Revista Girolando edição131 jul/ago/set 2022
Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando
Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando
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REVISTA O GIROLANDO
PASTAGEM
Eliana Geremia, Especialista em Desenvolvimento de Mercado
- Mosaic Fertilizantes - eliana.geremia@mosaicco.com
Marcell Alonso, Gerente de Pecuária - Mosaic Fertilizantes -
marcell.alonso@mosaicco.com
DIVULGAÇÃO AGROPECUÁRIA CHIARI
Importância do manejo do pastejo nos sistemas de produção leiteira
Controle da altura dos pastos melhora desempenho dos
animais
Dentro dos sistemas de produção
animal a pasto, o baixo consumo de
forragem foi, por muitos anos, indicado
como limitador do desempenho
animal, devido ao seu “baixo valor nutricional”.
Porém, ao longo dos últimos
anos diversos trabalhos demonstraram
que as plantas forrageiras quando bem
manejadas oferecem adequado valor
nutritivo. Esses trabalhos indicam ainda
que o monitoramento da frequência
e da intensidade do pastejo quando
controlados através da altura dos
pastos melhoram o desempenho dos
animais.
Nesse sentido, o manejo do pastejo
tem como principal objetivo identificar
qual é o ponto ótimo entre as necessidades
das plantas forrageiras manterem
sua área foliar e a melhoria e/ou
aumento da produção animal por área.
Para que se possa otimizar a produção
de leite com utilização de pastagens,
é necessário compreender a
fisiologia das plantas forrageiras e suas
características estruturais, tais como:
relação folha:caule, população de perfilhos,
produção e composição morfológica
da massa de forragem. Também
deve-se compreender de que forma
essas características poderão interferir
no consumo de nutrientes pelos animais
em pastejo ao longo do dia e, consequentemente,
influenciar a produção
de leite/animal/dia.
De maneira geral, quando as condições
de temperatura, luz, água, correção
e adubação do solo estão adequadas,
o desenvolvimento das plantas
forrageiras acontece de forma acelerada
e intensa. Nessas condições, temos
um aumento significativo na produção
de folhas verdes, o que permite alto
acúmulo líquido de forragem. Em outras
palavras, o crescimento é maior
que a senescência e morte foliar. Além
disso, é nessa fase de desenvolvimento
da planta que teremos as maiores
concentrações de nutrientes. Com o
passar do tempo, o processo de senescência
inicia-se devido a competição
por luz no interior do dossel forrageiro
e nas porções mais próximas do solo.
Essa competição e baixa incidência de
luz levam a planta ao alongamento de
colmos, com o objetivo de aumentar a
quantidade e qualidade de luz que chega
até à superfície do solo.
Quando esse processo se inicia,
normalmente o produtor percebe que
a massa de forragem por hectare aumenta;
no entanto, como ponto negativo
desse processo temos uma queda
considerável no teor de proteína bruta
e aumento na fração fibrosa da planta,
reduzindo sua digestibilidade. Outro
fator que devemos observar é o efeito
negativo e limitante que os colmos
têm sobre a profundidade do bocado
dos animais em pastejo e, consequentemente,
sobre o volume de forragem
apreendida em cada bocado deferido.
Ou seja, pastagens com alta participação
de colmos nos extratos superiores
reduzem a capacidade do animal explorar
a planta forrageira e aumentar a
massa do bocado. Quando isso acontece,
o animal passa maior tempo em
busca de locais de pastejo que favoreçam
o seu consumo, aumentando o seu
gasto energético nesse processo.
Em contrapartida, quando trabalhamos
com metas de manejo do pastejo
que permitem alta porcentagem
de folhas verdes com baixa proporção
de colmos, os animais aumentam a
profundidade na qual exploram o dossel
forrageiro, reduzem o número de
bocados deferidos, apresentam bocados
mais pesados e reduzem o tempo
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