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edição de 22 de maio de 2023

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propmark.com.br ANO 58 - Nº 2944 - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong><br />

Mercado da comunicação<br />

usa tecnologia <strong>de</strong> ponta<br />

para monitorar a<br />

reputação das marcas<br />

Com o aumento da disseminação <strong>de</strong> fake<br />

news, agências e empresas <strong>de</strong>senvolvem cada<br />

vez mais novas estratégias com investimento<br />

pesado em tecnologia. Tudo para garantir que<br />

a publicida<strong>de</strong> dos seus clientes seja distribuída<br />

em plataformas seguras. Nesta edição <strong>de</strong><br />

aniversário dos 58 anos do propmark, especial<br />

mostra a engrenagem que envolve todo o<br />

ecossistema <strong>de</strong> comunicação para cuidar da<br />

imagem das marcas. pág. 36<br />

Luciana Carranca


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

Muita história para contar<br />

Neste dia 21 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>, o propmark completa 58 anos <strong>de</strong> existência<br />

e <strong>de</strong> circulação ininterrupta. Chegar a quase seis<br />

décadas em funcionamento não é para qualquer um. Infelizmente,<br />

vimos vários veículos <strong>de</strong> comunicação encerrarem<br />

suas operações nos últimos anos. Reflexo da crise da mídia, especialmente<br />

sobre as publicações impressas. Mas o propmark<br />

mostra que soube se reinventar ao longo das várias transformações<br />

do mercado e manteve a qualida<strong>de</strong> do seu conteúdo durante<br />

todo o seu tempo.<br />

A tradição do veículo - o mais longevo na cobertura da indústria <strong>de</strong><br />

propaganda e marketing - e sua importância para o setor fizeram do<br />

jornal uma marca reconhecida pelos profissionais do mercado criativo,<br />

on<strong>de</strong> eles encontram um espaço para troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, exposição<br />

<strong>de</strong> cases, inspiração e informações <strong>de</strong> última or<strong>de</strong>m sobre o negócio<br />

da publicida<strong>de</strong>. Além <strong>de</strong> matérias analíticas feitas por um time <strong>de</strong><br />

jornalistas altamente especializados e pontos <strong>de</strong> vista diferentes <strong>de</strong><br />

articulistas dos mais variados segmentos.<br />

A história do propmark começou com a criação da coluna Asteriscos<br />

no extinto Diário Popular. O espaço era <strong>de</strong>dicado à cobertura do<br />

mercado publicitário no veículo e foi o embrião <strong>de</strong>ste semanal. Asteriscos<br />

foi o primeiro representante da imprensa brasileira a fazer a<br />

cobertura do Festival <strong>de</strong> Cannes, na França.<br />

Após 19 anos sendo publicada no Diário Popular, a coluna foi transformada<br />

em Ca<strong>de</strong>rno Propaganda & Marketing e passou a circular<br />

como um suplemento dos jornais Gazeta Esportiva e, posteriormente,<br />

Folha da Tar<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> 1998, a publicação ganhou uma versão online<br />

(propmark.com.br), que vem crescendo ano a ano.<br />

Em 1999, nova mudança. Com o fim da circulação da Folha da Tar<strong>de</strong>,<br />

que foi substituída pelo Agora São Paulo, o Propaganda & Marketing<br />

passou a ter circulação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> usar a palavra<br />

“Ca<strong>de</strong>rno”.<br />

Depois <strong>de</strong> oito anos, outra novida<strong>de</strong>. Em 2007, a publicação simplificou<br />

a marca e passou a ser chamada apenas <strong>de</strong> propmark, em letras<br />

minúsculas, para alinhamento com a versão digital da publicação.<br />

Em 2015, veio a transformação mais disruptiva, quando o veículo<br />

abandonou o mo<strong>de</strong>lo jornalão e adotou o formato berliner, com papel<br />

couchê, e passou a ser impresso na própria gráfica, a Referência<br />

Gráfica, dando à publicação uma cara <strong>de</strong> revista.<br />

Agora, com a presente edição especial <strong>de</strong> aniversário, o propmark<br />

apresenta seu novo projeto gráfico. Desta vez, trata-se mais <strong>de</strong> uma<br />

repaginada no layout do jornal, feita por seu <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Arte,<br />

formado por Adunias da Luz, editor <strong>de</strong> arte, e o diagramador Lucas<br />

Boccatto.<br />

Além <strong>de</strong> uma tipografia mais mo<strong>de</strong>rna, o novo projeto gráfico está<br />

mais leve e clean, com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a experiência do leitor.<br />

A dupla trabalhou nas vinhetas com o conceito do sinal <strong>maio</strong>r em<br />

duplicata, associado à gran<strong>de</strong>za do jornal, que sempre contribuiu<br />

com o meio publicitário. Já a nova tipografia do logo foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

por um estúdio especializado na Índia e adquirida pelo veículo.<br />

Desejamos que o novo projeto gráfico seja bem recebido pelo mercado,<br />

bem como esta edição especial, que aborda o tema reputação das<br />

marcas. Em tempos <strong>de</strong> aumento da disseminação das fake news e <strong>de</strong><br />

conteúdos impróprios no ambiente digital, a Redação enten<strong>de</strong>u que<br />

o assunto merecia uma análise mais aprofundada, com o objetivo <strong>de</strong><br />

mostrar o que as agências e as empresas estão fazendo para cuidar<br />

da imagem das marcas.<br />

O especial traz matérias, análises e artigos <strong>de</strong> profissionais da indústria.<br />

A conclusão é <strong>de</strong> que o trabalho para conter eventuais crises das<br />

empresas <strong>de</strong>ve ser contínuo e exige muita criativida<strong>de</strong> aliada à tecnologia<br />

e investimento, haja vista o po<strong>de</strong>r que a <strong>de</strong>sinformação tem<br />

em manchar a reputação <strong>de</strong> uma empresa. Boa leitura!<br />

as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />

1ª<br />

2ª<br />

Burguer King e Sony lançam combo<br />

do novo filme do Homem Aranha<br />

O Burger King, em parceria com a Sony Pictures, lança o combo<br />

BK Aranhaverso, inspirado no lançamento do filme Homem-Aranha:<br />

Através do Aranhaverso.<br />

3ª<br />

Heineken se torna a cerveja<br />

oficial <strong>de</strong> shows internacionais<br />

A Heineken se juntou à Live Nation Brasil e agora passa a ser<br />

a cerveja oficial dos shows internacionais que vão <strong>de</strong>sembarcar<br />

no Brasil. O acordo visa a fomentar a presença da marca.<br />

Brasil tem 45 finalistas<br />

na shortlist do D&AD <strong>2023</strong><br />

Diminuiu o número <strong>de</strong> peças brasileiras classificadas para a<br />

shortlist <strong>de</strong>ste ano no D&AD Awards, na comparação com 20<strong>22</strong>,<br />

quando houve 62. A BETC Havas li<strong>de</strong>ra o ranking, com seis chances<br />

<strong>de</strong> ganhar Pencil, seguida pela Africa Creative e AKQA São<br />

Paulo, que conquistaram cinco posições cada.<br />

4ª<br />

A indústria <strong>de</strong> Hollywood foi impactada com a greve dos roteiristas,<br />

anunciada pelo Writers Guild of America West (WGA), o<br />

sindicato dos roteiristas dos Estados Unidos, no último dia 2.<br />

5ª<br />

Como a greve dos roteiristas <strong>de</strong><br />

Hollywood afeta os anunciantes<br />

Comércio conversacional <strong>de</strong>ve<br />

movimentar US$ 25,1 bi em <strong>2023</strong><br />

O investimento no comércio conversacional em canais OTT (over<br />

the top), incluindo o WhatsApp ou o aplicativo chinês WeChat,<br />

<strong>de</strong>ve saltar <strong>de</strong> US$ 13,3 bilhões em 20<strong>22</strong> para US$ 25,1 bilhões.<br />

4 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


índice<br />

Reputação das marcas<br />

é <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> gestão<br />

para CMOs e agências<br />

Em tempos <strong>de</strong> aumento<br />

<strong>de</strong> fake news no ambiente<br />

digital, mercado prioriza<br />

estratégias <strong>de</strong> brand<br />

safety na comunicação.<br />

Tema é analisado em especial<br />

<strong>de</strong> aniversário <strong>de</strong><br />

58 anos do propmark.<br />

36<br />

Freepik<br />

propmark<br />

propmark.com.br<br />

Jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci e Paulo<br />

Macedo<br />

Editor <strong>de</strong> fotografia: Alê Oliveira<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórteres: Adrieny Magalhães e<br />

Carolina Vilela<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Editor <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />

Luz<br />

Diagramador Pleno: Lucas<br />

Boccatto<br />

O propmark é filiado à:<br />

O propmark é uma publicação<br />

da:<br />

Sócia da PROS fala sobre júri <strong>de</strong> PR em Cannes<br />

A jornalista Daniela Graicar julgará<br />

os projetos da categoria PR Lions<br />

pela primeira vez. A executiva<br />

é expoente <strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong><br />

agências que <strong>de</strong>sbancou a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que relações públicas é só assessoria<br />

<strong>de</strong> imprensa. “Conteúdo,<br />

influência e digital trazem resultado<br />

<strong>de</strong> earned media muito superior<br />

e constroem uma reputação<br />

positiva”, afirma Daniela. pág. 26<br />

VMLY&R cria trabalho emblemático<br />

sobre <strong>de</strong>smatamento para Coral<br />

Para chamar a atenção sobre o problema do <strong>de</strong>smatamento<br />

na Amazônia, a VMLY&R i<strong>de</strong>alizou para<br />

a Coral o Projeto Ver<strong>de</strong> Amazônia, que, através da<br />

tecnologia, “traduz dados, notícias e prognósticos<br />

da preservação da floresta amazônica em cor, alterando<br />

a tonalida<strong>de</strong> do ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com essas<br />

mudanças”. pág. 32<br />

Samsung Ads oferece<br />

soluções segmentadas<br />

Com a estratégia <strong>de</strong> conexão complementar<br />

no planejamento <strong>de</strong> mídia e<br />

comunicação dos anunciantes, a Samsung<br />

Ads promete oferecer segmentações<br />

do digital e métricas combinadas<br />

com recomendações respaldadas por<br />

dados proprietários e exclusivos sobre<br />

hábitos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo em<br />

TV conectada (CTV). pág. 34<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />

Armando Ferrentini<br />

Diretor-executivo<br />

Tiago Ferrentini<br />

Departamento comercial<br />

Gerentes <strong>de</strong> contas:<br />

Mel Floriano<br />

mel@referencia-ge.com.br<br />

tel. (11) 2065 0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@referencia-ge.com.br<br />

tel. (11) 2065 0744<br />

Assinaturas<br />

www.propmark.com.br/signup<br />

assinaturas@propmark.com.br<br />

tel. (11) 2065 0737<br />

Redação<br />

Rua François Coty, <strong>22</strong>8<br />

01524-030 - São Paulo – SP<br />

Tel. (11) 2065 0772 / 0766<br />

redacao@propmark.com.br<br />

O propmark é uma pu bli ca ção da Edi to ra Re fe rên cia Ltda.<br />

Rua Fran çois Coty, <strong>22</strong>8 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

As ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

Editorial ............................................................................4<br />

Conexões ..........................................................................8<br />

Curtas ................................................................................10<br />

Inspiração .........................................................................12<br />

Entrevista .........................................................................14<br />

Quem Fez ..........................................................................20<br />

Cannes Lions <strong>2023</strong> ...........................................................<strong>22</strong><br />

Mercado ............................................................................27<br />

Agências ...........................................................................32<br />

Digital ...............................................................................34<br />

propmark 58 anos............................................................36<br />

Marcas ..............................................................................134<br />

We Love MKT .....................................................................135<br />

ESG no MKT .......................................................................136<br />

Supercenas .......................................................................137<br />

Última Página ...................................................................138<br />

Ana Couto traz sua<br />

visão mo<strong>de</strong>rna sobre<br />

o que é branding<br />

CEO da empresa que leva o seu<br />

nome, a <strong>de</strong>signer afirma que o<br />

branding evoluiu <strong>de</strong> uma estratégia<br />

<strong>de</strong> marca para uma estratégia<br />

que alinha marca, negócio<br />

e comunicação pág. 14<br />

6 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


PARA QUEM SEMPRE<br />

BUSCA DAR INFORMAÇÃO<br />

EM PRIMEIRA MÃO DO<br />

MERCADO PUBLICITÁRIO<br />

HÁ 58 ANOS,<br />

NOSSOS PARABÉNS.<br />

PRA NOVIDADES DE COMUNICAÇÃO,<br />

BUSCA NO PROPMARK.<br />

TUDO MAIS QUE VOCÊ PRECISAR,


conexões<br />

última hora<br />

PARCERIA<br />

A Stefanini Cyber Defense consolidou parceria global com a<br />

israelense Shield-IoT, especializada em segurança cibernética<br />

na área <strong>de</strong> IoT. “Buscamos sempre novos produtos para o nosso<br />

portfólio, com parceiros que sejam lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado em soluções<br />

<strong>de</strong> segurança cibernética”, esclarece Leidivino Natal (foto acima),<br />

CEO da empresa do Grupo Stefanini, que estima que até 2025 mais<br />

<strong>de</strong> 27 bilhões <strong>de</strong> dispositivos estarão conectados à internet. E com<br />

avanço da IA, 5G e cloud.<br />

SUPORTE<br />

A Globo reforça sua atuação junto aos fornecedores por meio do<br />

Novo Portal do Fornecedor (https://portaldofornecedor.g.globo/)<br />

e do Prêmio Parceiros em Excelência, iniciativas que fomentam<br />

o ecossistema <strong>de</strong> parceria entre Globo e seus contratados.<br />

“Reconhecer e fomentar o crescimento <strong>de</strong> quem está ao redor faz<br />

parte da cultura <strong>de</strong> parceria da Globo”, ressalta comunicado.<br />

LinkedIn:<br />

Jotacom integra 12 lí<strong>de</strong>res da equipe<br />

na composição societária<br />

Parabéns, galera linda!<br />

Milena Silva<br />

Parabéns, muito, muito mais que merecido!<br />

Adriano Caramello Hypólito<br />

Aí, sim, só fera! Parabéns a todos!<br />

Gabriel Garcia<br />

dorinho<br />

O formato híbrido <strong>de</strong> eventos caiu<br />

por terra, garante empresária do<br />

setor<br />

Essa visão exclu<strong>de</strong>nte é, infelizmente, a<br />

marca registrada do Brasil. A tecnologia<br />

<strong>de</strong>veria agregar públicos, melhorar entregas<br />

para patrocinadores. Tem muita<br />

gente que não vai “socializar”, mas po<strong>de</strong>ria<br />

participar online. No esporte é a<br />

mesma coisa. Visão limitada e míope sobre<br />

o papel das tecnologias no mundo<br />

atual. Pela mesma lógica, não vamos<br />

mais usar app <strong>de</strong> banco, e vamos todos<br />

na agência “socializar” com o gerente.<br />

Amir Somoggi<br />

Toda história que se preza tem, no mínimo,<br />

dois lados. Os eventos híbridos e<br />

digitais vieram para ficar <strong>de</strong>vido a seus<br />

custos atraentes, disponibilida<strong>de</strong> global<br />

<strong>de</strong> participação, recursos <strong>de</strong> interação e<br />

inovação diferentes dos eventos presenciais<br />

e muito mais. Afirmo que não há<br />

formato melhor ou pior <strong>de</strong> evento.<br />

Luiz Trinda<strong>de</strong><br />

APOSTA<br />

Quer ver como você vive apostando? é o conceito da primeira<br />

campanha (foto acima) da EstrelaBet, <strong>de</strong>senvolvida pela agência<br />

Druid Creative Gaming. Mais <strong>de</strong> 200 peças diferentes foram criadas<br />

pela equipe li<strong>de</strong>rada pelo CEO Claudio Lima. “Transformamos<br />

essas pequenas apostas do cotidiano em um conceito <strong>de</strong> campanha<br />

divertido, com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> abordar a comunicação <strong>de</strong> forma natural<br />

e criar peças que os consumidores, quando impactados, sintam<br />

que podiam fazer parte daquela situação ou daquela ‘aposta’”.<br />

A aprovação é do CMO Renan Cavalvanti.<br />

8 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Reprodução Kevin Hart Nation<br />

Cannes Lions entrega homenagem<br />

inédita ao ator e Comediante Kevin hart<br />

O ator, comediante e empresário Kevin Hart foi eleito pelo Cannes<br />

Lions como Personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Entretenimento <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. Inédito, o<br />

reconhecimento celebra a criativida<strong>de</strong> que inspira a produzir conteúdo<br />

relevante e divertido. Em 2018, Hart lançou a produtora Hartbeat, que<br />

une cultura e comédia. “Estou muito honrado em ser reconhecido por<br />

meu trabalho no espaço <strong>de</strong> entretenimento e publicida<strong>de</strong>. Tem sido incrível<br />

trabalhar para levar a comédia na publicida<strong>de</strong> ao próximo nível e<br />

criar campanhas que unem as pessoas por meio do riso”, diz Hart, que<br />

subirá ao palco do Palais no dia 20 <strong>de</strong> junho. “Ele é um empreen<strong>de</strong>dor<br />

pioneiro e mostra inabalável comprometimento na construção da<br />

mais inovadora e inclusiva produtora <strong>de</strong> histórias <strong>de</strong> comédia. Este é<br />

o tipo <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> que age como inspiração, e estamos honrados<br />

em reconhecer o importante papel que Kevin vem protagonizando”,<br />

comenta Philip Thomas, chairman do Lions.<br />

Galeria contrata e promove na criação<br />

Divulgação<br />

festival ciclope latino retorna a são paulo<br />

Divulgação<br />

Mario Cintra, Rodrigo Bonfim, Cristal Crocker e Arthur Lobão reforçam trabalho da agência<br />

Evento ocorrerá nesta quinta-feira (25) no MIS com colaboração da Apro e parceria da Apex<br />

Arthur Lobão (diretor <strong>de</strong> criação) e Rodrigo Bonfim (diretor <strong>de</strong> criação<br />

associado) acabam <strong>de</strong> chegar à Galeria. Já Mario Cintra foi promovido a<br />

diretor <strong>de</strong> criação associado e Cristal Crocker a diretora <strong>de</strong> arte. Lobão<br />

tem 12 anos <strong>de</strong> experiência e já trabalhou na CP+B, Nubank, Notco,<br />

Stone, Betterfly e Soko. Propeg, R/GA SP e New York, MullenLowe<br />

Mena e Africa Creative estão entre as agências pelas quais Bonfim já<br />

atuou em 14 anos <strong>de</strong> carreira, enquanto Cintra, com 23 anos <strong>de</strong> mercado,<br />

passou por Leo Burnett, Talent Marcel, DPZ&T e Africa. Formada<br />

em <strong>de</strong>sign gráfico, Cristal soma ações para McDonald’s e Vivo.<br />

A nona edição do Ciclope Latino ocorrerá nesta quinta-feira (25) às 19h<br />

com premiação ao vivo no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São<br />

Paulo. O evento tem apoio da Associação Brasileira da Produção <strong>de</strong><br />

Obras Audiovisuais (Apro) por meio da plataforma FilmBrazil, parceira<br />

da Agência Brasileira <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Exportações e Investimentos<br />

(Apex Brasil). Mais <strong>de</strong> 200 inscrições vieram do Brasil, México, Argentina,<br />

Colômbia, Peru e Uruguai. “Estamos emocionados em voltar a<br />

São Paulo para <strong>de</strong>scobrir o talento latino que vai se <strong>de</strong>stacar em Berlim”,<br />

diz Francisco Condorelli, fundador e diretor do festival.<br />

movimento <strong>de</strong> mulheres lança novo livro mutato amplia presença na samsunG Wmccann promove na área <strong>de</strong> operações<br />

O segundo<br />

volume do livro<br />

Uma sobe e puxa<br />

a outra já po<strong>de</strong><br />

ser encontrado<br />

na Amazon, por<br />

R$ 68,90. Com<br />

488 páginas, a<br />

obra editada pela<br />

Literare Books<br />

International traz<br />

testemunhos das<br />

350 mulheres que<br />

compõem movimento<br />

homônimo.<br />

Empresárias,<br />

influencers,<br />

jornalistas, atrizes<br />

Obra Uma sobe e puxa a outra<br />

está à venda na Amazon<br />

e atletas contam histórias capazes <strong>de</strong> inspirar<br />

a luta pela equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero sob os pilares<br />

<strong>de</strong> inclusão, diversida<strong>de</strong>, ESG, propósito,<br />

carreira e <strong>de</strong>senvolvimento pessoal. Christiane<br />

Pelajo, Leila Sterenberg, Manzar Feres e<br />

Virna Piovezan estão entre as participantes.<br />

As duas edições somam 113 autoras, e mais<br />

<strong>de</strong> duas mil mulheres aguardam para a<strong>de</strong>rir<br />

às próximas publicações.<br />

Divulgação<br />

Eco troca é primeira ação da agência para Going green<br />

A Mutato assume a estratégia <strong>de</strong> social da<br />

plataforma <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> Going green,<br />

da Samsung, que já conta com a agência para<br />

trabalho <strong>de</strong> conteúdo das divisões mobile<br />

experience e consumer eletronics. A parceria<br />

existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016. Eco troca, que estimula o<br />

<strong>de</strong>scarte consciente <strong>de</strong> eletrônicos, é a primeira<br />

ação assinada pela Mutato para a área<br />

lançada em 2021. “A Samsung é uma das marcas<br />

mais inovadoras do mundo e nos enche<br />

<strong>de</strong> orgulho saber que po<strong>de</strong>mos contribuir com<br />

essa história, agora em mais frentes, e ainda<br />

mais atrelados ao conceito ESG”, comenta<br />

Decio Freitas, VP <strong>de</strong> negócios da Mutato.<br />

Divulgação<br />

Na agência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008, Erika Casal soma 23 anos <strong>de</strong> carreira<br />

Erika Casal foi promovida a diretora <strong>de</strong> operações<br />

da WMcCann. Gestão <strong>de</strong> dados para<br />

ganho <strong>de</strong> eficiência é a meta da executiva,<br />

que possui 23 anos <strong>de</strong> experiência. Na agência<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008, já atuou no atendimento e<br />

gestão <strong>de</strong> projetos. Em 2017, tornou-se head<br />

<strong>de</strong> projetos da WMcCann Rio, e foi promovida<br />

a diretora <strong>de</strong> projetos dois anos <strong>de</strong>pois.<br />

Erika é formada em publicida<strong>de</strong> e propaganda<br />

pela Facha e tem MBA executivo em gestão<br />

<strong>de</strong> marketing pela UFRJ. Iniciou carreira na<br />

Embratel e já aten<strong>de</strong>u Club Med, L’Oréal Paris,<br />

Colorama, Maybelline, Tim, Estácio, Equinor,<br />

Coca-Cola e Americanas, entre outras marcas.<br />

Divulgação<br />

10 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

ChatGPT<br />

Fotos: Arquivo Pessoal e Freekpik<br />

“ChatGPT, escreva um texto com 3.000 toques, como uma redatora<br />

publicitária, comemorando os 58 anos do jornal propmark”<br />

Laura Florence<br />

Especial para o propmark<br />

Foi assim: o Paulo me mandou uma mensagem “Queria te pedir<br />

um artigo para a coluna Inspiração para a edição <strong>de</strong> aniversário<br />

<strong>de</strong> 58 anos do jornal. São 3.500 toques <strong>de</strong> word com espaço.<br />

Texto autoral. Sobre o que te inspira”.<br />

O problema é que estava sem inspiração para falar em inspiração.<br />

Normal. Quem nunca? Aí segui na minha rotina <strong>de</strong> “busca <strong>de</strong> inspiração”.<br />

Dei uma passada no Pinterest, olhei umas pastas referências,<br />

troquei i<strong>de</strong>ia com a equipe... e nada. O Paulo me cobrou o texto. E<br />

agora? Como posso fazer para entregar isso ainda hoje? “Será que o<br />

ChatGPT teria uma boa i<strong>de</strong>ia?”. Vamos ver:<br />

“ChatGPT, escreva um texto com 3.000 toques, como uma redatora<br />

publicitária, comemorando os 58 anos do jornal propmark”<br />

E veio isso:<br />

O mundo da publicida<strong>de</strong> e do marketing está em constante evolução<br />

e, há 58 anos, o jornal propmark tem sido a voz mais influente<br />

<strong>de</strong>sse setor no Brasil. Hoje, temos o prazer <strong>de</strong> comemorar mais um<br />

ano <strong>de</strong> sucesso e conquistas <strong>de</strong>ssa publicação icônica que tem sido<br />

uma fonte <strong>de</strong> inspiração para todos nós.<br />

Des<strong>de</strong> a sua criação, em 1965, o propmark tem sido um guia essencial<br />

para profissionais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, propaganda e marketing<br />

em todo o Brasil. Ao longo dos anos, o jornal evoluiu e se adaptou<br />

às mudanças do mercado, oferecendo insights valiosos e tendências<br />

inovadoras que ajudaram a moldar o setor.<br />

O propmark sempre foi reconhecido por sua cobertura imparcial<br />

e análises profundas das tendências do mercado. Os seus artigos informativos<br />

e entrevistas com lí<strong>de</strong>res do setor, bem como suas críticas<br />

e análises <strong>de</strong> campanhas publicitárias, sempre foram referência<br />

para quem <strong>de</strong>seja estar à frente das tendências do mercado.<br />

Além disso, o propmark também é um veículo importante para<br />

a disseminação <strong>de</strong> boas práticas no mercado publicitário. A publicação<br />

tem se esforçado para promover a ética e a responsabilida<strong>de</strong><br />

social no setor, e tem sido uma voz forte na <strong>de</strong>fesa da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero, raça e diversida<strong>de</strong>.<br />

Não é à toa que o propmark é consi<strong>de</strong>rado uma das publicações<br />

mais importantes do setor <strong>de</strong> comunicação e marketing no Brasil.<br />

O jornal sempre se <strong>de</strong>stacou pela sua qualida<strong>de</strong> editorial e pela sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adaptar às mudanças no mercado, mantendo-se<br />

relevante e inovador ao longo dos anos.<br />

A equipe <strong>de</strong> redação do propmark é formada por alguns dos<br />

melhores jornalistas e especialistas do setor, o que torna a publicação<br />

um verda<strong>de</strong>iro centro <strong>de</strong> conhecimento para a indústria. Graças<br />

ao trabalho árduo e <strong>de</strong>dicado <strong>de</strong>sses profissionais, o jornal continuará<br />

a ser uma referência essencial para a publicida<strong>de</strong> e o marketing<br />

no Brasil.<br />

Nós, da comunida<strong>de</strong> publicitária, <strong>de</strong>sejamos ao propmark um feliz<br />

aniversário <strong>de</strong> 58 anos, e esperamos que essa publicação continue<br />

a ser uma voz importante na indústria por muitos anos a mais.<br />

Parabéns, propmark, por tudo o que você já conquistou e pelo que<br />

ainda está por vir!<br />

Se você estava com medo <strong>de</strong> o ChatGPT roubar o seu emprego,<br />

relaxa. Além <strong>de</strong> ruim, ele é muito puxa-saco. Hahahahaha.<br />

No final, o que me inspira mesmo são as emoções reais. Isso a inteligência<br />

artificial não tem para dar.<br />

propmark, parabéns pelos 58 anos e por dar espaço às nossas<br />

i<strong>de</strong>ias. Vindo do coração e não da máquina.<br />

Laura Florence é diretora-executiva <strong>de</strong> criação da Havas Health & You e cofundadora<br />

da More Grls<br />

12 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


entrevista<br />

ana couto<br />

chief executive officer da Ana Couto<br />

‘Todas as marcas vão ter problema’<br />

Uma das principais referências em<br />

branding no Brasil, Ana Couto fala<br />

nesta Entrevista sobre a evolução<br />

da ativida<strong>de</strong> e da importância <strong>de</strong><br />

uma marca ter um propósito simples<br />

e claro. “O propósito é o talento<br />

da organização colocado à disposição<br />

do mundo. Para Apple é<br />

‘Think different, challenge the status<br />

quo’. Para o Google, ‘Organizar<br />

as informações do mundo’, uma<br />

visão tão abrangente que não precisa<br />

se reinventar. E com isso, essas<br />

marcas vão crescendo”, exemplifica<br />

a CEO da empresa que leva<br />

o seu nome. Ela também <strong>de</strong>staca<br />

que, num mundo VUCA, não há<br />

mais construção linear <strong>de</strong> marcas<br />

e controle. “Por isso, precisa fazer<br />

uma gestão muito saudável para<br />

quando vier uma crise a empresa<br />

conseguir reverter”.<br />

Kelly Dores<br />

Há quanto tempo você trabalha com branding e quais foram as<br />

principais mudanças <strong>de</strong> lá para cá?<br />

Eu tenho uma formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign junto com antropologia, morei nos<br />

Estados Unidos por cinco anos, on<strong>de</strong> fiz um mestrado em comunicação<br />

visual e montei a agência. Lá, eu me <strong>de</strong>parei com um mercado muito mais<br />

evoluído na época, quando <strong>de</strong>sign já era uma construção muito forte <strong>de</strong><br />

negócio, trazia muito valor para as marcas, que já tinham i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s visuais<br />

muito fortes, como Fe<strong>de</strong>x e Coca-Cola. Isso foi em 1993, então tem<br />

30 anos que a gente está com esse <strong>de</strong>safio no Brasil. Eu voltei com o pensamento<br />

<strong>de</strong> que o <strong>de</strong>sign no Brasil ainda estava engatinhando, sob a ótica<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, e <strong>de</strong> trazer o branding como uma estratégia <strong>de</strong> negócio,<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> valor das organizações. Lembro que naquele tempo o<br />

Brasil não tinha marcas entre as mais valiosas do mundo e tinha um gap,<br />

pois o país era muito forte e já produzia muito. E o branding acompanhou,<br />

Fotos: Divulgação<br />

na virada do século 20 para o 21, a evolução <strong>de</strong> como se constrói valor nas<br />

organizações, que pelo marketing é importante, é um push <strong>de</strong> produto,<br />

e pelo branding é uma gestão <strong>de</strong> valor. Eu faço um pouco essa distinção.<br />

O branding evolui <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> marca para uma estratégia que<br />

alinha marca, negócio e comunicação. Ou seja, quem eu sou como marca,<br />

qual é a minha personalida<strong>de</strong>, meus atributos, como sou percebido; qual<br />

o meu produto, qual a proposta <strong>de</strong> valor e o que o meu negócio faz. Isso é<br />

muito importante, porque a experiência da marca tem um impacto muito<br />

gran<strong>de</strong>. E tem também os <strong>de</strong>safios do século 21 que é a visão do propósito.<br />

O propósito nada mais é do que o talento que a organização tem para<br />

impactar o mundo <strong>de</strong> uma forma positiva.<br />

Então esse é o conceito mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> branding?<br />

Esse é um conceito que a gente vem <strong>de</strong>senvolvendo ao longo <strong>de</strong>sses 30<br />

anos, trabalhando muito fortemente com empresas brasileiras que não<br />

tinham frame nenhum <strong>de</strong> gestão e alinhando muito empresas globais,<br />

14 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


“A tecnologia impactou todo e<br />

qualquer mercado, trazendo um novo<br />

olhar sobre como o consumidor está<br />

se relacionando com a marca”<br />

como Coca-Cola, P&G, Souza Cruz, que traziam um framework importante<br />

em que a gente trabalhava a partir <strong>de</strong>le. Enten<strong>de</strong>ndo que no fim do dia,<br />

todo e qualquer esforço tem como princípio esse alinhamento, <strong>de</strong> quem<br />

é a marca, quais são os equities, como se constrói uma marca icônica, com<br />

a proposta <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> negócio, como coloca o consumidor no centro e<br />

com essa visão <strong>de</strong> propósito. E tem toda uma mudança <strong>de</strong> mercado com<br />

vários exemplos prontos nessa transição que são muito relevantes, como<br />

a trajetória da Nike, que é uma marca relativamente recente e traz muito<br />

foco no <strong>de</strong>senvolvimento do produto a partir dos atletas, traz i<strong>de</strong>ntificação<br />

gran<strong>de</strong> para as pessoas, porque fala que quer ser a marca mais conhecida<br />

e valorizada do planeta, com uma clareza forte do seu propósito.<br />

Até que aconteceu o downsi<strong>de</strong> em que começaram a acusar a Nike <strong>de</strong><br />

produção com trabalho escravo e infantil. E daí as pessoas começaram a<br />

dizer que não queriam mais os produtos da marca e as ações da Nike caíram<br />

em todos os mercados, porque num primeiro momento a postura<br />

da empresa foi <strong>de</strong> dizer que não produzia, que terceirizava, e o mercado<br />

reagiu afirmando que ela era responsável por seu ecossistema. E foi aí que<br />

a gente começou a ver a mudança <strong>de</strong> paradigma no mercado, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> ser ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção e começar a olhar o seu ecossistema. A Nike então<br />

passou a criar uma série <strong>de</strong> premissas para não produzir mais daquela<br />

forma e voltou ao ciclo da construção <strong>de</strong> valor. Por isso, o branding com<br />

ESG, toda essa frente muito clara, mostra que vamos ter um novo capitalismo<br />

no século 21, porque senão o planeta não aguenta, o consumo não<br />

aguenta esse crescimento <strong>de</strong>senfreado a qualquer custo ou só para gerar<br />

lucro e resultado para os acionistas.<br />

E como fica a tecnologia nesse cenário?<br />

A tecnologia impactou todo e qualquer mercado, trazendo um novo olhar<br />

da forma como o consumidor está se relacionando com a marca. O consumidor<br />

passa a ser não só muito importante na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> comprar, mas<br />

também na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> reputação, poque tem na mão o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer a<br />

reclamação ecoar na internet.<br />

Como manter a reputação das marcas a salvo em tempos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

sociais?<br />

A gente trabalha com branding na visão <strong>de</strong> gerir e gerar valor. Não é<br />

linear. O conceito VUCA - Volatilida<strong>de</strong> (Volatility); Incerteza (Uncertainty);<br />

Complexida<strong>de</strong> (Complexity); Ambiguida<strong>de</strong> (Ambiguity) – mostra<br />

que é cada vez mais difícil controlar, porque o mundo é muito volátil,<br />

ambíguo, complexo e incerto. Os <strong>de</strong>safios das organizações são cada<br />

vez <strong>maio</strong>res. A gente trabalha com uma metodologia que chamamos <strong>de</strong><br />

ondas <strong>de</strong> valor em que começa a medir toda e qualquer força da marca,<br />

sempre sob a ótica do produto, do negócio e como é o diferencial que<br />

oferece. Mas essa onda <strong>de</strong> produto não é suficiente para construir valor.<br />

Precisamos entrar na onda 2, que chamamos <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> pessoas, sobre<br />

como gerar i<strong>de</strong>ntificação com a marca. A gente evoluiu dos 4Ps do<br />

marketing para as três ondas do branding. E a terceira onda é o propósito.<br />

Em cada uma <strong>de</strong>ssas ondas <strong>de</strong> valor você trabalha com as três dimensões:<br />

marca, negócio e comunicação. Então, a gestão <strong>de</strong> branding é essa<br />

gestão do é, faz e fala, que é a nossa tagline – quem você é, o que você<br />

faz e como fala. E a gente consegue medir a percepção dos stakehol<strong>de</strong>rs<br />

com pesquisa, social listening e performance, aliado ao branding. E dá<br />

para ver quando está construindo valor ou quando a marca está nos<br />

downsi<strong>de</strong>s. Eu falo que valor é que nem crédito no banco, vai ter uma<br />

hora que você vai precisar usar o dinheiro e o problema é não entrar no<br />

negativo. A empresa que tem pouca construção <strong>de</strong> valor quando tem<br />

um problema, a chance <strong>de</strong> falir é muito gran<strong>de</strong>, vai usar o que não tem.<br />

Hoje, a construção do branding num momento muito VUCA é fundamental,<br />

porque todas as marcas vão ter problema, isso é fato, ninguém<br />

tem mais uma construção linear, você não controla. Por isso, precisa fazer<br />

uma gestão muito saudável para quando vier uma crise a empresa<br />

conseguir reverter, como aconteceu com a Nike.<br />

De que forma alinhar produto, cultura e comunicação <strong>de</strong> marca?<br />

O produto tangibiliza a proposta <strong>de</strong> valor e ele é fundamental. Antigamente,<br />

na era do marketing, em que se podia fazer uma propaganda<br />

muito boa, a experiência do produto po<strong>de</strong>ria ser ruim e não reverberava<br />

muito. A potência daquela experiência ruim do produto era menor e não<br />

se lutava tanto para fi<strong>de</strong>lizar o seu consumidor, não tinha tanta exposição,<br />

oferta. Hoje, são muitos canais <strong>de</strong> pressão. Esse contexto mudou <strong>de</strong>mais,<br />

temos <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que a marca precisa construir um branding forte, saudável,<br />

para entrar nas épocas turbulentas e sair <strong>de</strong>la. A gente tem hoje<br />

muitos pontos <strong>de</strong> contato, muitos canais, e, se não tiver uma estratégia<br />

clara <strong>de</strong> quem é, como faz, se per<strong>de</strong>.<br />

E como criar reputação <strong>de</strong> marcas em uma época <strong>de</strong> fake news e <strong>de</strong><br />

conteúdos impróprios na internet?<br />

Eu acho que quanto mais criar vínculo <strong>de</strong> valor com seus consumidores,<br />

stakehol<strong>de</strong>rs, começando pelos seus colaboradores, investidores e pela<br />

socieda<strong>de</strong> que está impactando no ecossistema direto, a marca vai surfar<br />

melhor. É preciso ter os <strong>de</strong>fensores da marca. A Apple, por exemplo, é a<br />

marca mais valiosa do planeta e a que menos gasta em comunicação. E<br />

por quê? Porque ela tem o ‘é, faz e fala’ totalmente alinhados. Claro que<br />

tudo po<strong>de</strong> ser quebrado e mudar. Mas essa consistência do ‘ser, fazer e falar’<br />

é que está ganhando o jogo. Outra coisa importante é saber respon<strong>de</strong>r<br />

ao contexto. O branding, obviamente, é uma estratégia <strong>de</strong> longo prazo.<br />

A Coca-Cola, por exemplo, que é uma marca centenária, tem uma clareza<br />

muito gran<strong>de</strong> nos equities, nas cores, o script. Ela sabe do propósito<br />

<strong>de</strong>la, <strong>de</strong> criar momentos felizes, familiares, e vem evoluindo. Deixou <strong>de</strong> ser<br />

uma empresa só <strong>de</strong> refrigerantes, comprou portfólio <strong>de</strong> sucos, e evoluiu<br />

na proposta <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> uma forma consistente. O contexto vai mudando<br />

e as organizações que não respon<strong>de</strong>rem ao contexto <strong>de</strong> uma forma fiel à<br />

crença <strong>de</strong>las vão dançar.<br />

Quando ocorre uma crise <strong>de</strong> reputação, o que a empresa <strong>de</strong>ve fazer<br />

em primeiro lugar?<br />

Assumir (o problema). As empresas não po<strong>de</strong>m mais se omitir. Na onda 3<br />

do propósito, a gente fala que a marca precisa ter um ponto <strong>de</strong> vista e se<br />

posicionar. Ela po<strong>de</strong> estar errada, dizer que errou, assumir o erro e andar<br />

para frente. Quando a marca não assume um ponto <strong>de</strong> vista, não assume<br />

um erro, ela vira vidraça. E teto <strong>de</strong> vidro hoje é muito perigoso. Nesse caso,<br />

tem o papel da maturida<strong>de</strong> das organizações. Tem um caso famoso nos<br />

Estados Unidos, construído em cima da era do branding, que é da Starbucks,<br />

quando trouxe duas travestis para serem speakers da campanha e a<br />

ala conservadora dos EUA fez um boicote à marca, dizendo que não entraria<br />

mais nas lojas e pedindo para a marca tirar a campanha do ar. E o CEO<br />

da Starbucks foi para uma reunião <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> resultados e falou<br />

para os acionistas: “Nós somos a empresa que mais traz retorno para os<br />

acionistas, um dos nossos valores é diversida<strong>de</strong> e quem não estiver com a<br />

gente é convidado a se retirar, como acionista, colaborador e consumidor.<br />

Nós acreditamos em diversida<strong>de</strong> e não vamos tirar do ar a campanha”. E o<br />

mercado <strong>de</strong> investimento, em vez <strong>de</strong> sair fora, cacifou mais. E os consumidores<br />

também apoiaram a marca.<br />

Você acredita que a diversida<strong>de</strong> é um dos pontos mais sensíveis<br />

para o mundo corporativo?<br />

Eu acho que está tudo muito sensível. Estamos no lugar <strong>de</strong> muitas mudanças,<br />

todos se sentindo muito ameaçados. Quando o ser humano se sente<br />

ameaçado ou ele se fecha ou agri<strong>de</strong>. E somos todos seres humanos, muito<br />

vulneráveis. Eu acho que não está fácil, diversida<strong>de</strong> entra nesse contexto,<br />

não dá mais para <strong>de</strong>ixar ninguém <strong>de</strong> lado. De novo, a tecnologia nos dá<br />

um novo nível <strong>de</strong> transparência. É uma realida<strong>de</strong> muito diferente.<br />

Qual a diferença entre valor e propósito <strong>de</strong> marca?<br />

Dentro <strong>de</strong>sse contexto muito competitivo, complexo e com várias informações,<br />

para o colaborador realmente introjetar missão, visão e valores é<br />

um nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> muito alto. Aconteceu também junto com isso<br />

que as organizações não são mais fechadas, o que antigamente estava fechado<br />

em sete chaves, como metas e cultura, hoje não tem mais. E a marca<br />

precisa engajar não só os colaboradores, e sim o ecossistema. Des<strong>de</strong> que<br />

essas gran<strong>de</strong>s organizações mais valiosas do planeta, como Google, Facebook,<br />

Apple, Amazon e Microsoft, começaram a trabalhar com ecossistema<br />

aberto, não <strong>de</strong> produção fechada, é preciso que o seu propósito comece<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e reverbere para fora. E é um nível <strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> <strong>maio</strong>r na<br />

fala. Hoje se trabalha o propósito com a seguinte visão: o propósito é o talento<br />

da organização colocado à disposição do mundo. Para Apple é Think<br />

different, challenge the status quo. Para o Google, Organizar as informações<br />

do mundo, um propósito tão abrangente e não é uma visão que acaba e<br />

precisa se reinventar. E com isso, o Google e essas marcas vão crescendo.<br />

“A marca precisa engajar<br />

não só os colaboradores,<br />

e sim todo o ecossistema”<br />

16 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


entrevista<br />

O propósito te dá uma dimensão <strong>de</strong> talento para crescer a visão <strong>de</strong> mundo<br />

atemporal. Porque as pessoas têm <strong>de</strong> pensar a longo prazo. É uma forma<br />

engajadora <strong>de</strong> falar quem você é e se apresentar. A organização precisa<br />

estar evoluindo e se transformando.<br />

Por causa das fake news, conteúdos impróprios e sensacionalismo,<br />

a comunicação digital se tornou uma das <strong>maio</strong>res preocupações<br />

para os CMOs. Qual o conselho que você dá a seus clientes?<br />

É preciso ter o pulso, enten<strong>de</strong>r o que a marca é, quando e o que falar.<br />

Essa coisa <strong>de</strong> falar porque todo mundo está falando é o <strong>maio</strong>r erro. Não<br />

posso dizer que sou especialista em matemática. Falo do que entendo,<br />

posso falar o que tenho permissão para ter relevância. O que acho que<br />

aconteceu é que todo mundo fala porque tem o direito <strong>de</strong> opinar. São<br />

coisas que criam espaço gran<strong>de</strong> para outros interlocutores interpretarem<br />

sua visão <strong>de</strong> mundo. E aí fica muito difícil as pessoas enten<strong>de</strong>rem o<br />

que você é como marca, per<strong>de</strong> sua diferenciação, visão <strong>de</strong> mundo. Acho<br />

isso muito perigoso.<br />

Como está a memória do consumidor? Ele esquece rapidamente das<br />

marcas?<br />

A memória vai muito <strong>de</strong> acordo <strong>de</strong> quanto a marca cativou o consumidor.<br />

Uma coisa que a gente fala muito no branding é sobre olhar para o<br />

passado para po<strong>de</strong>r olhar para o futuro. Ou seja, quanto mais você enten<strong>de</strong><br />

da sua raiz, mais longe vai. E tem marcas com um passado muito<br />

afetivo nosso. A Varig, por exemplo, é uma marca afetiva brasileira, a<br />

Estrela também. São marcas que fizeram parte da vida dos brasileiros e<br />

têm uma história muito bacana. São marcas que certamente não souberam<br />

evoluir com o tempo, mas elas têm crédito emocional. Acho que as<br />

marcas que têm crédito emocional têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar mais. As<br />

marcas que ofen<strong>de</strong>m e nunca criaram uma conexão emocional <strong>de</strong>saparecem.<br />

Se elas estão só na onda do produto, a chance <strong>de</strong> sumirem e ninguém<br />

dar falta <strong>de</strong>las é muito gran<strong>de</strong>. O consumidor esquece da marca se<br />

ela é irrelevante e se não tem um papel muito forte na nossa vida.<br />

Sob o ponto <strong>de</strong> vista da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, qual a sua opinião<br />

sobre a regulamentação das plataformas digitais?<br />

Acho que já vivemos 20 anos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais e a tecnologia está andando<br />

muito mais rápido do que a gente po<strong>de</strong> controlar. Esse OpenAI (criadora<br />

do ChatGPT) é realmente uma loucura. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a gente não<br />

acompanhar vai ser enorme. Já tivemos uma primeira leva <strong>de</strong> aprendizado<br />

<strong>de</strong> quanto precisa legislar. O governo tem um papel <strong>de</strong> legislação, é por<br />

isso que ele existe. Não é para controlar, é para legislar. E estamos muito<br />

atrasados nisso. Veja os índices <strong>de</strong> suicídio feminino adolescente aumentando<br />

barbaramente, índices <strong>de</strong> relacionamentos agressivos aumentando,<br />

o mesmo com <strong>de</strong>pressão, solidão, fake news e polarização. Então, já<br />

estamos colhendo os frutos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sregulamentação.<br />

Você está usando inteligência artificial?<br />

A gente está usando no trabalho, é incrível. Mas não sei ainda medir as consequências.<br />

Com certeza vai existir uma mudança na forma <strong>de</strong> trabalho imensa,<br />

vai ser mais difícil emprego, porque a IA vai substituir muita gente. E qual vai<br />

ser o nosso papel nisso? O lado humano, a criativida<strong>de</strong>, o nosso lado empático,<br />

enfim, acho que cada vez mais vamos ter <strong>de</strong> ser mais criativos e empáticos.<br />

Estamos nesse momento bem <strong>de</strong>licado. É uma transição que não tem volta e<br />

precisamos ficar atentos para enten<strong>de</strong>r qual o nosso papel no mundo.<br />

O que você gostaria <strong>de</strong> acrescentar diante do cenário do branding<br />

atual no Brasil?<br />

Quando a gente começou a falar <strong>de</strong> branding, há 30 anos, era uma dificulda<strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> trazer o conceito para os executivos. E muita gente falava no<br />

mercado que branding era moda, uma palavrinha da vez. É uma gestão<br />

<strong>de</strong> valor que as marcas precisam fazer. O Brasil po<strong>de</strong> muito, mas a gente<br />

ainda não conseguiu trazer o valor merecido que as organizações têm. E<br />

dar mais valor ao branding é dar mais valor ao nosso país como cultura. O<br />

branding está muito interligado à nossa cultura. Saber dar valor ao que a<br />

gente tem é o que o branding faz e precisamos apren<strong>de</strong>r a dar mais valor<br />

ao Brasil e às organizações brasileiras, que merecem o nosso respeito.<br />

18 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Tem algo<br />

novo na<br />

mídia para<br />

você.<br />

PAD agora é<br />

Saiba mais:<br />

Praças <strong>de</strong> Atuação:<br />

BH • RJ • POA • FOR • REC


quem fez<br />

Paulo Macedo<br />

paulo@propmark.com.br<br />

F2F Digital<br />

AVENUE<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: “A conta internacional para a sua vida também ser”<br />

Diretor <strong>de</strong> criação: André Bercelli<br />

Head <strong>de</strong> redação: Enzo Sunahara<br />

Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> redação: Guilherme Meneghetti<br />

Redatora: Letícia Paiva Ramos<br />

Diretor <strong>de</strong> arte: Lucca Sá<br />

Diretor <strong>de</strong> contas: Fernando Escarlate<br />

Aprovação: Joana Veiga<br />

A Avenue, corretora americana para brasileiros, está apresentando<br />

seu reposicionamento na área <strong>de</strong> banking. Campanha<br />

contempla mídia digital e OOH para <strong>de</strong>stacar os serviços<br />

que acessam o sistema financeiro dos Estados Unidos, como<br />

envio e recebimento <strong>de</strong> transferências em dólar e cartão <strong>de</strong><br />

débito aceito em mais <strong>de</strong> 150 países.<br />

HeaDs PrOPaganDa<br />

ÓticAs DiNiz<br />

Título: Enjoei Troquei<br />

VP <strong>de</strong> criação: Rafael Merel<br />

Criação: Luiz Barreto, Luan Ivo e Gustavo Miceli<br />

Produtora: Blackbird Produções<br />

Diretor <strong>de</strong> cena: Ernani Nunes<br />

Áudio: Ritmika<br />

Aprovação: Luciane Gomes<br />

Tradicional no calendário do anunciante, ação<br />

promocional se esten<strong>de</strong> até 30 <strong>de</strong> junho. Ação<br />

consiste em <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> R$ 200 na compra <strong>de</strong><br />

óculos novos (armação + lentes). Anunciante lembra<br />

que no Brasil existem aproximadamente 100<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas que necessitam <strong>de</strong> algum tipo<br />

<strong>de</strong> correção visual, <strong>de</strong> acordo com o IBGE.<br />

KtBO<br />

KEllogg<br />

Título:” Tem um Cheez-It® para cada momento do seu dia”<br />

Criação: Beatriz Duarte, Daniel Rocha e Débora Rêda<br />

Atendimento: Carolina Nogueira e Rebeca Rocha<br />

Conteúdo: Camila Alvarenga e Luisa Vergamini<br />

Produtora: Trator232<br />

Diretores: Pedro Dumans e Renato Cabra<br />

Aprovação: Cristina Monteiro, Bruno Rocha e Isabella Scarpitta<br />

Ação conta com participação do ator Rafael Portugal,<br />

embaixador da marca <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado, que recebeu<br />

missão <strong>de</strong> apresentar nesse comercial a nova<br />

versão do snack. Projeto tem o objetivo <strong>de</strong> reforçar o<br />

brand awareness da marca, em especial entre o público<br />

jovem, e falar sobre as ocasiões <strong>de</strong> consumo.<br />

20 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


cannes lions <strong>2023</strong><br />

Influência reflete contexto cultural<br />

Única brasileira a presidir um júri<br />

no festival, na categoria <strong>de</strong> Social<br />

& Influencer Lions, Samantha<br />

Almeida chama a atenção para<br />

a autenticida<strong>de</strong> da ficha técnica<br />

<strong>de</strong> campanhas sobre diversida<strong>de</strong>,<br />

inclusão e justiça social. Quem<br />

faz é tão importante quanto a<br />

ação. “Isso fala muito <strong>de</strong> uma<br />

audiência mais impactada e<br />

menos ‘impactável’ por mensagens<br />

pseudossociais”, alerta a diretora<br />

<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inovação da<br />

Globo. Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação<br />

é vantagem do Brasil. “A gente<br />

respon<strong>de</strong> a boas campanhas. E<br />

também quando não são boas.<br />

Isso nos faz fortes”, sinaliza.<br />

Janaina Langsdorff<br />

Análise<br />

O contexto cultural é <strong>de</strong>finitivo.<br />

É fundamental sentir o<br />

impacto <strong>de</strong> uma ação, mesmo<br />

sem nunca termos tido contato<br />

com o local representado. A<br />

campanha <strong>de</strong>ve ter estratégia<br />

<strong>de</strong>finida - com quem estou falando<br />

e por quê?; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mobilização - após me assistir,<br />

minha audiência fez o quê?; e<br />

engajamento e interação, o que<br />

não significa necessariamente<br />

apenas likes e views, tá?<br />

FAtores <strong>de</strong>terminAntes<br />

Conceito forte, criativo e inovador,<br />

além <strong>de</strong> ser relevante<br />

socialmente, gerar engajamento,<br />

impacto positivo e ser eficaz<br />

na realização <strong>de</strong> objetivos.<br />

E resultados. Quais foram? São<br />

mensuráveis? É um cal<strong>de</strong>irão<br />

<strong>de</strong> muitas coisas. Especialmente,<br />

consi<strong>de</strong>rando os <strong>de</strong>bates que<br />

estamos tendo hoje sobre re<strong>de</strong>s,<br />

influência e algoritmos.<br />

<strong>de</strong> jurAdA A presi<strong>de</strong>nte<br />

Ser jurada significou fazer parte<br />

<strong>de</strong> um todo global. Trocar, até<br />

provocar mudanças <strong>de</strong> rotas nos<br />

<strong>de</strong>bates. No papel <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte,<br />

sinto que tudo é mais amplo,<br />

envolve mais li<strong>de</strong>rança, coor<strong>de</strong>nação<br />

e responsabilida<strong>de</strong> em<br />

garantir que todas as opiniões<br />

sejam consi<strong>de</strong>radas, que as <strong>de</strong>cisões<br />

sejam justas e equilibradas.<br />

Significado<br />

Tem havido uma tendência<br />

<strong>de</strong> campanhas que promovem<br />

diversida<strong>de</strong>, inclusão e justiça<br />

social. Porém, o quanto <strong>de</strong>ssas<br />

campanhas são eficientes no<br />

progresso das comunida<strong>de</strong>s?<br />

As fichas técnicas refletem o<br />

conteúdo apresentado? Esses<br />

foram alguns dos meus questionamentos<br />

em 2021. Hoje,<br />

com o uso <strong>de</strong> novas tecnologias,<br />

otimizações e AI, acho ainda<br />

mais urgentes. É crescente a<br />

valorização <strong>de</strong> campanhas genuínas,<br />

por isso, quem faz é tão<br />

importante. Isso fala muito <strong>de</strong><br />

uma audiência mais impactada<br />

e menos “impactável” por mensagens<br />

pseudossociais.<br />

SinaiS<br />

Somos um mercado tão dinâmico<br />

e sujeito a mudanças que<br />

Samantha Almeida: contexto cultural, conceito, engajamento, mobilização e resultados<br />

“Responsabilida<strong>de</strong><br />

em garantir<br />

que <strong>de</strong>cisões<br />

sejam justas e<br />

equilibradas”<br />

toda vez que dizemos que algo<br />

“será tendência”, ele vira “já<br />

passou”. Óbvio que, por eventos<br />

como SXSW, Web Summit e<br />

Future Today Institute’s da Amy<br />

Webb, <strong>de</strong>vemos ver projetos<br />

que reflitam mudanças culturais,<br />

sociais e tecnológicas. Mas<br />

o que mais me interessa é: sob<br />

qual ótica?<br />

PreParação<br />

Estou respirando fundo, tentando<br />

dormir oito horas e fazendo<br />

terapia (risos). O mais<br />

importante é que o julgamento<br />

referencie um pensamento para<br />

Alê Lemos<br />

criativos globais. Estou cercada<br />

<strong>de</strong> gente preparada e disposta<br />

a ouvir diferentes perspectivas<br />

com habilida<strong>de</strong>s complementares.<br />

Estou ciente <strong>de</strong> que a minha<br />

seleção levou em consi<strong>de</strong>ração<br />

a minha carreira e bagagem pessoal.<br />

Sou uma planejadora criativa<br />

mulher, negra e periférica,<br />

com uma visão que representa<br />

uma parcela significativa da<br />

população carregada nessa criativida<strong>de</strong><br />

que acredito, que muitas<br />

vezes é sub-representada na<br />

indústria da publicida<strong>de</strong> e do<br />

marketing.<br />

Potência nacional<br />

Os fatores econômicos e o<br />

po<strong>de</strong>r do investimento das empresas<br />

brasileiras em publicida<strong>de</strong><br />

e marketing dão espaço<br />

para experimentações e potencializam<br />

o nosso já reconhecido<br />

talento criativo. São várias as<br />

campanhas premiadas, e temos<br />

ficado cada vez melhores em<br />

medir, qualificar e reagir ao impacto<br />

<strong>de</strong>ssas ações. Mas a gente<br />

engaja, respon<strong>de</strong> a boas campanhas.<br />

E também quando não<br />

são boas. Isso nos faz fortes na<br />

competição.<br />

<strong>22</strong> <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


CHEGAMOS<br />

À LIDERANÇA SEM<br />

ESQUECER QUEM<br />

ESTEVE COM<br />

A GENTE EM TODOS<br />

OS MOMENTOS.<br />

PARABÉNS PELOS<br />

58 ANOS, PROPMARK!<br />

A agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> integrada<br />

mais bem avaliada pelos clientes<br />

(Agency Scope 20<strong>22</strong>/23) e a <strong>maio</strong>r<br />

agência do Brasil em investimento<br />

<strong>de</strong> mídia (CENP - Meios)


cannes lions <strong>2023</strong><br />

Canja <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> valorização do áudio<br />

Áudio <strong>de</strong>veria vir antes <strong>de</strong> rádio<br />

na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Lucas Sfair para a<br />

premiação <strong>de</strong> Radio & Audio Lions.<br />

Novato no júri da categoria, o<br />

fundador e diretor criativo da produtora<br />

<strong>de</strong> som paranaense Canja<br />

Audio Culture lembra <strong>de</strong> Sick beats,<br />

colete <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução <strong>de</strong> vias aéreas<br />

baseado na terapia <strong>de</strong> ondas<br />

sonoras, que levou o Grand Prix da<br />

área em 2021. “Não dá mais pra resumir<br />

isso em rádio. Faz um tempo<br />

que o áudio está revolucionando<br />

as criações das agências”, observa.<br />

Criativida<strong>de</strong> acima da tecnologia<br />

e o po<strong>de</strong>r da mídia para lidar com<br />

pautas sociais também são <strong>de</strong>staques<br />

da entrevista a seguir.<br />

Lucas Sfair: temos produtoras <strong>de</strong> som com CNPJ “brazuca” e alcance global<br />

Divulgação<br />

Janaina Langsdorff<br />

O que cOnsi<strong>de</strong>rar<br />

Criativida<strong>de</strong> acima da tecnologia.<br />

Vivemos o boom da<br />

inteligência artificial, mas a<br />

ferramenta por si só não bastará.<br />

Continuamos buscando<br />

conceitos fresh, que sejam capazes<br />

<strong>de</strong> transmitir e convencer.<br />

Entra o tão falado craft.<br />

Técnica e i<strong>de</strong>ia andam <strong>de</strong><br />

mãos dadas para que algo seja<br />

convincente.<br />

POtencial criativO<br />

Faz um tempo que o áudio<br />

está revolucionando as criações<br />

das agências. São i<strong>de</strong>ias para<br />

assistentes <strong>de</strong> voz (Alexa, Siri,<br />

etc.), podcasts, produções binaurais,<br />

atmos. A categoria Radio<br />

& Audio <strong>de</strong>veria ter seu título<br />

invertido para Audio & Radio.<br />

Os <strong>de</strong>sformatos estão cada vez<br />

mais interessantes e atrativos.<br />

Ganhamos Grand Prix nessa categoria<br />

em 2021, com Sick beats,<br />

primeiro colete <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução<br />

<strong>de</strong> vias aéreas baseado na terapia<br />

<strong>de</strong> ondas sonoras. Não dá<br />

mais pra resumir isso em rádio.<br />

HOnra<br />

Ser jurado em Cannes é a coroação<br />

<strong>de</strong> experiências em festivais<br />

internacionais anteriores.<br />

Passei por Clios, LIA, NYF, El Ojo,<br />

CCSP, Colunistas e outros. Segundo<br />

consta, sou o produtor <strong>de</strong><br />

áudio da publicida<strong>de</strong> brasileira<br />

mais jovem a ser convidado para<br />

ser jurado em Cannes. E acho<br />

que faz sentido pro momento,<br />

porque há anos ganhamos prêmios<br />

técnicos. Se fossem esperar<br />

mais só por questão <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

talvez a onda teria passado. Mas<br />

sim: primeira vez. Honrado.<br />

luz<br />

Vivemos uma fase “pós-pandêmica”<br />

e, ao mesmo tempo,<br />

com AI evoluindo rapidamente.<br />

Também passamos por questões<br />

que precisamos ajudar a resolver<br />

com nosso papel e po<strong>de</strong>r<br />

midiático. Por exemplo, acabamos<br />

<strong>de</strong> ter uma Copa do Mundo<br />

sediada em um dos países<br />

mais machistas e intolerantes<br />

que existe. Já no Brasil, tivemos<br />

o escândalo dos garimpos, corrupção,<br />

<strong>de</strong>struição da Amazônia<br />

e, por consequência, uma<br />

“Premiação<br />

<strong>de</strong>veria ter título<br />

invertido para<br />

Audio & Radio”<br />

péssima administração climática.<br />

Tem tanto assunto precisando<br />

<strong>de</strong> luz que realmente espero<br />

ver campanhas diversificadas.<br />

trabalHO<br />

Venho me preparando para o<br />

julgamento trabalhando. Essa<br />

época do ano é difícil respon<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> outra forma. São <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

projetos concluídos até a <strong>de</strong>adline<br />

do festival. Mas estou feliz<br />

por lidar com i<strong>de</strong>ias geniais e<br />

pessoas talentosas.<br />

brasil<br />

Por ser uma categoria que não<br />

envolve tanto custo <strong>de</strong> produção,<br />

o Brasil tem muita inscrição.<br />

No ano passado, tivemos a campanha<br />

Los Santos, da VMLY&R,<br />

que brilhou no Palais. Além das<br />

agências, temos produtoras <strong>de</strong><br />

som com CNPJ “brazuca” e alcance<br />

global. Se somassem só os<br />

Leões das produtoras <strong>de</strong> áudio<br />

brasileira, seria um dos “países”<br />

mais premiados em todas as edições.<br />

Muitas campanhas feitas<br />

aqui não contam no score geral<br />

porque a agência e cliente são <strong>de</strong><br />

fora. Mas faz parte.<br />

24 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


cannes lions <strong>2023</strong><br />

PR conduz trabalho <strong>de</strong> reputação<br />

A jornalista Daniela Graicar, sócia<br />

e co-CEO da PROS, julgará os projetos<br />

da categoria PR Lions pela<br />

primeira vez. A executiva é expoente<br />

<strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong> agências<br />

que <strong>de</strong>sbancou a rala i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />

relações públicas é só assessoria<br />

<strong>de</strong> imprensa. “Conteúdo, influência<br />

e digital trazem um resultado<br />

<strong>de</strong> earned media muito superior e<br />

constroem uma reputação positiva”,<br />

sustenta Daniela, que abriu o<br />

seu primeiro negócio na área aos<br />

19 anos. Hoje, comanda uma empresa<br />

formada por 135 profissionais,<br />

e li<strong>de</strong>ra o Movimento Aladas,<br />

que apoia o empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

feminino.<br />

Divulgação<br />

Janaina Langsdorff<br />

Critérios<br />

Tecnicamente, os critérios<br />

vindos do festival para a área<br />

<strong>de</strong> PR têm como divisão da nota<br />

total: 20% i<strong>de</strong>ia e criativida<strong>de</strong>;<br />

30% estratégia; 20% execução;<br />

e 30% impacto e resultados.<br />

AmAdureCimento<br />

O mercado brasileiro vem experimentando<br />

os resultados do<br />

PR criativo, e se apaixonando<br />

pela i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar conversas<br />

atuais e necessárias, com suas<br />

marcas participando <strong>de</strong> forma<br />

orgânica da vida das pessoas.<br />

Percebo que os clientes passam<br />

a enten<strong>de</strong>r que o relacionamento<br />

com a imprensa é só uma pequena<br />

parte do que as agências<br />

<strong>de</strong> PR mais contemporâneas são<br />

capazes <strong>de</strong> entregar, que projetos<br />

mais completos, mesclando<br />

conteúdo, influência e digital,<br />

trazem um resultado <strong>de</strong> earned<br />

media muito superior e constroem<br />

uma reputação positiva que<br />

dura por mais tempo. Encarar<br />

PR como assessoria <strong>de</strong> imprensa<br />

é algo do passado.<br />

Atributos<br />

A nossa análise parte dos critérios<br />

apresentados por Lions,<br />

citados anteriormente, divididos<br />

por i<strong>de</strong>ia, estratégia, execução<br />

e resultados. Além <strong>de</strong>les,<br />

porém, uma das recomendações<br />

que recebemos é que nem<br />

tudo em PR precisa ser relacionado<br />

a ESG. Em muitos casos,<br />

o humor, a criativida<strong>de</strong> pura e<br />

a pertinência da narrativa para<br />

aquela marca ou para o país em<br />

que a campanha <strong>de</strong> PR aconteceu<br />

<strong>de</strong>vem ser levados em conta,<br />

principalmente na análise <strong>de</strong><br />

impacto e resultados.<br />

estreiA<br />

Sim, é a primeira vez que participo<br />

como jurada do Cannes<br />

Lions.<br />

Dinâmica<br />

Vou avaliar 375 cases nessa<br />

primeira etapa, que termina no<br />

dia 30 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>. Pelos primeiros<br />

que vi, já percebo que são<br />

<strong>de</strong> mercados diversos, como<br />

alimentos e bebidas, terceiro<br />

setor e turismo; e <strong>de</strong> diferentes<br />

países também. Uma varieda<strong>de</strong><br />

Daniela Graicar: 375 cases avaliados na primeira etapa, que termina no dia 30 <strong>de</strong> <strong>maio</strong><br />

“Acredito que<br />

tenhamos cases<br />

robustos para<br />

brigar por Leões”<br />

<strong>de</strong> temas, <strong>de</strong>safios e formatos a<br />

serem analisados, o que torna<br />

tudo um pouco mais complexo.<br />

Lição De casa<br />

Tenho reservado algumas horas<br />

no meu dia e muitas aos fins<br />

<strong>de</strong> semana para po<strong>de</strong>r avaliar<br />

cada case com a mesma atenção<br />

e cuidado. Aquela velha máxima<br />

<strong>de</strong> fazer com as <strong>de</strong>mais agências<br />

o que gostaria que fizessem com<br />

a minha.<br />

BrasiL<br />

Ainda não tive um contato<br />

direto com os trabalhos brasileiros.<br />

Mas, olhando para o que<br />

vi no último ano, acredito que<br />

tenhamos, sim, cases robustos<br />

para brigar por Leões. Espero<br />

que eles apareçam em breve.<br />

26 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


mercado<br />

ABA lança livro sobre advocacy<br />

com eventos em São Paulo e Brasília<br />

Obra reúne 54 documentos que registram<br />

posições capazes <strong>de</strong> embasar a reflexão sobre<br />

o avanço da propaganda e da socieda<strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

O<br />

livro Advocacy ABA: <strong>de</strong>fesa permanente<br />

da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e da<br />

autorregulamentação na publicida<strong>de</strong><br />

será lançado na Livraria Cultura do Conjunto<br />

Nacional, em São Paulo, em 30 <strong>de</strong> <strong>maio</strong>.<br />

No dia seguinte, a obra chega ao Centro Cultural<br />

Banco do Brasil, em Brasília. Os eventos<br />

ocorrerão às 18h em ambos os locais.<br />

Editado pela Lea<strong>de</strong>r, o trabalho da Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes (ABA) reúne<br />

54 documentos feitos nos últimos sete anos.<br />

Audiências com parlamentares, papers,<br />

contribuições para consultas públicas e encontros<br />

em prol da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e<br />

do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autorregulamentação brasileiro<br />

estão na coletânea. “Vivenciamos um setor<br />

cada vez mais unido na luta institucional<br />

pela <strong>de</strong>fesa da autorregulamentação e liber-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão”, confirma Sandra Martinelli,<br />

CEO da ABA e membro do executive<br />

committee da WFA, responsável pela organização<br />

e introdução da obra.<br />

Com mais <strong>de</strong> 680 páginas, a publicação<br />

tem prefácio <strong>de</strong> Nelcina Tropardi, presi<strong>de</strong>nte<br />

da ABA e diretora-geral <strong>de</strong> jurídico, relgov,<br />

ESG e compliance na Dasa. Já Vanessa Vilar,<br />

group general counsel ice cream da Unilever,<br />

escreveu Desafios <strong>de</strong> uma geração, texto que<br />

aborda pautas sociais. A área <strong>de</strong> advocacy é<br />

li<strong>de</strong>rada por Eliane Quintella, presi<strong>de</strong>nte do<br />

comitê jurídico da entida<strong>de</strong> e diretora jurídica<br />

<strong>de</strong> assuntos corporativos e <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

da Softys, e Daniela Rios, que conduz<br />

o comitê <strong>de</strong> relações governamentais da ABA<br />

e é diretora <strong>de</strong> relações governamentais e<br />

políticas públicas da P&G.<br />

Publicação traz documentos dos últimos sete anos<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27


mercado<br />

Lovers da Cacau Show ganham momento<br />

especial em ação do Dia dos Namorados<br />

Maçã do amor será um dos sabores para a data promocional celebrada<br />

em 12 <strong>de</strong> junho, com embalagens coloridas que formam um coração<br />

Paulo Macedo<br />

Celebrar o amor é a intenção<br />

da Cacau Show para a<br />

data promocional <strong>de</strong> Namorados,<br />

que ocorre no dia 12<br />

<strong>de</strong> junho. Para este ano, a marca<br />

elaborou campanha sob o<br />

mote Momentos especiais com a<br />

oferta <strong>de</strong> produtos com sabor <strong>de</strong><br />

maçã do amor para estabelecer<br />

conexão romântica com o público.<br />

As embalagens, com cores<br />

<strong>de</strong> tons distintos, se juntam<br />

para formar o coração. Além <strong>de</strong><br />

produtos especiais para a data,<br />

a marca terá sorteio muito especial<br />

para estadia no Bendito<br />

Cacao Resort & Spa, válida até o<br />

dia 18 <strong>de</strong> junho. Daniel Roque,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte da Cacau Show,<br />

explica que há preços acessíveis<br />

para os membros do programa<br />

<strong>de</strong> benefícios Cacau Lovers.<br />

Divulgação<br />

Daniel Roque é VP da Cacau Show, que <strong>de</strong>staca o amor na ação <strong>de</strong> Dia dos Namorados<br />

“A Cacau Show busca fazer<br />

parte do dia a dia dos consumidores,<br />

que são participantes do<br />

programa <strong>de</strong> privilégios da marca.<br />

Para o Dia dos Namorados<br />

<strong>de</strong> <strong>2023</strong>, não será diferente. A<br />

campanha <strong>de</strong>ste ano foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

pensando em momentos<br />

especiais, ou seja, momentos<br />

em que se criam memórias<br />

com a pessoa amada. A campanha<br />

fala sobre o amor que<br />

transborda e faz com que todos<br />

os momentos vividos sejam especiais.<br />

Além <strong>de</strong> o chocolate<br />

remeter ao amor e ao carinho,<br />

o chocolate transforma os dias<br />

mais comuns, sendo o caminho<br />

mais curto para um doce sorriso!<br />

Ao mesmo tempo, o chocolate<br />

também simboliza a paixão<br />

e a sensualida<strong>de</strong> e é usado para<br />

<strong>de</strong>monstrar <strong>de</strong>sejo e atração”,<br />

explica e finaliza Roque.<br />

Painel Marcas do Coração da PGB <strong>2023</strong><br />

traz visão dos gamers com publicida<strong>de</strong><br />

Estudo <strong>de</strong>senvolvido pela SX Group, Go Gamers em parceria com Blend<br />

New Research e ESPM revela que 69,6% aceitam marcas nos jogos<br />

A<br />

Pesquisa Game Brasil<br />

<strong>2023</strong>, levantamento anual<br />

consolidado sobre o<br />

consumo <strong>de</strong> jogos eletrônicos<br />

no país, chega à 10ª edição do<br />

painel Marcas do Coração com<br />

insights sobre o comportamento<br />

dos gamers brasileiros em<br />

relação a como as marcas abordam<br />

este universo. Desenvolvida<br />

pela SX Group e pela Go<br />

Gamers em parceria com Blend<br />

New Research e ESPM, o estudo<br />

mostra que 70,1% da população<br />

no Brasil afirma jogar algum tipo<br />

<strong>de</strong> jogo eletrônico.<br />

“O painel <strong>de</strong> marcas da PGB<br />

10 anos amplia seu escopo ao<br />

incorporar dados que traduzem<br />

o comportamento dos gamers<br />

brasileiros em relação à publicida<strong>de</strong><br />

e ações <strong>de</strong> marcas em tor-<br />

no <strong>de</strong>ste gran<strong>de</strong> ecossistema”<br />

afima o executivo Carlos Silva,<br />

sócio da GoGamers.<br />

O painel mostra que 69,6% do<br />

público gamer gosta quando as<br />

Reprodução<br />

marcas aparecem <strong>de</strong>ntro dos jogos,<br />

como em skins <strong>de</strong> avatares,<br />

equipamentos exclusivos, entre<br />

outros itens. Mais: 60,3% dos jogadores<br />

preferem comprar pro-<br />

dutos <strong>de</strong> marcas que realizam<br />

esse tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Outro<br />

tipo <strong>de</strong> ativação que cai no<br />

gosto dos gamers são anúncios<br />

e patrocínios em re<strong>de</strong>s sociais<br />

(77,2% gostam), lives (76,3%),<br />

ví<strong>de</strong>os sobre jogos (74,2%) e<br />

banners na internet (70,3%).<br />

Mais <strong>de</strong> 60% do público prefere<br />

comprar produtos e serviços <strong>de</strong><br />

marcas que fazem propagandas<br />

nestes formatos.<br />

“Neste ano, progredimos<br />

para além do ranqueamento das<br />

marcas, visando a compreensão<br />

<strong>de</strong> como os gamers brasileiros<br />

se vinculam com elas por meio<br />

<strong>de</strong> dados sobre comportamento<br />

e impacto em seu cotidiano”,<br />

afirma Guilherme Camargo, sócio<br />

do SX Group e professor na<br />

pós-graduação da ESPM.<br />

30 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


agências<br />

VMLY&R traz temática amazônica<br />

em ação da Coral e futebol para Visa<br />

Campanhas <strong>de</strong>stacam os efeitos do <strong>de</strong>smatamento com dados<br />

em tempo real e restrição à participação das mulheres nos gramados<br />

Fotos: Divulgação<br />

Visa vai além do patrocínio ao trazer passado machista na ação #escolhajogarcomelas<br />

Tintas Coral, cliente da VMLY&R, chama a atenção para o <strong>de</strong>smatamento na Amazônia<br />

Paulo Macedo<br />

Índice <strong>de</strong> cores monitorado por dados dá o tom do Projeto Ver<strong>de</strong> Amazônia<br />

O<br />

veto ao voto feminino<br />

já tinha sido jogado para<br />

escanteio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1932.<br />

Mas uma canetada impediu que<br />

o futebol feminino fosse jogado<br />

nas quatro linhas no país entre<br />

1941 e 1979. Po<strong>de</strong>, Arnaldo?<br />

Esse é o pano <strong>de</strong> fundo do<br />

movimento #escolhajogarcomelas<br />

lançado pela Visa para estimular<br />

a população brasileira<br />

a assistir à Copa do Mundo <strong>de</strong><br />

mulheres, agendada para julho<br />

e agosto próximos, na Nova Zelândia<br />

e Austrália, como acontece<br />

na competição masculina.<br />

Outra iniciativa da marca na<br />

Copa feminina é fornecer tintas<br />

e equipamentos para que os<br />

contemplados pintem muros e<br />

ruas nas cores ver<strong>de</strong> e amarelo.<br />

Visa também terá um caminhão<br />

que vai percorrer cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras para a transmissão<br />

pública dos jogos da Copa.<br />

“A campanha contempla um<br />

filme institucional que conta a<br />

história do futebol feminino no<br />

país. A narrativa traz a história<br />

<strong>de</strong> luta das jogadoras brasileiras,<br />

que tiveram <strong>de</strong> enfrentar a<br />

proibição da prática do futebol<br />

feminino no país entre 1941 e<br />

1979, a partir do Artigo 54 do<br />

Decreto-lei 3199, que <strong>de</strong>terminava<br />

‘que às mulheres não<br />

se permitirá a prática <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos<br />

incompatíveis com as<br />

condições <strong>de</strong> sua natureza’, e<br />

as proibia <strong>de</strong> jogarem futebol”,<br />

esclarece a VMLY&R sobre a<br />

estrutura do roteiro que teve<br />

a li<strong>de</strong>rança dos CCOs Sleyman<br />

Khodor e Rafael Pitanguy e do<br />

ECD Roberto Rogoski. A produção<br />

do filme foi da MyMama<br />

Entertainment, com direção<br />

<strong>de</strong> Ana Valente.<br />

“Nossa luta contra a proibição<br />

e contra o preconceito tem<br />

reflexos até hoje. Ainda temos<br />

um longo caminho para percorrer<br />

em busca <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

no futebol, mas acredito<br />

que iniciativas como o #escolhajogarcomelas<br />

nos dão esperança<br />

<strong>de</strong> um futuro cada vez<br />

mais igualitário para as novas<br />

gerações <strong>de</strong> meninas que sonham<br />

em ser jogadoras, como<br />

eu sonhei um dia”, comenta a<br />

ex-jogadora Rata.<br />

“A empresa <strong>de</strong>cidiu usar o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> seu patrocínio para<br />

iniciar esse movimento por enten<strong>de</strong>r<br />

que a escolha <strong>de</strong> assistir<br />

a Copa Feminina é o <strong>maio</strong>r<br />

empo<strong>de</strong>ramento que po<strong>de</strong>mos<br />

dar às atletas. Por isso, vamos<br />

levar o futebol feminino para<br />

as ruas e convocar todos a valorizar<br />

o esporte feminino, assim<br />

como fazemos com o masculino”,<br />

reforça a executiva<br />

Luciana Resen<strong>de</strong> Lotze, VP sênior<br />

<strong>de</strong> marketing da Visa para<br />

América Latina e Caribe. Ação<br />

vai sortear três pacotes para a<br />

final da Copa feminina.<br />

CORAL<br />

De acordo com a Agência<br />

<strong>de</strong> Pesquisa Espacial (INPE),<br />

o <strong>de</strong>smatamento na região<br />

amazônica vem crescendo verticalmente<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />

medição em 2014. Este ano,<br />

segundo a instituição, o crescimento<br />

da poda irregular foi <strong>de</strong><br />

14%, apenas no mês <strong>de</strong> março.<br />

Para chamar a atenção para o<br />

problema a VMLY&R i<strong>de</strong>alizou<br />

para seu cliente Coral o Projeto<br />

Ver<strong>de</strong> Amazônia, que, através<br />

da tecnologia, “traduz dados,<br />

notícias e prognósticos da preservação<br />

da floresta amazônica<br />

em cor, alterando a tonalida<strong>de</strong><br />

do ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com<br />

essas mudanças”.<br />

“O <strong>de</strong>smatamento na Amazônia<br />

provoca o <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

<strong>de</strong> todo o planeta, colocando<br />

em risco a nossa biodiversida<strong>de</strong><br />

e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das<br />

futuras gerações. Ainda assim,<br />

muitas pessoas não conseguem<br />

se envolver com a causa,<br />

porque vivem em gran<strong>de</strong>s centros<br />

e se sentem distantes <strong>de</strong>ssa<br />

realida<strong>de</strong>. Essa nova ação é<br />

inovadora e leva a discussão<br />

sobre o tema, literalmente,<br />

para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa”, pon<strong>de</strong>ra<br />

Juliana Zaponi, gerente <strong>de</strong> comunicação<br />

<strong>de</strong> marketing e cor<br />

para a divisão <strong>de</strong> tintas <strong>de</strong>corativas<br />

da AkzoNobel, que controla<br />

a Coral.<br />

32 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Prova que<br />

criativida<strong>de</strong><br />

e tecnologia<br />

<strong>de</strong>finitivamente<br />

foram feitas para<br />

ficar juntas.<br />

Des<strong>de</strong> 1965, o Propmark nos ajuda<br />

a pensar o mercado.<br />

E agora, mais do que nunca, continua<br />

sendo fundamental para nos ajudar<br />

a repensá-lo.<br />

Uma homenagem da Brivia,<br />

a 1ª creative smartech do Brasil, pelos<br />

68 5 anos do 1º veículo especializado<br />

em propaganda e marketing.


digital<br />

Samsung Ads reforça fórmula para usar<br />

Smart TVs como espaços publicitários<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios chega ao Brasil com promessa <strong>de</strong> trazer soluções<br />

segmentadas para alcançar o consumidor <strong>de</strong>sejado pelas marcas<br />

Divulgação<br />

A Samsung Ads é uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios com foco na monetização e oferta <strong>de</strong> soluções inteligentes <strong>de</strong> espaços publicitários em Smart TVs Samsung<br />

Adrieny Magalhães<br />

No mercado <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

já é compreendido<br />

que, para um direcionamento<br />

correto <strong>de</strong> anúncios, é<br />

essencial conhecer o consumidor.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser uma fórmula<br />

óbvia, o cliente mudou e está<br />

mais difícil <strong>de</strong> ser encontrado,<br />

sobretudo porque sua atenção<br />

é fragmentada por uma vasta<br />

oferta <strong>de</strong> conteúdo, distribuído<br />

em plataformas e formatos<br />

múltiplos.<br />

A Samsung Ads, unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

negócios com foco na monetização<br />

e oferta <strong>de</strong> soluções inteligentes<br />

<strong>de</strong> espaços publicitários<br />

em Smart TVs Samsung,<br />

enten<strong>de</strong> que a <strong>maio</strong>r dificulda<strong>de</strong><br />

das marcas é encontrar, conectar<br />

e engajar o consumidor<br />

com esse perfil “turista”.<br />

De acordo com dados e insights<br />

da Samsung Ads, filmes,<br />

séries <strong>de</strong> TV, notícias e esportes<br />

são conteúdos com que<br />

o brasileiro mais se conecta.<br />

Sendo as novelas e o futebol<br />

os conteúdos mais consumidos<br />

em todos os canais lineares<br />

das Smart TVs Samsung. Tal<br />

como estas informações, a unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> negócios consegue<br />

<strong>de</strong>svendar outras tendências<br />

<strong>de</strong> consumo.<br />

De acordo com Essio Floridi,<br />

diretor <strong>de</strong> vendas e operação<br />

da Samsung Ads na América<br />

Latina, a Samsung Ads tem<br />

como objetivo oferecer escala,<br />

eficiência, alcance incremental,<br />

mensurações e segmentações<br />

baseadas em dados e insights<br />

proprietários dos hábitos<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo nas<br />

Smart TVs. “Juntamos um consumidor<br />

ávido por <strong>de</strong>scobertas<br />

e altamente engajado, à granularida<strong>de</strong><br />

do digital e à experiência<br />

<strong>de</strong> áudio e ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> tela em um único lugar,<br />

transformando o consumir TV<br />

em um hub <strong>de</strong> conexões, engajamento<br />

e negócios”, explica.<br />

Com a estratégia <strong>de</strong> conexão<br />

complementar no planejamento<br />

<strong>de</strong> mídia e comunicação dos<br />

anunciantes, a Samsung Ads<br />

promete oferecer segmentações<br />

do digital e métricas combinadas<br />

com recomendações<br />

respaldadas por dados proprietários<br />

e exclusivos sobre<br />

hábitos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> conteúdo,<br />

entregando o consumidor<br />

certo para cada marca e necessida<strong>de</strong>.<br />

Deste modo, a publicida<strong>de</strong><br />

em TV conectada (CTV) permite<br />

que cada etapa do funil<br />

seja trabalhada a<strong>de</strong>quadamente,<br />

para cada estratégia/necessida<strong>de</strong><br />

das marcas. Com as<br />

segmentações corretas, o hub<br />

evita <strong>de</strong>sgastes <strong>de</strong> marca e ineficiência,<br />

garantindo formatos<br />

<strong>de</strong> alta visibilida<strong>de</strong> e impactos.<br />

“Ao combinar branding e<br />

performance, TV e digital, alcance<br />

e escala, formatos nativos<br />

e <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, consumidores<br />

<strong>de</strong> todas as audiências (gera-<br />

ções, gêneros e plataformas)<br />

em um lugar premium e seguro,<br />

oferecemos às marcas a melhor<br />

segmentação e métricas<br />

do mundo digital aliadas à experiência<br />

da gran<strong>de</strong> tela (áudio<br />

e ví<strong>de</strong>o) e dados proprietários<br />

gerados apenas pela Samsung<br />

Ads através <strong>de</strong> suas 15 MM <strong>de</strong><br />

TVs ativas e conectadas no Brasil.<br />

Somos o ponto <strong>de</strong> encontro<br />

<strong>de</strong> todas as audiências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> suas jornadas<br />

<strong>de</strong> consumo, numa Smart<br />

TV. A campanha será sempre<br />

vista sem ser invasiva já que<br />

quem <strong>de</strong>fine a sua jornada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> campanhas é o<br />

próprio consumidor”, completa<br />

Floridi.<br />

Desvendando soluções e conectando<br />

marcas e consumidores,<br />

o caminho da Samsung<br />

Ads é promissor no mercado<br />

da América Latina (Brasil e<br />

México), com projeção <strong>de</strong> um<br />

crescimento <strong>de</strong> 200% até o fim<br />

<strong>de</strong> 2024.<br />

34 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 AnosFreepik<br />

Cuidar da reputação das marcas exige<br />

gestão minuciosa e trabalho contínuo<br />

Tema da edição especial <strong>de</strong> aniversário dos 58 anos do propmark é<br />

analisado em matérias e artigos escritos por profissionais do mercado<br />

Kelly Dores<br />

Os problemas gerados pela disseminação<br />

das fake news no ambiente digital<br />

são tão graves que o Projeto <strong>de</strong><br />

Lei 2630, <strong>de</strong> 2020, batizado <strong>de</strong> PL das Fake<br />

News, que prevê instituir a Lei Brasileira <strong>de</strong><br />

Liberda<strong>de</strong>, Responsabilida<strong>de</strong> e Transparência<br />

na Internet, causa forte polêmica. Atualmente<br />

parado na Câmara dos Deputados,<br />

o PL aguarda uma nova data para ser submetido<br />

à votação. De um lado, as big techs<br />

travam uma ofensiva para que ele seja mais<br />

discutido pela socieda<strong>de</strong> e, <strong>de</strong> outro, o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral tem pressa para aprovar a regulamentação.<br />

Na ponta, todos concordam que a internet<br />

precisa ser regulamentada <strong>de</strong> alguma<br />

forma. Dentro <strong>de</strong>sse contexto, priorizar a segurança<br />

<strong>de</strong> marca – brand safety – tornou-se<br />

um trabalho contínuo nas agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

Cada vez mais, as agências <strong>de</strong>senvolvem<br />

novas estratégias para garantir que a<br />

publicida<strong>de</strong> dos clientes não seja associada<br />

a conteúdos e perfis impróprios.<br />

“Tudo isso envolve investimento em<br />

tecnologia e <strong>de</strong>senvolvimento contínuo do<br />

time para evitar que, aci<strong>de</strong>ntalmente, esses<br />

anúncios sejam exibidos nesse contexto. E<br />

faz parte do conjunto <strong>de</strong> protocolos e ações<br />

para ajudar a proteger a imagem pública <strong>de</strong><br />

uma marca”, <strong>de</strong>screve Andreia Abud, VP <strong>de</strong><br />

mídia da WMcCann, em artigo publicado<br />

nesta edição especial <strong>de</strong> aniversário dos 58<br />

anos do propmark.<br />

Além do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> manchar a reputação<br />

<strong>de</strong> uma marca, as fakes news pesam no bolso<br />

dos anunciantes. Um levantamento da<br />

Comscore, em parceria com a NewsGuard,<br />

plataforma que avalia a confiabilida<strong>de</strong> dos<br />

sites, mostrou que a publicida<strong>de</strong> digital per<strong>de</strong><br />

US$ 2,6 bilhões em fake news ao ano. Em<br />

média, 1,68% dos investimentos em anúncios<br />

acabaram em sites que continham fake<br />

news.<br />

Mais longevo veículo especializado no<br />

mercado <strong>de</strong> comunicação em circulação,<br />

não à toa o propmark elegeu o tema reputação<br />

das marcas como assunto principal a<br />

ser tratado em matérias analíticas e artigos<br />

escritos por profissionais convidados, publicados<br />

nas próximas páginas <strong>de</strong>sta edição comemorativa,<br />

que também apresenta o novo<br />

projeto gráfico do jornal, que foi repaginado<br />

com um layout mais mo<strong>de</strong>rno (confira matéria<br />

nas páginas 130 e 131).<br />

Ao longo <strong>de</strong> quase seis décadas, o jornal<br />

testemunhou todas as transformações que a<br />

indústria criativa passou e a Redação enten<strong>de</strong>u<br />

que esse tema tão sensível atualmente<br />

<strong>de</strong>veria ser objeto <strong>de</strong> análise <strong>maio</strong>r. Vivemos<br />

hoje a era da transparência e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrole<br />

da informação nas re<strong>de</strong>s sociais. Dentro<br />

<strong>de</strong>sse cenário, nenhuma marca está imune<br />

a crises <strong>de</strong> produto ou <strong>de</strong> operação. Mas do<br />

lado dos consumidores, o que eles esperam<br />

é que as empresas assumam o erro e não se<br />

omitam.<br />

“Todas as marcas vão ter problema”, sentenciou<br />

Ana Couto, umas das <strong>maio</strong>res referências<br />

em branding no país, na seção Entrevista<br />

<strong>de</strong>sta semana. “Quando a marca não<br />

assume um ponto <strong>de</strong> vista, não assume um<br />

erro, ela vira vidraça. E teto <strong>de</strong> vidro hoje é<br />

muito perigoso”, completa ela.<br />

Segundo a especialista, nenhuma marca<br />

tem mais uma construção linear em um<br />

mundo VUCA - Volatilida<strong>de</strong> (Volatility); Incerteza<br />

(Uncertainty); Complexida<strong>de</strong> (Complexity);<br />

Ambiguida<strong>de</strong> (Ambiguity). “Você<br />

não controla mais. Por isso, precisa fazer<br />

uma gestão muito saudável para quando<br />

vier uma crise a marca conseguir reverter”,<br />

pon<strong>de</strong>ra ela.<br />

36 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

JComp/ Freepik<br />

Era da transparência edita manual<br />

mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> reputação das marcas<br />

Sem controle das informações, empresas <strong>de</strong>vem investir em gestão<br />

eficiente <strong>de</strong> crise, baseada em comunicação, operação e base jurídica<br />

Janaina Langsdorff<br />

O<br />

controle da informação acabou. Antes<br />

restrito aos veículos <strong>de</strong> mídia, o<br />

buchicho em torno <strong>de</strong> assuntos que<br />

cercam uma empresa ganha dimensões inimagináveis<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. Entrou a era<br />

da transparência. E a marca que não sabe<br />

respeitar os vieses <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tema<br />

acaba sofrendo. O <strong>de</strong>bate sobre mecanização<br />

<strong>de</strong> linhas produtivas é um exemplo.<br />

A mudança beneficia investidores, mas<br />

certamente empregos serão ceifados, e<br />

queixas virão. “O que é bom para um grupo<br />

<strong>de</strong> stakehol<strong>de</strong>rs não é aceito por outro. São<br />

múltiplos pontos <strong>de</strong> vista, que precisam ser<br />

respeitados”, alerta Marcos Be<strong>de</strong>ndo, professor<br />

<strong>de</strong> branding da ESPM.<br />

Tentar fugir <strong>de</strong> crises também é inócuo.<br />

Os esforços <strong>de</strong>vem estar centrados em uma<br />

gestão eficiente. “Empresas que passaram<br />

pela Covid-19 sentiram na pele que não há<br />

como evitar crises. O melhor a fazer é gerenciá-la<br />

<strong>de</strong> forma eficaz. O risco <strong>de</strong>ixa um custo<br />

alto”, adverte Ana Almeida, professora da<br />

Fundação Dom Cabral (FDC).<br />

GarGalo<br />

Não se faz gestão <strong>de</strong> crise <strong>de</strong> forma amadora.<br />

As empresas precisam estar preparadas<br />

para equilibrar comunicação, operação e<br />

questões que necessitam <strong>de</strong> embasamento jurídico.<br />

Mas essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciamento<br />

ainda é um gargalo do mercado. “Organizações<br />

estão muito mal preparadas para fazer<br />

gestão <strong>de</strong> crise”, reclama Ana Almeida. Investimentos<br />

precisam ser revistos. Enfrentar<br />

uma situação adversa é cada vez mais inevitável.<br />

É só uma questão <strong>de</strong> quando acontecerá.<br />

Transparência, mensagens claras e <strong>de</strong><br />

entendimento dos públicos envolvidos se<br />

transformaram nas regras do manual mo<strong>de</strong>rno<br />

<strong>de</strong> reputação das marcas. Se essa<br />

postura está arraigada na essência, muitas<br />

vezes, nem é necessário criar comitês. Naturalmente,<br />

o problema vai se dissipando.<br />

“Escutas e respostas guiam <strong>de</strong>cisões quase<br />

que por instinto”, observa Be<strong>de</strong>ndo.<br />

Mas não é fácil atingir esse nível. Comitês<br />

<strong>de</strong> crise ajudam, especialmente corporações<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, a centralizar diretrizes<br />

para que respostas coerentes possam ser<br />

formuladas por li<strong>de</strong>ranças e profissionais<br />

que lidam com o ambiente externo e interno.<br />

O correto dimensionamento da ca<strong>de</strong>ia<br />

passa por combinar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestores<br />

do negócio com informações <strong>de</strong> quem<br />

está na ponta do processo. “Colaboradores<br />

também serão pressionados a falar e, nessa<br />

época <strong>de</strong> propósito, eles querem participar,<br />

pois se sentem pessoalmente impactados<br />

pelas notícias”, sustenta Be<strong>de</strong>ndo.<br />

Natureza do problema<br />

Há exceções. A queda <strong>de</strong> um avião, por<br />

exemplo, carrega um conjunto complexo <strong>de</strong><br />

Marcas que não enxergam<br />

os diversos vieses <strong>de</strong><br />

um assunto colocam a<br />

sua reputação em risco<br />

38 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


+


“O que é bom para<br />

um grupo <strong>de</strong><br />

stakehol<strong>de</strong>rs não<br />

é aceito por outro”<br />

Fotos: Divulgação<br />

diretrizes e procedimentos, que envolvem<br />

perícia, questões jurídicas e o momento<br />

certo <strong>de</strong> fazer comunicados em respeito às<br />

famílias envolvidas. No mais, reina a exigência<br />

por respostas e abordagens conforme<br />

o grupo em questão e a dinâmica do problema.<br />

“Manuais são <strong>de</strong>scartados na primeira<br />

vírgula que <strong>de</strong>r errado, não é mais possível<br />

fazer previsões em um mundo caótico,<br />

<strong>de</strong> informações <strong>de</strong>sencontradas”, reforça<br />

Be<strong>de</strong>ndo.<br />

O cenário atual <strong>de</strong>safia as marcas. A percepção<br />

é <strong>de</strong> que sempre haverá alguém reclamando.<br />

“Reputação é comportamento<br />

observado, por pessoas, colaboradores,<br />

acionistas, socieda<strong>de</strong>, jornalistas. A empresa<br />

tem <strong>de</strong> fazer o que fala”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Be<strong>de</strong>ndo.<br />

A maneira como as diversas interfaces<br />

são conduzidas e o entendimento <strong>de</strong> sua<br />

influência na socieda<strong>de</strong> ajudam a neutralizar<br />

questionamentos, antes que eles tomem<br />

proporções incontroláveis.<br />

“A empresa <strong>de</strong>ve fazer esse gerenciamento<br />

a cada movimento passível <strong>de</strong> gerar impacto.<br />

Quem já tem postura transparente<br />

sabe que terá <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r”, frisa Be<strong>de</strong>ndo.<br />

A falta <strong>de</strong> planejamento prévio po<strong>de</strong> custar<br />

caro, pois não são todas as companhias que<br />

conseguem reagir bem no momento em que<br />

um problema explo<strong>de</strong>, abrindo espaço para<br />

que o imbróglio se alastre.<br />

Utilizar as ferramentas disponíveis para<br />

monitorar e enten<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong> pessoas que<br />

articulam ataques também é uma forma <strong>de</strong><br />

evitar armadilhas. A transparência serve<br />

para os dois lados. “Ao estudar o comportamento<br />

digital <strong>de</strong> pessoas que tentam criar<br />

polêmica, a marca consegue <strong>de</strong>scobrir se<br />

a reclamação é legítima, responsável por<br />

uma comunida<strong>de</strong> que foi afetada, ou se<br />

é apenas <strong>de</strong>sculpa para criar confusão”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Be<strong>de</strong>ndo.<br />

Ana Almeida, da FDC: empresas estão mal preparadas<br />

Falha em segurança <strong>de</strong><br />

produto levou a cerveja<br />

Backer a uma crise com<br />

vítimas fatais em 2020<br />

Marcos Be<strong>de</strong>ndo, da ESPM: impactos monitorados<br />

Reprodução/Instagram<br />

bom exemplo<br />

Para além das re<strong>de</strong>s sociais, empresas<br />

enfrentam problemas cotidianos, na fábrica,<br />

frotas, atendimento. Mas aquelas que se<br />

comportam <strong>de</strong> forma idônea <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua essência<br />

têm mais chances <strong>de</strong> ganhar o perdão<br />

<strong>de</strong> seus públicos. “Pessoas agirão conforme<br />

o histórico da empresa. Se ela toma <strong>de</strong>cisões<br />

coerentes, e está tentando solucionar o problema,<br />

fica mais fácil entendê-la, há um capital<br />

<strong>de</strong> perdão”, confirma Be<strong>de</strong>ndo.<br />

O professor cita a Heineken. Mesmo <strong>de</strong><br />

posse <strong>de</strong> licenças ambientais e respaldo<br />

jurídico, a cervejaria holan<strong>de</strong>sa <strong>de</strong>sistiu<br />

<strong>de</strong> construir uma fábrica em Minas Gerais,<br />

após perceber o impacto que po<strong>de</strong>ria gerar<br />

à região <strong>de</strong> Pedro Leopoldo, on<strong>de</strong> foi encontrado<br />

o crânio <strong>de</strong> Luzia, o fóssil mais antigo<br />

das Américas. “A Heineken é uma marca<br />

envolvida, que tem preocupação legítima.<br />

Ela foi empática, enten<strong>de</strong>u a comunida<strong>de</strong><br />

40 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Christian Gertenbach/ Unsplash<br />

Heineken <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> construir fábrica em Pedro Leopoldo (MG), on<strong>de</strong> foi encontrado o fóssil mais antigo das Américas, mostrando empatia e respeito à comunida<strong>de</strong> local<br />

ao redor do negócio”, exemplifica o professor<br />

da ESPM.<br />

Mauro Homem, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

e assuntos corporativos do Grupo<br />

Heineken, lembra a situação “como o reflexo<br />

mais genuíno <strong>de</strong> nossa maneira <strong>de</strong> trabalhar”.<br />

Em 2020, a companhia anunciou investimento<br />

bilionário para construir essa operação e<br />

suprir a crescente <strong>de</strong>manda do mercado pelas<br />

marcas premium e mainstream puro malte.<br />

Mas alguns stakehol<strong>de</strong>rs questionaram a presença<br />

da marca no local, gerando <strong>de</strong>bates na<br />

socieda<strong>de</strong>, imprensa e entre ambientalistas.<br />

“Enten<strong>de</strong>mos prontamente que nossa<br />

permanência ali iria ferir o nosso principal<br />

valor, respeito e cuidado com as pessoas<br />

e com o planeta, e tomamos a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o local”, diz Mauro Homem. O<br />

executivo admite que a <strong>de</strong>cisão não foi<br />

simples, mas “valeu a pena reforçar nosso<br />

propósito <strong>de</strong> seguir construindo nossa história<br />

pautada em uma agenda sustentável,<br />

ouvindo nossos consumidores e guiando<br />

nossas ações com coerência para levar nossa<br />

estrela em cada coração e em cada copo<br />

brasileiro”, comenta. Hoje, a Heineken<br />

constrói instalação na cida<strong>de</strong> mineira <strong>de</strong><br />

Passos, a 15ª cervejaria da marca do país,<br />

projetada para ser a unida<strong>de</strong> produtiva<br />

mais sustentável da empresa e referência<br />

em práticas socioambientais.<br />

Como Não aGir<br />

Em compensão, se erros acontecem sistematicamente,<br />

a perspectiva <strong>de</strong> boa-fé se<br />

per<strong>de</strong>. “Foi o que aconteceu novamente<br />

“Não adianta entregar<br />

meta<strong>de</strong>, e tem <strong>de</strong><br />

entregar <strong>de</strong>ntro do<br />

novo contexto social,<br />

ter respostas para<br />

diversida<strong>de</strong> e inclusão”<br />

com o Lollapalooza e casos <strong>de</strong> trabalho<br />

escravo. Você começa a enten<strong>de</strong>r que a<br />

marca <strong>de</strong>veria ter atuação mais enérgica<br />

ou que está simplesmente enrolando as<br />

pessoas”, pontua Be<strong>de</strong>ndo. Reputação é a<br />

percepção que os públicos têm sobre a capacida<strong>de</strong><br />

da empresa <strong>de</strong> gerar valor na relação,<br />

estabelecendo o grau <strong>de</strong> confiança<br />

que as pessoas <strong>de</strong>positarão na companhia.<br />

Enquanto a marca pertente à empresa,<br />

ao que ela se propõe a fazer, a reputação<br />

é própria aos públicos, à promessa <strong>de</strong> entrega.<br />

Quando a marca não cumpre a sua<br />

promessa, <strong>de</strong> entregar produtos, serviços,<br />

inovações, cidadania, ESG e resultados<br />

financeiros, entre outros atributos que<br />

constituem a sua reputação, há uma quebra<br />

<strong>de</strong> confiança.<br />

A frustração é inevitável, e afasta clien-<br />

tes, investidores e talentos. “Não adianta<br />

entregar meta<strong>de</strong>, e tem <strong>de</strong> entregar <strong>de</strong>ntro<br />

do novo contexto social, ter respostas para<br />

diversida<strong>de</strong> e inclusão”, ratifica a professora<br />

Ana Almeida, da FDC. As pessoas esperam<br />

que a empresa <strong>de</strong>fina o seu papel<br />

social e o seu propósito, que <strong>de</strong>ve ir além<br />

da venda <strong>de</strong> produtos e serviços. Quanto<br />

<strong>maio</strong>r a expectativa, <strong>maio</strong>r a pressão da socieda<strong>de</strong>,<br />

dotada hoje <strong>de</strong> mecanismos para<br />

intensificar movimentos <strong>de</strong> cobrança. “Estamos<br />

na era da supertransparência, que<br />

não <strong>de</strong>ixa mais espaço para opacida<strong>de</strong>. A<br />

organização não consegue escon<strong>de</strong>r situações”,<br />

constata Ana Almeida.<br />

Atitu<strong>de</strong>s corretas, justas e éticas são<br />

a receita dos especialistas para a proteção<br />

da marca. “É preciso ser humil<strong>de</strong> até<br />

para dizer o que não está sendo entregue.<br />

Quem já atua <strong>de</strong> forma correta está naturalmente<br />

blindado”, assegura Ana Almeida.<br />

Segundo a professora da FDC, quase<br />

a totalida<strong>de</strong> das crises empresariais são<br />

originadas por problemas latentes, que<br />

<strong>de</strong>ixam sinais.<br />

A professora lembra o caso da mineira<br />

Backer. “Foi a cerveja artesanal que mais<br />

avançou. Mas veja o comportamento diante<br />

<strong>de</strong> uma crise que po<strong>de</strong>ria ter sido evitada.<br />

Se está crescendo, comprando mais tanque<br />

<strong>de</strong> refrigeração, sem segurança na manutenção<br />

e acompanhamento do produto,<br />

está se expondo ao risco”, analisa Ana. Em<br />

2020, consumidores foram contaminados<br />

com dietilenoglicol. Dez vítimas morreram<br />

e outras ainda sofrem com sequelas.<br />

42 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Vigilância da socieda<strong>de</strong> exige conduta<br />

transparente e idônea das empresas<br />

Preparação <strong>de</strong>ve ancorar estratégias capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>smentir acusações<br />

falsas e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r posicionamentos empenhados pelas marcas<br />

Gerd Altmann/ Pixabay<br />

Dados, monitoramento, inteligência artificial e escuta ativa esmiúçam trabalho <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> comportamentos que po<strong>de</strong>m sinalizar riscos ou oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />

Janaina Langsdorff<br />

Uma falsa acusação <strong>de</strong> abuso sexual<br />

<strong>de</strong>struiu a reputação da Escola Base,<br />

que ficava no bairro da Aclimação,<br />

na região Sul da capital paulista, em 1994.<br />

Os proprietários Icushiro Shimada e Maria<br />

Aparecida Shimada, a professora Paula Milhim<br />

e o motorista Maurício Alvarenga foram<br />

inocentados, mas a polícia e a imprensa<br />

já haviam con<strong>de</strong>nado todos eles, antes mesmo<br />

do término da investigação.<br />

Imersa em suposições, as pessoas se enfureceram<br />

e a escola chegou a ser <strong>de</strong>predada.<br />

Inexistência <strong>de</strong> provas e apurações inconsistentes<br />

recaem sobre a história, contada<br />

na série Escola Base - Um repórter enfrenta<br />

o passado, lançada pelo Globoplay, em 20<strong>22</strong>.<br />

O repórter Valmir Salaro revive os fatos, e<br />

admite a condução jornalística incorreta.<br />

Esse exemplo evi<strong>de</strong>ncia as consequências<br />

nefastas que mentiras po<strong>de</strong>m causar<br />

em negócios dos mais diversos segmentos<br />

da economia. Em 2017, a Ambev teve <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>smentir um ví<strong>de</strong>o mostrando a existência<br />

<strong>de</strong> pombos em uma fábrica que, na verda<strong>de</strong>,<br />

produzia pães na Rússia. A contenção <strong>de</strong><br />

fake news para preservar o nome das companhias<br />

sai a duras penas. “Em uma cervejaria,<br />

há uma série <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>s até os grãos serem<br />

moídos. É impossível entrar um animal<br />

no sistema”, explica Lucas Rossi, diretor <strong>de</strong><br />

reputação e comunicação externa e interna<br />

da Ambev.<br />

A resposta da gigante <strong>de</strong> bebidas começou<br />

pelo WhatsApp, plataforma que originou a<br />

disseminação da polêmica, oferecendo repertório<br />

e munição para a audiência imbuída<br />

em suspeitas. O caso foi emblemático<br />

também porque a empresa <strong>de</strong>cidiu acionar<br />

a imprensa proativamente para esclarecer a<br />

situação. Caso alguém assistisse ao ví<strong>de</strong>o, já<br />

saberia que se tratava <strong>de</strong> uma mentira. Logo<br />

a confusão cessou. “É preciso ser muito rápido<br />

e respon<strong>de</strong>r on<strong>de</strong> o assunto pega fogo”,<br />

alerta Rossi.<br />

Natura, Ambev e Itaú<br />

li<strong>de</strong>ram o ranking<br />

<strong>de</strong> reputação Merco<br />

no Brasil em 20<strong>22</strong><br />

44 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

Campanha <strong>de</strong> O Boticário para Dia das Mães <strong>de</strong>ste ano incentivou a formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio para evitar o esgotamento materno, mostrando empatia e sensibilida<strong>de</strong> da marca<br />

A verdA<strong>de</strong> dA históriA<br />

Nenhuma marca está imune a crises <strong>de</strong><br />

produto ou <strong>de</strong> operação. A diferença é que,<br />

há cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, o ciclo da notícia era<br />

mais longo. Escândalos só vinham à tona<br />

quando eram <strong>de</strong>nunciados em programas<br />

<strong>de</strong> repercussão <strong>de</strong> massa. Mas o mundo digital<br />

encurtou o caminho. Basta a pessoa<br />

postar um ví<strong>de</strong>o para que uma acusação<br />

tome proporções inimagináveis.<br />

Agir <strong>de</strong> forma reativa não é mais suficiente.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do porte da empresa, é inviável<br />

acompanhar as cercanias do negócio.<br />

Tempo <strong>de</strong> resposta, honestida<strong>de</strong> e contexto<br />

são premissas básicas. “As pessoas esperam<br />

atitu<strong>de</strong>, e que a empresa mostre que se preocupa”,<br />

sustenta Rossi.<br />

Com 32 operações espalhadas pelo Brasil,<br />

a Ambev reúne prontamente a alta li<strong>de</strong>rança<br />

e especialistas ao primeiro aviso para tomar<br />

as <strong>de</strong>cisões cabíveis sem precisar escalar<br />

o negócio. “Há mais transparência e conseguimos<br />

lidar com a verda<strong>de</strong> da história”,<br />

frisa Rossi. A companhia investe também<br />

em segurança psicológica para otimizar a dinâmica<br />

do processo. “Já passei por situação<br />

<strong>de</strong> crise em que eu estava viajando a trabalho,<br />

e é muito confortável saber que todos<br />

os envolvidos estão no mesmo lugar”, relembra<br />

Rossi.<br />

A conduta parte do entendimento do propósito<br />

da companhia, suas fortalezas e fraquezas,<br />

para que se compreenda como ela<br />

é percebida. “Reputação é um termômetro<br />

entre o que a empresa é, como ela se percebe,<br />

e como os outros a percebem”, diferencia<br />

Rossi. Autoentendimento e clareza nas<br />

mensagens estão apoiadas por métricas capazes<br />

<strong>de</strong> indicar oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Investigações <strong>de</strong> mercado, como o relatório<br />

do Monitor Empresarial <strong>de</strong> Reputação<br />

Reputação é <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />

negócio para 53% dos 501<br />

empresários ouvidos em<br />

estudo da Deloitte<br />

Renata Gomi<strong>de</strong>, do Grupo Boticário: confiança<br />

Corporativa (Merco), consultoria sediada<br />

em Madrid, na Espanha, garimpam dados<br />

conforme os stakehol<strong>de</strong>rs adjacentes ao negócio.<br />

Em 20<strong>22</strong>, mais <strong>de</strong> cinco mil lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong><br />

empresas com faturamento superior a U$ 40<br />

milhões apontaram <strong>de</strong>z companhias com<br />

melhor reputação. Manter a boa imagem<br />

está entre os principais <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> negócios<br />

para 53% dos 501 empresários ouvidos ainda<br />

pela Deloitte na pesquisa Agenda 23.<br />

Índices positivos vão além da autoanálise,<br />

comprovando que “não existe personagem,<br />

cuja máscara cai na primeira <strong>de</strong>cisão”,<br />

observa o executivo da Ambev, que ocupa a<br />

segunda posição pelo quinto ano consecutivo<br />

na lista Merco. Dia a dia e re<strong>de</strong>s sociais<br />

conferem se as pessoas percebem realmente<br />

o que a marca prega, e recortes anuais <strong>de</strong>monstram<br />

como a curva <strong>de</strong> observação se<br />

comportou.<br />

efeito streisAnd<br />

A matriz <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong>, pesquisa realizada<br />

com as principais li<strong>de</strong>ranças da Ambev,<br />

também ajuda a i<strong>de</strong>ntificar riscos e potenciais<br />

negócios. “Não criamos nada do zero<br />

para criar reputação. Damos luz para o que<br />

já existe”, pontua Rossi. A marca acaba <strong>de</strong><br />

colocar o Chopp Brahma na lata. Sinônimo<br />

<strong>de</strong> tradição e categoria no Brasil, a inovação<br />

é resultado <strong>de</strong> escuta ativa <strong>de</strong> consumidores<br />

que há tempos sonhavam em beber o chope<br />

<strong>de</strong> forma fácil em casa.<br />

Superficialida<strong>de</strong> não tem vez. Antes satisfeita<br />

por posicionamentos, hoje as crises<br />

<strong>de</strong>mandam ações capazes <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às<br />

agendas envolvidas. Embora certas metodologias<br />

contribuam para organizar processos,<br />

é fundamental estudar a dimensão do problema,<br />

enten<strong>de</strong>r quem faz parte <strong>de</strong>le, reunir<br />

pessoas relevantes, monitorar e respon<strong>de</strong>r.<br />

46 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

A atriz Fernanda Montenegro e a bebê Alice emocionaram os brasileiros em campanha do Itaú, que fortalece engajamento <strong>de</strong> marca por meio <strong>de</strong> mensagens simples e efetivas<br />

“Para cada oceano, vamos navegar <strong>de</strong><br />

uma forma”, compara Rossi. Na ânsia <strong>de</strong><br />

atravessar a tempesta<strong>de</strong>, porém muitos acabam<br />

naufragando. O efeito Streisand é uma<br />

evidência do <strong>de</strong>spreparo e afobamento na<br />

gestão <strong>de</strong> crises.<br />

O fenômeno é inspirado na atriz Barbra<br />

Streisand, que em 2003 foi à Justiça para<br />

exigir a remoção das fotos <strong>de</strong> sua mansão,<br />

publicadas no site do California Coastal Records<br />

Project com produção do fotógrafo<br />

Kenneth A<strong>de</strong>lman. Ela alegou <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>,<br />

mas per<strong>de</strong>u a ação e só conseguiu<br />

dar ainda mais visibilida<strong>de</strong> ao empreendimento<br />

localizado em Malibu (EUA). Estima-<br />

-se que o projeto tenha recebido mais <strong>de</strong> 420<br />

mil visitas em apenas um mês. Foi assim<br />

que o público soube que a mansão da foto<br />

era da artista.<br />

Nem sempre assuntos próprios <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

grupo são universais. Dentro ou<br />

fora da bolha, serieda<strong>de</strong> ao tratar a questão<br />

é tão primordial quanto enten<strong>de</strong>r a real extensão<br />

da embrulhada. Mas o mercado falha<br />

ao lidar com essa distinção. Profissionais e<br />

agências <strong>de</strong> comunicação existem, mas o<br />

ecossistema que trata <strong>de</strong> crises está <strong>de</strong>spreparado<br />

e, geralmente, se <strong>de</strong>sespera.<br />

“Muitas vezes, o profissional <strong>de</strong> comunicação<br />

nem é envolvido, e ele é a ponte entre<br />

os mundos externo e interno”, reclama Rossi,<br />

que conta com equipe interna <strong>de</strong> social<br />

e qualida<strong>de</strong> da análise, além <strong>de</strong> agências <strong>de</strong><br />

PR, como a Loures, há quatro anos, e a In-<br />

Press, há 33 anos. A empresa ainda é atendida<br />

pela I<strong>de</strong>al. “Se as pessoas perceberem a<br />

nossa verda<strong>de</strong>, significa que estamos fazendo<br />

bem o nosso trabalho”, conclui Rossi.<br />

CoerênCiA<br />

O <strong>de</strong>sfecho po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar implicações <strong>de</strong>sastrosas<br />

caso a marca não tenha coerência<br />

entre posicionamento público e o que ela<br />

faz, <strong>de</strong> fato. E essa harmonia só existe se<br />

houver transparência. “Um processo <strong>de</strong> comunicação<br />

em uma situação <strong>de</strong> crise não é<br />

um ato <strong>de</strong> autopromoção, mas um exercício<br />

<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas para a socieda<strong>de</strong>”,<br />

avisa Michel Blanco, head <strong>de</strong> comunicação<br />

corporativa e reputação <strong>de</strong> Natura &Co<br />

Pâmela Vaiano, do Itaú Unibanco: ninguém está imune a crises e riscos em tempos <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> fake news<br />

Reputação exige<br />

transparência, escuta<br />

ativa, diálogo,<br />

coerência e agilida<strong>de</strong><br />

América Latina, lí<strong>de</strong>r do relatório Merco há<br />

nove anos consecutivos no Brasil.<br />

Uma boa reputação não previne crises,<br />

mas ajuda a sair mais rápido <strong>de</strong>las. Referência<br />

em sustentabilida<strong>de</strong> e no cuidado das relações,<br />

a Natura foi pioneira no uso <strong>de</strong> refis,<br />

no início dos anos 1980, quando pouco se<br />

falava em resíduos sólidos. E há mais <strong>de</strong> 20<br />

anos, transforma <strong>de</strong>safios socioambientais<br />

em oportunida<strong>de</strong>s, integrando a Amazônia<br />

ao seu portfólio.<br />

Também é uma marca que evoca afeto<br />

e celebração da beleza livre <strong>de</strong> estereótipos.<br />

Em 1992, por exemplo, lançou a campanha<br />

Mulher bonita <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Chronos,<br />

que <strong>de</strong>stacou mulheres comuns na TV brasileira,<br />

valorizando a beleza em todas as<br />

fases da vida.<br />

Já a Avon, comprada pela Natura em 2019,<br />

<strong>de</strong>sbrava o território do empo<strong>de</strong>ramento<br />

feminino <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que David H. McConnell<br />

fundou a empresa, nos Estados Unidos, em<br />

1886. No Brasil há 65 anos, a marca <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

a emancipação financeira <strong>de</strong> mulheres antes<br />

mesmo que elas tivessem direito a voto nas<br />

eleições norte-americanas. Expressão <strong>de</strong><br />

acolhimento e libertação, a marca atua ainda<br />

no combate ao câncer <strong>de</strong> mama e à violência<br />

contra as mulheres.<br />

Diversida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mocratização da beleza<br />

também i<strong>de</strong>ntificam a marca, que em 2020<br />

ampliou a sua paleta <strong>de</strong> cores para aten<strong>de</strong>r<br />

tons <strong>de</strong> peles negra e parda. Em 2021, a campanha<br />

Avon tá on, vencedora do Melhores<br />

do propmark 2021, atualizou a percepção<br />

da marca. “Natura e Avon são reconhecidas,<br />

cada uma a seu modo, como marcas vanguardistas,<br />

que se posicionam em conexão<br />

com o espírito do tempo e conciliam propósito<br />

e produto em seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios”,<br />

<strong>de</strong>screve Blanco, que comanda a área <strong>de</strong> reputação<br />

e comunicação corporativa (Rec) da<br />

companhia.<br />

48 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos Divulgação<br />

A campanha Avon tá on, vencedora do Melhores do propmark 2021, atualizou a percepção da marca<br />

Contador <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong>rrubadas da Natura sofreu críticas às vésperas das eleições <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, mas marca saiu fortalecida<br />

Michel Blanco, da Natura &Co: prestação <strong>de</strong> contas<br />

nAdA A esCon<strong>de</strong>r<br />

Só marcas que têm algo a escon<strong>de</strong>r se<br />

preocupam tanto em blindar a sua imagem.<br />

Aquelas que já agem <strong>de</strong> forma idônea acrescentam<br />

camadas adicionais <strong>de</strong> proteção. “O<br />

cuidado com a reputação é algo vivido em<br />

toda a organização, está impregnado no<br />

jeito <strong>de</strong> ser e fazer. Está na base <strong>de</strong> nossas<br />

crenças e do nosso comportamento empresarial”,<br />

confirma Blanco. Decisões <strong>de</strong> negócios,<br />

ações <strong>de</strong> comunicação e diálogo com<br />

os públicos <strong>de</strong> relacionamento também empenham<br />

compromisso com a verda<strong>de</strong>.<br />

“Cuidamos da nossa reputação com doses<br />

elevadas <strong>de</strong> coerência. É ser fiel às nossas<br />

crenças e fazer das nossas ações um<br />

exercício constante <strong>de</strong> cidadania corporativa,<br />

buscando o <strong>maio</strong>r impacto possível na<br />

socieda<strong>de</strong>”, insiste Blanco. Segundo o executivo,<br />

fazer escolhas também é fundamental<br />

“para atacar os problemas que po<strong>de</strong>m<br />

ser tratados mais diretamente pelos nossos<br />

negócios, por nossos recursos exclusivos”,<br />

complementa.<br />

Escuta ativa ancora a percepção construída<br />

pelas empresas, <strong>de</strong>legando à área <strong>de</strong><br />

comunicação o protagonismo da estratégia.<br />

Ao refletir esse esforço, serve não como<br />

um espelho, mas como uma janela para o<br />

mundo. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações públicas é<br />

essencial para a gestão da reputação. Entre<br />

os parceiros <strong>de</strong> Natura e Avon, estão Weber<br />

Shandwick, na conta institucional, e Zeno<br />

Group, em produtos. Ha ainda agências regionais,<br />

como a Dupla, no Nor<strong>de</strong>ste, e a Eko,<br />

no Norte. Na publicida<strong>de</strong>, a Natura é atendida<br />

por Africa e Galeria, e a Avon pela Wun<strong>de</strong>rman<br />

Thompson.<br />

“Em um país tão gran<strong>de</strong> e tão cheio <strong>de</strong><br />

particularida<strong>de</strong>s como o Brasil, precisamos<br />

<strong>de</strong>ssa cooperação entre as agências para<br />

que possamos conversar bem com os nossos<br />

diversos públicos”, atesta Blanco. Essa equipe<br />

diversa abre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cocriacão<br />

a partir <strong>de</strong> novos olhares, garantindo legitimida<strong>de</strong><br />

à comunicação ao refletir as inúmeras<br />

realida<strong>de</strong>s que compõem a socieda<strong>de</strong><br />

brasileira.<br />

A Natura &Co utiliza <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ferramentas<br />

<strong>de</strong> social listening, já disponíveis no mercado,<br />

até soluções específicas, <strong>de</strong>senvolvidas<br />

sob <strong>de</strong>manda, como o monitoramento <strong>de</strong><br />

percepção <strong>de</strong> riscos utilizado pela área <strong>de</strong><br />

pesquisa e inovação. Acompanha ainda estudos<br />

e pesquisas.<br />

“Mas a tecnologia mais po<strong>de</strong>rosa à nossa<br />

disposição é o relacionamento humano.<br />

Somos um negócio <strong>de</strong> venda por relações,<br />

uma re<strong>de</strong> social original, composta <strong>de</strong> milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas conectadas por propósitos,<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s ou interesses em comum”,<br />

<strong>de</strong>staca Blanco. Recorte do tecido social da<br />

Avon, consultoras e representantes estabelecem<br />

o pulso da percepção sobre as marcas<br />

da companhia.<br />

dilemAs<br />

Não é raro sentir palpitações diante <strong>de</strong><br />

discursos <strong>de</strong> ódio e hostilizações que insistem<br />

em varrer as re<strong>de</strong>s sociais. Vulneráveis<br />

e expostas, as marcas têm vivido dilemas<br />

em assumir posicionamentos sobre temas<br />

caros à socieda<strong>de</strong>. Mas é nesse ambiente<br />

que o convite para o diálogo se faz ainda<br />

mais necessário.<br />

“Passamos por algumas pequenas crises<br />

em comunicação nos últimos anos, mas<br />

conseguimos sair <strong>maio</strong>res <strong>de</strong>las, justamente<br />

50 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Cena do filme The missing chapter, vencedor do Grand Prix <strong>de</strong> Sustainable Development Goals Lions 20<strong>22</strong>, que fala sobre os tabus da menstruação com a marca Always, da P&G<br />

pela atuação em re<strong>de</strong> e pelo diálogo, que só<br />

foi possível pelo capital reputacional construído<br />

ao longo dos anos”, esclarece Blanco.<br />

Um exemplo foi a campanha <strong>de</strong> Dia dos<br />

Pais da Natura, com Thammy Miranda, em<br />

2020. Ele era um dos pais que estavam na<br />

ação Meu pai presente, ao lado <strong>de</strong> Babu Santana,<br />

Henrique Fogaça e Rafael Zulu, entre<br />

outros influenciadores que compartilharam<br />

experiências <strong>de</strong> parentalida<strong>de</strong>. Assim<br />

que a campanha foi ao ar, a marca recebeu<br />

uma enxurrada <strong>de</strong> críticas que, ao longo dos<br />

dias, foram superadas por manifestações <strong>de</strong><br />

apoio, muitas vindas <strong>de</strong> influenciadores que<br />

acompanham <strong>de</strong> perto a atuação da marca.<br />

“Ao fim, a campanha foi um sucesso. Prevaleceu<br />

o amor”, celebra Blanco.<br />

Situação semelhante ocorreu durante<br />

o último período eleitoral. Anualmente, a<br />

marca lança ações <strong>de</strong> engajamento durante<br />

a semana da Amazônia, em setembro.<br />

Na ação <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, às vésperas do pleito, a<br />

Natura criou uma espécie <strong>de</strong> “<strong>de</strong>smatômetro”,<br />

que projetava um contador <strong>de</strong> árvores<br />

<strong>de</strong>rrubadas no telão do Conic, localizado<br />

no centro <strong>de</strong> Brasília, consi<strong>de</strong>rado o <strong>maio</strong>r<br />

painel digital da América Latina com 1.060<br />

metros quadrados.<br />

A iniciativa foi acompanhada <strong>de</strong> inserções<br />

durante os <strong>de</strong>bates eleitorais para<br />

colocar em pauta, <strong>de</strong> forma apartidária, a<br />

proteção da Amazônia, causa encampada<br />

pela marca com a linha Natura Ekos há<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos. Criada pela Africa, a campanha<br />

O po<strong>de</strong>r está nas nossas mãos cobrou<br />

das autorida<strong>de</strong>s políticas e candidatos à<br />

Presidência da República medidas para a<br />

proteção da floresta.<br />

“Sofremos muitas críticas, dada a polarização<br />

das discussões durante o período,<br />

mas saímos fortalecidos em nossa atuação<br />

pela floresta”, ratifica Blanco. As informações<br />

ganharam <strong>de</strong>sdobramentos na plataforma<br />

PlenaMata, criada pela Natura, além<br />

<strong>de</strong> Mapbiomas, Infoamazonia e Hacklab.<br />

Hoje, 40 comunida<strong>de</strong>s com 8.155 famílias<br />

agroextrativistas ajudam a Natura a conservar<br />

dois milhões <strong>de</strong> hectares. Esse mo<strong>de</strong>lo já<br />

movimentou R$ 2,55 bilhões em volume <strong>de</strong><br />

negócios na região a partir da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong><br />

Julia Asakawa, da P&G: agir com rapi<strong>de</strong>z e transparência, assumir erros e corrigir o que for necessário para seguir<br />

Exercício <strong>de</strong> cidadania,<br />

reputação inci<strong>de</strong> no<br />

respeito às inúmeras<br />

realida<strong>de</strong>s que compõem<br />

a socieda<strong>de</strong> brasileira<br />

41 bioativos da sociobiodiversida<strong>de</strong> adquiridos<br />

<strong>de</strong> 85 ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> fornecimento.<br />

vAlor intAngível<br />

O legado reputacional da marca mais valiosa<br />

do Brasil, estimada em R$ 44,3 bilhões,<br />

segundo a consultoria Interbrand, é evidência<br />

<strong>de</strong> soli<strong>de</strong>z. O Itaú Unibanco garante que<br />

seus negócios estão na zona <strong>de</strong> excelência,<br />

com indicador acima <strong>de</strong> 70 no Net Promoter<br />

Score (NPS), nível consi<strong>de</strong>rado elevado <strong>de</strong><br />

satisfação e lealda<strong>de</strong> dos clientes.<br />

“Somos também a marca mais valiosa da<br />

América Latina, e uma das 500 do mundo,<br />

outro indicador <strong>de</strong> reconhecimento e confiança”,<br />

elenca Pâmela Vaiano, superinten<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> comunicação corporativa do Itaú<br />

Unibanco, terceira colocada no ranking Merco.<br />

Ética, práticas coerentes com o discurso,<br />

consistência na comunicação e centralida<strong>de</strong><br />

no cliente são alguns dos fundamentos que<br />

sustentam a reputação <strong>de</strong> um banco com 98<br />

anos <strong>de</strong> história.<br />

A marca vem se transformando ao longo<br />

<strong>de</strong> quase um século para manter relevância<br />

entre pessoas físicas, empresas e a economia<br />

do país. O time <strong>de</strong> comunicação corporativa<br />

monitora a qualida<strong>de</strong> da reputação da<br />

marca em produtos e serviços, integrida<strong>de</strong><br />

e ética, atitu<strong>de</strong> responsável e ESG, entre outros<br />

atributos.<br />

A escuta ativa com os diversos targets<br />

acontece por meio <strong>de</strong> pesquisas periódicas,<br />

que estabelecem relações <strong>de</strong> transparência<br />

e confiança. Esse trabalho é fundamental<br />

para mapear tendências e necessida<strong>de</strong>s,<br />

direcionando estratégias <strong>de</strong> comunicação,<br />

engajamento e atuação pública por meio<br />

<strong>de</strong> mensagens simples, transparentes e<br />

efetivas. Em 2021 e 20<strong>22</strong>, a atriz Fernanda<br />

Montenegro e a bebê Alice emocionaram os<br />

brasileiros nas campanhas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano da<br />

52 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

O jogador Vini Jr. participa do projeto Professores pretos, da Vivo, que reforça o compromisso da empresa com a construção <strong>de</strong> um futuro mais diverso, no futebol e fora <strong>de</strong>le<br />

marca, que priorizou uma mensagem vinda<br />

das pessoas, e não do banco. A criação é da<br />

Africa.<br />

Tecnologia, inteligência artificial e ciência<br />

<strong>de</strong> dados ajudam a monitorar conversas,<br />

i<strong>de</strong>ntificar oportunida<strong>de</strong>s, embasar <strong>de</strong>cisões,<br />

montar previsões e antecipar tendências.<br />

O Itaú utiliza o Índice <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Exposição na Mídia, que atribui valor<br />

ao resultado <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> espontânea. A<br />

metodologia é da CDN e inclui análises <strong>de</strong><br />

cenário, além <strong>de</strong> mensuração e avaliação<br />

qualitativa dos resultados <strong>de</strong> exposição na<br />

imprensa e re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Em 2021, a instituição firmou parceria<br />

com a Córtex Intelligence para ampliar o<br />

monitoramento e inteligência dos dados <strong>de</strong><br />

exposição na imprensa por meio <strong>de</strong> análise<br />

em tempo real. “Com isso, passamos a gerar<br />

um indicador NPS <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem<br />

na mídia, que apoia as nossas estratégias <strong>de</strong><br />

comunicação”, diz Pâmela.<br />

Ninguém está imune Des<strong>de</strong> 2008, o Itaú<br />

implementa uma pesquisa <strong>de</strong> reputação<br />

envolvendo diversos públicos que, no ano<br />

passado, passou a contar com a gestão da<br />

consultoria Caliber. Resultados são reportados<br />

semanalmente. Já o monitoramento<br />

das re<strong>de</strong>s sociais é feito pelo marketing com<br />

apoio da Gauge.<br />

O time interno <strong>de</strong> comunicação corporativa<br />

do Itaú é formado por cerca <strong>de</strong> 20 pessoas,<br />

que trabalham em parceria com a Weber<br />

Shandwick. A agência esten<strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> relações<br />

públicas na área institucional, <strong>de</strong> varejo<br />

e atacado, além <strong>de</strong> núcleo <strong>de</strong> conteúdo<br />

digital e analytics.<br />

Pâmela Vaiano reforça as visões <strong>de</strong> Lucas<br />

Rossi e Michel Blanco. “Nenhuma organização,<br />

gran<strong>de</strong> ou pequena, está imune a crises<br />

Marina Daineze, da Vivo: temáticas que vão muito além do setor, como a pauta antirracista e equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero<br />

Uma boa reputação<br />

não previne crises,<br />

mas ajuda a sair<br />

mais rápido <strong>de</strong>las<br />

e riscos em tempos como o que estamos vivendo,<br />

<strong>de</strong> info<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong> comunicação multidirecional,<br />

<strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> fake news,<br />

<strong>de</strong> interesses difusos e <strong>de</strong> vigilância permanente<br />

da socieda<strong>de</strong> sobre empresas, governos<br />

e pessoas”, atenta a executiva.<br />

Policrises e <strong>de</strong>sinformação envolvem <strong>de</strong>bates<br />

extensos para acomodar os variados<br />

pontos <strong>de</strong> vista que se apresentam <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado assunto. De acordo com Pâmela,<br />

a prevenção começa pelo mapeamento<br />

<strong>de</strong> riscos inerentes ao negócio e a compreensão<br />

do contexto cultural para a elaboração<br />

<strong>de</strong> um plano criterioso <strong>de</strong> mitigação.<br />

Investir na transparência e na manutenção<br />

dos canais <strong>de</strong> diálogo com clientes e a socieda<strong>de</strong><br />

é outra conduta premente para uma<br />

54 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

gestão eficaz <strong>de</strong> crises, com menor dano à<br />

reputação corporativa.<br />

Décima marca mais valiosa do Brasil,<br />

segundo a Interbrand, com valor estimado<br />

em R$ 3 bilhões, a Vivo “trabalha para<br />

que a marca li<strong>de</strong>re conversas importantes<br />

do setor, como o equilíbrio no uso da tecnologia,<br />

e se posicione <strong>de</strong> forma genuína<br />

em temáticas que vão além, como a pauta<br />

antirracista e a equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero”, confere<br />

Marina Daineze, diretora <strong>de</strong> marca e<br />

comunicação da Vivo.<br />

Com a presença do jogador Vini Jr., o<br />

projeto Professores pretos foi anunciado<br />

pela operadora em novembro <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>. A<br />

ação criada pela VMLY&R quer incentivar<br />

a equida<strong>de</strong> racial no país, em parceria<br />

com a Confe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Futebol<br />

(CBF).<br />

A importância da transformação digital<br />

na vida das pessoas e os novos papéis da<br />

conexão vêm na outra ponta da abordagem.<br />

“Mais do que garantir ao cliente a melhor<br />

re<strong>de</strong> móvel e <strong>de</strong> fibra, seguimos nos posicionando<br />

como um hub <strong>de</strong> serviços digitais,<br />

que po<strong>de</strong>m aproximar as pessoas do que importa<br />

em seu dia a dia”, sublinha Marina.<br />

sAú<strong>de</strong> dA mArCA<br />

Ter as pessoas no centro da estratégia <strong>de</strong><br />

mídia e <strong>de</strong> criação dos conteúdos produzidos<br />

para respon<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas é peça fundamental<br />

na engrenagem <strong>de</strong> comunicação e<br />

fortalecimento da imagem da Vivo, que utiliza<br />

ferramentas e dados para incrementar a<br />

construção da jornada e valorizar a experiência<br />

do usuário.<br />

“Atuamos com diversas ferramentas <strong>de</strong><br />

business intelligence, que ajudam a enten<strong>de</strong>r<br />

todos os processos e movimentos que<br />

fazemos relacionados à marca, sem <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> ter um olhar sensível sobre mensuração”,<br />

revela Marina. A Vivo é atendida pela<br />

Africa, Galeria, Superunion e Coração da<br />

Selva, além da VMLY&R.<br />

A estratégia <strong>de</strong> conteúdo abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

cocriação com influenciadores até meios<br />

tradicionais, passando por hub interno <strong>de</strong><br />

produção digital para os canais próprios<br />

(Vivo On) e área voltada à pesquisa e i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> tendências <strong>de</strong> mercado e comportamento<br />

(V.Trends).<br />

Orgânica e sinérgica, a atuação acompanha<br />

as tendências e conversas em tempo<br />

real, monitorando e reagindo a diferentes<br />

situações <strong>de</strong> forma rápida. “As marcas precisam<br />

conhecer e enten<strong>de</strong>r bem o seu público,<br />

em primeiro lugar. Sem isso, é muito mais<br />

complexo conseguir se aproximar e se conectar<br />

com as <strong>de</strong>mandas diárias”, acredita<br />

Marina.<br />

É no dia a dia que se constrói reputação.<br />

Canais digitais, proximida<strong>de</strong> com o público<br />

e linguagem genuína são pilares importantes<br />

no processo <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> crises, e<br />

aumentam a saú<strong>de</strong> da marca. Para Marina, o<br />

ponto <strong>de</strong> virada está na experiência <strong>de</strong> marca<br />

e entendimento da jornada do cliente,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção <strong>de</strong> produtos até o pós-<br />

-venda.<br />

Lucas Rossi, da Ambev: termômetro entre o que a empresa é, como ela se percebe, e como os outros a percebem<br />

Efeito Barbra Streisand<br />

evi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong>spreparo<br />

e afobamento na<br />

gestão <strong>de</strong> problemas<br />

lAços e Conexões<br />

A percepção interna também fala pela<br />

P&G, eleita em 20<strong>22</strong> pelo LinkedIn como<br />

uma das <strong>de</strong>z melhores empresas para se <strong>de</strong>senvolver<br />

profissionalmente. Fora ou <strong>de</strong>ntro,<br />

tecnologia e ferramentas para social listening<br />

e monitoramento rastreiam as pautas<br />

tratadas pelas marcas. Ainda assim, as pessoas<br />

são a principal fonte <strong>de</strong> informação.<br />

Mais <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> consumidores<br />

são entrevistados anualmente em cerca <strong>de</strong><br />

cem países, e mais <strong>de</strong> 15 mil estudos aprofundam<br />

o conhecimento <strong>de</strong> hábitos. O aporte<br />

em pesquisas e <strong>de</strong>senvolvimento alcança<br />

a cifra <strong>de</strong> US$ 2 bilhões ao ano.<br />

“A tecnologia é usada na comunicação<br />

com os consumidores por meio <strong>de</strong> suas páginas<br />

em re<strong>de</strong>s sociais, site oficial e outros<br />

canais digitais”, conta Julia. Inteligência artificial<br />

e análise <strong>de</strong> dados elevam a eficiência<br />

<strong>de</strong> processos, além <strong>de</strong> oferecer produtos alinhados<br />

às necessida<strong>de</strong>s dos consumidores.<br />

Julia certifica o respeito ao propósito <strong>de</strong><br />

marca e o conhecimento do consumidor<br />

para uma comunicação efetiva, que crie lasentante<br />

da indústria <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo,<br />

a P&G tem marcas “reconhecidas por sua<br />

qualida<strong>de</strong>, por trazer inovação e facilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uso”, <strong>de</strong>clara Julia Asakawa, diretora <strong>de</strong><br />

estratégia <strong>de</strong> mídia e data da companhia,<br />

que inova a rotina das pessoas há mais <strong>de</strong><br />

180 anos.<br />

Em 2030, completará 35 anos no Brasil.<br />

Gillette, Pantene, Always, Pampers, Ariel,<br />

Oral-B e Downy são algumas das marcas<br />

presentes em nove <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z lares brasileiros.<br />

“Na <strong>maio</strong>r parte das categorias, os<br />

consumidores nos brindam com a li<strong>de</strong>rança<br />

ou vice-li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> mercado”, salienta Julia.<br />

Base <strong>de</strong> sua reputação, propósito, valores<br />

e princípios unem a P&G em uma causa<br />

comum, que é melhorar a vida dos consumidores<br />

por meio <strong>de</strong> inovação e qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produtos, e transformar a socieda<strong>de</strong>. O<br />

absorvente Always não só oferta produtos<br />

para o período menstrual como elucida o<br />

propósito <strong>de</strong> disseminar informações, além<br />

Divulgação<br />

teste <strong>de</strong> ConfiAnçA<br />

Nada melhor que produtos do dia a dia<br />

para colocar uma marca à prova. Repre<strong>de</strong><br />

doar mais <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> absorventes<br />

para reduzir a pobreza menstrual. Em<br />

20<strong>22</strong>, a campanha The missing chapter, parte<br />

do projeto Keep girls in school initiative,<br />

ganhou o Gran<strong>de</strong> Prix do festival Cannes<br />

Lions na categoria Sustainable Development<br />

Goals.<br />

Criado pela Leo Burnett <strong>de</strong> Mumbai, na<br />

Índia, para a marca Whisper, que no Brasil é<br />

comercializada sob o nome Always, o filme<br />

mostra um grupo <strong>de</strong> meninas passando um<br />

papel vermelho <strong>de</strong> uma para outra, até que<br />

uma <strong>de</strong>las é surpreendida e obrigada a ler o<br />

conteúdo, que fala sobre menstruação, “sinal<br />

<strong>de</strong> que estamos nos tornando fortes e<br />

saudáveis”, diz a garota. A marca leva educação<br />

menstrual para meninas indianas há<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos a fim <strong>de</strong> quebrar os tabus<br />

que ainda rondam o assunto.<br />

56 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

Ambev colocou o Chopp Brahma na lata, inovação que é resultado <strong>de</strong> escuta ativa <strong>de</strong> consumidores que há tempos sonhavam em po<strong>de</strong>r beber o chope <strong>de</strong> forma fácil em casa<br />

ços e conexões capazes <strong>de</strong> fortalecer a imagem<br />

do produto em momentos <strong>de</strong>licados.<br />

Investir no relacionamento com os consumidores,<br />

agir rapidamente para transmitir<br />

posicionamentos, <strong>de</strong>ixar a linha <strong>de</strong> comunicação<br />

aberta e facilitar o acesso para recebimento<br />

<strong>de</strong> respostas são as atitu<strong>de</strong>s esperadas<br />

para uma postura confiável.<br />

“Há alguns anos, patrocinamos o BBB,<br />

um dos programas <strong>de</strong> <strong>maio</strong>r audiência do<br />

país. Estar em um reality show é colocar<br />

a marca à prova, porque ela será julgada a<br />

todo o momento, tanto em qualida<strong>de</strong>, quanto<br />

em reputação”, avalia Julia. Ao primeiro<br />

indício <strong>de</strong> revés, a P&G apura os fatos para<br />

chegar ao centro da questão. “Buscamos<br />

agir com rapi<strong>de</strong>z e transparência, assumir<br />

os erros e corrigir o que for necessário para<br />

seguir”, comenta.<br />

A P&G trabalha com a Ketchum para prevenção<br />

<strong>de</strong> crise, relações públicas e reputação;<br />

com Squid, Platinum e Snack para<br />

estratégias com influenciadores e embaixadores;<br />

e com Grey, Publicis, Ogilvy, New<br />

Vegas, Sapient, Accenture e Lew’Lara\TBWA<br />

para comunicação digital. Opera ainda com<br />

a consultoria Tree Diversida<strong>de</strong>, para avaliar<br />

campanhas e trazer letramento aos funcionários.<br />

nome <strong>de</strong> respeito<br />

Quem prima pela criação <strong>de</strong> relacionamentos<br />

genuínos também fala <strong>de</strong> peito aberto,<br />

sem medo do tema. “Gostamos <strong>de</strong> nos<br />

conectar com pessoas reais, para fazer parte<br />

das suas histórias, o que faz com que tenhamos<br />

uma ligação pautada na confiança”,<br />

ressalta Renata Gomi<strong>de</strong>, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

consumer do Grupo Boticário, que atua com<br />

as marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse,<br />

Berenice?, O.U.I Paris, Dr. Jones, Beauty<br />

Box, Beleza na Web, Nuxe, Bio-Oil, Austra-<br />

Ecossistema que trata <strong>de</strong><br />

crises está <strong>de</strong>spreparado<br />

e, geralmente, se<br />

<strong>de</strong>sespera<br />

lian Gold, Vult e Truss Professional.<br />

Des<strong>de</strong> a escolha e cultivo dos ingredientes<br />

até a indústria, laboratórios, tecnologia,<br />

lojas, revenda e e-commerce, a empresa paranaense<br />

é percebida por inovação, responsabilida<strong>de</strong><br />

social, ambiental e ética, valores<br />

que inferem compromisso com a beleza. A<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> marcas e submarcas permite<br />

explorar temas <strong>de</strong> cada nicho, aumentando<br />

a sinergia com os consumidores. “É <strong>de</strong>sse<br />

interesse latente, que a beleza nos aproxima<br />

e po<strong>de</strong> transformar realida<strong>de</strong>s”, sublinha<br />

Renata.<br />

O cuidado com a reputação começa no<br />

manejo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> dos produtos, com<br />

rigorosos processos <strong>de</strong> controle, além <strong>de</strong><br />

respostas a<strong>de</strong>quadas e respeitosas às preocupações<br />

apontadas pelas pessoas.<br />

Com filme da AlmapBBDO e estratégia <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>s sociais da W3Haus, a campanha <strong>de</strong>ste<br />

ano para o Dia das Mães <strong>de</strong> O Boticário incentivou<br />

a formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio para<br />

evitar o esgotamento materno. A ação faz<br />

parte <strong>de</strong> um movimento <strong>de</strong> empatia às mães,<br />

iniciado com campanha sobre julgamento<br />

materno, em 20<strong>22</strong>.<br />

prAtA dA CAsA<br />

Na preocupação socioambiental, estão<br />

práticas sustentáveis incutidas na operação<br />

<strong>de</strong> produtos, e apoio a causas sociais. “Essas<br />

ações <strong>de</strong>monstram o comprometimento do<br />

Grupo com questões relevantes para a socieda<strong>de</strong>,<br />

contribuindo para a construção <strong>de</strong><br />

uma reputação positiva”, comprova Renata.<br />

A origem brasileira aumenta a expectativa<br />

em traduzir <strong>de</strong>mandas, o que torna a gestão<br />

ainda mais complexa. São os <strong>de</strong>talhes<br />

que asseguram diferenciação a fim <strong>de</strong> promover<br />

experiências passíveis <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>rem<br />

os movimentos sociais. “Dessa forma, compreen<strong>de</strong>mos<br />

o nosso papel e as melhores soluções”,<br />

situa Renata.<br />

A tecnologia é aliada na compreensão<br />

<strong>de</strong> cenários e personalização da jornada <strong>de</strong><br />

consumo. Startups ajudam a melhorar processos,<br />

enquanto mapeamentos rastreiam<br />

intenções e <strong>de</strong>sejos, permitindo que a marca<br />

fique cada vez mais conhecida por recomendar<br />

o produto certo, e na hora certa.<br />

O grupo atua na antecipação para mitigar<br />

riscos, postura que inclui análises e planos<br />

<strong>de</strong> contingência. “É importante reconhecer<br />

o problema, i<strong>de</strong>ntificar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

melhorias, e <strong>de</strong>monstrar comprometimento<br />

em resolver a situação”, sugere Renata.<br />

Ao primeiro vestígio <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>, o<br />

grupo recorre à transparência para honrar a<br />

confiança <strong>de</strong>positada pelos consumidores.<br />

“Cada situação é única e exige uma abordagem<br />

específica”, orienta Renata. Informações<br />

precisas e honestas sobre produtos,<br />

serviços e operações divi<strong>de</strong>m espaço com o<br />

<strong>de</strong>bate sobre estereótipos e diversida<strong>de</strong>. É<br />

reputação que <strong>de</strong>ixa legado social.<br />

58 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Propmark, parabéns por seus 58 anos <strong>de</strong> contribuição para<br />

o crescimento da publicida<strong>de</strong> e do marketing!<br />

Nós da Tunad temos orgulho <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r contribuir com o mercado<br />

através da mensuração e melhoria dos resultados das campanhas<br />

Monitore as campanhas<br />

<strong>de</strong> TV, Rádio e<br />

Livestreaming do Brasil<br />

Analise anúncios com o<br />

volume gerado <strong>de</strong> buscas<br />

no Google<br />

Ative campanhas Online<br />

a partir <strong>de</strong> eventos do<br />

cotidiano<br />

Conheça e<br />

acompanhe todos os<br />

anúncios do mercado<br />

para ter a melhor<br />

Estratégia <strong>de</strong> Mídia<br />

Entenda as reações<br />

online às campanhas<br />

monitoradas, fazendo<br />

Otimização <strong>de</strong> Mídia<br />

Use o impulso do<br />

Offline e Online para<br />

Potencialização <strong>de</strong><br />

Campanhas Online<br />

Algumas empresas que já usam a Plataforma Tunad<br />

tunad.io<br />

@tunadplatform<br />

Cre<strong>de</strong>nciada ao


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Reputação e<br />

brand safety<br />

Sandra Martinelli<br />

é presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA e membro<br />

do Executive Committee da WFA<br />

sandramartinelli@aba.com.br<br />

Sandra Martinelli<br />

Cuidar das marcas neste momento em<br />

que há gran<strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> barreira entre<br />

o real e o virtual é uma tarefa hercúlea<br />

para a marcas. Ao mesmo tempo em<br />

que o digital oferece novas oportunida<strong>de</strong>s<br />

para os anunciantes, exige ainda mais atenção<br />

e cuidado por parte dos mesmos, uma<br />

vez que a exposição <strong>de</strong> uma marca ou campanha<br />

publicitária atrelada a sensacionalismo,<br />

fake news ou mídias impróprias po<strong>de</strong><br />

acontecer em gran<strong>de</strong> escala, colocando em<br />

risco sua reputação.<br />

É preciso lembrar também que, no mundo<br />

contemporâneo e digital, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

compra vai muito além <strong>de</strong> preço e qualida<strong>de</strong>,<br />

sendo pautada com mais força nos valores<br />

e posicionamentos assumidos pela marca.<br />

Com o consumidor cada vez mais atento<br />

a isso, acirrar as discussões em cima das estratégias<br />

<strong>de</strong> brand safety e brand suitability<br />

é vital para uma boa reputação.<br />

O combate à disseminação <strong>de</strong>sses conteúdos<br />

na internet é um dos principais <strong>de</strong>safios<br />

que temos hoje e aumenta a cada dia com os<br />

avanços tecnológicos, como por exemplo,<br />

com o crescimento do uso da inteligência<br />

artificial generativa.<br />

É importante estarmos atentos às tendências<br />

<strong>de</strong> regulação e benchmarks internacionais<br />

relacionadas a privacida<strong>de</strong>, segurança<br />

e ética, mas, para mitigar os riscos trazidos<br />

nos ambientes virtuais, é preciso, antes <strong>de</strong><br />

tudo, <strong>de</strong>finir quais são esses riscos.<br />

Diante disso, a ABA publicou, em 2021,<br />

uma versão tropicalizada do Guia dos Padrões<br />

<strong>de</strong> Brand Safety + Estrutura <strong>de</strong> A<strong>de</strong>quação,<br />

iniciativa da GARM – Aliança Global<br />

para Mídia Responsável, da WFA, um esforço<br />

da indústria que une profissionais <strong>de</strong><br />

marketing, agências <strong>de</strong> mídia, plataformas<br />

<strong>de</strong> mídia e tecnologia e associações, para<br />

salvaguardar o potencial da mídia digital<br />

reduzindo a disponibilida<strong>de</strong> e a monetização<br />

<strong>de</strong> conteúdos nocivos e/ou prejudiciais<br />

online. No fim <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, o guia ganhou uma<br />

versão atualizada. Ele traz 12 categorias consi<strong>de</strong>radas<br />

nocivas e/ou prejudiciais para serem<br />

usadas como padrão, ajudando no mapeamento,<br />

classificação e avaliação do risco<br />

<strong>de</strong> tais conteúdos, como “Discurso <strong>de</strong> ódio<br />

e atos <strong>de</strong> agressão” ou “Desinformação”. O<br />

objetivo da WFA e da ABA é o <strong>de</strong> construir<br />

uma base segura para os anunciantes e munir<br />

os profissionais <strong>de</strong> diretrizes e boas práticas<br />

<strong>de</strong> brand safety.<br />

Por ter sido o primeiro país a lançar localmente<br />

essa iniciativa da GARM, a ABA foi<br />

premiada com hors concours Special WFA<br />

Presi<strong>de</strong>nt Awards 20<strong>22</strong> - Recognising excellence<br />

in industry lea<strong>de</strong>rship. O guia também<br />

inspirou outra obra sobre o tema, publicada<br />

pela ABA em 20<strong>22</strong>, o livro Conectados – Por<br />

<strong>de</strong>ntro do brand safety, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Nelcina<br />

Tropardi, presi<strong>de</strong>nte da ABA e diretora-<br />

-geral <strong>de</strong> jurídico, RelGov, ESG e compliance<br />

da Dasa.<br />

Ainda em 20<strong>22</strong>, a ABA lançou o Guia TV<br />

Conectada: formas inteligentes para combinar<br />

contexto e marca, enriquecendo a experiência<br />

do usuário através <strong>de</strong> anúncios, em<br />

parceria com a ShowHeroes, que aponta a<br />

importância da segurança e transparência<br />

no uso <strong>de</strong>sse canal, e o Guia Global sobre<br />

Claims <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> nas comunicações<br />

<strong>de</strong> marketing, que norteia os anunciantes,<br />

evitando que caiam em armadilhas que<br />

possam levar a alegações ambientais enganosas<br />

conhecidas por “misleading green<br />

claims” ou “greenwashing”, que po<strong>de</strong>m colocar<br />

suas reputações em risco.<br />

Como protagonistas da construção <strong>de</strong> um<br />

mercado <strong>de</strong> comunicação mais transparente,<br />

responsável e ético, os anunciantes têm<br />

a missão <strong>de</strong> promover e contribuir para as<br />

mudanças positivas para o marketing, para<br />

o digital e para a socieda<strong>de</strong>. É preciso cobrar<br />

responsabilida<strong>de</strong>, incentivar boas práticas,<br />

e lembrar que reputação não é algo que apenas<br />

se constrói, mas, sobretudo, necessita<br />

ser mantida.<br />

60 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Imagine um baile.<br />

A música tomando conta <strong>de</strong> você.<br />

Aquele monte <strong>de</strong> gente dançando e se expressando livremente.<br />

Cada um do seu jeito. Mas todos no mesmo ritmo.<br />

Baila é mais do que uma agência. É um convite.<br />

Um convite para entrar nessa dança.<br />

Experimentar um jeito novo <strong>de</strong> trabalhar.<br />

Mais leve, flexível e colaborativo.<br />

Sem os processos e políticas do mo<strong>de</strong>lo tradicional.<br />

Trocamos o quentinho das gran<strong>de</strong>s agências pelo friozinho nas nossas barrigas.<br />

Porque acreditamos que dá para existir um lugar diferente.<br />

On<strong>de</strong> a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r é <strong>maio</strong>r do que o medo <strong>de</strong> errar.<br />

On<strong>de</strong> as áreas trocam i<strong>de</strong>ias e não farpas.<br />

On<strong>de</strong> as gavetas não são cemitérios <strong>de</strong> projetos enterrados vivos.<br />

On<strong>de</strong> todos são curiosos e inquietos, do recepcionista ao CEO.<br />

E o fato <strong>de</strong>les serem a mesma pessoa é mera coincidência.<br />

Um mo<strong>de</strong>lo único para trazer soluções únicas.<br />

Não só <strong>de</strong> comunicação, mas também <strong>de</strong> negócios.<br />

Para isso, não medimos esforços.<br />

Mas medimos todo o resto, com dados, pesquisas e inteligência.<br />

Temos a maturida<strong>de</strong> para ajudar o seu negócio a crescer.<br />

E a imaturida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precisar segurar uma risadinha <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> falar isso.<br />

Não temos todas as respostas. Mas sabemos para quem perguntar.<br />

Queremos convidar e conectar talentos <strong>de</strong> fora do mercado.<br />

Trazer outras perspectivas, outras vozes, outras mentes criativas.<br />

Na Baila, acreditamos que várias cabeças pensam melhor do que um ego.<br />

Quanto mais plural é a agência, mais singular é o trabalho.<br />

Agora solta o som, manda um e-mail para o nosso CEO<br />

e vem bailar com a gente.<br />

alan.strozenberg@baila.co<br />

baila.co


propmark 58 Anos<br />

Agências entraram na batalha para<br />

cuidar e manter a reputação das marcas<br />

Responsáveis pela comunicação usam tecnologia <strong>de</strong> ponta para<br />

monitorar conteúdo in<strong>de</strong>sejável e não permitir exposição dos clientes<br />

Neusa Spaulucci<br />

A<br />

trajetória do propmark é muito singular.<br />

Há mais <strong>de</strong> 50 anos era conhecido<br />

como Ca<strong>de</strong>rno, embora o nome original<br />

fosse mesmo Propaganda&Marketing.<br />

Com o advento da internet, o próprio mercado<br />

encurtou o nome e o “rebatizou” como<br />

propmark, dando origem à marca que<br />

tem nos dias <strong>de</strong> hoje. Ele já foi no formato<br />

standard, impresso em papel jornal. Há<br />

alguns anos apostou na mudança radical,<br />

que foi muito bem aceita pelo mercado. Virou<br />

estilo tabloi<strong>de</strong>, seu atual formato, em<br />

papel couchê. Assim como o propmark, o<br />

mercado publicitário mudou radicalmente,<br />

e muito, nas últimas décadas, <strong>de</strong>ixando os<br />

profissionais meio tontos com tantas e frenéticas<br />

reviravoltas, mas sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> cuidar<br />

da reputação. Já que é assim, a Redação<br />

foi buscar nas agências respostas para como<br />

se <strong>de</strong>ve conduzir um trabalho para que marcas<br />

e anunciantes não corram riscos e caiam<br />

em armadilhas, como as tão discutidas fake<br />

news. Todo cuidado é pouco com a reputação<br />

das marcas, que nunca foi tão importante<br />

como agora.<br />

Rafaela Queiroz, VP <strong>de</strong> mídia e BI da DPZ,<br />

por exemplo, fala da rotina da agência na<br />

hora <strong>de</strong> programar as mídias para evitar que<br />

as campanhas e seus respectivos anunciantes<br />

apareçam em conteúdos in<strong>de</strong>sejados.<br />

Ela afirma que garantir eficiência em um<br />

ambiente seguro sempre foi uma priorida<strong>de</strong><br />

para a DPZ. Então, buscar parceiros que tenham<br />

políticas rígidas relacionadas à brand<br />

safety é uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da agência, e<br />

isso é uma rotina para o time <strong>de</strong> mídia, segundo<br />

ela, que não <strong>de</strong>ixa que nada passe<br />

<strong>de</strong>spercebido. “Através <strong>de</strong> dashboards customizados<br />

para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um<br />

dos clientes fazemos o uso do dado para<br />

acompanhar on<strong>de</strong> as campanhas dos nossos<br />

clientes estão sendo entregues, garantindo,<br />

assim, <strong>maio</strong>r eficiência”, argumenta.<br />

Vicente Varela, chief data and media officer<br />

da Lew’Lara\TBWA, fala que na agência<br />

acreditar e proteger as marcas é altamente<br />

estratégico. Segundo ele, o olhar para brand<br />

safety e brand suitability precisa ir além dos<br />

processos <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> rotinas <strong>de</strong><br />

campanhas <strong>de</strong> forma genérica. “É preciso<br />

enten<strong>de</strong>r o contexto em que as marcas estão<br />

inseridas para que as políticas <strong>de</strong> segurança<br />

que serão implementadas sejam as mais<br />

a<strong>de</strong>quadas e abrangentes. Desta forma, as<br />

boas práticas passam por estabelecermos os<br />

principais critérios que a marca consi<strong>de</strong>ra<br />

a<strong>de</strong>quados e seguros para exibir seus anúncios<br />

e precisam ser <strong>maio</strong>res que os pontos<br />

Cuidado com a marca se tornou crucial com a internet; agências lançam mão <strong>de</strong> técnicas para vigiar mídia<br />

fundamentais, como evitar conteúdos violentos,<br />

sexualmente explícito, discursos <strong>de</strong><br />

ódio, jogos <strong>de</strong> azar ou que promovam produtos<br />

ilegais. Precisamos pensar e consi<strong>de</strong>rar<br />

o contexto amplo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a marca está<br />

inserida a partir <strong>de</strong> sua jornada <strong>de</strong> consumo<br />

e <strong>de</strong> mercado”, relata.<br />

Para Varela, <strong>de</strong> forma efetiva, “é preciso<br />

enten<strong>de</strong>r que esse processo precisa ser fluido<br />

e constante através <strong>de</strong> monitoramento<br />

técnico, atualizado com frequência e pautado<br />

por ferramentas diagnósticas <strong>de</strong> 3rd party<br />

verifys, que permitiram uma constante<br />

atualização, sejam através <strong>de</strong> aprendizados<br />

pré e pós bidding”.<br />

Já Luiza Valente, head <strong>de</strong> mídia da<br />

VMLY&R, fala que tem listas <strong>de</strong> bloqueio padrão<br />

para todos os clientes, que po<strong>de</strong>m sofrer<br />

ajustes em relação a um tema sensível<br />

do segmento. “Nesse caso, um estudo aprofundado<br />

do território é feito para incluir um<br />

<strong>maio</strong>r bloqueio <strong>de</strong> conteúdo”, revela.<br />

Vanessa Giannotti, VP <strong>de</strong> mídia da Ogilvy,<br />

“Hoje, a reputação <strong>de</strong><br />

uma empresa po<strong>de</strong> vir<br />

abaixo em segundos<br />

na internet”<br />

Freepik<br />

vai ainda mais longe e afirma que para evitar<br />

conteúdos in<strong>de</strong>sejados nas mídias digitais,<br />

por exemplo, muitos dos seus clientes<br />

se utilizam <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> brand safety,<br />

ou até mesmo wish lists pre<strong>de</strong>terminados.<br />

“No entanto, nas compras programáticas,<br />

como muitos sites <strong>de</strong> conteúdos duvidosos<br />

são criados diariamente, corremos o risco <strong>de</strong><br />

ter entrega <strong>de</strong> peças dos clientes. Por isso,<br />

realizamos, com frequência, uma varredura<br />

nos sites em que as campanhas estão sendo<br />

entregues e fazemos a negativação <strong>de</strong>sses<br />

sites. Para nossos clientes <strong>de</strong> governo, por<br />

exemplo, que são ainda mais sensíveis a al-<br />

62 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Aga Porada: ferramentas <strong>de</strong> segurança Andreia Abud: <strong>de</strong> olho no conteúdo Kaline Lessio: análise profunda do cliente Glaucia Montanha: segurança é tudo<br />

“O momento é mais<br />

sobre ‘não po<strong>de</strong>mos<br />

parecer, temos <strong>de</strong> ser’”<br />

guns temas, não compramos formatos sem<br />

que tenhamos 100% <strong>de</strong> certeza da qualida<strong>de</strong><br />

do tema e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o inventário está sendo<br />

entregue. Para as mídias offline, o conhecimento<br />

da programação em que estamos<br />

veiculando é um dos principais diferenciais.<br />

Claro que corremos o risco <strong>de</strong> algum programa<br />

ter uma entrevista mais polêmica ou, no<br />

caso <strong>de</strong> um reality show, alguma postura<br />

ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> um participante. Mas estas<br />

situações são atípicas e, caso isso aconteça,<br />

tomamos todas as providências para removermos<br />

o cliente da programação.<br />

Edu Lorenzi, CEO da Publicis, fala que a<br />

sua agência se cerca <strong>de</strong> todos os lados para<br />

tentar driblar eventuais armadilhas para os<br />

clientes. Ele afirma que os times <strong>de</strong> mídia<br />

trabalham em parceria com os <strong>de</strong> dados por<br />

um lado, e com a área <strong>de</strong> criação e conteúdo<br />

por outro. “Tudo para formar uma opinião<br />

mais embasada sobre <strong>de</strong>terminados conteúdos<br />

e influenciadores, indo além da mera<br />

técnica matemática <strong>de</strong> mídia”, explica.<br />

O CSO da Brivia, Roberto Ribas, fala da rotina<br />

na sua empresa. Ele <strong>de</strong>clara que quando<br />

fala <strong>de</strong> plataformas self service, no início<br />

<strong>de</strong> cada campanha fazem uma análise tática<br />

para enten<strong>de</strong>r o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> brandsuitability<br />

e brand safety e já acertam as configurações<br />

<strong>de</strong> campanha, usando os mecanismos<br />

<strong>de</strong> segurança das próprias plataformas.<br />

“Quando a compra é feita através <strong>de</strong> PI, é realizada<br />

uma reunião prévia antes da veiculação<br />

para escolher canais e alinhar pontos<br />

importantes como canais e portais que não<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong> forma alguma estar atrelados à<br />

campanha/marca e, sempre que necessário,<br />

contratamos ferramentas adicionais, como<br />

doubleverify. É importante dizer que prezamos<br />

por parceria com veículos idôneos,<br />

sérios e sempre analisamos os que possuem<br />

Brand Safety - Cena <strong>de</strong> campanha da Vale, assinada pela Africa. Segundo Aga Porada,<br />

VP <strong>de</strong> mídia, cuidar da reputação da marca <strong>de</strong> um cliente, principalmente quando a<br />

ação será <strong>de</strong>stinada ao meio digital, passa pelo uso <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> segurança, como<br />

brand safety. Tudo em nome do monitoramento do canal on<strong>de</strong> o cliente vai cair.<br />

alto índice <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> como viewability,<br />

por exemplo”, diz Ribas.<br />

Palavras<br />

Aga Porada, VP <strong>de</strong> mídia da Africa, fala<br />

que também usam, durante a programação<br />

<strong>de</strong> mídia digital, ferramentas <strong>de</strong> segurança<br />

<strong>de</strong> marca (brand safety) para garantir que os<br />

anúncios não apareçam ao lado <strong>de</strong> conteúdos<br />

que não possam ser associados à marca.<br />

“Montamos a lista <strong>de</strong> palavras-chave e contextos<br />

que não queremos nos associar e com<br />

isso a ferramenta bloqueia a entrega dos<br />

anúncios nas páginas com esses conteúdos<br />

não <strong>de</strong>sejados”, comenta, acrescentando:<br />

“No caso <strong>de</strong> canais offline, esse processo é<br />

mais manual – implementando rotina entre<br />

nossos times e time <strong>de</strong> OPEC do veículo<br />

para monitorar os conteúdos in<strong>de</strong>sejados e<br />

montar os possíveis cenários <strong>de</strong> ação”. Segundo<br />

ela, o <strong>maio</strong>r <strong>de</strong>safio sempre está na<br />

parte jornalística e <strong>de</strong> notícias, já que, muitas<br />

vezes, não conseguem prever. “Nos casos<br />

em que enxergarmos risco <strong>maio</strong>r, optamos<br />

por entregar um material alternativo ou<br />

até adiar a inserção para outro programa ou<br />

dia”, <strong>de</strong>talha ela.<br />

Fernand Alphen, CEO da Fbiz, radicaliza<br />

e afirma que “foi-se o tempo em que as<br />

agências podiam furtar-se <strong>de</strong> participar<br />

ativamente da proteção dos conteúdos <strong>de</strong><br />

seus clientes no que diz respeito aos contextos<br />

<strong>de</strong> distribuição”. Para ele, estar em um<br />

contexto ina<strong>de</strong>quado hoje, além <strong>de</strong> prejudicar<br />

diretamente a imagem da marca, po<strong>de</strong><br />

ter consequências sérias do ponto <strong>de</strong> vista<br />

ético, porque talvez a veiculação esteja financiando<br />

plataformas nocivas ao estado<br />

<strong>de</strong> direito, à <strong>de</strong>mocracia e à paz social. “As<br />

palavras são pomposas, mas necessárias.<br />

Por isso, mantemos uma série <strong>de</strong> rotinas essenciais:<br />

configuração da brand safety em<br />

todas as plataformas, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> temas<br />

sensíveis, contextos e sites, manutenção <strong>de</strong><br />

blocklists <strong>de</strong> sites/apps, avaliação constante<br />

dos parceiros <strong>de</strong> mídia que têm boa performance<br />

em uso <strong>de</strong> blocklists etc.”, resume.<br />

Além disso, segundo ele, todas as ações<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>liberadas com os clientes. “Em<br />

alguns casos, em alinhamento com os clien-<br />

64 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


AGORA É DA<br />

KALLAS!<br />

3.650 PARADAS DE ÔNIBUS NO<br />

RECIFE SUA REGIÃO<br />

METROPOLITANA<br />

ABRIGO MEGA LED<br />

PRIMEIRO VEÍCULO A INTEGRAR MÍDIA OOH E MOBILIDADE<br />

URBANA EM RECIFE E SUA REGIÃO METROPOLITANA.<br />

• ABRIGOS COM MÚLTIPLAS OPORTUNIDADES<br />

DE MÍDIA, ATIVAÇÕES E INTERATIVIDADE.<br />

• DESIGN MODERNO E DIFERENCIADO.<br />

• ESTRUTURA LEVE E MODULAR.<br />

• POSSIBILIDADE DE WI-FI PARA OS USUÁRIOS.<br />

• PAINÉIS EM 4K COM ÁUDIO.<br />

• 30 MEGA LEDS PELA CIDADE DO RECIFE.<br />

A EMPRESA QUE MAIS<br />

ENTENDE DE BRASILEIROS kallas.com.br /kallasmidia


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Daniel Gebara: termo ‘in<strong>de</strong>sejado’ vai muito além Edu Lorenzi: reputação po<strong>de</strong> ir para baixo em segundos Fernand Alphen: conteúdo ina<strong>de</strong>quado é muito sério<br />

tes, retiramos categorias como notícias e<br />

conteúdos abrangentes que possam conter<br />

pautas in<strong>de</strong>sejáveis”, avalia.<br />

Ele lembra ainda que é necessário ter<br />

consciência <strong>de</strong> que a internet não é um<br />

ambiente totalmente seguro e passível <strong>de</strong><br />

fiscalização, e ninguém consegue controlar<br />

o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> todos os conteúdos. “Em muitos<br />

casos, eles po<strong>de</strong>m até ser replicados à<br />

revelia das agências e anunciantes. Nessas<br />

situações, menos raras do que o <strong>de</strong>sejável,<br />

<strong>de</strong>ve-se respon<strong>de</strong>r com agilida<strong>de</strong> e apren<strong>de</strong>r<br />

mais rápido ainda”.<br />

Rafaela Alves, chief data media officer<br />

da AlmapBBDO, afirma que a agência adota<br />

uma rígida adoção <strong>de</strong> processos e ferramentas<br />

para garantir a<strong>de</strong>quação entre conteúdo<br />

e proposta <strong>de</strong> valor das marcas. “Utilizamos<br />

uma varieda<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> prevenções<br />

relacionadas com brand safety, atuando <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o planejamento, passando pela execução<br />

– utilizando verificadores pré-bid – até o<br />

acompanhamento durante e pós-campanha.<br />

É preciso compromisso com esse tema. Nossa<br />

política é termos em 100% das contas mais <strong>de</strong><br />

“Buscar parceiros que<br />

tenham políticas rígidas<br />

relacionadas à brandsafet<br />

é uma realida<strong>de</strong>”<br />

Pausa - Campanha criada pela Publicis para Hershey’s para a nova linha <strong>de</strong> chocolote<br />

sabor café. Sob o título #PausaProCoffee a marca convida o consumidor a dar aquela<br />

paradinha no que estiver fazendo. I<strong>de</strong>ia da campanha é aguçar os sentidos. Agência fala<br />

que enxerga os clientes como um ecossistema, formado por diversas possibilida<strong>de</strong>s.<br />

um layer <strong>de</strong> segurança em todos os setups”.<br />

Claudio Kalim, CEO da Tech and Soul,<br />

fala que para se prevenir tudo começa na escolha<br />

dos canais: no offline, selecionando a<br />

partir dos perfis <strong>de</strong> programas ou veículos;<br />

no digital, tem também o cuidado no setup<br />

das campanhas que trabalham com configurações<br />

nativas das plataformas que permitem<br />

excluir a exibição em <strong>de</strong>terminados<br />

sites, blogs, portais ou apps <strong>de</strong> conteúdos<br />

in<strong>de</strong>sejados. “Além disso, também realizamos<br />

negativações periódicas em algumas<br />

ferramentas e utilizamos whitelists e blacklists<br />

em programática”, conta.<br />

Kaline Lessio, diretora-executiva <strong>de</strong> mídia<br />

da Galeria.ag, <strong>de</strong>clara que conteúdos in<strong>de</strong>sejados<br />

é um tema muito relevante para<br />

sua agência, tanto que tem um time interno<br />

olhando somente para esse tópico. “Por<br />

aqui, <strong>de</strong>senvolvemos critérios para controle<br />

e gestão <strong>de</strong> ambientes que sejam sensíveis<br />

e possam gerar algum risco para as marcas<br />

dos nossos clientes”, analisa.<br />

Na WMcCann, segundo Andreia Abud, VP<br />

<strong>de</strong> mídia, não é diferente a rotina. Ela afirma<br />

que há uma lista padrão que é compartilhada<br />

entre os times e também é realizada uma<br />

análise <strong>de</strong> conteúdos e termos específicos<br />

para cada marca ou categoria. “Essa lista é<br />

constantemente revisada (<strong>de</strong> acordo com os<br />

temas sensíveis do momento) e atualizada<br />

para garantir a segurança dos nossos clientes.<br />

Além disso, o time está treinado para<br />

garantir que os set ups estejam aplicados<br />

corretamente. O uso <strong>de</strong> verificadores terceiros<br />

também ajuda nessa questão.”<br />

Já Daniel Gebara, media director na Wun<strong>de</strong>rman<br />

Thompson Brasil, garante que a segurança<br />

<strong>de</strong> marca, ou como abordam no dia<br />

a dia brand safety, é bem ampla e sua execução<br />

é formada por diversas iniciativas. Para<br />

ele, “o significado <strong>de</strong> ‘in<strong>de</strong>sejado’ em uma<br />

campanha publicitária vai muito além do<br />

conteúdo, mas também é atrelado por quem<br />

e como a publicida<strong>de</strong> é consumida. “Atualmente,<br />

para conseguir garantir que seu investimento<br />

não esteja sendo consumido por<br />

um ‘robô’, é necessário contratar empresas<br />

que fazem um serviço <strong>de</strong> auditoria que possuem<br />

tecnologias para i<strong>de</strong>ntificar e prevenir<br />

esse tipo <strong>de</strong> ação”, sugere.<br />

Gebara fala <strong>de</strong> outra vertente do brand safety<br />

que também envolve uma métrica chamada<br />

“viewability”, que é o percentual do quanto<br />

um anúncio fica visível em uma impressão<br />

contratada, que também é solucionada através<br />

<strong>de</strong>sses parceiros on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m garantir a<br />

<strong>de</strong>vida qualida<strong>de</strong> (padrão do mercado que<br />

seja acima <strong>de</strong> 50%). “Porém, o <strong>maio</strong>r trabalho<br />

hoje em dia é, com certeza, a garantia do conteúdo<br />

acabar não caindo em um ambiente <strong>de</strong><br />

fake news e conteúdos sensíveis (tragédias e<br />

crimes, entre outros)”. Por isso, para ele, na<br />

hora <strong>de</strong> programar, as campanhas precisam<br />

contar com as soluções nativas das plataformas<br />

e com as soluções externas. “A <strong>maio</strong>ria<br />

66 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos Divulgação<br />

Luiza Valente: varreduras também são essenciais Roberto Ribas: metodologia própria Vanessa Giannotti: alinhamento prévio com o cliente<br />

das plataformas <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais e DSPs, on<strong>de</strong><br />

se concentram gran<strong>de</strong> parte do investimento<br />

publicitário digital, já conta com funções totalmente<br />

<strong>de</strong>dicadas ao brand safety, que vão<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a negativação <strong>de</strong> sites, portais, páginas,<br />

contas e perfis até a própria i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

um conteúdo que é analisado pela inteligência<br />

artificial e efetivamente categorizados<br />

para seu anúncio não ser entregue.”<br />

Glaucia Montanha, CEO da Artplan SP,<br />

também lembra que segurança é o tema mais<br />

importante nos dias <strong>de</strong> hoje. Ela fala que se<br />

vive um momento em que, se uma marca<br />

estiver inserida num conteúdo in<strong>de</strong>sejado,<br />

a repercussão causa sérios danos a essa marca.<br />

“Por esse motivo, as agências precisaram<br />

criar alguns processos <strong>de</strong> trabalho para mitigar<br />

ao máximo esse acontecimento. Temos<br />

algumas rotinas e processos que incluem<br />

usar inventários que possam ser auditados e<br />

monitorados. Sempre que temos estratégias<br />

que fazem uso <strong>de</strong> conteúdo para personalização,<br />

criamos critérios <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> interesse,<br />

mantemos mensalmente uma lista <strong>de</strong> sites<br />

não indicados atualizados para negativarmos<br />

“Montamos a lista<br />

<strong>de</strong> palavras-chave e<br />

contextos que não<br />

queremos nos associar”<br />

nas plataformas e, além disso, fazemos exclusões<br />

<strong>de</strong> categorias que acreditamos serem<br />

sensíveis para aquele anunciante e uso <strong>de</strong><br />

parceiros que respeitam a LGPD”, argumenta.<br />

Ela diz ainda que, obviamente, para toda<br />

essa rotina, precisam <strong>de</strong> um time especializado<br />

e uma recorrência <strong>de</strong> acompanhamento<br />

para que funcione. “Infelizmente, todos os<br />

dias surgem novas brechas que precisam ser<br />

fechadas. Mas, graças à tecnologia, conseguimos<br />

avançar muito no tema”, enfatiza.<br />

Cruzamento<br />

Para ter sucesso nas suas estratégias e<br />

proteger os anunciantes, as agências investem<br />

pesado em ferramenta <strong>de</strong> mídia. É o<br />

Alô, alô - Uma das campanhas da Vivo assinada pela VMLY&R. Segundo Luiza Valente,<br />

head <strong>de</strong> mídia da agência, o cruzamento <strong>de</strong> informações passa pela comparação, ou<br />

seja, analisando os benchmarks e históricos do cliente. “Além disso, envolvemos áreas<br />

diversas, como pesquisa e planejamento, para garantir a melhor entrega possível”.<br />

caso da DPZ. Rafaela Queiroz lembra que a<br />

agência faz parte do grupo Publicis, um dos<br />

que fazem gran<strong>de</strong> aportes em tecnologias<br />

e metodologias proprietárias, “que faz com<br />

que a estratégia <strong>de</strong> mídia seja pensada <strong>de</strong><br />

forma muito mais técnica e assertiva”. “Não<br />

existe espaço para suposições, buscamos<br />

entregar eficiência junto à eficácia <strong>de</strong> mídia.<br />

Mas a <strong>maio</strong>ria dos dados está à disposição<br />

para várias empresas, a diferença está em<br />

como olhamos e trabalhamos com esses dados.<br />

Aqui na DPZ <strong>de</strong>senvolvemos uma metodologia<br />

proprietária que nos permite ter<br />

<strong>maio</strong>r agilida<strong>de</strong> para analisar os dados e gerar<br />

insights que alimentam todas as áreas da<br />

agência e não apenas a mídia, garantindo,<br />

assim, um olhar mais preditivo para os <strong>de</strong>safios<br />

dos nossos clientes. Essa metodologia<br />

nos permite cruzar dados tanto proprietários<br />

dos clientes como <strong>de</strong> campanha, adicionado<br />

a dados da categoria e do cenário<br />

macroeconômico do país e do mundo que<br />

po<strong>de</strong>m interferir nos resultados <strong>de</strong> negócio<br />

dos nossos clientes. Isso nos garante <strong>maio</strong>r<br />

efetivida<strong>de</strong> e, mais do que isso, previsibilida<strong>de</strong><br />

para as nossas campanhas”.<br />

Vicente Varela, da Lew’Lara, revela que<br />

esse processo precisa ser construído em<br />

conjunto com o cliente e com as diversas<br />

áreas envolvidas na estratégia, pois somente<br />

assim po<strong>de</strong>rá ser contemplada uma visão<br />

precisa. “Começar com os fundamentos<br />

básicos da marca é um excelente ponto <strong>de</strong><br />

partida. Com monitoramento técnico constante,<br />

essa base po<strong>de</strong> ser aprimorada”, fala.<br />

Já para Luiza Valente, da VMLY&R, o cruzamento<br />

<strong>de</strong> informações passa pela comparação,<br />

ou seja, analisando os benchmarks e<br />

históricos do cliente. “Além disso, envolvemos<br />

áreas diversas da agência, como pesquisa<br />

e planejamento, para garantir a melhor<br />

entrega possível”, diz.<br />

A análise na Ogilvy, segundo Vanessa<br />

Giannotti, é simples: um alinhamento prévio<br />

com o cliente sobre os temas que eles<br />

consi<strong>de</strong>ram mais sensíveis. Além disso,<br />

segundo ela, existe um estudo sobre qual<br />

o tipo <strong>de</strong> conteúdo que o público-alvo consome<br />

e, como “existem diversos perfis, um<br />

planejamento e/ou programação <strong>de</strong> mídia<br />

68 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Rafaela Queiroz: parceiros com políticas rígidas Vicente Varela: é preciso análise <strong>de</strong> contexto mais amplo Rafaela Alves: adoção <strong>de</strong> duros processos e ferramentas<br />

po<strong>de</strong> ser totalmente diferente para dois targets<br />

socio<strong>de</strong>mográficos iguais”.<br />

Edu Lorenzi diz enxergar os clientes como<br />

um ecossistema formado por diversas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> interação com os consumidores,<br />

por isso pensam em uma estratégia criativa<br />

para cada job, abrangendo todos os canais<br />

tanto <strong>de</strong> mídia paga quanto proprietários.<br />

“Para <strong>de</strong>finir o que faz sentido ou não para<br />

cada cliente, utilizamos inteligência <strong>de</strong> dados.<br />

Com o suporte do Brainlab, célula <strong>de</strong><br />

dados e inteligência da Publicis, tomamos as<br />

<strong>de</strong>cisões necessárias. Com base em tecnologia<br />

é possível guiar o cliente para estratégias<br />

assertivas, eliminando <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> verbas<br />

e atingindo o público <strong>de</strong> forma eficaz”, conta.<br />

Roberto Ribas também fala que a Brivia<br />

dispõe <strong>de</strong> um processo que começa no início<br />

<strong>de</strong> uma campanha – metodologia própria,<br />

BXM –, que os conduz ao cruzamento<br />

<strong>de</strong> informações relevantes que <strong>de</strong>terminam,<br />

segundo ele, as melhores abordagens, portanto<br />

“o que é bom ou não, para cada marca/<br />

cliente/momento”. “Essa visão <strong>de</strong> estratégia<br />

e planejamento segue presente durante<br />

“Foi-se o tempo em que<br />

as agências podiam<br />

furtar-se <strong>de</strong> participar<br />

ativamente da proteção<br />

dos conteúdos”<br />

Goma - Menthos é outro exemplo <strong>de</strong> marca <strong>de</strong> valor, já que os cuidados com a mídia,<br />

o target e o conteúdo estão sempre <strong>de</strong> acordo com o produto; a conta está na VMLY&R,<br />

agência que afirma ter listas <strong>de</strong> bloqueio padrão para todos os clientes e, com o crescimento<br />

<strong>de</strong> movimentos como o Sleeping Giants, a preocupação ficou ainda <strong>maio</strong>r.<br />

toda elaboração da abordagem <strong>de</strong> mídia e<br />

estratégia <strong>de</strong> comunicação que <strong>de</strong>senvolvemos<br />

para os clientes”.<br />

Aga Porada explica que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

as estratégias e gui<strong>de</strong>s das marcas, estabelecem<br />

rotinas <strong>de</strong> monitoramento para<br />

sempre ficarem atentos aos potenciais riscos<br />

e oportunida<strong>de</strong>s para os clientes. “Usamos<br />

as ferramentas <strong>de</strong> social listening, clipping<br />

<strong>de</strong> imprensa, mas também as próprias<br />

ré<strong>de</strong>as e grupos <strong>de</strong> WhatsApp para i<strong>de</strong>ntificar<br />

os sinais potencialmente valiosos para<br />

nossos clientes”, enumera. Segundo ela, a<br />

propaganda hoje virou entretenimento ou<br />

serviço, portanto é no cotidiano que buscam<br />

inspirações. “É esse cruzamento <strong>de</strong> inteligência<br />

artificial e humana que torna um<br />

dado informação e acaba gerando um valor<br />

agregado”, avalia.<br />

Para Rafaela Alves, focar para garantir<br />

o entendimento granular do propósito da<br />

marca e a conexão <strong>de</strong>la com seus clientes<br />

finais são os pontos que sempre orientam a<br />

equipe da AlmapBBDO. “Com o advento digital,<br />

você tem mais dados e com isso mais<br />

informação sobre as conexões”.<br />

Já Claudio Kalim <strong>de</strong>clara que na Tech and<br />

Soul temas sensíveis ou impróprios para a<br />

audiência, como conteúdos perigosos, <strong>de</strong>preciativos<br />

ou <strong>de</strong> cunho sexual, por exemplo,<br />

são simplesmente excluídos por <strong>de</strong>fault.<br />

“Os <strong>de</strong>mais, avaliamos a partir do fit com o<br />

público que preten<strong>de</strong>mos alcançar e a mensagem<br />

que estamos trabalhando. Assim, conseguimos<br />

a<strong>de</strong>quar o conteúdo ao momento<br />

da jornada do cliente e dar visibilida<strong>de</strong> às<br />

marcas com um nível <strong>maio</strong>r <strong>de</strong> segurança”.<br />

Já Kaline Lessio parte do princípio <strong>de</strong> que<br />

a Galeria.ag enten<strong>de</strong> “a fundo o negócio do<br />

cliente e os potenciais territórios e assuntos<br />

que sejam <strong>de</strong> forte influência negativa em<br />

seus valores”. “Além disso, fazemos o monitoramento<br />

<strong>de</strong> social listening constante,<br />

enten<strong>de</strong>ndo a percepção dos consumidores<br />

sobre a mensagem <strong>de</strong> nossas campanhas.”<br />

Andreia Abud, da WMcCann, acredita que<br />

estar bem próximos dos clientes e dos seus<br />

negócios faz com que o time esteja atento às<br />

variáveis que po<strong>de</strong>m implicar negativamente<br />

nas marcas com relação aos temas sensíveis.<br />

“Nosso time <strong>de</strong> dados, por exemplo,<br />

monitora frequentemente as re<strong>de</strong>s sociais<br />

capturando rapidamente temas sensíveis,<br />

munindo os times das informações necessárias”,<br />

afirma.<br />

Daniel Gebara fala que a recomendação<br />

do que é bom para o cliente, no ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong>le, está associada a uma tría<strong>de</strong>: proposta,<br />

monitoramento e relatório. “Quando<br />

um fornecedor está ven<strong>de</strong>ndo o seu produto<br />

e montando uma proposta, é muito importante<br />

enten<strong>de</strong>rmos o nível que essa empresa<br />

se aprofunda no assunto e quais ferramentas<br />

e soluções eles possuem para garantir a<br />

qualida<strong>de</strong> e segurança da campanha”. Para<br />

70 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


ele, certificações, parcerias com auditorias<br />

e novas tecnologias são sempre um diferencial.<br />

“Uma vez que a campanha entra no<br />

ar, o monitoramento e o acompanhamento<br />

<strong>de</strong>sses resultados é imprescindível para<br />

enten<strong>de</strong>r se a qualida<strong>de</strong> vendida realmente<br />

está sendo executada. No que tange ao<br />

monitoramento, po<strong>de</strong> ser tanto uma análise<br />

<strong>de</strong> sentimentos (no caso <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais)<br />

como até métricas <strong>de</strong> pré e pós-clique”, fala,<br />

acrescentando: “A análise <strong>de</strong> sentimentos<br />

é muito importante, pois ela me<strong>de</strong> o pulso<br />

dos comentários <strong>de</strong> quem está sendo impactado<br />

pela sua campanha. No caso <strong>de</strong> métricas<br />

pós e pré-clique, quando um CPM está<br />

muito mais barato do que a média po<strong>de</strong> ser<br />

um sinal <strong>de</strong> que sua campanha está com um<br />

‘viewability’ baixo, ou sendo entregue em<br />

inventários não <strong>de</strong>sejados. Quando o ‘bounce<br />

rate’ está alto, po<strong>de</strong> ser uma má qualificação<br />

<strong>de</strong> audiência. Sinais <strong>de</strong>vem ser analisados<br />

durante a execução”. Conforme Gebara,<br />

no último pilar <strong>de</strong>ssa tría<strong>de</strong> entra a parte da<br />

relatoria. “A transparência para você po<strong>de</strong>r<br />

ver on<strong>de</strong> sua campanha foi entregue e como<br />

ela foi consumida é muito importante nessa<br />

jornada <strong>de</strong> recomendação. É <strong>de</strong> lá que tiramos<br />

os aprendizados e <strong>de</strong>finimos se continuamos<br />

com o parceiro ou se <strong>de</strong>vemos procurar<br />

algo mais eficaz”, <strong>de</strong>clara.<br />

Entre o conjunto <strong>de</strong> ações, a mídia e o conteúdo a<strong>de</strong>quados são fundamentais para o sucesso da reputação<br />

“Desenvolvemos critérios<br />

para controle e gestão<br />

<strong>de</strong> ambientes que<br />

sejam sensíveis”<br />

Jogo - Case <strong>de</strong> Clear, com o Richarlison, foi uma produção internacional criada pela<br />

Tech and Soul que contou com participação do craque e convidou brasileiros a torcerem<br />

<strong>de</strong> cabeça fresca e afastando a zica. Reforçando seu compromisso <strong>de</strong> apoio ao futebol,<br />

o anticaspa Clear promoveu a ação Corte Clear antizica, que garante a Richarlison um<br />

penteado inusitado para se proteger das “zicas”. A agência afirma que temas sensíveis<br />

ou impróprios para a audiência são simplesmente excluídos por <strong>de</strong>fault.<br />

Freepik<br />

sinais<br />

Segundo Glaucia Montanha, a audiência<br />

<strong>de</strong>ixa sinais o tempo todo, que precisam ser<br />

interpretados para uma melhor recomendação<br />

ao cliente. “Temos uma metodologia e<br />

ferramenta proprietária <strong>de</strong> journey que cruza<br />

mais <strong>de</strong> 100 sinais, como audiências, afinida<strong>de</strong><br />

e interesse (longo prazo); audiências<br />

<strong>de</strong> intenção customizada (latente por cinco<br />

dias); audiências <strong>de</strong> buscas recentes; audiências<br />

in-market; audiências <strong>de</strong> televisão;<br />

e audiências endêmicas e <strong>de</strong> conteúdo”,<br />

relata. Ela fala que as técnicas apontam resultados<br />

diferentes das jornadas do consumidor<br />

e, a partir daí, conseguem i<strong>de</strong>ntificar<br />

os principais gatilhos e momentos para recomendar<br />

uma melhor inserção da marca.<br />

“Não po<strong>de</strong>mos mais ter um olhar generalista<br />

e <strong>de</strong> target <strong>de</strong>mográfico apenas, apren<strong>de</strong>mos<br />

com o tempo que isso não i<strong>de</strong>ntifica<br />

e aproxima a marca do consumidor. Precisamos<br />

incluir um olhar <strong>de</strong> comportamento<br />

para, então, começarmos um diálogo <strong>de</strong><br />

proximida<strong>de</strong> e relevância”, conta.<br />

Ela comenta ainda sobre as técnicas <strong>de</strong><br />

convencimento junto ao cliente quanto a<br />

conteúdos inapropriados. Glaucia afirma<br />

que apren<strong>de</strong>ram, ao longo dos últimos anos,<br />

que olhar somente a audiência em todos<br />

os meios não necessariamente representa<br />

qualificação. “Precisamos usar os dados<br />

também para a interpretação <strong>de</strong> comportamentos<br />

e conteúdos. As métricas <strong>de</strong> mídia<br />

evoluíram muito e, hoje, as recomendações<br />

passam por um novo ín<strong>de</strong>x, que cruza audiência,<br />

engajamento, retenção, conteúdo<br />

e qualificação”. Segundo ela, a partir da necessida<strong>de</strong><br />

do cliente, pon<strong>de</strong>ra uma ou outra<br />

para melhor escolha. “Não existe uma única<br />

técnica, e sim uma combinação <strong>de</strong> indicadores<br />

que nos direcionam. A partir <strong>de</strong>ste cenário,<br />

a conversa com o cliente evolui muito,<br />

porque passa a ser acompanhada <strong>de</strong> muitos<br />

indicadores e dados.<br />

Rafaela Queiroz fala da importância <strong>de</strong> se<br />

ter uma reputação digna e garante que para<br />

a DPZ essa sempre foi uma das principais<br />

preocupações: “lidar com transparência<br />

com os clientes e cuidar para que a marca<br />

<strong>de</strong>les esteja conectada com o seu público <strong>de</strong><br />

forma assertiva garantindo, assim, melhores<br />

resultados <strong>de</strong> negócio”. “Por isso a DPZ<br />

é uma agência com mais <strong>de</strong> 50 anos <strong>de</strong> história.<br />

Apenas uma agência que se preocupa<br />

com a reputação dos seus clientes po<strong>de</strong>ria<br />

se manter tanto tempo neste mercado construindo<br />

e contando histórias para marcas<br />

icônicas, como a DPZ faz”, analisa.<br />

Vicente Varela compactua com a sua colega<br />

<strong>de</strong> profissão e afirma que sempre houve<br />

na Lew’Lara\TBWA preocupação constante,<br />

e “com a crescente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se atuar<br />

72 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Propmark, 58 anos.<br />

Cenp, 25 anos.<br />

(Quando a companhia é boa,<br />

o tempo passa rápido, né?)<br />

Uma parceria que valoriza o diálogo e<br />

faz <strong>de</strong> tudo para a construção <strong>de</strong> um<br />

mercado cada vez mais colaborativo.<br />

Parabéns, Propmark!<br />

/cenp<br />

@cenpforum<br />

cenp.com.br


propmark 58 Anos<br />

Freepik<br />

Não é fácil ser “cinco estrelas”, mas com cuidados que envolvem uma série <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s a boa reputação ganha espaço<br />

com uma mídia cada vez mais contextual,<br />

essa necessida<strong>de</strong> passou a ser cada vez mais<br />

estratégica e necessária”. “É por isso que<br />

vem ganhando cada vez mais espaço nas<br />

discussões das marcas e <strong>de</strong> seus gestores.<br />

Hoje temos recursos tecnológicos que nos<br />

permitem a<strong>de</strong>quar as melhores práticas <strong>de</strong><br />

forma única, personalizada e precisa para<br />

cada marca”, argumenta.<br />

Para Luiza Valente reputação também<br />

sempre esteve entre as principais preocupações<br />

e no passado não era diferente, ou<br />

mais “relaxado” que nos dias atuais. “Acredito<br />

que antes era mais genérico ou restrito<br />

e, com o crescimento <strong>de</strong> movimentos como<br />

o Sleeping Giants, a preocupação fica ainda<br />

<strong>maio</strong>r”, constata.<br />

Vanessa Giannotti fala que a leitura <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação sempre esteve<br />

presente e alinhada aos valores e propósitos<br />

da marca anunciada. “Por exemplo,<br />

temos clientes que não aceitam patrocinar<br />

reality shows pelo impon<strong>de</strong>rável, que é o<br />

comportamento dos participantes, como já<br />

aconteceu no passado e voltou a acontecer<br />

recentemente. No entanto, com a recente<br />

polarização <strong>de</strong> diversos temas, disseminação<br />

<strong>de</strong> notícias falsas ou falaciosas até mesmo<br />

com as divulgações do Sleeping Giants<br />

BR, o holofote se voltou ao tema e as agências<br />

e anunciantes redobraram os seus cuidados<br />

sobre a reputação”, comenta.<br />

Edu Lorenzi não foge das opiniões dos<br />

profissionais <strong>de</strong> outras agências e fala que<br />

reputação sempre foi uma das principais<br />

preocupações do mundo publicitário. “Porém,<br />

com o avanço da tecnologia, as coisas<br />

tomaram outras proporções. Hoje, a reputação<br />

<strong>de</strong> uma empresa po<strong>de</strong> vir abaixo em<br />

segundos na internet. Em tempos <strong>de</strong> cancelamentos<br />

massivos, as marcas precisam ter<br />

olhar mais crítico com sua comunicação”.<br />

Aga Porada vai além e acredita que em<br />

qualquer ramo <strong>de</strong> atuação a responsabilida<strong>de</strong><br />

social é diferente, mas “certamente hoje – felizmente<br />

– os consumidores valorizam mais<br />

as marcas que compartilham os mesmos valores<br />

e lutam por mesmas causas que elas”.<br />

Segundo ela, é a exigência do consumidor<br />

que elevou a preocupação das empresas com<br />

a reputação hoje em dia. “Com a oferta cada<br />

“Os consumidores<br />

valorizam mais as marcas<br />

que compartilham os<br />

mesmos valores”<br />

dia <strong>maio</strong>r, são esses valores que vão acabar<br />

sendo <strong>de</strong>cisivos na escolha do consumidor”.<br />

Rafaela Alves afirma que reputação<br />

também sempre foi pauta prioritária para a<br />

AlmapBBDO. “Enten<strong>de</strong>mos que a percepção<br />

da imagem da marca vai não apenas<br />

refletir no presente, mas impactar diretamente<br />

a conexão no médio e longo prazo<br />

entre marcas e seus clientes”.<br />

Claudio Kalim também <strong>de</strong>clara que na<br />

Tech & Soul reputação <strong>de</strong> marca sempre foi<br />

uma premissa na construção dos planos <strong>de</strong><br />

mídia. “Não diria que é uma preocupação,<br />

mas um cuidado essencial <strong>de</strong> quem, como<br />

nós, trabalha para o crescimento das marcas.<br />

Nos últimos anos tivemos movimentos<br />

como o Sleeping Giants e o Stop Hate<br />

For Profit, que impactaram diretamente em<br />

muitos anunciantes no mercado. A cobrança<br />

da socieda<strong>de</strong> por uma publicida<strong>de</strong> mais<br />

consciente <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veicula seus anúncios<br />

e aplica seus investimentos é só a ponta do<br />

icerberg da gran<strong>de</strong> transformação positiva<br />

pela qual estamos passando”, compara.<br />

Para Kaline Lessio o cuidado com a reputação<br />

está na pauta da Galeria.ag, porém,<br />

conforme ela, a mudança no comportamento<br />

digital fez <strong>de</strong>senvolver iniciativas <strong>de</strong> monitoramento<br />

mais cautelosas.<br />

Andreia Abud, VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann,<br />

vai na linha <strong>de</strong> raciocínio dos colegas <strong>de</strong> profissão,<br />

pois, na opinião <strong>de</strong>la, o crescimento<br />

das re<strong>de</strong>s sociais e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viralização<br />

rápida os levou a uma atuação ainda<br />

ligeira e urgente.<br />

Daniel Gebara lembra que antigamente,<br />

nos tempos em que o digital ainda estava<br />

emergindo, o conteúdo sempre foi administrado<br />

por gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> comunicação.<br />

Ou seja, existia uma mo<strong>de</strong>ração do que seria<br />

entregue para a audiência. Seja ela na<br />

televisão, na rádio ou nos meios impressos.<br />

“Os mesmos responsáveis por essa mo<strong>de</strong>ração<br />

eram aqueles que também tomavam<br />

o cuidado <strong>de</strong> não associar as campanhas<br />

publicitárias com os conteúdos sensíveis.<br />

Com o crescimento das soluções digitais e a<br />

evolução da acessibilida<strong>de</strong> da internet para<br />

o público, os usuários também se tornaram<br />

produtores <strong>de</strong> conteúdo com a chegada <strong>de</strong><br />

plataformas como YouTube e Facebook”.<br />

Segundo ele, um gran<strong>de</strong> avanço, pois, a audiência<br />

parou <strong>de</strong> ter uma posição passiva na<br />

troca <strong>de</strong> informação para uma postura ativa.<br />

“Por outro lado, se tornou muito mais difícil<br />

para as marcas conseguir evitar com que suas<br />

campanhas não fossem associadas a conteúdos<br />

in<strong>de</strong>sejados, pois essas mesmas plataformas<br />

se tornaram os gran<strong>de</strong>s competidores<br />

da atenção do público”, analisa. Gebara não<br />

acredita que a pauta sobre segurança <strong>de</strong> marca<br />

foi mais relaxada no passado. Ele acha que<br />

a forma <strong>de</strong> se consumir conteúdo mudou, e<br />

isso exigiu que as marcas e as empresas <strong>de</strong><br />

comunicação e tecnologia colocassem mais<br />

atenção e esforço nesse tópico, que, segundo<br />

ele, nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser importante.<br />

Glaucia Montanha também acredita que<br />

houve uma evolução das diversas formas<br />

<strong>de</strong> avaliar o que é bom e o que não é, que<br />

vão além da propaganda e começam <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o primeiro contato com o cliente, seja na<br />

busca, no site, na compra, na experiência e,<br />

por fim, no care, ou seja, “no cuidado pós-<br />

-compra”. “Isso tudo atrelado a uma estratégia<br />

<strong>de</strong> comunicação é o que faz a diferença.<br />

O consumidor está muito mais maduro,<br />

e ele consegue enten<strong>de</strong>r quando uma marca<br />

está inserida no local errado e sem legitimida<strong>de</strong>.<br />

Por exemplo, não se po<strong>de</strong> querer estar<br />

presente no metaverso se você tem um site<br />

que não é fluido e apresenta uma série <strong>de</strong><br />

fricção, pois o consumidor, ao ser impactado,<br />

saberá que aquele tema não é legítimo,<br />

o que interfere na construção da reputação.<br />

O momento é mais sobre ‘não po<strong>de</strong>mos parecer,<br />

temos <strong>de</strong> ser’. A partir disso, a reputação<br />

é consequência”, sugere.<br />

74 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Tecnologia e ferramentas <strong>de</strong> checklist<br />

são fundamentais para manter o rumo<br />

Fotos: Divulgação<br />

Francisco Custódio: olhar atento para conter in<strong>de</strong>sejado<br />

As novida<strong>de</strong>s tecnológicas fazem parte<br />

do dia a dia das empresas e os cuidados<br />

com a reputação das marcas anda<br />

lado a lado dos trabalhos. Para Marcelo<br />

Sousa, presi<strong>de</strong>nte da Marketdata, é preciso<br />

estar sempre atentos e fortes, como já dizia<br />

a música Divino e Maravilhoso, <strong>de</strong> Caetano<br />

Veloso. “Precisamos ser muito cuidadosos<br />

na hora <strong>de</strong> veicular nossos anúncios. Aqui<br />

temos um checklist que sempre estamos<br />

melhorando, apren<strong>de</strong>ndo e acompanhando<br />

as novida<strong>de</strong>s tecnológicas. Alguns dos itens<br />

mais importantes <strong>de</strong>sse checklist são bloquear<br />

URLs que contenham conteúdo inapropriado,<br />

<strong>de</strong>finir palavras-chave sensíveis<br />

ou inapropriadas e usar as ferramentas <strong>de</strong><br />

verificação <strong>de</strong> conteúdo que as plataformas<br />

oferecem. Mas não é só isso, ainda fazemos<br />

uma verificação manual dos anúncios antes<br />

<strong>de</strong> veiculá-los, para ter certeza <strong>de</strong> que tudo<br />

está <strong>de</strong> acordo”, conta.<br />

Sousa afirma que para tentar convencer<br />

o cliente <strong>de</strong> que um programa ou mídia não<br />

é cuidadoso com os conteúdos que veicula<br />

é fundamental apresentar provas tangíveis<br />

que sustentem o argumento. “Dados e<br />

exemplos po<strong>de</strong>m ser utilizados para comprovar<br />

a falta <strong>de</strong> atenção do programa ou<br />

mídia. Estatísticas que evi<strong>de</strong>nciem veiculação<br />

<strong>de</strong> conteúdo impróprio ou <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser úteis, bem como a exposição<br />

<strong>de</strong> situações concretas em que a mídia<br />

ou programa não foi cuidadoso na seleção<br />

<strong>de</strong> conteúdos”, analisa. Para o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Marketdata, é essencial <strong>de</strong>stacar o impacto<br />

negativo que a veiculação <strong>de</strong>sses conteúdos<br />

po<strong>de</strong> ter na imagem da marca do cliente.<br />

“Além disso, oferecer alternativas mais seguras<br />

para veiculação <strong>de</strong> anúncios é uma<br />

abordagem importante, mostrando outras<br />

mídias que <strong>de</strong>monstrem menos risco para a<br />

reputação da marca e melhor performance”.<br />

Para Sousa, reputação é uma das principais<br />

preocupações dos CMOs hoje. Segundo<br />

Marcelo Sousa: sempre melhorando o checklist<br />

ele, com a <strong>de</strong>mocratização da informação e<br />

a ascensão das mídias sociais, as empresas<br />

não po<strong>de</strong>m mais ignorar o po<strong>de</strong>r que sua<br />

imagem tem sobre a percepção do público.<br />

“É por isso que investir em estratégias <strong>de</strong><br />

branding e cuidar da comunicação se tornou<br />

tão importante. E se você acha que já<br />

tem muito trabalho, imagina só ter <strong>de</strong> lidar<br />

com a geração Z, que cresceu com a internet<br />

e está sempre <strong>de</strong> olho em como as marcas se<br />

posicionam em relação a questões sociais,<br />

políticas e ambientais”, analisa, acrescentando:<br />

“Eles querem transparência, autenticida<strong>de</strong><br />

e responsabilida<strong>de</strong> social”.<br />

Victor Aloi, diretor <strong>de</strong> mídia da Initiative<br />

Mediabrands, fala que, antes <strong>de</strong> planejar e<br />

comprar mídia para cada campanha, existe<br />

um trabalho prévio <strong>de</strong> gui<strong>de</strong>lines <strong>de</strong> brand<br />

safety e suitability que todos têm <strong>de</strong> seguir.<br />

“Temos um controle bem minucioso e constante<br />

no que se refere a esse assunto. Por<br />

exemplo, antes tínhamos uma lista <strong>de</strong> exclusão,<br />

on<strong>de</strong> eliminávamos sites com conteúdo<br />

ofensivo ou inapropriado. Porém, vimos que<br />

cada dia surgem muitos sites e estava sendo<br />

um trabalho <strong>de</strong> ‘enxugar gelo’. Sendo assim,<br />

passamos a trabalhar com uma lista <strong>de</strong> inclusão,<br />

on<strong>de</strong> pré-selecionamos poucas centenas<br />

<strong>de</strong> sites consi<strong>de</strong>rados seguros, que representavam<br />

80% do inventário”. Aloi fala ainda<br />

que, <strong>de</strong>ssa maneira, cortaram o long tail e<br />

reduziram consi<strong>de</strong>ravelmente a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> problemas, não per<strong>de</strong>ndo alcance nem<br />

rentabilida<strong>de</strong>. “Também criamos lista <strong>de</strong> exclusão<br />

<strong>de</strong> canais no YouTube e <strong>de</strong> KWs (que<br />

são constantemente atualizadas) e utilizamos<br />

todos os filtros 1st party <strong>de</strong> cada player, além<br />

<strong>de</strong> ferramentas 3rd party. O segredo está em<br />

aplicar todas as camadas <strong>de</strong> proteção possíveis,<br />

assim reduzimos significativamente as<br />

chances <strong>de</strong> erros, já que nenhuma é 100%<br />

garantida”, revela. Ele conta ainda que existe<br />

um trabalho automatizado, que é sobretudo<br />

baseado em ferramentas 1st party e 3rd party<br />

Victor Aloi: trabalho prévio <strong>de</strong> gui<strong>de</strong>lines<br />

<strong>de</strong> brand safety e existe um trabalho manual<br />

também. “Todas plataformas têm seus filtros<br />

e opções <strong>de</strong> segmentação, então para cada<br />

uma <strong>de</strong>las temos já um gui<strong>de</strong> <strong>de</strong> brand safety<br />

preestabelecido e toda entrega é aferida por<br />

um 3rd party como Double Verify ou Zefrr,<br />

para assegurar safety, antifrau<strong>de</strong> e suitability.<br />

Temos KPIs estabelecidos para cada métrica<br />

e fazemos o acompanhamento <strong>de</strong> perto<br />

para cada campanha”, relata.<br />

Segundo ele, também existe um trabalho<br />

humano por trás, <strong>de</strong> análise periódica, e um<br />

double check, para ver se a ferramenta não<br />

está <strong>de</strong>ixando passar nada. “É aí que vemos<br />

que sempre existe uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cortar<br />

alguns canais, sites e KWs que as ferramentas<br />

estão lendo como seguros, mas que, na verda<strong>de</strong>,<br />

não são apropriados para a <strong>maio</strong>ria dos<br />

clientes. Safety é algo inerente a todos, mas<br />

suitability po<strong>de</strong> alterar <strong>de</strong> cliente para cliente.<br />

Nossa recomendação é sempre trabalhar com<br />

os níveis mais altos <strong>de</strong> exigência”, conta.<br />

Já Francisco Custódio, head <strong>de</strong> mídia,<br />

também da Initiative Mediabrands, fala sobre<br />

a técnica que usam para convencer os<br />

clientes que tal programa ou mídia é ina<strong>de</strong>quado<br />

para a marca. “Basicamente usamos<br />

as ferramentas <strong>de</strong> brand safety associadas<br />

a uma análise editorial dos canais e/<br />

ou programas feita em geral pelos próprios<br />

profissionais <strong>de</strong> mídia. Sabemos da eficiência<br />

das ferramentas, mas ainda é necessário<br />

um olhar também humano nesse sentido”,<br />

reflete. Segundo ele, há uma preocupação<br />

<strong>maio</strong>r com a reputação, mas ela sempre existiu.<br />

“O que muda é que hoje, se uma marca<br />

se associa com algum conteúdo in<strong>de</strong>sejado,<br />

tem alguns milhões <strong>de</strong> pessoas conectadas<br />

para dar visibilida<strong>de</strong> para isso. O que no passado<br />

era uma ligação para o profissional <strong>de</strong><br />

marketing, hoje virou um turbilhão <strong>de</strong> menções<br />

(negativas) da marca nas re<strong>de</strong>s. E isso,<br />

em alguns casos, po<strong>de</strong> acarretar prejuízos<br />

irreversíveis”.<br />

NS<br />

76 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


PROPMARK. Há 58 anos, fazendo parte <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> revolução.<br />

Av. Arnolfo Azevedo, 126 (11) 2155-8300 rinoepartners.com.br


propmark 58 Anos<br />

Trabalho <strong>de</strong> PR hoje está alinhado com<br />

estratégia e comunicação do anunciante<br />

Fotos: Divulgação<br />

Roberta Machado: estratégias baseadas em dados, que apoiam as <strong>de</strong>cisões<br />

Fabio Santos: impacto relevante só po<strong>de</strong> ser alcançado quando as marcas se abrem<br />

O<br />

trabalho <strong>de</strong> public relations, o famoso<br />

PR, há muito <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas<br />

assessoria <strong>de</strong> imprensa, e uma simples<br />

emissora <strong>de</strong> releases. O serviço é mais<br />

uma ferramenta que colabora para reputação<br />

<strong>de</strong> empresa e marcas. Roberta Machado,<br />

CEO da InPress Porter Novelli, mantém<br />

e conduz os anunciantes em um caminho,<br />

<strong>de</strong> preferência, sem muitas surpresas.<br />

Ela fala sobre o esquema seguro, que consiste<br />

em dois caminhos para a programação <strong>de</strong><br />

mídia online dos clientes: o primeiro é a publicação<br />

em veículos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação,<br />

quando tem o controle <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a mensagem<br />

será exibida e o seu contexto, evitando que<br />

as marcas dos clientes sejam associadas a<br />

conteúdos in<strong>de</strong>sejados. O segundo são as<br />

campanhas por mídia programática. Esta<br />

segunda opção, para ela, <strong>de</strong>termina o público<br />

que querem atingir e contam com o brand<br />

safety oferecido pelas plataformas, associado<br />

a camadas adicionais <strong>de</strong> proteção como<br />

block list e negativação <strong>de</strong> termos e contexto,<br />

bloqueando conteúdos ina<strong>de</strong>quados.<br />

Roberta afirma ainda que a InPress<br />

trabalha como consultora dos clientes,<br />

orientando-os em relação às melhores ações<br />

e canais para suas mensagens. “As nossas<br />

estratégias são sempre baseadas em dados,<br />

apoiando nossos clientes na tomada <strong>de</strong> suas<br />

<strong>de</strong>cisões. Essa inteligência minimiza muito<br />

as <strong>de</strong>cisões que têm impacto negativo para<br />

as marcas”.<br />

E quando uma crise acontece? Para essa<br />

questão, a CEO da InPress tem resposta pronta:<br />

“Precisamos agir imediatamente, com os<br />

<strong>de</strong>vidos controles, prontidão, rapi<strong>de</strong>z e transparência.<br />

Tão importante quanto a agilida<strong>de</strong><br />

é a qualida<strong>de</strong> e a precisão das informações<br />

que circulam, tanto interna como externamente.<br />

Elas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminantes para o<br />

sucesso ou fracasso da gestão da comunicação”,<br />

avalia. Segundo ela, a crise se gerencia<br />

minuto a minuto e é fundamental acompanhar<br />

o <strong>de</strong>sdobramento do problema em tempo<br />

real. “Importante dizer que, geralmente,<br />

o gerenciamento <strong>de</strong> uma crise começa antes,<br />

com um trabalho consistente <strong>de</strong> construção e<br />

proteção da reputação das empresas, além <strong>de</strong><br />

uma prévia avaliação <strong>de</strong> riscos e elaboração<br />

<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> perigos.”<br />

A executiva lembra que se vive em um cenário<br />

<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> econômica, disparada<br />

da inflação global, alta <strong>de</strong> preço atingindo,<br />

principalmente, alimentos. “O mundo saiu<br />

da pan<strong>de</strong>mia mais dividido do que se esperava,<br />

situação agravada pelos conflitos<br />

internacionais. Diante <strong>de</strong>ste cenário, as empresas<br />

passam a ter, cada dia mais, um papel<br />

importante na socieda<strong>de</strong> para amenizar<br />

os impactos da crise”, comenta. Para ela,<br />

uma das principais mudanças na comunicação<br />

<strong>de</strong>ssas empresas é que toda ação precisa<br />

ter um propósito claro. “Não é mais possível<br />

trabalhar com inovação e ações criativas<br />

que não estejam 100% alinhadas com suas<br />

ações práticas. Empresas <strong>de</strong> diferentes setores<br />

vêm sendo examinadas criticamente<br />

pela opinião pública quanto à consistência<br />

do seu discurso e à sua real contribuição<br />

para a socieda<strong>de</strong>”, dispara.<br />

Para ela, as marcas e empresas que não<br />

estiverem preparadas para navegar nesta<br />

nova era da economia <strong>de</strong> valores, reputação<br />

e provar, efetivamente, “o impacto positivo<br />

<strong>de</strong> suas operações na socieda<strong>de</strong>”, vão per<strong>de</strong>r,<br />

significativamente, o engajamento <strong>de</strong><br />

seus stakehol<strong>de</strong>rs, afetando, inclusive, seu<br />

valor <strong>de</strong> mercado.<br />

Já Fabio Santos, CEO da CDN, fala que a<br />

reputação <strong>de</strong> uma marca é avaliada pelo<br />

impacto que ela causa na socieda<strong>de</strong>. “Nós<br />

enten<strong>de</strong>mos que impacto relevante só po<strong>de</strong><br />

ser alcançado quando as marcas se abrem<br />

para o diálogo com seus públicos. Tendo<br />

esse princípio em mente, a nossa rotina é<br />

monitorar e mapear os diálogos que ocorrem<br />

na socieda<strong>de</strong> – seja nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

na imprensa ou em qualquer outro ambiente<br />

– e tocam nossos clientes”. Segundo ele,<br />

a CDN combina tecnologia, inteligência <strong>de</strong><br />

dados e experiência humana para enten<strong>de</strong>r<br />

tendências e comportamentos, avaliar as<br />

oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios, para então “recomendar<br />

a participação (ou não) numa <strong>de</strong>terminada<br />

pauta e o tom dos clientes em cada<br />

um dos diálogos dos quais eles <strong>de</strong>sejam ou<br />

precisam participar”.<br />

Ele acrescenta ainda que é preciso sempre<br />

enten<strong>de</strong>r os objetivos do cliente, para<br />

avaliar se estar nessa ou naquela mídia vale<br />

a pena. “Não somos apenas articuladores <strong>de</strong><br />

contatos entre nossos clientes e os meios <strong>de</strong><br />

comunicação, somos também consultores<br />

estratégicos. Em <strong>de</strong>terminadas circunstâncias,<br />

vale a pena correr o risco, claro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que se esteja bem preparado para isso.<br />

Sempre mostramos quais são os ganhos e os<br />

riscos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada ação <strong>de</strong> comunicação”,<br />

explica.<br />

Nesse cálculo, conforme análise <strong>de</strong>le, é<br />

preciso levar em conta que, com a comunicação<br />

horizontalizada <strong>de</strong> hoje e a voz que o<br />

público ganhou com as re<strong>de</strong>s sociais, o consumidor<br />

<strong>de</strong> informação é também uma espécie<br />

<strong>de</strong> ombudsman em tempo real daquilo<br />

que consome. “Ele tem, portanto, a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reagir e produzir impactos negativos<br />

a partir do teor da reportagem, seja para<br />

o veículo, para o jornalista ou para as fontes.<br />

Também é preciso consi<strong>de</strong>rar que, hoje,<br />

quando se fala para uma <strong>de</strong>terminada mídia,<br />

fala-se para todas as outras”, esclarece. NS<br />

78 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


ASSOCIAÇÃO<br />

BRASILEIRA DE<br />

ANUNCIANTES


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

A reputação<br />

e a coragem<br />

Gustavo Bastos<br />

Nossa indústria tem a inequívoca qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se adaptar rapidamente<br />

às novas tendências, ferramentas e<br />

maneiras <strong>de</strong> se trabalhar. Mais do que isso,<br />

não temos medo <strong>de</strong> encarar os <strong>de</strong>safios<br />

(e, na verda<strong>de</strong>, até gostamos <strong>de</strong>les). Somos<br />

novida<strong>de</strong>iros. Foi assim no início das re<strong>de</strong>s<br />

sociais e sua então nova via <strong>de</strong> mão dupla<br />

com o consumidor. Mas isso faz tempo. Hoje<br />

já não é tão nova a aflição das marcas e suas<br />

agências com relação ao diálogo nem sempre<br />

pacífico entre elas e os haters que habitam<br />

comentários e reposts das re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Por não ser um conflito tão recente, temos<br />

um gran<strong>de</strong> aprendizado acumulado quando<br />

o assunto é reputação das marcas nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais – incluindo aí as difíceis <strong>de</strong> rastrear,<br />

como Telegram e WhatsApp, por exemplo.<br />

O histórico mostra que são as marcas que<br />

agem com mais coragem, sintonia com a socieda<strong>de</strong><br />

e sem medo da repercussão negativa<br />

<strong>de</strong> grupos – na sua <strong>maio</strong>ria conservadores<br />

– as que mais ganharam no jogo da reputação.<br />

A princípio, parecia que este caminho<br />

geraria mais ruído na relação com os consumidores<br />

em geral. Ao contrário, ganhou<br />

mais uma vez quem confiou na inteligência<br />

das pessoas. Tem sido assim na história da<br />

propaganda.<br />

Veja o caso da Natura, por exemplo, a<br />

marca com <strong>maio</strong>r reputação positiva do Brasil<br />

há tempos mostra uma diversida<strong>de</strong> em<br />

sua comunicação supercriticada por grupos<br />

e matérias em sites, blogs e publicações conservadores<br />

e reacionários. Outros exemplos<br />

são a Nike, com a histórica campanha com o<br />

Kaepernick, que a princípio parecia ter <strong>de</strong>rrubado<br />

as ações da empresa na Bolsa, mas<br />

que logo <strong>de</strong>pois teve efeito inverso, levando<br />

a marca ainda mais alto em vendas e reputação.<br />

Existe ainda a coragem <strong>de</strong> marcas<br />

como BK, que <strong>de</strong> outra maneira arrisca sua<br />

imagem e reputação mostrando o produto<br />

mofado. Depois que <strong>de</strong>u certo é fácil analisar<br />

e concordar, mas para aprovar esse tipo <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ia requer, além <strong>de</strong> alta dose <strong>de</strong> ousadia,<br />

um conhecimento da natureza humana acima<br />

da média. Sempre foi importante a coragem<br />

<strong>de</strong> criar e aprovar i<strong>de</strong>ias fora da curva,<br />

que se tornam cultura popular.<br />

A revolução criativa da propaganda dos<br />

anos 1960 tem como exemplo <strong>maio</strong>r a campanha<br />

da VW americana, que subverteu<br />

a “verda<strong>de</strong>” das campanhas <strong>de</strong> automóveis<br />

que valorizavam o tamanho dos carros<br />

enormes, a cultura do “pense gran<strong>de</strong>”.<br />

Veio o “pense pequeno” e mudou tudo.<br />

Mas naquele tempo a comunicação não<br />

tinha a participação tão imediata e intensa<br />

do espectador nas re<strong>de</strong>s. Isso mudou<br />

o jogo e já não basta a i<strong>de</strong>ia ser criativa<br />

e ousada, ela tem <strong>de</strong> dialogar com a socieda<strong>de</strong><br />

e seu momento.<br />

Voltando aos dias <strong>de</strong> hoje, essa capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> manter o <strong>de</strong>do no pulso dos acontecimentos<br />

e diálogos o tempo todo tem feito a<br />

diferença. Em tempos <strong>de</strong> mídia digital fragmentada,<br />

chamar a atenção e gerar diálogos<br />

é cada dia mais difícil. Uma agência nos EUA<br />

que tem mostrado particular disposição para<br />

criar e ven<strong>de</strong>r esse tipo <strong>de</strong> posicionamento<br />

a seus clientes é a Mischief, <strong>de</strong> Nova York.<br />

Ela e outras como a Uncommon, inglesa, nos<br />

mostram o quanto o caminho das i<strong>de</strong>ias conectadas<br />

ao momento, e <strong>de</strong> maneira ousada,<br />

se revela cada dia mais efetivo.<br />

Isso sem contar as agências e marcas já<br />

conhecidas aqui e pelo mundo que sempre<br />

optaram por correr riscos e colher melhores<br />

resultados. Juntaram esse talento à conexão<br />

com o momento e estão sempre à frente. A<br />

gran<strong>de</strong> mudança recente a meu ver então é<br />

o caráter opinativo que as campanhas ganharam.<br />

As marcas se posicionando sobre<br />

assuntos antes evitados pela propaganda.<br />

Essa é a nova coragem. Há oito anos, quando<br />

começamos a campanha da Cerveja Rio Carioca,<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a marca foi bastante<br />

criticada por “se meter” em assuntos políticos.<br />

Hoje parece quase básico que as campanhas<br />

estejam em sintonia com a socieda<strong>de</strong> e<br />

sua evolução, mas há quase uma década não<br />

era assim.<br />

Quando Like a girl ou Dove beleza real<br />

nasceram, poucas marcas dialogavam <strong>de</strong>ssa<br />

forma e corriam esse risco. De lá pra cá, o<br />

diálogo só cresceu e as marcas que apren<strong>de</strong>ram<br />

rápido e agiram com coragem só ganharam.<br />

Não estou <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo aqui o “falem<br />

mal, mas falem <strong>de</strong> mim”, mas, sim, o pensamento<br />

<strong>de</strong> que a <strong>maio</strong>ria dos consumidores<br />

admira as empresas corajosas e mo<strong>de</strong>rnas,<br />

que não têm medo do diálogo em assuntos<br />

tidos antes como perigosos, e a minoria barulhenta<br />

não tem a importância que parece<br />

ter quando está gritando em seus teclados.<br />

Gustavo Bastos<br />

é CEO/CCO da 11:21 Simplicida<strong>de</strong> Criativa<br />

gustavobastos@onzevinteum.com.br<br />

80 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

O papel das plataformas para combater<br />

a propagação <strong>de</strong> conteúdos impróprios<br />

Especialistas e porta-vozes <strong>de</strong> algumas das principais re<strong>de</strong>s avaliam<br />

como manter a imagem perante as polêmicas envolvendo o digital<br />

PikiSuperStar/ Freepik<br />

Inicialmente, as plataformas atuavam como um canal <strong>de</strong> comunicação, com pouca interferência naquilo que era publicado; hoje, o algoritmo faz a curadoria<br />

Carolina Vilela<br />

Em meio aos <strong>de</strong>bates que percorrem os<br />

corredores dos prédios governamentais<br />

<strong>de</strong> Brasília sobre a PL 2630/2020,<br />

conhecida como Projeto <strong>de</strong> Lei das Fake<br />

News, uma pergunta paira no ar: qual é o<br />

papel das plataformas digitais no combate à<br />

propagação <strong>de</strong> conteúdos impróprios?<br />

Para respon<strong>de</strong>r a essa pergunta e trazer<br />

esclarecimentos sobre o tema, o propmark<br />

recorreu às próprias plataformas,<br />

como Google, TikTok, Twitter e Meta, dona<br />

das re<strong>de</strong>s sociais Facebook, Instagram<br />

e WhatsApp, além <strong>de</strong> especialistas da área,<br />

para enten<strong>de</strong>r se e como elas estão agindo<br />

para que os conteúdos ali postados estejam<br />

<strong>de</strong> acordo tanto com os termos <strong>de</strong><br />

usos quanto às legislações dos países em<br />

que atuam.<br />

O Projeto <strong>de</strong> Lei 2630 foi apresentado,<br />

pela primeira vez, em 2020, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> instituir a Lei Brasileira <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>,<br />

Responsabilida<strong>de</strong> e Transparência na Internet<br />

por meio <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> combate à<br />

disseminação <strong>de</strong> conteúdos falsos nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais e nos serviços <strong>de</strong> mensagens privadas.<br />

O <strong>de</strong>bate voltou à tona em <strong>2023</strong>, após a<br />

crescente violência que assolou o país, tendo<br />

início com a invasão dos prédios do Palácio<br />

do Planalto, do Congresso Nacional e do<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, em Brasília, em<br />

8 <strong>de</strong> janeiro, e com o aumento dos ataques<br />

violentos em escolas.<br />

Segundo João Vitor Rodrigues, professor<br />

<strong>de</strong> marketing digital da ESPM, as re<strong>de</strong>s<br />

sociais gozam <strong>de</strong> um lugar <strong>de</strong> importância<br />

na socieda<strong>de</strong>, uma vez que permitiram que<br />

as pessoas se conectassem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da distância física, favorecendo as<br />

relações interpessoais. Apesar disso, o docente<br />

acredita que os benefícios que elas<br />

promovem não <strong>de</strong>vem encobrir a responsabilida<strong>de</strong><br />

que elas carregam.<br />

“Há uma interferência das<br />

plataformas selecionando<br />

o conteúdo que é<br />

apresentado e, portanto,<br />

há uma participação na<br />

responsabilida<strong>de</strong> sobre<br />

o que é exposto”<br />

82 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Rafayane Carvalho e Divulgação<br />

Eric Messa: “Re<strong>de</strong>s sociais são expressão da socieda<strong>de</strong>” Gabriela Comazetto: “Espaço seguro e acolhedor” João Rodrigues: “Empresas <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m sobre conteúdo”<br />

“As re<strong>de</strong>s sociais po<strong>de</strong>m ser muito mais<br />

aquilo que as pessoas <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m fazer com<br />

elas. Isso, no entanto, não as exime <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

sobre o que circula <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> seus espaços, já que são as empresas<br />

donas <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m o alcance<br />

e a distribuição do conteúdo que circula ali<br />

<strong>de</strong>ntro, consequentemente <strong>de</strong>terminando<br />

também o que é mais e menos mostrado <strong>de</strong><br />

acordo com seus interesses comerciais que<br />

envolvem tempo dos usuários consumindo<br />

esses conteúdos, engajamentos, interações,<br />

compartilhamentos etc.”, explicou Rodrigues.<br />

Logo, o professor acredita que as re<strong>de</strong>s<br />

sociais têm total responsabilida<strong>de</strong> sobre os<br />

conteúdos que são publicados e divulgados.<br />

“Uma vez que a lógica <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>ssas<br />

plataformas é privilegiar sempre a distribuição<br />

do conteúdo com <strong>maio</strong>r potencial <strong>de</strong><br />

reter por mais tempo e fi<strong>de</strong>lizar os usuários<br />

naquela re<strong>de</strong> social, elas <strong>de</strong>vem zelar para<br />

que conteúdos com discurso <strong>de</strong> ódio, <strong>de</strong>sinformação,<br />

racismo, misoginia e homofobia,<br />

entre outros atos criminosos, nem tenham<br />

chance <strong>de</strong> entrar na plataforma, muito menos<br />

<strong>de</strong> serem distribuídos ou conseguir visibilida<strong>de</strong>.<br />

E isso é ainda pior com o conteúdo<br />

<strong>de</strong> anúncios, já que qualquer pessoa po<strong>de</strong><br />

criar anúncios e direcionar para públicos da<br />

re<strong>de</strong> social. Nesses casos, a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>las aumenta porque não <strong>de</strong>veriam receber<br />

pagamentos para distribuir qualquer<br />

conteúdo nocivo”, completou.<br />

Para Eric Messa, professor e coor<strong>de</strong>nador<br />

do núcleo <strong>de</strong> mídia digital e da graduação<br />

em publicida<strong>de</strong> e propaganda da FAAP, as<br />

re<strong>de</strong>s sociais são um espaço <strong>de</strong> expressão<br />

da socieda<strong>de</strong>, que tem como um dos seus<br />

principais papéis tornar “visível e acessível<br />

tudo aquilo que é relevante para <strong>de</strong>terminado<br />

público”, algo que, segundo o docente,<br />

po<strong>de</strong> ser temido atualmente.<br />

Sobre a responsabilida<strong>de</strong> das plataformas<br />

sobre os conteúdos, Messa acredita que é<br />

importante consi<strong>de</strong>rar momentos distintos,<br />

sendo eles o início das plataformas até<br />

os tempos atuais. “No início, as plataformas<br />

sociais mostravam o que era publicado pelos<br />

usuários que <strong>de</strong>terminado indivíduo escolheu<br />

seguir e atuavam, essencialmente,<br />

“As plataformas <strong>de</strong>vem<br />

zelar para que discurso <strong>de</strong><br />

ódio, <strong>de</strong>sinformação, nem<br />

tenham chance <strong>de</strong> entrar”<br />

como um canal <strong>de</strong> comunicação, com pouca<br />

interferência naquilo que era publicado. Assim,<br />

as plataformas buscavam isentar-se da<br />

responsabilida<strong>de</strong> pelo conteúdo em nome<br />

da livre expressão. Atualmente, vivemos<br />

um cenário em que há em ativida<strong>de</strong> um algoritmo<br />

fazendo uma espécie <strong>de</strong> curadoria<br />

daquilo que é exposto. Isso significa que<br />

nem tudo o que foi publicado por aqueles<br />

que você segue vai aparecer na sua timeline.<br />

Agora, há uma interferência das plataformas<br />

selecionando o conteúdo que é apresentado<br />

e, portanto, há uma participação na responsabilida<strong>de</strong><br />

sobre aquilo que é exposto para<br />

as pessoas <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong> social”, explicou.<br />

Junto com as discussões sobre a segurança<br />

dos usuários, a reputação, tanto das marcas<br />

quanto das plataformas digitais, também<br />

entrou em xeque.<br />

Presente no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005 e somando<br />

mais <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong> usuários nas suas nove<br />

plataformas, o Google acredita que a sua reputação<br />

foi construída com base na sua missão<br />

<strong>de</strong> organizar as informações e torná-las<br />

úteis e acessíveis aos usuários. “Outro pilar<br />

fundamental para nós é a transparência e a<br />

colaboração, o que nos permite estar abertos<br />

a diferentes pontos <strong>de</strong> vista e trabalhar<br />

em conjunto com diferentes atores da socieda<strong>de</strong><br />

para alcançar objetivos comuns”,<br />

explica Rafael Russo, diretor <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> do Google Brasil.<br />

O executivo também afirmou que a re<strong>de</strong><br />

conta com políticas que <strong>de</strong>terminam os conteúdos<br />

permitidos tanto nas plataformas <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>, quanto na Busca e no YouTube.<br />

Segundo Russo, quando um conteúdo<br />

viola as políticas estabelecidas pelo Google,<br />

a plataforma age imediatamente.<br />

“Oferecemos canais <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia em todas<br />

as nossas ferramentas, incluindo a Busca<br />

e as plataformas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, para que<br />

os usuários possam reportar ativida<strong>de</strong>s que<br />

consi<strong>de</strong>rem violar nossas políticas ou a legislação<br />

local. Quando não há elementos<br />

suficientes para i<strong>de</strong>ntificar se houve uma<br />

violação das nossas políticas, cabe à Justiça<br />

<strong>de</strong>terminar a remoção do conteúdo, <strong>de</strong> acordo<br />

com os termos do Marco Civil da Internet”,<br />

<strong>de</strong>clarou.<br />

DESINFORMAÇÃO<br />

Já sobre a disseminação <strong>de</strong> fake news e<br />

conteúdos impróprios, Russo afirmou que<br />

a <strong>de</strong>sinformação é um fenômeno complexo<br />

que, para enfrentá-lo, é necessário um esforço<br />

contínuo e compartilhado. “Não há uma<br />

solução <strong>de</strong>finitiva, uma vez que os agentes<br />

que procuram fazer mau uso dos nossos serviços<br />

estão constantemente procurando por<br />

brechas. Por isso, investimos bilhões <strong>de</strong> dólares<br />

e <strong>de</strong>senvolvemos tecnologia para proteger<br />

nossos usuários”.<br />

O executivo ainda <strong>de</strong>clarou que as mesmas<br />

políticas e ferramentas estão disponíveis<br />

para os anunciantes. “Qualquer empresa<br />

po<strong>de</strong> anunciar usando o Google Ads,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que cumpra a legislação vigente e<br />

respeite as nossas políticas. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que os anunciantes po<strong>de</strong>m não <strong>de</strong>sejar seus<br />

anúncios atrelados a <strong>de</strong>terminados conteúdos,<br />

mesmo quando eles não violam nossas<br />

políticas, por isso oferecemos controles<br />

que permitem o bloqueio <strong>de</strong> categorias <strong>de</strong><br />

assuntos e sites específicos, além <strong>de</strong> gerarem<br />

relatórios em tempo real sobre on<strong>de</strong> os<br />

anúncios foram exibidos”, concluiu.<br />

Uma pesquisa realizada em 20<strong>22</strong> pela<br />

NewsGuard havia apontado que, naque-<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 83


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Mônica Orcioli: “Sempre haverá a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização”<br />

le ano, 20% dos conteúdos publicados<br />

no TikTok continham <strong>de</strong>sinformação. O<br />

estudo chegou, inclusive, a indicar que,<br />

enquanto analistas sediados nos Estados<br />

Unidos realizavam buscas com termos <strong>de</strong><br />

pesquisa neutros e mais conspiratórios, a<br />

própria plataforma sugeria termos contrários<br />

constantemente, como, por exemplo,<br />

ao pesquisar por “mudança climática”, a<br />

sugestão que aparecia era <strong>de</strong> “mudança<br />

climática não existe”.<br />

Na época, o TikTok se pronunciou ao site<br />

Mashable afirmando que as diretrizes da<br />

plataforma não permitiam a <strong>de</strong>sinformação<br />

e eles iriam removê-las do aplicativo.<br />

Com um crescimento astronômico no<br />

Brasil e um público engajado que, segundo<br />

uma pesquisa realizada pela própria plataforma,<br />

acessa o aplicativo pelo menos uma<br />

vez ao dia (36%) contra 11% que mantêm o<br />

app aberto o dia todo, Gabriela Comazetto,<br />

diretora-geral <strong>de</strong> negócios na América Latina<br />

do TikTok Brasil, afirmou que criar um<br />

ambiente seguro é uma priorida<strong>de</strong> para a<br />

empresa.<br />

“Temos trabalhado em múltiplas frentes<br />

e com múltiplas abordagens para garantir<br />

que a plataforma seja um espaço seguro e<br />

acolhedor. Por meio <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong><br />

tecnologia e análise humana, com um time<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 40 mil pessoas, realizamos um<br />

trabalho contínuo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar ví<strong>de</strong>os que<br />

possam violar as Diretrizes <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>”,<br />

afirmou a executiva.<br />

CHECAGEM<br />

Além disso, Gabriela ainda <strong>de</strong>stacou a<br />

parceria da empresa com 13 agências <strong>de</strong><br />

checagem ao redor do mundo, incluindo<br />

Estadão Verifica e Reuters, no Brasil,<br />

que ajudam a confirmar a veracida<strong>de</strong> dos<br />

conteúdos publicados na re<strong>de</strong>. Segundo<br />

a diretora, o trabalho tem sido efetivo<br />

e, apenas no terceiro trimestre <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>,<br />

111 milhões <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os foram removidos<br />

da plataforma por estarem em <strong>de</strong>sacordo<br />

com as políticas estabelecidas, sendo<br />

que mais <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong>les foram <strong>de</strong>tectados<br />

e removidos em até 24h. “Em fevereiro,<br />

voluntariamente, divulgamos um balanço<br />

“Ainda estamos<br />

em um processo <strong>de</strong><br />

estabelecimento<br />

<strong>de</strong> condutas e<br />

amadurecimento diante<br />

<strong>de</strong>ssas mídias sociais”<br />

Rafael Russo: “Outro pilar fundamental para nós é a transparência e a colaboração”<br />

das ações durante as eleições do ano passado<br />

e durante a semana dos atos <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong><br />

janeiro <strong>de</strong>ste ano em Brasília. Removemos<br />

milhares <strong>de</strong> conteúdos, além dos URLS<br />

que seríamos obrigados pela Justiça a retirar.<br />

Temos sido bastante proativos em remover<br />

ví<strong>de</strong>os que violam nossas políticas<br />

para manter o TikTok um espaço seguro e<br />

acolhedor”, explicou.<br />

Já sobre o TikTok como uma plataforma<br />

<strong>de</strong> anúncios, Gabriela apontou que, entre<br />

o fim <strong>de</strong> 2021 e o fim <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, a re<strong>de</strong> social<br />

registrou um crescimento <strong>de</strong> <strong>22</strong>1% no número<br />

<strong>de</strong> anunciantes na América Latina.<br />

“O TikTok tem <strong>de</strong>monstrado que não é uma<br />

ferramenta só para aumentar exposição da<br />

sua empresa, mas também uma plataforma<br />

<strong>de</strong> performance, <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> vendas. E<br />

as empresas têm percebido isso”, ressaltou<br />

a diretora-geral <strong>de</strong> negócios. Mesmo assim,<br />

ela também explicou que, para anunciar, as<br />

empresas <strong>de</strong>vem seguir não só as diretrizes<br />

da plataforma, mas também as regras das<br />

Políticas <strong>de</strong> Anúncio.<br />

“É importante reforçar que TikTok proíbe<br />

qualquer forma <strong>de</strong> propaganda política<br />

e eleitoral. No TikTok, trabalhamos 100%<br />

<strong>de</strong>dicados em proteger nossa comunida<strong>de</strong>,<br />

incluindo as marcas, em criar novas soluções<br />

<strong>de</strong> segurança e garantir transparência”,<br />

concluiu Gabriela.<br />

Procurados pela reportagem do propmark,<br />

a Meta, dona das re<strong>de</strong>s Instagram,<br />

WhatsApp e Facebook, respon<strong>de</strong>u que não<br />

participaria da matéria, assim como o Twitter,<br />

que respon<strong>de</strong>u ao e-mail <strong>de</strong> pedido <strong>de</strong><br />

entrevista com um emoji <strong>de</strong> fezes, algo que<br />

se tornou comum após Elon Musk assumir o<br />

comando da re<strong>de</strong> social em 20<strong>22</strong>.<br />

FISCALIZAÇÃO<br />

O impasse em relação à responsabilização<br />

das re<strong>de</strong>s sociais sobre os conteúdos nelas<br />

publicados ainda é longo e, para Mônica Orcioli,<br />

presi<strong>de</strong>nte do Conselho Consultivo da<br />

Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, a fiscalização<br />

po<strong>de</strong> ser uma saída possível.<br />

“Se há a participação ativa da socieda<strong>de</strong>,<br />

sempre haverá a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização.<br />

Dito isto, cabe salientar que a própria<br />

utilização e apropriação das mídias sociais<br />

constitui-se em um fenômeno ainda novo,<br />

quando olhamos para a história. Dessa forma,<br />

entendo que ainda estamos em um<br />

processo <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> condutas<br />

e amadurecimento diante <strong>de</strong>ssas mídias sociais”,<br />

explicou.<br />

Ainda que concor<strong>de</strong> com a responsabilização<br />

das plataformas digitais, Mônica<br />

também afirma que os autores são,<br />

fundamentalmente, responsáveis pelos<br />

conteúdos inseridos nas re<strong>de</strong>s. Para ela,<br />

o po<strong>de</strong>r público e os canais sociais <strong>de</strong>vem<br />

trabalhar em conjunto. “As mídias sociais<br />

proporcionam um espaço para a prática<br />

da comunicação, seja ela pública ou privada,<br />

e, consequentemente, são também um<br />

exercício <strong>de</strong>mocrático da cidadania. Acredito<br />

que a base está no diálogo e interação<br />

entre po<strong>de</strong>r público e plataformas digitais,<br />

para estabelecer e evoluir em termos <strong>de</strong><br />

regulamentação e proteção da socieda<strong>de</strong>.<br />

Além disso, que se aprimorem mecanismos<br />

eficientes para medir a redução <strong>de</strong>stes conteúdos,<br />

<strong>de</strong> maneira que as mídias sociais<br />

possam cumprir com seu papel social e ao<br />

mesmo tempo permitir a permanência <strong>de</strong><br />

um ambiente cada vez mais seguro para a<br />

livre expressão”, completou Mônica.<br />

84 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


O <strong>maio</strong>r point <strong>de</strong><br />

celebrida<strong>de</strong>s e influencers<br />

do Brasil comemora 30 anos<br />

e a sua marca não po<strong>de</strong><br />

ficar <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>ssa festa!<br />

ilha <strong>de</strong><br />

6,4<br />

milhões<br />

<strong>de</strong> seguidores<br />

4,4<br />

milhões<br />

<strong>de</strong> seguidores<br />

800<br />

mil<br />

seguidores<br />

425<br />

mil<br />

seguidores<br />

55<br />

milhões<br />

<strong>de</strong> pageviews<br />

Circulação <strong>de</strong> 60 mil exemplares semanais, impactando 600 mil pessoas<br />

Entre em contato: publicida<strong>de</strong>sp@caras.com.br<br />

20<br />

milhões<br />

<strong>de</strong> unique users


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

O <strong>maio</strong>r concorrente<br />

da sua marca<br />

é a sua marca<br />

Luciana Padovani<br />

é CSO da Ampfy<br />

luciana@ampfy.com<br />

Luciana Padovani<br />

Há algumas semanas estava organizando<br />

livros. De longe, não sou do tipo<br />

acumuladora. Pelo contrário, gosto <strong>de</strong><br />

fazer os livros circularem, empresto, repasso,<br />

doo para bibliotecas. Mas, alguns, guardo<br />

sob o julgo <strong>de</strong> “clássicos”, e normalmente os<br />

organizo quando também preciso organizar<br />

as i<strong>de</strong>ias. Quem nunca?<br />

Eis que, recém-chegada do SXSW e <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> toda aquela overdose <strong>de</strong> informações e<br />

eventos, me <strong>de</strong>paro com antigas anotações <strong>de</strong><br />

MBA que remetiam às 5 forças <strong>de</strong> Porter, um<br />

mantra da estratégia empresarial publicado<br />

pela primeira vez em 1979.<br />

O mo<strong>de</strong>lo fala sobre a competição direta<br />

e indireta entre as empresas e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

barganha <strong>de</strong> clientes e fornecedores. E, sem<br />

a intenção <strong>de</strong> mais análises sobre esse mo<strong>de</strong>lo,<br />

me ocorreu que existe um ponto-chave do<br />

cenário competitivo que não estava explícito<br />

nessa equação: a marca versus a imagem<br />

que ela constrói – e mantém – junto aos seus<br />

stakehol<strong>de</strong>rs. Em outras palavras, quais valores<br />

uma marca consegue fazer com que sejam<br />

percebidos e praticados por quem influencia<br />

ou é influenciado por ela.<br />

O ranking das 500 marcas mais valiosas<br />

do mundo, divulgado pela Brand Finance no<br />

Fórum Econômico Mundial <strong>2023</strong>, em Davos,<br />

mostra a Amazon passando a Apple e voltando<br />

ao topo. Mas não sem a ressalva <strong>de</strong> a<br />

primeira ter perdido 15% <strong>de</strong> seu valor <strong>de</strong> mercado<br />

<strong>de</strong>vido à queda <strong>de</strong> percepção sobre o<br />

atendimento ao cliente ao mesmo tempo em<br />

que os prazos <strong>de</strong> entrega aumentaram. Em<br />

consequência, os consumidores se tornaram<br />

menos propensos a recomendar a Amazon a<br />

outras pessoas. NPS <strong>de</strong> milhões!<br />

Na contramão, durante o South by Southwest<br />

(SXSW), evento que foi ralizado em<br />

março passado, em Austin – TX, reunindo<br />

pessoas do mundo inteiro para <strong>de</strong>bater temas<br />

como inovação, interativida<strong>de</strong>, comportamento,<br />

música e consumo, vejo a palestra <strong>de</strong><br />

Hamdi Ulukaya, fundador e CEO da Chobani.<br />

Fundada em 2005, ainda sem ações na bolsa,<br />

a Chobani <strong>de</strong>tém quase um quinto da participação<br />

<strong>de</strong> todo o mercado <strong>de</strong> iogurte dos<br />

EUA, <strong>de</strong> acordo com a Nielsen.<br />

No lugar <strong>de</strong> abordar números <strong>de</strong> vendas<br />

surpreen<strong>de</strong>ntemente crescentes, o bem articulado<br />

Hamdi, imigrante turco nascido em<br />

uma família <strong>de</strong> criadores <strong>de</strong> ovelhas, concentrou<br />

seu discurso em ressaltar como uma<br />

empresa tem a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidar da<br />

socieda<strong>de</strong>, começando pela comunida<strong>de</strong> ao<br />

seu redor. Dedicando gran<strong>de</strong> parte do mérito<br />

do sucesso da empresa a seus colaboradores,<br />

a Chobani tem quase 25% <strong>de</strong> seu quadro <strong>de</strong><br />

funcionários com mais <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> “casa”.<br />

Além disso, a empresa conta com ações filantrópicas<br />

que respon<strong>de</strong>m à incessante luta<br />

pelo seu propósito <strong>de</strong> nutrir a população com<br />

alimentos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

“(...) o que me importa é como nos fazemos<br />

presentes quando as câmeras já estão <strong>de</strong>sligadas”,<br />

afirma o CEO, que parece ter assumido<br />

sua essência e a transformado em medidas<br />

consistentes para a construção <strong>de</strong> reputação<br />

da marca.<br />

Sim, hoje, uma marca também – e principalmente<br />

– compete com ela mesma. Sabe<br />

aquele candidato a namorado ciumento que<br />

<strong>de</strong> tão preocupado com os outros não enxerga<br />

a si mesmo? Pois é, marcas, às vezes, fazem<br />

<strong>de</strong>ssas.<br />

Muitas vezes, aqui na Ampfy, somos procurados<br />

por clientes que buscam soluções<br />

imediatas <strong>de</strong> combate a seus concorrentes,<br />

mas acabam percebendo que é prioritário<br />

construir pilares estruturais <strong>de</strong> branding para<br />

fortalecer a imagem da marca junto ao público<br />

e aí, sim, construir uma reputação sólida e<br />

positiva.<br />

Cuidar da imagem da marca é um trabalho<br />

estratégico que exige atenção constante. Mas<br />

os benefícios são claros: uma marca forte e<br />

bem cuidada é um ativo valioso para a empresa<br />

e po<strong>de</strong> fazer a diferença no sucesso do<br />

negócio.<br />

86 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


BAIUCA,<br />

AGOSTO, 1970<br />

Conheci Armando Crisostomo Ferrentini na Baiuca, Praça Roosevelt, agosto 1970,<br />

almoço. No piano, Moacyr Peixoto, e quem nos apresentou foi o PR Oswaldo Assef.<br />

Armando me convidou para escrever uma coluna sobre marketing, semanal, no<br />

Asterisco, <strong>de</strong>pois Ca<strong>de</strong>rno Propaganda e Marketing, e hoje Propmark. Uma amiza<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> quase 53 anos, e agora a mais longeva coluna <strong>de</strong> marketing publicada em todo o<br />

mundo.<br />

Nascemos com 15 dias <strong>de</strong> distância, assim Armando é milhões <strong>de</strong> segundos mais<br />

velho e mais ajuizado do que eu. E caminhamos, ainda que fisicamente distantes,<br />

lado a lado pela vida. Não tenho nenhum outro amigo com tantas décadas <strong>de</strong> vida.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da amiza<strong>de</strong>, Armando Ferrentini converteu-se no Pero Vaz <strong>de</strong><br />

Caminha <strong>de</strong> uma expedição ao nunca dantes navegado, <strong>de</strong> hoje 58 anos, do<br />

Marketing e da Propaganda brasileira <strong>de</strong> excepcional qualida<strong>de</strong>. Viu, anotou,<br />

traduziu, comentou e publicou tudo. Absolutamente tudo. Suas digitais estão<br />

presentes nos milhares <strong>de</strong> prêmios que consagram a propaganda e o marketing do<br />

Brasil.<br />

E hoje, seus sonhos, realizações e contribuições inestimáveis e únicas à Prop, e ao<br />

Mark, integram o alicerce que nos garantem a sustentação para, e através do<br />

Marketing, a I<strong>de</strong>ologia da Administração Mo<strong>de</strong>rna, segundo seu criador, Peter<br />

Ferdinand Drucker, iniciarmos, finalmente, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 500 anos, a<br />

construção <strong>de</strong> um Brasil mo<strong>de</strong>rno, tecnológico, e, acima <strong>de</strong> tudo, próspero e<br />

socialmente justo.<br />

Obrigado, querido amigo Ferrentini.<br />

Em meu nome, <strong>de</strong> todos os seus amigos do MadiaMundoMarketing, dos integrantes<br />

da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing – Acadêmicos, Hall of Famers, Abramembers –<br />

pela obra monumental que você vem construindo no correr <strong>de</strong> toda a sua vida.<br />

Obrigado, Armando, pelo exemplo.<br />

Francisco Madia<br />

Presi<strong>de</strong>nte-Fundador do MadiaMundoMarketing<br />

e da Abramark – Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing<br />

(11) 98990-0346


propmark 58 Anos<br />

Unsplash<br />

Pesquisa realizada pelo IAB Brasil apontou que os anunciantes investiram R$ 4,8 bilhões para exibição <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> marketing em sites <strong>de</strong> editores brasileiros<br />

Tecnologias antifrau<strong>de</strong>s são aliadas<br />

para a entrega da mídia programática<br />

Empresas como GDB, ShowHeroes, Taboola e Teads têm algoritmos <strong>de</strong><br />

otimização e recursos para atingir o público-alvo e preservar as marcas<br />

Carolina Vilela<br />

As mídias programáticas<br />

invadiram o mercado como<br />

uma forma mais simples<br />

e direta <strong>de</strong> se direcionar<br />

anúncios. Se antes o processo<br />

<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia online era<br />

feito <strong>de</strong> forma manual, hoje isso<br />

já po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> forma automatizada<br />

e melhor direcionada.<br />

Um dos pontos-chave para que<br />

um anúncio impacte o público<br />

e se reverta em compras <strong>de</strong> produtos<br />

e/ou serviços é atingir em<br />

cheio o público-alvo escolhido<br />

para aquela ação e é aí que as<br />

empresas <strong>de</strong> mídia programáticas<br />

entram na discussão. Elas<br />

usam <strong>de</strong> tecnologia e dados<br />

para construírem estratégias<br />

orientadas pelos objetivos <strong>de</strong><br />

cada anunciante.<br />

Em 2021, uma pesquisa realizada<br />

pelo Interactive Advertising<br />

Bureau, o IAB Brasil,<br />

apontou que os anunciantes<br />

investiram R$ 4,8 bilhões para<br />

exibição <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> marketing<br />

em sites <strong>de</strong> editores brasileiros.<br />

Já em 2018, outra pesquisa<br />

realizada pela associação<br />

revelou que essa forma <strong>de</strong> divulgação<br />

já respondia por <strong>22</strong>,5%<br />

do total da mídia digital na publicida<strong>de</strong><br />

brasileira.<br />

Para enten<strong>de</strong>r como é o funcionamento<br />

da máquina e como<br />

esse tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

agregar na reputação e no cumprimento<br />

<strong>de</strong> metas das empresas<br />

anunciantes, o propmark<br />

buscou algumas das empresas<br />

do ramo no mercado.<br />

Segundo Dave Struzzi, lí<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> comunicação corporativa da<br />

“Estamos<br />

trabalhando<br />

com inteligência<br />

artificial<br />

generativa<br />

que ajudará os<br />

anunciantes<br />

a escreverem<br />

manchetes<br />

mais criativas<br />

e atraentes”<br />

Taboola, um dos pontos que fazem<br />

com que a estratégia tenha<br />

uma boa aceitação, refletindo<br />

na reputação da empresa em si,<br />

é o bom relacionamento com<br />

publishers <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>.<br />

“No Brasil, trabalhamos com<br />

publishers como Terra, Metrópoles,<br />

Folha <strong>de</strong> S.Paulo, RBS,<br />

Editora Globo, IG e CNN. Isso é<br />

uma gran<strong>de</strong> validação <strong>de</strong> que<br />

nossa tecnologia funciona para<br />

levar mais leitores aos publishers,<br />

ajudá-los a usar dados<br />

para informar sua área <strong>de</strong> cobertura,<br />

monetizar seus portais<br />

e crescer. Sempre tivemos um<br />

relacionamento <strong>de</strong> mão dupla<br />

com os publishers - só crescemos<br />

se eles crescerem”, explicou<br />

Struzzi.<br />

Para ele, a relação entre<br />

empresa e publishers facilita o<br />

88 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


FABIOFAST


Fotos: Divulgação<br />

Dave Struzz: “Nossa tecnologia funciona para levar mais leitores aos publishers”<br />

trajeto até um público engajado<br />

e com potencial <strong>de</strong> compra,<br />

especialmente em um momento<br />

on<strong>de</strong> existem menos cookies<br />

e o público não é mais tolerante<br />

ao uso <strong>de</strong> suas informações<br />

pessoais para o direcionamento<br />

<strong>de</strong> conteúdo. “Os dados contextuais<br />

impulsionam a capacida<strong>de</strong><br />

dos anunciantes <strong>de</strong> serem<br />

bem-sucedidos, o que significa<br />

que a leitura está alinhada com<br />

o comportamento <strong>de</strong> compra”,<br />

completou o executivo.<br />

Na missão <strong>de</strong> alcançar cada<br />

vez mais anunciantes, a empresa<br />

passou a fazer investimentos<br />

em publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />

incluindo estratégias <strong>de</strong><br />

lances que, <strong>de</strong> acordo com Struzzi,<br />

ajudam os anunciantes a gerar<br />

cliques e conversões.<br />

A Taboola também está investindo<br />

em hea<strong>de</strong>r bidding.<br />

“Estamos trabalhando com<br />

inteligência artificial generativa<br />

que ajudará os anunciantes<br />

a escreverem manchetes mais<br />

criativas e atraentes, até mesmo<br />

para gerar novas imagens<br />

do zero. Já com hea<strong>de</strong>r bidding,<br />

ele é uma das maneiras <strong>de</strong><br />

expandirmos para além <strong>de</strong><br />

nossos posicionamentos tradicionais<br />

e continuarmos a crescer<br />

nossa participação na web<br />

aberta, que estimamos ser um<br />

mercado publicitário <strong>de</strong> R$ 350<br />

bilhões e ainda dominado por<br />

anúncios <strong>de</strong> display”, explicou<br />

o executivo.<br />

Já com o foco <strong>de</strong> ajudar os<br />

anunciantes a alcançarem o<br />

público, Struzzi <strong>de</strong>stacou as técnicas<br />

<strong>de</strong> mapeamento <strong>de</strong> audiência<br />

utilizando dados first-party<br />

dos sites. Segundo ele, essas<br />

ferramentas ajudam a enten<strong>de</strong>r<br />

o comportamento e interesses<br />

dos usuários e criar perfis mais<br />

certeiros. “Também usamos<br />

“Oferecer<br />

tecnologia que<br />

não <strong>de</strong>penda <strong>de</strong><br />

cookies e seja<br />

privacy-friendly<br />

é uma gran<strong>de</strong><br />

vantagem”<br />

dados <strong>de</strong> terceiros confiáveis,<br />

como provedores <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong> segmentação <strong>de</strong> audiência,<br />

para complementar os próprios<br />

dados <strong>de</strong> primeira parte e criar<br />

uma visão mais abrangente dos<br />

usuários. Usando esses dados,<br />

po<strong>de</strong>mos segmentar o público<br />

com base em uma varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fatores, incluindo localização<br />

geográfica, interesses, comportamento<br />

<strong>de</strong> navegação na<br />

web e muito mais”, encerrou o<br />

executivo.<br />

Lilian Prado: “Objetivo é gerar insights que aju<strong>de</strong>m os clientes na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”<br />

TELAS<br />

A ShowHeroes Brasil afirma<br />

que conta com uma reputação<br />

baseada na sustentabilida<strong>de</strong> do<br />

serviço prestado e, <strong>de</strong> acordo<br />

com Lilian Prado, country manager<br />

da empresa, a estratégia<br />

está fundamentada no “Better<br />

Media Framework”. “É um direcionamento<br />

que criamos para<br />

todas as nossas operações, com<br />

o compromisso <strong>de</strong> fazer com<br />

que os negócios aconteçam em<br />

equilíbrio entre pessoas, planeta<br />

e lucro. No geral, quatro<br />

pilares permeiam toda a ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> valor do nosso negócio, sendo<br />

eles mídia sustentável, ética<br />

<strong>de</strong> dados, pegada ambiental e<br />

diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong> e inclusão”,<br />

explicou a executiva.<br />

Com uma oferta que combina<br />

diversos tipos <strong>de</strong> tela, como<br />

<strong>de</strong>sktop, mobile e TV Conectada,<br />

Lilian explicou que a Show-<br />

Heroes tem como foco não só<br />

levar um bom resultado para os<br />

clientes, mas também apresentar<br />

dados que gerem insights<br />

que os aju<strong>de</strong>m nas tomadas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão para os próximos passos.<br />

Segundo a executiva, no<br />

Brasil, a empresa já impactou<br />

mensalmente mais <strong>de</strong> 102 milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas em <strong>de</strong>sktop e<br />

mobile e outras 64 milhões em<br />

TV Conectada.<br />

Em relação aos meios tecnológicos<br />

utilizados pela empresa<br />

para atrair clientes, Taciana<br />

Rettore, diretora <strong>de</strong> operação<br />

da ShowHeroes, explicou que<br />

o foco da ferramenta Show-<br />

Heroes SemanticHero, usada<br />

por eles, é a privacida<strong>de</strong>. Segundo<br />

ela, as informações obtidas<br />

pelas análises <strong>de</strong> imagens, áudios<br />

e ví<strong>de</strong>os das notícias nos<br />

sites e publishers parceiros fazem<br />

com que sejam capazes <strong>de</strong><br />

selecionar o conteúdo publicitário<br />

mais a<strong>de</strong>quado.<br />

Para ela, o contexto gera relevância,<br />

resultando em um impacto<br />

direto no engajamento do<br />

usuário e da audiência em uma<br />

campanha.<br />

“Com as mudanças que vêm<br />

acontecendo e a crescente preocupação<br />

do mercado com privacida<strong>de</strong>,<br />

acreditamos que oferecer<br />

tecnologia que não <strong>de</strong>penda<br />

<strong>de</strong> cookies e seja privacy-friendly<br />

é uma gran<strong>de</strong> vantagem aos<br />

anunciantes para que possam<br />

seguir se conectando com a audiência<br />

correta, seja <strong>de</strong> forma<br />

direta ou por via <strong>de</strong> compra programática”,<br />

ressaltou Taciana.<br />

A executiva também explicou<br />

que outra ferramenta usada<br />

pela ShowHeroes é uma solução<br />

pensada para a medição <strong>de</strong><br />

atenção, oferecida através <strong>de</strong><br />

parcerias com empresas como<br />

A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> e Lumen Techonologies.<br />

Ainda em relação à missão<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, a empresa<br />

também faz uso da Green Media.<br />

“Ela é uma ferramenta on<strong>de</strong><br />

conseguimos registrar e reduzir<br />

o impacto do carbono no <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

produção e execução<br />

das campanhas, através<br />

<strong>de</strong> parcerias com plataformas<br />

que investem em projetos <strong>de</strong><br />

neutralização <strong>de</strong> carbono, como<br />

por exemplo a Scope3”, concluiu<br />

Taciana.<br />

Em um mercado <strong>de</strong> mudança<br />

constante, se adaptar é uma das<br />

principais características que<br />

uma empresa precisa ter para<br />

se manter relevante. No caso da<br />

Teads Brasil, a adaptação se tornou<br />

um fator crucial para que<br />

a relevância da empresa fosse<br />

mantida. “Buscamos constantemente<br />

inovar e nos adaptar<br />

às novas <strong>de</strong>mandas do mercado<br />

e, a partir disso, conseguimos<br />

apren<strong>de</strong>r, evoluir e inovar<br />

90 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

diariamente. Acreditamos que<br />

a reputação é um ciclo virtuoso<br />

que inicia com igualda<strong>de</strong><br />

no ambiente <strong>de</strong> trabalho, impulsionando<br />

o progresso da empresa<br />

e proporcionando benefícios<br />

para os nossos clientes”, afirmou<br />

Wilker Leal, data lead da<br />

Teads Brasil.<br />

Para o executivo, a empresa<br />

<strong>de</strong> mídia digital tem como uma<br />

<strong>de</strong> suas missões buscar resultados<br />

significativos e, para isso,<br />

é imprescindível que a equipe<br />

saiba trabalhar com os dados<br />

para compreen<strong>de</strong>r a audiência<br />

dos anunciantes que a procuram.<br />

“Na Teads, fomos pioneiros<br />

na segmentação contextual<br />

baseada em análise semântica<br />

dos conteúdos dos publishers,<br />

superando a simples associação<br />

<strong>de</strong> palavras-chave. Além disso,<br />

li<strong>de</strong>ramos a segmentação sem<br />

cookies graças à natureza do<br />

nosso negócio e à nossa priorização<br />

da privacida<strong>de</strong> dos dados<br />

pessoais”, ressaltou.<br />

O executivo falou da importância<br />

<strong>de</strong> um relacionamento<br />

honesto, íntegro e zeloso,<br />

que priorize a necessida<strong>de</strong> dos<br />

clientes, uma vez que “quando<br />

eles ganham, nós também somos<br />

beneficiados”.<br />

Com um ecossistema <strong>de</strong><br />

dados fragmentado, a Teads<br />

trabalha com estudo e mapeamento<br />

para que os anunciantes<br />

atinjam o público cada vez <strong>de</strong><br />

forma mais certeira. “Diante<br />

<strong>de</strong>ssa questão, enten<strong>de</strong>mos que<br />

o estudo e o mapeamento precisam<br />

<strong>de</strong> atenção e <strong>de</strong>dicação, por<br />

isso, aqui na Teads, as soluções<br />

<strong>de</strong> dados e a segmentação são<br />

feitas <strong>de</strong> forma simples, precisas,<br />

eficazes e sustentáveis,<br />

priorizando a privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dados”, finalizou Leal.<br />

Marcelo Pincherle: “Cliente é o último guardião do valor da marca”<br />

“A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

processamento das<br />

soluções cresceu<br />

enormemente,<br />

mas o toque<br />

humano ainda<br />

é necessário”<br />

A Taboola, por exemplo, trabalha com publishers como Terra, Metrópoles, Folha <strong>de</strong> S.Paulo, RBS, Editora Globo, IG e CNN<br />

Fotos: Divulgação<br />

SOLUÇÕES CRIATIVAS<br />

No mercado há 12 anos, a GDB<br />

também é uma das empresas <strong>de</strong><br />

mídia programática que usou<br />

da adaptação dos tempos para<br />

se manter relevante ao mercado<br />

e, para Marcelo Pincherle,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> operações<br />

da empresa, foram inúmeras<br />

as mudanças, revoluções e recomeços,<br />

em um cenário que<br />

constantemente <strong>de</strong>safiava os<br />

anunciantes e as agências.<br />

Dito isso, as evoluções também<br />

foram acompanhadas das<br />

tecnologias e ferramentas utilizadas<br />

para alcançar as metas,<br />

sejam elas da própria empresa<br />

quanto dos anunciantes e clientes.<br />

Apesar disso, Pincherle<br />

garantiu que, por mais tecnológico<br />

que o mercado esteja, o<br />

toque humano ainda é necessário<br />

para um trabalho bem feito<br />

e, por isso, o executivo garantiu<br />

que compreen<strong>de</strong>r os valores e<br />

oferecer soluções criativas para<br />

equilibrar as variáveis é o que<br />

tem sido a “receita <strong>de</strong> sucesso”.<br />

“A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento<br />

das soluções cresceu<br />

enormemente, mas o toque humano<br />

ainda é necessário para<br />

compreen<strong>de</strong>rmos se as <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>de</strong> otimizações estão em linha<br />

com os territórios que as marcas<br />

querem ocupar e se, acima <strong>de</strong><br />

tudo, os valores pelos quais as<br />

marcas prezam estão sendo respeitados.<br />

Existem, por exemplo,<br />

inventários que po<strong>de</strong>m<br />

trazer mais cliques ou ‘forçar’ o<br />

usuário a assistir um ví<strong>de</strong>o completo,<br />

aumentando as métricas<br />

<strong>de</strong> CTR ou VTR, mas a um custo<br />

gigantesco para a reputação das<br />

marcas”, explicou o executivo.<br />

Já sobre as relações com os<br />

anunciantes, ele <strong>de</strong>stacou a importância<br />

<strong>de</strong> manter a proximida<strong>de</strong>,<br />

uma vez que o cliente, nas<br />

palavras <strong>de</strong>le, é o “último guardião<br />

dos valores das marcas” e,<br />

por isso, para manter uma boa<br />

sintonia, é necessário investimento,<br />

tempo e energia, coisas<br />

que não po<strong>de</strong>m ser ignoradas na<br />

execução da mídia programática.<br />

“Compreen<strong>de</strong>r os reais objetivos,<br />

as sutilezas dos contextos<br />

e a profundida<strong>de</strong> das polices é<br />

fundamental para a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> territórios e, consequentemente,<br />

da otimização das campanhas”,<br />

ressaltou Pincherle.<br />

Para garantir que a mensagem<br />

chegue a quem <strong>de</strong>ve chegar,<br />

a GDB pe<strong>de</strong> para que os<br />

anunciantes preencham um<br />

extenso formulário, on<strong>de</strong> será<br />

possível mapear os valores da<br />

marca, contextos em que ela<br />

quer estar inserida, políticas<br />

importantes para a empresa e<br />

objetivos <strong>de</strong> negócio.<br />

De acordo com o executivo, é<br />

a partir <strong>de</strong>sse cruzamento que a<br />

empresa <strong>de</strong>senvolve os private<br />

networks, com um inventário<br />

que passa por uma curadoria<br />

que garante a<strong>de</strong>rência entre todos<br />

os pontos fornecidos pelo<br />

cliente. Além disso, a empresa<br />

também faz o uso <strong>de</strong> tecnologias<br />

antifrau<strong>de</strong>s, brand safety e<br />

algoritmos <strong>de</strong> otimização para<br />

garantir uma boa entrega, com<br />

um bom uso <strong>de</strong> recursos.<br />

“Dessa forma, nosso valor<br />

não está apenas em ‘comprar<br />

melhor’ a mídia programática,<br />

mas, sim, em preservar o<br />

verda<strong>de</strong>iro valor das marcas e<br />

ajudá-las a construir uma história<br />

baseada nos princípios por<br />

elas estabelecidos e com total<br />

transparência”, concluiu o vice-<br />

-presi<strong>de</strong>nte.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 91


propmark 58 Anos<br />

Crédito<br />

O negócio do futuro<br />

Marcelo Rech<br />

é presi<strong>de</strong>nte-executivo da Associação<br />

Nacional <strong>de</strong> Jornais (ANJ)<br />

presi<strong>de</strong>nte@anj.org.br<br />

Marcelo Rech<br />

Você faz um planejamento meticuloso<br />

para a sua empresa. Contrata consultores<br />

para tentar antever os anos<br />

à frente e se antecipar à corrente e à concorrência,<br />

i<strong>de</strong>ntifica tendências, inova processos,<br />

cria produtos para aten<strong>de</strong>r às novas<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> clientes e adapta os atuais<br />

para não per<strong>de</strong>r o prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>. Além<br />

das curvas <strong>de</strong> receita, você tem um olho<br />

grudado nos custos, nas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

fazer mais com o mesmo e manter a empresa<br />

ágil e atenta para as oscilações e janelas<br />

<strong>de</strong> mercado.<br />

Você faz tudo direitinho, melhor mesmo<br />

que o by the book dos concorrentes, mas<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> lado um <strong>de</strong>talhe: você não sabe<br />

como e on<strong>de</strong> a sua marca anda aparecendo,<br />

com quem ela anda saindo, porque, caso<br />

você não saiba, a publicida<strong>de</strong> programática<br />

também prega surpresas bem <strong>de</strong>sagradáveis.<br />

De uma hora para a outra, aquela<br />

marca que você tanto acalentou está no<br />

centro <strong>de</strong> uma controvérsia, ornamentando<br />

conteúdos <strong>de</strong> teor fascista e radical, endossando<br />

pseudoinfluenciadores que nada<br />

mais são que ventríloquos <strong>de</strong> interesses escusos<br />

cuja credibilida<strong>de</strong>, ou melhor, a falta<br />

<strong>de</strong>la, transborda para aqueles que estão ali<br />

bancando a baixaria, a fake news, o <strong>de</strong>srespeito<br />

e a incivilida<strong>de</strong>.<br />

O engano custa caro e, não raro,<br />

cobra seu quinhão por algo que não se encontra<br />

na esquina. Confiança é a matéria-<br />

-prima mais <strong>de</strong>sejada, necessária e custosa<br />

do presente. É, na realida<strong>de</strong>, o negócio do<br />

futuro. Confiança está para as empresas<br />

como a eletricida<strong>de</strong>, a inteligência artificial<br />

e o 5G estão para o transporte. É aposta certa,<br />

sem erro, se adotada uma cautela básica:<br />

segurança. Um aci<strong>de</strong>nte com veículo autônomo<br />

corrói a credibilida<strong>de</strong> do meio. Um<br />

<strong>de</strong>sastre com uma marca mal posicionada<br />

também ero<strong>de</strong> anos <strong>de</strong> dura e pacienciosa<br />

construção.<br />

O jornalismo profissional está, como talvez<br />

nenhum outro ramo da economia, no<br />

negócio da confiança. O jornalismo não<br />

acerta sempre, mas, como a medicina, não<br />

vive <strong>de</strong> erro. O negócio da <strong>de</strong>sinformação,<br />

esse que polui a internet e as re<strong>de</strong>s sociais<br />

hoje, esse sim vive do erro, e leva <strong>de</strong> roldão<br />

as marcas que acham que estão inovando ao<br />

se aventurar por novos territórios que, na<br />

prática, são esgotos digitais.<br />

Agências <strong>de</strong> propaganda, veículos <strong>de</strong><br />

comunicação e o jornalismo profissional<br />

mudaram muito nos últimos anos. Os jornais,<br />

recor<strong>de</strong>-se, são pioneiros da disrupção:<br />

foram os primeiros atingidos pela onda<br />

inicial da internet, quando alguns ainda a<br />

chamavam <strong>de</strong> World Wi<strong>de</strong> Web, há mais <strong>de</strong><br />

um quarto <strong>de</strong> século. Só agora, bancos tradicionais<br />

e varejo estão enfrentando o que<br />

vimos lá atrás. Primeiros a serem atingidos,<br />

os jornais também se reinventaram primeiro.<br />

Hoje são um porto seguro <strong>de</strong> comunicação<br />

360 graus, da informação rápida no celular<br />

<strong>de</strong> manhã ao lean back da leitura mais<br />

aprofundada do início da noite. Muitos ainda<br />

têm e seguirão tendo edições impressas,<br />

porque são convenientes e focos <strong>de</strong> concentração<br />

em um mundo dispersivo. Mas papel<br />

não é mais sinônimo <strong>de</strong> jornal.<br />

Agora, jornais são sinônimo <strong>de</strong> confiança,<br />

<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> posicionamento<br />

institucional para quem precisa convencer<br />

<strong>de</strong> que seu negócio não é mais uma fake<br />

news ou um phishing tentando enganar os<br />

consumidores. Quando o propmark festeja<br />

seus sólidos 58 anos, não se po<strong>de</strong> esquecer<br />

também que credibilida<strong>de</strong> não se constrói<br />

<strong>de</strong> ontem para hoje. Reputação, como todo<br />

mundo sabe, leva anos para se construir e<br />

dois minutos para se <strong>de</strong>struir. Tempo, confiança<br />

testada, credibilida<strong>de</strong>, experiência – e<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reinvenção, inovação e adaptação<br />

– são as matérias-primas <strong>de</strong>ste novo<br />

mundo caótico. É o que nós, jornais, temos,<br />

mo<strong>de</strong>stamente, a oferecer e, junto com o<br />

aniversário do propmark, a celebrar.<br />

92 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


parabéns propmark!<br />

58 anos valorizando a COMUNICAÇÃO<br />

CO₂<br />

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papel e carbono<br />

O papel das revistas e jornais vem <strong>de</strong> árvores cultivadas.<br />

Elas sequestram carbono da atmosfera ajudando a combater<br />

as mudanças climáticas. Uma ótima notícia para os leitores!<br />

Depois <strong>de</strong> ler, compartilhe e recicle.<br />

Descubra incríveis<br />

histórias sobre a<br />

pegada ambiental<br />

do papel<br />

®<br />

lovepaper.org.br


propmark 58 Anos<br />

Freepik<br />

Mídia out of home tem se tornado parte<br />

fundamental da construção <strong>de</strong> marcas<br />

De acordo com ranking do Cenp-Meios, o OOH foi um dos setores<br />

que mais receberam investimento <strong>de</strong> agências: crescimento <strong>de</strong> 1,6%<br />

Vinícius Novaes<br />

Se você tem menos <strong>de</strong> 20 anos certamente não<br />

se lembra <strong>de</strong> como eram as cida<strong>de</strong>s, sobretudo<br />

a capital paulista, antes da Lei Cida<strong>de</strong><br />

Limpa: outdoors <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> tamanhos variados<br />

– longe ainda <strong>de</strong> uma padronização –, colocados<br />

<strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada à margem <strong>de</strong> avenidas,<br />

ruas, rodovias. On<strong>de</strong> fosse possível fixar uma<br />

estrutura, muitas vezes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, estava ali a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma marca.<br />

O cenário, no entanto, começou a mudar quando,<br />

em 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006, os vereadores<br />

paulistanos aprovaram a Lei 14.<strong>22</strong>3, a Lei Cida<strong>de</strong><br />

Limpa. Com isso, a publicida<strong>de</strong> foi retirada dos<br />

espaços públicos e os outdoors, proibidos. Além<br />

disso, a lei também regrou a permanência <strong>de</strong><br />

anúncios indicativos, cujo tamanho era <strong>de</strong> 4 metros<br />

quadrados.<br />

Nesse período, a Comissão <strong>de</strong> Proteção à Paisagem<br />

Urbana produziu resoluções normativas<br />

com o objetivo <strong>de</strong> esclarecer dúvidas e casos<br />

omissos <strong>de</strong> aplicação da lei, além <strong>de</strong> tornar os<br />

processos <strong>de</strong> aprovação eficientes. Em 2006, as<br />

exibidoras tiveram até <strong>de</strong>zembro daquele ano<br />

para retirar os outdoors, e outros tipos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

out of home, das ruas <strong>de</strong> São Paulo. A multa<br />

mínima, à época, para quem <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cesse à lei<br />

era <strong>de</strong> R$ 10 mil.<br />

Assim que a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa foi aprovada, o<br />

Sepex (Sindicato das Empresas <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />

Exterior <strong>de</strong> São Paulo) chegou a tentar barrar a<br />

nova lei na Justiça, sem êxito. De acordo com especialistas<br />

ouvidos pelo propmark na época, as<br />

estimativas davam conta <strong>de</strong> que o setor sofreria<br />

uma perda <strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> R$ 240 mil.<br />

Anos mais tar<strong>de</strong>, em 2017, outra lei (16.680) regulamentou<br />

a publicida<strong>de</strong> em mobiliários urbanos<br />

na capital. A legislação estabeleceu critérios<br />

para a exploração <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>s em abrigos <strong>de</strong><br />

ônibus, relógios digitais e bancas, entre outros.<br />

Também foram estabelecidas regras mais específicas<br />

para cada tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, como tamanho<br />

e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anúncios.<br />

Passados 16 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a Lei Cida<strong>de</strong> Limpa<br />

entrou em vigor, na capital paulista, o cenário<br />

<strong>de</strong> hoje é bem diferente – e não apenas visualmente<br />

falando. Atualmente, como informou o<br />

último ranking <strong>de</strong> investimentos do Cenp-Meios,<br />

o setor <strong>de</strong> mídia out of home foi um dos três que<br />

mais cresceram – o OOH teve um incremento <strong>de</strong><br />

1,6% em relação a 20<strong>22</strong>.<br />

Esse crescimento, no entanto, foi o primeiro<br />

após a pan<strong>de</strong>mia e o isolamento terem gerado sérias<br />

consequências para o setor. E os números dizem<br />

por si só: no comparativo entre 2019 e 2020,<br />

a queda amargada foi <strong>de</strong> 1,88%. Muito embora ao<br />

passo em que vida começasse a voltar ao normal,<br />

“O OOH tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conectar marcas<br />

e pessoas e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entregar<br />

cada vez mais oportunida<strong>de</strong>s aos<br />

parceiros em diferentes frentes”<br />

94 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Lucio Schnei<strong>de</strong>r, CMO da Eletromidia Silvia Ramazzotti, diretora <strong>de</strong> marketing da JCDecaux Famelli, da Streetwise: “Garantir a percepção <strong>de</strong> marca”<br />

mesmo timidamente, o setor foi respon<strong>de</strong>ndo.<br />

De 2020 para 2021, ainda houve uma<br />

queda, mas pequena: 0,05%, até chegar ao<br />

crescimento retratado no último documento<br />

divulgado pelo Cenp.<br />

Entretanto, mais do que números e cifras,<br />

a mídia out of home se tornou parte<br />

<strong>de</strong> qualquer estratégia, seja ela 360 ou não.<br />

Silvia Ramazzotti, diretora <strong>de</strong> marketing da<br />

JCDecaux Brasil, fala que o OOH faz parte<br />

da jornada do consumidor, o que é mostrado<br />

através <strong>de</strong> levantamentos e pesquisas<br />

dos institutos validadores. “Para adicionar<br />

valor nesse processo <strong>de</strong> branding dos mais<br />

diversos tipos <strong>de</strong> marcas e anunciantes, a<br />

JCDecaux investe fortemente em tecnologias<br />

para agregar cada vez mais inteligência<br />

e estratégia na compra <strong>de</strong> mídia”, conta.<br />

“Esse processo é o que está mudando a<br />

relação das marcas com o gran<strong>de</strong> público, e<br />

a percepção das pessoas em relação às marcas.<br />

Quando somamos esses fatores à força<br />

da mídia exterior, que é totalmente non-skippable,<br />

ainda ampliamos a assertivida<strong>de</strong><br />

das campanhas e criamos experiências reais<br />

<strong>de</strong> consumo, gerando dados que po<strong>de</strong>m<br />

ser analisados posteriormente ou em tempo<br />

real, contribuindo para a aceleração da evolução<br />

do OOH”, completa.<br />

Lucio Schnei<strong>de</strong>r, CMO da Eletromidia,<br />

afirma que o OOH é capaz <strong>de</strong> ‘furar bolhas’,<br />

o que explica – na visão <strong>de</strong>le – a ‘importante<br />

relevância’ para anunciantes alcançarem a<br />

audiência em um trajeto fora <strong>de</strong> casa. O executivo<br />

ainda cita a interação, qualida<strong>de</strong> da<br />

mídia out of home.<br />

“O OOH tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conectar marcas<br />

e pessoas e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entregar cada<br />

vez mais oportunida<strong>de</strong>s aos parceiros em<br />

diferentes frentes, com métricas assertivas,<br />

orientadas por dados e com entregas relevantes<br />

que auxiliam no processo <strong>de</strong> transformação<br />

da marca e transmissão <strong>de</strong> seus<br />

valores <strong>de</strong> forma a criar conexões com seus<br />

públicos por meio <strong>de</strong> experiências”.<br />

O diretor-comercial nacional <strong>de</strong> marketing<br />

da Clear Channel, Wlamir Lino, acredita<br />

que estar nas ruas é o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> muitas marcas.<br />

Ele cita o estudo da BrandZ, que revelou<br />

que nove das <strong>de</strong>z marcas mais valiosas<br />

“A mídia OOH po<strong>de</strong> ser<br />

utilizada para reforçar<br />

presença e aumentar<br />

reconhecimento”<br />

Lino, da Clear: estar nas ruas é objetivo das marcas<br />

contemplaram a mídia out of home em suas<br />

estratégias, no ano passado. “Essas características<br />

são fundamentais para manter a reputação<br />

<strong>de</strong> uma marca e reforçam o po<strong>de</strong>r<br />

da mídia out of home para a comunicação e<br />

branding”, afirma.<br />

Em relação à segurança, garante Lino, o<br />

OOH é uma mídia que oferece menos riscos,<br />

mas ainda assim é preciso ter os cuidados<br />

necessários com os conteúdos. “Temos mais<br />

<strong>de</strong> 100 anos <strong>de</strong> atuação no mercado <strong>de</strong> mídia,<br />

<strong>22</strong> <strong>de</strong>les no Brasil, e esse repertório nos<br />

permitiu muitos aprendizados e a<strong>de</strong>quação<br />

do fluxo <strong>de</strong> trabalho para garantirmos a segurança<br />

necessária para os clientes e para<br />

o público que nos acompanha diariamente<br />

nas cida<strong>de</strong>s do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Porto Alegre,<br />

Curitiba e Campinas”, diz.<br />

Leonardo Chebly, CEO da NEOOH, frisa<br />

que o meio OOH po<strong>de</strong> ser um caminho po<strong>de</strong>roso<br />

para auxiliar no processo <strong>de</strong> branding<br />

e reputação das marcas. Isso porque a<br />

mídia OOH oferece visibilida<strong>de</strong> constante e<br />

alcance amplo, além <strong>de</strong> possibilitar a criação<br />

<strong>de</strong> campanhas criativas e impactantes.<br />

“A mídia OOH po<strong>de</strong> ser utilizada para<br />

reforçar a presença da marca, aumentar o<br />

reconhecimento e os resultados dos anunciantes<br />

e criar associações positivas com o<br />

público”, afirma.<br />

E a rEputação?<br />

Players fundamentais para a estratégia<br />

<strong>maio</strong>r <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma marca, as<br />

empresas também têm cuidado com a<br />

sua reputação. Na Clear Channel, por exemplo,<br />

Wlamir Lino afirma que sabe da importância<br />

das marcas estarem em plataformas<br />

seguras e, por isso, “estamos vivendo muitas<br />

transformações na comunicação e essa<br />

é uma das nossas principais preocupações,<br />

proteger a nossa marca e as marcas dos nossos<br />

clientes”.<br />

Já para Eduardo Mantegazza, CEO da RZK<br />

Digital, o cuidado com a reputação das marcas<br />

é algo fundamental. Portanto, ele continua,<br />

o conteúdo das telas é escolhido com<br />

cuidado entre parceiros selecionados. “Na<br />

RZK, mesmo uma campanha programática<br />

é segura, pois estamos em terminais <strong>de</strong><br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 95


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Marcus Moraes, CEO da Mu<strong>de</strong> Chebly: OOH é caminho no processo <strong>de</strong> branding Felipe Davis, CEO da OOH Brasil: cuidados nas soluções<br />

ônibus e nossa arquitetura <strong>de</strong> tecnologia<br />

usa os mais altos padrões <strong>de</strong> segurança,<br />

isto é, a mesma tecnologia usada por empresas<br />

<strong>de</strong> mídia que operam em Nova York<br />

ou Londres. Além disso, temos uma política<br />

<strong>de</strong> transparência <strong>de</strong> dados e informações<br />

que nos tornam críveis e ajudaram na nossa<br />

construção e posicionamento <strong>de</strong> marca”.<br />

Marcus Moraes, CEO da Mu<strong>de</strong>, afirma que<br />

a empresa evoluiu com as ativida<strong>de</strong>s e focou<br />

tanto no OOH quanto no DOOH. “Então, trabalhamos<br />

nossa reputação enfatizando que<br />

somos uma empresa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar,<br />

com mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mídia e patrocínios como<br />

forma <strong>de</strong> operação e entrega <strong>de</strong> nossa proposta<br />

<strong>de</strong> valor”, conta.<br />

Felipe Davis, CEO da OOH Brasil (antiga<br />

PAD), fala que a empresa preza pelo cuidado<br />

nas suas soluções. “Uma característica<br />

importante, que diz respeito à segurança do<br />

investimento dos clientes, é que em todas<br />

nossas praças <strong>de</strong> atuação o IVC (Instituto<br />

Verificador <strong>de</strong> Circulação) garante as métricas<br />

<strong>de</strong> exibições contratadas, assim como<br />

nossas plataformas <strong>de</strong> controle realtime das<br />

inserções. Qualquer contratempo <strong>de</strong>vido a<br />

possíveis falhas <strong>de</strong> tecnologia é resolvido <strong>de</strong><br />

forma quase imediata pela equipe <strong>de</strong> manutenção<br />

– que é 100% internalizada, diferentemente<br />

<strong>de</strong> outros players do mercado.”<br />

Na Streetwise, reputação é vista como<br />

um processo que exige atenção, consistência<br />

e coerência. Para o cofundador e<br />

COO Rodrigo Famelli, condições essas<br />

que precisam estar muito bem inseridas<br />

no dia a dia da companhia. “Outro ponto<br />

importante é garantir que a percepção da<br />

sua marca foi compreendida por toda a ca<strong>de</strong>ia:<br />

clientes, colaboradores e fornecedores.<br />

Um erro comum que vai influenciar na<br />

sua reputação é focar apenas no cliente final<br />

e não assegurar uma boa comunicação<br />

interna ou com parceiros.”<br />

Lucio Schnei<strong>de</strong>r, da Eletromidia, acredita<br />

que a percepção que os outros têm sobre sua<br />

marca é um ponto muito importante para se<br />

ter uma boa reputação no mercado. E isso,<br />

acrescenta, engloba todos os públicos-alvo<br />

da empresa, como funcionários, investidores,<br />

fornecedores, comunida<strong>de</strong>, clientes,<br />

“A construção da<br />

reputação é um processo<br />

contínuo e requer<br />

atenção constante”<br />

Cristiano Tassinari, co-CEO da Retail Media<br />

parceiros e qualquer público que tenha algum<br />

relacionamento com a companhia.<br />

“Por isso, é importante pensar sobre a<br />

imagem da marca <strong>de</strong> maneira estratégica.<br />

Cada vez mais as empresas precisam ir além<br />

dos resultados financeiros e alinhar os negócios<br />

às melhores práticas socioambientais e<br />

<strong>de</strong> governança. Essas questões são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

relevância na socieda<strong>de</strong> e a Eletromidia<br />

tem trabalhado nesse sentido, colaborando<br />

nessa transformação, uma vez que faz parte<br />

da jornada diária da população.”<br />

Outro ponto importante elencado por<br />

Schnei<strong>de</strong>r são as iniciativas ESG, cruciais<br />

no seu enten<strong>de</strong>r para a construção <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> ‘menos <strong>de</strong>sigual’. “Contribuir e<br />

exercer um papel importante em causas significativas,<br />

em que po<strong>de</strong>mos ajudar as comunida<strong>de</strong>s<br />

a obterem acesso a informações<br />

relevantes que têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar<br />

suas vidas. Outro ponto é pensar em iniciativas<br />

<strong>de</strong> inclusão e diversida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>monstram<br />

o compromisso com a socieda<strong>de</strong> como<br />

um todo”, falou.<br />

Por sua vez, Eduardo Mantegazza, CEO<br />

da RZK Digital, afirma que para construir<br />

uma boa reputação no mercado é necessário<br />

focar na qualida<strong>de</strong> dos serviços e dos<br />

produtos. “Além <strong>de</strong> se comunicar <strong>de</strong> forma<br />

transparente, oferecer suporte e pós-venda<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ao cliente, estar atento às tendências<br />

do mercado, investir em marketing<br />

e manter uma presença ativa nas discussões<br />

da nossa indústria. Vale lembrar que a construção<br />

<strong>de</strong> uma boa reputação é um processo<br />

contínuo e requer atenção constante às necessida<strong>de</strong>s<br />

e expectativas dos clientes.”<br />

Cristiano Tassinari, co-CEO da Retail Media,<br />

vê que a reputação é muito mais do que<br />

‘somente a imagem da marca’. “Para construí-la<br />

é necessário trabalhar com transparência<br />

e assumir uma postura autêntica e<br />

coerente com o seu público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o interno<br />

até fornecedores, parceiros e clientes”, diz.<br />

Brand safEty<br />

É certo que, em tempos <strong>de</strong> brand safety,<br />

é cada vez <strong>maio</strong>r a preocupação dos anunciantes<br />

em escolherem com <strong>maio</strong>r rigor em<br />

quais mídias suas campanhas serão veicu-<br />

96 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

Da Lei Cida<strong>de</strong> Limpa, aprovada em 2006, até os dias atuais, OOH passou por transformações, sobretudo em SP: meio é um dos que mais crescem, segundo ranking do Cenp-Meios<br />

ladas. Mas como a mídia out of home po<strong>de</strong><br />

contribuir com isso? Leonardo Chebly, da<br />

NEOOH, afirma que o setor possui justamente<br />

no brand safety o que consi<strong>de</strong>ra um<br />

<strong>de</strong> seus <strong>maio</strong>res diferenciais.<br />

Isso porque, <strong>de</strong> acordo com ele, o ambiente<br />

oferece às marcas um ambiente controlado<br />

e menos suscetível a conteúdo controverso<br />

ou ina<strong>de</strong>quado quando comparado<br />

a outras mídias digitais. “No OOH, as marcas<br />

veiculam seus anúncios nos locais certos,<br />

para as pessoas certas, no momento certo e<br />

sem a associação da imagem do anunciante<br />

a temas polêmicos, violentos ou impróprios,<br />

problemas comuns em outros meios<br />

<strong>de</strong> comunicação.”<br />

Segundo Silvia Ramazzotti, da JCDecaux<br />

Brasil, a boa reputação <strong>de</strong> uma marca é o<br />

que faz o consumidor ou tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

apostar, investir, confiar. “Para mim,<br />

uma profissional que vem diretamente do<br />

mercado digital, o OOH entra neste cenário<br />

como a melhor oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brand safety<br />

mesmo com tantas opções e formatos <strong>de</strong><br />

mídia”. Silvia fala que a rua é livre <strong>de</strong> muitos<br />

dos riscos em comparação com a internet,<br />

por exemplo.<br />

“Estar na rua é a garantia <strong>de</strong> que 100% da<br />

visibilida<strong>de</strong> da campanha é completamente<br />

humana, também não há como pular uma<br />

propaganda na mídia exterior. Quando menos<br />

se espera, a audiência já foi impactada.<br />

Para enten<strong>de</strong>r como é seguro investir no<br />

“No OOH, as marcas<br />

veiculam seus anúncios<br />

nos locais certos”<br />

OOH, basta imaginar as infinitas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> campanhas que po<strong>de</strong>m ser veiculadas<br />

nas ruas, metrôs e aeroportos <strong>de</strong> todo o<br />

Brasil”, afirma.<br />

Já Lucio Schnei<strong>de</strong>r <strong>de</strong>staca que o brand<br />

safety é um conceito muito importante na<br />

Eletromidia. “Dentro da nossa gra<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

programação, tanto o conteúdo editorial<br />

quanto a publicida<strong>de</strong> veiculada passam<br />

por controles <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> internos, seja<br />

pela nossa equipe <strong>de</strong> jornalistas, que faz<br />

a curadoria das notícias com nossos parceiros,<br />

quanto pelo time <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> da<br />

OPEC, responsável pelas publicações <strong>de</strong><br />

clientes e parceiros”, diz.<br />

Além disso, o executivo explica que<br />

a transformação digital do OOH permite<br />

um controle <strong>maio</strong>r das mensagens e<br />

campanhas por parte das marcas. “Nossos<br />

clientes po<strong>de</strong>m comprar, atualizar ou<br />

tirar do ar alguma campanha em tempo<br />

real <strong>de</strong> forma simplificada. Esse controle e<br />

o alcance permitem que as marcas se sintam<br />

mais seguras para comunicar alguma<br />

mensagem importante para a marca ou<br />

atualizar alguma mensagem que precise<br />

ser ajustada.”<br />

Cristiano Tassinari acrescenta que o ambiente<br />

do OOH não apresenta riscos, já que<br />

“existe um domínio <strong>de</strong> todo conteúdo que<br />

é publicado e a preocupação cada vez <strong>maio</strong>r<br />

com a segurança, principalmente relacionado<br />

ao digital OOH”.<br />

98 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Reputação é<br />

bom e eu gosto<br />

Mario D’Andrea<br />

é sócio-fundador da<br />

D’OM Soluções Improváveis<br />

mario@dom-solucoes.com<br />

Mario D’Andrea<br />

Vivemos a era das métricas e dos algoritmos.<br />

Nada contra, mas tudo isso passa a<br />

falsa sensação para muitas empresas que o<br />

investimento em imagem e reputação é algo<br />

secundário.<br />

Isso acontece porque reputação não é tão<br />

fácil <strong>de</strong> medir. Ainda bem.<br />

Eu me explico: reputação não é sobre<br />

quantida<strong>de</strong> – é sobre qualida<strong>de</strong>.<br />

Reputação <strong>de</strong> marca é como uma camada<br />

<strong>de</strong> “gordura” em confiança que a empresa<br />

conquista junto ao seu consumidor. Essa<br />

camada po<strong>de</strong> ser fundamental em momentos<br />

<strong>de</strong> crise.<br />

É como uma relação com aquele seu velho<br />

amigo <strong>de</strong> infância, que há décadas você<br />

se relaciona muito bem.<br />

De repente, ele comete um erro ou um ato<br />

falho. Você releva porque, afinal, são anos<br />

<strong>de</strong> bom relacionamento e confiança entre<br />

você e ele.<br />

Parece simples, como analogia. Mas na<br />

prática não é tão fácil assim conquistar essa<br />

“camada”.<br />

O consumidor hoje é cada vez mais influenciado<br />

em suas <strong>de</strong>cisões pelas ações reais<br />

das empresas, pela postura institucional<br />

das empresas. E, claro, comunicar isso da<br />

melhor forma e nos melhores lugares acrescenta<br />

muito na construção <strong>de</strong>ssa percepção.<br />

Por isso, vamos ser claros: as vantagens<br />

da mídia programática não po<strong>de</strong>m ser mais<br />

importantes que minha reputação.<br />

Brand safety não po<strong>de</strong> ser apenas um <strong>de</strong>sejo,<br />

tem <strong>de</strong> ser ponto <strong>de</strong> partida.<br />

Deveria ser o princípio básico na relação<br />

entre marcas e plataformas digitais.<br />

Mas a construção <strong>de</strong> reputação vai além<br />

<strong>de</strong>sse item.<br />

Ela é feita no dia a dia, com consistência,<br />

insistência e persistência no posicionamento<br />

e na comunicação.<br />

As métricas são apenas números. Importantes,<br />

claro. Mas não po<strong>de</strong>m ser as<br />

únicas formas <strong>de</strong> ver o mercado e o consumidor.<br />

Esse en<strong>de</strong>usamento dos dados e das planilhas<br />

<strong>de</strong> Excel me lembra a fábula da formiga<br />

e da cigarra. Sempre achei estranho se<br />

glorificar tanto o trabalho árduo da formiga<br />

e menosprezar o canto da cigarra. Cá entre<br />

nós: o trabalho da formiga ren<strong>de</strong>ria muito<br />

menos se não fosse a cigarra cantando e<br />

<strong>de</strong>ixando o dia mais leve – inclusive o dia da<br />

própria formiga.<br />

Voltando ao nosso mercado: me parece<br />

que tanto nas agências quanto nos <strong>de</strong>partamentos<br />

<strong>de</strong> marketing mais conectados<br />

com o mundo <strong>de</strong> hoje precisamos ter analíticos<br />

trabalhando ao lado <strong>de</strong> sociólogos; experts<br />

digitais ao lado <strong>de</strong> bons contadores <strong>de</strong><br />

histórias.<br />

E conexão traz reputação – lembram da<br />

tal “camada <strong>de</strong> confiança” que citei lá no<br />

começo?<br />

O brand safety é uma ferramenta potente,<br />

é claro, para ajudar na construção <strong>de</strong> reputação.<br />

Mas nossos <strong>de</strong>safios vão muito além <strong>de</strong><br />

ferramentas.<br />

Por um motivo simples e antigo. Os consumidores<br />

são pessoas. E pessoas têm sonhos,<br />

<strong>de</strong>sejos, medos. E, principalmente no<br />

mundo <strong>de</strong> hoje, pessoas mudam <strong>de</strong> opinião<br />

numa velocida<strong>de</strong> cada vez <strong>maio</strong>r.<br />

Enten<strong>de</strong>r a alma das pessoas e respon<strong>de</strong>r<br />

a esses sonhos e medos é garantia <strong>de</strong> reputação.<br />

E respon<strong>de</strong>r com ações reais e causar<br />

emoções conectam as pessoas com sua marca<br />

– nada mais.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 99


propmark 58 Anos<br />

Combater fake news tornou-se política<br />

estratégica para a mídia brasileira<br />

Veículos e plataformas <strong>de</strong> informação adotam cada vez mais práticas<br />

<strong>de</strong> brand safety para evitar a divulgação <strong>de</strong> informações falsas<br />

Reprodução<br />

A programação <strong>de</strong> jornalismo da TV Globo instituiu o quadro Fato ou Fake em seus telejornais para alertar os telespectadores sobre informações falsas divulgadas em re<strong>de</strong>s sociais<br />

Pedro Yves<br />

Em tempos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia e fake news, como o mercado <strong>de</strong> comunicação<br />

cuida da reputação <strong>de</strong> suas marcas? Ações <strong>de</strong> brand safety são<br />

cada vez mais exigidas dos veículos, pois é cada vez <strong>maio</strong>r a preocupação<br />

dos anunciantes em escolher com <strong>maio</strong>r rigor on<strong>de</strong> suas campanhas<br />

serão veiculadas. A busca por audiência agora está atrelada a conteúdo<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> porque sensacionalismo, fake news e anúncios atrelados<br />

a conteúdos impróprios têm preocupado os CMOS pelo po<strong>de</strong>r que têm <strong>de</strong><br />

manchar a reputação das marcas.<br />

Segundo o IAB Brasil - órgão especializado em <strong>de</strong>senvolver padrões técnicos<br />

e éticos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> digital -, a <strong>de</strong>finição do termo brand safety,<br />

“<strong>de</strong>screve as práticas que uma marca <strong>de</strong>ve adotar para que seus anúncios<br />

não sejam vinculados a ambientes inseguros e in<strong>de</strong>sejados”, e po<strong>de</strong> variar<br />

conforme o produto anunciado. De maneira geral, são consi<strong>de</strong>radas<br />

categorias sensíveis conteúdos relacionados a pirataria, pornografia, intolerância<br />

(sexual, racial, social ou religiosa) e notícias falsas, entre outros.<br />

Em artigo recente publicado no jornal O Globo, Washington Olivetto, um<br />

dos expoentes da propaganda brasileira <strong>de</strong> todos os tempos, alerta que, se<br />

a internet trouxe muita coisa boa, no outro extremo baixou sobre nós a<br />

“era das Trevas Digitais”. Nos dias <strong>de</strong> hoje, escreve ele, “tenta-se <strong>de</strong>struir<br />

o jornalismo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, chamando esse jornalismo <strong>de</strong> lixo. Confun<strong>de</strong>-<br />

-se o combate às notícias falsas com censura. Grosserias se repetem nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais, muitas vezes protegidas pela covardia do anonimato. Pessoas<br />

cometem gestos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scabida e constrangedora evasão <strong>de</strong> intimida<strong>de</strong> em<br />

Facebooks e Instagrans”.<br />

Diante <strong>de</strong>sse panorama um tanto sombrio, quais são as ações <strong>de</strong> brand<br />

safety adotadas pela mídia brasileira? O propmark lançou a questão para<br />

alguns dos principais veículos e plataformas <strong>de</strong> informação do nosso mercado.<br />

Leia a opinião <strong>de</strong>les nas páginas a seguir.<br />

É cada vez <strong>maio</strong>r a preocupação<br />

dos anunciantes em escolher<br />

com <strong>maio</strong>r rigor on<strong>de</strong> suas<br />

campanhas serão veiculadas<br />

100 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Propmarketingbest.<br />

Propmark, há 58 anos sendo o the best.<br />

Marketing Best. Tendência há 30 anos.


Manzar Feres<br />

diretora <strong>de</strong> negócios<br />

integrados<br />

em publicida<strong>de</strong> da Globo<br />

“A Globo é uma empresa brand safety em sua essência. Como companhia brasileira, temos um compromisso inegociável<br />

com o país atuando firmemente contra a <strong>de</strong>sinformação e oferecendo conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que gera impacto social e<br />

ajuda a socieda<strong>de</strong> a evoluir em assuntos urgentes e importantes. O conceito Ví<strong>de</strong>o Premium orienta nosso trabalho com<br />

o mercado publicitário e reforça o que nos faz únicos no Brasil: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar histórias <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, com curadoria<br />

bem cuidada, garantindo um ambiente seguro para os anunciantes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da plataforma em que ela<br />

acontece. Trabalho que ganhou muita escala com nossa jornada mediatech. Oferecemos ferramentas <strong>de</strong> brand suitability,<br />

com entregas contextualizadas e a<strong>de</strong>quadas às estratégias <strong>de</strong> negócios das marcas em projetos <strong>de</strong> comunicação na TV,<br />

plataformas digitais e streaming. Nossa busca constante por impulsionar o mercado brasileiro materializando tendências<br />

que movimentam o setor mundo afora nos permite criar soluções inovadoras para as marcas no Brasil. Em 20<strong>22</strong>, por<br />

exemplo, enquanto o mercado discutia a publicida<strong>de</strong> no streaming, a Globo não apenas já oferecia oportunida<strong>de</strong>s nos<br />

conteúdos do Globoplay como lançou soluções exclusivas, como o Globo DAI e o Pause Ads, que possibilitam a entrega<br />

<strong>de</strong> anúncios segmentados <strong>de</strong> maneira não intrusiva na experiência <strong>de</strong> consumo. Essa é uma oferta potencializada pelo<br />

rápido crescimento das TVs conectadas no Brasil, que hoje já estão presentes em mais <strong>de</strong> 50% das casas brasileiras e<br />

que têm na tela gran<strong>de</strong> da TV a <strong>maio</strong>r parcela do consumo <strong>de</strong> streaming. Também no ano passado, lançamos o GAMA,<br />

uma plataforma <strong>de</strong> mídia programática com a premissa <strong>de</strong> entregar estratégias <strong>de</strong> ativação e retargeting <strong>de</strong> campanhas<br />

em ambientes totalmente brand safety, tanto proprietários da Globo como <strong>de</strong> terceiros. Outra solução inovadora é o<br />

ORA, ferramenta <strong>de</strong> inteligência artificial capaz <strong>de</strong> mapear e propor oportunida<strong>de</strong>s para que marcas contextualizem<br />

suas mensagens à programação linear da TV aberta e por assinatura, garantindo alertas ágeis para atrelar campanhas às<br />

histórias acompanhadas por milhões <strong>de</strong> brasileiros todos os dias. Também usamos inteligência <strong>de</strong> dados para entrega <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> contextualizada em nossos portais. As matérias do g1, por exemplo, são interpretadas por algoritmos <strong>de</strong> NLP<br />

(Natural Language Processing) e categorizadas por territórios para uma oferta assertiva para as campanhas das marcas.”<br />

“Hoje, a reputação <strong>de</strong> uma marca é construída pela união entre cliente, consumidor e mídia. Está no DNA do brasileiro<br />

o apego pela TV, distribuída em 100% do território nacional e presente em milhões <strong>de</strong> lares. De um outro lado, sempre<br />

existiu uma gran<strong>de</strong> preocupação das marcas em estarem associadas a veículos <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>, que trabalhem os<br />

seus conteúdos e sua comunicação com a comunida<strong>de</strong> com serieda<strong>de</strong>. Na era das fake news, isso ganhou ainda mais<br />

força. Parte da estratégia do SBT consiste em criar uma proximida<strong>de</strong> com as marcas, não apenas no quesito confiança<br />

e proteção, mas também no aspecto <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma comunicação alinhada ao propósito dos anunciantes. Isso<br />

tem sido <strong>de</strong>senhado, da TV ao digital, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o product placement nas novelas e inputs em programas, até o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novos produtos em parceria com as marcas, sempre seguindo os três pilares que regem a emissora<br />

- família, diversão e informação -, nos certificando sempre <strong>de</strong> uma curadoria completa para que o conteúdo entregue<br />

seja integralmente brand safety, em todas as plataformas e formatos.”<br />

Priscila Stoliar<br />

head <strong>de</strong> marketing do SBT<br />

“A curadoria para levar à nossa audiência uma informação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sempre esteve no DNA do Estadão.<br />

A mensagem que transmitimos diariamente aos nossos públicos, em todas as plataformas, é submetida a<br />

um rigoroso método jornalístico e é isso que nos diferencia. O cuidado e o apuro técnico são extremamente<br />

relevantes e foram responsáveis pela construção <strong>de</strong> uma audiência sólida, reconhecida e cobiçada pelos<br />

nossos anunciantes e parceiros. Apresentar esse diferencial aos nossos parceiros é o que reforça a credibilida<strong>de</strong><br />

do Estadão, construída ao longo <strong>de</strong> décadas, multiplicando o valor daquilo que é transmitido.”<br />

Paulo Pessoa<br />

diretor-executivo do<br />

mercado anunciante<br />

do Estadão<br />

“O UOL apoia o jornalismo profissional e mantém uma equipe <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 400 pessoas, que tem a função <strong>de</strong><br />

informar o leitor seguindo um rigoroso processo <strong>de</strong> apuração e uma linha editorial baseada na isenção e na ética.<br />

Regularmente, o UOL promove campanhas com ampla distribuição contra as fake news, como a que foi realizada<br />

no último período eleitoral. O objetivo <strong>de</strong>ssas iniciativas é educar o público a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar notícias falsas e evitar<br />

que elas sejam passadas adiante. Nós também <strong>de</strong>senvolvemos o UOL Confere, uma iniciativa que promove a checagem<br />

e o esclarecimento <strong>de</strong> todo e qualquer fato. Além disso, fazemos parte também do Comprova, um projeto<br />

sem fins lucrativos formado por uma coligação <strong>de</strong> 43 veículos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> todas as regiões do Brasil para<br />

<strong>de</strong>scobrir e investigar informações enganosas, inventadas e <strong>de</strong>liberadamente falsas sobre políticas públicas compartilhadas<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais ou por aplicativos <strong>de</strong> mensagens. O nosso objetivo é orientar a audiência a buscar informações<br />

apuradas <strong>de</strong> forma segura, interrompendo o ciclo <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> fatos nocivos à socieda<strong>de</strong> e criando<br />

um ambiente cada vez mais favorável e saudável para os <strong>de</strong>bates sociais.”<br />

Paulo Samia<br />

CEO do UOL Conteúdo e<br />

Serviços<br />

102 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Alarico Naves<br />

superinten<strong>de</strong>nte-comercial<br />

multiplataforma<br />

do Grupo Record<br />

“O conceito brand safety tem ganhado força nos últimos anos. Sabemos que a reputação <strong>de</strong> uma marca é um ativo<br />

importante para qualquer empresa, por isso, existe uma preocupação mútua do Grupo Record em proporcionar um<br />

ambiente cada vez mais seguro aos nossos anunciantes. Atualmente o jornalismo é um dos gêneros mais assistidos<br />

pelo brasileiro na TV Aberta e por trás <strong>de</strong> todo esse conteúdo, na Record TV, existe um trabalho sério <strong>de</strong> curadoria<br />

que combate a fake news e leva informação apurada e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> aos nossos espectadores. Nos <strong>de</strong>mais formatos<br />

<strong>de</strong>ntro da nossa programação, investimos cada vez mais em ferramentas que nos aju<strong>de</strong>m a monitorar e nos antecipar,<br />

a qualquer tipo <strong>de</strong> situação, a exemplo do stilingue, uma ferramenta que faz o monitoramento prévio <strong>de</strong> tudo o que<br />

está sendo discutido nas re<strong>de</strong>s sociais sobre o nosso conteúdo, que nos auxilia <strong>de</strong> forma ágil em uma possível tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ou em um redirecionamento <strong>de</strong> ações. Em nossas plataformas online, como o portal R7.com, também<br />

utilizamos ferramentas que possam proporcionar um ambiente mais seguro às marcas. Por meio <strong>de</strong>ssas ferramentas é<br />

possível fazer alguns bloqueios, a fim <strong>de</strong> que uma <strong>de</strong>terminada campanha não seja veiculada próxima a um conteúdo<br />

impróprio ou ina<strong>de</strong>quado, que contenha <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> palavra-chave, ou mesmo, próximo a um conteúdo<br />

Hard News. Como um player multiplataforma, o Grupo Record vem investindo cada vez mais em ações e estratégias<br />

<strong>de</strong> brand safety, garantindo que a mensagem do nosso anunciante, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do canal escolhido, seja<br />

levada <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada aos nossos espectadores, sem que ela perca seu propósito.”<br />

“Costumo dizer que a Band conquistou o que toda marca sonha: a percepção positiva da sua imagem. Tá tudo na Band. A<br />

Band não para. Vocês mostram o que as outras cortam. Mas essa construção não foi <strong>de</strong> um dia para o outro. Ao longo dos<br />

seus 55 anos, a emissora abriu portas para profissionais realmente qualificados contarem histórias no jornalismo, no esporte<br />

e no entretenimento. De lá para cá, a Band mostra diariamente que tradição e inovação po<strong>de</strong>m, sim, andar lado a lado.<br />

Seja através dos formatos que apresenta ou dos executivos que trabalham na empresa. Veteranos experientes se misturam<br />

a jovens da geração Z para troca <strong>de</strong> percepções e ações. O jornalismo é o pilar que traz credibilida<strong>de</strong> e respeito ao Grupo<br />

Ban<strong>de</strong>irantes. A relação com a notícia e a responsabilida<strong>de</strong> pela informação checada e rechecada dão às marcas a tranquilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sentar-se à mesa para a construção <strong>de</strong> um case ou um anúncio tradicional no intervalo. A Band reinventou o<br />

formato <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate eleitoral; rejuvenesceu o público com uma transmissão diferenciada da Fórmula 1; investiu nos direitos<br />

<strong>de</strong> transmissão do Campeonato Carioca, da Série B do Campeonato Brasileiro, da NBA e do UFC; trouxe o Faustão <strong>de</strong> volta<br />

para casa; se consolidou como o <strong>maio</strong>r grupo <strong>de</strong> rádios da América Latina, com Nativa FM, Band FM, Rádio Ban<strong>de</strong>irantes e<br />

BandNews FM, espalhadas por todo o Brasil, e chega à décima edição do Masterchef com recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> anunciantes. Está no<br />

streaming com Bandplay e digital, diversificou o seu cardápio na TV fechada e não para <strong>de</strong> investir em tecnologia e pessoas.<br />

A credibilida<strong>de</strong> da emissora vem <strong>de</strong> forma orgânica. Como grupo <strong>de</strong> comunicação, temos a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educar<br />

nosso consumidor a não viralizar informações não confiáveis. Notícias falsas têm 70% mais chances <strong>de</strong> repercutir do que<br />

uma notícia verda<strong>de</strong>ira. Então, na dúvida, não compartilhe. O que é fake e o que é news, nós mostramos para você.”<br />

Viviane Groisman<br />

diretora <strong>de</strong> marketing do<br />

Grupo Ban<strong>de</strong>irantes <strong>de</strong><br />

Comunicação<br />

“A Antena 1 é um veículo <strong>de</strong> comunicação que leva lazer e entretenimento ao seu público. A música é algo onipresente<br />

no nosso dia a dia e a Antena 1 <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a importância <strong>de</strong> fazer essa conexão <strong>de</strong> forma tão especial. Nosso ouvinte<br />

é fiel e tem muita confiança em tudo o que consome em todas as nossas plataformas, e esta credibilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

muito valiosa, é algo que não abrimos mão. Por isso, a Antena 1 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre se posicionou <strong>de</strong> maneira bastante<br />

atenciosa na forma como chega a esse ouvinte, transmitindo leveza, qualida<strong>de</strong> e a certeza <strong>de</strong> um conteúdo atualizado,<br />

agradável e totalmente verda<strong>de</strong>iro. Todo nosso conteúdo editorial é checado e divulgado <strong>de</strong> forma real, que não<br />

agrida ou assuste o consumidor. Por exemplo, se um cantor faleceu, fazemos uma homenagem especial ao artista.<br />

Em relação às notícias <strong>de</strong> coronavírus, abordamos a vacinação, as inovações comprovadas da ciência para o combate<br />

à doença, e não números <strong>de</strong> vítimas ou tentativas questionáveis <strong>de</strong> cura. A Antena 1 é uma marca muito consolidada<br />

que por diretriz preza manter-se <strong>de</strong>sta forma e faz questão <strong>de</strong> levar essa característica aos clientes que cada vez mais<br />

compreen<strong>de</strong>m a importância em conectar sua marca a quem partilha dos mesmos valores e visões.”<br />

Katia Zaratin<br />

Santacroce (Zara)<br />

gerente-comercial da<br />

Rádio Antena 1<br />

“As marcas, reconhecendo o po<strong>de</strong>r, a força e a credibilida<strong>de</strong> da CNN Brasil, nos procuram ou para reforçar suas qualida<strong>de</strong>s<br />

ou para se <strong>de</strong>senvolverem junto ao nosso público, <strong>de</strong>cisores e formadores <strong>de</strong> opinião. Nossa audiência é muito<br />

relevante e, como temos um conteúdo baseado no fato, na verda<strong>de</strong> e sem fake news, somos fortemente reconhecidos<br />

como uma plataforma brand safety. No ano passado, fomos eleitos pela Kantar Ibope Media como o veículo <strong>de</strong> comunicação<br />

on<strong>de</strong> a audiência mais reconhece a excelente reputação dos clientes que estão em nossos breaks comerciais.”<br />

Mauricio Kotait<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte comercial<br />

da CNN Brasil<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 103


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

O que faz uma<br />

reputação forte?<br />

Raphael Ramos<br />

é diretor <strong>de</strong> conteúdo e influência da DOJO<br />

ryuri@dojo.do<br />

Raphael Ramos<br />

Estamos vivendo um gran<strong>de</strong> momento<br />

<strong>de</strong> mudanças nas dinâmicas das re<strong>de</strong>s<br />

sociais: as relações entre transmissor<br />

e receptor são cada vez mais estreitas, todos<br />

são potenciais criadores <strong>de</strong> conteúdo, e nossas<br />

re<strong>de</strong>s “sociais” já não são mais pontos<br />

<strong>de</strong> encontro, e sim hubs <strong>de</strong> entretenimento.<br />

Na era em que tudo é conteúdo, sua empresa<br />

não tem escolha, ela já faz parte da conversa.<br />

Em tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização das<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, elas não são mais unilaterais,<br />

mas, sim, um ecossistema complexo, formado<br />

por diferentes pontos <strong>de</strong> vista, sejam<br />

eles filmados, publicados ou comentados.<br />

Esse novo cenário oferece um mar <strong>de</strong><br />

possibilida<strong>de</strong>s: as conexões agora po<strong>de</strong>m<br />

partir <strong>de</strong> diferentes necessida<strong>de</strong>s, criando<br />

uma imagem projetada, ou seja, são os valores<br />

institucionais agora exponenciados<br />

pela visão do consumidor. O foco <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />

ser na marca ativa (não é ela mais quem dita<br />

o jogo) e sim nas comunida<strong>de</strong>s. É chegada a<br />

hora da escuta e da curadoria, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

quais são as óticas espontâneas que constroem<br />

uma reputação.<br />

Na nova or<strong>de</strong>m, as comunida<strong>de</strong>s precisam<br />

ser o nosso ponto focal. São elas os<br />

vetores <strong>de</strong> conversa e é por isso que, ao contrário<br />

do esperado, a febre <strong>de</strong> creators não<br />

só não diminuiu, mas emergiu com força.<br />

As cocriações com criadores e comunida<strong>de</strong><br />

têm ficado mais comuns e mostrando cada<br />

vez mais resultados, e as marcas agora emulam<br />

o conteúdo <strong>de</strong> maneira cada vez mais<br />

nativa.<br />

Toda essa pluralida<strong>de</strong> traz não só as<br />

oportunida<strong>de</strong>s, mas efeitos colaterais que<br />

merecem nossa atenção. Com diferentes<br />

perspectivas sendo publicadas e a necessida<strong>de</strong><br />

crescente <strong>de</strong> pauta, crescem também<br />

as fakes news, o sensacionalismo em <strong>de</strong>terminados<br />

assuntos e as associações impróprias<br />

– sejam nos conteúdos com creators<br />

ou mesmo da comunida<strong>de</strong>. Conteúdos esses<br />

que po<strong>de</strong>m só vir à tona quando o estrago já<br />

tiver dando sinais.<br />

I<strong>de</strong>ntificar a tempo esses pequenos incêndios<br />

tem sido um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios<br />

do mercado, já que na <strong>maio</strong>ria das vezes<br />

essa conversa começa em um espaço fora<br />

do campo <strong>de</strong> vista proprietário. Para hackear<br />

essa mecânica, é preciso escutar e nutrir<br />

essas comunida<strong>de</strong>s, um trabalho que foge<br />

um pouco da necessida<strong>de</strong> do resultado em<br />

curto prazo, a estratégia aqui é criar raízes e<br />

manter viva a conversa, alimentando os diferentes<br />

prismas que <strong>de</strong>vem construir juntos<br />

sua reputação.<br />

A i<strong>de</strong>ia não é evitar os diferentes pontos<br />

<strong>de</strong> vista, mas, sim, direcioná-los e atrelá-los<br />

aos valores da marca. Esses valores precisam<br />

ser cada vez mais claros e encarados<br />

com responsabilida<strong>de</strong>, não ficando restritos<br />

apenas aos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> cultura, mas<br />

envolvendo todas as disciplinas que compõem<br />

essa imagem institucional.<br />

As <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> uma companhia e como<br />

ela se anuncia são balizadores importantes<br />

do quão consistente ela é em seu discurso.<br />

Essa consistência é cobrada <strong>de</strong> acordo com<br />

as escolhas <strong>de</strong> meios e influenciadores.<br />

É importante olhar para o mercado, mas<br />

também para a socieda<strong>de</strong>, pois os anunciantes<br />

também têm responsabilida<strong>de</strong> sobre<br />

ela.<br />

O que faz uma reputação forte não é a<br />

pura neutralida<strong>de</strong>, e sim a autenticida<strong>de</strong><br />

em enten<strong>de</strong>r as órbitas sociais e como respon<strong>de</strong>r<br />

a essas questões. Esse é um tempo<br />

<strong>de</strong> provocações e levantar discussões não<br />

precisa ser sempre negativo, é importante<br />

inclusive para se mostrar presente e atual,<br />

principalmente quando elas são condizentes<br />

com seus valores.<br />

104 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Marcello Barbusci<br />

Para toda boa criação<br />

há uma referência.<br />

We transforme your dream<br />

Na<br />

em<br />

sua<br />

in realida<strong>de</strong> a reality<br />

impressão<br />

on no paper. papel.<br />

também.<br />

Nós transformamos seu sonho<br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

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propmark 58 Anos<br />

Live marketing propõe experiências nos<br />

eventos para gerar reputação às marcas<br />

Segmento tem boas expectativas para<br />

trazer novas soluções para as marcas nos<br />

eventos coletivos, como The Town, e nos<br />

criados para ativar conceitos e vendas<br />

Paulo Macedo<br />

O<br />

segmento <strong>de</strong> live marketing quase foi<br />

à lona durante a pan<strong>de</strong>mia. As soluções<br />

digitais, implementadas rapidamente,<br />

<strong>de</strong>ram fôlego a um mercado que<br />

já chegou a movimentar cerca <strong>de</strong> R$ 45 bilhões<br />

por ano e busca sua recuperação com<br />

o retorno dos eventos físicos.<br />

Locais que abrigam megaeventos, como<br />

o São Paulo Expo e o Anhembi, ambos em<br />

São Paulo; e o Riocentro, no Rio <strong>de</strong> Janeiro;<br />

estão com suas agendas sem espaço. Entre<br />

os gigantes, o Salão do Automóvel está sem<br />

perspectiva <strong>de</strong> retorno. Há quatro anos foi<br />

realizada a última edição e agora a entida<strong>de</strong><br />

do tra<strong>de</strong> das montadoras, a Anfavea (Associação<br />

Nacional dos Fabricantes <strong>de</strong> Veículos<br />

Automotores) estuda evento com soluções<br />

brasileiras harmonizadas com o meio ambiente,<br />

especialmente, <strong>de</strong>scarbonização.<br />

SoluçõeS e experiênciaS híbridaS<br />

“Ainda existem muitas dúvidas do governo,<br />

consumidores e <strong>de</strong> outros países sobre<br />

soluções que temos no Brasil para <strong>de</strong>scarbonizar<br />

a mobilida<strong>de</strong>. Temos peculiarida<strong>de</strong>s<br />

que outros países não têm e precisamos<br />

mostrar à socieda<strong>de</strong> as tecnologias disponíveis.<br />

Outro dia, me perguntaram por que<br />

não temos veículos híbridos no país e respondi<br />

que nossa indústria já produz a solução<br />

há muito tempo. Queremos fazer uma<br />

feira para <strong>de</strong>stacar essas tecnologias”, afirma<br />

Márcio <strong>de</strong> Lima Leite, presi<strong>de</strong>nte da Anfavea,<br />

em <strong>de</strong>poimento ao Automotive Now.<br />

“Montamos o squad<br />

perfeito para o The Town,<br />

com creators dos mais<br />

diversos segmentos”<br />

106 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


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Fotos: Divulgação<br />

Criação da Holding Clube por meio da Agência Samba, projeto para Coca-Cola teve proposta imersiva no Lollapalooza e foi ponto <strong>de</strong> encontro disputado na edição <strong>de</strong> <strong>2023</strong><br />

Até 2019, <strong>de</strong> acordo com dados do World<br />

Travel & Tourism Council, do Ministério<br />

do Turismo e da CNC (Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

do Comércio), a indústria <strong>de</strong> eventos<br />

envolvia mais <strong>de</strong> 50 setores da economia com<br />

receita bruta superior a R$ 930 bilhões e<br />

com um volume superior a dois milhões<br />

<strong>de</strong> empregos.<br />

A Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

informa que, em homenagem<br />

a Caio <strong>de</strong> Alcântara Machado, criador da<br />

Alcântara Machado Feiras e Eventos (hoje<br />

controlada pela alemã Reed Exhibitions), foi<br />

instituído o dia 30 <strong>de</strong> abril, data do seu nascimento,<br />

como dia do profissional <strong>de</strong> eventos.<br />

Justa homenagem!<br />

“Segundo a Ubrafe (União Brasileira <strong>de</strong><br />

Feiras e Eventos <strong>de</strong> Negócios), a expectativa<br />

para <strong>2023</strong> é que sejam realizados, pelo menos,<br />

1.500 eventos B2B <strong>de</strong> porte gran<strong>de</strong> ou<br />

mega durante o ano, em São Paulo. A entida<strong>de</strong><br />

estima receber uma média <strong>de</strong> quatro<br />

milhões <strong>de</strong> turistas <strong>de</strong> negócios somente<br />

nos eventos realizados nas principais ‘venues’<br />

da capital paulista. Consi<strong>de</strong>rando que<br />

cada turista <strong>de</strong>va passar em média três dias<br />

na capital e investir cerca <strong>de</strong> R$ 3,5 mil em<br />

transporte, alimentação e hotel, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo <strong>de</strong>verá ter neste ano um impacto<br />

<strong>de</strong> R$ 14 bilhões somente com o turismo <strong>de</strong><br />

negócios relacionados com os eventos B2B”,<br />

<strong>de</strong>staca a Ampro.<br />

A retomada dos gran<strong>de</strong>s eventos musicais<br />

garante às marcas oportunida<strong>de</strong>s para<br />

ativações e vendas nos espaços dos espetáculos.<br />

O Rock in Rio, por exemplo, como<br />

“São Paulo <strong>de</strong>verá ter um<br />

impacto <strong>de</strong> R$ 14 bilhões<br />

somente com o turismo<br />

<strong>de</strong> negócios”<br />

explicou a organização, teve público em<br />

20<strong>22</strong> <strong>de</strong> 700 mil pessoas que compraram ingressos<br />

e contribuiram para o faturamento<br />

<strong>de</strong> R$ 2 bilhões, mas com 300 artistas para<br />

assistir e 507 horas <strong>de</strong> conteúdo disponíveis.<br />

O stand da operadora TIM atraiu nas duas<br />

semanas do evento mais <strong>de</strong> 20 mil pessoas,<br />

que consumiram 133 terabytes <strong>de</strong> dados.<br />

O Itaú teve como objetivo no RIR interagir<br />

com a audiência jovem. Levou mais <strong>de</strong> 100<br />

creators, entre os quais o coletivo Digital Favela.<br />

No TikTok foram mais <strong>de</strong> 2,7 bilhões <strong>de</strong><br />

interações. O banco ofereceu em seu espaço<br />

coberto tomadas para carregar celular e,<br />

com apoio da agência Todos, uma concorrida<br />

roda-gigante.<br />

Os mesmos organizadores do RIR <strong>de</strong>sembarcam<br />

em São Paulo entre 2 e 10 <strong>de</strong> setembro<br />

no Autódromos <strong>de</strong> Interlagos com o The<br />

Town, com plano <strong>de</strong> propiciar novas experiências<br />

por meio <strong>de</strong> creators, como enfatiza<br />

a diretora <strong>de</strong> marketing Ana Deccache. “O<br />

The Town, assim como o irmão RIR, além <strong>de</strong><br />

incentivar as pessoas a sonharem junto com<br />

ele, também adora ver os fãs criando conteúdos<br />

em parceria com o festival. Assim que<br />

anunciamos o challenge, já era possível ver<br />

a animação do público. Ficamos muito felizes<br />

com o gran<strong>de</strong> engajamento e a forte interação<br />

das pessoas. Recebemos conteúdos<br />

fantásticos. Montamos o squad perfeito para<br />

o The Town, com creators dos mais diversos<br />

segmentos, com diferentes abordagens e<br />

formatos, que vão produzir materiais incríveis<br />

ao longo do ano e na Cida<strong>de</strong> da Música”,<br />

esclarece a executiva.<br />

108 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Tudo tem o seu<br />

tempo ou pelo<br />

menos <strong>de</strong>veria ter<br />

Marianna Souza<br />

é presi<strong>de</strong>nte da Apro (Associação Brasileira<br />

da Produção <strong>de</strong> Obras Audiovisuais)<br />

marianna@apro.org.br<br />

Marianna Souza<br />

Atualmente, consi<strong>de</strong>rando o momento<br />

que vivemos com os diversos<br />

avanços <strong>de</strong> ferramentas e tecnologias,<br />

nos vemos inundados e sobrecarregados<br />

<strong>de</strong> informações. Diariamente,<br />

recebemos uma avalanche <strong>de</strong> notícias,<br />

ví<strong>de</strong>os, imagens e stories, enfim, uma<br />

infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteúdos que dificultam<br />

cada vez mais a chance <strong>de</strong> uma marca ou<br />

creator se <strong>de</strong>stacar, exigindo <strong>de</strong>las mais<br />

singularida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong>.<br />

Porém, a sensação <strong>de</strong> que tudo precisa<br />

ser <strong>de</strong>senvolvido para ontem vem<br />

também com uma certa aflição, uma<br />

ânsia por criar, em tempo recor<strong>de</strong>, algo<br />

que cative os stakehol<strong>de</strong>rs. A rapi<strong>de</strong>z com<br />

que <strong>de</strong>sejamos isso nos leva a esquecer<br />

que as coisas que consumimos são efêmeras<br />

e vivemos em uma socieda<strong>de</strong> muito<br />

mais politizada, que está preocupada com<br />

questões sociais, políticas, ambientais e<br />

muitas outras que nos <strong>de</strong>spertam a consciência,<br />

inclusive para o po<strong>de</strong>r que o dinheiro<br />

tem.<br />

Mas o que isso quer dizer, afinal? Estamos<br />

mais perspicazes e atentos aos conteúdos<br />

sensacionalistas, às fake news e aos<br />

anúncios atrelados a conteúdos impróprios.<br />

Também prestamos mais atenção<br />

no que uma marca está fazendo para impactar<br />

positivamente, bem como quando<br />

ela comete algum erro que po<strong>de</strong> prejudicar<br />

a sua reputação.<br />

Nesse sentido, às vezes, as marcas se<br />

esquecem da importância <strong>de</strong> se respeitar<br />

o tempo <strong>de</strong> maturação das i<strong>de</strong>ias.<br />

Um tempo que <strong>de</strong>ve passar por um lugar<br />

<strong>de</strong> checagem <strong>de</strong> informações para compreen<strong>de</strong>r<br />

se ela está correta e se respeitou<br />

todas as questões éticas do processo. E<br />

tudo isso porque a ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o<br />

novo <strong>de</strong> forma rápida leva a uma pressa<br />

sem dimensão.<br />

A ânsia por causar um impacto com<br />

uma campanha ou uma i<strong>de</strong>ia genial po<strong>de</strong><br />

gerar <strong>de</strong>slizes em questões que hoje são<br />

fundamentais para a população. Quer<br />

um exemplo? Há casos <strong>de</strong> produtoras que<br />

são cobradas a aten<strong>de</strong>r um prazo <strong>de</strong> concorrência<br />

inexequível <strong>de</strong> um cliente, simplesmente<br />

porque eles “precisam” <strong>de</strong>vido<br />

a N questões que não cabem ser <strong>de</strong>talhadas<br />

aqui.<br />

Com isso, há uma pressão em cima dos<br />

profissionais <strong>de</strong> produção, que acabam<br />

trabalhando mais horas do que realmente<br />

<strong>de</strong>veriam para aten<strong>de</strong>r o cliente e não<br />

per<strong>de</strong>r o job. Hoje, existe uma convenção<br />

coletiva para cumprir, no máximo, 12 horas<br />

trabalhadas e, mesmo assim, apenas<br />

para “atingir uma missão”, o cliente acaba<br />

colocando uma equipe inteira em risco,<br />

expondo pessoas a situações <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

ao fazer com que elas trabalhem 17 horas<br />

ou 18 horas por dia em um set <strong>de</strong> filmagem,<br />

um ambiente consi<strong>de</strong>rado extremamente<br />

perigoso.<br />

Aqui é apenas um exemplo, mas é o tipo<br />

<strong>de</strong> questão que precisa sempre ser levada<br />

em consi<strong>de</strong>ração na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

um trabalho. Afinal, se algo <strong>de</strong>r errado, se<br />

acontecer o pior, é a reputação da marca<br />

que está em jogo, que vai para o ralo por<br />

não ter respeitado um acordo e exigir um<br />

serviço que <strong>de</strong>manda tempo e <strong>de</strong>dicação.<br />

Em suma, o que quero dizer é que as<br />

pessoas estão per<strong>de</strong>ndo a consciência sobre<br />

a importância <strong>de</strong> processar e amadurecer<br />

as i<strong>de</strong>ias. Seja uma campanha, um<br />

texto, um ví<strong>de</strong>o, ou qualquer outro tipo<br />

<strong>de</strong> conteúdo, é preciso <strong>de</strong> mais tempo do<br />

que tem sido nos dias <strong>de</strong> hoje, para que as<br />

i<strong>de</strong>ias sejam melhor <strong>de</strong>senvolvidas e com<br />

mais proprieda<strong>de</strong>.<br />

A ansieda<strong>de</strong>, muitas vezes, nos cega,<br />

mas precisamos apren<strong>de</strong>r que é analisando<br />

e dando o tempo certo às coisas que se<br />

constrói e se mantém uma reputação, seja<br />

ela <strong>de</strong> uma marca, uma empresa, um creator<br />

ou até mesmo <strong>de</strong> uma pessoa comum.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 109


propmark 58 Anos<br />

Todos ativa Itaú, Magalu e Movida<br />

em festivais musicais como Rock in Rio<br />

Os sócios Iron Neto e Ana Paula Pimentel fundaram a empresa em 2020<br />

com o tripé melhor custo, equipes sob <strong>de</strong>manda e olhar para pauta ESG<br />

Paulo Macedo<br />

Criada em 2020 pelos executivos Iron<br />

Neto e Ana Paula Pimentel com o plano<br />

<strong>de</strong> oferecer “o melhor custo, o melhor<br />

time e gran<strong>de</strong>s projetos”, a Todos chega<br />

ao terceiro ano celebrando o que chama<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo inédito <strong>de</strong> atuação no segmento<br />

<strong>de</strong> live marketing com pauta ESG. “É possível<br />

ser transparente, estar do mesmo lado<br />

da mesa que o cliente e ser bem-sucedido<br />

financeiramente com boas práticas. Somos<br />

o futuro do que está morrendo. Trabalhamos<br />

ao lado e pró cliente. Nossos clientes<br />

são aqueles que têm <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> transformação”,<br />

esclarecem.<br />

Com portfólio <strong>de</strong> negócios que inclui<br />

Itaú, Re<strong>de</strong>, Movida, Magalu e Cenp, a Todos<br />

tem postura global e <strong>de</strong>z funcionários fixos,<br />

mas monta equipes sob <strong>de</strong>manda para cada<br />

projeto. “Somos um hub criativo, especialista<br />

em provocações por meio <strong>de</strong> conteúdo<br />

transformador, conexões e experiências<br />

relevantes para as marcas e seus públicos.<br />

Com olhar próprio para inovação, tecnologia<br />

e artes, gestão rigorosa <strong>de</strong> projetos e importante<br />

referência em transparência e ética<br />

(empresa do sistema B), a Todos atua na<br />

criação, planejamento, realização e gestão<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> marketing e comunicação, nos<br />

mais diversos setores e em qualquer lugar<br />

do mundo”, diz Iron.<br />

“Temos um jeito próprio <strong>de</strong> trabalhar<br />

que tem sido amplamente aceito por nossos<br />

clientes, em sintonia com suas práticas<br />

<strong>de</strong> transparência e responsabilida<strong>de</strong>. Temos<br />

“O live acelera os<br />

batimentos, faz rir e<br />

chorar, causa paixão<br />

e emociona”<br />

110 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

A Todos preparou instalação para o Prêmio Walther Moreira Salles, criado com a intenção <strong>de</strong> incentivar projetos que fazem a diferença à comunida<strong>de</strong> do Itaú, ou Itubers<br />

equipes <strong>de</strong> talentos em todas as áreas que<br />

priorizam a criação <strong>de</strong> experiências focadas<br />

na emoção em função das mensagens das<br />

marcas. Esta habilida<strong>de</strong> criativa (sempre<br />

inovadora e <strong>de</strong> alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r),<br />

associada ao rigor da execução (<strong>de</strong>talhista,<br />

simples e <strong>de</strong> fácil implantação), tem sido os<br />

principais diferenciais da Todos, que encantam<br />

clientes e, claro, cada um dos públicos-<br />

-alvo”, acrescenta Iran.<br />

Entre as métricas <strong>de</strong> atuação da Todos<br />

estão ferramentas como pesquisas <strong>de</strong> satisfação,<br />

NPS, medição <strong>de</strong> engajamento e<br />

comentários positivos ou negativos, audiência<br />

presencial ou virtual. “Existem várias<br />

formas <strong>de</strong> se medir, mas nenhuma individualmente<br />

é indicada, o i<strong>de</strong>al é uma leitura<br />

mais abrangente para que, diante <strong>de</strong> vários<br />

indicadores, possamos ter uma leitura mais<br />

clara”, <strong>de</strong>stacam os sócios da Todos.<br />

Dessa forma, contribuem para a construção<br />

<strong>de</strong> reputação das marcas que aten<strong>de</strong>.<br />

“Não existe forma melhor <strong>de</strong> engajar do que<br />

o evento ao vivo, sendo online, presencial<br />

ou, como tem sido recorrente aqui na Todos,<br />

online e presencial. Veja a abertura <strong>de</strong><br />

portões <strong>de</strong> um Rock in Rio, as pessoas se ajoelham<br />

e beijam o chão daquele solo sagrado<br />

do rock, isso é live marketing, isso é <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>, é pura emoção que <strong>de</strong>ixa a porta<br />

aberta para ações a favor das marcas. Você já<br />

imaginou alguma campanha causar a emoção<br />

<strong>de</strong> uma abertura <strong>de</strong> show? De uma gran<strong>de</strong><br />

premiação? O live acelera os batimentos,<br />

faz rir e chorar, causa paixão e emociona,<br />

liga diretamente marcas ao que cada pessoa<br />

Os sócios Iron Neto e Ana Paula Pimentel propõem um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios para área <strong>de</strong> live marketing<br />

tem <strong>de</strong> mais seu. Este po<strong>de</strong>r não vejo em nenhuma<br />

outra forma <strong>de</strong> comunicação”, contextualiza<br />

Iron.<br />

Para pontuar como o live é fundamental<br />

para a reputação das marcas, Iron cita o Itaú<br />

como marca que sabe aproveitar os eventos<br />

musicais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011, entre os quais o Rock<br />

in Rio. “O Itaú, que é um banco, conecta-se<br />

com o público jovem em festivais <strong>de</strong> música.<br />

Isso é construção <strong>de</strong> imagem e <strong>de</strong> clientes<br />

futuros. Pense bem: por que um banco<br />

estaria em um festival <strong>de</strong> música? E te respondo:<br />

este banco está entre as marcas mais<br />

lembradas e queridas pelo público há várias<br />

edições”, <strong>de</strong>staca Iron, que também cita a<br />

Movida. “Ela enten<strong>de</strong>u que tinha <strong>de</strong> se conectar<br />

com seu público em potencial, a geração<br />

Z, que não quer comprar carros, mas<br />

quer viajar e ter boas experiências. Estar em<br />

festivais a ajuda a se conectar com esse público<br />

jovem, trazendo as vantagens da neutralização<br />

e dos carros elétricos.”<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 111


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

A experiência da marca<br />

é a própria marca que<br />

se <strong>de</strong>ixa no mundo<br />

Marcelo Bicudo<br />

é sócio e CEO da Design Bridge<br />

and Partners no Brasil<br />

marcelo.Bicudo@superunion.com<br />

Marcelo Bicudo<br />

Em um mundo cada vez mais conectado,<br />

muito se fala sobre experiência<br />

<strong>de</strong> marca. Experiências que sejam<br />

assinadas e, <strong>de</strong>ntro do possível, memoráveis<br />

e certamente alinhadas com a<br />

proposta <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> uma marca. Uma vez<br />

que estejam alinhadas com essa proposta,<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que estão também<br />

alinhavadas com o seu ponto <strong>de</strong> vista e<br />

ilustrem seu papel <strong>de</strong> forma emblemática<br />

– ou, melhor dizendo, a sua razão <strong>de</strong> ser<br />

e a mudança que querem provocar no<br />

mundo. Po<strong>de</strong>mos dizer, então, que a experiência<br />

com uma marca <strong>de</strong>ve proporcionar<br />

momentos estéticos relevantes,<br />

mas que sejam baseados na sua ética.<br />

Assim, ética e estética <strong>de</strong>vem caminhar<br />

em conjunto.<br />

Nesse sentido, a entrega <strong>de</strong> uma marca<br />

é a parte mais relevante. Execução passa,<br />

no mundo contemporâneo, a ser <strong>de</strong> extrema<br />

importância, pois traz para o mundo<br />

real toda a intenção propositiva <strong>de</strong> uma<br />

marca. Cuidar <strong>de</strong>ssa execução, portanto,<br />

é fundamental. Sempre foi. ESG e outras<br />

terminologias acabam por colocar ainda<br />

mais foco nessa execução, pois trazem<br />

mais fortemente o ponto da governança.<br />

E governança não é apenas relativa<br />

a normas e procedimentos <strong>de</strong> negócio,<br />

<strong>de</strong>ve versar também sobre a marca e como<br />

ela se comporta. Ou seja, cada manifestação<br />

e cada atitu<strong>de</strong> corporativa acabam por<br />

<strong>de</strong>finir os atributos percebidos e a imagem<br />

percebida.<br />

McLuhan nos colocou há muito tempo<br />

que o meio é a mensagem. Po<strong>de</strong>mos<br />

compreen<strong>de</strong>r que o meio também contribui<br />

na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma mensagem e a<br />

mensagem pelo meio é influenciada. Por<br />

conta disso, a escolha <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se veicula<br />

uma marca é <strong>de</strong> extrema relevância, pois<br />

ela acaba por se associar a esse ponto <strong>de</strong><br />

contato ou veículo, modificando e qualificando<br />

o meio, bem como sendo qualificada<br />

por ele. E quando dizemos veiculada,<br />

não estamos nos referindo apenas às<br />

mídias pagas, mas também às próprias,<br />

gratuitas e <strong>de</strong>mais pontos <strong>de</strong> contato físicos<br />

ou digitais.<br />

Esse fenômeno <strong>de</strong> associação entre<br />

meio e mensagem tem uma explicação<br />

muito clara <strong>de</strong>ntro da metodologia <strong>de</strong> gestão<br />

<strong>de</strong> ativos <strong>de</strong> marca (BAV – brand asset<br />

valuator®), em que a força <strong>de</strong> uma marca<br />

está diretamente relacionada à sua capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se diferenciar e <strong>de</strong> construir relevância.<br />

Isso significa que uma marca é tão<br />

mais forte quanto mais ela se diferencia<br />

e se <strong>de</strong>staca, não apenas em sua categoria,<br />

mas na cultura contemporânea, <strong>de</strong>sempenhando<br />

o seu papel social (diferenciação).<br />

E será tão mais forte quanto mais for relevante<br />

para essa socieda<strong>de</strong>, ou seja, quanto<br />

mais for apropriada e significativa para<br />

os seus consumidores ou stakehol<strong>de</strong>rs<br />

(relevância).<br />

Essa força traduz-se em momentum<br />

positivo, gerando conversação positiva,<br />

experimentação e potencial <strong>de</strong> crescimento.<br />

Esse potencial <strong>de</strong> crescimento leva à<br />

construção <strong>de</strong> estima, isto é, o quanto<br />

amada é uma marca por entregar aquilo<br />

que promete. A essa estima associa-se o<br />

conhecimento, em outros termos: o quanto<br />

uma marca é conhecida por aquilo que<br />

faz. Não se <strong>de</strong>ve confundir awareness com<br />

knowledge. Estamos falando do segundo.<br />

Combinados, estima e conhecimento geram<br />

estatura <strong>de</strong> marca, proporcionando a<br />

geração <strong>de</strong> valor em todos os sentidos.<br />

Uma marca é, então, fruto daquilo que<br />

ela entrega, e não daquilo que ela diz.<br />

Em um mundo peer to peer, organizado<br />

por conversações <strong>de</strong>scentralizadas, não<br />

se controla a percepção acerca <strong>de</strong> uma<br />

marca, mas se induz pela consistência,<br />

coerência e relevância daquilo que se faz.<br />

Uma marca, portanto, é fruto dos pontos<br />

<strong>de</strong> prova que coloca no mundo.<br />

112 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Consolidar branding é a proposta da<br />

The Group para marcas serem confiáveis<br />

Fundada há 27 anos, agência busca a interação dos shoppers com<br />

ações usando como base a credibilida<strong>de</strong> para gerar resultados<br />

Paulo Macedo<br />

O<br />

empresário Fernando Guntovitch<br />

po<strong>de</strong>ria ter seguido os passos do pai,<br />

Carlos, criador da agência Delta, e<br />

consolidado carreira na publicida<strong>de</strong>. Mas há<br />

27 anos optou por seguir no segmento <strong>de</strong> live<br />

marleting, que lhe permitiu tornar a The<br />

Group referência do segmento. Ele também<br />

enfrentou os primeiros meses da pan<strong>de</strong>mia<br />

com apreensão, mas também aproveitou<br />

a vonta<strong>de</strong> das pessoas ávidas por eventos<br />

presenciais a partir <strong>de</strong> 20<strong>22</strong> para organizar<br />

várias convenções, premiações, confraternizações<br />

e projeto <strong>de</strong> promo. Por que a opção<br />

<strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> live marketing contribui<br />

para a construção <strong>de</strong> reputação das<br />

marcas que aten<strong>de</strong>? Guntovitch respon<strong>de</strong>:<br />

“Uma agência <strong>de</strong> live marketing po<strong>de</strong><br />

contribuir significativamente para a construção<br />

da reputação das marcas que aten<strong>de</strong><br />

por várias razões. Em primeiro lugar,<br />

uma agência <strong>de</strong> live marketing po<strong>de</strong> ajudar<br />

as marcas a criar experiências positivas e<br />

envolventes para o público, o que aumenta<br />

a lealda<strong>de</strong> do cliente e melhora a imagem<br />

da marca. Essas experiências po<strong>de</strong>m incluir<br />

eventos, ativações <strong>de</strong> marca, promoções<br />

e outras ativida<strong>de</strong>s que permitam às<br />

pessoas se conectar emocionalmente com<br />

a marca. Além disso, po<strong>de</strong>m ajudar a marca<br />

a comunicar sua mensagem <strong>de</strong> maneira<br />

clara e eficaz. Através <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong><br />

comunicação integrada, a agência po<strong>de</strong><br />

trabalhar em conjunto com a equipe <strong>de</strong><br />

marketing da marca para criar uma mensa-<br />

“Uma má reputação po<strong>de</strong><br />

levar à perda <strong>de</strong> clientes<br />

e danos à imagem<br />

da marca”<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 113


Fotos: Divulgação<br />

Guntovitch: é preciso estar atento à reputação do cliente<br />

Divisão Agro da Basf é um dos principais clientes da The Group, que também aten<strong>de</strong> Volkwagen, EDP e Carrefour<br />

gem consistente e coerente que ressoe com<br />

o público. Por fim, po<strong>de</strong> ajudar as marcas a<br />

se <strong>de</strong>stacarem em um mercado altamente<br />

competitivo. Ao criar experiências únicas<br />

e diferenciadas, a marca po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar<br />

da concorrência e construir uma reputação<br />

<strong>de</strong> inovação e criativida<strong>de</strong>. Tudo isso po<strong>de</strong><br />

ajudar a construir uma imagem positiva e,<br />

por sua vez, aumentar sua reputação”, argumenta<br />

Guntovitch.<br />

Ativação criada pela The Group para o cliente Cup Noodles, da Nissin<br />

PERFORMANCE<br />

Mas para essa entrega ser racional e alinhar<br />

performance, Guntovitch recomenda<br />

que os anunciantes tenham olhar <strong>de</strong> longo<br />

prazo. “A reputação po<strong>de</strong> afetar a percepção<br />

dos consumidores sobre a qualida<strong>de</strong><br />

dos produtos e serviços da marca, sua confiabilida<strong>de</strong>,<br />

integrida<strong>de</strong>, ética e valores.<br />

Uma marca com uma boa reputação po<strong>de</strong><br />

aumentar a lealda<strong>de</strong> do cliente, atrair novos<br />

clientes e reforçar sua posição no mercado.<br />

Por outro lado, uma má reputação<br />

po<strong>de</strong> levar à perda <strong>de</strong> clientes e danos à<br />

imagem da marca; e até mesmo problemas<br />

legais ou regulatórios”.<br />

Portanto, para gerenciar a reputação <strong>de</strong><br />

marcas, Guntovitch afirma que é necessário<br />

adotar uma abordagem estratégica que<br />

envolve etapas, como:<br />

1) Monitoramento da reputação: “É importante<br />

contabilizar continuamente a<br />

percepção do público sobre a marca, para<br />

i<strong>de</strong>ntificar rapidamente quaisquer problemas<br />

e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria;<br />

2) Análise da reputação: “É preciso avaliar<br />

a imagem da marca, a partir do ponto<br />

<strong>de</strong> vista dos clientes, parceiros e stakehol<strong>de</strong>rs,<br />

para enten<strong>de</strong>r as percepções e expectativas<br />

<strong>de</strong>les”;<br />

3) Gestão <strong>de</strong> crises: “É necessário estar<br />

preparado para lidar com possíveis crises,<br />

como problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, questões<br />

<strong>de</strong> segurança, escândalos ou críticas negativas”;<br />

4) Comunicação estratégica: “A comunicação<br />

eficaz é fundamental para construir<br />

e manter uma reputação positiva. A marca<br />

<strong>de</strong>ve se comunicar <strong>de</strong> forma clara e coerente<br />

com seu público, transmitindo seus<br />

valores e compromissos”;<br />

5) Construção <strong>de</strong> relacionamentos: “As<br />

marcas precisam investir na construção<br />

<strong>de</strong> relacionamentos com os seus stakehol<strong>de</strong>rs,<br />

como clientes, fornecedores, funcionários<br />

e comunida<strong>de</strong>. Isso po<strong>de</strong> ser feito<br />

através <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

social, programas <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, ações <strong>de</strong><br />

engajamento e outros esforços”.<br />

Porém, para seguir esse passo-a-passo, métricas<br />

testadas são fundamentais. A TG utiliza<br />

o NPS (Net Promoter Score) para medir<br />

a lealda<strong>de</strong> do cliente e sua disposição para<br />

recomendar a marca a amigos e familiares;<br />

o IRC (Índice <strong>de</strong> Reputação Corporativa), por<br />

meio da “percepção dos stakehol<strong>de</strong>rs sobre<br />

a marca”, levando em consi<strong>de</strong>ração fatores<br />

como qualida<strong>de</strong> dos produtos, responsabilida<strong>de</strong><br />

social e ambiental e ética nos negócios, entre<br />

outros; análise <strong>de</strong> mídias sociais; pesquisas<br />

<strong>de</strong> opinião e indicadores <strong>de</strong> engajamento.<br />

“Indicadores como o número <strong>de</strong> seguidores<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, o engajamento em<br />

postagens, o tráfego no site da marca e outros<br />

po<strong>de</strong>m ser usados para avaliar a eficácia<br />

<strong>de</strong> iniciativas que visam a aumentar a<br />

visibilida<strong>de</strong> e a reputação da marca. Essas<br />

métricas po<strong>de</strong>m ser usadas individualmente<br />

ou combinadas para fornecer uma visão<br />

abrangente da reputação da marca e do<br />

impacto <strong>de</strong> iniciativas que não envolvem a<br />

compra <strong>de</strong> mídia”, pontua Guntovitch.<br />

A TG trabalha com clientes como Cup<br />

Noodles, da Nissin, Volkswagen, EDP, Basf<br />

Agro e, entre outros, Carrefour. “O marketing<br />

ao vivo é ferramenta po<strong>de</strong>rosa para<br />

construir uma reputação positiva, mostrando<br />

que a marca se importa com as opiniões<br />

dos seus consumidores”, finaliza.<br />

114 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Em terra <strong>de</strong><br />

cego, quem tem<br />

um olho é rei<br />

Daniel Queiroz<br />

é presi<strong>de</strong>nte da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda)<br />

e sócio da Ampla Comunicação<br />

daniel.queiroz@ampla.com.br<br />

Daniel Queiroz<br />

A<br />

relação <strong>de</strong> qualquer marca com seu público<br />

passa, necessariamente, pela segurança<br />

e confiança que ela transmite.<br />

E o que esse ditado popular tem a ver com o<br />

<strong>de</strong>safio das marcas?<br />

Sabemos que produtos e serviços duvidosos<br />

ou sem qualida<strong>de</strong>, tão quanto aqueles<br />

com promessas não cumpridas, entre outras<br />

tantas falhas nessa relação entre marca e consumidor,<br />

são, historicamente, aspectos bem<br />

danosos a qualquer processo <strong>de</strong> construção<br />

<strong>de</strong> marca.<br />

Para aquelas que já venceram o estágio<br />

da confiança em razão dos seus atributos e<br />

benefícios, e atingiram a consciência do seu<br />

propósito perante os seus consumidores, essa<br />

batalha, até tempos atrás, parecia estar vencida,<br />

<strong>de</strong>ixando a disputa apenas no âmbito<br />

da competição com seus principais concorrentes.<br />

Mas em um ambiente <strong>de</strong> mídia cada vez<br />

mais complexo e em constante mudança, a<br />

segurança da marca tornou-se uma das preocupações<br />

mais importantes para muitas empresas,<br />

pois estamos falando <strong>de</strong> um dos seus<br />

ativos mais valiosos e, portanto, a proteção da<br />

sua imagem é vital para manter a confiança<br />

dos consumidores e garantir a sustentabilida<strong>de</strong><br />

do negócio.<br />

É nesse contexto que entra o brand safety,<br />

um termo que se difundiu bastante nos últimos<br />

tempos. Ele já é praticado com bastante<br />

intensida<strong>de</strong> e atenção por uma boa parte daqueles<br />

que são guardiões das marcas em várias<br />

frentes <strong>de</strong> atuação, no intuito <strong>de</strong> garantir<br />

que seus anúncios não sejam publicados em<br />

locais ina<strong>de</strong>quados. E possam envolver uma<br />

série <strong>de</strong> situações, incluindo conteúdo ofensivo,<br />

notícias falsas, discurso <strong>de</strong> ódio, violência<br />

e pornografia, que po<strong>de</strong>riam colocar abaixo o<br />

constante trabalho <strong>de</strong> construção e sustentação<br />

<strong>de</strong> marca.<br />

E nesse mundo complexo que vivemos,<br />

investir na prática do brand safety é o “olho”<br />

<strong>de</strong>sse ditado popular tão conhecido, segundo<br />

o qual, nessa “terra <strong>de</strong> cego”, on<strong>de</strong> nem tudo<br />

está mais no alcance da nossa visão, “quem<br />

tem um olho é rei”.<br />

O brand safety é o processo que amplia nossa<br />

visão, e a nossa atenção, para tentar proteger<br />

este ativo tão precioso em um ambiente <strong>de</strong><br />

muitas oportunida<strong>de</strong>s, mas nem sempre com<br />

a transparência e segurança necessárias.<br />

Não basta atingir a audiência da marca. O<br />

objetivo também é que ela não seja atingida<br />

negativamente pela possível associação <strong>de</strong><br />

um conteúdo prejudicial a ela.<br />

Atrair a atenção do público-alvo continua<br />

sendo o principal objetivo do investimento<br />

publicitário. Mas isso não po<strong>de</strong> estar associado<br />

à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar financiando publishers<br />

com conteúdos impróprios e arranhar a<br />

reputação das marcas.<br />

A segurança da marca não po<strong>de</strong> ser subestimada.<br />

Se for comprometida, po<strong>de</strong> levar à<br />

perda <strong>de</strong> confiança dos consumidores, perda<br />

<strong>de</strong> receita e danos à imagem da empresa. Pesquisas<br />

apontam a tendência <strong>de</strong> consumidores<br />

a favor <strong>de</strong> que as empresas tenham a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> garantir que seus anúncios não<br />

sejam veiculados em locais ina<strong>de</strong>quados ou<br />

ofensivos. E muitos <strong>de</strong>les estão dispostos a<br />

abandonar uma marca se virem um anúncio<br />

em um site ofensivo.<br />

Para isso, existe uma série <strong>de</strong> medidas práticas<br />

que po<strong>de</strong>m ser adotadas na ativação<br />

<strong>de</strong>sse “olho” nessa “terra <strong>de</strong> cego”, e para<br />

estabelecer uma estratégia <strong>de</strong> brand safety,<br />

que passará necessariamente pela <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> políticas claras. Isto inclui a veiculação<br />

em ambientes controláveis que garantam o<br />

máximo <strong>de</strong> transparência em seus processos,<br />

a adoção <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> bloqueio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />

sites – passando até pelo uso <strong>de</strong> auditorias<br />

externas para checar as entregas em<br />

um processo <strong>de</strong> constante <strong>de</strong> refinamento dos<br />

métodos e ferramentas <strong>de</strong> aprimoramento do<br />

brand compliance – e esse olhar permanentemente<br />

ampliado num ambiente que ten<strong>de</strong> a<br />

ser, muitas vezes, bastante obscuro.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 115


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Dream Factory explora experiência<br />

ao vivo como ponto <strong>de</strong> convergência<br />

Com 160 funcionários, empresa do grupo Dreamers atua no<br />

formato <strong>de</strong> holding para estabelecer conversas emocionais<br />

Paulo Macedo<br />

Entretenimento é a essência da Dream<br />

Factory, que acumula mais <strong>de</strong> <strong>22</strong><br />

anos <strong>de</strong> mercado. Nas palavras <strong>de</strong><br />

Claudio Romano, CEO da agência, o formato<br />

<strong>de</strong> atuação é similar ao <strong>de</strong> uma holding.<br />

Ele explica:<br />

“Agrega e potencializa plataformas <strong>de</strong><br />

entretenimento em diversos territórios, inspirados<br />

pelo mosaico da cultura brasileira.<br />

Nesse caso, temos Maratona do Rio, ArtRio,<br />

Sertões, Árvore do Rio, Natal da Lagoa, Festival<br />

Meca, Dream Tour Surf, Carnaval <strong>de</strong><br />

Rua, VidCon São Paulo e Soccerex. Além<br />

disso, continuamos com a nossa área <strong>de</strong> live<br />

marketing, a Dream Experience, <strong>de</strong>senvolvendo<br />

jornadas <strong>de</strong> comunicação integrada<br />

que tem a experiência ao vivo como ponto<br />

<strong>de</strong> convergência. Entre os clientes atendidos,<br />

estão BTG Pactual, Kwai, Paramount+,<br />

Magalu, Visa e Itaú Shop”.<br />

O atendimento a clientes e projetos proprietários<br />

estão a serviço da cultura e reputação<br />

das marcas. Para Romano, o mo<strong>de</strong>lo<br />

ajuda no conhecimento das comunida<strong>de</strong>s<br />

“agregando na construção da reputação <strong>de</strong><br />

cada marca envolvida”.<br />

Ele prossegue: “Dado o alcance que a<br />

tecnologia aliada às mídias sociais trouxe,<br />

temos <strong>de</strong> repensar os fatos e enten<strong>de</strong>r<br />

que a formação da percepção das marcas<br />

e sua consequente reputação, no contexto<br />

atual, ocorre <strong>de</strong> forma muito mais rápida.<br />

O não entendimento <strong>de</strong>ssa mudança temporal<br />

<strong>de</strong> longo para o médio prazo tem<br />

“Reputação não<br />

é mais uma questão<br />

<strong>de</strong> longo prazo”<br />

116 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

A Dream Factory, por meio da divisão Experience, produz eventos como Sertões, além da tradicional Árvore <strong>de</strong> Natal no Rio, Maratona do Rio e do projeto Dream Tour Surf<br />

Claudio Romano é CEO da Dream Factory: tudo ao vivo<br />

“São eventos <strong>de</strong>sejados<br />

que têm uma relação<br />

muito gran<strong>de</strong> e marcante<br />

com o público”<br />

sido fonte <strong>de</strong> erros. Reputação não é mais<br />

uma questão <strong>de</strong> longo prazo. É essencial<br />

que as marcas tenham um tracking contínuo<br />

da percepção dos seus públicos estratégicos,<br />

do índice <strong>de</strong> confiança é também<br />

uma métrica superimportante, já que a<br />

confiança é hoje o gran<strong>de</strong> capital <strong>de</strong> uma<br />

marca e está diretamente ligada à sua reputação”,<br />

afirma.<br />

A Dream Factory <strong>de</strong>u início, em 2011, à<br />

implementação <strong>de</strong> experiência com o retorno<br />

do Rock in Rio ao país. E permanece com<br />

Lollapalooza e The Town, por exemplo.<br />

“São eventos <strong>de</strong>sejados, que têm uma relação<br />

muito gran<strong>de</strong> e marcante com o público.<br />

As marcas que participarem bem <strong>de</strong>ssa<br />

narrativa conseguem absorver a reputação<br />

gerada por esses eventos e seus conteúdos.<br />

O entretenimento ao vivo hoje é um veículo<br />

estratégico para as marcas conversarem com<br />

os seus consumidores <strong>de</strong> forma mais emocional.<br />

O público está mais receptivo e, com<br />

isso, o engajamento com as marcas é <strong>maio</strong>r.<br />

Des<strong>de</strong> que as marcas saibam proporcionar<br />

experiências criativas <strong>de</strong>ntro da narrativa<br />

entre o evento e seu público. Vivemos na era<br />

da experiência, da emoção, do engajamento.<br />

Acredito que as marcas que priorizarem<br />

isso sairão na frente.”<br />

Romano fala ainda que o brand experience<br />

é o canal <strong>de</strong> marketing mais a<strong>de</strong>quado<br />

e o que mais se conecta à reputação<br />

das marcas. “Nossa missão é traduzir sua<br />

essência e DNA em experiências memoráveis,<br />

compartilháveis e transformadoras.<br />

A marca está praticamente ‘<strong>de</strong>spida’ perante<br />

seu target. Quando fazemos o lançamento<br />

<strong>de</strong> uma série como Halo para dois<br />

mil fãs que sabem absolutamente tudo<br />

sobre ela, a responsabilida<strong>de</strong> é enorme.<br />

É a reputação da Paramount+ que está<br />

em jogo. Por isso, o cuidado no <strong>de</strong>senho<br />

da experiência, do início ao fim, é fundamental.<br />

Quando orientamos nosso cliente<br />

Magalu a achar o melhor tom <strong>de</strong> voz e<br />

as melhores ações <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> valor<br />

compartilhado para lançar 50 lojas físicas<br />

no Rio, estamos pensando estrategicamente<br />

em sua reputação”, esclarece o<br />

CEO da Dream Factory.<br />

A Dream Factory também tem no seu<br />

portfólio <strong>de</strong> negócios a Dream Strategy, com<br />

expertise em consultoria; a Dreamloc, <strong>de</strong><br />

logística e infraestrutura; a Dream Venue,<br />

responsável pela administração <strong>de</strong> espaços<br />

como a Marina da Glória, no Rio <strong>de</strong> Janeiro;<br />

a GoDream, que gerencia vendas <strong>de</strong> ingressos,<br />

bebidas e alimentos; e a Easylive, especializada<br />

em pontos em troca <strong>de</strong> benefícios.<br />

A operação da Dream Factory, que integra<br />

o grupo Dreamers, o mesmo que controla<br />

a Artplan, exige 160 profissionais diretos.<br />

“Eles são <strong>de</strong>dicados a li<strong>de</strong>rar conversas em<br />

algumas das principais comunida<strong>de</strong>s do<br />

Brasil, contando e criando histórias que<br />

inspiram, contagiam e marcam a vida das<br />

pessoas. Nossa <strong>maio</strong>r expertise é o conhecimento<br />

das comunida<strong>de</strong>s que a gente atua,<br />

com isso trazemos uma diferenciação para<br />

as marcas. Somos cada vez mais estratégicos<br />

e conhecedores dos hábitos dos consumidores”,<br />

finaliza Claudio Romano.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 117


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Eles sabem.<br />

Eles saberão<br />

Dalton Pastore<br />

é presi<strong>de</strong>nte da ESPM<br />

dalton.pastore@espm.br<br />

Dalton Pastore<br />

Há muitos anos, pelo menos <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que o propmark foi criado, publicitários,<br />

profissionais <strong>de</strong> marketing e<br />

empresas <strong>de</strong> todos os setores e tamanhos<br />

se <strong>de</strong>dicam, <strong>de</strong> corpo e alma, à construção<br />

<strong>de</strong> marcas fortes. E por boas razões.<br />

Entre as muitas coisas que aprendi na<br />

icônica, emblemática e inesquecível Standard,<br />

Ogilvy & Mather, sob comando do<br />

Faveco e inspiração <strong>de</strong> David Ogilvy himself,<br />

foi a respeito do valor e do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

uma marca.<br />

Trabalhei por 16 anos na Ogilvy. Dei à<br />

agência paixão e <strong>de</strong>dicação incondicionais<br />

e absolutas. E ganhei <strong>de</strong>la a honra e<br />

o privilégio <strong>de</strong> atuar na primeira classe<br />

da propaganda brasileira, para marcas <strong>de</strong><br />

primeira classe, ao lado <strong>de</strong> talentos <strong>de</strong> primeiríssima<br />

classe. Dezesseis anos e valeu<br />

cada dia!<br />

David Ogilvy ensinou que marcas fortes<br />

constroem um círculo virtuoso. Respon<strong>de</strong>m<br />

melhor e mais rápido à comunicação,<br />

sofrem menos em tempos <strong>de</strong> crise e<br />

crescem mais do que as outras nos tempos<br />

prósperos. Marcas fortes são menos sensíveis<br />

a preço, mais resistentes a concorrentes,<br />

mais bem aceitas pelos distribuidores,<br />

merecem mais fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos consumidores<br />

e mais dinheiro dos investidores. São<br />

tudo <strong>de</strong> bom.<br />

Marcas fortes estão inevitavelmente<br />

atreladas a bons produtos. Nenhuma marca<br />

fica forte muito tempo se não respon<strong>de</strong>r<br />

com respeito à confiança recebida. O consumidor<br />

não é um idiota, dizia David, ele é<br />

a sua mulher.<br />

Não é <strong>de</strong> hoje que CMOs e CEOs se atentam<br />

para o que Roberto Civita chamava <strong>de</strong><br />

“ambiente editorial” dos meios nos quais<br />

veiculam anúncios <strong>de</strong> suas marcas.<br />

Ninguém nunca gostou <strong>de</strong> aliar sua<br />

marca a um veículo <strong>de</strong> mau gosto ou a um<br />

conteúdo <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>. Veículos <strong>de</strong><br />

prestígio agregam prestígio às marcas neles<br />

anunciadas. E o oposto é igualmente<br />

verda<strong>de</strong>iro. Uma lição simples e <strong>de</strong>finitiva.<br />

O aumento no número <strong>de</strong> mídias clássicas,<br />

a multiplicação das novas mídias, e<br />

a proliferação das digitais, estas infladas<br />

pelo incrível po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> repercussão (e <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>struição) das re<strong>de</strong>s sociais, pressionam<br />

por mais e melhor vigilância do pessoal <strong>de</strong><br />

marketing. E para tornar o cenário ainda<br />

mais difícil para os CMOs atuais, temos<br />

esta tendência <strong>de</strong> divisão política da socieda<strong>de</strong>.<br />

E não raro, por mais surpreen<strong>de</strong>nte<br />

que pareça ser ou seja, temos marcas com<br />

posicionamento político e i<strong>de</strong>ologia.<br />

A vida dos nossos alumni, que ocupam<br />

a <strong>maio</strong>ria das posições <strong>de</strong> marketing no<br />

Brasil (e em diversos outros países), não<br />

está fácil.<br />

Que diferença do tempo simples em que<br />

tudo o que a gente precisava fazer era veicular<br />

um comercial genial na novela das<br />

oito! Ou um belo anúncio <strong>de</strong> página dupla<br />

na Veja.<br />

E que bom que existe a ESPM, que<br />

vem preparando as próximas gerações <strong>de</strong><br />

CMOs, CEOs, COOs e CFOs, assim como já<br />

preparou as anteriores, para este cenário<br />

repleto <strong>de</strong> novos, impensáveis <strong>de</strong>safios e<br />

problemas <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>. Vejo todos<br />

os dias estas meninas e estes meninos<br />

no campus, on<strong>de</strong> permanecem em aula<br />

ou em grupos <strong>de</strong> estudo, por exatas 5 horas<br />

e 57 minutos em média por dia (média<br />

do mês <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2023</strong>) e fico tranquilo<br />

com o futuro da publicida<strong>de</strong> e do marketing<br />

brasileiros.<br />

Eles saberão.<br />

118 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Holding Clube aposta no live marketing<br />

para reforçar reputação das marcas<br />

Formada pelas agências Samba, Banco, Roda Tra<strong>de</strong>, Storymakers, Auíri<br />

e CrossNetworking, marca presença em festivais e lançamento da GWM<br />

Paulo Macedo<br />

O<br />

caminho foi pavimentado pelo olhar<br />

estratégico do empresário José Victor<br />

Oliva, que em 1988 <strong>de</strong>u início às ativida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas ao marketing ao vivo,<br />

incentivo, promoções, eventos, ativações<br />

e organização <strong>de</strong> convenções, por exemplo.<br />

Hoje atua no conselho da Holding Clube, formado<br />

por Samba, Banco, Roda Tra<strong>de</strong>, Storymakers,<br />

Auíri e CrossNetworking, “que<br />

se complementam para oferecer formas<br />

inovadoras <strong>de</strong> envolver o público e as<br />

marcas, transformando a experiência em<br />

um momento inesquecível para todos”,<br />

<strong>de</strong>talha Juliana Ferraz, sócia, diretora <strong>de</strong><br />

negócios e RP da empresa, que tem como<br />

partners Priscila Pellegrini, Fábio Brandão<br />

e Fernanda Abujamra. “A companhia também<br />

está à frente <strong>de</strong> projetos como o Camarote<br />

Nº1, Réveillon Nº1 e Torcida Nº1, todos<br />

pertencentes à plataforma proprietária do<br />

grupo, que, além dos eventos, conta com<br />

produtos licenciados com o selo Nº1”, acrescenta<br />

Juliana.<br />

Samba e Banco acumulam cases como<br />

Coca-Cola no Lollapalooza e a convenção<br />

da Vivo com o tema O presente nos <strong>de</strong>safia.<br />

Juliana <strong>de</strong>talha: “A ativação para Coca-Cola<br />

consistiu em uma experiência imersiva e<br />

sensorial com o espaço Coke Studio, plataforma<br />

da marca presente nos <strong>maio</strong>res festivais<br />

<strong>de</strong> música da América Latina. A ação<br />

contou com uma estrutura <strong>de</strong> 600 metros<br />

quadrados, capacida<strong>de</strong> para 400 pessoas<br />

e tinha como objetivo uma <strong>maio</strong>r conexão<br />

da marca, principalmente com a geração Z.<br />

Para a Vivo, o projeto engajou cerca <strong>de</strong> três<br />

mil pessoas, entre colaboradores, parceiros<br />

<strong>de</strong> negócios e patrocinadores, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> divulgar resultados, integrar equipes e<br />

estabelecer metas”.<br />

Juliana fala que a importância da experiência<br />

para o consumidor em um gran<strong>de</strong><br />

evento já é realida<strong>de</strong>, mas requer planejamento<br />

estratégico para garantir eficiência.<br />

“Hoje em dia, qualquer esforço <strong>de</strong> marca<br />

é realmente para tornar uma ação inesquecível.<br />

A pessoa busca awareness <strong>de</strong> forma<br />

natural pelo que está sendo apresentado, se<br />

“Aproximar a marca,<br />

produto ou serviço<br />

do consumidor final e<br />

reforçar reputação”<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 119


Fotos: Divulgação<br />

Chegando ao mercado brasileiro, a montadora chinesa GWM contou com a expertise da Holding Clube para a inauguração da sua operação no país<br />

concentrando nas sensações e sentimentos<br />

que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spertar nas pessoas. Já é nítida<br />

a inovação e os eventos foram melhorando<br />

ano a ano, com <strong>de</strong>staque, principalmente,<br />

para a experiência do público e reputação<br />

<strong>de</strong> marca. Hoje, a experiência que se vive<br />

em um festival vai além dos shows, e o live<br />

marketing vem aten<strong>de</strong>ndo a uma <strong>de</strong>manda<br />

que é quase que ‘obrigatória’ em eventos<br />

que possuem um local que tem alto fluxo<br />

<strong>de</strong> pessoas. Temos como exemplo a<br />

Braskem, que em ação no Lollapalooza, assinada<br />

pela Samba, distribuiu brin<strong>de</strong>s em<br />

troca <strong>de</strong> resíduos recicláveis que eram coletados<br />

pelo público.”<br />

Como ecossistema aglutinador, os eventos<br />

fazem as marcas terem crescimento. Como?<br />

Juliana respon<strong>de</strong>: “É um espaço em que po<strong>de</strong>mos<br />

criar oportunida<strong>de</strong>s criativas para<br />

potencializar a nossa relação com players<br />

que são estratégicos para o negócio. Acredito<br />

muito que, mais do que nunca, o live<br />

marketing vai envolver todos os eventos,<br />

ações e campanhas que acontecem ao vivo<br />

com o objetivo ainda <strong>maio</strong>r <strong>de</strong> aproximar a<br />

marca, produto ou serviço do consumidor<br />

final, e paralelamente reforçar a reputação e<br />

o propósito da marca”, pon<strong>de</strong>ra Juliana.<br />

A construção reputacional não é isolada.<br />

Mas a linguagem em cada disciplina mercadológica.<br />

Como esclarece Juliana, o live<br />

marketing tem as suas fortalezas.<br />

“Por conseguirmos criar uma atmosfera<br />

que vai potencializar não só a atuação da<br />

marca no mercado, como conectá-los a seus<br />

consumidores, novos clientes e potenciais<br />

Juliana Ferraz é sócia e diretora da Holding Clube<br />

“O público e o mercado<br />

como um todo prezam<br />

por valores e propósitos<br />

bem <strong>de</strong>finidos”<br />

parceiros <strong>de</strong> negócios. Além disso, é uma<br />

forma <strong>de</strong> aproximá-los <strong>de</strong> práticas e movimentos<br />

que estão alinhados à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seu público, que muitas vezes não conseguimos<br />

executar <strong>de</strong> forma clara por não investir<br />

no OOH. Nosso trabalho é contribuir na<br />

construção <strong>de</strong>ssa reputação <strong>de</strong> forma que<br />

ela seja positiva e estratégica. Atualmente,<br />

o público e o mercado como um todo prezam<br />

por valores e propósitos bem <strong>de</strong>finidos,<br />

então uma marca/empresa que não está alinhada<br />

a isso fica para trás, e o live marketing<br />

é a parte da estratégia que potencializa essa<br />

reputação.”<br />

DATA<br />

Quanto aos dados, a Holding Clube conta<br />

com a Roda Tra<strong>de</strong> nessa disciplina. “É uma<br />

agência <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> dados e relacionamento<br />

que une criativida<strong>de</strong>, ferramentas<br />

próprias e tecnologias para potencializar<br />

projetos <strong>de</strong> loyalty, incentivo, promoção e<br />

CRM, e assim trazer uma <strong>maio</strong>r visibilida<strong>de</strong><br />

para a mensuração <strong>de</strong> dados do alcance <strong>de</strong><br />

todas as ações promovidas pelo grupo. Por<br />

meio da inteligência da Roda, conseguimos<br />

enten<strong>de</strong>r o que está em alta no mercado e<br />

po<strong>de</strong>mos trazer para um projeto, i<strong>de</strong>ntificar<br />

o que não está funcionando no pré e po<strong>de</strong><br />

ser reformulado, além do sucesso da ação<br />

como um todo. E com essa frente somos<br />

mais assertivos ao produzirmos experiências,<br />

uma vez que <strong>de</strong>ntro do nosso escopo<br />

conseguimos aten<strong>de</strong>r a todas as <strong>de</strong>mandas<br />

que são necessárias para o sucesso <strong>de</strong> uma<br />

ação”, finaliza Juliana.<br />

120 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Reputação: construção<br />

<strong>de</strong> reconhecimento,<br />

valor e propósito<br />

Daniel Bruin<br />

A<br />

boa reputação é a base do brand safety.<br />

E ela é construída essencialmente pela<br />

comunicação corporativa, pelas centenas<br />

<strong>de</strong> agências <strong>de</strong> comunicação que hoje<br />

empregam mais <strong>de</strong> 17 mil pessoas em todo o<br />

Brasil e geram um faturamento anual <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> R$ 4 bilhões.<br />

Em tempos em que o ESG é a bola da vez,<br />

nosso trabalho se posiciona cada vez mais<br />

como essencialmente estratégico. Temos vários<br />

exemplos recentes no Festival <strong>de</strong> Cannes<br />

em que a reputação das marcas é escalonada<br />

a partir <strong>de</strong> sua postura ativa e transformadora<br />

junto às questões sociais e ambientais. Em<br />

2021, a campanha The Bread Exam, do The<br />

New York Times, ganhou o Grand Prix em PR<br />

afirmando a importância do jornalismo investigativo<br />

do NYT na construção da confiança<br />

do público em meio a uma era <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação<br />

e fake news. Em 2019, a campanha<br />

Changing the Game, da P&G, venceu na mesma<br />

categoria ao <strong>de</strong>stacar a inclusão <strong>de</strong> atletas<br />

transgêneros nos Jogos Olímpicos da Juventu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 2018 e a importância da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero e diversida<strong>de</strong> no esporte. Em 2018,<br />

a campanha Trash Isles, da Plastic Oceans,<br />

também ganhou o Grand Prix <strong>de</strong> PR com uma<br />

campanha que transformava uma área do tamanho<br />

da França <strong>de</strong> lixo plástico no Oceano<br />

Pacífico em um “país” chamado Trash Isles,<br />

com uma petição para torná-lo oficialmente<br />

reconhecido pela ONU.<br />

Esses casos <strong>de</strong> sucesso mostram como<br />

as marcas po<strong>de</strong>m, a partir <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong><br />

ousada, criativa e inovadora, trabalhar a<br />

comunicação corporativa para se vincularem<br />

com questões sociais e ambientais importantes<br />

e promoverem ações positivas, ao mesmo<br />

tempo em que constroem e reforçam a sua<br />

reputação.<br />

Em seu relatório Global Competitiveness<br />

Report, o World Economic Fórum (WEF) vem<br />

<strong>de</strong>stacando, nos últimos anos, que a reputação<br />

<strong>de</strong> uma empresa é fundamental para a<br />

atração <strong>de</strong> investimentos e clientes. Segundo<br />

o Relatório Global <strong>de</strong> Confiança nas Marcas<br />

<strong>de</strong> 2019, da Nielsen, 82% dos consumidores<br />

consi<strong>de</strong>ram a reputação <strong>de</strong> uma empresa ao<br />

<strong>de</strong>cidir se <strong>de</strong>vem ou não comprar seus produtos<br />

ou serviços. O estudo <strong>de</strong> Confiança<br />

em Serviços Financeiros <strong>de</strong> 2018, da Deloitte,<br />

mostrou que a reputação é o fator mais importante<br />

para a escolha <strong>de</strong> fornecedores <strong>de</strong><br />

serviços em áreas como finanças, tecnologia,<br />

saú<strong>de</strong> e imóveis.<br />

Existem também diversas pesquisas que<br />

mostram uma relação direta entre reputação,<br />

ESG e o crescimento dos negócios. Recentemente,<br />

um estudo da Kantar mostrou que a<br />

confiança dos consumidores nas marcas é um<br />

fator-chave para o crescimento dos negócios,<br />

com 81% dos entrevistados afirmando que<br />

confiam em empresas com forte reputação.<br />

Tudo isso está ligado, <strong>de</strong> forma muito direta,<br />

ao brand safety.<br />

Essa consi<strong>de</strong>ração <strong>maio</strong>r pela “blindagem<br />

da reputação” também se <strong>de</strong>ve principalmente<br />

à facilida<strong>de</strong> com que as informações se espalham<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais e na internet como<br />

um todo. Assim, muitas empresas têm investido<br />

em estratégias <strong>de</strong> brand safety para evitar<br />

que seus conteúdos sejam veiculados em<br />

canais <strong>de</strong> comunicação ina<strong>de</strong>quados a seus<br />

valores e propósitos e possam comprometer<br />

a sua reputação.<br />

Buscando justamente apoiar as empresas<br />

na relação entre brand safety e ESG é que as<br />

agências <strong>de</strong> comunicação corporativa acabaram<br />

por <strong>de</strong>senvolver uma habilida<strong>de</strong> para a<br />

segurança da reputação como não se via há<br />

muitos anos. A abordagem atualmente se dá a<br />

partir da relação da reputação com o reconhecimento,<br />

com o valor e com o propósito das<br />

marcas. Anteriormente, trabalhávamos sob a<br />

perspectiva do gerenciamento <strong>de</strong> crises. Hoje<br />

trabalhamos a reputação pelas dinâmicas <strong>de</strong><br />

monitoramento, pesquisa, dados e atuação<br />

propositiva diante <strong>de</strong> assuntos sensíveis.<br />

Isso ocorreu porque as nossas equipes,<br />

cada vez mais, contam com experiência e<br />

conhecimento <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> diversas<br />

áreas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> relações públicas, assessoria <strong>de</strong><br />

imprensa, business inteligence, análise <strong>de</strong><br />

dados, planejamento <strong>de</strong> comunicação digital,<br />

até gestão <strong>de</strong> crises e estratégias <strong>de</strong> branding.<br />

Somos guardiões da reputação e garantimos<br />

o brand safety. Olhamos a comunicação<br />

<strong>de</strong> fora e por <strong>de</strong>ntro da empresa. E traduzimos<br />

o olhar da socieda<strong>de</strong> para seus discursos<br />

e narrativas.<br />

Daniel Bruin<br />

é presi<strong>de</strong>nte da Abracom (Associação<br />

Brasileira das Agências <strong>de</strong> Comunicação)<br />

daniel.bruin@xcom.net.br<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 121


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Hands cria conexões e experiências para<br />

carregar mensagens com live marketing<br />

A consequência, como explica o CEO e fundador Marcelo Lenhard,<br />

eleva os níveis <strong>de</strong> percepção e experiência com a métrica Multiplier<br />

Paulo Macedo<br />

Uma agência híbrida com foco em<br />

soluções sob medida que po<strong>de</strong>m<br />

ser a produção <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content,<br />

comunicação ou live marketing. É assim<br />

que Marcelo Lenhard, CEO e fundador,<br />

posiciona a Hands.<br />

Um bom exemplo para justificar esse<br />

mo<strong>de</strong>lo, mesmo com seu reconhecimento<br />

estar mais relacionado ao universo promo,<br />

é o caso <strong>de</strong> 20<strong>22</strong> Ray-Ban ocupa, <strong>de</strong>senvolvido<br />

sem briefing <strong>de</strong> referência global para o<br />

anunciante, que teve como estrela a cantora<br />

Gloria Groove, protagonista <strong>de</strong> quatro filmes<br />

que exigiram 12 horas <strong>de</strong> gravações no<br />

Studio Cine, em São Paulo, com produção<br />

da Cabeça Amarela.<br />

“Esse projeto é um exemplo contun<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> que agências <strong>de</strong> live marketing po<strong>de</strong>m<br />

e <strong>de</strong>vem ser protagonistas nas estratégias<br />

criativas <strong>de</strong> seus clientes. Não só <strong>de</strong>senvolvendo<br />

ativações e eventos, mas toda a<br />

estratégia completa, que envolve <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

conceito e narrativa até, posteriormente,<br />

seus <strong>de</strong>sdobramentos táticos, como social<br />

media, influencers, filme e tudo aquilo que<br />

uma campanha precisa para gerar resultado”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Lenhard.<br />

A Hands elaborou com sucesso a ação<br />

para Ray-Ban em 2019. Mesmo assim teve<br />

<strong>de</strong> vencer nova concorrência para dar vida<br />

ao planejamento, que incluiu uma ocupação<br />

no icônico Teatro Oficina, em São Paulo,<br />

palco dos shows exclusivos <strong>de</strong> Gloria em <strong>de</strong>zembro<br />

do ano passado.<br />

“A experiência é insubstituível e carrega<br />

mensagens <strong>de</strong> marca ao vivo e em<br />

cores, com uma verda<strong>de</strong> e troca tão intensas<br />

como nenhuma outra ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> marketing po<strong>de</strong> proporcionar. Nossa<br />

ativida<strong>de</strong> é a que está mais alinhada com<br />

a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações reais e dinâmicas<br />

que os consumidores querem estabelecer<br />

com as marcas, é via <strong>de</strong> duas mãos, rápida<br />

e sensível”, explica Lenhard, fazendo<br />

referência à contribuição do live marketing<br />

à reputação das marcas. Ele <strong>de</strong>staca<br />

pontos-chave para o sucesso da Hands,<br />

que tem 37 funcionários e aten<strong>de</strong> clientes<br />

“Experiência é<br />

insubstituível e carrega<br />

mensagens <strong>de</strong> marca<br />

ao vivo e em cores”<br />

1<strong>22</strong> <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

A cantora Gloria Groove performou na campanha Ray Ban ocupa, <strong>de</strong>senvolvida pela agência Hands, que contou com quatros ví<strong>de</strong>os, instalação no Teatro Oficina e show<br />

como Google, YouTube, Ray-Ban, O Boticário,<br />

Ferrero Rocher e Jack Daniel’s.<br />

ENTREGA<br />

“Não há outra forma, esse é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />

diário para as marcas, arquitetar todos<br />

os seus movimentos em direção ao consumidor<br />

para criar a melhor percepção possível<br />

e alinhada com seus propósitos. Sem<br />

isso você está fora do jogo”.<br />

MÉTRICAS<br />

“Em nosso posicionamento, Content,<br />

Experience & Gols, <strong>de</strong>ixamos clara a preocupação<br />

com os resultados dos nossos<br />

clientes. E por isso, nos últimos anos, viemos<br />

nos movimentando para criar campanhas<br />

e projetos orientados para evoluir,<br />

da percepção subjetiva para a mensuração<br />

<strong>de</strong> resultados, e fazemos a mensuração<br />

através da nossa metodologia proprietária<br />

Multiplier. O Wow Efect elevado à mais alta<br />

potência, on<strong>de</strong> percepção e experiência<br />

movem ponteiros”.<br />

REPUTAÇÃO<br />

“Primeiro, precisamos ressignificar o que<br />

é evento hoje. Antigamente, eram apenas<br />

ações pontuais e táticas <strong>de</strong> narrativa superficial.<br />

Atualmente, os eventos são jornadas<br />

que começam a conversa muito antes e terminam<br />

muito <strong>de</strong>pois. A cauda se alongou<br />

e, com isso, permite uma conversa mais<br />

importante e perene na relação com o consumidor”.<br />

Marcelo Lenhard, CEO e fundador da Hands<br />

FESTIVAIS<br />

“Ativações em festivais como Rock in Rio,<br />

Lollapalloza, The Town e outros são movimentos<br />

pontuais e cirúrgicos que usam o<br />

edutainment como estratégia, on<strong>de</strong> as marcas<br />

tentam, em meio a uma clara disputa no<br />

share of view, aproveitar o gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong><br />

uma audiência, que está mais receptiva a informações<br />

através das experiências”.<br />

“Relações reais e<br />

dinâmicas que os<br />

consumidores querem<br />

estabelecer”<br />

CAMPANHAS<br />

“Ray-Ban ocupa, Google Black Friday e<br />

YouTube brandcast são projetos que envolvem<br />

um pensamento analítico <strong>de</strong>senvolvido<br />

muitos meses antes <strong>de</strong> sua realização,<br />

que carregam uma <strong>de</strong>nsa estratégia voltada<br />

para lapidar a reputação <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>stas<br />

marcas. Ray-Ban ocupa, por exemplo,<br />

foi a gran<strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> 20<strong>22</strong> da marca,<br />

responsável por propagar o posicionamento<br />

You’re on, além <strong>de</strong> impulsionar as vendas<br />

do período mais importante para Ray-Ban, o<br />

segundo semestre”.<br />

EXPERTISE<br />

“Como hub <strong>de</strong> inteligência criativa, temos<br />

um pool <strong>de</strong> mentes conectadas por especialida<strong>de</strong>,<br />

o que nos permite ser mais profundos e<br />

específicos na resposta <strong>de</strong> cada necessida<strong>de</strong>.”<br />

PERFIL<br />

“Somos um hub <strong>de</strong> inteligência criativa<br />

que direciona sua energia para contribuir<br />

estrategicamente para as marcas <strong>de</strong> nossos<br />

clientes”.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 123<br />

1<strong>22</strong>123PM<strong>22</strong>05.indd 123 17/05/<strong>2023</strong> 09:46


propmark 58 Anos<br />

Alê Oliveira<br />

Desafios do brand<br />

safety na publicida<strong>de</strong><br />

Heloísa Santana<br />

é presi<strong>de</strong>nte-executiva da Ampro<br />

(Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

heloisa@ampro.com.br<br />

Heloísa Santana<br />

Começo esse texto parabenizando e<br />

agra<strong>de</strong>cendo pelos 58 anos do propmark,<br />

veículo essencial para profissionais<br />

<strong>de</strong> comunicação e marketing. Minha<br />

trajetória tem muita referência baseada nos<br />

conteúdos <strong>de</strong>sse veículo, que é tão importante<br />

para o profissional <strong>de</strong> comunicação!<br />

Obrigada e vida longa ao time propmark!<br />

Agra<strong>de</strong>ço também a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever<br />

sobre brand safety, um tema essencial,<br />

que precisa ser respeitado e aprimorado em<br />

tempos <strong>de</strong> fake news, reputação e LGPD.<br />

Brand safety é ancorado em boas práticas<br />

que mitigam problemas <strong>de</strong> reputação e consequente<br />

rejeição/cancelamento da marca<br />

nas campanhas <strong>de</strong> digital com veiculação<br />

<strong>de</strong> anúncios consi<strong>de</strong>rados nocivos (1) – essa<br />

pauta é sensível e ampla para lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> comunicação<br />

e marketing nos anunciantes,<br />

assim como aos profissionais nas agências,<br />

plataformas <strong>de</strong> mídia e digitais e entida<strong>de</strong>s,<br />

ou seja, um ecossistema trabalhando nesse<br />

assunto.<br />

Partindo da premissa que tudo que um<br />

profissional menos precisa é gerenciar crises<br />

que ferem as premissas do brand safety,<br />

compartilho algumas recomendações para<br />

campanhas – que estão em evolução e tramitação<br />

<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei no Brasil:<br />

• Critérios claros para a escolha – quais<br />

mídias e plataformas serão usadas na campanha,<br />

passando pela avaliação do conteúdo<br />

e qualida<strong>de</strong> editorial, da audiência-alvo,<br />

dos valores da marca e dos níveis <strong>de</strong> segurança<br />

da plataforma;<br />

• Usar ferramentas <strong>de</strong> prevenção – evitam<br />

que os anúncios sejam exibidos em sites ou<br />

conteúdos ina<strong>de</strong>quados. Alguns exemplos<br />

incluem filtros <strong>de</strong> palavras-chave, análise<br />

<strong>de</strong> conteúdo e bloqueio <strong>de</strong> URLs específicas.<br />

Mantenha essa lista sempre atualizada;<br />

• Invista em conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> – para<br />

atrair um público mais engajado e reduzir o<br />

risco <strong>de</strong> seus anúncios serem exibidos em sites<br />

ina<strong>de</strong>quados ou conteúdo questionável;<br />

• Monitorar 24x7: avaliar <strong>de</strong> perto a veiculação<br />

e performance dos anúncios, conectado<br />

com tendências e novida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong><br />

mídia. Acompanhar <strong>de</strong> perto as campanhas<br />

que permitem mudanças rápidas, em caso<br />

<strong>de</strong> crise;<br />

• Time integrado antecipa crises e garante<br />

resultados! Trabalho em equipe entre anunciante;<br />

parceiros <strong>de</strong> mídia; representantes<br />

das plataformas e, sempre que necessário,<br />

consulte as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe, como ABA,<br />

Abap, Cenp e IAB – para garantir que a marca<br />

esteja em segurança e bem representada<br />

em todas as campanhas publicitárias.<br />

Em resumo, o caminho para solução do<br />

brand safety envolve a combinação <strong>de</strong> tecnologia,<br />

parcerias estratégicas, monitoramento<br />

<strong>de</strong> perto e investimento em conteúdo<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e profissionais atentos.<br />

Com essas práticas, é possível proteger a reputação<br />

das marcas, para que seus anúncios<br />

sejam veiculados em ambientes seguros e<br />

relevantes.<br />

(1) Lista dos conteúdos nocivos: 1.<br />

Conteúdo sexual e explícito; 2. Armas<br />

e munições; 3. Crimes e atos prejudiciais<br />

a indivíduos e à socieda<strong>de</strong> e<br />

violações dos direitos humanos; 4.<br />

Morte, lesão ou conflito militar; 5.<br />

Pirataria online; 6. Discurso <strong>de</strong> ódio<br />

e atos <strong>de</strong> agressão; 7. Obscenida<strong>de</strong><br />

e profanação, incluindo linguagem,<br />

gestos e conteúdo explicitamente<br />

sangrento, gráfico ou repulsivo com<br />

a intenção <strong>de</strong> chocar e repugnar; 8.<br />

Drogas ilegais/tabaco/vaping/álcool;<br />

9. Spam ou conteúdo prejudicial e/ou<br />

nocivo; 10. Terrorismo; 11. Questões<br />

sociais sensíveis. Fonte: Conectados<br />

por Dentro do Brand Safety, Editora<br />

Lea<strong>de</strong>r, 20<strong>22</strong>, páginas 29 a 46. Estudo<br />

organizado pelo Grupo Consultivo <strong>de</strong><br />

ONGs do GARM e publicado pela ABA<br />

em 2021.<br />

124 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Engajamento eleva reputação e faz<br />

da marca um ativo financeiro valioso<br />

As agências Onze MC, BFerraz Eagle, AKM Performma, MCI e Bullet<br />

também buscam agregar nos projetos abordagens estratégicas<br />

Fotos: Divulgação<br />

O tradicional Baile <strong>de</strong> Carnaval da Vogue, realizado em São Paulo, contou com a expertise da BFerraz na organização do evento, que atrai marcas para gerar experiências ao vivo<br />

Paulo Macedo<br />

O<br />

live marketing tem um papel fundamental<br />

para a construção <strong>de</strong> reputação<br />

<strong>de</strong> marca. A expressão é do<br />

executivo Enricco Benetti, co-CEO & partner<br />

da BFerraz, agência do ecossistema<br />

B&Partners.co.<br />

Ele diz mais: “Com a transformação digital,<br />

engajar o público passou a ser mais<br />

<strong>de</strong>safiador. Uma agência especializada consegue<br />

criar experiências mais interativas<br />

e envolventes, que constroem e engajam<br />

comunida<strong>de</strong>s na vida real e digital. É uma<br />

oportunida<strong>de</strong> para que marcas estabeleçam<br />

uma conexão emocional com o consumidor<br />

capaz <strong>de</strong> gerar até memórias afetivas. O resultado<br />

vem <strong>de</strong> várias formas, e uma <strong>de</strong>las é<br />

o boca a boca positivo, uma das formas mais<br />

orgânicas e eficazes <strong>de</strong> marketing”.<br />

O repertório <strong>de</strong> soluções é abrangente<br />

e ganhou <strong>maio</strong>r proporção com os novos<br />

apelos agregados com a era digital. Por<br />

exemplo, como explica Benetti, “se a marca<br />

tem como valor a inovação, uma ativação<br />

criativa e tecnológica po<strong>de</strong> ajudar a<br />

transmitir essa mensagem <strong>de</strong> forma impactante<br />

e autêntica”.<br />

A geração <strong>de</strong> conteúdo, na linha <strong>de</strong> raciocínio<br />

<strong>de</strong> Benetti, “incentiva os consumidores<br />

a compartilhar fotos, ví<strong>de</strong>os e outros<br />

conteúdos nas re<strong>de</strong>s sociais, ampliando o alcance<br />

da marca e fortalecendo sua presença<br />

com uma comunida<strong>de</strong> estendida”.<br />

Imediatismo, não; longo prazo, sim. Por<br />

quê? Benetti respon<strong>de</strong>: “A reputação <strong>de</strong> uma<br />

marca é construída ao longo do tempo, com<br />

base nas percepções, experiências e opiniões<br />

dos consumidores, incluindo também<br />

colaboradores, acionistas e outros stakehol<strong>de</strong>rs.<br />

Uma entrega só é completa se constrói<br />

e faz manutenção <strong>de</strong> uma imagem positiva<br />

e coerente que sustente e reflita os valores<br />

da empresa, gerando confiança através <strong>de</strong><br />

uma abordagem estratégica e multidisciplinar<br />

que envolva áreas como marketing,<br />

“O potencial que uma<br />

ação equivocada <strong>de</strong><br />

live tem <strong>de</strong> manchar a<br />

reputação é enorme”<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 125


Fotos: Divulgação<br />

Igor Tobias é managing director da MCI<br />

Brenda Maia é CEO da agência <strong>de</strong> eventos Eagle<br />

Enricco Benetti é co-CEO e sócio da BFerraz<br />

comunicação, recursos humanos, responsabilida<strong>de</strong><br />

ESG e gestão <strong>de</strong> risco”, pon<strong>de</strong>ra<br />

o CEO da BFerraz, que usa a infraestrutura<br />

do B&Partners.co para incorporar eficiência<br />

aos projetos da agência.<br />

“Quando avaliamos o resultado <strong>de</strong> uma<br />

experiência po<strong>de</strong>mos usar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ferramentas<br />

martech com a Postmetria, empresa <strong>de</strong><br />

CXaaS que calcula por inteligência artificial<br />

o grau da satisfação phygital e espontânea<br />

dos consumidores. Também po<strong>de</strong>mos medir<br />

a reputação na fase <strong>de</strong> planejamento e pós-<br />

-projeto com a plataforma ESG Tech da Nossa<br />

Praia. Além, claro, <strong>de</strong> métricas mais tradicionais<br />

como o reconhecimento <strong>de</strong> marca,<br />

on<strong>de</strong> medimos o quanto o público reconhece<br />

um logotipo, cores, influenciadores. Avaliação<br />

<strong>de</strong> earned media, on<strong>de</strong> mensuramos<br />

a mídia não paga tanto em qualida<strong>de</strong> como<br />

em reverberação. Tem o engajamento, on<strong>de</strong><br />

se me<strong>de</strong> o quanto o público está se envolvendo<br />

com a marca seja nos comentários<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, compartilhamento ou salvar<br />

o conteúdo, como mencionei, o boca a<br />

boca positivo isso é tão importante quanto<br />

as métricas que são os números <strong>de</strong> seguidores<br />

e curtidas. A satisfação dos clientes, algo<br />

que é possível enten<strong>de</strong>r com ações básicas<br />

“Evento sozinho<br />

não faz verão. Evento<br />

gera conteúdo”<br />

BFerraz montou espaço instagramável no Baile da Vogue: “Brand experience é crucial para construir reputação”<br />

como pesquisas <strong>de</strong> satisfação, e a métrica<br />

mais óbvia, que é o ROI, retorno financeiro<br />

gerado pelas experiências <strong>de</strong> marca em relação<br />

ao investimento realizado”, diz Benetti.<br />

EXPERIÊNCIA<br />

A interação entre marcas e pessoas é igual<br />

à experiência que constrói reputação. É o<br />

que Celio Ashcar Jr, sócio e CEO, usa na gestão<br />

da AKM Performma. “Estamos em contato<br />

direto, no ao vivo, olho no olho, capturando<br />

sensações e dados. Cada vez mais o<br />

público admira e consome marcas com reputação<br />

e legado. Não adianta apenas falar<br />

sobre ESG, tem <strong>de</strong> praticar o ESG”, afirma o<br />

executivo, lembrando <strong>de</strong> soluções propostas<br />

no auge da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Ashcar Jr dá um exemplo: “Criamos<br />

para Domino’s uma campanha focada em<br />

reputação. Estávamos num momento <strong>de</strong><br />

muita discussão sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tomar vacina contra a Covid. Os números<br />

da 2ª dose estavam baixíssimos, e fomos a<br />

primeira campanha a incentivar as pessoas<br />

a tomarem a 2ª dose. A campanha Não<br />

perca a segunda oferecia a segunda pizza<br />

grátis para quem tomasse a segunda dose.<br />

Foi um enorme sucesso <strong>de</strong> engajamento e<br />

conscientização. E, claro, mostrou a preocupação<br />

e a reputação da marca com a<br />

serieda<strong>de</strong> do assunto”.<br />

Ter um olhar híbrido para o negócio é o<br />

que Fernando Figueiredo, CEO da Bullet,<br />

propõe. “Não somos uma agência <strong>de</strong> live<br />

marketing. Somos uma agência <strong>de</strong> engajamento.<br />

E promovemos engajamento não<br />

importa o meio, a ferramenta e a forma.<br />

Estamos aqui para mexer no ponteiro. E<br />

fazemos isso com advertising, conteúdo,<br />

promoção, eventos, influencer etc. O<br />

marketing ao vivo nada mais é do que o<br />

always on. E isso fazemos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios.<br />

Evento sozinho não faz verão.<br />

Evento gera conteúdo. Estratégias para<br />

reverberar este conteúdo são fundamentais<br />

para transformar algo localizado em<br />

pontual numa estratégia ampla e real. É<br />

o real digital. Levar pro digital aquilo que<br />

foi concebido no mundo real. O evento é<br />

126 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Colgate no Rock in Rio, em projeto da Onze MC, trouxe a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e da coragem no festival <strong>de</strong> música: “Construção da reputação por meio do live marketing”<br />

o catalisador <strong>de</strong> experiências. Atraímos a<br />

atenção <strong>de</strong> consumidores e targets reais,<br />

e eles nos ajudam a formar opinião <strong>de</strong><br />

outros através da reputação da marca, do<br />

produto e <strong>de</strong>le mesmo, o consumidor”,<br />

argumenta Figueiredo.<br />

De forma sintética, Marcio Carvalho, CEO<br />

da Onze Marketing e Comunicação, esclarece<br />

que o básico para uma operação <strong>de</strong> live<br />

marketing é “planejar e executar experiências<br />

memoráveis”. Ele continua: “Que<br />

façam sentido para a proposta <strong>de</strong> valor da<br />

marca e sejam coerentes com o contexto social<br />

e ambiental on<strong>de</strong> essas ações serão concebidas.<br />

Estratégias bem pensadas e executadas<br />

criam conexões profundas com os<br />

consumidores, contribuem para construção<br />

da imagem e geram resultado para a empresa.<br />

O inverso também é verda<strong>de</strong>iro: ou seja,<br />

o potencial que uma ação equivocada <strong>de</strong><br />

live tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir e manchar a reputação<br />

<strong>de</strong> uma marca é enorme”.<br />

Eventos musicais como Rock in Rio,<br />

Lollapalooza, Festival Mita, o futuro Primavera<br />

Sounds, Monsters of Rock, The Town<br />

e outros contribuem para o live marketing<br />

construir e gerar reputação para as marcas?<br />

Carvalho acredita que sim.<br />

“Esses festivais reúnem tudo que uma<br />

marca precisa para gerar reputação por<br />

meio do live marketing. A começar pela<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que frequentam<br />

e são impactadas pelas ativações<br />

e experiências <strong>de</strong> marca. A visibilida<strong>de</strong> e<br />

a abrangência <strong>de</strong>sses eventos vão muito<br />

além do presencial, com cobertura <strong>de</strong><br />

“Realizamos, em abril, o<br />

evento Favela Power para<br />

a re<strong>de</strong> Gerando Falcões”<br />

gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> televisão, portais, mídia,<br />

influencers e o próprio público. Festivais<br />

<strong>de</strong>sse tamanho também fomentam a discussão<br />

<strong>de</strong> pautas relevantes para a socieda<strong>de</strong>,<br />

levantam ban<strong>de</strong>iras e criam contextos<br />

que potencializam a voz da marca, que<br />

po<strong>de</strong> aproveitar a oportunida<strong>de</strong> para mostrar<br />

sua verda<strong>de</strong> e construir reputação.<br />

São, portanto, oportunida<strong>de</strong>s únicas para<br />

as marcas se conectarem com seu público<br />

<strong>de</strong> forma autêntica e inesquecível”.<br />

RELACIONAMENTO<br />

Brenda Maia, CEO da Eagle, consi<strong>de</strong>ra<br />

a criação <strong>de</strong> conexões reais e permanentes<br />

com pessoas e isso se esten<strong>de</strong> para além<br />

da tradução literal da palavra live marketing<br />

(marketing ao vivo). Isso acontece,<br />

na expressão <strong>de</strong> Brenda, “por meio <strong>de</strong> experiências<br />

memoráveis e <strong>de</strong> um diálogo<br />

transparente e dinâmico. Assim, ocorre o<br />

aumento orgânico do engajamento e do reconhecimento<br />

da empresa, o que po<strong>de</strong> converter<br />

este relacionamento em vendas”.<br />

Brenda diz mais: “A reputação da marca<br />

é ativo valioso que po<strong>de</strong> afetar diretamente<br />

seu sucesso. As empresas querem ven<strong>de</strong>r<br />

seus produtos e serviços e, num cenário tão<br />

competitivo como o que enfrentamos atualmente,<br />

imagem e reconhecimento da marca<br />

é o que a torna não só uma opção, como<br />

preferência por parte do público. Por outro<br />

lado, uma má reputação po<strong>de</strong> direcionar<br />

para queda nas vendas, perda <strong>de</strong> clientes e<br />

até mesmo danos permanentes à sua imagem”,<br />

orienta Brenda, que recomenda alguns<br />

passos para a gestão reputacional:<br />

1) Monitoramento: é imprescindível monitorar<br />

constantemente a reputação da marca,<br />

ou seja, o que está sendo dito sobre ela<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais e em outros canais <strong>de</strong> comunicação;<br />

2) Comunicação clara e consistente: a maneira<br />

como a marca se comunica <strong>de</strong>ve ser<br />

didática e estar alinhada com seus valores e<br />

missão. Isso ajuda a construir uma imagem<br />

positiva e aumenta a confiança dos consumidores;<br />

3) Gestão <strong>de</strong> crises: possíveis reclamações<br />

não po<strong>de</strong>m ficar sem respostas. A marca<br />

precisa sempre se posicionar e tentar solucionar<br />

o que o consumidor está indagando;<br />

4) Transparência;<br />

5) Responsabilida<strong>de</strong> social: uma companhia<br />

precisa enxergar além <strong>de</strong> seu crescimento<br />

financeiro e ter práticas humanizadas<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 127


com seus funcionários, fornecedores e acionistas,<br />

além <strong>de</strong> fomentar a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

O tripé inovação, criativida<strong>de</strong> e personalização<br />

também faz parte do pensamento<br />

<strong>de</strong> Igor Tobias, managing director<br />

da MCI. “O live marketing está totalmente<br />

ligado à experiência da audiência com a<br />

marca e ter um parceiro que contribua no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa estratégia traz o<br />

que há <strong>de</strong> mais relevante e inovador. Relacionamento,<br />

fi<strong>de</strong>lização e influência com<br />

a marca surgem naturalmente a partir das<br />

ativações certas e é aí que a reputação da<br />

marca po<strong>de</strong> ser também construída. A autorida<strong>de</strong><br />

da marca e a proximida<strong>de</strong> com o<br />

seu público criam um canal aberto e verda<strong>de</strong>iro<br />

com o mercado. Um olhar no ponto<br />

<strong>de</strong> vista reputacional enxerga a visão<br />

real do seu público que, na era do digital,<br />

faz com que o cliente se torne não apenas<br />

fiel à marca, mas também um influenciador<br />

e parte <strong>de</strong> sua comunida<strong>de</strong>. Por isso,<br />

ouvir o público, gerar relacionamento e<br />

inovar com os melhores produtos são partes<br />

fundamentais da entrega”, explica Tobias,<br />

enfatizando que a MCI tem 30 anos<br />

<strong>de</strong> história com operação em 31 países e 61<br />

escritório com clientes como AWS (Amazon<br />

webservices), Align Technology, Abbot,<br />

AstraZeneca, AO Foundation, Allianz,<br />

Renault e VMware”.<br />

FAVELA POWER<br />

Para engajar público, a agência precisa<br />

estar ligada às questões articuladas pela socieda<strong>de</strong>.<br />

“O evento é a melhor ferramenta<br />

<strong>de</strong> comunicação para criar relação, proximida<strong>de</strong><br />

e fi<strong>de</strong>lização entre pessoas e marcas.<br />

Num evento, a marca consegue ativar<br />

seu produto ou serviço através <strong>de</strong> experiências<br />

que duram mais <strong>de</strong> 30 segundos <strong>de</strong><br />

um filme <strong>de</strong> TV. E isso gera mais empatia,<br />

engajamento e reputação. Realizamos, em<br />

abril, o evento Favela Power para a re<strong>de</strong> Gerando<br />

Falcões. Um evento que reuniu mais<br />

<strong>de</strong> dois mil lí<strong>de</strong>res sociais <strong>de</strong> todo Brasil<br />

para um dia inteiro <strong>de</strong> conteúdo, inspiração<br />

e transformação. Várias marcas apoiaram<br />

o evento, com experiências e conteúdos<br />

focados em propósito e reputação”, recomenda<br />

Celio Ashcar Jr, que aten<strong>de</strong> na AKM<br />

Performma, além da Gerando Falcões, as<br />

marcas Nestlé, Pepsico, Suvinil, Avon, Beats,<br />

Bra<strong>de</strong>sco, Coca-Cola, Copa Energia,<br />

Concha y Toro e Embraer.<br />

Fernando Figueiredo comanda a Bullet: “Engajamento”<br />

“O live marketing está<br />

totalmente ligado à<br />

experiência da audiência<br />

com a marca”<br />

DESIGN DA EXPERIÊNCIA<br />

Enricco Benetti, da BFerraz, incentiva a<br />

compreensão <strong>de</strong> interesses, comportamentos,<br />

valores e <strong>de</strong>sejos para po<strong>de</strong>r criar experiências.<br />

“O <strong>de</strong>sign da experiência também<br />

é valioso, saber como criar uma experiência<br />

imersiva e envolvente com o uso <strong>de</strong> tecnologias<br />

inovadoras, como realida<strong>de</strong> virtual e aumentada,<br />

e também a criação <strong>de</strong> elementos<br />

sensoriais que possam ser vistos, ouvidos,<br />

cheirados, saboreados e tocados. Falando<br />

mais <strong>de</strong> técnica, temos o storytelling que vai<br />

ajudar a contar a história da marca <strong>de</strong> maneira<br />

autêntica e envolvente. Isso po<strong>de</strong> envolver<br />

a criação <strong>de</strong> uma narrativa que se <strong>de</strong>sdobra<br />

ao longo <strong>de</strong> uma experiência ou o uso <strong>de</strong><br />

personagens e histórias que cativam o público.<br />

Essencial também é a parte <strong>de</strong> produção<br />

e execução, que engloba i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual,<br />

Marcio Carvalho é CEO da Onze MC: “Experiências”<br />

Fotos Divulgação<br />

criação das experiências, arquitetura, inovação,<br />

e vale mencionar o quanto é importante<br />

a parte operacional, a gestão <strong>de</strong> fornecedores,<br />

os cronogramas e os orçamentos. Isso<br />

tudo garante o sucesso <strong>de</strong> uma operação. E,<br />

claro, não adianta promover inúmeras coisas<br />

e não avaliar no final, fazer a autocrítica em<br />

busca <strong>de</strong> melhorar e aprimorar as experiências<br />

é fundamental”, esmiuça Benetti.<br />

Estreitar relacionamentos e fortalecer<br />

os negócios das empresas são vetores que<br />

orientam Brenda Maia, da Eagle. Especialmente<br />

para a construção <strong>de</strong> branding,<br />

propósito e reputação: “Os eventos são<br />

um ótimo filtro para saber quais ações funcionam<br />

ou não, quais brin<strong>de</strong>s geram interesse<br />

ou não, e por aí vai. Quer coletar informações<br />

concretas para sua marca? Participe<br />

<strong>de</strong> um evento. Lá, será possível gerar leads,<br />

testar produtos, ter feedbacks instantâneos<br />

e aumentar as vendas. Existem muitas<br />

maneiras pelas quais os eventos po<strong>de</strong>m<br />

contribuir para a construção do branding,<br />

propósito e reputação <strong>de</strong> uma marca, já que<br />

<strong>de</strong>monstram a personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la, constroem<br />

relacionamentos com os visitantes,<br />

criam engajamento e buzz, e reforçam a<br />

imagem e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca na mente<br />

das pessoas que estão passando por ali”, finaliza<br />

Brenda.<br />

Estan<strong>de</strong> da Getnet na feira <strong>de</strong> tecnologia Autocom, projeto assinado pela Eagle<br />

Live com Maria Rita, da Onze MC para o Itaú, na data promocional <strong>de</strong> Mães <strong>de</strong> 2021<br />

128 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

A simbiose entre<br />

marcas, conteúdos<br />

e canais<br />

Melissa Vogel<br />

Geralmente costumo fugir <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s<br />

absolutas, mas existem algumas que<br />

são indiscutíveis. Por exemplo, quando<br />

afirmamos que a reputação <strong>de</strong> uma marca<br />

é um ativo valioso e fundamental para o<br />

sucesso <strong>de</strong> qualquer empresa. É exatamente<br />

esta combinação <strong>de</strong> reconhecimento e<br />

fama, um dos principais pilares que permitem<br />

a uma organização ganhar a confiança<br />

dos públicos <strong>de</strong> interesse, construindo relacionamentos<br />

duradouros com seus consumidores<br />

e parceiros <strong>de</strong> negócio.<br />

E para o consumidor esta relação importa<br />

e muito! O Target Group In<strong>de</strong>x mostra que<br />

74,5% das pessoas confirmam que quando<br />

encontram uma marca que gostam ten<strong>de</strong>m<br />

a ser fiéis. E o que significa gostar <strong>de</strong> uma<br />

marca? Muitas são as razões, por vezes explicadas<br />

pela lógica, pelo benefício, pelas<br />

funcionalida<strong>de</strong>s, pela emoção e pela i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> valores.<br />

Ao perguntar para estas mesmas pessoas<br />

quais são os tipos <strong>de</strong> marcas que elas<br />

gostam, existem os que preferem as mais<br />

inovadoras (45,8%), refinadas (44,1%) e as<br />

divertidas (43,3%). Chama a atenção o volume<br />

<strong>de</strong> 67% que <strong>de</strong>claram gostar <strong>de</strong> marcas<br />

tradicionais.<br />

Seguramente, para gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>stes<br />

consumidores, uma marca tradicional é<br />

uma marca que ele confia e conhece. Um<br />

fato transversal a qualquer segmento <strong>de</strong><br />

atuação ou perfil <strong>de</strong> marca. Complementando<br />

este ponto <strong>de</strong> vista, o mesmo estudo<br />

mostra que para 66% das pessoas as marcas<br />

conhecidas são consi<strong>de</strong>radas melhores.<br />

Marcas com fama e com sucesso zelam<br />

pela imagem. Buscam estratégias eficazes<br />

para proteger a reputação. Definem <strong>de</strong> maneira<br />

cuidadosa como, e por meio <strong>de</strong> quais<br />

canais, vão se comunicar com seus públicos.<br />

Muitas vezes, inclusive, potencializando a<br />

sua reputação a partir da associação com diversos<br />

conteúdos, com estratégias bem elaboradas,<br />

como ações <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content,<br />

patrocínios e eventos, que geram valor para<br />

todos os envolvidos no ecossistema (agências,<br />

anunciantes, produtores <strong>de</strong> conteúdo,<br />

players <strong>de</strong> mídia e consumidores).<br />

Neste cenário, reger a complexida<strong>de</strong> e, ao<br />

mesmo, buscar resultados <strong>de</strong> comunicação<br />

e campanhas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, viabilizando<br />

um ambiente seguro e a<strong>de</strong>quado para as<br />

marcas e, ao mesmo tempo, alinhado aos<br />

valores, à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, ao tom e a todas as<br />

outras qualida<strong>de</strong>s subjetivas requerem um<br />

conjunto <strong>de</strong> estratégias e ações, com alinhamento<br />

também <strong>de</strong> tecnologia, análise <strong>de</strong> dados<br />

e monitoramento constante.<br />

Num ambiente <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> mídia e<br />

informação cada vez mais fragmentado e<br />

conectado, essas escolhas se tornam sofisticadas.<br />

A internet e as re<strong>de</strong>s sociais transformaram<br />

– e seguem transformando – a gestão<br />

reputacional, inserindo camadas <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong><br />

e novas dinâmicas sobre a maneira<br />

como consumidores se comunicam e<br />

interagem com marcas, conteúdos e canais.<br />

Dados do Target Group In<strong>de</strong>x reforçam<br />

essa premissa. Entre 2018 e 20<strong>22</strong>, houve aumento<br />

<strong>de</strong> 53% no número <strong>de</strong> pessoas que<br />

afirmam seguir as marcas em re<strong>de</strong>s sociais<br />

e <strong>de</strong> 17% entre aqueles que comentam sobre<br />

elas no ambiente digital.<br />

Trafegando entre os mais diferentes meios<br />

e ambientes, o consumidor busca consistência<br />

e relevância das marcas em qualquer ponto<br />

<strong>de</strong> contato, seja analógico, linear ou digital.<br />

Assim, estratégias <strong>de</strong> mídia cross-media<br />

e multicanal tornam-se alicerces muito importantes<br />

para a construção <strong>de</strong> marca.<br />

A última edição do nosso estudo Insi<strong>de</strong><br />

Advertising mostrou que as marcas aumentaram<br />

em 10% o volume <strong>de</strong> anúncios entre<br />

as mais valiosas <strong>de</strong> 20<strong>22</strong>, ainda que atuem<br />

em diferentes segmentos, tiveram em comum<br />

uma presença diversificada, utilizando,<br />

em média, cinco ou mais meios em sua<br />

comunicação. Este comportamento nos<br />

mostra como, <strong>de</strong> fato, variáveis como valor,<br />

lembrança e reputação são construídos, não<br />

apenas ao longo do tempo, mas por meio <strong>de</strong><br />

estratégia, conteúdo consistente nos múltiplos<br />

e complementares meios <strong>de</strong> comunicação<br />

e pontos <strong>de</strong> contato.<br />

À medida que este mix <strong>de</strong> mídia e suas<br />

múltiplas possibilida<strong>de</strong>s continuam crescendo<br />

e se diversificando, já vivemos em<br />

uma nova era <strong>de</strong> métricas, on<strong>de</strong> os resultados<br />

são medidos por fontes híbridas <strong>de</strong><br />

dados, com integração <strong>de</strong> informações próprias<br />

e <strong>de</strong> terceiros, com olhar cross-media<br />

sistêmico. Dessa forma, uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> métricas relacionam alcance, frequência<br />

e impacto <strong>de</strong> campanhas e ações <strong>de</strong><br />

comunicação, com os efeitos em construção<br />

<strong>de</strong> marca, vendas e retorno financeiro sobre<br />

o investimento publicitário.<br />

Melissa Vogel<br />

é CEO da Kantar Ibope Media<br />

e presi<strong>de</strong>nte do IAB Brasil<br />

melissa.vogel@kantaribopmedia.com<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 129


propmark 58 Anos<br />

Jornal tem projeto gráfico repaginado,<br />

que traz mais leveza e fonte mo<strong>de</strong>rna<br />

Veículo conta com novo logo, tipografia e <strong>de</strong>sign estratégico, criados<br />

por Adunias da Luz e Lucas Boccatto, dupla <strong>de</strong> arte do propmark<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

Armando e Tiago Ferrentini: pai e filho estão à frente do comando da Editora Referência, que edita o propmark e é dona também da Referência Gráfica, on<strong>de</strong> o veículo é impresso<br />

Adrieny Magalhães<br />

como<br />

uma coluna provocadora,<br />

criativa, “Começamos<br />

que procurava fazer sempre o<br />

exercício <strong>de</strong> um trabalho jornalístico,<br />

emprestado a um<br />

trabalho publicitário. Foi assim<br />

que o nosso trabalho funcionou<br />

por tanto tempo, não<br />

apenas entre os publicitários,<br />

mas também entre as pessoas<br />

que gostam do mercado”,<br />

recorda Armando Ferrentini,<br />

diretor-presi<strong>de</strong>nte da Editora<br />

Referência, que edita o propmark.<br />

O sucesso mencionado pelo<br />

veterano da publicação po<strong>de</strong><br />

ser creditado a um conjunto <strong>de</strong><br />

fatores, <strong>de</strong>ntre eles, o projeto<br />

gráfico do jornal.<br />

Consolidar um veículo no<br />

mercado e sustentá-lo por tantas<br />

décadas está muito atrelado<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

bom projeto gráfico, impresso<br />

e também no online.<br />

Transformar o potencial leitor<br />

em um comprador leal é<br />

papel <strong>de</strong>sse projeto, que tem<br />

como função principal proporcionar<br />

uma experiência agradável<br />

e leve ao leitor. Além <strong>de</strong>,<br />

claro, <strong>de</strong>spertar o interesse do<br />

público pelo conteúdo noticiado<br />

e se <strong>de</strong>stacar em meio aos<br />

concorrentes do mercado.<br />

Em 58 anos <strong>de</strong> história, o<br />

propmark mudou seu projeto<br />

gráfico algumas vezes, pensando<br />

em melhorar a experiência<br />

do leitor. Assim, as mudanças<br />

se tornaram cultura do<br />

veículo.<br />

A última alteração no projeto<br />

gráfico foi realizada em 2015<br />

e funcionou durante oito anos.<br />

Agora, foi entendido que chegou<br />

o momento <strong>de</strong> fazer novas<br />

alterações.<br />

“Em 2015, houve uma gran<strong>de</strong><br />

mudança, a gente resolveu<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter o formato jornalão,<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser impresso<br />

no Estadão e resolvemos imprimir<br />

aqui. Com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da gráfica, sentimos<br />

que ela já estava preparada<br />

para toda semana imprimir<br />

um produto próprio, que não<br />

é um serviço tão simples assim”,<br />

conta Tiago Ferrentini,<br />

diretor-executivo da Editora<br />

Referência, dona também da<br />

Referência Gráfica.<br />

Tiago também relata que é<br />

uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer<br />

produto jornalístico, impresso<br />

e digital, fazer uma reformulação<br />

visual <strong>de</strong> tempos em tempos.<br />

A i<strong>de</strong>ia inicial era fazer<br />

uma mudança aos 60 anos do<br />

propmark, mas foi <strong>de</strong>cidido em<br />

um acordo com a Redação, o<br />

comercial e a direção da empresa<br />

para antecipar a mudança.<br />

O pedido <strong>de</strong> alteração do<br />

projeto gráfico partiu pelo seguinte<br />

princípio: eram necessárias<br />

algumas alterações, mas<br />

não uma revolução. Não era<br />

preciso construir algo disruptivo,<br />

como já houve no passado,<br />

nem <strong>de</strong>scartar o projeto<br />

atual e fazer algo completamente<br />

diferente.<br />

Diferentemente <strong>de</strong> 2015,<br />

<strong>de</strong>sta vez o jornal contou com<br />

seu <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> arte, formado<br />

por Adunias da Luz, edi-<br />

130 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Adunias da Luz e Lucas Boccatto: dupla <strong>de</strong> arte do jornal foi responsável pela reformulação do projeto gráfico, que tem a nova tipografia como um dos <strong>de</strong>staques<br />

tor <strong>de</strong> arte, e o diagramador<br />

Lucas Boccatto, consi<strong>de</strong>radas<br />

as melhores pessoas para <strong>de</strong>senvolver<br />

um projeto novo, levando<br />

em conta o que po<strong>de</strong>ria<br />

ser otimizado no dia a dia da<br />

Redação.<br />

“Não foi um <strong>de</strong>safio, foi mais<br />

uma provocação. Era necessário<br />

modificar, e quem melhor<br />

para modificar o projeto do jornal<br />

do que as pessoas que convivem<br />

com ele diariamente?<br />

Nós sabemos da dificulda<strong>de</strong> do<br />

redator e da produção do material,<br />

estamos inseridos <strong>de</strong>ntro<br />

do jornal”, diz Adunias da Luz.<br />

Formato, tipografia, organização<br />

da página e outros elementos<br />

fazem parte do projeto<br />

gráfico. Para <strong>de</strong>senvolver<br />

o melhor <strong>de</strong>les, é vital contar<br />

com uma equipe criativa e com<br />

conhecimento técnico.<br />

Através <strong>de</strong> muita pesquisa e<br />

trabalho duro, a equipe conseguiu<br />

um resultado satisfatório<br />

e funcional, não apenas para<br />

os leitores, mas também para<br />

toda a equipe que trabalha nas<br />

edições do jornal.<br />

“Antigamente a gente vivia<br />

uma época da ditadura da diagramação,<br />

on<strong>de</strong> você estabelecia<br />

o volume <strong>de</strong> texto que o<br />

repórter ia produzir e ele ficava<br />

amarrado aquilo. Então, muitas<br />

vezes, faltava texto e ele<br />

precisava <strong>de</strong>longar um tema.<br />

Com esse novo projeto, uma<br />

adaptação do projeto anterior,<br />

a gente está criando a situação<br />

on<strong>de</strong> o editor não vai sofrer -<br />

ele vai fazer os textos <strong>de</strong>le, da<br />

maneira que precisar e vai passar<br />

a mensagem do que está<br />

sendo notícia”, diz.<br />

RefeRências<br />

O time da casa investiu em<br />

pesquisa e referências interessantes<br />

para dar uma repaginada<br />

no projeto gráfico do jornal.<br />

Lucas entrou em um trabalho<br />

imersivo em uma banca<br />

<strong>de</strong> jornal, on<strong>de</strong> pediu para dar<br />

uma olhada em inúmeras publicações<br />

para buscar referências<br />

oportunas. Além disso, o<br />

Pinterest foi uma plataforma<br />

na qual encontrou ótimos estímulos<br />

visuais, principalmente<br />

para produzir a capa da publicação.<br />

Adunias aproveitou referências<br />

e livros antigos que<br />

acumula em casa. Olhar as publicações<br />

antigas o ajudou a<br />

enten<strong>de</strong>r o que funcionava e o<br />

que não funcionava no projeto<br />

gráfico anterior. Somando essa<br />

carga <strong>de</strong> referências e contribuindo<br />

um com o outro com<br />

dicas e sugestões, chegaram a<br />

um plano em conjunto. Mesmo<br />

com novas i<strong>de</strong>ias, a cultura<br />

e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do veículo<br />

foram preservadas, como as<br />

cores preto e ver<strong>de</strong>, já conhecidas<br />

pelos leitores.<br />

“A i<strong>de</strong>ia foi dar um frescor ao<br />

jornal, uma atualização, mas<br />

sem per<strong>de</strong>r as características<br />

intrínsecas <strong>de</strong>le. Sendo mais<br />

objetivo: não per<strong>de</strong>r a cor ver<strong>de</strong><br />

e a cor preta, que são muito<br />

características e agradáveis <strong>de</strong><br />

serem vistas”, comenta Tiago<br />

Ferrentini.<br />

As mudanças mais relevantes<br />

distribuídas ao longo do jornal<br />

estão na tipografia e dinamismo<br />

do mesmo, recursos indispensáveis<br />

para proporcionar uma<br />

leitura prazerosa do conteúdo<br />

oferecido pelo propmark.<br />

As seções do jornal continuam<br />

as mesmas, com o intuito<br />

<strong>de</strong> não confundir o leitor, que<br />

já está acostumado com as colunas<br />

e seções.<br />

Em resumo, o projeto gráfico<br />

está ainda mais leve e clean, características<br />

que, mais uma vez,<br />

foram pensadas com o objetivo<br />

<strong>de</strong> melhorar a experiência do<br />

leitor. Lucas Boccatto conta que<br />

trabalhou no conceito do sinal<br />

<strong>maio</strong>r em duplicata, associado<br />

à gran<strong>de</strong>za do jornal, que sempre<br />

contribuiu com o meio publicitário<br />

e se tornou uma referência<br />

do mercado.<br />

“Eu busquei muitas referências,<br />

prestei atenção nos<br />

<strong>de</strong>talhes e tive um estalo.<br />

O elemento gráfico das vinhetas<br />

representa o símbolo<br />

<strong>maio</strong>r fazendo referência à<br />

letra K, do novo logo do propmark”,<br />

explica o diagramador.<br />

O <strong>de</strong>talhe marca mais uma<br />

etapa <strong>de</strong> evolução visual do<br />

jornal, i<strong>de</strong>ia principal trabalhada<br />

pelo time.<br />

TipogRafia<br />

Como citado anteriormente,<br />

a introdução <strong>de</strong> novas fontes<br />

no projeto gráfico foi feita com<br />

o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a leitura<br />

mais prazerosa. Tiago Ferrentini<br />

revela que teve uma participação<br />

no projeto no momento<br />

<strong>de</strong> escolher uma nova fonte<br />

do logo. Apaixonado por artes<br />

visuais e tipografia, o diretor-<br />

-executivo <strong>de</strong>scobriu uma fonte<br />

mo<strong>de</strong>rna e limpa, que po<strong>de</strong><br />

ser consi<strong>de</strong>rada um avanço da<br />

tipografia antiga. “Além <strong>de</strong> trazer<br />

leveza visual, a nova fonte<br />

em caixa baixa com a faixa<br />

em ciano abaixo do logotipo<br />

homenageia dois momentos<br />

muito especiais do propmark:<br />

o logo da década <strong>de</strong> 1990,<br />

que tinha a palavra propaganda<br />

manuscrita em ciano, e o<br />

projeto <strong>de</strong> 2007, <strong>de</strong>senvolvido<br />

pelo Pascoal Fabra Neto, que<br />

levou o nome propmark para<br />

o logotipo e abandonou <strong>de</strong> vez<br />

tons azuis, inaugurando a cor<br />

ver<strong>de</strong> no jornal”, lembra.<br />

A nova tipografia do logo foi<br />

<strong>de</strong>senvolvida por um estúdio<br />

especializado na Índia e foi adquirida<br />

pelo veículo, especialmente<br />

para o novo projeto.<br />

Para Adunias da Luz e Lucas<br />

Boccato, a verda<strong>de</strong>ira mudança,<br />

e mais significativa, é a facilitação<br />

da leitura do público.<br />

“A i<strong>de</strong>ia é justamente <strong>de</strong>ixar<br />

a leitura bem agradável, sem<br />

aquelas amarras <strong>de</strong> muitas caixas<br />

ou soluções mirabolantes.<br />

Tornamos o veículo leve e bem<br />

agradável <strong>de</strong> leitura e esperamos<br />

que ele seja bem recebido<br />

pelo mercado”, diz Adunias.<br />

Com o novo projeto gráfico,<br />

o jornal continua trabalhando<br />

com uma preocupação que<br />

surgiu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, com Armando<br />

Ferrentini: o respeito<br />

com a verda<strong>de</strong>.<br />

“Eu criei tudo com muito<br />

amor e, além do amor, com<br />

uma preocupação e respeito<br />

muito gran<strong>de</strong> com a verda<strong>de</strong>,<br />

com os fatos que iam surgindo,<br />

que ainda não tinham sido<br />

noticiados e nós noticiávamos<br />

através da busca - que é o que<br />

um verda<strong>de</strong>iro repórter tem <strong>de</strong><br />

fazer sempre”, conclui o fundador<br />

do propmark.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 131


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Transformação como<br />

dado da realida<strong>de</strong><br />

Luiz Lara<br />

Na última edição do SXSW, Amy Webb<br />

sacramentou que a única constância<br />

no setor <strong>de</strong> mídia é a turbulência. Parafraseando<br />

a futurista americana, a única<br />

constância que tenho vivenciado nestes<br />

tempos atuais, no mercado publicitário, é a<br />

transformação, que chega agora num ponto<br />

<strong>de</strong> inflexão sem prece<strong>de</strong>ntes. Esse tal ponto<br />

<strong>de</strong> ruptura está inexoravelmente condicionado<br />

pela tecnologia. Temos o <strong>de</strong>safio diário<br />

<strong>de</strong> comunicar e construir conexões em<br />

um mundo multiplataforma e hiperfragmentado.<br />

A metamorfose dos meios é uma<br />

realida<strong>de</strong>. Não consumimos conteúdo da<br />

mesma forma, a plataformização da comunicação<br />

tornou possível a personalização<br />

das mensagens; as marcas anunciam serviços,<br />

mas também compromissos e propósitos<br />

sociais; as agências se <strong>de</strong>bruçam numa<br />

profusão <strong>de</strong> dados e métricas para serem<br />

mais assertivas; anunciantes buscam alternativas<br />

para conexão que vão além das<br />

quatro telas e dos eventos. Por sua vez, os<br />

consumidores assumiram a narrativa.<br />

Diante <strong>de</strong>ssa nova realida<strong>de</strong>, o mercado<br />

publicitário, tal qual o mundo, mudou<br />

e tem outras <strong>de</strong>mandas. Trabalhamos<br />

numa socieda<strong>de</strong> cada vez mais plural,<br />

transversal, diversificada e hiperconectada.<br />

Precisamos enten<strong>de</strong>r rapidamente<br />

como vamos lidar com a tecnologia <strong>de</strong><br />

ponta que avança sobre o nosso negócio.<br />

Ainda estamos assimilando os impactos<br />

da inteligência artificial generativa na comunicação.<br />

Já lidamos com esse ativo nas<br />

mesas <strong>de</strong> mídia e planejamento e, agora,<br />

vemos sua incidência crescer nos processos<br />

criativos e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conteúdo.<br />

O <strong>de</strong>safio é olhar com cada vez mais cuidado<br />

para o brand safety, em como vamos<br />

resguardar as marcas em meio à proliferação<br />

<strong>de</strong> conteúdos ina<strong>de</strong>quados em escala<br />

exponencial. É necessário também trabalhar<br />

com novos dados e métricas para reter<br />

o engajamento <strong>de</strong> uma nova geração<br />

<strong>de</strong> consumidores: mais ativos e combativos.<br />

A economia da atenção exige novas<br />

habilida<strong>de</strong>s. E, paradoxalmente, tais<br />

habilida<strong>de</strong>s vão além da tecnologia, há<br />

muita ciência por trás da mesma, mas - essencialmente<br />

- há elementos básicos que<br />

resgatam o olhar sensível às necessida<strong>de</strong>s<br />

humanas e percepção do outro.<br />

Esse próprio jornal e a entida<strong>de</strong> que<br />

presido – o Cenp - testemunharam gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> mudança ao longo<br />

dos últimos tempos e sentiram na pele essa<br />

transformação sistemática: o propmark impresso<br />

ganhou eco no digital e, hoje, é consumido<br />

nos celulares ou em outras telas. O<br />

Cenp renovado, com a participação <strong>de</strong> anunciantes,<br />

elos digitais, agências e veículos <strong>de</strong><br />

comunicação, mostra que a autorregulação<br />

está madura, sedimentada e serve <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

para o mundo, e, agora, assume um novo<br />

pacto <strong>de</strong> valor para sua atuação e busca novos<br />

ativos para evolução <strong>de</strong>ste setor.<br />

Embora a disrupção esteja batendo à porta,<br />

sigo acreditando em máximas que resistem<br />

ao tempo, como a prática do capitalismo<br />

<strong>de</strong> valor compartilhado, no estabelecimento<br />

<strong>de</strong> relações ganha-ganha on<strong>de</strong> prevalecem a<br />

ética e o respeito. Segue, muito viva, a premissa<br />

<strong>de</strong> que a publicida<strong>de</strong> é a indústria <strong>de</strong><br />

ponta da economia criativa e a responsável<br />

por movimentar todas as <strong>de</strong>mais indústrias.<br />

Somente em mídia, 326 agências reportaram<br />

ao Cenp-Meios uma injeção <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 21<br />

bilhões por ano na economia em 20<strong>22</strong>, o estudo<br />

da Deloitte, também em parceria com<br />

o Cenp, mostra que cada real investido gera<br />

mais <strong>de</strong> 8 reais no mercado. Isso tudo não é<br />

pouco. A publicida<strong>de</strong> é um instrumento legítimo,<br />

sem a mesma não se tem informação<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, não se tem entretenimento,<br />

não se tem prestação <strong>de</strong> serviços, não se tem<br />

lançamentos, não se tem <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Fato é que tudo vem se transformando<br />

<strong>de</strong> forma acelerada. Buscamos certo grau<br />

<strong>de</strong> ‘normalida<strong>de</strong>’, mas, em seguida, um<br />

novo conjunto <strong>de</strong> sinais emerge para <strong>de</strong>safiar<br />

nossos mo<strong>de</strong>los mentais existentes.<br />

O mundo hiperconectado é um <strong>de</strong>safio e a<br />

transformação do momento é como vamos<br />

equilibrar todas essas <strong>de</strong>mandas do mercado<br />

multiplataforma, que muda <strong>de</strong> rota<br />

diariamente, e do novo consumidor hiperestimulado<br />

e em busca <strong>de</strong> conexões com<br />

significado. E isso não vem apenas com algoritmos<br />

criados em laboratórios do MIT,<br />

mas, sim, do talento criativo - o nosso <strong>maio</strong>r<br />

ativo enquanto indústria.<br />

Luiz Lara<br />

é presi<strong>de</strong>nte do Conselho Superior do Cenp<br />

e chairman do Grupo TBWA no Brasil<br />

l.lara@lewlaratbwa.com.br<br />

132 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


propmark 58 Anos<br />

Divulgação<br />

Brand safety<br />

é imperativo<br />

Andreia Abud<br />

é VP <strong>de</strong> mídia da WMcCann<br />

Andreia.Abud@wmccann.com<br />

Andreia Abud<br />

O<br />

aumento da disseminação <strong>de</strong> fake<br />

news no ambiente digital colocou a<br />

segurança <strong>de</strong> marca como uma das<br />

disciplinas prioritárias <strong>de</strong>ntro da rotina das<br />

agências. Cada vez mais, vemos os times<br />

<strong>de</strong>senvolvendo novas estratégias e trabalhando<br />

próximos aos parceiros <strong>de</strong> mídia<br />

para garantir que a publicida<strong>de</strong> dos clientes<br />

não seja associada a conteúdos e perfis que<br />

lucram com a <strong>de</strong>sinformação. Tudo isso envolve<br />

investimento em tecnologia e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

contínuo do time para evitar<br />

que, aci<strong>de</strong>ntalmente, esses anúncios sejam<br />

exibidos nesse contexto. E faz parte do conjunto<br />

<strong>de</strong> protocolos e ações para ajudar a<br />

proteger a imagem pública <strong>de</strong> uma marca.<br />

Um levantamento da Comscore, em parceria<br />

com a NewsGuard, plataforma que avalia<br />

a confiabilida<strong>de</strong> dos sites, mostrou que<br />

a publicida<strong>de</strong> digital per<strong>de</strong> US$ 2,6 bilhões<br />

em fake news ao ano. Em média, 1,68% dos<br />

investimentos em anúncios acabaram em<br />

sites que continham fake news. Já anúncios<br />

que rodaram apenas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um pool <strong>de</strong><br />

sites <strong>de</strong> notícias altamente confiáveis resultaram<br />

em CPMs mais baixos, alcance expandido<br />

e uma taxa <strong>de</strong> cliques 143% mais alta.<br />

Embora evitar a gestão <strong>de</strong> crise seja um<br />

aspecto importante da segurança <strong>de</strong> marca,<br />

a brand safety envolve também garantir que<br />

o cliente esteja associado a conteúdo apropriado<br />

e compatível com seus valores e propósitos,<br />

para gerar um retorno positivo para<br />

sua imagem e eficiência, como <strong>de</strong>stacado no<br />

estudo. Para isso, é importante contar com<br />

inteligência <strong>de</strong> dados, relatórios, monitoramento,<br />

além <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> ser um tema transversal<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> todo o processo, e não exclusivo<br />

dos times <strong>de</strong> mídia.<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> marca precisa<br />

estar presente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as escolhas criativas,<br />

passando pela seleção dos criadores <strong>de</strong> conteúdo<br />

até chegar à distribuição dos assets<br />

publicitários. E, para garantir esse olhar, é<br />

necessário que os times não estejam apenas<br />

apropriados dos propósitos dos clientes,<br />

mas também do contexto sociocultural<br />

em que as marcas estão inseridas. Soma-se<br />

a isso a <strong>de</strong>manda da audiência por posicionamentos<br />

assertivos em relação a questões<br />

sociais, ambientais e <strong>de</strong> governança.<br />

Em um cenário em que o consumidor está<br />

cada vez mais <strong>de</strong>sconfiado e consciente do<br />

seu protagonismo, o <strong>de</strong>safio é conciliar os<br />

objetivos <strong>de</strong> negócio dos clientes a essas<br />

<strong>de</strong>mandas, construindo assim histórias <strong>de</strong><br />

marcas que geram confiança e inspiração na<br />

outra ponta. É uma equação complexa, que<br />

exige compromisso e consistência na comunicação,<br />

e, sobretudo, transparência. Mas<br />

que, no fim do dia, inevitavelmente traz resultados<br />

positivos para a marca.<br />

Brand safety é sobre permitir que a criativida<strong>de</strong><br />

seja exercitada em uma base sólida<br />

e segura, sem cascas <strong>de</strong> banana, e explorada<br />

em todas as suas potencialida<strong>de</strong>s. E as<br />

marcas também têm levado o tema muito<br />

a sério. Vemos os clientes estimulando<br />

seus parceiros <strong>de</strong> comunicação a trabalhar<br />

proativamente para garantir a segurança<br />

<strong>de</strong> suas estratégias <strong>de</strong> comunicação. É um<br />

avanço importante que indica o amadurecimento<br />

na relação entre agências e clientes<br />

e garante agilida<strong>de</strong> no ajuste <strong>de</strong> rotas e<br />

nas respostas, caso sejam necessárias, <strong>de</strong><br />

forma coor<strong>de</strong>nada.<br />

Não há dúvida <strong>de</strong> que a reputação <strong>de</strong><br />

uma empresa po<strong>de</strong> ser seriamente prejudicada<br />

se ela for associada a algum conteúdo<br />

nocivo ou inapropriado, que brand safety<br />

é uma das principais preocupações para<br />

qualquer marca que queira se manter relevante<br />

e, acima <strong>de</strong> tudo, ética em sua estratégia<br />

<strong>de</strong> comunicação. Mas convido todos<br />

a enxergá-la pelo campo das oportunida<strong>de</strong>s,<br />

consi<strong>de</strong>rando o ganho para as marcas.<br />

Que possamos educar o nosso olhar para<br />

enten<strong>de</strong>r que construir e cuidar da reputação<br />

no dia a dia é tão importante como<br />

evitar que ela <strong>de</strong>smorone.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 133


marcas<br />

KitKat propõe twist para dançar no<br />

ritmo da geração Z, do pop ao rock<br />

Divulgação<br />

Marca KitKat vai apresentar quatro sabores novos para interagir com os espectadores presenciais no The Town em SP<br />

Marca estará no<br />

The Town com ação<br />

da GUT e som criado<br />

pela produtora Loud+<br />

Paulo Macedo<br />

Conexões musicais para dar match<br />

com a geração Z é a intenção da marca<br />

KitKat, do portfólio da Nestlé, que<br />

gostou da experiência que teve no Rock in<br />

Rio no ano passado, quando comercializou<br />

<strong>22</strong>0 mil unida<strong>de</strong>s e estreitou laços com o público<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais, ficando atrás em volume<br />

<strong>de</strong> interações apenas do TikTok e Itaú.<br />

O gostinho <strong>de</strong> quero mais se materializa<br />

no The Town, que ocorre no Autódromo<br />

<strong>de</strong> Interlagos, no mês <strong>de</strong> setembro, com<br />

arquitetura e produção da agência Samba,<br />

da Holding Clube. Para isso, quer antecipar<br />

para os consumidores brasileiros o repertório<br />

<strong>de</strong> ações programadas para o evento, a<br />

principal <strong>de</strong>las uma campanha publicitária<br />

assinada pela agência GUT São Paulo sob<br />

o mote Break épico com li<strong>de</strong>rança criativa<br />

do CCO Bruno Brux e do ECD Murilo Melo.<br />

Além da promoção Let’s rock the break, que<br />

estará no ar nos meses <strong>de</strong> junho e julho.<br />

O filme, produzido pela Barry Company e<br />

dirigido por Kill the Buddha, faz flashback<br />

para mostrar momentos épicos da música<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Woodstock, passando pelo disruptivo<br />

Burning Man, até chegar ao Rock in Rio<br />

inaugural, em 1985, com imagens do show<br />

do Queen com a performance épica <strong>de</strong> Fred<br />

Mercury.<br />

A parte musical foi conduzida pela produtora<br />

Lound+, com direção <strong>de</strong> Gustavo<br />

Garbato, Felipe Kim e Fabio Smeli. Coletivo<br />

<strong>de</strong> compositores da produtora criou o tema<br />

musical que recebeu interpretação <strong>de</strong> Jão,<br />

Tasha & Tralie. “Do jazz ao hip hop para interagir<br />

com todas as pessoas da geração Z,<br />

cada uma com seu ritmo preferido”, esclarece<br />

o executivo Patricio Torres, BEO <strong>de</strong> confectionary<br />

da Nestlé. “KitKat está no Brasil<br />

há 10 anos e assumiu a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> negócios<br />

globais batendo o Reino Unido, on<strong>de</strong><br />

está há 70 anos, agora em segundo lugar. A<br />

marca também tem um maquinário mo<strong>de</strong>rno<br />

e é a <strong>maio</strong>r unida<strong>de</strong> fabril das Américas”,<br />

reforça Torres.<br />

A gerente <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> KitKat, Patricia<br />

Nacamuta, fala que quatro novos sabores estarão<br />

disponíveis no The Town na loja própria<br />

Chocolatory, que já tem duas unida<strong>de</strong>s<br />

e sete quiosques em São Paulo. Também um<br />

espaço em frente ao palco The One e uma<br />

área VIP. “A i<strong>de</strong>ia é proporcionar uma experiência<br />

para o consumidor com boa música.<br />

E gerar emoção por meio da imagem da marca”,<br />

finaliza Patricia.<br />

134 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


we<br />

mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Velhos truques,<br />

mágicas improváveis<br />

“A memória é mestra na falsificação dos fatos.”<br />

Nelson Rodrigues<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

Anos atrás, num momento triste da<br />

economia brasileira, um presi<strong>de</strong>nte<br />

pediu e a indústria, fazendo-se <strong>de</strong><br />

louca, e <strong>de</strong> forma medíocre e criminosa,<br />

aten<strong>de</strong>u. Naquele momento nascia o tal do<br />

carro popular, mais conhecido como pé <strong>de</strong><br />

boi. Um carro absolutamente pelado.<br />

Ridículo, patético, inseguro. De acessórios,<br />

<strong>de</strong> peças essenciais e, especialmente, e<br />

repetindo, <strong>de</strong> segurança. Uma temerida<strong>de</strong>.<br />

Jamais a indústria <strong>de</strong>veria ter estimulado e<br />

embarcado numa aventura irresponsável e<br />

criminosa.<br />

Por uma série <strong>de</strong> circunstâncias e razões,<br />

e movida a <strong>de</strong>sespero, parte da indústria<br />

volta a provocar o governo medíocre que<br />

hoje comanda o Brasil, acenando e pedindo<br />

pela volta do carro popular. Por uma série <strong>de</strong><br />

razões, repito, estamos diante <strong>de</strong> uma arrematada<br />

estupi<strong>de</strong>z.<br />

Muito especialmente, pela experiência<br />

anterior que não <strong>de</strong>ixou nenhum aprendizado,<br />

e, por essa razão, e como lembra George<br />

Santayana: “Os que <strong>de</strong>sconhecem os erros<br />

cometidos estão con<strong>de</strong>nados a repeti-los”.<br />

Nada mais verda<strong>de</strong>iro do que testemunhamos<br />

hoje com nosso país.<br />

Na presente situação não se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecer,<br />

trata-se <strong>de</strong>, criminosamente, voltar,<br />

como disse Alckmin sobre seu cabeça <strong>de</strong><br />

chapa, voltar à cena do crime, e, mais estúpido<br />

ainda, dar um tiro no pé, mais que no<br />

pé, na cabeça, coração, e todos ao redor...<br />

The great Gatsby, “Barco contra a corrente,<br />

remando incessantemente para o passado”.<br />

Já passou da hora <strong>de</strong> fortalecermos uma<br />

indústria automobilística sensível, consistente,<br />

verda<strong>de</strong>ira, absolutamente concentrada<br />

no mais que espetacular mercado que<br />

é o Brasil, que reconheça, consi<strong>de</strong>re e saiba<br />

aproveitar o gigantesco potencial <strong>de</strong>sse<br />

mercado. E jamais volte a embarcar em <strong>de</strong>vaneios<br />

e platitu<strong>de</strong>s.<br />

Que se esqueça <strong>de</strong> vez <strong>de</strong>ssa estultice <strong>de</strong><br />

carro popular que só consegue iludir os que<br />

querem matar <strong>de</strong> vez essa indústria, e os<br />

que acreditam, mediante espasmos pontuais,<br />

no brilho e felicida<strong>de</strong> efêmeros <strong>de</strong> meia<br />

dúzia <strong>de</strong> ignorantes e irresponsáveis. Carro<br />

popular nunca mais.<br />

Preferível não fabricar carro algum do<br />

que produzir manifestações industriais insignificantes<br />

que só fazem puxar mais o<br />

Brasil para trás, em direção aos anos 1950,<br />

como por sinal é o divertimento preferido<br />

do partido que hoje comanda o Brasil. E<br />

on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sgraçadamente, o palhaço somos<br />

nós... É isso, mais que querido Brasil. Definitivamente,<br />

nós, e salvo prova em contrário,<br />

não merecemos o país que o <strong>de</strong>stino,<br />

circunstâncias, e para os crentes, Deus, nos<br />

<strong>de</strong>u e confiou.<br />

Assim, e se temos alguma vergonha<br />

e sensibilida<strong>de</strong>, mais que na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrarmos<br />

algum merecimento, e resgatar<br />

o gigante pela própria natureza,<br />

belo, forte, impávido colosso... <strong>de</strong> nós<br />

mesmos, realizando o tal <strong>de</strong> futuro que<br />

espelha essa gran<strong>de</strong>za...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

fmadia@madiamm.com.br<br />

Em vez <strong>de</strong> reconhecer que, entorpecida<br />

por um sucesso e <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> fundamentos,<br />

a indústria toda caiu na patética<br />

ilusão que alcançaria uma produção <strong>de</strong><br />

7 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s no fim da década<br />

passada. Que, mal e porcamente, bateu<br />

nos 2 milhões.<br />

E é essa a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um país que insiste<br />

em ignorar as oportunida<strong>de</strong>s que o tsunami<br />

tecnológico vem oferecendo a todos os países,<br />

e segue, como disse Scott Fitzgerald em<br />

O atual momento da indústria <strong>de</strong> automóveis<br />

em nosso país é um exemplo <strong>de</strong>finitivo<br />

do atraso e da mediocrida<strong>de</strong> em que<br />

mergulhamos. O atraso é <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m que<br />

passamos meses discutindo trazer <strong>de</strong> volta<br />

um momento pueril e <strong>de</strong>letério <strong>de</strong> uma<br />

suposta e pujante indústria brasileira <strong>de</strong><br />

automóveis.<br />

De verda<strong>de</strong>, verda<strong>de</strong> mesmo, jamais foi.<br />

Apenas isso. Mas, e como muitos adoram iludir-se,<br />

perfeito! Segue a tragédia brasileira.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 135


esg no mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Uma nova imagem<br />

para o Brasil<br />

Devemos mostrar ao mundo que a energia ver<strong>de</strong><br />

é coisa nossa. Que a produção ver<strong>de</strong> é aqui!<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

Eu tive a sorte <strong>de</strong> viajar bastante pelo<br />

mundo, representando o Brasil. Só as<br />

edições do Cannes Lions Festival, na<br />

França, foram mais <strong>de</strong> 20. Ao longo do tempo,<br />

vi a imagem do nosso país se transformando.<br />

No início, nos anos 1990/2000, ao me apresentar<br />

como brasileiro a estrangeiros, invariavelmente<br />

recebia <strong>de</strong> volta um sorrisão.<br />

Era o Brasil alegre, do samba, do futebol, da<br />

praia, da alegria e da criativida<strong>de</strong>. O país do<br />

futuro, componente dos Brics.<br />

Angariávamos simpatia por on<strong>de</strong> passávamos.<br />

A capa da revista Time era aquela do Brasil<br />

do Cristo Re<strong>de</strong>ntor <strong>de</strong>colando (Brazil takes<br />

off). Passa o tempo e algo começa a mudar.<br />

O Brasil passa a se mostrar um país carregado<br />

<strong>de</strong> corrupção, estagnado, per<strong>de</strong>ndo posições<br />

entre os países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Veio a nova capa da revista Time, <strong>de</strong>sta vez<br />

mostrando o Cristo Re<strong>de</strong>ntor caindo vertiginosamente,<br />

com a pergunta: “O Brasil estragou<br />

tudo?” (Has Brazil blown it?).<br />

Os estrangeiros continuavam com a referência<br />

do Brasil alegre e bonito, mas o sorriso<br />

que recebíamos já vinha acompanhado <strong>de</strong><br />

um tapinha nos ombros, como se quisessem<br />

dizer: “Força! Vai passar”.<br />

Mais recentemente, veio o “<strong>de</strong>sastre” <strong>de</strong><br />

um governo que não sabia fazer relações exteriores,<br />

que se apresentava <strong>de</strong> forma errática<br />

(pra dizer o mínimo), visto até como um pária,<br />

internacionalmente.<br />

Pois bem, chegamos aos dias atuais, com<br />

um governo que se abre para o mundo, principalmente<br />

em relação às questões ambientais.<br />

O Brasil passa a ser visto como um país totalmente<br />

alinhado ao Pacto Global 2030, que<br />

acredita na ameaça do aquecimento global e,<br />

mais do que isso, acredita no papel e no potencial<br />

<strong>de</strong> um país que se notabiliza por abrigar<br />

uma área ver<strong>de</strong> sem igual, <strong>de</strong> enorme importância<br />

mundial.<br />

Este Brasil que tem a Amazônia em seu território<br />

é também aquele que apostou em fontes<br />

energéticas limpas, como as hidrelétricas e<br />

renováveis, como o etanol.<br />

É o país com a <strong>maio</strong>r reserva <strong>de</strong> água doce<br />

do planeta, ensolarado o ano inteiro e com<br />

ventos propícios à geração <strong>de</strong> energia, o que<br />

faz crescer no horizonte o número <strong>de</strong> placas<br />

fotovoltaicas e pás eólicas.<br />

A matriz energética brasileira é invejável,<br />

sendo que a eletricida<strong>de</strong> por aqui é gerada por<br />

mais <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> fontes renováveis. E ainda<br />

nem estamos falando do hidrogênio ver<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

enorme potencial para nosso país.<br />

Sim, porque para se obter o po<strong>de</strong>roso hidrogênio<br />

– cinco vezes mais potente do que a<br />

gasolina – são necessários dois insumos: água<br />

e eletricida<strong>de</strong>.<br />

Para os países <strong>de</strong> matriz energética mais<br />

“suja”, não faz sentido usar uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carvão, por exemplo, para provocar<br />

a eletrólise e gerar o hidrogênio.<br />

Mas no Brasil isso é possível. Temos água<br />

em abundância e energia limpa. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong>sse potencial, o Brasil é visto como<br />

um país <strong>de</strong> enorme cobertura vegetal, que<br />

<strong>de</strong>ve ser protegida e preservada.<br />

Apesar do <strong>de</strong>smatamento ainda preocupante,<br />

somos um país ver<strong>de</strong>, aos olhos do<br />

mundo. E aí chegamos ao meu ponto focal<br />

<strong>de</strong>ste artigo. O Brasil merece um rebranding!<br />

Algo como: “O futuro ver<strong>de</strong> é aqui!”.<br />

Sei que já estamos no imaginário dos estrangeiros<br />

como o país da Amazônia, das<br />

florestas. Mas acho que <strong>de</strong>vemos fazer um<br />

upgra<strong>de</strong> nessa imagem, sintonizando-a aos<br />

créditos <strong>de</strong> carbono e, principalmente, ao potencial<br />

energético ver<strong>de</strong> do Brasil.<br />

Não é exagero afirmar que o futuro do mundo<br />

passa pelo Brasil. Para fixar essa imagem,<br />

acredito, <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>ixar a visão idílica da<br />

floresta intocada, mas, isso sim, posicioná-la<br />

como importante fonte <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

Por outro lado, <strong>de</strong>vemos mostrar ao mundo<br />

que a energia ver<strong>de</strong> é coisa nossa. Que a<br />

produção ver<strong>de</strong> é aqui, via empresas brasileiras<br />

ou estrangeiras (nearshoring). Que é<br />

aqui o melhor campo para se jogar o jogo do<br />

futuro.<br />

E que temos também bons players pra jogar<br />

esse jogo. É ou não é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> nova imagem para o nosso Brasil?<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

136 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo<br />

paulo@propmark.com.br<br />

SQUAD<br />

A Hino<strong>de</strong> está indo além do seu conhecido<br />

produto, o Óleo Doutorzinho, para<br />

problemas musculares. O portfólio da<br />

empresa <strong>de</strong> cosméticos cresceu muito<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua fundação em 1988. Agora,<br />

para o lançamento da fragrância “Inebriante<br />

for Her”, o anunciante reforça<br />

seu time <strong>de</strong> influencers digitais com a<br />

atriz e empresária Isabella Santoni. Ela,<br />

que tem 10 milhões <strong>de</strong> seguidores apenas<br />

no Instagram, e integra o elenco <strong>de</strong><br />

Dom (Prime Vi<strong>de</strong>o), se junta a nomes<br />

como a nutricionista Chris Castro, a maquiadora<br />

Ju Rakosa e o ator José Loretto.<br />

“Estamos montando um squad que<br />

tenha afinida<strong>de</strong> com os nossos valores e<br />

produtos, e a Isabella, além <strong>de</strong> ser uma<br />

atriz talentosa, é empreen<strong>de</strong>dora, apaixonada<br />

pelo sol, por beleza, bem-estar e<br />

cuidado integral, que é o nosso mote”,<br />

ressalta a executiva Erica Pagano, VP<br />

<strong>de</strong> marketing, inovação e branding do<br />

Hino<strong>de</strong> Group. Esse esforço também<br />

conta com a participação da sua re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> consultoras. “Elas são importantes<br />

potencializadoras do negócio e isso faz<br />

com que elas também se apropriem do<br />

universo online para alavancarem suas<br />

vendas. Não teria como não pensar em<br />

nossa <strong>maio</strong>r engrenagem, que é o nosso<br />

consultor para crescer no ambiente virtual”,<br />

finaliza Erica.<br />

Fotos: Divulgação/Bruna Guerra<br />

A atriz e influencer Isabella Santoni com Erica Pagano, VP <strong>de</strong> marketing, inovação e branding do Hino<strong>de</strong> Group<br />

O ator e empresário Marcelo<br />

Serrado está na campanha<br />

promocional da Chatuba<br />

Leticia Colin e Luiza Brasil participam da campanha do Mês das Mães da marca Vivara<br />

JOIA<br />

Com festa animada pelo som do cantor Silva, a re<strong>de</strong> Vivara<br />

apresentou no recém-inaugurado Hotel Fasano, no Itaim Bibi,<br />

em São Paulo, coleção relacionada ao Mês das Mães. Estavam<br />

Isis Valver<strong>de</strong>, Sabrina Sato, Leticia Colin e Luiza Brasil. As peças<br />

da coleção foram clicadas pela mo<strong>de</strong>lo Gisele Bündchen.<br />

ACESSÍVEL<br />

Para celebrar seus 61 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, a fluminense Chatuba<br />

Materiais <strong>de</strong> Construção encomendou campanha promocional<br />

à agência Kindle, com encerramento marcado para o dia 13 <strong>de</strong><br />

junho. O ator Marcelo Serrado é o protagonista da ação <strong>de</strong>vido<br />

ao seu perfil “acessível e <strong>de</strong>mocrático”.<br />

jornal propmark - <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 137


última página<br />

Alê Oliveira<br />

Tudo o que pensar,<br />

pense ao contrário<br />

Flavio Waiteman<br />

é CCO-foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

Flavio Waiteman<br />

Sempre volto a alguns livros quando as<br />

coisas ficam confusas. E, como diz a<br />

brilhante campanha da David para Burger<br />

King, vivemos em tempos confusos.<br />

O livro a que me refiro é <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong><br />

Paul Ar<strong>de</strong>n: Tudo o que você pensa, pense ao<br />

contrário.<br />

São poucas páginas <strong>de</strong> humor publicitário<br />

inglês que trazem mais do que um sorriso<br />

<strong>de</strong> lado.<br />

Elas mostram que a insensatez às vezes é<br />

a originalida<strong>de</strong> que falta na vida. E que originalida<strong>de</strong><br />

é um lugar muito exclusivo.<br />

Porque dá trabalho, é difícil chegar lá e,<br />

quando se chega, volta-se para o início. Assim<br />

é trabalhar com criativida<strong>de</strong>.<br />

E o exercício <strong>de</strong> pensar ao contrário é ótimo<br />

para esses tempos, que como já disse,<br />

são confusos.<br />

Hoje em dia trabalhamos na indústria da<br />

criativida<strong>de</strong>, mas i<strong>de</strong>ias originais ainda assustam<br />

justamente por nunca terem sido<br />

feitas. Isso nos paralisa <strong>de</strong> medo.<br />

Falamos sobre inovação, vivemos disso,<br />

mas é fato que a inteligência artificial tem<br />

provocado reações exageradas por gente<br />

que ainda não usou, mas já <strong>de</strong>testa.<br />

Inovacão é se abrir ao novo e o novo pressupõe<br />

experimentar antes e julgar <strong>de</strong>pois.<br />

Tempos confusos esses.<br />

O digital chegou há muitos anos em nossas<br />

vidas com promessas <strong>de</strong> transparência<br />

<strong>de</strong> dados, ROI e liberda<strong>de</strong>, mas hoje vemos<br />

temas incômodos rondando, como privacida<strong>de</strong>,<br />

audiência por ódio, lucro acima da<br />

ética, audiências não auditáveis e <strong>de</strong>sprezo<br />

pelas leis <strong>de</strong> um país.<br />

O mercado global nunca teve tanto talento<br />

brasileiro no mundo, entretanto as<br />

agências brasileiras in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes são tão<br />

poucas.<br />

Alguns gurus anunciaram a morte das<br />

agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos atrás, mas<br />

vemos hoje em dia que todos querem mesmo<br />

é ter uma agência.<br />

Isso é realmente confuso.<br />

Gran<strong>de</strong>s empresas brasileiras, que <strong>de</strong>veriam<br />

prestigiar as agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

daqui, sentem-se mais confortáveis e seguras<br />

com gran<strong>de</strong>s conglomerados globais<br />

cujos donos nunca viram, nem vão ver ou<br />

sequer falar com eles. Realmente é confuso.<br />

Para épocas assim, precisamos buscar a<br />

criativida<strong>de</strong> e a simplicida<strong>de</strong>.<br />

O livro mostra que pensar ao contrário é<br />

um exercício criativo que te pega pela mão,<br />

te diverte e clareia um pouco as coisas.<br />

Num mundo com tantas respostas rápidas,<br />

pensar um pouco mais e ficar em silêncio<br />

é ouro.<br />

Assim como o livro <strong>de</strong> Paul Ar<strong>de</strong>n, essa<br />

publicação, propmark, tem nos ajudado,<br />

ano após ano, a esclarecer as coisas, pon<strong>de</strong>rar<br />

sobre elas e, por que não, pensar ao contrário<br />

<strong>de</strong>las.<br />

Enquanto tivermos quem faça as perguntas<br />

certas, seremos uma indústria relevante.<br />

“Enquanto tivermos<br />

quem faça as<br />

perguntas certas,<br />

seremos uma<br />

indústria relevante”<br />

138 <strong>22</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


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