma que garantir eficiência em um<br />
ambiente seguro sempre foi uma priorida<strong>de</strong><br />
para a DPZ. Então, buscar parceiros que tenham<br />
políticas rígidas relacionadas à brand<br />
safety é uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da agência, e<br />
isso é uma rotina para o time <strong>de</strong> mídia, segundo<br />
ela, que não <strong>de</strong>ixa que nada passe<br />
<strong>de</strong>spercebido. “Através <strong>de</strong> dashboards customizados<br />
para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um<br />
dos clientes fazemos o uso do dado para<br />
acompanhar on<strong>de</strong> as campanhas dos nossos<br />
clientes estão sendo entregues, garantindo,<br />
assim, <strong>maio</strong>r eficiência”, argumenta.<br />
Vicente Varela, chief data and media officer<br />
da Lew’Lara\TBWA, fala que na agência<br />
acreditar e proteger as marcas é altamente<br />
estratégico. Segundo ele, o olhar para brand<br />
safety e brand suitability precisa ir além dos<br />
processos <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> rotinas <strong>de</strong><br />
campanhas <strong>de</strong> forma genérica. “É preciso<br />
enten<strong>de</strong>r o contexto em que as marcas estão<br />
inseridas para que as políticas <strong>de</strong> segurança<br />
que serão implementadas sejam as mais<br />
a<strong>de</strong>quadas e abrangentes. Desta forma, as<br />
boas práticas passam por estabelecermos os<br />
principais critérios que a marca consi<strong>de</strong>ra<br />
a<strong>de</strong>quados e seguros para exibir seus anúncios<br />
e precisam ser <strong>maio</strong>res que os pontos<br />
Cuidado com a marca se tornou crucial com a internet; agências lançam mão <strong>de</strong> técnicas para vigiar mídia<br />
fundamentais, como evitar conteúdos violentos,<br />
sexualmente explícito, discursos <strong>de</strong><br />
ódio, jogos <strong>de</strong> azar ou que promovam produtos<br />
ilegais. Precisamos pensar e consi<strong>de</strong>rar<br />
o contexto amplo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a marca está<br />
inserida a partir <strong>de</strong> sua jornada <strong>de</strong> consumo<br />
e <strong>de</strong> mercado”, relata.<br />
Para Varela, <strong>de</strong> forma efetiva, “é preciso<br />
enten<strong>de</strong>r que esse processo precisa ser fluido<br />
e constante através <strong>de</strong> monitoramento<br />
técnico, atualizado com frequência e pautado<br />
por ferramentas diagnósticas <strong>de</strong> 3rd party<br />
verifys, que permitiram uma constante<br />
atualização, sejam através <strong>de</strong> aprendizados<br />
pré e pós bidding”.<br />
Já Luiza Valente, head <strong>de</strong> mídia da<br />
VMLY&R, fala que tem listas <strong>de</strong> bloqueio padrão<br />
para todos os clientes, que po<strong>de</strong>m sofrer<br />
ajustes em relação a um tema sensível<br />
do segmento. “Nesse caso, um estudo aprofundado<br />
do território é feito para incluir um<br />
<strong>maio</strong>r bloqueio <strong>de</strong> conteúdo”, revela.<br />
Vanessa Giannotti, VP <strong>de</strong> mídia da Ogilvy,<br />
“Hoje, a reputação <strong>de</strong><br />
uma empresa po<strong>de</strong> vir<br />
abaixo em segundos<br />
na internet”<br />
Freepik<br />
vai ainda mais longe e afirma que para evitar<br />
conteúdos in<strong>de</strong>sejados nas mídias digitais,<br />
por exemplo, muitos dos seus clientes<br />
se utilizam <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> brand safety,<br />
ou até mesmo wish lists pre<strong>de</strong>terminados.<br />
“No entanto, nas compras programáticas,<br />
como muitos sites <strong>de</strong> conteúdos duvidosos<br />
são criados diariamente, corremos o risco <strong>de</strong><br />
ter entrega <strong>de</strong> peças dos clientes. Por isso,<br />
realizamos, com frequência, uma varredura<br />
nos sites em que as campanhas estão sendo<br />
entregues e fazemos a negativação <strong>de</strong>sses<br />
sites. Para nossos clientes <strong>de</strong> governo, por<br />
exemplo, que são ainda mais sensíveis a al-<br />
62 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Aga Porada: ferramentas <strong>de</strong> segurança Andreia Abud: <strong>de</strong> olho no conteúdo Kaline Lessio: análise profunda do cliente Glaucia Montanha: segurança é tudo<br />
“O momento é mais<br />
sobre ‘não po<strong>de</strong>mos<br />
parecer, temos <strong>de</strong> ser’”<br />
guns temas, não compramos formatos sem<br />
que tenhamos 100% <strong>de</strong> certeza da qualida<strong>de</strong><br />
do tema e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o inventário está sendo<br />
entregue. Para as mídias offline, o conhecimento<br />
da programação em que estamos<br />
veiculando é um dos principais diferenciais.<br />
Claro que corremos o risco <strong>de</strong> algum programa<br />
ter uma entrevista mais polêmica ou, no<br />
caso <strong>de</strong> um reality show, alguma postura<br />
ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> um participante. Mas estas<br />
situações são atípicas e, caso isso aconteça,<br />
tomamos todas as providências para removermos<br />
o cliente da programação.<br />
Edu Lorenzi, CEO da Publicis, fala que a<br />
sua agência se cerca <strong>de</strong> todos os lados para<br />
tentar driblar eventuais armadilhas para os<br />
clientes. Ele afirma que os times <strong>de</strong> mídia<br />
trabalham em parceria com os <strong>de</strong> dados por<br />
um lado, e com a área <strong>de</strong> criação e conteúdo<br />
por outro. “Tudo para formar uma opinião<br />
mais embasada sobre <strong>de</strong>terminados conteúdos<br />
e influenciadores, indo além da mera<br />
técnica matemática <strong>de</strong> mídia”, explica.<br />
O CSO da Brivia, Roberto Ribas, fala da rotina<br />
na sua empresa. Ele <strong>de</strong>clara que quando<br />
fala <strong>de</strong> plataformas self service, no início<br />
<strong>de</strong> cada campanha fazem uma análise tática<br />
para enten<strong>de</strong>r o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> brandsuitability<br />
e brand safety e já acertam as configurações<br />
<strong>de</strong> campanha, usando os mecanismos<br />
<strong>de</strong> segurança das próprias plataformas.<br />
“Quando a compra é feita através <strong>de</strong> PI, é realizada<br />
uma reunião prévia antes da veiculação<br />
para escolher canais e alinhar pontos<br />
importantes como canais e portais que não<br />
po<strong>de</strong>m <strong>de</strong> forma alguma estar atrelados à<br />
campanha/marca e, sempre que necessário,<br />
contratamos ferramentas adicionais, como<br />
doubleverify. É importante dizer que prezamos<br />
por parceria com veículos idôneos,<br />
sérios e sempre analisamos os que possuem<br />
Brand Safety - Cena <strong>de</strong> campanha da Vale, assinada pela Africa. Segundo Aga Porada,<br />
VP <strong>de</strong> mídia, cuidar da reputação da marca <strong>de</strong> um cliente, principalmente quando a<br />
ação será <strong>de</strong>stinada ao meio digital, passa pelo uso <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> segurança, como<br />
brand safety. Tudo em nome do monitoramento do canal on<strong>de</strong> o cliente vai cair.<br />
alto índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> como viewability,<br />
por exemplo”, diz Ribas.<br />
Palavras<br />
Aga Porada, VP <strong>de</strong> mídia da Africa, fala<br />
que também usam, durante a programação<br />
<strong>de</strong> mídia digital, ferramentas <strong>de</strong> segurança<br />
<strong>de</strong> marca (brand safety) para garantir que os<br />
anúncios não apareçam ao lado <strong>de</strong> conteúdos<br />
que não possam ser associados à marca.<br />
“Montamos a lista <strong>de</strong> palavras-chave e contextos<br />
que não queremos nos associar e com<br />
isso a ferramenta bloqueia a entrega dos<br />
anúncios nas páginas com esses conteúdos<br />
não <strong>de</strong>sejados”, comenta, acrescentando:<br />
“No caso <strong>de</strong> canais offline, esse processo é<br />
mais manual – implementando rotina entre<br />
nossos times e time <strong>de</strong> OPEC do veículo<br />
para monitorar os conteúdos in<strong>de</strong>sejados e<br />
montar os possíveis cenários <strong>de</strong> ação”. Segundo<br />
ela, o <strong>maio</strong>r <strong>de</strong>safio sempre está na<br />
parte jornalística e <strong>de</strong> notícias, já que, muitas<br />
vezes, não conseguem prever. “Nos casos<br />
em que enxergarmos risco <strong>maio</strong>r, optamos<br />
por entregar um material alternativo ou<br />
até adiar a inserção para outro programa ou<br />
dia”, <strong>de</strong>talha ela.<br />
Fernand Alphen, CEO da Fbiz, radicaliza<br />
e afirma que “foi-se o tempo em que as<br />
agências podiam furtar-se <strong>de</strong> participar<br />
ativamente da proteção dos conteúdos <strong>de</strong><br />
seus clientes no que diz respeito aos contextos<br />
<strong>de</strong> distribuição”. Para ele, estar em um<br />
contexto ina<strong>de</strong>quado hoje, além <strong>de</strong> prejudicar<br />
diretamente a imagem da marca, po<strong>de</strong><br />
ter consequências sérias do ponto <strong>de</strong> vista<br />
ético, porque talvez a veiculação esteja financiando<br />
plataformas nocivas ao estado<br />
<strong>de</strong> direito, à <strong>de</strong>mocracia e à paz social. “As<br />
palavras são pomposas, mas necessárias.<br />
Por isso, mantemos uma série <strong>de</strong> rotinas essenciais:<br />
configuração da brand safety em<br />
todas as plataformas, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> temas<br />
sensíveis, contextos e sites, manutenção <strong>de</strong><br />
blocklists <strong>de</strong> sites/apps, avaliação constante<br />
dos parceiros <strong>de</strong> mídia que têm boa performance<br />
em uso <strong>de</strong> blocklists etc.”, resume.<br />
Além disso, segundo ele, todas as ações<br />
<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>liberadas com os clientes. “Em<br />
alguns casos, em alinhamento com os clien-<br />
64 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
AGORA É DA<br />
KALLAS!<br />
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A EMPRESA QUE MAIS<br />
ENTENDE DE BRASILEIROS kallas.com.br /kallasmidia
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Daniel Gebara: termo ‘in<strong>de</strong>sejado’ vai muito além Edu Lorenzi: reputação po<strong>de</strong> ir para baixo em segundos Fernand Alphen: conteúdo ina<strong>de</strong>quado é muito sério<br />
tes, retiramos categorias como notícias e<br />
conteúdos abrangentes que possam conter<br />
pautas in<strong>de</strong>sejáveis”, avalia.<br />
Ele lembra ainda que é necessário ter<br />
consciência <strong>de</strong> que a internet não é um<br />
ambiente totalmente seguro e passível <strong>de</strong><br />
fiscalização, e ninguém consegue controlar<br />
o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> todos os conteúdos. “Em muitos<br />
casos, eles po<strong>de</strong>m até ser replicados à<br />
revelia das agências e anunciantes. Nessas<br />
situações, menos raras do que o <strong>de</strong>sejável,<br />
<strong>de</strong>ve-se respon<strong>de</strong>r com agilida<strong>de</strong> e apren<strong>de</strong>r<br />
mais rápido ainda”.<br />
Rafaela Alves, chief data media officer<br />
da AlmapBBDO, afirma que a agência adota<br />
uma rígida adoção <strong>de</strong> processos e ferramentas<br />
para garantir a<strong>de</strong>quação entre conteúdo<br />
e proposta <strong>de</strong> valor das marcas. “Utilizamos<br />
uma varieda<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> prevenções<br />
relacionadas com brand safety, atuando <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o planejamento, passando pela execução<br />
– utilizando verificadores pré-bid – até o<br />
acompanhamento durante e pós-campanha.<br />
É preciso compromisso com esse tema. Nossa<br />
política é termos em 100% das contas mais <strong>de</strong><br />
“Buscar parceiros que<br />
tenham políticas rígidas<br />
relacionadas à brandsafet<br />
é uma realida<strong>de</strong>”<br />
Pausa - Campanha criada pela Publicis para Hershey’s para a nova linha <strong>de</strong> chocolote<br />
sabor café. Sob o título #PausaProCoffee a marca convida o consumidor a dar aquela<br />
paradinha no que estiver fazendo. I<strong>de</strong>ia da campanha é aguçar os sentidos. Agência fala<br />
que enxerga os clientes como um ecossistema, formado por diversas possibilida<strong>de</strong>s.<br />
um layer <strong>de</strong> segurança em todos os setups”.<br />
Claudio Kalim, CEO da Tech and Soul,<br />
fala que para se prevenir tudo começa na escolha<br />
dos canais: no offline, selecionando a<br />
partir dos perfis <strong>de</strong> programas ou veículos;<br />
no digital, tem também o cuidado no setup<br />
das campanhas que trabalham com configurações<br />
nativas das plataformas que permitem<br />
excluir a exibição em <strong>de</strong>terminados<br />
sites, blogs, portais ou apps <strong>de</strong> conteúdos<br />
in<strong>de</strong>sejados. “Além disso, também realizamos<br />
negativações periódicas em algumas<br />
ferramentas e utilizamos whitelists e blacklists<br />
em programática”, conta.<br />
Kaline Lessio, diretora-executiva <strong>de</strong> mídia<br />
da Galeria.ag, <strong>de</strong>clara que conteúdos in<strong>de</strong>sejados<br />
é um tema muito relevante para<br />
sua agência, tanto que tem um time interno<br />
olhando somente para esse tópico. “Por<br />
aqui, <strong>de</strong>senvolvemos critérios para controle<br />
e gestão <strong>de</strong> ambientes que sejam sensíveis<br />
e possam gerar algum risco para as marcas<br />
dos nossos clientes”, analisa.<br />
Na WMcCann, segundo Andreia Abud, VP<br />
<strong>de</strong> mídia, não é diferente a rotina. Ela afirma<br />
que há uma lista padrão que é compartilhada<br />
entre os times e também é realizada uma<br />
análise <strong>de</strong> conteúdos e termos específicos<br />
para cada marca ou categoria. “Essa lista é<br />
constantemente revisada (<strong>de</strong> acordo com os<br />
temas sensíveis do momento) e atualizada<br />
para garantir a segurança dos nossos clientes.<br />
Além disso, o time está treinado para<br />
garantir que os set ups estejam aplicados<br />
corretamente. O uso <strong>de</strong> verificadores terceiros<br />
também ajuda nessa questão.”<br />
Já Daniel Gebara, media director na Wun<strong>de</strong>rman<br />
Thompson Brasil, garante que a segurança<br />
<strong>de</strong> marca, ou como abordam no dia<br />
a dia brand safety, é bem ampla e sua execução<br />
é formada por diversas iniciativas. Para<br />
ele, “o significado <strong>de</strong> ‘in<strong>de</strong>sejado’ em uma<br />
campanha publicitária vai muito além do<br />
conteúdo, mas também é atrelado por quem<br />
e como a publicida<strong>de</strong> é consumida. “Atualmente,<br />
para conseguir garantir que seu investimento<br />
não esteja sendo consumido por<br />
um ‘robô’, é necessário contratar empresas<br />
que fazem um serviço <strong>de</strong> auditoria que possuem<br />
tecnologias para i<strong>de</strong>ntificar e prevenir<br />
esse tipo <strong>de</strong> ação”, sugere.<br />
Gebara fala <strong>de</strong> outra vertente do brand safety<br />
que também envolve uma métrica chamada<br />
“viewability”, que é o percentual do quanto<br />
um anúncio fica visível em uma impressão<br />
contratada, que também é solucionada através<br />
<strong>de</strong>sses parceiros on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m garantir a<br />
<strong>de</strong>vida qualida<strong>de</strong> (padrão do mercado que<br />
seja acima <strong>de</strong> 50%). “Porém, o <strong>maio</strong>r trabalho<br />
hoje em dia é, com certeza, a garantia do conteúdo<br />
acabar não caindo em um ambiente <strong>de</strong><br />
fake news e conteúdos sensíveis (tragédias e<br />
crimes, entre outros)”. Por isso, para ele, na<br />
hora <strong>de</strong> programar, as campanhas precisam<br />
contar com as soluções nativas das plataformas<br />
e com as soluções externas. “A <strong>maio</strong>ria<br />
66 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos Divulgação<br />
Luiza Valente: varreduras também são essenciais Roberto Ribas: metodologia própria Vanessa Giannotti: alinhamento prévio com o cliente<br />
das plataformas <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais e DSPs, on<strong>de</strong><br />
se concentram gran<strong>de</strong> parte do investimento<br />
publicitário digital, já conta com funções totalmente<br />
<strong>de</strong>dicadas ao brand safety, que vão<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a negativação <strong>de</strong> sites, portais, páginas,<br />
contas e perfis até a própria i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
um conteúdo que é analisado pela inteligência<br />
artificial e efetivamente categorizados<br />
para seu anúncio não ser entregue.”<br />
Glaucia Montanha, CEO da Artplan SP,<br />
também lembra que segurança é o tema mais<br />
importante nos dias <strong>de</strong> hoje. Ela fala que se<br />
vive um momento em que, se uma marca<br />
estiver inserida num conteúdo in<strong>de</strong>sejado,<br />
a repercussão causa sérios danos a essa marca.<br />
“Por esse motivo, as agências precisaram<br />
criar alguns processos <strong>de</strong> trabalho para mitigar<br />
ao máximo esse acontecimento. Temos<br />
algumas rotinas e processos que incluem<br />
usar inventários que possam ser auditados e<br />
monitorados. Sempre que temos estratégias<br />
que fazem uso <strong>de</strong> conteúdo para personalização,<br />
criamos critérios <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interesse,<br />
mantemos mensalmente uma lista <strong>de</strong> sites<br />
não indicados atualizados para negativarmos<br />
“Montamos a lista<br />
<strong>de</strong> palavras-chave e<br />
contextos que não<br />
queremos nos associar”<br />
nas plataformas e, além disso, fazemos exclusões<br />
<strong>de</strong> categorias que acreditamos serem<br />
sensíveis para aquele anunciante e uso <strong>de</strong><br />
parceiros que respeitam a LGPD”, argumenta.<br />
Ela diz ainda que, obviamente, para toda<br />
essa rotina, precisam <strong>de</strong> um time especializado<br />
e uma recorrência <strong>de</strong> acompanhamento<br />
para que funcione. “Infelizmente, todos os<br />
dias surgem novas brechas que precisam ser<br />
fechadas. Mas, graças à tecnologia, conseguimos<br />
avançar muito no tema”, enfatiza.<br />
Cruzamento<br />
Para ter sucesso nas suas estratégias e<br />
proteger os anunciantes, as agências investem<br />
pesado em ferramenta <strong>de</strong> mídia. É o<br />
Alô, alô - Uma das campanhas da Vivo assinada pela VMLY&R. Segundo Luiza Valente,<br />
head <strong>de</strong> mídia da agência, o cruzamento <strong>de</strong> informações passa pela comparação, ou<br />
seja, analisando os benchmarks e históricos do cliente. “Além disso, envolvemos áreas<br />
diversas, como pesquisa e planejamento, para garantir a melhor entrega possível”.<br />
caso da DPZ. Rafaela Queiroz lembra que a<br />
agência faz parte do grupo Publicis, um dos<br />
que fazem gran<strong>de</strong> aportes em tecnologias<br />
e metodologias proprietárias, “que faz com<br />
que a estratégia <strong>de</strong> mídia seja pensada <strong>de</strong><br />
forma muito mais técnica e assertiva”. “Não<br />
existe espaço para suposições, buscamos<br />
entregar eficiência junto à eficácia <strong>de</strong> mídia.<br />
Mas a <strong>maio</strong>ria dos dados está à disposição<br />
para várias empresas, a diferença está em<br />
como olhamos e trabalhamos com esses dados.<br />
Aqui na DPZ <strong>de</strong>senvolvemos uma metodologia<br />
proprietária que nos permite ter<br />
<strong>maio</strong>r agilida<strong>de</strong> para analisar os dados e gerar<br />
insights que alimentam todas as áreas da<br />
agência e não apenas a mídia, garantindo,<br />
assim, um olhar mais preditivo para os <strong>de</strong>safios<br />
dos nossos clientes. Essa metodologia<br />
nos permite cruzar dados tanto proprietários<br />
dos clientes como <strong>de</strong> campanha, adicionado<br />
a dados da categoria e do cenário<br />
macroeconômico do país e do mundo que<br />
po<strong>de</strong>m interferir nos resultados <strong>de</strong> negócio<br />
dos nossos clientes. Isso nos garante <strong>maio</strong>r<br />
efetivida<strong>de</strong> e, mais do que isso, previsibilida<strong>de</strong><br />
para as nossas campanhas”.<br />
Vicente Varela, da Lew’Lara, revela que<br />
esse processo precisa ser construído em<br />
conjunto com o cliente e com as diversas<br />
áreas envolvidas na estratégia, pois somente<br />
assim po<strong>de</strong>rá ser contemplada uma visão<br />
precisa. “Começar com os fundamentos<br />
básicos da marca é um excelente ponto <strong>de</strong><br />
partida. Com monitoramento técnico constante,<br />
essa base po<strong>de</strong> ser aprimorada”, fala.<br />
Já para Luiza Valente, da VMLY&R, o cruzamento<br />
<strong>de</strong> informações passa pela comparação,<br />
ou seja, analisando os benchmarks e<br />
históricos do cliente. “Além disso, envolvemos<br />
áreas diversas da agência, como pesquisa<br />
e planejamento, para garantir a melhor<br />
entrega possível”, diz.<br />
A análise na Ogilvy, segundo Vanessa<br />
Giannotti, é simples: um alinhamento prévio<br />
com o cliente sobre os temas que eles<br />
consi<strong>de</strong>ram mais sensíveis. Além disso,<br />
segundo ela, existe um estudo sobre qual<br />
o tipo <strong>de</strong> conteúdo que o público-alvo consome<br />
e, como “existem diversos perfis, um<br />
planejamento e/ou programação <strong>de</strong> mídia<br />
68 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Rafaela Queiroz: parceiros com políticas rígidas Vicente Varela: é preciso análise <strong>de</strong> contexto mais amplo Rafaela Alves: adoção <strong>de</strong> duros processos e ferramentas<br />
po<strong>de</strong> ser totalmente diferente para dois targets<br />
socio<strong>de</strong>mográficos iguais”.<br />
Edu Lorenzi diz enxergar os clientes como<br />
um ecossistema formado por diversas possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> interação com os consumidores,<br />
por isso pensam em uma estratégia criativa<br />
para cada job, abrangendo todos os canais<br />
tanto <strong>de</strong> mídia paga quanto proprietários.<br />
“Para <strong>de</strong>finir o que faz sentido ou não para<br />
cada cliente, utilizamos inteligência <strong>de</strong> dados.<br />
Com o suporte do Brainlab, célula <strong>de</strong><br />
dados e inteligência da Publicis, tomamos as<br />
<strong>de</strong>cisões necessárias. Com base em tecnologia<br />
é possível guiar o cliente para estratégias<br />
assertivas, eliminando <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> verbas<br />
e atingindo o público <strong>de</strong> forma eficaz”, conta.<br />
Roberto Ribas também fala que a Brivia<br />
dispõe <strong>de</strong> um processo que começa no início<br />
<strong>de</strong> uma campanha – metodologia própria,<br />
BXM –, que os conduz ao cruzamento<br />
<strong>de</strong> informações relevantes que <strong>de</strong>terminam,<br />
segundo ele, as melhores abordagens, portanto<br />
“o que é bom ou não, para cada marca/<br />
cliente/momento”. “Essa visão <strong>de</strong> estratégia<br />
e planejamento segue presente durante<br />
“Foi-se o tempo em que<br />
as agências podiam<br />
furtar-se <strong>de</strong> participar<br />
ativamente da proteção<br />
dos conteúdos”<br />
Goma - Menthos é outro exemplo <strong>de</strong> marca <strong>de</strong> valor, já que os cuidados com a mídia,<br />
o target e o conteúdo estão sempre <strong>de</strong> acordo com o produto; a conta está na VMLY&R,<br />
agência que afirma ter listas <strong>de</strong> bloqueio padrão para todos os clientes e, com o crescimento<br />
<strong>de</strong> movimentos como o Sleeping Giants, a preocupação ficou ainda <strong>maio</strong>r.<br />
toda elaboração da abordagem <strong>de</strong> mídia e<br />
estratégia <strong>de</strong> comunicação que <strong>de</strong>senvolvemos<br />
para os clientes”.<br />
Aga Porada explica que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
as estratégias e gui<strong>de</strong>s das marcas, estabelecem<br />
rotinas <strong>de</strong> monitoramento para<br />
sempre ficarem atentos aos potenciais riscos<br />
e oportunida<strong>de</strong>s para os clientes. “Usamos<br />
as ferramentas <strong>de</strong> social listening, clipping<br />
<strong>de</strong> imprensa, mas também as próprias<br />
ré<strong>de</strong>as e grupos <strong>de</strong> WhatsApp para i<strong>de</strong>ntificar<br />
os sinais potencialmente valiosos para<br />
nossos clientes”, enumera. Segundo ela, a<br />
propaganda hoje virou entretenimento ou<br />
serviço, portanto é no cotidiano que buscam<br />
inspirações. “É esse cruzamento <strong>de</strong> inteligência<br />
artificial e humana que torna um<br />
dado informação e acaba gerando um valor<br />
agregado”, avalia.<br />
Para Rafaela Alves, focar para garantir<br />
o entendimento granular do propósito da<br />
marca e a conexão <strong>de</strong>la com seus clientes<br />
finais são os pontos que sempre orientam a<br />
equipe da AlmapBBDO. “Com o advento digital,<br />
você tem mais dados e com isso mais<br />
informação sobre as conexões”.<br />
Já Claudio Kalim <strong>de</strong>clara que na Tech and<br />
Soul temas sensíveis ou impróprios para a<br />
audiência, como conteúdos perigosos, <strong>de</strong>preciativos<br />
ou <strong>de</strong> cunho sexual, por exemplo,<br />
são simplesmente excluídos por <strong>de</strong>fault.<br />
“Os <strong>de</strong>mais, avaliamos a partir do fit com o<br />
público que preten<strong>de</strong>mos alcançar e a mensagem<br />
que estamos trabalhando. Assim, conseguimos<br />
a<strong>de</strong>quar o conteúdo ao momento<br />
da jornada do cliente e dar visibilida<strong>de</strong> às<br />
marcas com um nível <strong>maio</strong>r <strong>de</strong> segurança”.<br />
Já Kaline Lessio parte do princípio <strong>de</strong> que<br />
a Galeria.ag enten<strong>de</strong> “a fundo o negócio do<br />
cliente e os potenciais territórios e assuntos<br />
que sejam <strong>de</strong> forte influência negativa em<br />
seus valores”. “Além disso, fazemos o monitoramento<br />
<strong>de</strong> social listening constante,<br />
enten<strong>de</strong>ndo a percepção dos consumidores<br />
sobre a mensagem <strong>de</strong> nossas campanhas.”<br />
Andreia Abud, da WMcCann, acredita que<br />
estar bem próximos dos clientes e dos seus<br />
negócios faz com que o time esteja atento às<br />
variáveis que po<strong>de</strong>m implicar negativamente<br />
nas marcas com relação aos temas sensíveis.<br />
“Nosso time <strong>de</strong> dados, por exemplo,<br />
monitora frequentemente as re<strong>de</strong>s sociais<br />
capturando rapidamente temas sensíveis,<br />
munindo os times das informações necessárias”,<br />
afirma.<br />
Daniel Gebara fala que a recomendação<br />
do que é bom para o cliente, no ponto <strong>de</strong><br />
vista <strong>de</strong>le, está associada a uma tría<strong>de</strong>: proposta,<br />
monitoramento e relatório. “Quando<br />
um fornecedor está ven<strong>de</strong>ndo o seu produto<br />
e montando uma proposta, é muito importante<br />
enten<strong>de</strong>rmos o nível que essa empresa<br />
se aprofunda no assunto e quais ferramentas<br />
e soluções eles possuem para garantir a<br />
qualida<strong>de</strong> e segurança da campanha”. Para<br />
70 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
ele, certificações, parcerias com auditorias<br />
e novas tecnologias são sempre um diferencial.<br />
“Uma vez que a campanha entra no<br />
ar, o monitoramento e o acompanhamento<br />
<strong>de</strong>sses resultados é imprescindível para<br />
enten<strong>de</strong>r se a qualida<strong>de</strong> vendida realmente<br />
está sendo executada. No que tange ao<br />
monitoramento, po<strong>de</strong> ser tanto uma análise<br />
<strong>de</strong> sentimentos (no caso <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais)<br />
como até métricas <strong>de</strong> pré e pós-clique”, fala,<br />
acrescentando: “A análise <strong>de</strong> sentimentos<br />
é muito importante, pois ela me<strong>de</strong> o pulso<br />
dos comentários <strong>de</strong> quem está sendo impactado<br />
pela sua campanha. No caso <strong>de</strong> métricas<br />
pós e pré-clique, quando um CPM está<br />
muito mais barato do que a média po<strong>de</strong> ser<br />
um sinal <strong>de</strong> que sua campanha está com um<br />
‘viewability’ baixo, ou sendo entregue em<br />
inventários não <strong>de</strong>sejados. Quando o ‘bounce<br />
rate’ está alto, po<strong>de</strong> ser uma má qualificação<br />
<strong>de</strong> audiência. Sinais <strong>de</strong>vem ser analisados<br />
durante a execução”. Conforme Gebara,<br />
no último pilar <strong>de</strong>ssa tría<strong>de</strong> entra a parte da<br />
relatoria. “A transparência para você po<strong>de</strong>r<br />
ver on<strong>de</strong> sua campanha foi entregue e como<br />
ela foi consumida é muito importante nessa<br />
jornada <strong>de</strong> recomendação. É <strong>de</strong> lá que tiramos<br />
os aprendizados e <strong>de</strong>finimos se continuamos<br />
com o parceiro ou se <strong>de</strong>vemos procurar<br />
algo mais eficaz”, <strong>de</strong>clara.<br />
Entre o conjunto <strong>de</strong> ações, a mídia e o conteúdo a<strong>de</strong>quados são fundamentais para o sucesso da reputação<br />
“Desenvolvemos critérios<br />
para controle e gestão<br />
<strong>de</strong> ambientes que<br />
sejam sensíveis”<br />
Jogo - Case <strong>de</strong> Clear, com o Richarlison, foi uma produção internacional criada pela<br />
Tech and Soul que contou com participação do craque e convidou brasileiros a torcerem<br />
<strong>de</strong> cabeça fresca e afastando a zica. Reforçando seu compromisso <strong>de</strong> apoio ao futebol,<br />
o anticaspa Clear promoveu a ação Corte Clear antizica, que garante a Richarlison um<br />
penteado inusitado para se proteger das “zicas”. A agência afirma que temas sensíveis<br />
ou impróprios para a audiência são simplesmente excluídos por <strong>de</strong>fault.<br />
Freepik<br />
sinais<br />
Segundo Glaucia Montanha, a audiência<br />
<strong>de</strong>ixa sinais o tempo todo, que precisam ser<br />
interpretados para uma melhor recomendação<br />
ao cliente. “Temos uma metodologia e<br />
ferramenta proprietária <strong>de</strong> journey que cruza<br />
mais <strong>de</strong> 100 sinais, como audiências, afinida<strong>de</strong><br />
e interesse (longo prazo); audiências<br />
<strong>de</strong> intenção customizada (latente por cinco<br />
dias); audiências <strong>de</strong> buscas recentes; audiências<br />
in-market; audiências <strong>de</strong> televisão;<br />
e audiências endêmicas e <strong>de</strong> conteúdo”,<br />
relata. Ela fala que as técnicas apontam resultados<br />
diferentes das jornadas do consumidor<br />
e, a partir daí, conseguem i<strong>de</strong>ntificar<br />
os principais gatilhos e momentos para recomendar<br />
uma melhor inserção da marca.<br />
“Não po<strong>de</strong>mos mais ter um olhar generalista<br />
e <strong>de</strong> target <strong>de</strong>mográfico apenas, apren<strong>de</strong>mos<br />
com o tempo que isso não i<strong>de</strong>ntifica<br />
e aproxima a marca do consumidor. Precisamos<br />
incluir um olhar <strong>de</strong> comportamento<br />
para, então, começarmos um diálogo <strong>de</strong><br />
proximida<strong>de</strong> e relevância”, conta.<br />
Ela comenta ainda sobre as técnicas <strong>de</strong><br />
convencimento junto ao cliente quanto a<br />
conteúdos inapropriados. Glaucia afirma<br />
que apren<strong>de</strong>ram, ao longo dos últimos anos,<br />
que olhar somente a audiência em todos<br />
os meios não necessariamente representa<br />
qualificação. “Precisamos usar os dados<br />
também para a interpretação <strong>de</strong> comportamentos<br />
e conteúdos. As métricas <strong>de</strong> mídia<br />
evoluíram muito e, hoje, as recomendações<br />
passam por um novo ín<strong>de</strong>x, que cruza audiência,<br />
engajamento, retenção, conteúdo<br />
e qualificação”. Segundo ela, a partir da necessida<strong>de</strong><br />
do cliente, pon<strong>de</strong>ra uma ou outra<br />
para melhor escolha. “Não existe uma única<br />
técnica, e sim uma combinação <strong>de</strong> indicadores<br />
que nos direcionam. A partir <strong>de</strong>ste cenário,<br />
a conversa com o cliente evolui muito,<br />
porque passa a ser acompanhada <strong>de</strong> muitos<br />
indicadores e dados.<br />
Rafaela Queiroz fala da importância <strong>de</strong> se<br />
ter uma reputação digna e garante que para<br />
a DPZ essa sempre foi uma das principais<br />
preocupações: “lidar com transparência<br />
com os clientes e cuidar para que a marca<br />
<strong>de</strong>les esteja conectada com o seu público <strong>de</strong><br />
forma assertiva garantindo, assim, melhores<br />
resultados <strong>de</strong> negócio”. “Por isso a DPZ<br />
é uma agência com mais <strong>de</strong> 50 anos <strong>de</strong> história.<br />
Apenas uma agência que se preocupa<br />
com a reputação dos seus clientes po<strong>de</strong>ria<br />
se manter tanto tempo neste mercado construindo<br />
e contando histórias para marcas<br />
icônicas, como a DPZ faz”, analisa.<br />
Vicente Varela compactua com a sua colega<br />
<strong>de</strong> profissão e afirma que sempre houve<br />
na Lew’Lara\TBWA preocupação constante,<br />
e “com a crescente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se atuar<br />
72 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Propmark, 58 anos.<br />
Cenp, 25 anos.<br />
(Quando a companhia é boa,<br />
o tempo passa rápido, né?)<br />
Uma parceria que valoriza o diálogo e<br />
faz <strong>de</strong> tudo para a construção <strong>de</strong> um<br />
mercado cada vez mais colaborativo.<br />
Parabéns, Propmark!<br />
/cenp<br />
@cenpforum<br />
cenp.com.br
propmark 58 Anos<br />
Freepik<br />
Não é fácil ser “cinco estrelas”, mas com cuidados que envolvem uma série <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s a boa reputação ganha espaço<br />
com uma mídia cada vez mais contextual,<br />
essa necessida<strong>de</strong> passou a ser cada vez mais<br />
estratégica e necessária”. “É por isso que<br />
vem ganhando cada vez mais espaço nas<br />
discussões das marcas e <strong>de</strong> seus gestores.<br />
Hoje temos recursos tecnológicos que nos<br />
permitem a<strong>de</strong>quar as melhores práticas <strong>de</strong><br />
forma única, personalizada e precisa para<br />
cada marca”, argumenta.<br />
Para Luiza Valente reputação também<br />
sempre esteve entre as principais preocupações<br />
e no passado não era diferente, ou<br />
mais “relaxado” que nos dias atuais. “Acredito<br />
que antes era mais genérico ou restrito<br />
e, com o crescimento <strong>de</strong> movimentos como<br />
o Sleeping Giants, a preocupação fica ainda<br />
<strong>maio</strong>r”, constata.<br />
Vanessa Giannotti fala que a leitura <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação sempre esteve<br />
presente e alinhada aos valores e propósitos<br />
da marca anunciada. “Por exemplo,<br />
temos clientes que não aceitam patrocinar<br />
reality shows pelo impon<strong>de</strong>rável, que é o<br />
comportamento dos participantes, como já<br />
aconteceu no passado e voltou a acontecer<br />
recentemente. No entanto, com a recente<br />
polarização <strong>de</strong> diversos temas, disseminação<br />
<strong>de</strong> notícias falsas ou falaciosas até mesmo<br />
com as divulgações do Sleeping Giants<br />
BR, o holofote se voltou ao tema e as agências<br />
e anunciantes redobraram os seus cuidados<br />
sobre a reputação”, comenta.<br />
Edu Lorenzi não foge das opiniões dos<br />
profissionais <strong>de</strong> outras agências e fala que<br />
reputação sempre foi uma das principais<br />
preocupações do mundo publicitário. “Porém,<br />
com o avanço da tecnologia, as coisas<br />
tomaram outras proporções. Hoje, a reputação<br />
<strong>de</strong> uma empresa po<strong>de</strong> vir abaixo em<br />
segundos na internet. Em tempos <strong>de</strong> cancelamentos<br />
massivos, as marcas precisam ter<br />
olhar mais crítico com sua comunicação”.<br />
Aga Porada vai além e acredita que em<br />
qualquer ramo <strong>de</strong> atuação a responsabilida<strong>de</strong><br />
social é diferente, mas “certamente hoje – felizmente<br />
– os consumidores valorizam mais<br />
as marcas que compartilham os mesmos valores<br />
e lutam por mesmas causas que elas”.<br />
Segundo ela, é a exigência do consumidor<br />
que elevou a preocupação das empresas com<br />
a reputação hoje em dia. “Com a oferta cada<br />
“Os consumidores<br />
valorizam mais as marcas<br />
que compartilham os<br />
mesmos valores”<br />
dia <strong>maio</strong>r, são esses valores que vão acabar<br />
sendo <strong>de</strong>cisivos na escolha do consumidor”.<br />
Rafaela Alves afirma que reputação<br />
também sempre foi pauta prioritária para a<br />
AlmapBBDO. “Enten<strong>de</strong>mos que a percepção<br />
da imagem da marca vai não apenas<br />
refletir no presente, mas impactar diretamente<br />
a conexão no médio e longo prazo<br />
entre marcas e seus clientes”.<br />
Claudio Kalim também <strong>de</strong>clara que na<br />
Tech & Soul reputação <strong>de</strong> marca sempre foi<br />
uma premissa na construção dos planos <strong>de</strong><br />
mídia. “Não diria que é uma preocupação,<br />
mas um cuidado essencial <strong>de</strong> quem, como<br />
nós, trabalha para o crescimento das marcas.<br />
Nos últimos anos tivemos movimentos<br />
como o Sleeping Giants e o Stop Hate<br />
For Profit, que impactaram diretamente em<br />
muitos anunciantes no mercado. A cobrança<br />
da socieda<strong>de</strong> por uma publicida<strong>de</strong> mais<br />
consciente <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veicula seus anúncios<br />
e aplica seus investimentos é só a ponta do<br />
icerberg da gran<strong>de</strong> transformação positiva<br />
pela qual estamos passando”, compara.<br />
Para Kaline Lessio o cuidado com a reputação<br />
está na pauta da Galeria.ag, porém,<br />
conforme ela, a mudança no comportamento<br />
digital fez <strong>de</strong>senvolver iniciativas <strong>de</strong> monitoramento<br />
mais cautelosas.<br />
Andreia Abud, VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann,<br />
vai na linha <strong>de</strong> raciocínio dos colegas <strong>de</strong> profissão,<br />
pois, na opinião <strong>de</strong>la, o crescimento<br />
das re<strong>de</strong>s sociais e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viralização<br />
rápida os levou a uma atuação ainda<br />
ligeira e urgente.<br />
Daniel Gebara lembra que antigamente,<br />
nos tempos em que o digital ainda estava<br />
emergindo, o conteúdo sempre foi administrado<br />
por gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> comunicação.<br />
Ou seja, existia uma mo<strong>de</strong>ração do que seria<br />
entregue para a audiência. Seja ela na<br />
televisão, na rádio ou nos meios impressos.<br />
“Os mesmos responsáveis por essa mo<strong>de</strong>ração<br />
eram aqueles que também tomavam<br />
o cuidado <strong>de</strong> não associar as campanhas<br />
publicitárias com os conteúdos sensíveis.<br />
Com o crescimento das soluções digitais e a<br />
evolução da acessibilida<strong>de</strong> da internet para<br />
o público, os usuários também se tornaram<br />
produtores <strong>de</strong> conteúdo com a chegada <strong>de</strong><br />
plataformas como YouTube e Facebook”.<br />
Segundo ele, um gran<strong>de</strong> avanço, pois, a audiência<br />
parou <strong>de</strong> ter uma posição passiva na<br />
troca <strong>de</strong> informação para uma postura ativa.<br />
“Por outro lado, se tornou muito mais difícil<br />
para as marcas conseguir evitar com que suas<br />
campanhas não fossem associadas a conteúdos<br />
in<strong>de</strong>sejados, pois essas mesmas plataformas<br />
se tornaram os gran<strong>de</strong>s competidores<br />
da atenção do público”, analisa. Gebara não<br />
acredita que a pauta sobre segurança <strong>de</strong> marca<br />
foi mais relaxada no passado. Ele acha que<br />
a forma <strong>de</strong> se consumir conteúdo mudou, e<br />
isso exigiu que as marcas e as empresas <strong>de</strong><br />
comunicação e tecnologia colocassem mais<br />
atenção e esforço nesse tópico, que, segundo<br />
ele, nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser importante.<br />
Glaucia Montanha também acredita que<br />
houve uma evolução das diversas formas<br />
<strong>de</strong> avaliar o que é bom e o que não é, que<br />
vão além da propaganda e começam <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o primeiro contato com o cliente, seja na<br />
busca, no site, na compra, na experiência e,<br />
por fim, no care, ou seja, “no cuidado pós-<br />
-compra”. “Isso tudo atrelado a uma estratégia<br />
<strong>de</strong> comunicação é o que faz a diferença.<br />
O consumidor está muito mais maduro,<br />
e ele consegue enten<strong>de</strong>r quando uma marca<br />
está inserida no local errado e sem legitimida<strong>de</strong>.<br />
Por exemplo, não se po<strong>de</strong> querer estar<br />
presente no metaverso se você tem um site<br />
que não é fluido e apresenta uma série <strong>de</strong><br />
fricção, pois o consumidor, ao ser impactado,<br />
saberá que aquele tema não é legítimo,<br />
o que interfere na construção da reputação.<br />
O momento é mais sobre ‘não po<strong>de</strong>mos parecer,<br />
temos <strong>de</strong> ser’. A partir disso, a reputação<br />
é consequência”, sugere.<br />
74 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Tecnologia e ferramentas <strong>de</strong> checklist<br />
são fundamentais para manter o rumo<br />
Fotos: Divulgação<br />
Francisco Custódio: olhar atento para conter in<strong>de</strong>sejado<br />
As novida<strong>de</strong>s tecnológicas fazem parte<br />
do dia a dia das empresas e os cuidados<br />
com a reputação das marcas anda<br />
lado a lado dos trabalhos. Para Marcelo<br />
Sousa, presi<strong>de</strong>nte da Marketdata, é preciso<br />
estar sempre atentos e fortes, como já dizia<br />
a música Divino e Maravilhoso, <strong>de</strong> Caetano<br />
Veloso. “Precisamos ser muito cuidadosos<br />
na hora <strong>de</strong> veicular nossos anúncios. Aqui<br />
temos um checklist que sempre estamos<br />
melhorando, apren<strong>de</strong>ndo e acompanhando<br />
as novida<strong>de</strong>s tecnológicas. Alguns dos itens<br />
mais importantes <strong>de</strong>sse checklist são bloquear<br />
URLs que contenham conteúdo inapropriado,<br />
<strong>de</strong>finir palavras-chave sensíveis<br />
ou inapropriadas e usar as ferramentas <strong>de</strong><br />
verificação <strong>de</strong> conteúdo que as plataformas<br />
oferecem. Mas não é só isso, ainda fazemos<br />
uma verificação manual dos anúncios antes<br />
<strong>de</strong> veiculá-los, para ter certeza <strong>de</strong> que tudo<br />
está <strong>de</strong> acordo”, conta.<br />
Sousa afirma que para tentar convencer<br />
o cliente <strong>de</strong> que um programa ou mídia não<br />
é cuidadoso com os conteúdos que veicula<br />
é fundamental apresentar provas tangíveis<br />
que sustentem o argumento. “Dados e<br />
exemplos po<strong>de</strong>m ser utilizados para comprovar<br />
a falta <strong>de</strong> atenção do programa ou<br />
mídia. Estatísticas que evi<strong>de</strong>nciem veiculação<br />
<strong>de</strong> conteúdo impróprio ou <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>m ser úteis, bem como a exposição<br />
<strong>de</strong> situações concretas em que a mídia<br />
ou programa não foi cuidadoso na seleção<br />
<strong>de</strong> conteúdos”, analisa. Para o presi<strong>de</strong>nte da<br />
Marketdata, é essencial <strong>de</strong>stacar o impacto<br />
negativo que a veiculação <strong>de</strong>sses conteúdos<br />
po<strong>de</strong> ter na imagem da marca do cliente.<br />
“Além disso, oferecer alternativas mais seguras<br />
para veiculação <strong>de</strong> anúncios é uma<br />
abordagem importante, mostrando outras<br />
mídias que <strong>de</strong>monstrem menos risco para a<br />
reputação da marca e melhor performance”.<br />
Para Sousa, reputação é uma das principais<br />
preocupações dos CMOs hoje. Segundo<br />
Marcelo Sousa: sempre melhorando o checklist<br />
ele, com a <strong>de</strong>mocratização da informação e<br />
a ascensão das mídias sociais, as empresas<br />
não po<strong>de</strong>m mais ignorar o po<strong>de</strong>r que sua<br />
imagem tem sobre a percepção do público.<br />
“É por isso que investir em estratégias <strong>de</strong><br />
branding e cuidar da comunicação se tornou<br />
tão importante. E se você acha que já<br />
tem muito trabalho, imagina só ter <strong>de</strong> lidar<br />
com a geração Z, que cresceu com a internet<br />
e está sempre <strong>de</strong> olho em como as marcas se<br />
posicionam em relação a questões sociais,<br />
políticas e ambientais”, analisa, acrescentando:<br />
“Eles querem transparência, autenticida<strong>de</strong><br />
e responsabilida<strong>de</strong> social”.<br />
Victor Aloi, diretor <strong>de</strong> mídia da Initiative<br />
Mediabrands, fala que, antes <strong>de</strong> planejar e<br />
comprar mídia para cada campanha, existe<br />
um trabalho prévio <strong>de</strong> gui<strong>de</strong>lines <strong>de</strong> brand<br />
safety e suitability que todos têm <strong>de</strong> seguir.<br />
“Temos um controle bem minucioso e constante<br />
no que se refere a esse assunto. Por<br />
exemplo, antes tínhamos uma lista <strong>de</strong> exclusão,<br />
on<strong>de</strong> eliminávamos sites com conteúdo<br />
ofensivo ou inapropriado. Porém, vimos que<br />
cada dia surgem muitos sites e estava sendo<br />
um trabalho <strong>de</strong> ‘enxugar gelo’. Sendo assim,<br />
passamos a trabalhar com uma lista <strong>de</strong> inclusão,<br />
on<strong>de</strong> pré-selecionamos poucas centenas<br />
<strong>de</strong> sites consi<strong>de</strong>rados seguros, que representavam<br />
80% do inventário”. Aloi fala ainda<br />
que, <strong>de</strong>ssa maneira, cortaram o long tail e<br />
reduziram consi<strong>de</strong>ravelmente a probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> problemas, não per<strong>de</strong>ndo alcance nem<br />
rentabilida<strong>de</strong>. “Também criamos lista <strong>de</strong> exclusão<br />
<strong>de</strong> canais no YouTube e <strong>de</strong> KWs (que<br />
são constantemente atualizadas) e utilizamos<br />
todos os filtros 1st party <strong>de</strong> cada player, além<br />
<strong>de</strong> ferramentas 3rd party. O segredo está em<br />
aplicar todas as camadas <strong>de</strong> proteção possíveis,<br />
assim reduzimos significativamente as<br />
chances <strong>de</strong> erros, já que nenhuma é 100%<br />
garantida”, revela. Ele conta ainda que existe<br />
um trabalho automatizado, que é sobretudo<br />
baseado em ferramentas 1st party e 3rd party<br />
Victor Aloi: trabalho prévio <strong>de</strong> gui<strong>de</strong>lines<br />
<strong>de</strong> brand safety e existe um trabalho manual<br />
também. “Todas plataformas têm seus filtros<br />
e opções <strong>de</strong> segmentação, então para cada<br />
uma <strong>de</strong>las temos já um gui<strong>de</strong> <strong>de</strong> brand safety<br />
preestabelecido e toda entrega é aferida por<br />
um 3rd party como Double Verify ou Zefrr,<br />
para assegurar safety, antifrau<strong>de</strong> e suitability.<br />
Temos KPIs estabelecidos para cada métrica<br />
e fazemos o acompanhamento <strong>de</strong> perto<br />
para cada campanha”, relata.<br />
Segundo ele, também existe um trabalho<br />
humano por trás, <strong>de</strong> análise periódica, e um<br />
double check, para ver se a ferramenta não<br />
está <strong>de</strong>ixando passar nada. “É aí que vemos<br />
que sempre existe uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cortar<br />
alguns canais, sites e KWs que as ferramentas<br />
estão lendo como seguros, mas que, na verda<strong>de</strong>,<br />
não são apropriados para a <strong>maio</strong>ria dos<br />
clientes. Safety é algo inerente a todos, mas<br />
suitability po<strong>de</strong> alterar <strong>de</strong> cliente para cliente.<br />
Nossa recomendação é sempre trabalhar com<br />
os níveis mais altos <strong>de</strong> exigência”, conta.<br />
Já Francisco Custódio, head <strong>de</strong> mídia,<br />
também da Initiative Mediabrands, fala sobre<br />
a técnica que usam para convencer os<br />
clientes que tal programa ou mídia é ina<strong>de</strong>quado<br />
para a marca. “Basicamente usamos<br />
as ferramentas <strong>de</strong> brand safety associadas<br />
a uma análise editorial dos canais e/<br />
ou programas feita em geral pelos próprios<br />
profissionais <strong>de</strong> mídia. Sabemos da eficiência<br />
das ferramentas, mas ainda é necessário<br />
um olhar também humano nesse sentido”,<br />
reflete. Segundo ele, há uma preocupação<br />
<strong>maio</strong>r com a reputação, mas ela sempre existiu.<br />
“O que muda é que hoje, se uma marca<br />
se associa com algum conteúdo in<strong>de</strong>sejado,<br />
tem alguns milhões <strong>de</strong> pessoas conectadas<br />
para dar visibilida<strong>de</strong> para isso. O que no passado<br />
era uma ligação para o profissional <strong>de</strong><br />
marketing, hoje virou um turbilhão <strong>de</strong> menções<br />
(negativas) da marca nas re<strong>de</strong>s. E isso,<br />
em alguns casos, po<strong>de</strong> acarretar prejuízos<br />
irreversíveis”.<br />
NS<br />
76 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
PROPMARK. Há 58 anos, fazendo parte <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> revolução.<br />
Av. Arnolfo Azevedo, 126 (11) 2155-8300 rinoepartners.com.br
propmark 58 Anos<br />
Trabalho <strong>de</strong> PR hoje está alinhado com<br />
estratégia e comunicação do anunciante<br />
Fotos: Divulgação<br />
Roberta Machado: estratégias baseadas em dados, que apoiam as <strong>de</strong>cisões<br />
Fabio Santos: impacto relevante só po<strong>de</strong> ser alcançado quando as marcas se abrem<br />
O<br />
trabalho <strong>de</strong> public relations, o famoso<br />
PR, há muito <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas<br />
assessoria <strong>de</strong> imprensa, e uma simples<br />
emissora <strong>de</strong> releases. O serviço é mais<br />
uma ferramenta que colabora para reputação<br />
<strong>de</strong> empresa e marcas. Roberta Machado,<br />
CEO da InPress Porter Novelli, mantém<br />
e conduz os anunciantes em um caminho,<br />
<strong>de</strong> preferência, sem muitas surpresas.<br />
Ela fala sobre o esquema seguro, que consiste<br />
em dois caminhos para a programação <strong>de</strong><br />
mídia online dos clientes: o primeiro é a publicação<br />
em veículos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação,<br />
quando tem o controle <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a mensagem<br />
será exibida e o seu contexto, evitando que<br />
as marcas dos clientes sejam associadas a<br />
conteúdos in<strong>de</strong>sejados. O segundo são as<br />
campanhas por mídia programática. Esta<br />
segunda opção, para ela, <strong>de</strong>termina o público<br />
que querem atingir e contam com o brand<br />
safety oferecido pelas plataformas, associado<br />
a camadas adicionais <strong>de</strong> proteção como<br />
block list e negativação <strong>de</strong> termos e contexto,<br />
bloqueando conteúdos ina<strong>de</strong>quados.<br />
Roberta afirma ainda que a InPress<br />
trabalha como consultora dos clientes,<br />
orientando-os em relação às melhores ações<br />
e canais para suas mensagens. “As nossas<br />
estratégias são sempre baseadas em dados,<br />
apoiando nossos clientes na tomada <strong>de</strong> suas<br />
<strong>de</strong>cisões. Essa inteligência minimiza muito<br />
as <strong>de</strong>cisões que têm impacto negativo para<br />
as marcas”.<br />
E quando uma crise acontece? Para essa<br />
questão, a CEO da InPress tem resposta pronta:<br />
“Precisamos agir imediatamente, com os<br />
<strong>de</strong>vidos controles, prontidão, rapi<strong>de</strong>z e transparência.<br />
Tão importante quanto a agilida<strong>de</strong><br />
é a qualida<strong>de</strong> e a precisão das informações<br />
que circulam, tanto interna como externamente.<br />
Elas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminantes para o<br />
sucesso ou fracasso da gestão da comunicação”,<br />
avalia. Segundo ela, a crise se gerencia<br />
minuto a minuto e é fundamental acompanhar<br />
o <strong>de</strong>sdobramento do problema em tempo<br />
real. “Importante dizer que, geralmente,<br />
o gerenciamento <strong>de</strong> uma crise começa antes,<br />
com um trabalho consistente <strong>de</strong> construção e<br />
proteção da reputação das empresas, além <strong>de</strong><br />
uma prévia avaliação <strong>de</strong> riscos e elaboração<br />
<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> perigos.”<br />
A executiva lembra que se vive em um cenário<br />
<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> econômica, disparada<br />
da inflação global, alta <strong>de</strong> preço atingindo,<br />
principalmente, alimentos. “O mundo saiu<br />
da pan<strong>de</strong>mia mais dividido do que se esperava,<br />
situação agravada pelos conflitos<br />
internacionais. Diante <strong>de</strong>ste cenário, as empresas<br />
passam a ter, cada dia mais, um papel<br />
importante na socieda<strong>de</strong> para amenizar<br />
os impactos da crise”, comenta. Para ela,<br />
uma das principais mudanças na comunicação<br />
<strong>de</strong>ssas empresas é que toda ação precisa<br />
ter um propósito claro. “Não é mais possível<br />
trabalhar com inovação e ações criativas<br />
que não estejam 100% alinhadas com suas<br />
ações práticas. Empresas <strong>de</strong> diferentes setores<br />
vêm sendo examinadas criticamente<br />
pela opinião pública quanto à consistência<br />
do seu discurso e à sua real contribuição<br />
para a socieda<strong>de</strong>”, dispara.<br />
Para ela, as marcas e empresas que não<br />
estiverem preparadas para navegar nesta<br />
nova era da economia <strong>de</strong> valores, reputação<br />
e provar, efetivamente, “o impacto positivo<br />
<strong>de</strong> suas operações na socieda<strong>de</strong>”, vão per<strong>de</strong>r,<br />
significativamente, o engajamento <strong>de</strong><br />
seus stakehol<strong>de</strong>rs, afetando, inclusive, seu<br />
valor <strong>de</strong> mercado.<br />
Já Fabio Santos, CEO da CDN, fala que a<br />
reputação <strong>de</strong> uma marca é avaliada pelo<br />
impacto que ela causa na socieda<strong>de</strong>. “Nós<br />
enten<strong>de</strong>mos que impacto relevante só po<strong>de</strong><br />
ser alcançado quando as marcas se abrem<br />
para o diálogo com seus públicos. Tendo<br />
esse princípio em mente, a nossa rotina é<br />
monitorar e mapear os diálogos que ocorrem<br />
na socieda<strong>de</strong> – seja nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
na imprensa ou em qualquer outro ambiente<br />
– e tocam nossos clientes”. Segundo ele,<br />
a CDN combina tecnologia, inteligência <strong>de</strong><br />
dados e experiência humana para enten<strong>de</strong>r<br />
tendências e comportamentos, avaliar as<br />
oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios, para então “recomendar<br />
a participação (ou não) numa <strong>de</strong>terminada<br />
pauta e o tom dos clientes em cada<br />
um dos diálogos dos quais eles <strong>de</strong>sejam ou<br />
precisam participar”.<br />
Ele acrescenta ainda que é preciso sempre<br />
enten<strong>de</strong>r os objetivos do cliente, para<br />
avaliar se estar nessa ou naquela mídia vale<br />
a pena. “Não somos apenas articuladores <strong>de</strong><br />
contatos entre nossos clientes e os meios <strong>de</strong><br />
comunicação, somos também consultores<br />
estratégicos. Em <strong>de</strong>terminadas circunstâncias,<br />
vale a pena correr o risco, claro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que se esteja bem preparado para isso.<br />
Sempre mostramos quais são os ganhos e os<br />
riscos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada ação <strong>de</strong> comunicação”,<br />
explica.<br />
Nesse cálculo, conforme análise <strong>de</strong>le, é<br />
preciso levar em conta que, com a comunicação<br />
horizontalizada <strong>de</strong> hoje e a voz que o<br />
público ganhou com as re<strong>de</strong>s sociais, o consumidor<br />
<strong>de</strong> informação é também uma espécie<br />
<strong>de</strong> ombudsman em tempo real daquilo<br />
que consome. “Ele tem, portanto, a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reagir e produzir impactos negativos<br />
a partir do teor da reportagem, seja para<br />
o veículo, para o jornalista ou para as fontes.<br />
Também é preciso consi<strong>de</strong>rar que, hoje,<br />
quando se fala para uma <strong>de</strong>terminada mídia,<br />
fala-se para todas as outras”, esclarece. NS<br />
78 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
ASSOCIAÇÃO<br />
BRASILEIRA DE<br />
ANUNCIANTES
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
A reputação<br />
e a coragem<br />
Gustavo Bastos<br />
Nossa indústria tem a inequívoca qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se adaptar rapidamente<br />
às novas tendências, ferramentas e<br />
maneiras <strong>de</strong> se trabalhar. Mais do que isso,<br />
não temos medo <strong>de</strong> encarar os <strong>de</strong>safios<br />
(e, na verda<strong>de</strong>, até gostamos <strong>de</strong>les). Somos<br />
novida<strong>de</strong>iros. Foi assim no início das re<strong>de</strong>s<br />
sociais e sua então nova via <strong>de</strong> mão dupla<br />
com o consumidor. Mas isso faz tempo. Hoje<br />
já não é tão nova a aflição das marcas e suas<br />
agências com relação ao diálogo nem sempre<br />
pacífico entre elas e os haters que habitam<br />
comentários e reposts das re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Por não ser um conflito tão recente, temos<br />
um gran<strong>de</strong> aprendizado acumulado quando<br />
o assunto é reputação das marcas nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais – incluindo aí as difíceis <strong>de</strong> rastrear,<br />
como Telegram e WhatsApp, por exemplo.<br />
O histórico mostra que são as marcas que<br />
agem com mais coragem, sintonia com a socieda<strong>de</strong><br />
e sem medo da repercussão negativa<br />
<strong>de</strong> grupos – na sua <strong>maio</strong>ria conservadores<br />
– as que mais ganharam no jogo da reputação.<br />
A princípio, parecia que este caminho<br />
geraria mais ruído na relação com os consumidores<br />
em geral. Ao contrário, ganhou<br />
mais uma vez quem confiou na inteligência<br />
das pessoas. Tem sido assim na história da<br />
propaganda.<br />
Veja o caso da Natura, por exemplo, a<br />
marca com <strong>maio</strong>r reputação positiva do Brasil<br />
há tempos mostra uma diversida<strong>de</strong> em<br />
sua comunicação supercriticada por grupos<br />
e matérias em sites, blogs e publicações conservadores<br />
e reacionários. Outros exemplos<br />
são a Nike, com a histórica campanha com o<br />
Kaepernick, que a princípio parecia ter <strong>de</strong>rrubado<br />
as ações da empresa na Bolsa, mas<br />
que logo <strong>de</strong>pois teve efeito inverso, levando<br />
a marca ainda mais alto em vendas e reputação.<br />
Existe ainda a coragem <strong>de</strong> marcas<br />
como BK, que <strong>de</strong> outra maneira arrisca sua<br />
imagem e reputação mostrando o produto<br />
mofado. Depois que <strong>de</strong>u certo é fácil analisar<br />
e concordar, mas para aprovar esse tipo <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ia requer, além <strong>de</strong> alta dose <strong>de</strong> ousadia,<br />
um conhecimento da natureza humana acima<br />
da média. Sempre foi importante a coragem<br />
<strong>de</strong> criar e aprovar i<strong>de</strong>ias fora da curva,<br />
que se tornam cultura popular.<br />
A revolução criativa da propaganda dos<br />
anos 1960 tem como exemplo <strong>maio</strong>r a campanha<br />
da VW americana, que subverteu<br />
a “verda<strong>de</strong>” das campanhas <strong>de</strong> automóveis<br />
que valorizavam o tamanho dos carros<br />
enormes, a cultura do “pense gran<strong>de</strong>”.<br />
Veio o “pense pequeno” e mudou tudo.<br />
Mas naquele tempo a comunicação não<br />
tinha a participação tão imediata e intensa<br />
do espectador nas re<strong>de</strong>s. Isso mudou<br />
o jogo e já não basta a i<strong>de</strong>ia ser criativa<br />
e ousada, ela tem <strong>de</strong> dialogar com a socieda<strong>de</strong><br />
e seu momento.<br />
Voltando aos dias <strong>de</strong> hoje, essa capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> manter o <strong>de</strong>do no pulso dos acontecimentos<br />
e diálogos o tempo todo tem feito a<br />
diferença. Em tempos <strong>de</strong> mídia digital fragmentada,<br />
chamar a atenção e gerar diálogos<br />
é cada dia mais difícil. Uma agência nos EUA<br />
que tem mostrado particular disposição para<br />
criar e ven<strong>de</strong>r esse tipo <strong>de</strong> posicionamento<br />
a seus clientes é a Mischief, <strong>de</strong> Nova York.<br />
Ela e outras como a Uncommon, inglesa, nos<br />
mostram o quanto o caminho das i<strong>de</strong>ias conectadas<br />
ao momento, e <strong>de</strong> maneira ousada,<br />
se revela cada dia mais efetivo.<br />
Isso sem contar as agências e marcas já<br />
conhecidas aqui e pelo mundo que sempre<br />
optaram por correr riscos e colher melhores<br />
resultados. Juntaram esse talento à conexão<br />
com o momento e estão sempre à frente. A<br />
gran<strong>de</strong> mudança recente a meu ver então é<br />
o caráter opinativo que as campanhas ganharam.<br />
As marcas se posicionando sobre<br />
assuntos antes evitados pela propaganda.<br />
Essa é a nova coragem. Há oito anos, quando<br />
começamos a campanha da Cerveja Rio Carioca,<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a marca foi bastante<br />
criticada por “se meter” em assuntos políticos.<br />
Hoje parece quase básico que as campanhas<br />
estejam em sintonia com a socieda<strong>de</strong> e<br />
sua evolução, mas há quase uma década não<br />
era assim.<br />
Quando Like a girl ou Dove beleza real<br />
nasceram, poucas marcas dialogavam <strong>de</strong>ssa<br />
forma e corriam esse risco. De lá pra cá, o<br />
diálogo só cresceu e as marcas que apren<strong>de</strong>ram<br />
rápido e agiram com coragem só ganharam.<br />
Não estou <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo aqui o “falem<br />
mal, mas falem <strong>de</strong> mim”, mas, sim, o pensamento<br />
<strong>de</strong> que a <strong>maio</strong>ria dos consumidores<br />
admira as empresas corajosas e mo<strong>de</strong>rnas,<br />
que não têm medo do diálogo em assuntos<br />
tidos antes como perigosos, e a minoria barulhenta<br />
não tem a importância que parece<br />
ter quando está gritando em seus teclados.<br />
Gustavo Bastos<br />
é CEO/CCO da 11:21 Simplicida<strong>de</strong> Criativa<br />
gustavobastos@onzevinteum.com.br<br />
80 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
O papel das plataformas para combater<br />
a propagação <strong>de</strong> conteúdos impróprios<br />
Especialistas e porta-vozes <strong>de</strong> algumas das principais re<strong>de</strong>s avaliam<br />
como manter a imagem perante as polêmicas envolvendo o digital<br />
PikiSuperStar/ Freepik<br />
Inicialmente, as plataformas atuavam como um canal <strong>de</strong> comunicação, com pouca interferência naquilo que era publicado; hoje, o algoritmo faz a curadoria<br />
Carolina Vilela<br />
Em meio aos <strong>de</strong>bates que percorrem os<br />
corredores dos prédios governamentais<br />
<strong>de</strong> Brasília sobre a PL 2630/2020,<br />
conhecida como Projeto <strong>de</strong> Lei das Fake<br />
News, uma pergunta paira no ar: qual é o<br />
papel das plataformas digitais no combate à<br />
propagação <strong>de</strong> conteúdos impróprios?<br />
Para respon<strong>de</strong>r a essa pergunta e trazer<br />
esclarecimentos sobre o tema, o propmark<br />
recorreu às próprias plataformas,<br />
como Google, TikTok, Twitter e Meta, dona<br />
das re<strong>de</strong>s sociais Facebook, Instagram<br />
e WhatsApp, além <strong>de</strong> especialistas da área,<br />
para enten<strong>de</strong>r se e como elas estão agindo<br />
para que os conteúdos ali postados estejam<br />
<strong>de</strong> acordo tanto com os termos <strong>de</strong><br />
usos quanto às legislações dos países em<br />
que atuam.<br />
O Projeto <strong>de</strong> Lei 2630 foi apresentado,<br />
pela primeira vez, em 2020, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> instituir a Lei Brasileira <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>,<br />
Responsabilida<strong>de</strong> e Transparência na Internet<br />
por meio <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> combate à<br />
disseminação <strong>de</strong> conteúdos falsos nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais e nos serviços <strong>de</strong> mensagens privadas.<br />
O <strong>de</strong>bate voltou à tona em <strong>2023</strong>, após a<br />
crescente violência que assolou o país, tendo<br />
início com a invasão dos prédios do Palácio<br />
do Planalto, do Congresso Nacional e do<br />
Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, em Brasília, em<br />
8 <strong>de</strong> janeiro, e com o aumento dos ataques<br />
violentos em escolas.<br />
Segundo João Vitor Rodrigues, professor<br />
<strong>de</strong> marketing digital da ESPM, as re<strong>de</strong>s<br />
sociais gozam <strong>de</strong> um lugar <strong>de</strong> importância<br />
na socieda<strong>de</strong>, uma vez que permitiram que<br />
as pessoas se conectassem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da distância física, favorecendo as<br />
relações interpessoais. Apesar disso, o docente<br />
acredita que os benefícios que elas<br />
promovem não <strong>de</strong>vem encobrir a responsabilida<strong>de</strong><br />
que elas carregam.<br />
“Há uma interferência das<br />
plataformas selecionando<br />
o conteúdo que é<br />
apresentado e, portanto,<br />
há uma participação na<br />
responsabilida<strong>de</strong> sobre<br />
o que é exposto”<br />
82 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Rafayane Carvalho e Divulgação<br />
Eric Messa: “Re<strong>de</strong>s sociais são expressão da socieda<strong>de</strong>” Gabriela Comazetto: “Espaço seguro e acolhedor” João Rodrigues: “Empresas <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m sobre conteúdo”<br />
“As re<strong>de</strong>s sociais po<strong>de</strong>m ser muito mais<br />
aquilo que as pessoas <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m fazer com<br />
elas. Isso, no entanto, não as exime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />
sobre o que circula <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> seus espaços, já que são as empresas<br />
donas <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m o alcance<br />
e a distribuição do conteúdo que circula ali<br />
<strong>de</strong>ntro, consequentemente <strong>de</strong>terminando<br />
também o que é mais e menos mostrado <strong>de</strong><br />
acordo com seus interesses comerciais que<br />
envolvem tempo dos usuários consumindo<br />
esses conteúdos, engajamentos, interações,<br />
compartilhamentos etc.”, explicou Rodrigues.<br />
Logo, o professor acredita que as re<strong>de</strong>s<br />
sociais têm total responsabilida<strong>de</strong> sobre os<br />
conteúdos que são publicados e divulgados.<br />
“Uma vez que a lógica <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>ssas<br />
plataformas é privilegiar sempre a distribuição<br />
do conteúdo com <strong>maio</strong>r potencial <strong>de</strong><br />
reter por mais tempo e fi<strong>de</strong>lizar os usuários<br />
naquela re<strong>de</strong> social, elas <strong>de</strong>vem zelar para<br />
que conteúdos com discurso <strong>de</strong> ódio, <strong>de</strong>sinformação,<br />
racismo, misoginia e homofobia,<br />
entre outros atos criminosos, nem tenham<br />
chance <strong>de</strong> entrar na plataforma, muito menos<br />
<strong>de</strong> serem distribuídos ou conseguir visibilida<strong>de</strong>.<br />
E isso é ainda pior com o conteúdo<br />
<strong>de</strong> anúncios, já que qualquer pessoa po<strong>de</strong><br />
criar anúncios e direcionar para públicos da<br />
re<strong>de</strong> social. Nesses casos, a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>las aumenta porque não <strong>de</strong>veriam receber<br />
pagamentos para distribuir qualquer<br />
conteúdo nocivo”, completou.<br />
Para Eric Messa, professor e coor<strong>de</strong>nador<br />
do núcleo <strong>de</strong> mídia digital e da graduação<br />
em publicida<strong>de</strong> e propaganda da FAAP, as<br />
re<strong>de</strong>s sociais são um espaço <strong>de</strong> expressão<br />
da socieda<strong>de</strong>, que tem como um dos seus<br />
principais papéis tornar “visível e acessível<br />
tudo aquilo que é relevante para <strong>de</strong>terminado<br />
público”, algo que, segundo o docente,<br />
po<strong>de</strong> ser temido atualmente.<br />
Sobre a responsabilida<strong>de</strong> das plataformas<br />
sobre os conteúdos, Messa acredita que é<br />
importante consi<strong>de</strong>rar momentos distintos,<br />
sendo eles o início das plataformas até<br />
os tempos atuais. “No início, as plataformas<br />
sociais mostravam o que era publicado pelos<br />
usuários que <strong>de</strong>terminado indivíduo escolheu<br />
seguir e atuavam, essencialmente,<br />
“As plataformas <strong>de</strong>vem<br />
zelar para que discurso <strong>de</strong><br />
ódio, <strong>de</strong>sinformação, nem<br />
tenham chance <strong>de</strong> entrar”<br />
como um canal <strong>de</strong> comunicação, com pouca<br />
interferência naquilo que era publicado. Assim,<br />
as plataformas buscavam isentar-se da<br />
responsabilida<strong>de</strong> pelo conteúdo em nome<br />
da livre expressão. Atualmente, vivemos<br />
um cenário em que há em ativida<strong>de</strong> um algoritmo<br />
fazendo uma espécie <strong>de</strong> curadoria<br />
daquilo que é exposto. Isso significa que<br />
nem tudo o que foi publicado por aqueles<br />
que você segue vai aparecer na sua timeline.<br />
Agora, há uma interferência das plataformas<br />
selecionando o conteúdo que é apresentado<br />
e, portanto, há uma participação na responsabilida<strong>de</strong><br />
sobre aquilo que é exposto para<br />
as pessoas <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong> social”, explicou.<br />
Junto com as discussões sobre a segurança<br />
dos usuários, a reputação, tanto das marcas<br />
quanto das plataformas digitais, também<br />
entrou em xeque.<br />
Presente no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005 e somando<br />
mais <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong> usuários nas suas nove<br />
plataformas, o Google acredita que a sua reputação<br />
foi construída com base na sua missão<br />
<strong>de</strong> organizar as informações e torná-las<br />
úteis e acessíveis aos usuários. “Outro pilar<br />
fundamental para nós é a transparência e a<br />
colaboração, o que nos permite estar abertos<br />
a diferentes pontos <strong>de</strong> vista e trabalhar<br />
em conjunto com diferentes atores da socieda<strong>de</strong><br />
para alcançar objetivos comuns”,<br />
explica Rafael Russo, diretor <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> do Google Brasil.<br />
O executivo também afirmou que a re<strong>de</strong><br />
conta com políticas que <strong>de</strong>terminam os conteúdos<br />
permitidos tanto nas plataformas <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong>, quanto na Busca e no YouTube.<br />
Segundo Russo, quando um conteúdo<br />
viola as políticas estabelecidas pelo Google,<br />
a plataforma age imediatamente.<br />
“Oferecemos canais <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia em todas<br />
as nossas ferramentas, incluindo a Busca<br />
e as plataformas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, para que<br />
os usuários possam reportar ativida<strong>de</strong>s que<br />
consi<strong>de</strong>rem violar nossas políticas ou a legislação<br />
local. Quando não há elementos<br />
suficientes para i<strong>de</strong>ntificar se houve uma<br />
violação das nossas políticas, cabe à Justiça<br />
<strong>de</strong>terminar a remoção do conteúdo, <strong>de</strong> acordo<br />
com os termos do Marco Civil da Internet”,<br />
<strong>de</strong>clarou.<br />
DESINFORMAÇÃO<br />
Já sobre a disseminação <strong>de</strong> fake news e<br />
conteúdos impróprios, Russo afirmou que<br />
a <strong>de</strong>sinformação é um fenômeno complexo<br />
que, para enfrentá-lo, é necessário um esforço<br />
contínuo e compartilhado. “Não há uma<br />
solução <strong>de</strong>finitiva, uma vez que os agentes<br />
que procuram fazer mau uso dos nossos serviços<br />
estão constantemente procurando por<br />
brechas. Por isso, investimos bilhões <strong>de</strong> dólares<br />
e <strong>de</strong>senvolvemos tecnologia para proteger<br />
nossos usuários”.<br />
O executivo ainda <strong>de</strong>clarou que as mesmas<br />
políticas e ferramentas estão disponíveis<br />
para os anunciantes. “Qualquer empresa<br />
po<strong>de</strong> anunciar usando o Google Ads,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que cumpra a legislação vigente e<br />
respeite as nossas políticas. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que os anunciantes po<strong>de</strong>m não <strong>de</strong>sejar seus<br />
anúncios atrelados a <strong>de</strong>terminados conteúdos,<br />
mesmo quando eles não violam nossas<br />
políticas, por isso oferecemos controles<br />
que permitem o bloqueio <strong>de</strong> categorias <strong>de</strong><br />
assuntos e sites específicos, além <strong>de</strong> gerarem<br />
relatórios em tempo real sobre on<strong>de</strong> os<br />
anúncios foram exibidos”, concluiu.<br />
Uma pesquisa realizada em 20<strong>22</strong> pela<br />
NewsGuard havia apontado que, naque-<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 83
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Mônica Orcioli: “Sempre haverá a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização”<br />
le ano, 20% dos conteúdos publicados<br />
no TikTok continham <strong>de</strong>sinformação. O<br />
estudo chegou, inclusive, a indicar que,<br />
enquanto analistas sediados nos Estados<br />
Unidos realizavam buscas com termos <strong>de</strong><br />
pesquisa neutros e mais conspiratórios, a<br />
própria plataforma sugeria termos contrários<br />
constantemente, como, por exemplo,<br />
ao pesquisar por “mudança climática”, a<br />
sugestão que aparecia era <strong>de</strong> “mudança<br />
climática não existe”.<br />
Na época, o TikTok se pronunciou ao site<br />
Mashable afirmando que as diretrizes da<br />
plataforma não permitiam a <strong>de</strong>sinformação<br />
e eles iriam removê-las do aplicativo.<br />
Com um crescimento astronômico no<br />
Brasil e um público engajado que, segundo<br />
uma pesquisa realizada pela própria plataforma,<br />
acessa o aplicativo pelo menos uma<br />
vez ao dia (36%) contra 11% que mantêm o<br />
app aberto o dia todo, Gabriela Comazetto,<br />
diretora-geral <strong>de</strong> negócios na América Latina<br />
do TikTok Brasil, afirmou que criar um<br />
ambiente seguro é uma priorida<strong>de</strong> para a<br />
empresa.<br />
“Temos trabalhado em múltiplas frentes<br />
e com múltiplas abordagens para garantir<br />
que a plataforma seja um espaço seguro e<br />
acolhedor. Por meio <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong><br />
tecnologia e análise humana, com um time<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 40 mil pessoas, realizamos um<br />
trabalho contínuo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar ví<strong>de</strong>os que<br />
possam violar as Diretrizes <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>”,<br />
afirmou a executiva.<br />
CHECAGEM<br />
Além disso, Gabriela ainda <strong>de</strong>stacou a<br />
parceria da empresa com 13 agências <strong>de</strong><br />
checagem ao redor do mundo, incluindo<br />
Estadão Verifica e Reuters, no Brasil,<br />
que ajudam a confirmar a veracida<strong>de</strong> dos<br />
conteúdos publicados na re<strong>de</strong>. Segundo<br />
a diretora, o trabalho tem sido efetivo<br />
e, apenas no terceiro trimestre <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>,<br />
111 milhões <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os foram removidos<br />
da plataforma por estarem em <strong>de</strong>sacordo<br />
com as políticas estabelecidas, sendo<br />
que mais <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong>les foram <strong>de</strong>tectados<br />
e removidos em até 24h. “Em fevereiro,<br />
voluntariamente, divulgamos um balanço<br />
“Ainda estamos<br />
em um processo <strong>de</strong><br />
estabelecimento<br />
<strong>de</strong> condutas e<br />
amadurecimento diante<br />
<strong>de</strong>ssas mídias sociais”<br />
Rafael Russo: “Outro pilar fundamental para nós é a transparência e a colaboração”<br />
das ações durante as eleições do ano passado<br />
e durante a semana dos atos <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong><br />
janeiro <strong>de</strong>ste ano em Brasília. Removemos<br />
milhares <strong>de</strong> conteúdos, além dos URLS<br />
que seríamos obrigados pela Justiça a retirar.<br />
Temos sido bastante proativos em remover<br />
ví<strong>de</strong>os que violam nossas políticas<br />
para manter o TikTok um espaço seguro e<br />
acolhedor”, explicou.<br />
Já sobre o TikTok como uma plataforma<br />
<strong>de</strong> anúncios, Gabriela apontou que, entre<br />
o fim <strong>de</strong> 2021 e o fim <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, a re<strong>de</strong> social<br />
registrou um crescimento <strong>de</strong> <strong>22</strong>1% no número<br />
<strong>de</strong> anunciantes na América Latina.<br />
“O TikTok tem <strong>de</strong>monstrado que não é uma<br />
ferramenta só para aumentar exposição da<br />
sua empresa, mas também uma plataforma<br />
<strong>de</strong> performance, <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> vendas. E<br />
as empresas têm percebido isso”, ressaltou<br />
a diretora-geral <strong>de</strong> negócios. Mesmo assim,<br />
ela também explicou que, para anunciar, as<br />
empresas <strong>de</strong>vem seguir não só as diretrizes<br />
da plataforma, mas também as regras das<br />
Políticas <strong>de</strong> Anúncio.<br />
“É importante reforçar que TikTok proíbe<br />
qualquer forma <strong>de</strong> propaganda política<br />
e eleitoral. No TikTok, trabalhamos 100%<br />
<strong>de</strong>dicados em proteger nossa comunida<strong>de</strong>,<br />
incluindo as marcas, em criar novas soluções<br />
<strong>de</strong> segurança e garantir transparência”,<br />
concluiu Gabriela.<br />
Procurados pela reportagem do propmark,<br />
a Meta, dona das re<strong>de</strong>s Instagram,<br />
WhatsApp e Facebook, respon<strong>de</strong>u que não<br />
participaria da matéria, assim como o Twitter,<br />
que respon<strong>de</strong>u ao e-mail <strong>de</strong> pedido <strong>de</strong><br />
entrevista com um emoji <strong>de</strong> fezes, algo que<br />
se tornou comum após Elon Musk assumir o<br />
comando da re<strong>de</strong> social em 20<strong>22</strong>.<br />
FISCALIZAÇÃO<br />
O impasse em relação à responsabilização<br />
das re<strong>de</strong>s sociais sobre os conteúdos nelas<br />
publicados ainda é longo e, para Mônica Orcioli,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho Consultivo da<br />
Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, a fiscalização<br />
po<strong>de</strong> ser uma saída possível.<br />
“Se há a participação ativa da socieda<strong>de</strong>,<br />
sempre haverá a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização.<br />
Dito isto, cabe salientar que a própria<br />
utilização e apropriação das mídias sociais<br />
constitui-se em um fenômeno ainda novo,<br />
quando olhamos para a história. Dessa forma,<br />
entendo que ainda estamos em um<br />
processo <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> condutas<br />
e amadurecimento diante <strong>de</strong>ssas mídias sociais”,<br />
explicou.<br />
Ainda que concor<strong>de</strong> com a responsabilização<br />
das plataformas digitais, Mônica<br />
também afirma que os autores são,<br />
fundamentalmente, responsáveis pelos<br />
conteúdos inseridos nas re<strong>de</strong>s. Para ela,<br />
o po<strong>de</strong>r público e os canais sociais <strong>de</strong>vem<br />
trabalhar em conjunto. “As mídias sociais<br />
proporcionam um espaço para a prática<br />
da comunicação, seja ela pública ou privada,<br />
e, consequentemente, são também um<br />
exercício <strong>de</strong>mocrático da cidadania. Acredito<br />
que a base está no diálogo e interação<br />
entre po<strong>de</strong>r público e plataformas digitais,<br />
para estabelecer e evoluir em termos <strong>de</strong><br />
regulamentação e proteção da socieda<strong>de</strong>.<br />
Além disso, que se aprimorem mecanismos<br />
eficientes para medir a redução <strong>de</strong>stes conteúdos,<br />
<strong>de</strong> maneira que as mídias sociais<br />
possam cumprir com seu papel social e ao<br />
mesmo tempo permitir a permanência <strong>de</strong><br />
um ambiente cada vez mais seguro para a<br />
livre expressão”, completou Mônica.<br />
84 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
O <strong>maio</strong>r point <strong>de</strong><br />
celebrida<strong>de</strong>s e influencers<br />
do Brasil comemora 30 anos<br />
e a sua marca não po<strong>de</strong><br />
ficar <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>ssa festa!<br />
ilha <strong>de</strong><br />
6,4<br />
milhões<br />
<strong>de</strong> seguidores<br />
4,4<br />
milhões<br />
<strong>de</strong> seguidores<br />
800<br />
mil<br />
seguidores<br />
425<br />
mil<br />
seguidores<br />
55<br />
milhões<br />
<strong>de</strong> pageviews<br />
Circulação <strong>de</strong> 60 mil exemplares semanais, impactando 600 mil pessoas<br />
Entre em contato: publicida<strong>de</strong>sp@caras.com.br<br />
20<br />
milhões<br />
<strong>de</strong> unique users
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
O <strong>maio</strong>r concorrente<br />
da sua marca<br />
é a sua marca<br />
Luciana Padovani<br />
é CSO da Ampfy<br />
luciana@ampfy.com<br />
Luciana Padovani<br />
Há algumas semanas estava organizando<br />
livros. De longe, não sou do tipo<br />
acumuladora. Pelo contrário, gosto <strong>de</strong><br />
fazer os livros circularem, empresto, repasso,<br />
doo para bibliotecas. Mas, alguns, guardo<br />
sob o julgo <strong>de</strong> “clássicos”, e normalmente os<br />
organizo quando também preciso organizar<br />
as i<strong>de</strong>ias. Quem nunca?<br />
Eis que, recém-chegada do SXSW e <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> toda aquela overdose <strong>de</strong> informações e<br />
eventos, me <strong>de</strong>paro com antigas anotações <strong>de</strong><br />
MBA que remetiam às 5 forças <strong>de</strong> Porter, um<br />
mantra da estratégia empresarial publicado<br />
pela primeira vez em 1979.<br />
O mo<strong>de</strong>lo fala sobre a competição direta<br />
e indireta entre as empresas e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
barganha <strong>de</strong> clientes e fornecedores. E, sem<br />
a intenção <strong>de</strong> mais análises sobre esse mo<strong>de</strong>lo,<br />
me ocorreu que existe um ponto-chave do<br />
cenário competitivo que não estava explícito<br />
nessa equação: a marca versus a imagem<br />
que ela constrói – e mantém – junto aos seus<br />
stakehol<strong>de</strong>rs. Em outras palavras, quais valores<br />
uma marca consegue fazer com que sejam<br />
percebidos e praticados por quem influencia<br />
ou é influenciado por ela.<br />
O ranking das 500 marcas mais valiosas<br />
do mundo, divulgado pela Brand Finance no<br />
Fórum Econômico Mundial <strong>2023</strong>, em Davos,<br />
mostra a Amazon passando a Apple e voltando<br />
ao topo. Mas não sem a ressalva <strong>de</strong> a<br />
primeira ter perdido 15% <strong>de</strong> seu valor <strong>de</strong> mercado<br />
<strong>de</strong>vido à queda <strong>de</strong> percepção sobre o<br />
atendimento ao cliente ao mesmo tempo em<br />
que os prazos <strong>de</strong> entrega aumentaram. Em<br />
consequência, os consumidores se tornaram<br />
menos propensos a recomendar a Amazon a<br />
outras pessoas. NPS <strong>de</strong> milhões!<br />
Na contramão, durante o South by Southwest<br />
(SXSW), evento que foi ralizado em<br />
março passado, em Austin – TX, reunindo<br />
pessoas do mundo inteiro para <strong>de</strong>bater temas<br />
como inovação, interativida<strong>de</strong>, comportamento,<br />
música e consumo, vejo a palestra <strong>de</strong><br />
Hamdi Ulukaya, fundador e CEO da Chobani.<br />
Fundada em 2005, ainda sem ações na bolsa,<br />
a Chobani <strong>de</strong>tém quase um quinto da participação<br />
<strong>de</strong> todo o mercado <strong>de</strong> iogurte dos<br />
EUA, <strong>de</strong> acordo com a Nielsen.<br />
No lugar <strong>de</strong> abordar números <strong>de</strong> vendas<br />
surpreen<strong>de</strong>ntemente crescentes, o bem articulado<br />
Hamdi, imigrante turco nascido em<br />
uma família <strong>de</strong> criadores <strong>de</strong> ovelhas, concentrou<br />
seu discurso em ressaltar como uma<br />
empresa tem a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidar da<br />
socieda<strong>de</strong>, começando pela comunida<strong>de</strong> ao<br />
seu redor. Dedicando gran<strong>de</strong> parte do mérito<br />
do sucesso da empresa a seus colaboradores,<br />
a Chobani tem quase 25% <strong>de</strong> seu quadro <strong>de</strong><br />
funcionários com mais <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> “casa”.<br />
Além disso, a empresa conta com ações filantrópicas<br />
que respon<strong>de</strong>m à incessante luta<br />
pelo seu propósito <strong>de</strong> nutrir a população com<br />
alimentos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
“(...) o que me importa é como nos fazemos<br />
presentes quando as câmeras já estão <strong>de</strong>sligadas”,<br />
afirma o CEO, que parece ter assumido<br />
sua essência e a transformado em medidas<br />
consistentes para a construção <strong>de</strong> reputação<br />
da marca.<br />
Sim, hoje, uma marca também – e principalmente<br />
– compete com ela mesma. Sabe<br />
aquele candidato a namorado ciumento que<br />
<strong>de</strong> tão preocupado com os outros não enxerga<br />
a si mesmo? Pois é, marcas, às vezes, fazem<br />
<strong>de</strong>ssas.<br />
Muitas vezes, aqui na Ampfy, somos procurados<br />
por clientes que buscam soluções<br />
imediatas <strong>de</strong> combate a seus concorrentes,<br />
mas acabam percebendo que é prioritário<br />
construir pilares estruturais <strong>de</strong> branding para<br />
fortalecer a imagem da marca junto ao público<br />
e aí, sim, construir uma reputação sólida e<br />
positiva.<br />
Cuidar da imagem da marca é um trabalho<br />
estratégico que exige atenção constante. Mas<br />
os benefícios são claros: uma marca forte e<br />
bem cuidada é um ativo valioso para a empresa<br />
e po<strong>de</strong> fazer a diferença no sucesso do<br />
negócio.<br />
86 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
BAIUCA,<br />
AGOSTO, 1970<br />
Conheci Armando Crisostomo Ferrentini na Baiuca, Praça Roosevelt, agosto 1970,<br />
almoço. No piano, Moacyr Peixoto, e quem nos apresentou foi o PR Oswaldo Assef.<br />
Armando me convidou para escrever uma coluna sobre marketing, semanal, no<br />
Asterisco, <strong>de</strong>pois Ca<strong>de</strong>rno Propaganda e Marketing, e hoje Propmark. Uma amiza<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> quase 53 anos, e agora a mais longeva coluna <strong>de</strong> marketing publicada em todo o<br />
mundo.<br />
Nascemos com 15 dias <strong>de</strong> distância, assim Armando é milhões <strong>de</strong> segundos mais<br />
velho e mais ajuizado do que eu. E caminhamos, ainda que fisicamente distantes,<br />
lado a lado pela vida. Não tenho nenhum outro amigo com tantas décadas <strong>de</strong> vida.<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da amiza<strong>de</strong>, Armando Ferrentini converteu-se no Pero Vaz <strong>de</strong><br />
Caminha <strong>de</strong> uma expedição ao nunca dantes navegado, <strong>de</strong> hoje 58 anos, do<br />
Marketing e da Propaganda brasileira <strong>de</strong> excepcional qualida<strong>de</strong>. Viu, anotou,<br />
traduziu, comentou e publicou tudo. Absolutamente tudo. Suas digitais estão<br />
presentes nos milhares <strong>de</strong> prêmios que consagram a propaganda e o marketing do<br />
Brasil.<br />
E hoje, seus sonhos, realizações e contribuições inestimáveis e únicas à Prop, e ao<br />
Mark, integram o alicerce que nos garantem a sustentação para, e através do<br />
Marketing, a I<strong>de</strong>ologia da Administração Mo<strong>de</strong>rna, segundo seu criador, Peter<br />
Ferdinand Drucker, iniciarmos, finalmente, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 500 anos, a<br />
construção <strong>de</strong> um Brasil mo<strong>de</strong>rno, tecnológico, e, acima <strong>de</strong> tudo, próspero e<br />
socialmente justo.<br />
Obrigado, querido amigo Ferrentini.<br />
Em meu nome, <strong>de</strong> todos os seus amigos do MadiaMundoMarketing, dos integrantes<br />
da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing – Acadêmicos, Hall of Famers, Abramembers –<br />
pela obra monumental que você vem construindo no correr <strong>de</strong> toda a sua vida.<br />
Obrigado, Armando, pelo exemplo.<br />
Francisco Madia<br />
Presi<strong>de</strong>nte-Fundador do MadiaMundoMarketing<br />
e da Abramark – Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing<br />
(11) 98990-0346
propmark 58 Anos<br />
Unsplash<br />
Pesquisa realizada pelo IAB Brasil apontou que os anunciantes investiram R$ 4,8 bilhões para exibição <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> marketing em sites <strong>de</strong> editores brasileiros<br />
Tecnologias antifrau<strong>de</strong>s são aliadas<br />
para a entrega da mídia programática<br />
Empresas como GDB, ShowHeroes, Taboola e Teads têm algoritmos <strong>de</strong><br />
otimização e recursos para atingir o público-alvo e preservar as marcas<br />
Carolina Vilela<br />
As mídias programáticas<br />
invadiram o mercado como<br />
uma forma mais simples<br />
e direta <strong>de</strong> se direcionar<br />
anúncios. Se antes o processo<br />
<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia online era<br />
feito <strong>de</strong> forma manual, hoje isso<br />
já po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> forma automatizada<br />
e melhor direcionada.<br />
Um dos pontos-chave para que<br />
um anúncio impacte o público<br />
e se reverta em compras <strong>de</strong> produtos<br />
e/ou serviços é atingir em<br />
cheio o público-alvo escolhido<br />
para aquela ação e é aí que as<br />
empresas <strong>de</strong> mídia programáticas<br />
entram na discussão. Elas<br />
usam <strong>de</strong> tecnologia e dados<br />
para construírem estratégias<br />
orientadas pelos objetivos <strong>de</strong><br />
cada anunciante.<br />
Em 2021, uma pesquisa realizada<br />
pelo Interactive Advertising<br />
Bureau, o IAB Brasil,<br />
apontou que os anunciantes<br />
investiram R$ 4,8 bilhões para<br />
exibição <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> marketing<br />
em sites <strong>de</strong> editores brasileiros.<br />
Já em 2018, outra pesquisa<br />
realizada pela associação<br />
revelou que essa forma <strong>de</strong> divulgação<br />
já respondia por <strong>22</strong>,5%<br />
do total da mídia digital na publicida<strong>de</strong><br />
brasileira.<br />
Para enten<strong>de</strong>r como é o funcionamento<br />
da máquina e como<br />
esse tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />
agregar na reputação e no cumprimento<br />
<strong>de</strong> metas das empresas<br />
anunciantes, o propmark<br />
buscou algumas das empresas<br />
do ramo no mercado.<br />
Segundo Dave Struzzi, lí<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> comunicação corporativa da<br />
“Estamos<br />
trabalhando<br />
com inteligência<br />
artificial<br />
generativa<br />
que ajudará os<br />
anunciantes<br />
a escreverem<br />
manchetes<br />
mais criativas<br />
e atraentes”<br />
Taboola, um dos pontos que fazem<br />
com que a estratégia tenha<br />
uma boa aceitação, refletindo<br />
na reputação da empresa em si,<br />
é o bom relacionamento com<br />
publishers <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>.<br />
“No Brasil, trabalhamos com<br />
publishers como Terra, Metrópoles,<br />
Folha <strong>de</strong> S.Paulo, RBS,<br />
Editora Globo, IG e CNN. Isso é<br />
uma gran<strong>de</strong> validação <strong>de</strong> que<br />
nossa tecnologia funciona para<br />
levar mais leitores aos publishers,<br />
ajudá-los a usar dados<br />
para informar sua área <strong>de</strong> cobertura,<br />
monetizar seus portais<br />
e crescer. Sempre tivemos um<br />
relacionamento <strong>de</strong> mão dupla<br />
com os publishers - só crescemos<br />
se eles crescerem”, explicou<br />
Struzzi.<br />
Para ele, a relação entre<br />
empresa e publishers facilita o<br />
88 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
FABIOFAST
Fotos: Divulgação<br />
Dave Struzz: “Nossa tecnologia funciona para levar mais leitores aos publishers”<br />
trajeto até um público engajado<br />
e com potencial <strong>de</strong> compra,<br />
especialmente em um momento<br />
on<strong>de</strong> existem menos cookies<br />
e o público não é mais tolerante<br />
ao uso <strong>de</strong> suas informações<br />
pessoais para o direcionamento<br />
<strong>de</strong> conteúdo. “Os dados contextuais<br />
impulsionam a capacida<strong>de</strong><br />
dos anunciantes <strong>de</strong> serem<br />
bem-sucedidos, o que significa<br />
que a leitura está alinhada com<br />
o comportamento <strong>de</strong> compra”,<br />
completou o executivo.<br />
Na missão <strong>de</strong> alcançar cada<br />
vez mais anunciantes, a empresa<br />
passou a fazer investimentos<br />
em publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />
incluindo estratégias <strong>de</strong><br />
lances que, <strong>de</strong> acordo com Struzzi,<br />
ajudam os anunciantes a gerar<br />
cliques e conversões.<br />
A Taboola também está investindo<br />
em hea<strong>de</strong>r bidding.<br />
“Estamos trabalhando com<br />
inteligência artificial generativa<br />
que ajudará os anunciantes<br />
a escreverem manchetes mais<br />
criativas e atraentes, até mesmo<br />
para gerar novas imagens<br />
do zero. Já com hea<strong>de</strong>r bidding,<br />
ele é uma das maneiras <strong>de</strong><br />
expandirmos para além <strong>de</strong><br />
nossos posicionamentos tradicionais<br />
e continuarmos a crescer<br />
nossa participação na web<br />
aberta, que estimamos ser um<br />
mercado publicitário <strong>de</strong> R$ 350<br />
bilhões e ainda dominado por<br />
anúncios <strong>de</strong> display”, explicou<br />
o executivo.<br />
Já com o foco <strong>de</strong> ajudar os<br />
anunciantes a alcançarem o<br />
público, Struzzi <strong>de</strong>stacou as técnicas<br />
<strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> audiência<br />
utilizando dados first-party<br />
dos sites. Segundo ele, essas<br />
ferramentas ajudam a enten<strong>de</strong>r<br />
o comportamento e interesses<br />
dos usuários e criar perfis mais<br />
certeiros. “Também usamos<br />
“Oferecer<br />
tecnologia que<br />
não <strong>de</strong>penda <strong>de</strong><br />
cookies e seja<br />
privacy-friendly<br />
é uma gran<strong>de</strong><br />
vantagem”<br />
dados <strong>de</strong> terceiros confiáveis,<br />
como provedores <strong>de</strong> dados<br />
<strong>de</strong> segmentação <strong>de</strong> audiência,<br />
para complementar os próprios<br />
dados <strong>de</strong> primeira parte e criar<br />
uma visão mais abrangente dos<br />
usuários. Usando esses dados,<br />
po<strong>de</strong>mos segmentar o público<br />
com base em uma varieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fatores, incluindo localização<br />
geográfica, interesses, comportamento<br />
<strong>de</strong> navegação na<br />
web e muito mais”, encerrou o<br />
executivo.<br />
Lilian Prado: “Objetivo é gerar insights que aju<strong>de</strong>m os clientes na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”<br />
TELAS<br />
A ShowHeroes Brasil afirma<br />
que conta com uma reputação<br />
baseada na sustentabilida<strong>de</strong> do<br />
serviço prestado e, <strong>de</strong> acordo<br />
com Lilian Prado, country manager<br />
da empresa, a estratégia<br />
está fundamentada no “Better<br />
Media Framework”. “É um direcionamento<br />
que criamos para<br />
todas as nossas operações, com<br />
o compromisso <strong>de</strong> fazer com<br />
que os negócios aconteçam em<br />
equilíbrio entre pessoas, planeta<br />
e lucro. No geral, quatro<br />
pilares permeiam toda a ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> valor do nosso negócio, sendo<br />
eles mídia sustentável, ética<br />
<strong>de</strong> dados, pegada ambiental e<br />
diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong> e inclusão”,<br />
explicou a executiva.<br />
Com uma oferta que combina<br />
diversos tipos <strong>de</strong> tela, como<br />
<strong>de</strong>sktop, mobile e TV Conectada,<br />
Lilian explicou que a Show-<br />
Heroes tem como foco não só<br />
levar um bom resultado para os<br />
clientes, mas também apresentar<br />
dados que gerem insights<br />
que os aju<strong>de</strong>m nas tomadas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão para os próximos passos.<br />
Segundo a executiva, no<br />
Brasil, a empresa já impactou<br />
mensalmente mais <strong>de</strong> 102 milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas em <strong>de</strong>sktop e<br />
mobile e outras 64 milhões em<br />
TV Conectada.<br />
Em relação aos meios tecnológicos<br />
utilizados pela empresa<br />
para atrair clientes, Taciana<br />
Rettore, diretora <strong>de</strong> operação<br />
da ShowHeroes, explicou que<br />
o foco da ferramenta Show-<br />
Heroes SemanticHero, usada<br />
por eles, é a privacida<strong>de</strong>. Segundo<br />
ela, as informações obtidas<br />
pelas análises <strong>de</strong> imagens, áudios<br />
e ví<strong>de</strong>os das notícias nos<br />
sites e publishers parceiros fazem<br />
com que sejam capazes <strong>de</strong><br />
selecionar o conteúdo publicitário<br />
mais a<strong>de</strong>quado.<br />
Para ela, o contexto gera relevância,<br />
resultando em um impacto<br />
direto no engajamento do<br />
usuário e da audiência em uma<br />
campanha.<br />
“Com as mudanças que vêm<br />
acontecendo e a crescente preocupação<br />
do mercado com privacida<strong>de</strong>,<br />
acreditamos que oferecer<br />
tecnologia que não <strong>de</strong>penda<br />
<strong>de</strong> cookies e seja privacy-friendly<br />
é uma gran<strong>de</strong> vantagem aos<br />
anunciantes para que possam<br />
seguir se conectando com a audiência<br />
correta, seja <strong>de</strong> forma<br />
direta ou por via <strong>de</strong> compra programática”,<br />
ressaltou Taciana.<br />
A executiva também explicou<br />
que outra ferramenta usada<br />
pela ShowHeroes é uma solução<br />
pensada para a medição <strong>de</strong><br />
atenção, oferecida através <strong>de</strong><br />
parcerias com empresas como<br />
A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> e Lumen Techonologies.<br />
Ainda em relação à missão<br />
<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, a empresa<br />
também faz uso da Green Media.<br />
“Ela é uma ferramenta on<strong>de</strong><br />
conseguimos registrar e reduzir<br />
o impacto do carbono no <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
produção e execução<br />
das campanhas, através<br />
<strong>de</strong> parcerias com plataformas<br />
que investem em projetos <strong>de</strong><br />
neutralização <strong>de</strong> carbono, como<br />
por exemplo a Scope3”, concluiu<br />
Taciana.<br />
Em um mercado <strong>de</strong> mudança<br />
constante, se adaptar é uma das<br />
principais características que<br />
uma empresa precisa ter para<br />
se manter relevante. No caso da<br />
Teads Brasil, a adaptação se tornou<br />
um fator crucial para que<br />
a relevância da empresa fosse<br />
mantida. “Buscamos constantemente<br />
inovar e nos adaptar<br />
às novas <strong>de</strong>mandas do mercado<br />
e, a partir disso, conseguimos<br />
apren<strong>de</strong>r, evoluir e inovar<br />
90 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
diariamente. Acreditamos que<br />
a reputação é um ciclo virtuoso<br />
que inicia com igualda<strong>de</strong><br />
no ambiente <strong>de</strong> trabalho, impulsionando<br />
o progresso da empresa<br />
e proporcionando benefícios<br />
para os nossos clientes”, afirmou<br />
Wilker Leal, data lead da<br />
Teads Brasil.<br />
Para o executivo, a empresa<br />
<strong>de</strong> mídia digital tem como uma<br />
<strong>de</strong> suas missões buscar resultados<br />
significativos e, para isso,<br />
é imprescindível que a equipe<br />
saiba trabalhar com os dados<br />
para compreen<strong>de</strong>r a audiência<br />
dos anunciantes que a procuram.<br />
“Na Teads, fomos pioneiros<br />
na segmentação contextual<br />
baseada em análise semântica<br />
dos conteúdos dos publishers,<br />
superando a simples associação<br />
<strong>de</strong> palavras-chave. Além disso,<br />
li<strong>de</strong>ramos a segmentação sem<br />
cookies graças à natureza do<br />
nosso negócio e à nossa priorização<br />
da privacida<strong>de</strong> dos dados<br />
pessoais”, ressaltou.<br />
O executivo falou da importância<br />
<strong>de</strong> um relacionamento<br />
honesto, íntegro e zeloso,<br />
que priorize a necessida<strong>de</strong> dos<br />
clientes, uma vez que “quando<br />
eles ganham, nós também somos<br />
beneficiados”.<br />
Com um ecossistema <strong>de</strong><br />
dados fragmentado, a Teads<br />
trabalha com estudo e mapeamento<br />
para que os anunciantes<br />
atinjam o público cada vez <strong>de</strong><br />
forma mais certeira. “Diante<br />
<strong>de</strong>ssa questão, enten<strong>de</strong>mos que<br />
o estudo e o mapeamento precisam<br />
<strong>de</strong> atenção e <strong>de</strong>dicação, por<br />
isso, aqui na Teads, as soluções<br />
<strong>de</strong> dados e a segmentação são<br />
feitas <strong>de</strong> forma simples, precisas,<br />
eficazes e sustentáveis,<br />
priorizando a privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dados”, finalizou Leal.<br />
Marcelo Pincherle: “Cliente é o último guardião do valor da marca”<br />
“A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
processamento das<br />
soluções cresceu<br />
enormemente,<br />
mas o toque<br />
humano ainda<br />
é necessário”<br />
A Taboola, por exemplo, trabalha com publishers como Terra, Metrópoles, Folha <strong>de</strong> S.Paulo, RBS, Editora Globo, IG e CNN<br />
Fotos: Divulgação<br />
SOLUÇÕES CRIATIVAS<br />
No mercado há 12 anos, a GDB<br />
também é uma das empresas <strong>de</strong><br />
mídia programática que usou<br />
da adaptação dos tempos para<br />
se manter relevante ao mercado<br />
e, para Marcelo Pincherle,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> operações<br />
da empresa, foram inúmeras<br />
as mudanças, revoluções e recomeços,<br />
em um cenário que<br />
constantemente <strong>de</strong>safiava os<br />
anunciantes e as agências.<br />
Dito isso, as evoluções também<br />
foram acompanhadas das<br />
tecnologias e ferramentas utilizadas<br />
para alcançar as metas,<br />
sejam elas da própria empresa<br />
quanto dos anunciantes e clientes.<br />
Apesar disso, Pincherle<br />
garantiu que, por mais tecnológico<br />
que o mercado esteja, o<br />
toque humano ainda é necessário<br />
para um trabalho bem feito<br />
e, por isso, o executivo garantiu<br />
que compreen<strong>de</strong>r os valores e<br />
oferecer soluções criativas para<br />
equilibrar as variáveis é o que<br />
tem sido a “receita <strong>de</strong> sucesso”.<br />
“A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento<br />
das soluções cresceu<br />
enormemente, mas o toque humano<br />
ainda é necessário para<br />
compreen<strong>de</strong>rmos se as <strong>de</strong>cisões<br />
<strong>de</strong> otimizações estão em linha<br />
com os territórios que as marcas<br />
querem ocupar e se, acima <strong>de</strong><br />
tudo, os valores pelos quais as<br />
marcas prezam estão sendo respeitados.<br />
Existem, por exemplo,<br />
inventários que po<strong>de</strong>m<br />
trazer mais cliques ou ‘forçar’ o<br />
usuário a assistir um ví<strong>de</strong>o completo,<br />
aumentando as métricas<br />
<strong>de</strong> CTR ou VTR, mas a um custo<br />
gigantesco para a reputação das<br />
marcas”, explicou o executivo.<br />
Já sobre as relações com os<br />
anunciantes, ele <strong>de</strong>stacou a importância<br />
<strong>de</strong> manter a proximida<strong>de</strong>,<br />
uma vez que o cliente, nas<br />
palavras <strong>de</strong>le, é o “último guardião<br />
dos valores das marcas” e,<br />
por isso, para manter uma boa<br />
sintonia, é necessário investimento,<br />
tempo e energia, coisas<br />
que não po<strong>de</strong>m ser ignoradas na<br />
execução da mídia programática.<br />
“Compreen<strong>de</strong>r os reais objetivos,<br />
as sutilezas dos contextos<br />
e a profundida<strong>de</strong> das polices é<br />
fundamental para a <strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> territórios e, consequentemente,<br />
da otimização das campanhas”,<br />
ressaltou Pincherle.<br />
Para garantir que a mensagem<br />
chegue a quem <strong>de</strong>ve chegar,<br />
a GDB pe<strong>de</strong> para que os<br />
anunciantes preencham um<br />
extenso formulário, on<strong>de</strong> será<br />
possível mapear os valores da<br />
marca, contextos em que ela<br />
quer estar inserida, políticas<br />
importantes para a empresa e<br />
objetivos <strong>de</strong> negócio.<br />
De acordo com o executivo, é<br />
a partir <strong>de</strong>sse cruzamento que a<br />
empresa <strong>de</strong>senvolve os private<br />
networks, com um inventário<br />
que passa por uma curadoria<br />
que garante a<strong>de</strong>rência entre todos<br />
os pontos fornecidos pelo<br />
cliente. Além disso, a empresa<br />
também faz o uso <strong>de</strong> tecnologias<br />
antifrau<strong>de</strong>s, brand safety e<br />
algoritmos <strong>de</strong> otimização para<br />
garantir uma boa entrega, com<br />
um bom uso <strong>de</strong> recursos.<br />
“Dessa forma, nosso valor<br />
não está apenas em ‘comprar<br />
melhor’ a mídia programática,<br />
mas, sim, em preservar o<br />
verda<strong>de</strong>iro valor das marcas e<br />
ajudá-las a construir uma história<br />
baseada nos princípios por<br />
elas estabelecidos e com total<br />
transparência”, concluiu o vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 91
propmark 58 Anos<br />
Crédito<br />
O negócio do futuro<br />
Marcelo Rech<br />
é presi<strong>de</strong>nte-executivo da Associação<br />
Nacional <strong>de</strong> Jornais (ANJ)<br />
presi<strong>de</strong>nte@anj.org.br<br />
Marcelo Rech<br />
Você faz um planejamento meticuloso<br />
para a sua empresa. Contrata consultores<br />
para tentar antever os anos<br />
à frente e se antecipar à corrente e à concorrência,<br />
i<strong>de</strong>ntifica tendências, inova processos,<br />
cria produtos para aten<strong>de</strong>r às novas<br />
<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> clientes e adapta os atuais<br />
para não per<strong>de</strong>r o prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>. Além<br />
das curvas <strong>de</strong> receita, você tem um olho<br />
grudado nos custos, nas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
fazer mais com o mesmo e manter a empresa<br />
ágil e atenta para as oscilações e janelas<br />
<strong>de</strong> mercado.<br />
Você faz tudo direitinho, melhor mesmo<br />
que o by the book dos concorrentes, mas<br />
<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> lado um <strong>de</strong>talhe: você não sabe<br />
como e on<strong>de</strong> a sua marca anda aparecendo,<br />
com quem ela anda saindo, porque, caso<br />
você não saiba, a publicida<strong>de</strong> programática<br />
também prega surpresas bem <strong>de</strong>sagradáveis.<br />
De uma hora para a outra, aquela<br />
marca que você tanto acalentou está no<br />
centro <strong>de</strong> uma controvérsia, ornamentando<br />
conteúdos <strong>de</strong> teor fascista e radical, endossando<br />
pseudoinfluenciadores que nada<br />
mais são que ventríloquos <strong>de</strong> interesses escusos<br />
cuja credibilida<strong>de</strong>, ou melhor, a falta<br />
<strong>de</strong>la, transborda para aqueles que estão ali<br />
bancando a baixaria, a fake news, o <strong>de</strong>srespeito<br />
e a incivilida<strong>de</strong>.<br />
O engano custa caro e, não raro,<br />
cobra seu quinhão por algo que não se encontra<br />
na esquina. Confiança é a matéria-<br />
-prima mais <strong>de</strong>sejada, necessária e custosa<br />
do presente. É, na realida<strong>de</strong>, o negócio do<br />
futuro. Confiança está para as empresas<br />
como a eletricida<strong>de</strong>, a inteligência artificial<br />
e o 5G estão para o transporte. É aposta certa,<br />
sem erro, se adotada uma cautela básica:<br />
segurança. Um aci<strong>de</strong>nte com veículo autônomo<br />
corrói a credibilida<strong>de</strong> do meio. Um<br />
<strong>de</strong>sastre com uma marca mal posicionada<br />
também ero<strong>de</strong> anos <strong>de</strong> dura e pacienciosa<br />
construção.<br />
O jornalismo profissional está, como talvez<br />
nenhum outro ramo da economia, no<br />
negócio da confiança. O jornalismo não<br />
acerta sempre, mas, como a medicina, não<br />
vive <strong>de</strong> erro. O negócio da <strong>de</strong>sinformação,<br />
esse que polui a internet e as re<strong>de</strong>s sociais<br />
hoje, esse sim vive do erro, e leva <strong>de</strong> roldão<br />
as marcas que acham que estão inovando ao<br />
se aventurar por novos territórios que, na<br />
prática, são esgotos digitais.<br />
Agências <strong>de</strong> propaganda, veículos <strong>de</strong><br />
comunicação e o jornalismo profissional<br />
mudaram muito nos últimos anos. Os jornais,<br />
recor<strong>de</strong>-se, são pioneiros da disrupção:<br />
foram os primeiros atingidos pela onda<br />
inicial da internet, quando alguns ainda a<br />
chamavam <strong>de</strong> World Wi<strong>de</strong> Web, há mais <strong>de</strong><br />
um quarto <strong>de</strong> século. Só agora, bancos tradicionais<br />
e varejo estão enfrentando o que<br />
vimos lá atrás. Primeiros a serem atingidos,<br />
os jornais também se reinventaram primeiro.<br />
Hoje são um porto seguro <strong>de</strong> comunicação<br />
360 graus, da informação rápida no celular<br />
<strong>de</strong> manhã ao lean back da leitura mais<br />
aprofundada do início da noite. Muitos ainda<br />
têm e seguirão tendo edições impressas,<br />
porque são convenientes e focos <strong>de</strong> concentração<br />
em um mundo dispersivo. Mas papel<br />
não é mais sinônimo <strong>de</strong> jornal.<br />
Agora, jornais são sinônimo <strong>de</strong> confiança,<br />
<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> posicionamento<br />
institucional para quem precisa convencer<br />
<strong>de</strong> que seu negócio não é mais uma fake<br />
news ou um phishing tentando enganar os<br />
consumidores. Quando o propmark festeja<br />
seus sólidos 58 anos, não se po<strong>de</strong> esquecer<br />
também que credibilida<strong>de</strong> não se constrói<br />
<strong>de</strong> ontem para hoje. Reputação, como todo<br />
mundo sabe, leva anos para se construir e<br />
dois minutos para se <strong>de</strong>struir. Tempo, confiança<br />
testada, credibilida<strong>de</strong>, experiência – e<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reinvenção, inovação e adaptação<br />
– são as matérias-primas <strong>de</strong>ste novo<br />
mundo caótico. É o que nós, jornais, temos,<br />
mo<strong>de</strong>stamente, a oferecer e, junto com o<br />
aniversário do propmark, a celebrar.<br />
92 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
parabéns propmark!<br />
58 anos valorizando a COMUNICAÇÃO<br />
CO₂<br />
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papel e carbono<br />
O papel das revistas e jornais vem <strong>de</strong> árvores cultivadas.<br />
Elas sequestram carbono da atmosfera ajudando a combater<br />
as mudanças climáticas. Uma ótima notícia para os leitores!<br />
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do papel<br />
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propmark 58 Anos<br />
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Mídia out of home tem se tornado parte<br />
fundamental da construção <strong>de</strong> marcas<br />
De acordo com ranking do Cenp-Meios, o OOH foi um dos setores<br />
que mais receberam investimento <strong>de</strong> agências: crescimento <strong>de</strong> 1,6%<br />
Vinícius Novaes<br />
Se você tem menos <strong>de</strong> 20 anos certamente não<br />
se lembra <strong>de</strong> como eram as cida<strong>de</strong>s, sobretudo<br />
a capital paulista, antes da Lei Cida<strong>de</strong><br />
Limpa: outdoors <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> tamanhos variados<br />
– longe ainda <strong>de</strong> uma padronização –, colocados<br />
<strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada à margem <strong>de</strong> avenidas,<br />
ruas, rodovias. On<strong>de</strong> fosse possível fixar uma<br />
estrutura, muitas vezes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, estava ali a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma marca.<br />
O cenário, no entanto, começou a mudar quando,<br />
em 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006, os vereadores<br />
paulistanos aprovaram a Lei 14.<strong>22</strong>3, a Lei Cida<strong>de</strong><br />
Limpa. Com isso, a publicida<strong>de</strong> foi retirada dos<br />
espaços públicos e os outdoors, proibidos. Além<br />
disso, a lei também regrou a permanência <strong>de</strong><br />
anúncios indicativos, cujo tamanho era <strong>de</strong> 4 metros<br />
quadrados.<br />
Nesse período, a Comissão <strong>de</strong> Proteção à Paisagem<br />
Urbana produziu resoluções normativas<br />
com o objetivo <strong>de</strong> esclarecer dúvidas e casos<br />
omissos <strong>de</strong> aplicação da lei, além <strong>de</strong> tornar os<br />
processos <strong>de</strong> aprovação eficientes. Em 2006, as<br />
exibidoras tiveram até <strong>de</strong>zembro daquele ano<br />
para retirar os outdoors, e outros tipos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
out of home, das ruas <strong>de</strong> São Paulo. A multa<br />
mínima, à época, para quem <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cesse à lei<br />
era <strong>de</strong> R$ 10 mil.<br />
Assim que a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa foi aprovada, o<br />
Sepex (Sindicato das Empresas <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />
Exterior <strong>de</strong> São Paulo) chegou a tentar barrar a<br />
nova lei na Justiça, sem êxito. De acordo com especialistas<br />
ouvidos pelo propmark na época, as<br />
estimativas davam conta <strong>de</strong> que o setor sofreria<br />
uma perda <strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> R$ 240 mil.<br />
Anos mais tar<strong>de</strong>, em 2017, outra lei (16.680) regulamentou<br />
a publicida<strong>de</strong> em mobiliários urbanos<br />
na capital. A legislação estabeleceu critérios<br />
para a exploração <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>s em abrigos <strong>de</strong><br />
ônibus, relógios digitais e bancas, entre outros.<br />
Também foram estabelecidas regras mais específicas<br />
para cada tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, como tamanho<br />
e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anúncios.<br />
Passados 16 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa<br />
entrou em vigor, na capital paulista, o cenário<br />
<strong>de</strong> hoje é bem diferente – e não apenas visualmente<br />
falando. Atualmente, como informou o<br />
último ranking <strong>de</strong> investimentos do Cenp-Meios,<br />
o setor <strong>de</strong> mídia out of home foi um dos três que<br />
mais cresceram – o OOH teve um incremento <strong>de</strong><br />
1,6% em relação a 20<strong>22</strong>.<br />
Esse crescimento, no entanto, foi o primeiro<br />
após a pan<strong>de</strong>mia e o isolamento terem gerado sérias<br />
consequências para o setor. E os números dizem<br />
por si só: no comparativo entre 2019 e 2020,<br />
a queda amargada foi <strong>de</strong> 1,88%. Muito embora ao<br />
passo em que vida começasse a voltar ao normal,<br />
“O OOH tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conectar marcas<br />
e pessoas e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entregar<br />
cada vez mais oportunida<strong>de</strong>s aos<br />
parceiros em diferentes frentes”<br />
94 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Lucio Schnei<strong>de</strong>r, CMO da Eletromidia Silvia Ramazzotti, diretora <strong>de</strong> marketing da JCDecaux Famelli, da Streetwise: “Garantir a percepção <strong>de</strong> marca”<br />
mesmo timidamente, o setor foi respon<strong>de</strong>ndo.<br />
De 2020 para 2021, ainda houve uma<br />
queda, mas pequena: 0,05%, até chegar ao<br />
crescimento retratado no último documento<br />
divulgado pelo Cenp.<br />
Entretanto, mais do que números e cifras,<br />
a mídia out of home se tornou parte<br />
<strong>de</strong> qualquer estratégia, seja ela 360 ou não.<br />
Silvia Ramazzotti, diretora <strong>de</strong> marketing da<br />
JCDecaux Brasil, fala que o OOH faz parte<br />
da jornada do consumidor, o que é mostrado<br />
através <strong>de</strong> levantamentos e pesquisas<br />
dos institutos validadores. “Para adicionar<br />
valor nesse processo <strong>de</strong> branding dos mais<br />
diversos tipos <strong>de</strong> marcas e anunciantes, a<br />
JCDecaux investe fortemente em tecnologias<br />
para agregar cada vez mais inteligência<br />
e estratégia na compra <strong>de</strong> mídia”, conta.<br />
“Esse processo é o que está mudando a<br />
relação das marcas com o gran<strong>de</strong> público, e<br />
a percepção das pessoas em relação às marcas.<br />
Quando somamos esses fatores à força<br />
da mídia exterior, que é totalmente non-skippable,<br />
ainda ampliamos a assertivida<strong>de</strong><br />
das campanhas e criamos experiências reais<br />
<strong>de</strong> consumo, gerando dados que po<strong>de</strong>m<br />
ser analisados posteriormente ou em tempo<br />
real, contribuindo para a aceleração da evolução<br />
do OOH”, completa.<br />
Lucio Schnei<strong>de</strong>r, CMO da Eletromidia,<br />
afirma que o OOH é capaz <strong>de</strong> ‘furar bolhas’,<br />
o que explica – na visão <strong>de</strong>le – a ‘importante<br />
relevância’ para anunciantes alcançarem a<br />
audiência em um trajeto fora <strong>de</strong> casa. O executivo<br />
ainda cita a interação, qualida<strong>de</strong> da<br />
mídia out of home.<br />
“O OOH tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conectar marcas<br />
e pessoas e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entregar cada<br />
vez mais oportunida<strong>de</strong>s aos parceiros em<br />
diferentes frentes, com métricas assertivas,<br />
orientadas por dados e com entregas relevantes<br />
que auxiliam no processo <strong>de</strong> transformação<br />
da marca e transmissão <strong>de</strong> seus<br />
valores <strong>de</strong> forma a criar conexões com seus<br />
públicos por meio <strong>de</strong> experiências”.<br />
O diretor-comercial nacional <strong>de</strong> marketing<br />
da Clear Channel, Wlamir Lino, acredita<br />
que estar nas ruas é o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> muitas marcas.<br />
Ele cita o estudo da BrandZ, que revelou<br />
que nove das <strong>de</strong>z marcas mais valiosas<br />
“A mídia OOH po<strong>de</strong> ser<br />
utilizada para reforçar<br />
presença e aumentar<br />
reconhecimento”<br />
Lino, da Clear: estar nas ruas é objetivo das marcas<br />
contemplaram a mídia out of home em suas<br />
estratégias, no ano passado. “Essas características<br />
são fundamentais para manter a reputação<br />
<strong>de</strong> uma marca e reforçam o po<strong>de</strong>r<br />
da mídia out of home para a comunicação e<br />
branding”, afirma.<br />
Em relação à segurança, garante Lino, o<br />
OOH é uma mídia que oferece menos riscos,<br />
mas ainda assim é preciso ter os cuidados<br />
necessários com os conteúdos. “Temos mais<br />
<strong>de</strong> 100 anos <strong>de</strong> atuação no mercado <strong>de</strong> mídia,<br />
<strong>22</strong> <strong>de</strong>les no Brasil, e esse repertório nos<br />
permitiu muitos aprendizados e a<strong>de</strong>quação<br />
do fluxo <strong>de</strong> trabalho para garantirmos a segurança<br />
necessária para os clientes e para<br />
o público que nos acompanha diariamente<br />
nas cida<strong>de</strong>s do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Porto Alegre,<br />
Curitiba e Campinas”, diz.<br />
Leonardo Chebly, CEO da NEOOH, frisa<br />
que o meio OOH po<strong>de</strong> ser um caminho po<strong>de</strong>roso<br />
para auxiliar no processo <strong>de</strong> branding<br />
e reputação das marcas. Isso porque a<br />
mídia OOH oferece visibilida<strong>de</strong> constante e<br />
alcance amplo, além <strong>de</strong> possibilitar a criação<br />
<strong>de</strong> campanhas criativas e impactantes.<br />
“A mídia OOH po<strong>de</strong> ser utilizada para<br />
reforçar a presença da marca, aumentar o<br />
reconhecimento e os resultados dos anunciantes<br />
e criar associações positivas com o<br />
público”, afirma.<br />
E a rEputação?<br />
Players fundamentais para a estratégia<br />
<strong>maio</strong>r <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma marca, as<br />
empresas também têm cuidado com a<br />
sua reputação. Na Clear Channel, por exemplo,<br />
Wlamir Lino afirma que sabe da importância<br />
das marcas estarem em plataformas<br />
seguras e, por isso, “estamos vivendo muitas<br />
transformações na comunicação e essa<br />
é uma das nossas principais preocupações,<br />
proteger a nossa marca e as marcas dos nossos<br />
clientes”.<br />
Já para Eduardo Mantegazza, CEO da RZK<br />
Digital, o cuidado com a reputação das marcas<br />
é algo fundamental. Portanto, ele continua,<br />
o conteúdo das telas é escolhido com<br />
cuidado entre parceiros selecionados. “Na<br />
RZK, mesmo uma campanha programática<br />
é segura, pois estamos em terminais <strong>de</strong><br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 95
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Marcus Moraes, CEO da Mu<strong>de</strong> Chebly: OOH é caminho no processo <strong>de</strong> branding Felipe Davis, CEO da OOH Brasil: cuidados nas soluções<br />
ônibus e nossa arquitetura <strong>de</strong> tecnologia<br />
usa os mais altos padrões <strong>de</strong> segurança,<br />
isto é, a mesma tecnologia usada por empresas<br />
<strong>de</strong> mídia que operam em Nova York<br />
ou Londres. Além disso, temos uma política<br />
<strong>de</strong> transparência <strong>de</strong> dados e informações<br />
que nos tornam críveis e ajudaram na nossa<br />
construção e posicionamento <strong>de</strong> marca”.<br />
Marcus Moraes, CEO da Mu<strong>de</strong>, afirma que<br />
a empresa evoluiu com as ativida<strong>de</strong>s e focou<br />
tanto no OOH quanto no DOOH. “Então, trabalhamos<br />
nossa reputação enfatizando que<br />
somos uma empresa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar,<br />
com mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mídia e patrocínios como<br />
forma <strong>de</strong> operação e entrega <strong>de</strong> nossa proposta<br />
<strong>de</strong> valor”, conta.<br />
Felipe Davis, CEO da OOH Brasil (antiga<br />
PAD), fala que a empresa preza pelo cuidado<br />
nas suas soluções. “Uma característica<br />
importante, que diz respeito à segurança do<br />
investimento dos clientes, é que em todas<br />
nossas praças <strong>de</strong> atuação o IVC (Instituto<br />
Verificador <strong>de</strong> Circulação) garante as métricas<br />
<strong>de</strong> exibições contratadas, assim como<br />
nossas plataformas <strong>de</strong> controle realtime das<br />
inserções. Qualquer contratempo <strong>de</strong>vido a<br />
possíveis falhas <strong>de</strong> tecnologia é resolvido <strong>de</strong><br />
forma quase imediata pela equipe <strong>de</strong> manutenção<br />
– que é 100% internalizada, diferentemente<br />
<strong>de</strong> outros players do mercado.”<br />
Na Streetwise, reputação é vista como<br />
um processo que exige atenção, consistência<br />
e coerência. Para o cofundador e<br />
COO Rodrigo Famelli, condições essas<br />
que precisam estar muito bem inseridas<br />
no dia a dia da companhia. “Outro ponto<br />
importante é garantir que a percepção da<br />
sua marca foi compreendida por toda a ca<strong>de</strong>ia:<br />
clientes, colaboradores e fornecedores.<br />
Um erro comum que vai influenciar na<br />
sua reputação é focar apenas no cliente final<br />
e não assegurar uma boa comunicação<br />
interna ou com parceiros.”<br />
Lucio Schnei<strong>de</strong>r, da Eletromidia, acredita<br />
que a percepção que os outros têm sobre sua<br />
marca é um ponto muito importante para se<br />
ter uma boa reputação no mercado. E isso,<br />
acrescenta, engloba todos os públicos-alvo<br />
da empresa, como funcionários, investidores,<br />
fornecedores, comunida<strong>de</strong>, clientes,<br />
“A construção da<br />
reputação é um processo<br />
contínuo e requer<br />
atenção constante”<br />
Cristiano Tassinari, co-CEO da Retail Media<br />
parceiros e qualquer público que tenha algum<br />
relacionamento com a companhia.<br />
“Por isso, é importante pensar sobre a<br />
imagem da marca <strong>de</strong> maneira estratégica.<br />
Cada vez mais as empresas precisam ir além<br />
dos resultados financeiros e alinhar os negócios<br />
às melhores práticas socioambientais e<br />
<strong>de</strong> governança. Essas questões são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
relevância na socieda<strong>de</strong> e a Eletromidia<br />
tem trabalhado nesse sentido, colaborando<br />
nessa transformação, uma vez que faz parte<br />
da jornada diária da população.”<br />
Outro ponto importante elencado por<br />
Schnei<strong>de</strong>r são as iniciativas ESG, cruciais<br />
no seu enten<strong>de</strong>r para a construção <strong>de</strong> uma<br />
socieda<strong>de</strong> ‘menos <strong>de</strong>sigual’. “Contribuir e<br />
exercer um papel importante em causas significativas,<br />
em que po<strong>de</strong>mos ajudar as comunida<strong>de</strong>s<br />
a obterem acesso a informações<br />
relevantes que têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar<br />
suas vidas. Outro ponto é pensar em iniciativas<br />
<strong>de</strong> inclusão e diversida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>monstram<br />
o compromisso com a socieda<strong>de</strong> como<br />
um todo”, falou.<br />
Por sua vez, Eduardo Mantegazza, CEO<br />
da RZK Digital, afirma que para construir<br />
uma boa reputação no mercado é necessário<br />
focar na qualida<strong>de</strong> dos serviços e dos<br />
produtos. “Além <strong>de</strong> se comunicar <strong>de</strong> forma<br />
transparente, oferecer suporte e pós-venda<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ao cliente, estar atento às tendências<br />
do mercado, investir em marketing<br />
e manter uma presença ativa nas discussões<br />
da nossa indústria. Vale lembrar que a construção<br />
<strong>de</strong> uma boa reputação é um processo<br />
contínuo e requer atenção constante às necessida<strong>de</strong>s<br />
e expectativas dos clientes.”<br />
Cristiano Tassinari, co-CEO da Retail Media,<br />
vê que a reputação é muito mais do que<br />
‘somente a imagem da marca’. “Para construí-la<br />
é necessário trabalhar com transparência<br />
e assumir uma postura autêntica e<br />
coerente com o seu público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o interno<br />
até fornecedores, parceiros e clientes”, diz.<br />
Brand safEty<br />
É certo que, em tempos <strong>de</strong> brand safety,<br />
é cada vez <strong>maio</strong>r a preocupação dos anunciantes<br />
em escolherem com <strong>maio</strong>r rigor em<br />
quais mídias suas campanhas serão veicu-<br />
96 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
Da Lei Cida<strong>de</strong> Limpa, aprovada em 2006, até os dias atuais, OOH passou por transformações, sobretudo em SP: meio é um dos que mais crescem, segundo ranking do Cenp-Meios<br />
ladas. Mas como a mídia out of home po<strong>de</strong><br />
contribuir com isso? Leonardo Chebly, da<br />
NEOOH, afirma que o setor possui justamente<br />
no brand safety o que consi<strong>de</strong>ra um<br />
<strong>de</strong> seus <strong>maio</strong>res diferenciais.<br />
Isso porque, <strong>de</strong> acordo com ele, o ambiente<br />
oferece às marcas um ambiente controlado<br />
e menos suscetível a conteúdo controverso<br />
ou ina<strong>de</strong>quado quando comparado<br />
a outras mídias digitais. “No OOH, as marcas<br />
veiculam seus anúncios nos locais certos,<br />
para as pessoas certas, no momento certo e<br />
sem a associação da imagem do anunciante<br />
a temas polêmicos, violentos ou impróprios,<br />
problemas comuns em outros meios<br />
<strong>de</strong> comunicação.”<br />
Segundo Silvia Ramazzotti, da JCDecaux<br />
Brasil, a boa reputação <strong>de</strong> uma marca é o<br />
que faz o consumidor ou tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
apostar, investir, confiar. “Para mim,<br />
uma profissional que vem diretamente do<br />
mercado digital, o OOH entra neste cenário<br />
como a melhor oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brand safety<br />
mesmo com tantas opções e formatos <strong>de</strong><br />
mídia”. Silvia fala que a rua é livre <strong>de</strong> muitos<br />
dos riscos em comparação com a internet,<br />
por exemplo.<br />
“Estar na rua é a garantia <strong>de</strong> que 100% da<br />
visibilida<strong>de</strong> da campanha é completamente<br />
humana, também não há como pular uma<br />
propaganda na mídia exterior. Quando menos<br />
se espera, a audiência já foi impactada.<br />
Para enten<strong>de</strong>r como é seguro investir no<br />
“No OOH, as marcas<br />
veiculam seus anúncios<br />
nos locais certos”<br />
OOH, basta imaginar as infinitas possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> campanhas que po<strong>de</strong>m ser veiculadas<br />
nas ruas, metrôs e aeroportos <strong>de</strong> todo o<br />
Brasil”, afirma.<br />
Já Lucio Schnei<strong>de</strong>r <strong>de</strong>staca que o brand<br />
safety é um conceito muito importante na<br />
Eletromidia. “Dentro da nossa gra<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
programação, tanto o conteúdo editorial<br />
quanto a publicida<strong>de</strong> veiculada passam<br />
por controles <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> internos, seja<br />
pela nossa equipe <strong>de</strong> jornalistas, que faz<br />
a curadoria das notícias com nossos parceiros,<br />
quanto pelo time <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> da<br />
OPEC, responsável pelas publicações <strong>de</strong><br />
clientes e parceiros”, diz.<br />
Além disso, o executivo explica que<br />
a transformação digital do OOH permite<br />
um controle <strong>maio</strong>r das mensagens e<br />
campanhas por parte das marcas. “Nossos<br />
clientes po<strong>de</strong>m comprar, atualizar ou<br />
tirar do ar alguma campanha em tempo<br />
real <strong>de</strong> forma simplificada. Esse controle e<br />
o alcance permitem que as marcas se sintam<br />
mais seguras para comunicar alguma<br />
mensagem importante para a marca ou<br />
atualizar alguma mensagem que precise<br />
ser ajustada.”<br />
Cristiano Tassinari acrescenta que o ambiente<br />
do OOH não apresenta riscos, já que<br />
“existe um domínio <strong>de</strong> todo conteúdo que<br />
é publicado e a preocupação cada vez <strong>maio</strong>r<br />
com a segurança, principalmente relacionado<br />
ao digital OOH”.<br />
98 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Reputação é<br />
bom e eu gosto<br />
Mario D’Andrea<br />
é sócio-fundador da<br />
D’OM Soluções Improváveis<br />
mario@dom-solucoes.com<br />
Mario D’Andrea<br />
Vivemos a era das métricas e dos algoritmos.<br />
Nada contra, mas tudo isso passa a<br />
falsa sensação para muitas empresas que o<br />
investimento em imagem e reputação é algo<br />
secundário.<br />
Isso acontece porque reputação não é tão<br />
fácil <strong>de</strong> medir. Ainda bem.<br />
Eu me explico: reputação não é sobre<br />
quantida<strong>de</strong> – é sobre qualida<strong>de</strong>.<br />
Reputação <strong>de</strong> marca é como uma camada<br />
<strong>de</strong> “gordura” em confiança que a empresa<br />
conquista junto ao seu consumidor. Essa<br />
camada po<strong>de</strong> ser fundamental em momentos<br />
<strong>de</strong> crise.<br />
É como uma relação com aquele seu velho<br />
amigo <strong>de</strong> infância, que há décadas você<br />
se relaciona muito bem.<br />
De repente, ele comete um erro ou um ato<br />
falho. Você releva porque, afinal, são anos<br />
<strong>de</strong> bom relacionamento e confiança entre<br />
você e ele.<br />
Parece simples, como analogia. Mas na<br />
prática não é tão fácil assim conquistar essa<br />
“camada”.<br />
O consumidor hoje é cada vez mais influenciado<br />
em suas <strong>de</strong>cisões pelas ações reais<br />
das empresas, pela postura institucional<br />
das empresas. E, claro, comunicar isso da<br />
melhor forma e nos melhores lugares acrescenta<br />
muito na construção <strong>de</strong>ssa percepção.<br />
Por isso, vamos ser claros: as vantagens<br />
da mídia programática não po<strong>de</strong>m ser mais<br />
importantes que minha reputação.<br />
Brand safety não po<strong>de</strong> ser apenas um <strong>de</strong>sejo,<br />
tem <strong>de</strong> ser ponto <strong>de</strong> partida.<br />
Deveria ser o princípio básico na relação<br />
entre marcas e plataformas digitais.<br />
Mas a construção <strong>de</strong> reputação vai além<br />
<strong>de</strong>sse item.<br />
Ela é feita no dia a dia, com consistência,<br />
insistência e persistência no posicionamento<br />
e na comunicação.<br />
As métricas são apenas números. Importantes,<br />
claro. Mas não po<strong>de</strong>m ser as<br />
únicas formas <strong>de</strong> ver o mercado e o consumidor.<br />
Esse en<strong>de</strong>usamento dos dados e das planilhas<br />
<strong>de</strong> Excel me lembra a fábula da formiga<br />
e da cigarra. Sempre achei estranho se<br />
glorificar tanto o trabalho árduo da formiga<br />
e menosprezar o canto da cigarra. Cá entre<br />
nós: o trabalho da formiga ren<strong>de</strong>ria muito<br />
menos se não fosse a cigarra cantando e<br />
<strong>de</strong>ixando o dia mais leve – inclusive o dia da<br />
própria formiga.<br />
Voltando ao nosso mercado: me parece<br />
que tanto nas agências quanto nos <strong>de</strong>partamentos<br />
<strong>de</strong> marketing mais conectados<br />
com o mundo <strong>de</strong> hoje precisamos ter analíticos<br />
trabalhando ao lado <strong>de</strong> sociólogos; experts<br />
digitais ao lado <strong>de</strong> bons contadores <strong>de</strong><br />
histórias.<br />
E conexão traz reputação – lembram da<br />
tal “camada <strong>de</strong> confiança” que citei lá no<br />
começo?<br />
O brand safety é uma ferramenta potente,<br />
é claro, para ajudar na construção <strong>de</strong> reputação.<br />
Mas nossos <strong>de</strong>safios vão muito além <strong>de</strong><br />
ferramentas.<br />
Por um motivo simples e antigo. Os consumidores<br />
são pessoas. E pessoas têm sonhos,<br />
<strong>de</strong>sejos, medos. E, principalmente no<br />
mundo <strong>de</strong> hoje, pessoas mudam <strong>de</strong> opinião<br />
numa velocida<strong>de</strong> cada vez <strong>maio</strong>r.<br />
Enten<strong>de</strong>r a alma das pessoas e respon<strong>de</strong>r<br />
a esses sonhos e medos é garantia <strong>de</strong> reputação.<br />
E respon<strong>de</strong>r com ações reais e causar<br />
emoções conectam as pessoas com sua marca<br />
– nada mais.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 99
propmark 58 Anos<br />
Combater fake news tornou-se política<br />
estratégica para a mídia brasileira<br />
Veículos e plataformas <strong>de</strong> informação adotam cada vez mais práticas<br />
<strong>de</strong> brand safety para evitar a divulgação <strong>de</strong> informações falsas<br />
Reprodução<br />
A programação <strong>de</strong> jornalismo da TV Globo instituiu o quadro Fato ou Fake em seus telejornais para alertar os telespectadores sobre informações falsas divulgadas em re<strong>de</strong>s sociais<br />
Pedro Yves<br />
Em tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia e fake news, como o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />
cuida da reputação <strong>de</strong> suas marcas? Ações <strong>de</strong> brand safety são<br />
cada vez mais exigidas dos veículos, pois é cada vez <strong>maio</strong>r a preocupação<br />
dos anunciantes em escolher com <strong>maio</strong>r rigor on<strong>de</strong> suas campanhas<br />
serão veiculadas. A busca por audiência agora está atrelada a conteúdo<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> porque sensacionalismo, fake news e anúncios atrelados<br />
a conteúdos impróprios têm preocupado os CMOS pelo po<strong>de</strong>r que têm <strong>de</strong><br />
manchar a reputação das marcas.<br />
Segundo o IAB Brasil - órgão especializado em <strong>de</strong>senvolver padrões técnicos<br />
e éticos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> digital -, a <strong>de</strong>finição do termo brand safety,<br />
“<strong>de</strong>screve as práticas que uma marca <strong>de</strong>ve adotar para que seus anúncios<br />
não sejam vinculados a ambientes inseguros e in<strong>de</strong>sejados”, e po<strong>de</strong> variar<br />
conforme o produto anunciado. De maneira geral, são consi<strong>de</strong>radas<br />
categorias sensíveis conteúdos relacionados a pirataria, pornografia, intolerância<br />
(sexual, racial, social ou religiosa) e notícias falsas, entre outros.<br />
Em artigo recente publicado no jornal O Globo, Washington Olivetto, um<br />
dos expoentes da propaganda brasileira <strong>de</strong> todos os tempos, alerta que, se<br />
a internet trouxe muita coisa boa, no outro extremo baixou sobre nós a<br />
“era das Trevas Digitais”. Nos dias <strong>de</strong> hoje, escreve ele, “tenta-se <strong>de</strong>struir<br />
o jornalismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, chamando esse jornalismo <strong>de</strong> lixo. Confun<strong>de</strong>-<br />
-se o combate às notícias falsas com censura. Grosserias se repetem nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais, muitas vezes protegidas pela covardia do anonimato. Pessoas<br />
cometem gestos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scabida e constrangedora evasão <strong>de</strong> intimida<strong>de</strong> em<br />
Facebooks e Instagrans”.<br />
Diante <strong>de</strong>sse panorama um tanto sombrio, quais são as ações <strong>de</strong> brand<br />
safety adotadas pela mídia brasileira? O propmark lançou a questão para<br />
alguns dos principais veículos e plataformas <strong>de</strong> informação do nosso mercado.<br />
Leia a opinião <strong>de</strong>les nas páginas a seguir.<br />
É cada vez <strong>maio</strong>r a preocupação<br />
dos anunciantes em escolher<br />
com <strong>maio</strong>r rigor on<strong>de</strong> suas<br />
campanhas serão veiculadas<br />
100 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Propmarketingbest.<br />
Propmark, há 58 anos sendo o the best.<br />
Marketing Best. Tendência há 30 anos.
Manzar Feres<br />
diretora <strong>de</strong> negócios<br />
integrados<br />
em publicida<strong>de</strong> da Globo<br />
“A Globo é uma empresa brand safety em sua essência. Como companhia brasileira, temos um compromisso inegociável<br />
com o país atuando firmemente contra a <strong>de</strong>sinformação e oferecendo conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que gera impacto social e<br />
ajuda a socieda<strong>de</strong> a evoluir em assuntos urgentes e importantes. O conceito Ví<strong>de</strong>o Premium orienta nosso trabalho com<br />
o mercado publicitário e reforça o que nos faz únicos no Brasil: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar histórias <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, com curadoria<br />
bem cuidada, garantindo um ambiente seguro para os anunciantes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da plataforma em que ela<br />
acontece. Trabalho que ganhou muita escala com nossa jornada mediatech. Oferecemos ferramentas <strong>de</strong> brand suitability,<br />
com entregas contextualizadas e a<strong>de</strong>quadas às estratégias <strong>de</strong> negócios das marcas em projetos <strong>de</strong> comunicação na TV,<br />
plataformas digitais e streaming. Nossa busca constante por impulsionar o mercado brasileiro materializando tendências<br />
que movimentam o setor mundo afora nos permite criar soluções inovadoras para as marcas no Brasil. Em 20<strong>22</strong>, por<br />
exemplo, enquanto o mercado discutia a publicida<strong>de</strong> no streaming, a Globo não apenas já oferecia oportunida<strong>de</strong>s nos<br />
conteúdos do Globoplay como lançou soluções exclusivas, como o Globo DAI e o Pause Ads, que possibilitam a entrega<br />
<strong>de</strong> anúncios segmentados <strong>de</strong> maneira não intrusiva na experiência <strong>de</strong> consumo. Essa é uma oferta potencializada pelo<br />
rápido crescimento das TVs conectadas no Brasil, que hoje já estão presentes em mais <strong>de</strong> 50% das casas brasileiras e<br />
que têm na tela gran<strong>de</strong> da TV a <strong>maio</strong>r parcela do consumo <strong>de</strong> streaming. Também no ano passado, lançamos o GAMA,<br />
uma plataforma <strong>de</strong> mídia programática com a premissa <strong>de</strong> entregar estratégias <strong>de</strong> ativação e retargeting <strong>de</strong> campanhas<br />
em ambientes totalmente brand safety, tanto proprietários da Globo como <strong>de</strong> terceiros. Outra solução inovadora é o<br />
ORA, ferramenta <strong>de</strong> inteligência artificial capaz <strong>de</strong> mapear e propor oportunida<strong>de</strong>s para que marcas contextualizem<br />
suas mensagens à programação linear da TV aberta e por assinatura, garantindo alertas ágeis para atrelar campanhas às<br />
histórias acompanhadas por milhões <strong>de</strong> brasileiros todos os dias. Também usamos inteligência <strong>de</strong> dados para entrega <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> contextualizada em nossos portais. As matérias do g1, por exemplo, são interpretadas por algoritmos <strong>de</strong> NLP<br />
(Natural Language Processing) e categorizadas por territórios para uma oferta assertiva para as campanhas das marcas.”<br />
“Hoje, a reputação <strong>de</strong> uma marca é construída pela união entre cliente, consumidor e mídia. Está no DNA do brasileiro<br />
o apego pela TV, distribuída em 100% do território nacional e presente em milhões <strong>de</strong> lares. De um outro lado, sempre<br />
existiu uma gran<strong>de</strong> preocupação das marcas em estarem associadas a veículos <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>, que trabalhem os<br />
seus conteúdos e sua comunicação com a comunida<strong>de</strong> com serieda<strong>de</strong>. Na era das fake news, isso ganhou ainda mais<br />
força. Parte da estratégia do SBT consiste em criar uma proximida<strong>de</strong> com as marcas, não apenas no quesito confiança<br />
e proteção, mas também no aspecto <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma comunicação alinhada ao propósito dos anunciantes. Isso<br />
tem sido <strong>de</strong>senhado, da TV ao digital, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o product placement nas novelas e inputs em programas, até o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> novos produtos em parceria com as marcas, sempre seguindo os três pilares que regem a emissora<br />
- família, diversão e informação -, nos certificando sempre <strong>de</strong> uma curadoria completa para que o conteúdo entregue<br />
seja integralmente brand safety, em todas as plataformas e formatos.”<br />
Priscila Stoliar<br />
head <strong>de</strong> marketing do SBT<br />
“A curadoria para levar à nossa audiência uma informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sempre esteve no DNA do Estadão.<br />
A mensagem que transmitimos diariamente aos nossos públicos, em todas as plataformas, é submetida a<br />
um rigoroso método jornalístico e é isso que nos diferencia. O cuidado e o apuro técnico são extremamente<br />
relevantes e foram responsáveis pela construção <strong>de</strong> uma audiência sólida, reconhecida e cobiçada pelos<br />
nossos anunciantes e parceiros. Apresentar esse diferencial aos nossos parceiros é o que reforça a credibilida<strong>de</strong><br />
do Estadão, construída ao longo <strong>de</strong> décadas, multiplicando o valor daquilo que é transmitido.”<br />
Paulo Pessoa<br />
diretor-executivo do<br />
mercado anunciante<br />
do Estadão<br />
“O UOL apoia o jornalismo profissional e mantém uma equipe <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 400 pessoas, que tem a função <strong>de</strong><br />
informar o leitor seguindo um rigoroso processo <strong>de</strong> apuração e uma linha editorial baseada na isenção e na ética.<br />
Regularmente, o UOL promove campanhas com ampla distribuição contra as fake news, como a que foi realizada<br />
no último período eleitoral. O objetivo <strong>de</strong>ssas iniciativas é educar o público a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar notícias falsas e evitar<br />
que elas sejam passadas adiante. Nós também <strong>de</strong>senvolvemos o UOL Confere, uma iniciativa que promove a checagem<br />
e o esclarecimento <strong>de</strong> todo e qualquer fato. Além disso, fazemos parte também do Comprova, um projeto<br />
sem fins lucrativos formado por uma coligação <strong>de</strong> 43 veículos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> todas as regiões do Brasil para<br />
<strong>de</strong>scobrir e investigar informações enganosas, inventadas e <strong>de</strong>liberadamente falsas sobre políticas públicas compartilhadas<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais ou por aplicativos <strong>de</strong> mensagens. O nosso objetivo é orientar a audiência a buscar informações<br />
apuradas <strong>de</strong> forma segura, interrompendo o ciclo <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> fatos nocivos à socieda<strong>de</strong> e criando<br />
um ambiente cada vez mais favorável e saudável para os <strong>de</strong>bates sociais.”<br />
Paulo Samia<br />
CEO do UOL Conteúdo e<br />
Serviços<br />
102 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Alarico Naves<br />
superinten<strong>de</strong>nte-comercial<br />
multiplataforma<br />
do Grupo Record<br />
“O conceito brand safety tem ganhado força nos últimos anos. Sabemos que a reputação <strong>de</strong> uma marca é um ativo<br />
importante para qualquer empresa, por isso, existe uma preocupação mútua do Grupo Record em proporcionar um<br />
ambiente cada vez mais seguro aos nossos anunciantes. Atualmente o jornalismo é um dos gêneros mais assistidos<br />
pelo brasileiro na TV Aberta e por trás <strong>de</strong> todo esse conteúdo, na Record TV, existe um trabalho sério <strong>de</strong> curadoria<br />
que combate a fake news e leva informação apurada e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> aos nossos espectadores. Nos <strong>de</strong>mais formatos<br />
<strong>de</strong>ntro da nossa programação, investimos cada vez mais em ferramentas que nos aju<strong>de</strong>m a monitorar e nos antecipar,<br />
a qualquer tipo <strong>de</strong> situação, a exemplo do stilingue, uma ferramenta que faz o monitoramento prévio <strong>de</strong> tudo o que<br />
está sendo discutido nas re<strong>de</strong>s sociais sobre o nosso conteúdo, que nos auxilia <strong>de</strong> forma ágil em uma possível tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ou em um redirecionamento <strong>de</strong> ações. Em nossas plataformas online, como o portal R7.com, também<br />
utilizamos ferramentas que possam proporcionar um ambiente mais seguro às marcas. Por meio <strong>de</strong>ssas ferramentas é<br />
possível fazer alguns bloqueios, a fim <strong>de</strong> que uma <strong>de</strong>terminada campanha não seja veiculada próxima a um conteúdo<br />
impróprio ou ina<strong>de</strong>quado, que contenha <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> palavra-chave, ou mesmo, próximo a um conteúdo<br />
Hard News. Como um player multiplataforma, o Grupo Record vem investindo cada vez mais em ações e estratégias<br />
<strong>de</strong> brand safety, garantindo que a mensagem do nosso anunciante, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do canal escolhido, seja<br />
levada <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada aos nossos espectadores, sem que ela perca seu propósito.”<br />
“Costumo dizer que a Band conquistou o que toda marca sonha: a percepção positiva da sua imagem. Tá tudo na Band. A<br />
Band não para. Vocês mostram o que as outras cortam. Mas essa construção não foi <strong>de</strong> um dia para o outro. Ao longo dos<br />
seus 55 anos, a emissora abriu portas para profissionais realmente qualificados contarem histórias no jornalismo, no esporte<br />
e no entretenimento. De lá para cá, a Band mostra diariamente que tradição e inovação po<strong>de</strong>m, sim, andar lado a lado.<br />
Seja através dos formatos que apresenta ou dos executivos que trabalham na empresa. Veteranos experientes se misturam<br />
a jovens da geração Z para troca <strong>de</strong> percepções e ações. O jornalismo é o pilar que traz credibilida<strong>de</strong> e respeito ao Grupo<br />
Ban<strong>de</strong>irantes. A relação com a notícia e a responsabilida<strong>de</strong> pela informação checada e rechecada dão às marcas a tranquilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sentar-se à mesa para a construção <strong>de</strong> um case ou um anúncio tradicional no intervalo. A Band reinventou o<br />
formato <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate eleitoral; rejuvenesceu o público com uma transmissão diferenciada da Fórmula 1; investiu nos direitos<br />
<strong>de</strong> transmissão do Campeonato Carioca, da Série B do Campeonato Brasileiro, da NBA e do UFC; trouxe o Faustão <strong>de</strong> volta<br />
para casa; se consolidou como o <strong>maio</strong>r grupo <strong>de</strong> rádios da América Latina, com Nativa FM, Band FM, Rádio Ban<strong>de</strong>irantes e<br />
BandNews FM, espalhadas por todo o Brasil, e chega à décima edição do Masterchef com recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> anunciantes. Está no<br />
streaming com Bandplay e digital, diversificou o seu cardápio na TV fechada e não para <strong>de</strong> investir em tecnologia e pessoas.<br />
A credibilida<strong>de</strong> da emissora vem <strong>de</strong> forma orgânica. Como grupo <strong>de</strong> comunicação, temos a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educar<br />
nosso consumidor a não viralizar informações não confiáveis. Notícias falsas têm 70% mais chances <strong>de</strong> repercutir do que<br />
uma notícia verda<strong>de</strong>ira. Então, na dúvida, não compartilhe. O que é fake e o que é news, nós mostramos para você.”<br />
Viviane Groisman<br />
diretora <strong>de</strong> marketing do<br />
Grupo Ban<strong>de</strong>irantes <strong>de</strong><br />
Comunicação<br />
“A Antena 1 é um veículo <strong>de</strong> comunicação que leva lazer e entretenimento ao seu público. A música é algo onipresente<br />
no nosso dia a dia e a Antena 1 <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a importância <strong>de</strong> fazer essa conexão <strong>de</strong> forma tão especial. Nosso ouvinte<br />
é fiel e tem muita confiança em tudo o que consome em todas as nossas plataformas, e esta credibilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />
muito valiosa, é algo que não abrimos mão. Por isso, a Antena 1 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre se posicionou <strong>de</strong> maneira bastante<br />
atenciosa na forma como chega a esse ouvinte, transmitindo leveza, qualida<strong>de</strong> e a certeza <strong>de</strong> um conteúdo atualizado,<br />
agradável e totalmente verda<strong>de</strong>iro. Todo nosso conteúdo editorial é checado e divulgado <strong>de</strong> forma real, que não<br />
agrida ou assuste o consumidor. Por exemplo, se um cantor faleceu, fazemos uma homenagem especial ao artista.<br />
Em relação às notícias <strong>de</strong> coronavírus, abordamos a vacinação, as inovações comprovadas da ciência para o combate<br />
à doença, e não números <strong>de</strong> vítimas ou tentativas questionáveis <strong>de</strong> cura. A Antena 1 é uma marca muito consolidada<br />
que por diretriz preza manter-se <strong>de</strong>sta forma e faz questão <strong>de</strong> levar essa característica aos clientes que cada vez mais<br />
compreen<strong>de</strong>m a importância em conectar sua marca a quem partilha dos mesmos valores e visões.”<br />
Katia Zaratin<br />
Santacroce (Zara)<br />
gerente-comercial da<br />
Rádio Antena 1<br />
“As marcas, reconhecendo o po<strong>de</strong>r, a força e a credibilida<strong>de</strong> da CNN Brasil, nos procuram ou para reforçar suas qualida<strong>de</strong>s<br />
ou para se <strong>de</strong>senvolverem junto ao nosso público, <strong>de</strong>cisores e formadores <strong>de</strong> opinião. Nossa audiência é muito<br />
relevante e, como temos um conteúdo baseado no fato, na verda<strong>de</strong> e sem fake news, somos fortemente reconhecidos<br />
como uma plataforma brand safety. No ano passado, fomos eleitos pela Kantar Ibope Media como o veículo <strong>de</strong> comunicação<br />
on<strong>de</strong> a audiência mais reconhece a excelente reputação dos clientes que estão em nossos breaks comerciais.”<br />
Mauricio Kotait<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte comercial<br />
da CNN Brasil<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 103
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
O que faz uma<br />
reputação forte?<br />
Raphael Ramos<br />
é diretor <strong>de</strong> conteúdo e influência da DOJO<br />
ryuri@dojo.do<br />
Raphael Ramos<br />
Estamos vivendo um gran<strong>de</strong> momento<br />
<strong>de</strong> mudanças nas dinâmicas das re<strong>de</strong>s<br />
sociais: as relações entre transmissor<br />
e receptor são cada vez mais estreitas, todos<br />
são potenciais criadores <strong>de</strong> conteúdo, e nossas<br />
re<strong>de</strong>s “sociais” já não são mais pontos<br />
<strong>de</strong> encontro, e sim hubs <strong>de</strong> entretenimento.<br />
Na era em que tudo é conteúdo, sua empresa<br />
não tem escolha, ela já faz parte da conversa.<br />
Em tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização das<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, elas não são mais unilaterais,<br />
mas, sim, um ecossistema complexo, formado<br />
por diferentes pontos <strong>de</strong> vista, sejam<br />
eles filmados, publicados ou comentados.<br />
Esse novo cenário oferece um mar <strong>de</strong><br />
possibilida<strong>de</strong>s: as conexões agora po<strong>de</strong>m<br />
partir <strong>de</strong> diferentes necessida<strong>de</strong>s, criando<br />
uma imagem projetada, ou seja, são os valores<br />
institucionais agora exponenciados<br />
pela visão do consumidor. O foco <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />
ser na marca ativa (não é ela mais quem dita<br />
o jogo) e sim nas comunida<strong>de</strong>s. É chegada a<br />
hora da escuta e da curadoria, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />
quais são as óticas espontâneas que constroem<br />
uma reputação.<br />
Na nova or<strong>de</strong>m, as comunida<strong>de</strong>s precisam<br />
ser o nosso ponto focal. São elas os<br />
vetores <strong>de</strong> conversa e é por isso que, ao contrário<br />
do esperado, a febre <strong>de</strong> creators não<br />
só não diminuiu, mas emergiu com força.<br />
As cocriações com criadores e comunida<strong>de</strong><br />
têm ficado mais comuns e mostrando cada<br />
vez mais resultados, e as marcas agora emulam<br />
o conteúdo <strong>de</strong> maneira cada vez mais<br />
nativa.<br />
Toda essa pluralida<strong>de</strong> traz não só as<br />
oportunida<strong>de</strong>s, mas efeitos colaterais que<br />
merecem nossa atenção. Com diferentes<br />
perspectivas sendo publicadas e a necessida<strong>de</strong><br />
crescente <strong>de</strong> pauta, crescem também<br />
as fakes news, o sensacionalismo em <strong>de</strong>terminados<br />
assuntos e as associações impróprias<br />
– sejam nos conteúdos com creators<br />
ou mesmo da comunida<strong>de</strong>. Conteúdos esses<br />
que po<strong>de</strong>m só vir à tona quando o estrago já<br />
tiver dando sinais.<br />
I<strong>de</strong>ntificar a tempo esses pequenos incêndios<br />
tem sido um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios<br />
do mercado, já que na <strong>maio</strong>ria das vezes<br />
essa conversa começa em um espaço fora<br />
do campo <strong>de</strong> vista proprietário. Para hackear<br />
essa mecânica, é preciso escutar e nutrir<br />
essas comunida<strong>de</strong>s, um trabalho que foge<br />
um pouco da necessida<strong>de</strong> do resultado em<br />
curto prazo, a estratégia aqui é criar raízes e<br />
manter viva a conversa, alimentando os diferentes<br />
prismas que <strong>de</strong>vem construir juntos<br />
sua reputação.<br />
A i<strong>de</strong>ia não é evitar os diferentes pontos<br />
<strong>de</strong> vista, mas, sim, direcioná-los e atrelá-los<br />
aos valores da marca. Esses valores precisam<br />
ser cada vez mais claros e encarados<br />
com responsabilida<strong>de</strong>, não ficando restritos<br />
apenas aos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> cultura, mas<br />
envolvendo todas as disciplinas que compõem<br />
essa imagem institucional.<br />
As <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> uma companhia e como<br />
ela se anuncia são balizadores importantes<br />
do quão consistente ela é em seu discurso.<br />
Essa consistência é cobrada <strong>de</strong> acordo com<br />
as escolhas <strong>de</strong> meios e influenciadores.<br />
É importante olhar para o mercado, mas<br />
também para a socieda<strong>de</strong>, pois os anunciantes<br />
também têm responsabilida<strong>de</strong> sobre<br />
ela.<br />
O que faz uma reputação forte não é a<br />
pura neutralida<strong>de</strong>, e sim a autenticida<strong>de</strong><br />
em enten<strong>de</strong>r as órbitas sociais e como respon<strong>de</strong>r<br />
a essas questões. Esse é um tempo<br />
<strong>de</strong> provocações e levantar discussões não<br />
precisa ser sempre negativo, é importante<br />
inclusive para se mostrar presente e atual,<br />
principalmente quando elas são condizentes<br />
com seus valores.<br />
104 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Marcello Barbusci<br />
Para toda boa criação<br />
há uma referência.<br />
We transforme your dream<br />
Na<br />
em<br />
sua<br />
in realida<strong>de</strong> a reality<br />
impressão<br />
on no paper. papel.<br />
também.<br />
Nós transformamos seu sonho<br />
Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />
em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />
“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />
são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />
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segmentadas magazines Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />
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Jornais We etransforme Didatic Livros Catalogs Catálogos your and e dream Paper Papel<br />
Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />
in a reality on paper.<br />
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propmark 58 Anos<br />
Live marketing propõe experiências nos<br />
eventos para gerar reputação às marcas<br />
Segmento tem boas expectativas para<br />
trazer novas soluções para as marcas nos<br />
eventos coletivos, como The Town, e nos<br />
criados para ativar conceitos e vendas<br />
Paulo Macedo<br />
O<br />
segmento <strong>de</strong> live marketing quase foi<br />
à lona durante a pan<strong>de</strong>mia. As soluções<br />
digitais, implementadas rapidamente,<br />
<strong>de</strong>ram fôlego a um mercado que<br />
já chegou a movimentar cerca <strong>de</strong> R$ 45 bilhões<br />
por ano e busca sua recuperação com<br />
o retorno dos eventos físicos.<br />
Locais que abrigam megaeventos, como<br />
o São Paulo Expo e o Anhembi, ambos em<br />
São Paulo; e o Riocentro, no Rio <strong>de</strong> Janeiro;<br />
estão com suas agendas sem espaço. Entre<br />
os gigantes, o Salão do Automóvel está sem<br />
perspectiva <strong>de</strong> retorno. Há quatro anos foi<br />
realizada a última edição e agora a entida<strong>de</strong><br />
do tra<strong>de</strong> das montadoras, a Anfavea (Associação<br />
Nacional dos Fabricantes <strong>de</strong> Veículos<br />
Automotores) estuda evento com soluções<br />
brasileiras harmonizadas com o meio ambiente,<br />
especialmente, <strong>de</strong>scarbonização.<br />
SoluçõeS e experiênciaS híbridaS<br />
“Ainda existem muitas dúvidas do governo,<br />
consumidores e <strong>de</strong> outros países sobre<br />
soluções que temos no Brasil para <strong>de</strong>scarbonizar<br />
a mobilida<strong>de</strong>. Temos peculiarida<strong>de</strong>s<br />
que outros países não têm e precisamos<br />
mostrar à socieda<strong>de</strong> as tecnologias disponíveis.<br />
Outro dia, me perguntaram por que<br />
não temos veículos híbridos no país e respondi<br />
que nossa indústria já produz a solução<br />
há muito tempo. Queremos fazer uma<br />
feira para <strong>de</strong>stacar essas tecnologias”, afirma<br />
Márcio <strong>de</strong> Lima Leite, presi<strong>de</strong>nte da Anfavea,<br />
em <strong>de</strong>poimento ao Automotive Now.<br />
“Montamos o squad<br />
perfeito para o The Town,<br />
com creators dos mais<br />
diversos segmentos”<br />
106 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
PROPMARK DIGITAL<br />
OU IMPRESSO. QUEM<br />
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Fotos: Divulgação<br />
Criação da Holding Clube por meio da Agência Samba, projeto para Coca-Cola teve proposta imersiva no Lollapalooza e foi ponto <strong>de</strong> encontro disputado na edição <strong>de</strong> <strong>2023</strong><br />
Até 2019, <strong>de</strong> acordo com dados do World<br />
Travel & Tourism Council, do Ministério<br />
do Turismo e da CNC (Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />
do Comércio), a indústria <strong>de</strong> eventos<br />
envolvia mais <strong>de</strong> 50 setores da economia com<br />
receita bruta superior a R$ 930 bilhões e<br />
com um volume superior a dois milhões<br />
<strong>de</strong> empregos.<br />
A Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
informa que, em homenagem<br />
a Caio <strong>de</strong> Alcântara Machado, criador da<br />
Alcântara Machado Feiras e Eventos (hoje<br />
controlada pela alemã Reed Exhibitions), foi<br />
instituído o dia 30 <strong>de</strong> abril, data do seu nascimento,<br />
como dia do profissional <strong>de</strong> eventos.<br />
Justa homenagem!<br />
“Segundo a Ubrafe (União Brasileira <strong>de</strong><br />
Feiras e Eventos <strong>de</strong> Negócios), a expectativa<br />
para <strong>2023</strong> é que sejam realizados, pelo menos,<br />
1.500 eventos B2B <strong>de</strong> porte gran<strong>de</strong> ou<br />
mega durante o ano, em São Paulo. A entida<strong>de</strong><br />
estima receber uma média <strong>de</strong> quatro<br />
milhões <strong>de</strong> turistas <strong>de</strong> negócios somente<br />
nos eventos realizados nas principais ‘venues’<br />
da capital paulista. Consi<strong>de</strong>rando que<br />
cada turista <strong>de</strong>va passar em média três dias<br />
na capital e investir cerca <strong>de</strong> R$ 3,5 mil em<br />
transporte, alimentação e hotel, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Paulo <strong>de</strong>verá ter neste ano um impacto<br />
<strong>de</strong> R$ 14 bilhões somente com o turismo <strong>de</strong><br />
negócios relacionados com os eventos B2B”,<br />
<strong>de</strong>staca a Ampro.<br />
A retomada dos gran<strong>de</strong>s eventos musicais<br />
garante às marcas oportunida<strong>de</strong>s para<br />
ativações e vendas nos espaços dos espetáculos.<br />
O Rock in Rio, por exemplo, como<br />
“São Paulo <strong>de</strong>verá ter um<br />
impacto <strong>de</strong> R$ 14 bilhões<br />
somente com o turismo<br />
<strong>de</strong> negócios”<br />
explicou a organização, teve público em<br />
20<strong>22</strong> <strong>de</strong> 700 mil pessoas que compraram ingressos<br />
e contribuiram para o faturamento<br />
<strong>de</strong> R$ 2 bilhões, mas com 300 artistas para<br />
assistir e 507 horas <strong>de</strong> conteúdo disponíveis.<br />
O stand da operadora TIM atraiu nas duas<br />
semanas do evento mais <strong>de</strong> 20 mil pessoas,<br />
que consumiram 133 terabytes <strong>de</strong> dados.<br />
O Itaú teve como objetivo no RIR interagir<br />
com a audiência jovem. Levou mais <strong>de</strong> 100<br />
creators, entre os quais o coletivo Digital Favela.<br />
No TikTok foram mais <strong>de</strong> 2,7 bilhões <strong>de</strong><br />
interações. O banco ofereceu em seu espaço<br />
coberto tomadas para carregar celular e,<br />
com apoio da agência Todos, uma concorrida<br />
roda-gigante.<br />
Os mesmos organizadores do RIR <strong>de</strong>sembarcam<br />
em São Paulo entre 2 e 10 <strong>de</strong> setembro<br />
no Autódromos <strong>de</strong> Interlagos com o The<br />
Town, com plano <strong>de</strong> propiciar novas experiências<br />
por meio <strong>de</strong> creators, como enfatiza<br />
a diretora <strong>de</strong> marketing Ana Deccache. “O<br />
The Town, assim como o irmão RIR, além <strong>de</strong><br />
incentivar as pessoas a sonharem junto com<br />
ele, também adora ver os fãs criando conteúdos<br />
em parceria com o festival. Assim que<br />
anunciamos o challenge, já era possível ver<br />
a animação do público. Ficamos muito felizes<br />
com o gran<strong>de</strong> engajamento e a forte interação<br />
das pessoas. Recebemos conteúdos<br />
fantásticos. Montamos o squad perfeito para<br />
o The Town, com creators dos mais diversos<br />
segmentos, com diferentes abordagens e<br />
formatos, que vão produzir materiais incríveis<br />
ao longo do ano e na Cida<strong>de</strong> da Música”,<br />
esclarece a executiva.<br />
108 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Tudo tem o seu<br />
tempo ou pelo<br />
menos <strong>de</strong>veria ter<br />
Marianna Souza<br />
é presi<strong>de</strong>nte da Apro (Associação Brasileira<br />
da Produção <strong>de</strong> Obras Audiovisuais)<br />
marianna@apro.org.br<br />
Marianna Souza<br />
Atualmente, consi<strong>de</strong>rando o momento<br />
que vivemos com os diversos<br />
avanços <strong>de</strong> ferramentas e tecnologias,<br />
nos vemos inundados e sobrecarregados<br />
<strong>de</strong> informações. Diariamente,<br />
recebemos uma avalanche <strong>de</strong> notícias,<br />
ví<strong>de</strong>os, imagens e stories, enfim, uma<br />
infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdos que dificultam<br />
cada vez mais a chance <strong>de</strong> uma marca ou<br />
creator se <strong>de</strong>stacar, exigindo <strong>de</strong>las mais<br />
singularida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>.<br />
Porém, a sensação <strong>de</strong> que tudo precisa<br />
ser <strong>de</strong>senvolvido para ontem vem<br />
também com uma certa aflição, uma<br />
ânsia por criar, em tempo recor<strong>de</strong>, algo<br />
que cative os stakehol<strong>de</strong>rs. A rapi<strong>de</strong>z com<br />
que <strong>de</strong>sejamos isso nos leva a esquecer<br />
que as coisas que consumimos são efêmeras<br />
e vivemos em uma socieda<strong>de</strong> muito<br />
mais politizada, que está preocupada com<br />
questões sociais, políticas, ambientais e<br />
muitas outras que nos <strong>de</strong>spertam a consciência,<br />
inclusive para o po<strong>de</strong>r que o dinheiro<br />
tem.<br />
Mas o que isso quer dizer, afinal? Estamos<br />
mais perspicazes e atentos aos conteúdos<br />
sensacionalistas, às fake news e aos<br />
anúncios atrelados a conteúdos impróprios.<br />
Também prestamos mais atenção<br />
no que uma marca está fazendo para impactar<br />
positivamente, bem como quando<br />
ela comete algum erro que po<strong>de</strong> prejudicar<br />
a sua reputação.<br />
Nesse sentido, às vezes, as marcas se<br />
esquecem da importância <strong>de</strong> se respeitar<br />
o tempo <strong>de</strong> maturação das i<strong>de</strong>ias.<br />
Um tempo que <strong>de</strong>ve passar por um lugar<br />
<strong>de</strong> checagem <strong>de</strong> informações para compreen<strong>de</strong>r<br />
se ela está correta e se respeitou<br />
todas as questões éticas do processo. E<br />
tudo isso porque a ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o<br />
novo <strong>de</strong> forma rápida leva a uma pressa<br />
sem dimensão.<br />
A ânsia por causar um impacto com<br />
uma campanha ou uma i<strong>de</strong>ia genial po<strong>de</strong><br />
gerar <strong>de</strong>slizes em questões que hoje são<br />
fundamentais para a população. Quer<br />
um exemplo? Há casos <strong>de</strong> produtoras que<br />
são cobradas a aten<strong>de</strong>r um prazo <strong>de</strong> concorrência<br />
inexequível <strong>de</strong> um cliente, simplesmente<br />
porque eles “precisam” <strong>de</strong>vido<br />
a N questões que não cabem ser <strong>de</strong>talhadas<br />
aqui.<br />
Com isso, há uma pressão em cima dos<br />
profissionais <strong>de</strong> produção, que acabam<br />
trabalhando mais horas do que realmente<br />
<strong>de</strong>veriam para aten<strong>de</strong>r o cliente e não<br />
per<strong>de</strong>r o job. Hoje, existe uma convenção<br />
coletiva para cumprir, no máximo, 12 horas<br />
trabalhadas e, mesmo assim, apenas<br />
para “atingir uma missão”, o cliente acaba<br />
colocando uma equipe inteira em risco,<br />
expondo pessoas a situações <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />
ao fazer com que elas trabalhem 17 horas<br />
ou 18 horas por dia em um set <strong>de</strong> filmagem,<br />
um ambiente consi<strong>de</strong>rado extremamente<br />
perigoso.<br />
Aqui é apenas um exemplo, mas é o tipo<br />
<strong>de</strong> questão que precisa sempre ser levada<br />
em consi<strong>de</strong>ração na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
um trabalho. Afinal, se algo <strong>de</strong>r errado, se<br />
acontecer o pior, é a reputação da marca<br />
que está em jogo, que vai para o ralo por<br />
não ter respeitado um acordo e exigir um<br />
serviço que <strong>de</strong>manda tempo e <strong>de</strong>dicação.<br />
Em suma, o que quero dizer é que as<br />
pessoas estão per<strong>de</strong>ndo a consciência sobre<br />
a importância <strong>de</strong> processar e amadurecer<br />
as i<strong>de</strong>ias. Seja uma campanha, um<br />
texto, um ví<strong>de</strong>o, ou qualquer outro tipo<br />
<strong>de</strong> conteúdo, é preciso <strong>de</strong> mais tempo do<br />
que tem sido nos dias <strong>de</strong> hoje, para que as<br />
i<strong>de</strong>ias sejam melhor <strong>de</strong>senvolvidas e com<br />
mais proprieda<strong>de</strong>.<br />
A ansieda<strong>de</strong>, muitas vezes, nos cega,<br />
mas precisamos apren<strong>de</strong>r que é analisando<br />
e dando o tempo certo às coisas que se<br />
constrói e se mantém uma reputação, seja<br />
ela <strong>de</strong> uma marca, uma empresa, um creator<br />
ou até mesmo <strong>de</strong> uma pessoa comum.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 109
propmark 58 Anos<br />
Todos ativa Itaú, Magalu e Movida<br />
em festivais musicais como Rock in Rio<br />
Os sócios Iron Neto e Ana Paula Pimentel fundaram a empresa em 2020<br />
com o tripé melhor custo, equipes sob <strong>de</strong>manda e olhar para pauta ESG<br />
Paulo Macedo<br />
Criada em 2020 pelos executivos Iron<br />
Neto e Ana Paula Pimentel com o plano<br />
<strong>de</strong> oferecer “o melhor custo, o melhor<br />
time e gran<strong>de</strong>s projetos”, a Todos chega<br />
ao terceiro ano celebrando o que chama<br />
<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo inédito <strong>de</strong> atuação no segmento<br />
<strong>de</strong> live marketing com pauta ESG. “É possível<br />
ser transparente, estar do mesmo lado<br />
da mesa que o cliente e ser bem-sucedido<br />
financeiramente com boas práticas. Somos<br />
o futuro do que está morrendo. Trabalhamos<br />
ao lado e pró cliente. Nossos clientes<br />
são aqueles que têm <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> transformação”,<br />
esclarecem.<br />
Com portfólio <strong>de</strong> negócios que inclui<br />
Itaú, Re<strong>de</strong>, Movida, Magalu e Cenp, a Todos<br />
tem postura global e <strong>de</strong>z funcionários fixos,<br />
mas monta equipes sob <strong>de</strong>manda para cada<br />
projeto. “Somos um hub criativo, especialista<br />
em provocações por meio <strong>de</strong> conteúdo<br />
transformador, conexões e experiências<br />
relevantes para as marcas e seus públicos.<br />
Com olhar próprio para inovação, tecnologia<br />
e artes, gestão rigorosa <strong>de</strong> projetos e importante<br />
referência em transparência e ética<br />
(empresa do sistema B), a Todos atua na<br />
criação, planejamento, realização e gestão<br />
<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> marketing e comunicação, nos<br />
mais diversos setores e em qualquer lugar<br />
do mundo”, diz Iron.<br />
“Temos um jeito próprio <strong>de</strong> trabalhar<br />
que tem sido amplamente aceito por nossos<br />
clientes, em sintonia com suas práticas<br />
<strong>de</strong> transparência e responsabilida<strong>de</strong>. Temos<br />
“O live acelera os<br />
batimentos, faz rir e<br />
chorar, causa paixão<br />
e emociona”<br />
110 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
A Todos preparou instalação para o Prêmio Walther Moreira Salles, criado com a intenção <strong>de</strong> incentivar projetos que fazem a diferença à comunida<strong>de</strong> do Itaú, ou Itubers<br />
equipes <strong>de</strong> talentos em todas as áreas que<br />
priorizam a criação <strong>de</strong> experiências focadas<br />
na emoção em função das mensagens das<br />
marcas. Esta habilida<strong>de</strong> criativa (sempre<br />
inovadora e <strong>de</strong> alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r),<br />
associada ao rigor da execução (<strong>de</strong>talhista,<br />
simples e <strong>de</strong> fácil implantação), tem sido os<br />
principais diferenciais da Todos, que encantam<br />
clientes e, claro, cada um dos públicos-<br />
-alvo”, acrescenta Iran.<br />
Entre as métricas <strong>de</strong> atuação da Todos<br />
estão ferramentas como pesquisas <strong>de</strong> satisfação,<br />
NPS, medição <strong>de</strong> engajamento e<br />
comentários positivos ou negativos, audiência<br />
presencial ou virtual. “Existem várias<br />
formas <strong>de</strong> se medir, mas nenhuma individualmente<br />
é indicada, o i<strong>de</strong>al é uma leitura<br />
mais abrangente para que, diante <strong>de</strong> vários<br />
indicadores, possamos ter uma leitura mais<br />
clara”, <strong>de</strong>stacam os sócios da Todos.<br />
Dessa forma, contribuem para a construção<br />
<strong>de</strong> reputação das marcas que aten<strong>de</strong>.<br />
“Não existe forma melhor <strong>de</strong> engajar do que<br />
o evento ao vivo, sendo online, presencial<br />
ou, como tem sido recorrente aqui na Todos,<br />
online e presencial. Veja a abertura <strong>de</strong><br />
portões <strong>de</strong> um Rock in Rio, as pessoas se ajoelham<br />
e beijam o chão daquele solo sagrado<br />
do rock, isso é live marketing, isso é <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong>, é pura emoção que <strong>de</strong>ixa a porta<br />
aberta para ações a favor das marcas. Você já<br />
imaginou alguma campanha causar a emoção<br />
<strong>de</strong> uma abertura <strong>de</strong> show? De uma gran<strong>de</strong><br />
premiação? O live acelera os batimentos,<br />
faz rir e chorar, causa paixão e emociona,<br />
liga diretamente marcas ao que cada pessoa<br />
Os sócios Iron Neto e Ana Paula Pimentel propõem um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios para área <strong>de</strong> live marketing<br />
tem <strong>de</strong> mais seu. Este po<strong>de</strong>r não vejo em nenhuma<br />
outra forma <strong>de</strong> comunicação”, contextualiza<br />
Iron.<br />
Para pontuar como o live é fundamental<br />
para a reputação das marcas, Iron cita o Itaú<br />
como marca que sabe aproveitar os eventos<br />
musicais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011, entre os quais o Rock<br />
in Rio. “O Itaú, que é um banco, conecta-se<br />
com o público jovem em festivais <strong>de</strong> música.<br />
Isso é construção <strong>de</strong> imagem e <strong>de</strong> clientes<br />
futuros. Pense bem: por que um banco<br />
estaria em um festival <strong>de</strong> música? E te respondo:<br />
este banco está entre as marcas mais<br />
lembradas e queridas pelo público há várias<br />
edições”, <strong>de</strong>staca Iron, que também cita a<br />
Movida. “Ela enten<strong>de</strong>u que tinha <strong>de</strong> se conectar<br />
com seu público em potencial, a geração<br />
Z, que não quer comprar carros, mas<br />
quer viajar e ter boas experiências. Estar em<br />
festivais a ajuda a se conectar com esse público<br />
jovem, trazendo as vantagens da neutralização<br />
e dos carros elétricos.”<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 111
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
A experiência da marca<br />
é a própria marca que<br />
se <strong>de</strong>ixa no mundo<br />
Marcelo Bicudo<br />
é sócio e CEO da Design Bridge<br />
and Partners no Brasil<br />
marcelo.Bicudo@superunion.com<br />
Marcelo Bicudo<br />
Em um mundo cada vez mais conectado,<br />
muito se fala sobre experiência<br />
<strong>de</strong> marca. Experiências que sejam<br />
assinadas e, <strong>de</strong>ntro do possível, memoráveis<br />
e certamente alinhadas com a<br />
proposta <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> uma marca. Uma vez<br />
que estejam alinhadas com essa proposta,<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que estão também<br />
alinhavadas com o seu ponto <strong>de</strong> vista e<br />
ilustrem seu papel <strong>de</strong> forma emblemática<br />
– ou, melhor dizendo, a sua razão <strong>de</strong> ser<br />
e a mudança que querem provocar no<br />
mundo. Po<strong>de</strong>mos dizer, então, que a experiência<br />
com uma marca <strong>de</strong>ve proporcionar<br />
momentos estéticos relevantes,<br />
mas que sejam baseados na sua ética.<br />
Assim, ética e estética <strong>de</strong>vem caminhar<br />
em conjunto.<br />
Nesse sentido, a entrega <strong>de</strong> uma marca<br />
é a parte mais relevante. Execução passa,<br />
no mundo contemporâneo, a ser <strong>de</strong> extrema<br />
importância, pois traz para o mundo<br />
real toda a intenção propositiva <strong>de</strong> uma<br />
marca. Cuidar <strong>de</strong>ssa execução, portanto,<br />
é fundamental. Sempre foi. ESG e outras<br />
terminologias acabam por colocar ainda<br />
mais foco nessa execução, pois trazem<br />
mais fortemente o ponto da governança.<br />
E governança não é apenas relativa<br />
a normas e procedimentos <strong>de</strong> negócio,<br />
<strong>de</strong>ve versar também sobre a marca e como<br />
ela se comporta. Ou seja, cada manifestação<br />
e cada atitu<strong>de</strong> corporativa acabam por<br />
<strong>de</strong>finir os atributos percebidos e a imagem<br />
percebida.<br />
McLuhan nos colocou há muito tempo<br />
que o meio é a mensagem. Po<strong>de</strong>mos<br />
compreen<strong>de</strong>r que o meio também contribui<br />
na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma mensagem e a<br />
mensagem pelo meio é influenciada. Por<br />
conta disso, a escolha <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se veicula<br />
uma marca é <strong>de</strong> extrema relevância, pois<br />
ela acaba por se associar a esse ponto <strong>de</strong><br />
contato ou veículo, modificando e qualificando<br />
o meio, bem como sendo qualificada<br />
por ele. E quando dizemos veiculada,<br />
não estamos nos referindo apenas às<br />
mídias pagas, mas também às próprias,<br />
gratuitas e <strong>de</strong>mais pontos <strong>de</strong> contato físicos<br />
ou digitais.<br />
Esse fenômeno <strong>de</strong> associação entre<br />
meio e mensagem tem uma explicação<br />
muito clara <strong>de</strong>ntro da metodologia <strong>de</strong> gestão<br />
<strong>de</strong> ativos <strong>de</strong> marca (BAV – brand asset<br />
valuator®), em que a força <strong>de</strong> uma marca<br />
está diretamente relacionada à sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se diferenciar e <strong>de</strong> construir relevância.<br />
Isso significa que uma marca é tão<br />
mais forte quanto mais ela se diferencia<br />
e se <strong>de</strong>staca, não apenas em sua categoria,<br />
mas na cultura contemporânea, <strong>de</strong>sempenhando<br />
o seu papel social (diferenciação).<br />
E será tão mais forte quanto mais for relevante<br />
para essa socieda<strong>de</strong>, ou seja, quanto<br />
mais for apropriada e significativa para<br />
os seus consumidores ou stakehol<strong>de</strong>rs<br />
(relevância).<br />
Essa força traduz-se em momentum<br />
positivo, gerando conversação positiva,<br />
experimentação e potencial <strong>de</strong> crescimento.<br />
Esse potencial <strong>de</strong> crescimento leva à<br />
construção <strong>de</strong> estima, isto é, o quanto<br />
amada é uma marca por entregar aquilo<br />
que promete. A essa estima associa-se o<br />
conhecimento, em outros termos: o quanto<br />
uma marca é conhecida por aquilo que<br />
faz. Não se <strong>de</strong>ve confundir awareness com<br />
knowledge. Estamos falando do segundo.<br />
Combinados, estima e conhecimento geram<br />
estatura <strong>de</strong> marca, proporcionando a<br />
geração <strong>de</strong> valor em todos os sentidos.<br />
Uma marca é, então, fruto daquilo que<br />
ela entrega, e não daquilo que ela diz.<br />
Em um mundo peer to peer, organizado<br />
por conversações <strong>de</strong>scentralizadas, não<br />
se controla a percepção acerca <strong>de</strong> uma<br />
marca, mas se induz pela consistência,<br />
coerência e relevância daquilo que se faz.<br />
Uma marca, portanto, é fruto dos pontos<br />
<strong>de</strong> prova que coloca no mundo.<br />
112 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Consolidar branding é a proposta da<br />
The Group para marcas serem confiáveis<br />
Fundada há 27 anos, agência busca a interação dos shoppers com<br />
ações usando como base a credibilida<strong>de</strong> para gerar resultados<br />
Paulo Macedo<br />
O<br />
empresário Fernando Guntovitch<br />
po<strong>de</strong>ria ter seguido os passos do pai,<br />
Carlos, criador da agência Delta, e<br />
consolidado carreira na publicida<strong>de</strong>. Mas há<br />
27 anos optou por seguir no segmento <strong>de</strong> live<br />
marleting, que lhe permitiu tornar a The<br />
Group referência do segmento. Ele também<br />
enfrentou os primeiros meses da pan<strong>de</strong>mia<br />
com apreensão, mas também aproveitou<br />
a vonta<strong>de</strong> das pessoas ávidas por eventos<br />
presenciais a partir <strong>de</strong> 20<strong>22</strong> para organizar<br />
várias convenções, premiações, confraternizações<br />
e projeto <strong>de</strong> promo. Por que a opção<br />
<strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> live marketing contribui<br />
para a construção <strong>de</strong> reputação das<br />
marcas que aten<strong>de</strong>? Guntovitch respon<strong>de</strong>:<br />
“Uma agência <strong>de</strong> live marketing po<strong>de</strong><br />
contribuir significativamente para a construção<br />
da reputação das marcas que aten<strong>de</strong><br />
por várias razões. Em primeiro lugar,<br />
uma agência <strong>de</strong> live marketing po<strong>de</strong> ajudar<br />
as marcas a criar experiências positivas e<br />
envolventes para o público, o que aumenta<br />
a lealda<strong>de</strong> do cliente e melhora a imagem<br />
da marca. Essas experiências po<strong>de</strong>m incluir<br />
eventos, ativações <strong>de</strong> marca, promoções<br />
e outras ativida<strong>de</strong>s que permitam às<br />
pessoas se conectar emocionalmente com<br />
a marca. Além disso, po<strong>de</strong>m ajudar a marca<br />
a comunicar sua mensagem <strong>de</strong> maneira<br />
clara e eficaz. Através <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong><br />
comunicação integrada, a agência po<strong>de</strong><br />
trabalhar em conjunto com a equipe <strong>de</strong><br />
marketing da marca para criar uma mensa-<br />
“Uma má reputação po<strong>de</strong><br />
levar à perda <strong>de</strong> clientes<br />
e danos à imagem<br />
da marca”<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 113
Fotos: Divulgação<br />
Guntovitch: é preciso estar atento à reputação do cliente<br />
Divisão Agro da Basf é um dos principais clientes da The Group, que também aten<strong>de</strong> Volkwagen, EDP e Carrefour<br />
gem consistente e coerente que ressoe com<br />
o público. Por fim, po<strong>de</strong> ajudar as marcas a<br />
se <strong>de</strong>stacarem em um mercado altamente<br />
competitivo. Ao criar experiências únicas<br />
e diferenciadas, a marca po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar<br />
da concorrência e construir uma reputação<br />
<strong>de</strong> inovação e criativida<strong>de</strong>. Tudo isso po<strong>de</strong><br />
ajudar a construir uma imagem positiva e,<br />
por sua vez, aumentar sua reputação”, argumenta<br />
Guntovitch.<br />
Ativação criada pela The Group para o cliente Cup Noodles, da Nissin<br />
PERFORMANCE<br />
Mas para essa entrega ser racional e alinhar<br />
performance, Guntovitch recomenda<br />
que os anunciantes tenham olhar <strong>de</strong> longo<br />
prazo. “A reputação po<strong>de</strong> afetar a percepção<br />
dos consumidores sobre a qualida<strong>de</strong><br />
dos produtos e serviços da marca, sua confiabilida<strong>de</strong>,<br />
integrida<strong>de</strong>, ética e valores.<br />
Uma marca com uma boa reputação po<strong>de</strong><br />
aumentar a lealda<strong>de</strong> do cliente, atrair novos<br />
clientes e reforçar sua posição no mercado.<br />
Por outro lado, uma má reputação<br />
po<strong>de</strong> levar à perda <strong>de</strong> clientes e danos à<br />
imagem da marca; e até mesmo problemas<br />
legais ou regulatórios”.<br />
Portanto, para gerenciar a reputação <strong>de</strong><br />
marcas, Guntovitch afirma que é necessário<br />
adotar uma abordagem estratégica que<br />
envolve etapas, como:<br />
1) Monitoramento da reputação: “É importante<br />
contabilizar continuamente a<br />
percepção do público sobre a marca, para<br />
i<strong>de</strong>ntificar rapidamente quaisquer problemas<br />
e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria;<br />
2) Análise da reputação: “É preciso avaliar<br />
a imagem da marca, a partir do ponto<br />
<strong>de</strong> vista dos clientes, parceiros e stakehol<strong>de</strong>rs,<br />
para enten<strong>de</strong>r as percepções e expectativas<br />
<strong>de</strong>les”;<br />
3) Gestão <strong>de</strong> crises: “É necessário estar<br />
preparado para lidar com possíveis crises,<br />
como problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, questões<br />
<strong>de</strong> segurança, escândalos ou críticas negativas”;<br />
4) Comunicação estratégica: “A comunicação<br />
eficaz é fundamental para construir<br />
e manter uma reputação positiva. A marca<br />
<strong>de</strong>ve se comunicar <strong>de</strong> forma clara e coerente<br />
com seu público, transmitindo seus<br />
valores e compromissos”;<br />
5) Construção <strong>de</strong> relacionamentos: “As<br />
marcas precisam investir na construção<br />
<strong>de</strong> relacionamentos com os seus stakehol<strong>de</strong>rs,<br />
como clientes, fornecedores, funcionários<br />
e comunida<strong>de</strong>. Isso po<strong>de</strong> ser feito<br />
através <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />
social, programas <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, ações <strong>de</strong><br />
engajamento e outros esforços”.<br />
Porém, para seguir esse passo-a-passo, métricas<br />
testadas são fundamentais. A TG utiliza<br />
o NPS (Net Promoter Score) para medir<br />
a lealda<strong>de</strong> do cliente e sua disposição para<br />
recomendar a marca a amigos e familiares;<br />
o IRC (Índice <strong>de</strong> Reputação Corporativa), por<br />
meio da “percepção dos stakehol<strong>de</strong>rs sobre<br />
a marca”, levando em consi<strong>de</strong>ração fatores<br />
como qualida<strong>de</strong> dos produtos, responsabilida<strong>de</strong><br />
social e ambiental e ética nos negócios, entre<br />
outros; análise <strong>de</strong> mídias sociais; pesquisas<br />
<strong>de</strong> opinião e indicadores <strong>de</strong> engajamento.<br />
“Indicadores como o número <strong>de</strong> seguidores<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, o engajamento em<br />
postagens, o tráfego no site da marca e outros<br />
po<strong>de</strong>m ser usados para avaliar a eficácia<br />
<strong>de</strong> iniciativas que visam a aumentar a<br />
visibilida<strong>de</strong> e a reputação da marca. Essas<br />
métricas po<strong>de</strong>m ser usadas individualmente<br />
ou combinadas para fornecer uma visão<br />
abrangente da reputação da marca e do<br />
impacto <strong>de</strong> iniciativas que não envolvem a<br />
compra <strong>de</strong> mídia”, pontua Guntovitch.<br />
A TG trabalha com clientes como Cup<br />
Noodles, da Nissin, Volkswagen, EDP, Basf<br />
Agro e, entre outros, Carrefour. “O marketing<br />
ao vivo é ferramenta po<strong>de</strong>rosa para<br />
construir uma reputação positiva, mostrando<br />
que a marca se importa com as opiniões<br />
dos seus consumidores”, finaliza.<br />
114 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Em terra <strong>de</strong><br />
cego, quem tem<br />
um olho é rei<br />
Daniel Queiroz<br />
é presi<strong>de</strong>nte da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda)<br />
e sócio da Ampla Comunicação<br />
daniel.queiroz@ampla.com.br<br />
Daniel Queiroz<br />
A<br />
relação <strong>de</strong> qualquer marca com seu público<br />
passa, necessariamente, pela segurança<br />
e confiança que ela transmite.<br />
E o que esse ditado popular tem a ver com o<br />
<strong>de</strong>safio das marcas?<br />
Sabemos que produtos e serviços duvidosos<br />
ou sem qualida<strong>de</strong>, tão quanto aqueles<br />
com promessas não cumpridas, entre outras<br />
tantas falhas nessa relação entre marca e consumidor,<br />
são, historicamente, aspectos bem<br />
danosos a qualquer processo <strong>de</strong> construção<br />
<strong>de</strong> marca.<br />
Para aquelas que já venceram o estágio<br />
da confiança em razão dos seus atributos e<br />
benefícios, e atingiram a consciência do seu<br />
propósito perante os seus consumidores, essa<br />
batalha, até tempos atrás, parecia estar vencida,<br />
<strong>de</strong>ixando a disputa apenas no âmbito<br />
da competição com seus principais concorrentes.<br />
Mas em um ambiente <strong>de</strong> mídia cada vez<br />
mais complexo e em constante mudança, a<br />
segurança da marca tornou-se uma das preocupações<br />
mais importantes para muitas empresas,<br />
pois estamos falando <strong>de</strong> um dos seus<br />
ativos mais valiosos e, portanto, a proteção da<br />
sua imagem é vital para manter a confiança<br />
dos consumidores e garantir a sustentabilida<strong>de</strong><br />
do negócio.<br />
É nesse contexto que entra o brand safety,<br />
um termo que se difundiu bastante nos últimos<br />
tempos. Ele já é praticado com bastante<br />
intensida<strong>de</strong> e atenção por uma boa parte daqueles<br />
que são guardiões das marcas em várias<br />
frentes <strong>de</strong> atuação, no intuito <strong>de</strong> garantir<br />
que seus anúncios não sejam publicados em<br />
locais ina<strong>de</strong>quados. E possam envolver uma<br />
série <strong>de</strong> situações, incluindo conteúdo ofensivo,<br />
notícias falsas, discurso <strong>de</strong> ódio, violência<br />
e pornografia, que po<strong>de</strong>riam colocar abaixo o<br />
constante trabalho <strong>de</strong> construção e sustentação<br />
<strong>de</strong> marca.<br />
E nesse mundo complexo que vivemos,<br />
investir na prática do brand safety é o “olho”<br />
<strong>de</strong>sse ditado popular tão conhecido, segundo<br />
o qual, nessa “terra <strong>de</strong> cego”, on<strong>de</strong> nem tudo<br />
está mais no alcance da nossa visão, “quem<br />
tem um olho é rei”.<br />
O brand safety é o processo que amplia nossa<br />
visão, e a nossa atenção, para tentar proteger<br />
este ativo tão precioso em um ambiente <strong>de</strong><br />
muitas oportunida<strong>de</strong>s, mas nem sempre com<br />
a transparência e segurança necessárias.<br />
Não basta atingir a audiência da marca. O<br />
objetivo também é que ela não seja atingida<br />
negativamente pela possível associação <strong>de</strong><br />
um conteúdo prejudicial a ela.<br />
Atrair a atenção do público-alvo continua<br />
sendo o principal objetivo do investimento<br />
publicitário. Mas isso não po<strong>de</strong> estar associado<br />
à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar financiando publishers<br />
com conteúdos impróprios e arranhar a<br />
reputação das marcas.<br />
A segurança da marca não po<strong>de</strong> ser subestimada.<br />
Se for comprometida, po<strong>de</strong> levar à<br />
perda <strong>de</strong> confiança dos consumidores, perda<br />
<strong>de</strong> receita e danos à imagem da empresa. Pesquisas<br />
apontam a tendência <strong>de</strong> consumidores<br />
a favor <strong>de</strong> que as empresas tenham a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> garantir que seus anúncios não<br />
sejam veiculados em locais ina<strong>de</strong>quados ou<br />
ofensivos. E muitos <strong>de</strong>les estão dispostos a<br />
abandonar uma marca se virem um anúncio<br />
em um site ofensivo.<br />
Para isso, existe uma série <strong>de</strong> medidas práticas<br />
que po<strong>de</strong>m ser adotadas na ativação<br />
<strong>de</strong>sse “olho” nessa “terra <strong>de</strong> cego”, e para<br />
estabelecer uma estratégia <strong>de</strong> brand safety,<br />
que passará necessariamente pela <strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> políticas claras. Isto inclui a veiculação<br />
em ambientes controláveis que garantam o<br />
máximo <strong>de</strong> transparência em seus processos,<br />
a adoção <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> bloqueio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />
sites – passando até pelo uso <strong>de</strong> auditorias<br />
externas para checar as entregas em<br />
um processo <strong>de</strong> constante <strong>de</strong> refinamento dos<br />
métodos e ferramentas <strong>de</strong> aprimoramento do<br />
brand compliance – e esse olhar permanentemente<br />
ampliado num ambiente que ten<strong>de</strong> a<br />
ser, muitas vezes, bastante obscuro.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 115
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Dream Factory explora experiência<br />
ao vivo como ponto <strong>de</strong> convergência<br />
Com 160 funcionários, empresa do grupo Dreamers atua no<br />
formato <strong>de</strong> holding para estabelecer conversas emocionais<br />
Paulo Macedo<br />
Entretenimento é a essência da Dream<br />
Factory, que acumula mais <strong>de</strong> <strong>22</strong><br />
anos <strong>de</strong> mercado. Nas palavras <strong>de</strong><br />
Claudio Romano, CEO da agência, o formato<br />
<strong>de</strong> atuação é similar ao <strong>de</strong> uma holding.<br />
Ele explica:<br />
“Agrega e potencializa plataformas <strong>de</strong><br />
entretenimento em diversos territórios, inspirados<br />
pelo mosaico da cultura brasileira.<br />
Nesse caso, temos Maratona do Rio, ArtRio,<br />
Sertões, Árvore do Rio, Natal da Lagoa, Festival<br />
Meca, Dream Tour Surf, Carnaval <strong>de</strong><br />
Rua, VidCon São Paulo e Soccerex. Além<br />
disso, continuamos com a nossa área <strong>de</strong> live<br />
marketing, a Dream Experience, <strong>de</strong>senvolvendo<br />
jornadas <strong>de</strong> comunicação integrada<br />
que tem a experiência ao vivo como ponto<br />
<strong>de</strong> convergência. Entre os clientes atendidos,<br />
estão BTG Pactual, Kwai, Paramount+,<br />
Magalu, Visa e Itaú Shop”.<br />
O atendimento a clientes e projetos proprietários<br />
estão a serviço da cultura e reputação<br />
das marcas. Para Romano, o mo<strong>de</strong>lo<br />
ajuda no conhecimento das comunida<strong>de</strong>s<br />
“agregando na construção da reputação <strong>de</strong><br />
cada marca envolvida”.<br />
Ele prossegue: “Dado o alcance que a<br />
tecnologia aliada às mídias sociais trouxe,<br />
temos <strong>de</strong> repensar os fatos e enten<strong>de</strong>r<br />
que a formação da percepção das marcas<br />
e sua consequente reputação, no contexto<br />
atual, ocorre <strong>de</strong> forma muito mais rápida.<br />
O não entendimento <strong>de</strong>ssa mudança temporal<br />
<strong>de</strong> longo para o médio prazo tem<br />
“Reputação não<br />
é mais uma questão<br />
<strong>de</strong> longo prazo”<br />
116 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
A Dream Factory, por meio da divisão Experience, produz eventos como Sertões, além da tradicional Árvore <strong>de</strong> Natal no Rio, Maratona do Rio e do projeto Dream Tour Surf<br />
Claudio Romano é CEO da Dream Factory: tudo ao vivo<br />
“São eventos <strong>de</strong>sejados<br />
que têm uma relação<br />
muito gran<strong>de</strong> e marcante<br />
com o público”<br />
sido fonte <strong>de</strong> erros. Reputação não é mais<br />
uma questão <strong>de</strong> longo prazo. É essencial<br />
que as marcas tenham um tracking contínuo<br />
da percepção dos seus públicos estratégicos,<br />
do índice <strong>de</strong> confiança é também<br />
uma métrica superimportante, já que a<br />
confiança é hoje o gran<strong>de</strong> capital <strong>de</strong> uma<br />
marca e está diretamente ligada à sua reputação”,<br />
afirma.<br />
A Dream Factory <strong>de</strong>u início, em 2011, à<br />
implementação <strong>de</strong> experiência com o retorno<br />
do Rock in Rio ao país. E permanece com<br />
Lollapalooza e The Town, por exemplo.<br />
“São eventos <strong>de</strong>sejados, que têm uma relação<br />
muito gran<strong>de</strong> e marcante com o público.<br />
As marcas que participarem bem <strong>de</strong>ssa<br />
narrativa conseguem absorver a reputação<br />
gerada por esses eventos e seus conteúdos.<br />
O entretenimento ao vivo hoje é um veículo<br />
estratégico para as marcas conversarem com<br />
os seus consumidores <strong>de</strong> forma mais emocional.<br />
O público está mais receptivo e, com<br />
isso, o engajamento com as marcas é <strong>maio</strong>r.<br />
Des<strong>de</strong> que as marcas saibam proporcionar<br />
experiências criativas <strong>de</strong>ntro da narrativa<br />
entre o evento e seu público. Vivemos na era<br />
da experiência, da emoção, do engajamento.<br />
Acredito que as marcas que priorizarem<br />
isso sairão na frente.”<br />
Romano fala ainda que o brand experience<br />
é o canal <strong>de</strong> marketing mais a<strong>de</strong>quado<br />
e o que mais se conecta à reputação<br />
das marcas. “Nossa missão é traduzir sua<br />
essência e DNA em experiências memoráveis,<br />
compartilháveis e transformadoras.<br />
A marca está praticamente ‘<strong>de</strong>spida’ perante<br />
seu target. Quando fazemos o lançamento<br />
<strong>de</strong> uma série como Halo para dois<br />
mil fãs que sabem absolutamente tudo<br />
sobre ela, a responsabilida<strong>de</strong> é enorme.<br />
É a reputação da Paramount+ que está<br />
em jogo. Por isso, o cuidado no <strong>de</strong>senho<br />
da experiência, do início ao fim, é fundamental.<br />
Quando orientamos nosso cliente<br />
Magalu a achar o melhor tom <strong>de</strong> voz e<br />
as melhores ações <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> valor<br />
compartilhado para lançar 50 lojas físicas<br />
no Rio, estamos pensando estrategicamente<br />
em sua reputação”, esclarece o<br />
CEO da Dream Factory.<br />
A Dream Factory também tem no seu<br />
portfólio <strong>de</strong> negócios a Dream Strategy, com<br />
expertise em consultoria; a Dreamloc, <strong>de</strong><br />
logística e infraestrutura; a Dream Venue,<br />
responsável pela administração <strong>de</strong> espaços<br />
como a Marina da Glória, no Rio <strong>de</strong> Janeiro;<br />
a GoDream, que gerencia vendas <strong>de</strong> ingressos,<br />
bebidas e alimentos; e a Easylive, especializada<br />
em pontos em troca <strong>de</strong> benefícios.<br />
A operação da Dream Factory, que integra<br />
o grupo Dreamers, o mesmo que controla<br />
a Artplan, exige 160 profissionais diretos.<br />
“Eles são <strong>de</strong>dicados a li<strong>de</strong>rar conversas em<br />
algumas das principais comunida<strong>de</strong>s do<br />
Brasil, contando e criando histórias que<br />
inspiram, contagiam e marcam a vida das<br />
pessoas. Nossa <strong>maio</strong>r expertise é o conhecimento<br />
das comunida<strong>de</strong>s que a gente atua,<br />
com isso trazemos uma diferenciação para<br />
as marcas. Somos cada vez mais estratégicos<br />
e conhecedores dos hábitos dos consumidores”,<br />
finaliza Claudio Romano.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 117
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Eles sabem.<br />
Eles saberão<br />
Dalton Pastore<br />
é presi<strong>de</strong>nte da ESPM<br />
dalton.pastore@espm.br<br />
Dalton Pastore<br />
Há muitos anos, pelo menos <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que o propmark foi criado, publicitários,<br />
profissionais <strong>de</strong> marketing e<br />
empresas <strong>de</strong> todos os setores e tamanhos<br />
se <strong>de</strong>dicam, <strong>de</strong> corpo e alma, à construção<br />
<strong>de</strong> marcas fortes. E por boas razões.<br />
Entre as muitas coisas que aprendi na<br />
icônica, emblemática e inesquecível Standard,<br />
Ogilvy & Mather, sob comando do<br />
Faveco e inspiração <strong>de</strong> David Ogilvy himself,<br />
foi a respeito do valor e do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
uma marca.<br />
Trabalhei por 16 anos na Ogilvy. Dei à<br />
agência paixão e <strong>de</strong>dicação incondicionais<br />
e absolutas. E ganhei <strong>de</strong>la a honra e<br />
o privilégio <strong>de</strong> atuar na primeira classe<br />
da propaganda brasileira, para marcas <strong>de</strong><br />
primeira classe, ao lado <strong>de</strong> talentos <strong>de</strong> primeiríssima<br />
classe. Dezesseis anos e valeu<br />
cada dia!<br />
David Ogilvy ensinou que marcas fortes<br />
constroem um círculo virtuoso. Respon<strong>de</strong>m<br />
melhor e mais rápido à comunicação,<br />
sofrem menos em tempos <strong>de</strong> crise e<br />
crescem mais do que as outras nos tempos<br />
prósperos. Marcas fortes são menos sensíveis<br />
a preço, mais resistentes a concorrentes,<br />
mais bem aceitas pelos distribuidores,<br />
merecem mais fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos consumidores<br />
e mais dinheiro dos investidores. São<br />
tudo <strong>de</strong> bom.<br />
Marcas fortes estão inevitavelmente<br />
atreladas a bons produtos. Nenhuma marca<br />
fica forte muito tempo se não respon<strong>de</strong>r<br />
com respeito à confiança recebida. O consumidor<br />
não é um idiota, dizia David, ele é<br />
a sua mulher.<br />
Não é <strong>de</strong> hoje que CMOs e CEOs se atentam<br />
para o que Roberto Civita chamava <strong>de</strong><br />
“ambiente editorial” dos meios nos quais<br />
veiculam anúncios <strong>de</strong> suas marcas.<br />
Ninguém nunca gostou <strong>de</strong> aliar sua<br />
marca a um veículo <strong>de</strong> mau gosto ou a um<br />
conteúdo <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>. Veículos <strong>de</strong><br />
prestígio agregam prestígio às marcas neles<br />
anunciadas. E o oposto é igualmente<br />
verda<strong>de</strong>iro. Uma lição simples e <strong>de</strong>finitiva.<br />
O aumento no número <strong>de</strong> mídias clássicas,<br />
a multiplicação das novas mídias, e<br />
a proliferação das digitais, estas infladas<br />
pelo incrível po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> repercussão (e <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>struição) das re<strong>de</strong>s sociais, pressionam<br />
por mais e melhor vigilância do pessoal <strong>de</strong><br />
marketing. E para tornar o cenário ainda<br />
mais difícil para os CMOs atuais, temos<br />
esta tendência <strong>de</strong> divisão política da socieda<strong>de</strong>.<br />
E não raro, por mais surpreen<strong>de</strong>nte<br />
que pareça ser ou seja, temos marcas com<br />
posicionamento político e i<strong>de</strong>ologia.<br />
A vida dos nossos alumni, que ocupam<br />
a <strong>maio</strong>ria das posições <strong>de</strong> marketing no<br />
Brasil (e em diversos outros países), não<br />
está fácil.<br />
Que diferença do tempo simples em que<br />
tudo o que a gente precisava fazer era veicular<br />
um comercial genial na novela das<br />
oito! Ou um belo anúncio <strong>de</strong> página dupla<br />
na Veja.<br />
E que bom que existe a ESPM, que<br />
vem preparando as próximas gerações <strong>de</strong><br />
CMOs, CEOs, COOs e CFOs, assim como já<br />
preparou as anteriores, para este cenário<br />
repleto <strong>de</strong> novos, impensáveis <strong>de</strong>safios e<br />
problemas <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>. Vejo todos<br />
os dias estas meninas e estes meninos<br />
no campus, on<strong>de</strong> permanecem em aula<br />
ou em grupos <strong>de</strong> estudo, por exatas 5 horas<br />
e 57 minutos em média por dia (média<br />
do mês <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2023</strong>) e fico tranquilo<br />
com o futuro da publicida<strong>de</strong> e do marketing<br />
brasileiros.<br />
Eles saberão.<br />
118 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Holding Clube aposta no live marketing<br />
para reforçar reputação das marcas<br />
Formada pelas agências Samba, Banco, Roda Tra<strong>de</strong>, Storymakers, Auíri<br />
e CrossNetworking, marca presença em festivais e lançamento da GWM<br />
Paulo Macedo<br />
O<br />
caminho foi pavimentado pelo olhar<br />
estratégico do empresário José Victor<br />
Oliva, que em 1988 <strong>de</strong>u início às ativida<strong>de</strong>s<br />
relacionadas ao marketing ao vivo,<br />
incentivo, promoções, eventos, ativações<br />
e organização <strong>de</strong> convenções, por exemplo.<br />
Hoje atua no conselho da Holding Clube, formado<br />
por Samba, Banco, Roda Tra<strong>de</strong>, Storymakers,<br />
Auíri e CrossNetworking, “que<br />
se complementam para oferecer formas<br />
inovadoras <strong>de</strong> envolver o público e as<br />
marcas, transformando a experiência em<br />
um momento inesquecível para todos”,<br />
<strong>de</strong>talha Juliana Ferraz, sócia, diretora <strong>de</strong><br />
negócios e RP da empresa, que tem como<br />
partners Priscila Pellegrini, Fábio Brandão<br />
e Fernanda Abujamra. “A companhia também<br />
está à frente <strong>de</strong> projetos como o Camarote<br />
Nº1, Réveillon Nº1 e Torcida Nº1, todos<br />
pertencentes à plataforma proprietária do<br />
grupo, que, além dos eventos, conta com<br />
produtos licenciados com o selo Nº1”, acrescenta<br />
Juliana.<br />
Samba e Banco acumulam cases como<br />
Coca-Cola no Lollapalooza e a convenção<br />
da Vivo com o tema O presente nos <strong>de</strong>safia.<br />
Juliana <strong>de</strong>talha: “A ativação para Coca-Cola<br />
consistiu em uma experiência imersiva e<br />
sensorial com o espaço Coke Studio, plataforma<br />
da marca presente nos <strong>maio</strong>res festivais<br />
<strong>de</strong> música da América Latina. A ação<br />
contou com uma estrutura <strong>de</strong> 600 metros<br />
quadrados, capacida<strong>de</strong> para 400 pessoas<br />
e tinha como objetivo uma <strong>maio</strong>r conexão<br />
da marca, principalmente com a geração Z.<br />
Para a Vivo, o projeto engajou cerca <strong>de</strong> três<br />
mil pessoas, entre colaboradores, parceiros<br />
<strong>de</strong> negócios e patrocinadores, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> divulgar resultados, integrar equipes e<br />
estabelecer metas”.<br />
Juliana fala que a importância da experiência<br />
para o consumidor em um gran<strong>de</strong><br />
evento já é realida<strong>de</strong>, mas requer planejamento<br />
estratégico para garantir eficiência.<br />
“Hoje em dia, qualquer esforço <strong>de</strong> marca<br />
é realmente para tornar uma ação inesquecível.<br />
A pessoa busca awareness <strong>de</strong> forma<br />
natural pelo que está sendo apresentado, se<br />
“Aproximar a marca,<br />
produto ou serviço<br />
do consumidor final e<br />
reforçar reputação”<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 119
Fotos: Divulgação<br />
Chegando ao mercado brasileiro, a montadora chinesa GWM contou com a expertise da Holding Clube para a inauguração da sua operação no país<br />
concentrando nas sensações e sentimentos<br />
que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spertar nas pessoas. Já é nítida<br />
a inovação e os eventos foram melhorando<br />
ano a ano, com <strong>de</strong>staque, principalmente,<br />
para a experiência do público e reputação<br />
<strong>de</strong> marca. Hoje, a experiência que se vive<br />
em um festival vai além dos shows, e o live<br />
marketing vem aten<strong>de</strong>ndo a uma <strong>de</strong>manda<br />
que é quase que ‘obrigatória’ em eventos<br />
que possuem um local que tem alto fluxo<br />
<strong>de</strong> pessoas. Temos como exemplo a<br />
Braskem, que em ação no Lollapalooza, assinada<br />
pela Samba, distribuiu brin<strong>de</strong>s em<br />
troca <strong>de</strong> resíduos recicláveis que eram coletados<br />
pelo público.”<br />
Como ecossistema aglutinador, os eventos<br />
fazem as marcas terem crescimento. Como?<br />
Juliana respon<strong>de</strong>: “É um espaço em que po<strong>de</strong>mos<br />
criar oportunida<strong>de</strong>s criativas para<br />
potencializar a nossa relação com players<br />
que são estratégicos para o negócio. Acredito<br />
muito que, mais do que nunca, o live<br />
marketing vai envolver todos os eventos,<br />
ações e campanhas que acontecem ao vivo<br />
com o objetivo ainda <strong>maio</strong>r <strong>de</strong> aproximar a<br />
marca, produto ou serviço do consumidor<br />
final, e paralelamente reforçar a reputação e<br />
o propósito da marca”, pon<strong>de</strong>ra Juliana.<br />
A construção reputacional não é isolada.<br />
Mas a linguagem em cada disciplina mercadológica.<br />
Como esclarece Juliana, o live<br />
marketing tem as suas fortalezas.<br />
“Por conseguirmos criar uma atmosfera<br />
que vai potencializar não só a atuação da<br />
marca no mercado, como conectá-los a seus<br />
consumidores, novos clientes e potenciais<br />
Juliana Ferraz é sócia e diretora da Holding Clube<br />
“O público e o mercado<br />
como um todo prezam<br />
por valores e propósitos<br />
bem <strong>de</strong>finidos”<br />
parceiros <strong>de</strong> negócios. Além disso, é uma<br />
forma <strong>de</strong> aproximá-los <strong>de</strong> práticas e movimentos<br />
que estão alinhados à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
seu público, que muitas vezes não conseguimos<br />
executar <strong>de</strong> forma clara por não investir<br />
no OOH. Nosso trabalho é contribuir na<br />
construção <strong>de</strong>ssa reputação <strong>de</strong> forma que<br />
ela seja positiva e estratégica. Atualmente,<br />
o público e o mercado como um todo prezam<br />
por valores e propósitos bem <strong>de</strong>finidos,<br />
então uma marca/empresa que não está alinhada<br />
a isso fica para trás, e o live marketing<br />
é a parte da estratégia que potencializa essa<br />
reputação.”<br />
DATA<br />
Quanto aos dados, a Holding Clube conta<br />
com a Roda Tra<strong>de</strong> nessa disciplina. “É uma<br />
agência <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> dados e relacionamento<br />
que une criativida<strong>de</strong>, ferramentas<br />
próprias e tecnologias para potencializar<br />
projetos <strong>de</strong> loyalty, incentivo, promoção e<br />
CRM, e assim trazer uma <strong>maio</strong>r visibilida<strong>de</strong><br />
para a mensuração <strong>de</strong> dados do alcance <strong>de</strong><br />
todas as ações promovidas pelo grupo. Por<br />
meio da inteligência da Roda, conseguimos<br />
enten<strong>de</strong>r o que está em alta no mercado e<br />
po<strong>de</strong>mos trazer para um projeto, i<strong>de</strong>ntificar<br />
o que não está funcionando no pré e po<strong>de</strong><br />
ser reformulado, além do sucesso da ação<br />
como um todo. E com essa frente somos<br />
mais assertivos ao produzirmos experiências,<br />
uma vez que <strong>de</strong>ntro do nosso escopo<br />
conseguimos aten<strong>de</strong>r a todas as <strong>de</strong>mandas<br />
que são necessárias para o sucesso <strong>de</strong> uma<br />
ação”, finaliza Juliana.<br />
120 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Reputação: construção<br />
<strong>de</strong> reconhecimento,<br />
valor e propósito<br />
Daniel Bruin<br />
A<br />
boa reputação é a base do brand safety.<br />
E ela é construída essencialmente pela<br />
comunicação corporativa, pelas centenas<br />
<strong>de</strong> agências <strong>de</strong> comunicação que hoje<br />
empregam mais <strong>de</strong> 17 mil pessoas em todo o<br />
Brasil e geram um faturamento anual <strong>de</strong> mais<br />
<strong>de</strong> R$ 4 bilhões.<br />
Em tempos em que o ESG é a bola da vez,<br />
nosso trabalho se posiciona cada vez mais<br />
como essencialmente estratégico. Temos vários<br />
exemplos recentes no Festival <strong>de</strong> Cannes<br />
em que a reputação das marcas é escalonada<br />
a partir <strong>de</strong> sua postura ativa e transformadora<br />
junto às questões sociais e ambientais. Em<br />
2021, a campanha The Bread Exam, do The<br />
New York Times, ganhou o Grand Prix em PR<br />
afirmando a importância do jornalismo investigativo<br />
do NYT na construção da confiança<br />
do público em meio a uma era <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação<br />
e fake news. Em 2019, a campanha<br />
Changing the Game, da P&G, venceu na mesma<br />
categoria ao <strong>de</strong>stacar a inclusão <strong>de</strong> atletas<br />
transgêneros nos Jogos Olímpicos da Juventu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 2018 e a importância da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gênero e diversida<strong>de</strong> no esporte. Em 2018,<br />
a campanha Trash Isles, da Plastic Oceans,<br />
também ganhou o Grand Prix <strong>de</strong> PR com uma<br />
campanha que transformava uma área do tamanho<br />
da França <strong>de</strong> lixo plástico no Oceano<br />
Pacífico em um “país” chamado Trash Isles,<br />
com uma petição para torná-lo oficialmente<br />
reconhecido pela ONU.<br />
Esses casos <strong>de</strong> sucesso mostram como<br />
as marcas po<strong>de</strong>m, a partir <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong><br />
ousada, criativa e inovadora, trabalhar a<br />
comunicação corporativa para se vincularem<br />
com questões sociais e ambientais importantes<br />
e promoverem ações positivas, ao mesmo<br />
tempo em que constroem e reforçam a sua<br />
reputação.<br />
Em seu relatório Global Competitiveness<br />
Report, o World Economic Fórum (WEF) vem<br />
<strong>de</strong>stacando, nos últimos anos, que a reputação<br />
<strong>de</strong> uma empresa é fundamental para a<br />
atração <strong>de</strong> investimentos e clientes. Segundo<br />
o Relatório Global <strong>de</strong> Confiança nas Marcas<br />
<strong>de</strong> 2019, da Nielsen, 82% dos consumidores<br />
consi<strong>de</strong>ram a reputação <strong>de</strong> uma empresa ao<br />
<strong>de</strong>cidir se <strong>de</strong>vem ou não comprar seus produtos<br />
ou serviços. O estudo <strong>de</strong> Confiança<br />
em Serviços Financeiros <strong>de</strong> 2018, da Deloitte,<br />
mostrou que a reputação é o fator mais importante<br />
para a escolha <strong>de</strong> fornecedores <strong>de</strong><br />
serviços em áreas como finanças, tecnologia,<br />
saú<strong>de</strong> e imóveis.<br />
Existem também diversas pesquisas que<br />
mostram uma relação direta entre reputação,<br />
ESG e o crescimento dos negócios. Recentemente,<br />
um estudo da Kantar mostrou que a<br />
confiança dos consumidores nas marcas é um<br />
fator-chave para o crescimento dos negócios,<br />
com 81% dos entrevistados afirmando que<br />
confiam em empresas com forte reputação.<br />
Tudo isso está ligado, <strong>de</strong> forma muito direta,<br />
ao brand safety.<br />
Essa consi<strong>de</strong>ração <strong>maio</strong>r pela “blindagem<br />
da reputação” também se <strong>de</strong>ve principalmente<br />
à facilida<strong>de</strong> com que as informações se espalham<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais e na internet como<br />
um todo. Assim, muitas empresas têm investido<br />
em estratégias <strong>de</strong> brand safety para evitar<br />
que seus conteúdos sejam veiculados em<br />
canais <strong>de</strong> comunicação ina<strong>de</strong>quados a seus<br />
valores e propósitos e possam comprometer<br />
a sua reputação.<br />
Buscando justamente apoiar as empresas<br />
na relação entre brand safety e ESG é que as<br />
agências <strong>de</strong> comunicação corporativa acabaram<br />
por <strong>de</strong>senvolver uma habilida<strong>de</strong> para a<br />
segurança da reputação como não se via há<br />
muitos anos. A abordagem atualmente se dá a<br />
partir da relação da reputação com o reconhecimento,<br />
com o valor e com o propósito das<br />
marcas. Anteriormente, trabalhávamos sob a<br />
perspectiva do gerenciamento <strong>de</strong> crises. Hoje<br />
trabalhamos a reputação pelas dinâmicas <strong>de</strong><br />
monitoramento, pesquisa, dados e atuação<br />
propositiva diante <strong>de</strong> assuntos sensíveis.<br />
Isso ocorreu porque as nossas equipes,<br />
cada vez mais, contam com experiência e<br />
conhecimento <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> diversas<br />
áreas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> relações públicas, assessoria <strong>de</strong><br />
imprensa, business inteligence, análise <strong>de</strong><br />
dados, planejamento <strong>de</strong> comunicação digital,<br />
até gestão <strong>de</strong> crises e estratégias <strong>de</strong> branding.<br />
Somos guardiões da reputação e garantimos<br />
o brand safety. Olhamos a comunicação<br />
<strong>de</strong> fora e por <strong>de</strong>ntro da empresa. E traduzimos<br />
o olhar da socieda<strong>de</strong> para seus discursos<br />
e narrativas.<br />
Daniel Bruin<br />
é presi<strong>de</strong>nte da Abracom (Associação<br />
Brasileira das Agências <strong>de</strong> Comunicação)<br />
daniel.bruin@xcom.net.br<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 121
propmark 58 Anos<br />
Divulgação<br />
Hands cria conexões e experiências para<br />
carregar mensagens com live marketing<br />
A consequência, como explica o CEO e fundador Marcelo Lenhard,<br />
eleva os níveis <strong>de</strong> percepção e experiência com a métrica Multiplier<br />
Paulo Macedo<br />
Uma agência híbrida com foco em<br />
soluções sob medida que po<strong>de</strong>m<br />
ser a produção <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content,<br />
comunicação ou live marketing. É assim<br />
que Marcelo Lenhard, CEO e fundador,<br />
posiciona a Hands.<br />
Um bom exemplo para justificar esse<br />
mo<strong>de</strong>lo, mesmo com seu reconhecimento<br />
estar mais relacionado ao universo promo,<br />
é o caso <strong>de</strong> 20<strong>22</strong> Ray-Ban ocupa, <strong>de</strong>senvolvido<br />
sem briefing <strong>de</strong> referência global para o<br />
anunciante, que teve como estrela a cantora<br />
Gloria Groove, protagonista <strong>de</strong> quatro filmes<br />
que exigiram 12 horas <strong>de</strong> gravações no<br />
Studio Cine, em São Paulo, com produção<br />
da Cabeça Amarela.<br />
“Esse projeto é um exemplo contun<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> que agências <strong>de</strong> live marketing po<strong>de</strong>m<br />
e <strong>de</strong>vem ser protagonistas nas estratégias<br />
criativas <strong>de</strong> seus clientes. Não só <strong>de</strong>senvolvendo<br />
ativações e eventos, mas toda a<br />
estratégia completa, que envolve <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
conceito e narrativa até, posteriormente,<br />
seus <strong>de</strong>sdobramentos táticos, como social<br />
media, influencers, filme e tudo aquilo que<br />
uma campanha precisa para gerar resultado”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Lenhard.<br />
A Hands elaborou com sucesso a ação<br />
para Ray-Ban em 2019. Mesmo assim teve<br />
<strong>de</strong> vencer nova concorrência para dar vida<br />
ao planejamento, que incluiu uma ocupação<br />
no icônico Teatro Oficina, em São Paulo,<br />
palco dos shows exclusivos <strong>de</strong> Gloria em <strong>de</strong>zembro<br />
do ano passado.<br />
“A experiência é insubstituível e carrega<br />
mensagens <strong>de</strong> marca ao vivo e em<br />
cores, com uma verda<strong>de</strong> e troca tão intensas<br />
como nenhuma outra ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> marketing po<strong>de</strong> proporcionar. Nossa<br />
ativida<strong>de</strong> é a que está mais alinhada com<br />
a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações reais e dinâmicas<br />
que os consumidores querem estabelecer<br />
com as marcas, é via <strong>de</strong> duas mãos, rápida<br />
e sensível”, explica Lenhard, fazendo<br />
referência à contribuição do live marketing<br />
à reputação das marcas. Ele <strong>de</strong>staca<br />
pontos-chave para o sucesso da Hands,<br />
que tem 37 funcionários e aten<strong>de</strong> clientes<br />
“Experiência é<br />
insubstituível e carrega<br />
mensagens <strong>de</strong> marca<br />
ao vivo e em cores”<br />
1<strong>22</strong> <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
A cantora Gloria Groove performou na campanha Ray Ban ocupa, <strong>de</strong>senvolvida pela agência Hands, que contou com quatros ví<strong>de</strong>os, instalação no Teatro Oficina e show<br />
como Google, YouTube, Ray-Ban, O Boticário,<br />
Ferrero Rocher e Jack Daniel’s.<br />
ENTREGA<br />
“Não há outra forma, esse é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />
diário para as marcas, arquitetar todos<br />
os seus movimentos em direção ao consumidor<br />
para criar a melhor percepção possível<br />
e alinhada com seus propósitos. Sem<br />
isso você está fora do jogo”.<br />
MÉTRICAS<br />
“Em nosso posicionamento, Content,<br />
Experience & Gols, <strong>de</strong>ixamos clara a preocupação<br />
com os resultados dos nossos<br />
clientes. E por isso, nos últimos anos, viemos<br />
nos movimentando para criar campanhas<br />
e projetos orientados para evoluir,<br />
da percepção subjetiva para a mensuração<br />
<strong>de</strong> resultados, e fazemos a mensuração<br />
através da nossa metodologia proprietária<br />
Multiplier. O Wow Efect elevado à mais alta<br />
potência, on<strong>de</strong> percepção e experiência<br />
movem ponteiros”.<br />
REPUTAÇÃO<br />
“Primeiro, precisamos ressignificar o que<br />
é evento hoje. Antigamente, eram apenas<br />
ações pontuais e táticas <strong>de</strong> narrativa superficial.<br />
Atualmente, os eventos são jornadas<br />
que começam a conversa muito antes e terminam<br />
muito <strong>de</strong>pois. A cauda se alongou<br />
e, com isso, permite uma conversa mais<br />
importante e perene na relação com o consumidor”.<br />
Marcelo Lenhard, CEO e fundador da Hands<br />
FESTIVAIS<br />
“Ativações em festivais como Rock in Rio,<br />
Lollapalloza, The Town e outros são movimentos<br />
pontuais e cirúrgicos que usam o<br />
edutainment como estratégia, on<strong>de</strong> as marcas<br />
tentam, em meio a uma clara disputa no<br />
share of view, aproveitar o gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong><br />
uma audiência, que está mais receptiva a informações<br />
através das experiências”.<br />
“Relações reais e<br />
dinâmicas que os<br />
consumidores querem<br />
estabelecer”<br />
CAMPANHAS<br />
“Ray-Ban ocupa, Google Black Friday e<br />
YouTube brandcast são projetos que envolvem<br />
um pensamento analítico <strong>de</strong>senvolvido<br />
muitos meses antes <strong>de</strong> sua realização,<br />
que carregam uma <strong>de</strong>nsa estratégia voltada<br />
para lapidar a reputação <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>stas<br />
marcas. Ray-Ban ocupa, por exemplo,<br />
foi a gran<strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> 20<strong>22</strong> da marca,<br />
responsável por propagar o posicionamento<br />
You’re on, além <strong>de</strong> impulsionar as vendas<br />
do período mais importante para Ray-Ban, o<br />
segundo semestre”.<br />
EXPERTISE<br />
“Como hub <strong>de</strong> inteligência criativa, temos<br />
um pool <strong>de</strong> mentes conectadas por especialida<strong>de</strong>,<br />
o que nos permite ser mais profundos e<br />
específicos na resposta <strong>de</strong> cada necessida<strong>de</strong>.”<br />
PERFIL<br />
“Somos um hub <strong>de</strong> inteligência criativa<br />
que direciona sua energia para contribuir<br />
estrategicamente para as marcas <strong>de</strong> nossos<br />
clientes”.<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 123<br />
1<strong>22</strong>123PM<strong>22</strong>05.indd 123 17/05/<strong>2023</strong> 09:46
propmark 58 Anos<br />
Alê Oliveira<br />
Desafios do brand<br />
safety na publicida<strong>de</strong><br />
Heloísa Santana<br />
é presi<strong>de</strong>nte-executiva da Ampro<br />
(Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
heloisa@ampro.com.br<br />
Heloísa Santana<br />
Começo esse texto parabenizando e<br />
agra<strong>de</strong>cendo pelos 58 anos do propmark,<br />
veículo essencial para profissionais<br />
<strong>de</strong> comunicação e marketing. Minha<br />
trajetória tem muita referência baseada nos<br />
conteúdos <strong>de</strong>sse veículo, que é tão importante<br />
para o profissional <strong>de</strong> comunicação!<br />
Obrigada e vida longa ao time propmark!<br />
Agra<strong>de</strong>ço também a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever<br />
sobre brand safety, um tema essencial,<br />
que precisa ser respeitado e aprimorado em<br />
tempos <strong>de</strong> fake news, reputação e LGPD.<br />
Brand safety é ancorado em boas práticas<br />
que mitigam problemas <strong>de</strong> reputação e consequente<br />
rejeição/cancelamento da marca<br />
nas campanhas <strong>de</strong> digital com veiculação<br />
<strong>de</strong> anúncios consi<strong>de</strong>rados nocivos (1) – essa<br />
pauta é sensível e ampla para lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> comunicação<br />
e marketing nos anunciantes,<br />
assim como aos profissionais nas agências,<br />
plataformas <strong>de</strong> mídia e digitais e entida<strong>de</strong>s,<br />
ou seja, um ecossistema trabalhando nesse<br />
assunto.<br />
Partindo da premissa que tudo que um<br />
profissional menos precisa é gerenciar crises<br />
que ferem as premissas do brand safety,<br />
compartilho algumas recomendações para<br />
campanhas – que estão em evolução e tramitação<br />
<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei no Brasil:<br />
• Critérios claros para a escolha – quais<br />
mídias e plataformas serão usadas na campanha,<br />
passando pela avaliação do conteúdo<br />
e qualida<strong>de</strong> editorial, da audiência-alvo,<br />
dos valores da marca e dos níveis <strong>de</strong> segurança<br />
da plataforma;<br />
• Usar ferramentas <strong>de</strong> prevenção – evitam<br />
que os anúncios sejam exibidos em sites ou<br />
conteúdos ina<strong>de</strong>quados. Alguns exemplos<br />
incluem filtros <strong>de</strong> palavras-chave, análise<br />
<strong>de</strong> conteúdo e bloqueio <strong>de</strong> URLs específicas.<br />
Mantenha essa lista sempre atualizada;<br />
• Invista em conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> – para<br />
atrair um público mais engajado e reduzir o<br />
risco <strong>de</strong> seus anúncios serem exibidos em sites<br />
ina<strong>de</strong>quados ou conteúdo questionável;<br />
• Monitorar 24x7: avaliar <strong>de</strong> perto a veiculação<br />
e performance dos anúncios, conectado<br />
com tendências e novida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong><br />
mídia. Acompanhar <strong>de</strong> perto as campanhas<br />
que permitem mudanças rápidas, em caso<br />
<strong>de</strong> crise;<br />
• Time integrado antecipa crises e garante<br />
resultados! Trabalho em equipe entre anunciante;<br />
parceiros <strong>de</strong> mídia; representantes<br />
das plataformas e, sempre que necessário,<br />
consulte as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe, como ABA,<br />
Abap, Cenp e IAB – para garantir que a marca<br />
esteja em segurança e bem representada<br />
em todas as campanhas publicitárias.<br />
Em resumo, o caminho para solução do<br />
brand safety envolve a combinação <strong>de</strong> tecnologia,<br />
parcerias estratégicas, monitoramento<br />
<strong>de</strong> perto e investimento em conteúdo<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e profissionais atentos.<br />
Com essas práticas, é possível proteger a reputação<br />
das marcas, para que seus anúncios<br />
sejam veiculados em ambientes seguros e<br />
relevantes.<br />
(1) Lista dos conteúdos nocivos: 1.<br />
Conteúdo sexual e explícito; 2. Armas<br />
e munições; 3. Crimes e atos prejudiciais<br />
a indivíduos e à socieda<strong>de</strong> e<br />
violações dos direitos humanos; 4.<br />
Morte, lesão ou conflito militar; 5.<br />
Pirataria online; 6. Discurso <strong>de</strong> ódio<br />
e atos <strong>de</strong> agressão; 7. Obscenida<strong>de</strong><br />
e profanação, incluindo linguagem,<br />
gestos e conteúdo explicitamente<br />
sangrento, gráfico ou repulsivo com<br />
a intenção <strong>de</strong> chocar e repugnar; 8.<br />
Drogas ilegais/tabaco/vaping/álcool;<br />
9. Spam ou conteúdo prejudicial e/ou<br />
nocivo; 10. Terrorismo; 11. Questões<br />
sociais sensíveis. Fonte: Conectados<br />
por Dentro do Brand Safety, Editora<br />
Lea<strong>de</strong>r, 20<strong>22</strong>, páginas 29 a 46. Estudo<br />
organizado pelo Grupo Consultivo <strong>de</strong><br />
ONGs do GARM e publicado pela ABA<br />
em 2021.<br />
124 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Engajamento eleva reputação e faz<br />
da marca um ativo financeiro valioso<br />
As agências Onze MC, BFerraz Eagle, AKM Performma, MCI e Bullet<br />
também buscam agregar nos projetos abordagens estratégicas<br />
Fotos: Divulgação<br />
O tradicional Baile <strong>de</strong> Carnaval da Vogue, realizado em São Paulo, contou com a expertise da BFerraz na organização do evento, que atrai marcas para gerar experiências ao vivo<br />
Paulo Macedo<br />
O<br />
live marketing tem um papel fundamental<br />
para a construção <strong>de</strong> reputação<br />
<strong>de</strong> marca. A expressão é do<br />
executivo Enricco Benetti, co-CEO & partner<br />
da BFerraz, agência do ecossistema<br />
B&Partners.co.<br />
Ele diz mais: “Com a transformação digital,<br />
engajar o público passou a ser mais<br />
<strong>de</strong>safiador. Uma agência especializada consegue<br />
criar experiências mais interativas<br />
e envolventes, que constroem e engajam<br />
comunida<strong>de</strong>s na vida real e digital. É uma<br />
oportunida<strong>de</strong> para que marcas estabeleçam<br />
uma conexão emocional com o consumidor<br />
capaz <strong>de</strong> gerar até memórias afetivas. O resultado<br />
vem <strong>de</strong> várias formas, e uma <strong>de</strong>las é<br />
o boca a boca positivo, uma das formas mais<br />
orgânicas e eficazes <strong>de</strong> marketing”.<br />
O repertório <strong>de</strong> soluções é abrangente<br />
e ganhou <strong>maio</strong>r proporção com os novos<br />
apelos agregados com a era digital. Por<br />
exemplo, como explica Benetti, “se a marca<br />
tem como valor a inovação, uma ativação<br />
criativa e tecnológica po<strong>de</strong> ajudar a<br />
transmitir essa mensagem <strong>de</strong> forma impactante<br />
e autêntica”.<br />
A geração <strong>de</strong> conteúdo, na linha <strong>de</strong> raciocínio<br />
<strong>de</strong> Benetti, “incentiva os consumidores<br />
a compartilhar fotos, ví<strong>de</strong>os e outros<br />
conteúdos nas re<strong>de</strong>s sociais, ampliando o alcance<br />
da marca e fortalecendo sua presença<br />
com uma comunida<strong>de</strong> estendida”.<br />
Imediatismo, não; longo prazo, sim. Por<br />
quê? Benetti respon<strong>de</strong>: “A reputação <strong>de</strong> uma<br />
marca é construída ao longo do tempo, com<br />
base nas percepções, experiências e opiniões<br />
dos consumidores, incluindo também<br />
colaboradores, acionistas e outros stakehol<strong>de</strong>rs.<br />
Uma entrega só é completa se constrói<br />
e faz manutenção <strong>de</strong> uma imagem positiva<br />
e coerente que sustente e reflita os valores<br />
da empresa, gerando confiança através <strong>de</strong><br />
uma abordagem estratégica e multidisciplinar<br />
que envolva áreas como marketing,<br />
“O potencial que uma<br />
ação equivocada <strong>de</strong><br />
live tem <strong>de</strong> manchar a<br />
reputação é enorme”<br />
jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 125
Fotos: Divulgação<br />
Igor Tobias é managing director da MCI<br />
Brenda Maia é CEO da agência <strong>de</strong> eventos Eagle<br />
Enricco Benetti é co-CEO e sócio da BFerraz<br />
comunicação, recursos humanos, responsabilida<strong>de</strong><br />
ESG e gestão <strong>de</strong> risco”, pon<strong>de</strong>ra<br />
o CEO da BFerraz, que usa a infraestrutura<br />
do B&Partners.co para incorporar eficiência<br />
aos projetos da agência.<br />
“Quando avaliamos o resultado <strong>de</strong> uma<br />
experiência po<strong>de</strong>mos usar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ferramentas<br />
martech com a Postmetria, empresa <strong>de</strong><br />
CXaaS que calcula por inteligência artificial<br />
o grau da satisfação phygital e espontânea<br />
dos consumidores. Também po<strong>de</strong>mos medir<br />
a reputação na fase <strong>de</strong> planejamento e pós-<br />
-projeto com a plataforma ESG Tech da Nossa<br />
Praia. Além, claro, <strong>de</strong> métricas mais tradicionais<br />
como o reconhecimento <strong>de</strong> marca,<br />
on<strong>de</strong> medimos o quanto o público reconhece<br />
um logotipo, cores, influenciadores. Avaliação<br />
<strong>de</strong> earned media, on<strong>de</strong> mensuramos<br />
a mídia não paga tanto em qualida<strong>de</strong> como<br />
em reverberação. Tem o engajamento, on<strong>de</strong><br />
se me<strong>de</strong> o quanto o público está se envolvendo<br />
com a marca seja nos comentários<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, compartilhamento ou salvar<br />
o conteúdo, como mencionei, o boca a<br />
boca positivo isso é tão importante quanto<br />
as métricas que são os números <strong>de</strong> seguidores<br />
e curtidas. A satisfação dos clientes, algo<br />
que é possível enten<strong>de</strong>r com ações básicas<br />
“Evento sozinho<br />
não faz verão. Evento<br />
gera conteúdo”<br />
BFerraz montou espaço instagramável no Baile da Vogue: “Brand experience é crucial para construir reputação”<br />
como pesquisas <strong>de</strong> satisfação, e a métrica<br />
mais óbvia, que é o ROI, retorno financeiro<br />
gerado pelas experiências <strong>de</strong> marca em relação<br />
ao investimento realizado”, diz Benetti.<br />
EXPERIÊNCIA<br />
A interação entre marcas e pessoas é igual<br />
à experiência que constrói reputação. É o<br />
que Celio Ashcar Jr, sócio e CEO, usa na gestão<br />
da AKM Performma. “Estamos em contato<br />
direto, no ao vivo, olho no olho, capturando<br />
sensações e dados. Cada vez mais o<br />
público admira e consome marcas com reputação<br />
e legado. Não adianta apenas falar<br />
sobre ESG, tem <strong>de</strong> praticar o ESG”, afirma o<br />
executivo, lembrando <strong>de</strong> soluções propostas<br />
no auge da pan<strong>de</strong>mia.<br />
Ashcar Jr dá um exemplo: “Criamos<br />
para Domino’s uma campanha focada em<br />
reputação. Estávamos num momento <strong>de</strong><br />
muita discussão sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tomar vacina contra a Covid. Os números<br />
da 2ª dose estavam baixíssimos, e fomos a<br />
primeira campanha a incentivar as pessoas<br />
a tomarem a 2ª dose. A campanha Não<br />
perca a segunda oferecia a segunda pizza<br />
grátis para quem tomasse a segunda dose.<br />
Foi um enorme sucesso <strong>de</strong> engajamento e<br />
conscientização. E, claro, mostrou a preocupação<br />
e a reputação da marca com a<br />
serieda<strong>de</strong> do assunto”.<br />
Ter um olhar híbrido para o negócio é o<br />
que Fernando Figueiredo, CEO da Bullet,<br />
propõe. “Não somos uma agência <strong>de</strong> live<br />
marketing. Somos uma agência <strong>de</strong> engajamento.<br />
E promovemos engajamento não<br />
importa o meio, a ferramenta e a forma.<br />
Estamos aqui para mexer no ponteiro. E<br />
fazemos isso com advertising, conteúdo,<br />
promoção, eventos, influencer etc. O<br />
marketing ao vivo nada mais é do que o<br />
always on. E isso fazemos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios.<br />
Evento sozinho não faz verão.<br />
Evento gera conteúdo. Estratégias para<br />
reverberar este conteúdo são fundamentais<br />
para transformar algo localizado em<br />
pontual numa estratégia ampla e real. É<br />
o real digital. Levar pro digital aquilo que<br />
foi concebido no mundo real. O evento é<br />
126 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
propmark 58 Anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
Colgate no Rock in Rio, em projeto da Onze MC, trouxe a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e da coragem no festival <strong>de</strong> música: “Construção da reputação por meio do live marketing”<br />
o catalisador <strong>de</strong> experiências. Atraímos a&l