Revista Girolando edição131 jul/ago/set 2022
Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando
Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando
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REVISTA O GIROLANDO
GENÉTICA
Renata Negri, Darlene Daltro, Sabrina Kluska, Pamela Itajara
Otto, Edivaldo Ferreira Junior, João Cláudio do Carmo Panetto
e Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva. Equipe Embrapa
Gado de Leite/Girolando
Tolerância ao estresse térmico e eficiência tropical
A pecuária leiteira brasileira pode
ser estratificada em diferentes níveis
organizacionais e tecnológicos, que
vão desde as pequenas propriedades
rurais até grandes cooperativas,
gerando empregos e produzindo
alimentos com qualidade. Genuinamente
brasileira, a raça Girolando
está presente na maioria das propriedades
rurais e tem papel fundamental
na cadeia dos lácteos no País,
sendo responsável por 80% do leite
produzido.
No entanto, para a viabilidade
e sustentabilidade da propriedade
rural, é essencial que os animais recebam
boa alimentação (em quantidade
e em qualidade), tenham boa
sanidade e sejam mantidos dentro
da zona de termoneutralidade para
que, assim, possam expressar o máximo
do seu potencial genético para a
produção de leite. A zona de termoneutralidade
consiste na faixa ideal
de temperatura e de umidade para o
conforto térmico do animal.
Uma característica marcante dos
sistemas de produção de leite nacional
é o predomínio do regime alimentar
a pasto. Para contornar os desafios
climáticos impostos nesse tipo
de sistema em regiões tropicais, duas
estratégias podem ser utilizadas: as
modificações estruturais do ambiente
de produção e a identificação de
animais tolerantes ao estresse térmico
e seu uso em sistemas de acasalamento.
As modificações estruturais
do ambiente, apesar de promoverem
condições de conforto térmico no local
onde são instaladas, geralmente
requerem alto investimento, constante
manutenção e não são herdáveis
geneticamente pelos animais. Por sua
vez, a seleção genética para termotolerância
provavelmente é a estratégia
mais viável e efetiva, pois representa
uma ferramenta que pode melhorar
de forma permanente a tolerância do
estresse térmico dos animais.
Uma importante fonte de informação
para avaliar o conforto ou o
desconforto (estresse térmico) do
animal em relação ao ambiente e/ou
ao clima, é o índice de temperatura
e umidade (ITU), o qual combina
em uma única variável os valores de
temperatura e de umidade relativa do
ar. O ITU desempenha papel expressivo
na caracterização de diferentes
ambientes produtivos e serve como
um descritor ambiental para avaliar
o desempenho animal nas diferentes
combinações de temperatura e umidade.
No Sumário de Touros Girolando
2022 foi apresentada a avaliação dos
touros para Tolerância ao Estresse
Térmico. Para a realização desse trabalho
foram considerados dados coletados
pelo Controle Leiteiro Oficial
do Girolando entre os anos de 2000
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