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edição de 11 de setembro de 2023

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propmark.com.br ANO 59 - Nº 2960 - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> R$ 20,00<br />

Capitalismo woke empurra marcas<br />

para o centro da batalha social<br />

Pautas sociais rotuladas como ativismo woke arrastam as marcas para o núcleo do conflito cultural vivido em todo o mundo. De acordo com o relatório<br />

“E<strong>de</strong>lman Trust Barometer <strong>2023</strong> - Navegando por um mundo polarizado”, 78% dos brasileiros acreditam que o país está mais dividido que<br />

em 2022. O embate sinaliza risco <strong>de</strong> polarização severa, já i<strong>de</strong>ntificada nos Estados Unidos. O <strong>de</strong>spertar para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> grupos i<strong>de</strong>ntitários é um<br />

caminho sem volta, mas críticas acerca <strong>de</strong> exageros e cancelamentos começam a atingir esferas políticas, obrigando li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> empresas a rever<br />

o peso da agenda social em suas estratégias <strong>de</strong> marketing. Especialistas começam a indicar um possível esgotamento <strong>de</strong> narrativas. pág. 14<br />

Freepik<br />

Acordo da Shein com<br />

Forever 21 aquece varejo<br />

Mídia digital cai 21,2%<br />

no primeiro semestre<br />

IA transforma processo<br />

<strong>de</strong> criação nas agências<br />

Divulgação Freepik Divulgação<br />

Plataforma <strong>de</strong> moda chinesa vai incorporar a marca Forever<br />

21 em uma parceria que revaloriza a presença física a<br />

partir <strong>de</strong> experiências ainda inexploradas no ambiente online<br />

para a atração <strong>de</strong> clientes. pág. 21<br />

Investimento alcançou R$ 28,7 bilhões no acumulado dos<br />

primeiros seis meses <strong>de</strong> <strong>2023</strong>, queda <strong>de</strong> 21,2% em relação<br />

a período similar <strong>de</strong> 2022. Nielsen projeta expansão <strong>de</strong> 3%<br />

até o fim do ano. pág. 27<br />

Ao lado <strong>de</strong> especialistas, Marina Rockett, <strong>de</strong>signer e creative<br />

technologist da Hogarth Brasil, divi<strong>de</strong> aprendizados<br />

sobre a criação <strong>de</strong> conteúdo produzido com ferramentas<br />

<strong>de</strong> inteligência artificial (IA). pág. 24


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

Posicionamentos coerentes<br />

Quem pensa que a polarização no Brasil acabou com a eleição presi<strong>de</strong>ncial em 2022<br />

está muito enganado. De acordo com o relatório “E<strong>de</strong>lman Trust Barometer <strong>2023</strong><br />

- Navegando por um mundo polarizado”, 78% dos brasileiros acreditam que o país<br />

está mais dividido do que no ano passado. Já a média global alcançou o índice <strong>de</strong> 53%<br />

entre 32 mil pessoas entrevistadas em 28 nações.<br />

Provavelmente, todos os jovens que trabalham com publicida<strong>de</strong> já <strong>de</strong>vem ter ouvido<br />

os mais velhos dizerem que está muito mais difícil criar campanhas hoje do que no<br />

passado. Não só pela atual complexida<strong>de</strong> da mídia, mas também porque as marcas têm<br />

<strong>de</strong> tomar muito cuidado com seus posicionamentos.<br />

Do que adianta <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r igualda<strong>de</strong> racial, <strong>de</strong> gênero, respeito à orientação sexual, inclusão<br />

<strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência e etarismo, se da porta para <strong>de</strong>ntro as companhias<br />

não contratam minorias. Quando uma marca resolve abraçar uma causa, ela <strong>de</strong>ve ser<br />

genuína. Os consumidores percebem quando se trata apenas <strong>de</strong> discurso. E em tempos<br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais, nem é preciso dizer que uma marca po<strong>de</strong> ser rapidamente cancelada.<br />

O equilíbrio é a principal estratégia para posicionar marca e fazer propaganda em um<br />

momento tão complexo. “Não faz muito tempo, a recomendação era abraçar a ‘neutralida<strong>de</strong>’,<br />

muitas vezes, até omitir-se. Atualmente, em cima do muro é um não-lugar. Será<br />

necessário ao negócio (re)propor seu sentido para a socieda<strong>de</strong>, lastreado no propósito<br />

e por meio <strong>de</strong> uma ligação direta entre discurso, ação e impacto concreto”, orienta a<br />

professora Erlana Castro, da Fundação Dom Cabral (FDC).<br />

Mas a complexida<strong>de</strong> do mundo atual não se resume só a uma marca posicionar-se verda<strong>de</strong>iramente.<br />

Conforme o estudo da E<strong>de</strong>lman mostra, o mundo está polarizado. E não<br />

é só a política que divi<strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong>. Questões comportamentais ou i<strong>de</strong>ológicas estão<br />

levantando muros entre conservadores e progressistas mais do que nunca.<br />

Matéria nesta edição mostra a influência que a onda do capitalismo woke está exercendo<br />

nos Estados Unidos, levando li<strong>de</strong>ranças globais a rever o peso <strong>de</strong> pautas ativistas na<br />

estratégia <strong>de</strong> marketing das marcas. Isso porque a agenda social passou a ser acusada<br />

<strong>de</strong> supostos exageros no policiamento <strong>de</strong> condutas e hipocrisia na <strong>de</strong>fesa dos direitos<br />

das minorias.<br />

“A importância <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão é inegável. Mas as pessoas começaram a ameaçar<br />

empresas <strong>de</strong> cancelamento, caso elas não tomassem atitu<strong>de</strong>s. A socieda<strong>de</strong> está<br />

farta disso, <strong>de</strong> problemas na família, no trabalho, na vizinhança”, observa José Mauro<br />

Nunes, da FGV Ebape. “Empresas existem para servir aos seus clientes e dar lucro. Se o<br />

ativismo começa a afetar diretamente a sua lucrativida<strong>de</strong>, e a alienar os consumidores,<br />

isso é um problema. E está acontecendo”, completa o especialista.<br />

Woke significa <strong>de</strong>spertar em inglês, porém, ganhou um viés pejorativo. “Woke, no português,<br />

traduz como consciente, mas num viés pejorativo. O bordão americano ‘go woke,<br />

go broke’ ilustra uma polarização instalada entre as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> consciência e lucro, o que<br />

não é nada oportuno”, relata Erlana, da FDC.<br />

Atentas à onda conservadora que cresce nos EUA, que também mira as práticas ESG,<br />

gran<strong>de</strong>s marcas começam a fazer mudanças sutis em suas estratégias. O McDonald’s,<br />

por exemplo, retirou menções à sigla da área “Propósito & Impacto” em seu site nos<br />

Estados Unidos e renomeou algumas páginas. “ESG Approach & Progress” virou “Our Approach<br />

& Progress” e “Performance & ESG Reporting” mudou para “Goal Performance &<br />

Reporting”. Apesar das alterações, a re<strong>de</strong> garante o cumprimento <strong>de</strong> prom essas sociais<br />

e ambientais.<br />

Especialistas acreditam que o respeito às pautas sociais e às diferenças não tem volta.<br />

Uma vez que as pessoas acreditam mais nas empresas do que nos governos, <strong>de</strong> fato<br />

não há espaços para retrocessos no mundo corporativo.<br />

Frase:“A gente pensa que vai vir o inevitável e vem o inesperado. Ser realista é<br />

reconhecer o emergente, o que surge <strong>de</strong> repente, e saber se adaptar a isso.” (Fernando<br />

Henrique Cardoso, em “A soma e o resto - Um olhar sobre a vida aos 80 anos”)<br />

as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />

2ª<br />

3ª<br />

Clube <strong>de</strong> Criação elege diretoria<br />

para os próximos dois anos<br />

O Clube <strong>de</strong> Criação elegeu sua nova diretoria para os próximos dois anos.<br />

Com 150 votos válidos, a Chapa 2 – Chapa Coletiva conquistou a eleição.<br />

Heitor Caetano Gomes assume oficialmente o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte.<br />

Como será e o que esperar da transmissão<br />

da nova temporada da NFL no Brasil<br />

O propmark ouviu profissionais do mercado sobre as expectativas para a<br />

temporada da NFL, que começou na semana passada. Segundo os dados do<br />

Ibope Repucom, a NFL soma mais <strong>de</strong> 35 milhões <strong>de</strong> fãs <strong>de</strong>clarados no Brasil.<br />

1ª<br />

Veja os vencedores<br />

do Gerety Awards <strong>2023</strong><br />

O Gerety Awards anunciou os vencedores da edição <strong>de</strong> <strong>2023</strong> do prêmio.<br />

O único case brasileiro premiado foi “Buscapé. Back to the City of God”,<br />

da Vivo e Motorola, assinado pela VMLY&R São Paulo. A campanha levou<br />

Ouro em Entertainment Cut.<br />

4ª<br />

Seara, Heineken e KitKat foram as três marcas mais citadas nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

durante o primeiro fim <strong>de</strong> semana do The Town. O levantamento foi realizado<br />

pela WMcCann, a partir da plataforma Stilingue.<br />

5ª<br />

As marcas mais mencionadas durante<br />

o primeiro fim <strong>de</strong> semana do The Town<br />

Nielsen aponta retração nos investimentos<br />

em digital no primeiro semestre<br />

A Nielsen aponta retração <strong>de</strong> 21,2% nos investimentos em digital no<br />

primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano. Segundo o levantamento, foram investidos<br />

R$ 28,7 bilhões no período.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3


Conflito cultural<br />

provoca revisão<br />

no marketing<br />

índice<br />

Especialistas analisam um<br />

possível arrefecimento <strong>de</strong><br />

narrativas ativistas, rotuladas<br />

como capitalismo woke<br />

por supostos exageros<br />

e cancelamentos que<br />

dificultam o trabalho <strong>de</strong><br />

posicionamento das marcas.<br />

14<br />

Rawpixel/Freepik<br />

propmark<br />

propmark.com.br<br />

Jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editor: Paulo Macedo<br />

Editor <strong>de</strong> fotografia: Alê Oliveira<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórteres: Adrieny Magalhães e<br />

Carolina Vilela<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Editor <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />

Luz<br />

Diagramador Pleno: Lucas<br />

Boccatto<br />

O propmark é filiado à:<br />

Diloka Studio/Freepik<br />

Reprodução<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />

Armando Ferrentini<br />

Diretor-executivo<br />

Tiago Ferrentini<br />

Drex reforça <strong>de</strong>mocratização dos<br />

meios <strong>de</strong> pagamentos no Brasil<br />

Moeda digital Drex, lançada pelo Banco Central<br />

em agosto, sinaliza rota <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização para<br />

uma jornada financeira inclusiva, com mais acesso<br />

a crédito e meios <strong>de</strong> pagamentos. pág. 22<br />

“Buscapé” é o único case brasileiro<br />

premiado no Gerety Awards<br />

VMLY&R São Paulo conquista Ouro na categoria<br />

Entertainment Cut com a campanha “Buscapé. Back<br />

to the City of God”, criada para as marcas Vivo e<br />

Motorola. pág. 30<br />

Departamento comercial<br />

Gerentes <strong>de</strong> contas:<br />

Mel Floriano<br />

mel@propmark.com.br<br />

tel. (<strong>11</strong>) 2065 0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@propmark.com.br<br />

tel. (<strong>11</strong>) 2065 0744<br />

Assinaturas<br />

www.propmark.com.br/signup<br />

assinaturas@propmark.com.br<br />

tel. (<strong>11</strong>) 2065 0737<br />

Redação<br />

Rua François Coty, 228<br />

01524-030 - São Paulo – SP<br />

Tel. (<strong>11</strong>) 2065 0772 / 0766<br />

redacao@propmark.com.br<br />

As ma té rias as si na das não re pre sen tam<br />

ne ces sa ria men te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal,<br />

po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

Editorial .............................................................................3<br />

Conexões ...........................................................................6<br />

Curtas .................................................................................8<br />

Quem Fez ...........................................................................10<br />

Entrevista ..........................................................................12<br />

Mercado .............................................................................14<br />

Digital ................................................................................24<br />

Pesquisas ..........................................................................27<br />

Agências ............................................................................29<br />

Prêmios..............................................................................30<br />

Inspiração ..........................................................................31<br />

Click do Alê ........................................................................32<br />

Negócios & Sustentabilida<strong>de</strong> ...........................................33<br />

We Love MKT ......................................................................34<br />

ESG no MKT ........................................................................35<br />

Opinião...............................................................................36<br />

Supercenas ........................................................................37<br />

Última Página ....................................................................38<br />

Divulgação<br />

Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar<br />

acelera vendas <strong>de</strong><br />

marcas próprias<br />

Allan Gate, diretor <strong>de</strong> marcas<br />

exclusivas do Grupo Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar (GPA), resgata a trajetória<br />

<strong>de</strong> crescimento das marcas<br />

próprias, que começaram a<br />

aparecer nas prateleiras dos<br />

supermercados da re<strong>de</strong> nos anos<br />

<strong>de</strong> 1970. O executivo aponta<br />

expansão no consumo <strong>de</strong>sse tipo<br />

<strong>de</strong> produto que, em geral, é 30%<br />

mais barato, e que já representa<br />

21% das vendas da varejista.<br />

pág.12<br />

4 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


conexões<br />

última hora<br />

GAME<br />

Samsung Ads, braço <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da Samsung Electronics, lança formato no Brasil e<br />

amplia seu portfólio <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em CTV (Connected TV), na foto acima. O projeto oferece<br />

às marcas mais uma oportunida<strong>de</strong> com formato especial na sua plataforma <strong>de</strong> jogos, o<br />

Samsung Gaming Hub, recentemente lançada. De acordo com comunicado distribuído pela<br />

gigante sul-coreana, os conteúdos publicitários serão entregues “para as pessoas certas, no<br />

momento certo e <strong>de</strong> forma não intrusiva – no ambiente <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong>sse conteúdo”. Para<br />

91% da base gamer das Smart TVs Samsung do Brasil, como acrescenta o comunicado, “os<br />

conteúdos Avod, ou seja, os que permitem a veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, são a preferência<br />

na hora <strong>de</strong> consumir streaming, o que certifica que o gamer é um consumidor que aceita,<br />

valoriza e busca conteúdos ofertados com publicida<strong>de</strong>”.<br />

CENPHUB<br />

O CenpHub Recife será realizado nesta terça-feira (12) no Cais do Sertão, com apoio master da<br />

Globo, Record TV, Samsung Ads e SBT. Além <strong>de</strong> Adobe e Kallas Mídia OOH, e parceria <strong>de</strong> mídia<br />

da CBN Recife e propmark.<br />

LinkedIn:<br />

Post: Africa Creative apresenta novo<br />

VP <strong>de</strong> mídia<br />

Parabéns, Pedro! Muito sucesso. Ótimo<br />

movimento, Africa!<br />

Mauro Cavalletti<br />

Pedro Eustachio é a perfeita união <strong>de</strong><br />

caráter com profissionalismo, equilíbrio<br />

e inteligência. É fera, é exemplo, é inspiração,<br />

transpiração.<br />

Wilton Rodrigues dos Santos<br />

Sucesso, Pedrão!<br />

Rodolpho Aguiar Eufrosino<br />

Sucesso!<br />

Renato Resston<br />

dorinho<br />

Boa sorte, Pedro!<br />

Luciana Valério<br />

Sucesso, Pedro! Bjus!<br />

Yara Scoppetta D Apparicio<br />

Parabéns! Sucesso!<br />

Abração.<br />

Edvan Andra<strong>de</strong><br />

Todo sucesso em mais esta, Pedro!<br />

Lucas Rocha<br />

Parabéns e sucesso, Pedro Eustachio!<br />

Rodolfo Marzochi Campitelli<br />

Monstro! Toda sorte pra você nessa nova<br />

etapa da jornada, Pedro!<br />

Eduardo Ferreira<br />

REESTRUTURAÇÃO<br />

A MRM Brasil está anunciando a<br />

contratação <strong>de</strong> Douglas Kozonoe, o Dogura,<br />

para o cargo <strong>de</strong> chief creative officer,<br />

a partir <strong>de</strong>ste mês <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>. A sua<br />

chegada, como esclarece a agência do IPG,<br />

“conclui o processo <strong>de</strong> reestruturação na<br />

li<strong>de</strong>rança da agência, que também incluiu<br />

a chegada <strong>de</strong> Marcia Aguirre, como chief<br />

strategy officer, e a promoção <strong>de</strong> Rogério<br />

Gonçalves, como chief data officer”.<br />

OUTDOOR<br />

A Central <strong>de</strong> Outdoor realiza a 17ª edição<br />

<strong>de</strong> seu workshop sob o tema “Insights<br />

valiosos”. O evento ocorre das 9h às<br />

18h30, no Teatro Renaissance, no dia 21 <strong>de</strong><br />

<strong>setembro</strong>. Segundo o Cenp Meios, o canal<br />

cresceu 8,6% em 2022.<br />

FIAP<br />

A 52ª edição do Festival Ibero Americano<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> já iniciou o julgamento<br />

<strong>de</strong> peças inscritas. O Brasil conta com a<br />

participação da AlmapBBDO, BETC Havas,<br />

Galeria.ag, WMcCann, Le Pub Publicis, The<br />

Cyranos, D’OM Soluções Improváveis, Giusti<br />

Creative PR, LLYC, REF+ e KTBO, além dos<br />

grupos End To End, Globant, HUB Brasil e<br />

Prósper; da Alice Filmes, Record TV, Samy<br />

Aliance e Miami Ad School. O festival terá<br />

sua cerimônia <strong>de</strong> premiação online no<br />

dia 5 <strong>de</strong> outubro, a partir <strong>de</strong> Miami, e uma<br />

entrega presencial <strong>de</strong> troféus na Cida<strong>de</strong> do<br />

México, no dia 1º <strong>de</strong> novembro, durante o<br />

evento Advertising Week Latam. O festival<br />

tem a coor<strong>de</strong>nação do CEO Daniel Marcet<br />

e colaboração da Produ., agência <strong>de</strong><br />

conteúdo para a América Latina.<br />

6 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Caras sempre foi uma<br />

referência. Agora,<br />

mais do que nunca.<br />

Referência, a nova gráfica <strong>de</strong> Caras, garantia <strong>de</strong> boa<br />

impressão pra quem anuncia e pra quem lê.<br />

referencia-ge.com.br


curtas<br />

Divulgação<br />

Re<strong>de</strong>TV! Tem PRimeiRoS PaTRociNadoReS<br />

da TemPoRada <strong>2023</strong>/2024 da NFL<br />

A transmissão da liga NFL (futebol americano) começou neste domingo (10), às 14h, na<br />

Re<strong>de</strong>TV!, com patrocínio <strong>de</strong> Aiwa, Mycon, Pizza Hut e KFC. A emissora está no mercado trabalhando<br />

para atrair novos cotistas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A parceria comercial multiplataforma<br />

inclui inserções na televisão aberta e no aplicativo Re<strong>de</strong>TV! Go. Além das transmissões<br />

ao vivo, os anunciantes estarão presentes na cobertura <strong>de</strong>dicada ao torneio ao longo <strong>de</strong><br />

toda a programação, incluindo o NFL Show, formato semanal no prime time que traz<br />

o balanço completo e os <strong>de</strong>staques da competição. As ativações, <strong>de</strong> acordo com comunidado,<br />

contemplam ainda os jogos dos playoffs e a gran<strong>de</strong> final da competição, o<br />

Super Bowl, no dia <strong>11</strong> <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2024, no estádio dos Rai<strong>de</strong>rs, em Las Vegas (EUA).<br />

A primeira transmissão envolve as equipes do Jacksonville Jaguars e Indianapolis Colt.<br />

Com narração <strong>de</strong> Marcelo do Ó e Napoleão <strong>de</strong> Almeida, e comentários <strong>de</strong> Gabriel Golim<br />

e Pathy dos Reis, o canal exibirá um jogo por semana da temporada regular. A partir<br />

<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2024, durante a fase dos playoffs do campeonato, a emissora passará a<br />

transmitir dois jogos, ao vivo, por fim <strong>de</strong> semana.<br />

Ogilvy se inspira nO universO gamer<br />

Campanha “Vamos vencer essa fase”, da Ogilvy para o Graacc: tratamento contra o câncer<br />

Uma das principais referências no tratamento <strong>de</strong> crianças e adolescentes com câncer, o Hospital<br />

do Graacc lança, em parceria com a agência Ogilvy Brasil, a campanha “Vamos vencer essa<br />

fase”, que tem como mensagem principal <strong>de</strong>stacar o papel da instituição hospitalar na cura<br />

da doença. As peças mostram o cuidado humanizado e a tecnologia <strong>de</strong> ponta presentes no<br />

Hospital do Graacc, que alcança, em média, 72% <strong>de</strong> chances <strong>de</strong> cura dos seus pacientes. A protagonista<br />

do filme, Sarah Matias Muniz, 14 anos, acabou <strong>de</strong> terminar seu tratamento oncológico e<br />

compartilha a experiência real <strong>de</strong> quem passou <strong>de</strong>ssa fase. Médicos, enfermeiras, voluntários,<br />

familiares e pacientes também participam.<br />

Divulgação<br />

pedrO eusTaChiO é O nOvO vp <strong>de</strong> mídia da afriCa<br />

Ex-Meta, o publicitário Pedro<br />

Eustachio está <strong>de</strong> volta à Africa<br />

Creative, assumindo o cargo <strong>de</strong><br />

VP <strong>de</strong> mídia da agência. Agora,<br />

ele terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar<br />

com uma ampla cartela <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s clientes. “Estou muito<br />

feliz com meu retorno para a<br />

agência. Sempre mantive minha<br />

admiração pela Africa e sua<br />

cultura <strong>de</strong> realização. O principal<br />

objetivo com o meu retorno é<br />

aproximar a mídia da criação<br />

para potencializar os negócios<br />

<strong>de</strong> nossos clientes”, afirma o<br />

executivo. Eustachio começou<br />

sua carreira na Euro, e foi para<br />

a Africa pela primeira vez em<br />

2010 para o atendimento da Vale<br />

e participando <strong>de</strong> campanhas<br />

como os lançamentos da cerveja<br />

Budweiser e da marca Heinz no<br />

mercado brasileiro.<br />

Pedro Eustachio está <strong>de</strong> volta à Africa Creative, agora para<br />

comandar a divisão <strong>de</strong> mídia da agência<br />

Divulgação<br />

Clear esCala riCharlisOn em Campanha piCpay <strong>de</strong>safia COmunida<strong>de</strong> dO TikTOk eagle Chega aOs 3 anOs COm mais ClienTes<br />

Marca da Unilever usa o “Pombo pistola” do jogador em ação<br />

O jogador Richarlison está <strong>de</strong> volta como protagonista da<br />

publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Clear. A nova campanha da marca da Unilever,<br />

com criação da Tech and Soul, traz a mensagem “É Clear<br />

na cabeça, my friend” e explora o lado “Pombo pistola” do<br />

jogador. A ação é composta por sete filmes curtos, <strong>de</strong> 15 segundos<br />

cada – e versões reduzidas <strong>de</strong> 6 segundos –, que serão<br />

veiculados em meios digitais. As peças mostram Richarlison<br />

em diversas situações da vida, incluindo momentos em que<br />

ele fica <strong>de</strong> cabeça quente, e acaba se transformando no<br />

“Pombo pistola”. E <strong>de</strong>sse jeito, o jogador não performa bem,<br />

errando chutes, per<strong>de</strong>ndo uma partida no vi<strong>de</strong>ogame ou com<br />

dificulda<strong>de</strong>s para estudar – entre outras questões que tiram a<br />

sua confiança para encarar os <strong>de</strong>safios do dia a dia.<br />

Divulgação<br />

Bran<strong>de</strong>d mission no TikTok, da Publicis, ativa PicPay<br />

Após divulgação da campanha “Sua vida com mais pique”,<br />

PicPay lança projeto bran<strong>de</strong>d mission no TikTok e já<br />

alcançou mais <strong>de</strong> 56 milhões <strong>de</strong> visualizações em apenas<br />

uma semana. Em ví<strong>de</strong>o estrelado por Sheron Menezzes, a<br />

ação <strong>de</strong>safia as pessoas a mostrarem como o PicPay dá<br />

mais pique para o dia a dia <strong>de</strong>las, <strong>de</strong>monstrando situações<br />

<strong>de</strong> uso dos produtos e vantagens do app, como o melhor<br />

rendimento automático do Brasil, parcelamento <strong>de</strong> contas,<br />

PicPay Card com limite garantido, cashback no PicPay Shop,<br />

além <strong>de</strong> um ecossistema financeiro completo. O challenge<br />

já acumula quase mil ví<strong>de</strong>os publicados na plataforma. O<br />

número é acima da média <strong>de</strong> 693 ví<strong>de</strong>os registrados em<br />

ações semelhantes.<br />

Divulgação<br />

A Eagle anunciou<br />

crescimento <strong>de</strong> 41%<br />

no número <strong>de</strong> clientes<br />

nos últimos 12<br />

meses. “Tivemos um<br />

cenário econômico<br />

mais <strong>de</strong>licado no<br />

primeiro semestre,<br />

mesmo assim, mantivemos<br />

a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> projetos<br />

trabalhados, ainda<br />

que com perfis<br />

mais operacionais e<br />

menos estratégicos,<br />

o que <strong>de</strong>ve mudar<br />

para esta nova<br />

etapa do ano”, afirma<br />

a CEO da Eagle,<br />

Nascida na pan<strong>de</strong>mia, a Eagle, da CEO<br />

Brenda Maia, celebra seus três anos<br />

Brenda Maia, lembrando que a agência <strong>de</strong> live marketing<br />

está completando três anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. “Nascemos<br />

em 2020, no meio <strong>de</strong> uma pan<strong>de</strong>mia, todos online, com<br />

apenas quatro clientes e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir profissionais<br />

que pu<strong>de</strong>ssem criar e operacionalizar soluções”, diz ela.<br />

Atualmente, a Eagle aten<strong>de</strong> marcas como Livelo, Getnet,<br />

Embratel, Pe<strong>de</strong> Pronto, Creditas e Qualicorp.<br />

Divulgação<br />

8 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


"ALEXA, VOCÊ<br />

ACHA OUE<br />

ESSA CAMPANHA<br />

GANHA PRÊMIO?"<br />

Você e a máquina, quem manda em quem afinal?<br />

Prêmio Colunistas.<br />

Há 55 anos valorizando<br />

a inteligência humana.<br />

As ferramentas estão<br />

aí. Cada dia mais<br />

inteligentes. Mas só<br />

o seu toque e a sua<br />

criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<br />

transformar um<br />

simples trabalho<br />

mecânico em<br />

um resultado<br />

absolutamente<br />

genial. Inscreva suas<br />

melhores peças e<br />

mostre que é você<br />

que faz a diferença.<br />

colunistas.com.br


quem fez<br />

Paulo Macedo<br />

paulo@propmark.com.br<br />

Publicis<br />

sanofi<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: “Targifor - Hoje sim”<br />

CCO: Mauro Ramalho<br />

ECD: fábio astolpho<br />

Criação e conteúdo: alexandre freire, an<strong>de</strong>rson Dias, andressa Codatto,<br />

Pedro Espilotro e Jessica severo<br />

Produtora: surreal Hotel arts<br />

Diretor: Carlão Busato<br />

Aprovação: Marília Zanoli<br />

Em nova campanha, Targifor reforça que com imunida<strong>de</strong> o consumidor está<br />

pronto para enfrentar a rotina do dia a dia. Comunicação traz o meme “Hoje<br />

não? Hoje sim!”, do narrador esportivo Cleber Machado, amplamente conhecido<br />

<strong>de</strong>vido a um episódio <strong>de</strong> narração da Fórmula 1. “A campanha ilustra a<br />

importância <strong>de</strong> estar com o sistema imune fortalecido”, diz Marília Zanofi.<br />

OGilVY<br />

LERoy MERLin<br />

Título: “aniversário <strong>de</strong> 25 anos”<br />

CCO: sergio Mugnaini<br />

Diretor <strong>de</strong> criação: Danilo Dualiby<br />

Produtora: sweet filmes<br />

Diretor <strong>de</strong> cena: Gabriel Manso<br />

Aprovação: Maria Tereza Zequin (MT) e sueli Loiola<br />

Montano<br />

Ação celebra a presença da marca na casa dos brasileiros<br />

com uma gran<strong>de</strong> festa <strong>de</strong> aniversário e diversas ofertas<br />

em torno da data. O projeto seguiu o conceito “Tá em festa,<br />

tá em casa”. “Esperamos que todos os clientes possam<br />

comemorar conosco”, resume Maria Tereza Farias Zequim,<br />

diretora <strong>de</strong> marca e comunicação.<br />

al<strong>de</strong>iah<br />

BRaDEsCo<br />

Títulos: “Restaurante”, “Hotel” e “sala ViP”<br />

Produtora: o2 filmes<br />

Diretor: fred Luz<br />

Diretor <strong>de</strong> fotografia: Juliano Lopes<br />

Som: audio Raw audio<br />

Aprovação: nathália Garcia, José Maurício Lilla<br />

e Cristina Pereira<br />

Bra<strong>de</strong>sco lançou na semana passada campanha que<br />

<strong>de</strong>staca benefícios dos seus cartões <strong>de</strong> crédito para<br />

o público <strong>de</strong> alta renda. A produção traça paralelo<br />

entre experiências aspiracionais <strong>de</strong>sse perfil e como<br />

os cartões contribuem para realizá-las: autonomia<br />

digital no pagamento, pelo celular, smartwatch<br />

e por tecnologia NFC – aproximação do cartão físico.<br />

10 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Estratégia e criativida<strong>de</strong> além da inteligência artificial.<br />

Garanta já a sua vaga em um dos maiores eventos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do País!<br />

Será realizado na ESPM e na Belas Artes, com 4 auditórios simultâneos,<br />

oficinas, mentorias e mais <strong>de</strong> 40 profissionais do mercado!<br />

Setembro<br />

ESPM<br />

Belas Artes<br />

São Paulo<br />

Inscrições:<br />

www.appbrasil.org.br<br />

Apoio:<br />

Media<br />

Partner:<br />

Realização:<br />

IBOPE MEDIA


entrevista<br />

AllAn GAte<br />

diretor <strong>de</strong> marcas exclusivas do GPA<br />

“As marcas próprias<br />

são imprescindíveis”<br />

Principal evento da América Latina totalmente<br />

<strong>de</strong>dicado ao private label (marcas<br />

próprias), o PL Connection será realizado<br />

entre os dias19 e 21 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>, no Expo<br />

Center Norte, em São Paulo. A feira é uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> difundir o crescimento do<br />

mercado <strong>de</strong> marca própria no Brasil, on<strong>de</strong>,<br />

segundo dados divulgados pela NielsenIQ,<br />

um terço dos lares brasileiros já opta por<br />

esse tipo <strong>de</strong> produto. No Brasil, o Grupo<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar (GPA) é pioneiro no lançamento<br />

<strong>de</strong> marcas próprias, que começaram<br />

a aparecer nas prateleiras dos supermercados<br />

da re<strong>de</strong> já nos anos <strong>de</strong> 1970. “A gran<strong>de</strong><br />

vantagem para o consumidor ao optar por<br />

marcas próprias é o preço, em geral 30%<br />

mais baratos”, garante Allan Gate, diretor <strong>de</strong><br />

marcas exclusivas do GPA. Na entrevista a<br />

seguir, ele conta a história das marcas próprias<br />

do GPA e fala da estratégia futura da<br />

re<strong>de</strong> nesse segmento.<br />

Divulgação<br />

Pedro Yves<br />

Há quanto tempo o GPA trabalha com marcas próprias, como surgiu<br />

essa estratégia?<br />

Fomos pioneiros na criação <strong>de</strong> marcas próprias e estamos nesse ramo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década<br />

<strong>de</strong> 1970. Nossa estratégia surgiu da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a<br />

preços mais competitivos e também para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>mandas específicas dos nossos<br />

consumidores. Nossas marcas passam por processos rigorosos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, semelhantes<br />

aos realizados nas gran<strong>de</strong>s indústrias alimentícias. O GPA conta com uma área<br />

<strong>de</strong>dicada a garantir esses processos e faz testes periódicos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Os produtos<br />

<strong>de</strong> marcas próprias das re<strong>de</strong>s Pão <strong>de</strong> Açúcar e Extra são posicionados para custarem até<br />

30% menos na comparação com as marcas lí<strong>de</strong>res.<br />

Quais são os <strong>de</strong>safios do negócio?<br />

É nosso trabalho diário mostrar ao consumidor a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos produtos <strong>de</strong><br />

marca própria. O principal <strong>de</strong>safio para que o cliente faça a primeira compra <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong> marcas exclusivas é o conhecimento e a construção da confiança. Existe,<br />

ainda, uma dúvida por parte do consumidor que, pelo fato dos itens serem mais baratos,<br />

a qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser inferior à das marcas lí<strong>de</strong>res. E, na verda<strong>de</strong>, temos um<br />

nível <strong>de</strong> exigência altíssimo para liberarmos um item para venda, com projetos que<br />

levam até dois anos para chegarmos ao produto final, para termos certeza da qualida<strong>de</strong><br />

que queremos oferecer aos nossos clientes. Trabalhamos com consistência<br />

“É nosso trabalho diário mostrar ao<br />

consumidor a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos<br />

produtos <strong>de</strong> marca própria. O principal<br />

<strong>de</strong>safio para que o cliente faça<br />

a primeira compra <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

marcas exclusivas é o conhecimento”<br />

12 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


para entregar qualida<strong>de</strong> com preço competitivo em<br />

todas as nossas marcas.<br />

Quais as marcas e os produtos disponíveis<br />

através <strong>de</strong>las?<br />

Qualitá: foi criada em 2008 e reúne itens para o dia a dia,<br />

abrangendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> alimentos (mercearia e perecíveis),<br />

produtos <strong>de</strong> limpeza, bebê e pet, entre outros. Atualmente,<br />

a marca tem um portfólio <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2.000 produtos;<br />

Taeq: foi lançada em 2006 e apresenta itens com foco<br />

em alimentação saudável, com <strong>de</strong>staque para produtos<br />

orgânicos. É a maior linha <strong>de</strong> saudáveis do país, com<br />

mais <strong>de</strong> 400 itens; Casino: itens importados <strong>de</strong> produtos<br />

gourmets diferenciados. Temos mais <strong>de</strong> 100 produtos;<br />

Club <strong>de</strong>s Sommeliers: marca <strong>de</strong> vinhos, com mais <strong>de</strong> 90<br />

rótulos <strong>de</strong> diversas nacionalida<strong>de</strong>s selecionados.<br />

Qual a estratégia para o crescimento da<br />

participação <strong>de</strong> vendas das marcas?<br />

Para ampliar a participação das vendas <strong>de</strong> nossas marcas<br />

próprias em um cenário on<strong>de</strong> os consumidores<br />

<strong>de</strong>monstram crescente exigência e disposição para<br />

experimentar novos produtos, <strong>de</strong>senvolvemos uma estratégia<br />

abrangente, centrada no crescimento e também<br />

na fi<strong>de</strong>lização que só as marcas próprias po<strong>de</strong>m<br />

trazer. Até o fim do ano, lançaremos cerca <strong>de</strong> 250 produtos<br />

com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> vendas e em categorias<br />

que ainda não estamos presentes, além <strong>de</strong> fortalecer<br />

nossa marca Qualitá, que tem a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

itens e também <strong>de</strong> categorias, oferecendo opções<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> limpeza até alimentos. Isso nos permite abordar<br />

nichos <strong>de</strong> mercado inexplorados e capturar novos segmentos<br />

<strong>de</strong> clientes. Levando em consi<strong>de</strong>ração que as<br />

marcas próprias do GPA representam 21% das nossas<br />

vendas, estamos concentrando esforços em aprimorar<br />

nossa presença e reputação. No primeiro trimestre, já<br />

registramos um crescimento <strong>de</strong> 15% nas vendas das<br />

nossas marcas. Nossa meta é não apenas continuar<br />

essa tendência ascen<strong>de</strong>nte, mas também aumentar<br />

a visibilida<strong>de</strong> das marcas próprias nos nossos pontos<br />

<strong>de</strong> venda (PDV). Atualmente, a marca Qualitá, um dos<br />

nossos carros-chefes, que já representa 90% das vendas<br />

<strong>de</strong> marca própria no Pão <strong>de</strong> Açúcar, está em fase<br />

<strong>de</strong> reformulação. Estamos focados em uma avaliação<br />

completa dos produtos que envolve a análise/reformulação<br />

<strong>de</strong> itens, on<strong>de</strong> são avaliados fatores como<br />

recorrência, composição e concorrência para elevar<br />

ainda mais os padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Em um segundo<br />

momento, também relançaremos a marca com uma<br />

embalagem mais mo<strong>de</strong>rna e atualizada, diante <strong>de</strong> um<br />

público mais jovem e conectado, que conversa mais<br />

com nosso consumidor final.<br />

“Até o fim do ano, lançaremos cerca <strong>de</strong> 250 produtos<br />

com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> vendas e em categorias<br />

que ainda não estamos presentes”<br />

companhia, que é a rentabilida<strong>de</strong>. Ao terem o primeiro<br />

contato positivo com a marca, os consumidores são estimulados<br />

a recomprar e fazer a compra <strong>de</strong> novos itens<br />

<strong>de</strong> diferentes categorias para avaliar qualida<strong>de</strong>, sabor<br />

etc. Isso quer dizer que, quando o cliente adquire um<br />

produto que gosta, isso o faz retornar às nossas lojas e<br />

plataformas online on<strong>de</strong> nossas re<strong>de</strong>s estão presentes,<br />

porque sabe que somente encontrará lá essas marcas<br />

específicas. A fi<strong>de</strong>lização ocorre uma vez que o cliente,<br />

ao provar o produto, enten<strong>de</strong> que não há mais nenhuma<br />

vantagem em pagar mais, pois a qualida<strong>de</strong> do produto<br />

é equivalente. Continuar surpreen<strong>de</strong>ndo o consumidor<br />

com produtos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> a preços bem competitivos,<br />

buscando estar presente em 100% das categorias<br />

<strong>de</strong> alta penetração, é nosso objetivo.<br />

O que é “o processo <strong>de</strong> turnaround do GPA”?<br />

Há pouco mais <strong>de</strong> um ano, com a chegada do novo CEO<br />

do GPA, Marcelo Pimentel, <strong>de</strong>finimos seis pilares (Top<br />

Line, NPS, Expansão, Digital, ESG & Cultura e Rentabilida<strong>de</strong>)<br />

e projetos estratégicos para guiar nosso trabalho<br />

na busca por um negócio mais sustentável e rentável.<br />

O objetivo principal é recuperar nossa posição como<br />

referência no segmento <strong>de</strong> supermercados premium<br />

com a marca Pão <strong>de</strong> Açúcar, fortalecer a marca Extra e<br />

consolidar nossa li<strong>de</strong>rança no e-commerce alimentar. As<br />

marcas exclusivas estão <strong>de</strong>ntro do pilar estratégico <strong>de</strong><br />

Top Line, que visa a aumentar a recorrência <strong>de</strong> compra,<br />

fator essencial para o crescimento do fluxo dos clientes<br />

e consequente avanço nas vendas, e também fi<strong>de</strong>lização<br />

do consumidor.<br />

Qual o perfil do consumidor <strong>de</strong>ssas marcas?<br />

O que o atrai, o preço mais baixo? Se<br />

70%, segundo a Nielsen, confiam neles, por<br />

que só 40% consomem?<br />

São consumidores pertencentes às classes A/B, mas que<br />

optam por adquirir produtos com a mesma qualida<strong>de</strong> da<br />

marca lí<strong>de</strong>r, com preços mais competitivos. Outro dado<br />

interessante é a frequência <strong>de</strong> quem adquire o produto<br />

em relação a quem não consome: é 2,5 vezes maior,<br />

e seu ticket médio é 60% superior. De 80% <strong>de</strong> nossos<br />

consumidores que compram marcas exclusivas, 60%<br />

levam produtos Qualitá. As marcas próprias são imprescindíveis,<br />

uma vez que atuam na fi<strong>de</strong>lização do cliente<br />

e ajudam em um pilar estratégico importante para a<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 13


mercado<br />

Embate cultural coloca estratégia <strong>de</strong><br />

marketing das empresas na berlinda<br />

Causas sociais rotuladas como capitalismo woke reforçam a polarização<br />

da socieda<strong>de</strong>, dificultando o trabalho <strong>de</strong> posicionamento das marcas<br />

Way Home Studio/Freepik<br />

Polarização segue empurrando as pessoas para lados opostos, enquanto as marcas tentam <strong>de</strong>cifrar movimentos para aten<strong>de</strong>r às cobranças sem riscos <strong>de</strong> cancelamentos<br />

Janaina Langsdorff<br />

Li<strong>de</strong>ranças globais começam a rever o peso <strong>de</strong><br />

pautas ativistas na estratégia <strong>de</strong> marketing das<br />

marcas. Discriminação racial, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gênero, respeito à orientação sexual, quebra <strong>de</strong> estereótipos,<br />

inclusão <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência e etarismo<br />

tomaram a mídia e os festivais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

nos últimos <strong>de</strong>z anos. Amplificadas por smartphones<br />

e re<strong>de</strong>s sociais, as mensagens ajudaram a conscientizar<br />

as pessoas sobre a cara nefasta <strong>de</strong> qualquer tipo<br />

<strong>de</strong> preconceito.<br />

A onda progressista lavou a socieda<strong>de</strong>. Assim, vieram<br />

a Lei <strong>de</strong> Cotas, em 2012; a Lei Maria da Penha, em 2006; e<br />

o primeiro beijo gay em uma novela, “Amor à vida”, da TV<br />

Globo, em 2013. “Parecia que o conservadorismo estava<br />

acuado. As pessoas que se incomodavam com estas conquistas<br />

<strong>de</strong> direitos dos oprimidos aguentaram caladas”,<br />

comenta Tiago Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, coor<strong>de</strong>nador do curso<br />

<strong>de</strong> ciências do consumo da ESPM.<br />

Mas a agenda social passou a ser acusada <strong>de</strong> supostos<br />

exageros no policiamento <strong>de</strong> condutas e hipocrisia<br />

na <strong>de</strong>fesa dos direitos das minorias, críticas infladas<br />

pela ascensão do pensamento conservador. “A importância<br />

<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão é inegável. Mas as pessoas<br />

começaram a ameaçar empresas <strong>de</strong> cancelamento,<br />

caso elas não tomassem atitu<strong>de</strong>s. A socieda<strong>de</strong> está farta<br />

disso, <strong>de</strong> problemas na família, no trabalho, na vizinhança”,<br />

repara José Mauro Nunes, da FGV Ebape.<br />

A consequência recai sobre possíveis abalos na receita<br />

das empresas, pois a articulação <strong>de</strong> boicotes po<strong>de</strong><br />

encolher vendas, enquanto governos contrários ao<br />

wokeísmo cogitam podar subsídios fiscais. “Empresas<br />

existem para servir aos seus clientes e dar lucro. Se o ativismo<br />

começa a afetar diretamente a sua lucrativida<strong>de</strong>,<br />

e a alienar os consumidores, isso é um problema. E está<br />

acontecendo”, avisa Nunes.<br />

Andra<strong>de</strong> reforça a avaliação <strong>de</strong> Nunes. “O cancelamento<br />

produz um linchamento público, ultrapassando a<br />

esfera virtual, em que a pessoa sofre violências, per<strong>de</strong><br />

“Quando há exagero, há<br />

baixo engajamento e<br />

banalização da luta”<br />

emprego e tem a sua reputação manchada, muitas vezes,<br />

<strong>de</strong> forma injusta. Quando há exagero, há baixo engajamento<br />

e banalização da luta”, complementa.<br />

Autorida<strong>de</strong>s políticas contrárias ao capitalismo woke<br />

sinalizam a queda <strong>de</strong> braço cultural. “Se para algumas<br />

pessoas ser woke é ter consciência social e racial, questionando<br />

paradigmas e normas opressoras historicamente<br />

impostas pela socieda<strong>de</strong>, para outros o termo<br />

<strong>de</strong>screve hipócritas que acreditam que são moralmente<br />

superiores e querem impor as suas i<strong>de</strong>ias progressistas<br />

sobre os <strong>de</strong>mais”, diferencia Mariana Munis, professora<br />

14 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Mariana Munis, do Mackenzie: pluralida<strong>de</strong> gera lucro Eduardo Santos, da ihouse/Oliver: sem retrocesso Jaque David, da Monkey Land: narrativa e prática<br />

<strong>de</strong> marketing e comportamento do consumidor da Universida<strong>de</strong><br />

Presbiteriana Mackenzie Campinas (SP).<br />

“Ninguém precisa mais<br />

comprar algo on<strong>de</strong> não<br />

se sinta representado”<br />

O <strong>de</strong>spertar<br />

Palavra <strong>de</strong> origem inglesa que significa “<strong>de</strong>spertei”, o<br />

termo woke po<strong>de</strong> ter sido cunhado pelo escritor William<br />

Melvin Kelley no afã do alerta aventado pela comunida<strong>de</strong><br />

afro-americana para a injustiça racial. “If you’re woke,<br />

you dig it” (“Se está acordado, enten<strong>de</strong>rá”, em tradução<br />

livre) foi o título do artigo que ele redigiu no ano <strong>de</strong> 1962<br />

para o jornal The New York Times. Em 2013, a expressão<br />

alçou status <strong>de</strong> slogan do “Black lives matter”, protesto<br />

contra a violência policial nos Estados Unidos.<br />

“Após junho <strong>de</strong> 2013, quando uma onda <strong>de</strong> insatisfações<br />

das mais diversas or<strong>de</strong>ns tomou as ruas, conservadores<br />

ganharam força por meio <strong>de</strong> um discurso<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e segurança”, observa Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />

O reflexo veio nas urnas. Em 2018, candidatos conservadores<br />

ganharam as eleições. Era o prenúncio <strong>de</strong> um<br />

mundo multipolarizado. “Rótulos e posicionamentos<br />

foram extremados. A tolerância quase <strong>de</strong>sapareceu. Pelos<br />

conservadores, o capitalismo woke se transformou<br />

em uma estratégia <strong>de</strong> mercado nichada para os inimigos”,<br />

explica Andra<strong>de</strong>.<br />

Marcas que ganharam a<strong>de</strong>ptos a partir da luta por<br />

direitos começaram a ser boicotadas, mesmo processo<br />

vivido pelas organizações que se aproximam do conservadorismo.<br />

“Passa a ser necessário fazer estudos para<br />

saber <strong>de</strong> que lado vale a pena estar. São novos nichos<br />

que nascem pelo posicionamento social e político”, indica<br />

Andra<strong>de</strong>. Profissionais sensíveis aos rumos da socieda<strong>de</strong><br />

e consciência crítica também ajudam a balizar<br />

posturas que <strong>de</strong>mandam cuidado e sensibilida<strong>de</strong> frente<br />

a um fenômeno relativamente novo no comportamento.<br />

“Existe muita reclamação sobre o exagero <strong>de</strong> lacração,<br />

termo pejorativo para cultura woke. Há uma percepção<br />

no ar sobre um cansaço, mas só as pesquisas po<strong>de</strong>m<br />

confirmar”, sugere o especialista da ESPM.<br />

A mudança é estudada pelo sociólogo Musa al-Gharbi,<br />

da Universida<strong>de</strong> Columbia, em Nova York (EUA), no livro<br />

“We have never been woke: Social justice discourse, inequality<br />

and the rise of a new elite” (“Nunca fomos woke:<br />

discurso <strong>de</strong> justiça social, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e ascensão <strong>de</strong><br />

uma nova elite”, em tradução livre).<br />

Prestes a ser lançada, “a obra reúne o trabalho que<br />

construí nos últimos seis anos explicando o crescimento<br />

<strong>de</strong> Trump, o ‘gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar’ e o avanço da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

social. O livro <strong>de</strong>stacará a forma como os capitalistas<br />

transformaram o discurso <strong>de</strong> justiça social em arma, à<br />

custa daqueles que, na verda<strong>de</strong>, são marginalizados”,<br />

escreve Musa al-Gharbi, apontando para um iminente<br />

esgotamento da narrativa woke, rótulo colado em posturas<br />

consi<strong>de</strong>radas “politicamente corretas”, e agora<br />

passíveis <strong>de</strong> gerar prejuízo.<br />

pesa<strong>de</strong>lO<br />

Conservadores li<strong>de</strong>rados por Ron DeSantis, governador<br />

da Flórida (EUA), aprovaram em 2022 um projeto<br />

<strong>de</strong> lei que retirou a jurisdição especial da The Walt<br />

Disney Company para operar o parque Walt Disney<br />

World Resort como sua cida<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>cisão ocorreu <strong>de</strong>-<br />

Tiago Andra<strong>de</strong>, da ESPM: percepção <strong>de</strong> cansaço no ar Erlana Castro, da FDC: não dá para ser meio-termo José Mauro Nunes, da FGV Ebape: socieda<strong>de</strong> farta<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 15


mercado<br />

pois que a Disney se posicionou contra a proibição<br />

<strong>de</strong> aulas sobre orientação sexual nas escolas primárias<br />

da Flórida, um dos estados mais conservadores<br />

dos Estados Unidos. A lei “Parental rights in education”<br />

ficou conhecida como “Não diga gay”. O impacto<br />

é incerto, mas po<strong>de</strong>ria elevar os impostos pagos<br />

pela Disney, que tenta apaziguar os ânimos. “É um<br />

contrabalanceamento”, consi<strong>de</strong>ra Nunes, da FGV Ebape.<br />

DeSantis disputa com Donald Trump a vaga <strong>de</strong><br />

candidato republicano ao pleito dos Estados Unidos<br />

no próximo ano.<br />

“A eleição presi<strong>de</strong>ncial norte-americana <strong>de</strong> 2024<br />

promete cavalgar nessa polarização, inflamando a rixa<br />

entre republicanos e <strong>de</strong>mocratas. Isso <strong>de</strong>ve contaminar<br />

bastante a socieda<strong>de</strong> e o ambiente <strong>de</strong> negócios,<br />

justo no momento <strong>de</strong> aceleração e consolidação da<br />

pauta ESG”, prevê Erlana Castro, professora convidada<br />

da Fundação Dom Cabral (FDC) e fundadora da re<strong>de</strong><br />

criativa #ESGpraJA, referindo-se às práticas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

ambiental, social e <strong>de</strong> governança corporativa<br />

aglutinadas na sigla ESG (do inglês Environmental,<br />

Social and Governance).<br />

Grupo <strong>de</strong> mídia centenário, a Disney ainda foi criticada<br />

por escolher a atriz negra Halle Bailey como intérprete<br />

do live-action “A pequena sereia”, que estreou no<br />

Brasil em maio. A personagem Ariel é ruiva na animação<br />

original, lançada em 1989. Quem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a produção,<br />

alega que sereias sequer existem, portanto, po<strong>de</strong>m ser<br />

representadas por qualquer etnia.<br />

A Gillette, da P&G, também enfrentou situação adversa<br />

em 2019, quando lançou o filme “O melhor que os<br />

homens po<strong>de</strong>m ser”. Elogiada <strong>de</strong> um lado, a coragem<br />

da marca em questionar comportamentos masculinos<br />

tóxicos irritou o outro. Da crise <strong>de</strong> imagem à queda<br />

<strong>de</strong> vendas, casos taxados pela direita com a frase “Get<br />

woke, go broke” (“Fique alerta, vá à falência”) acirram as<br />

animosida<strong>de</strong>s. “Woke, no português, traduz como consciente,<br />

mas num viés pejorativo. O bordão americano ‘go<br />

woke, go broke’ ilustra uma polarização instalada entre<br />

as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> consciência e lucro, o que não é nada oportuno”,<br />

nota Erlana, da FDC.<br />

A manifestação <strong>de</strong>rrogatória reflete a mudança <strong>de</strong><br />

filosofia empresarial, que se alinhou às pautas ativistas<br />

“Woke, no português,<br />

traduz como consciente,<br />

mas num viés pejorativo”<br />

a partir da <strong>de</strong>scrença na capacida<strong>de</strong> dos governos em resolver<br />

problemas sociais. “A população começou a acreditar<br />

que empresas são mais eficientes, dando origem<br />

ao movimento ESG, pauta que vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos <strong>de</strong><br />

1980, com a responsabilida<strong>de</strong> social corporativa”, ensina<br />

o professor José Mauro Nunes, da FGV Ebape.<br />

Ao acatar os clamores da socieda<strong>de</strong>, porém, as marcas<br />

começaram a ser fiscalizadas. “É preciso enten<strong>de</strong>r<br />

que vivemos hoje em uma socieda<strong>de</strong> polarizada. Empresas<br />

<strong>de</strong>vem estar conscientes <strong>de</strong> que encontrarão resistência”,<br />

previne Nunes. Rachada, a socieda<strong>de</strong> ora pen<strong>de</strong><br />

Cena do filme “De mãos dadas”, do Mercado Livre, que convida os brasileiros para um acordo apoiado na tolerância<br />

Fotos: Divulgação<br />

Consumidores reclamaram do uso <strong>de</strong> inteligência artificial para reviver Elis Regina, mas Conar arquivou processo<br />

para um lado ora para o outro, dificultando o trabalho <strong>de</strong><br />

posicionamento das marcas.<br />

BarBas <strong>de</strong> mOlhO<br />

Indícios do arrefecimento da cultura woke vêm também<br />

do Brasil, com a campanha “VW Brasil 70: O novo veio<br />

<strong>de</strong> novo”, que recorreu à inteligência artificial para colocar<br />

a cantora Maria Rita e sua mãe, Elis Regina, morta há<br />

41 anos, cantando juntas a música “Como nossos pais”,<br />

<strong>de</strong> Belchior. Criado pela AlmapBBDO para comemorar os<br />

70 anos da Volkswagen, o filme lançado no dia 4 <strong>de</strong> julho<br />

emocionou muitas pessoas. Mas alguns consumidores<br />

questionaram os limites éticos intrínsecos à utilização<br />

da tecnologia para reviver pessoas.<br />

No dia 10 <strong>de</strong> julho, o Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />

Publicitária (Conar) abriu representação<br />

ética para analisar a reivindicação. Mas o processo foi<br />

arquivado no dia 22 do mês seguinte. “O colegiado consi<strong>de</strong>rou,<br />

por unanimida<strong>de</strong>, improce<strong>de</strong>nte o questionamento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito à figura da artista, uma vez que o uso<br />

da sua imagem foi feito mediante consentimento dos<br />

her<strong>de</strong>iros e observando que Elis aparece fazendo algo<br />

que fazia em vida”, <strong>de</strong>clarou o Conar, em comunicado.<br />

Práticas ESG também estão na mira daqueles que<br />

reprovam o wokeísmo. Algumas empresas já colocam<br />

as barbas <strong>de</strong> molho. O McDonald’s, por exemplo, retirou<br />

menções à sigla da área “Propósito & impacto” em<br />

seu site nos Estados Unidos, e renomeou algumas páginas.<br />

“ESG approach & progress” virou “Our approach &<br />

progress” e “Performance & ESG reporting” mudou para<br />

“Goal performance & reporting”. Apesar das alterações, a<br />

re<strong>de</strong> mantém promessas sociais e ambientais.<br />

Segundo dados do Committee for Economic Development<br />

(CED), <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> <strong>2023</strong>, mencionados pela professora<br />

Erlana Castro, da FDC, os marqueteiros republicanos<br />

<strong>de</strong>vem arrastar as corporações para o ringue eleitoral,<br />

difamando empresas e fundos <strong>de</strong> investimentos como<br />

woke por seus compromissos ESG. “A recomendação da<br />

entida<strong>de</strong> para a li<strong>de</strong>rança das empresas norte-americanas<br />

é manter-se no curso da ação, já que ESG trata da<br />

estratégia do negócio, mas evitar <strong>de</strong>clarações públicas<br />

<strong>de</strong> alto nível”, informa Erlana.<br />

Ao mesmo tempo, temas ligados à sustentabilida<strong>de</strong><br />

ganham lugar cativo na gra<strong>de</strong> das escolas <strong>de</strong> negócios<br />

como meio <strong>de</strong> evitar a politização crescente do tema.<br />

“Quando essa discussão chega no âmbito das marcas,<br />

16 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Repodução<br />

O Papai Noel negro <strong>de</strong> O Boticário, apresentado em 2020 na ação “Papai Noel: Uma história <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>”, é citado como exemplo <strong>de</strong> coerência com a proposta da marca<br />

adicionamos uma carga <strong>de</strong> tensão política, econômica<br />

e social sobre seus vários <strong>de</strong>safios mercadológicos. As<br />

marcas tornam-se um ponto <strong>de</strong> contato sensível em<br />

tudo isso”, diz Erlana.<br />

A encruzilhada corta o percurso dos anunciantes.<br />

Mariana Munis lembra que o próprio mercado financeiro<br />

cobra ações ESG, o que pressupõe a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estratégias a<strong>de</strong>quadas às pautas sociais. Até porque, estudos<br />

já evi<strong>de</strong>nciaram que diversida<strong>de</strong> e inclusão dão lucro.<br />

“Segundo uma pesquisa da McKinsey, empresas com<br />

maior pluralida<strong>de</strong> em suas equipes alcançam resultados<br />

até 21% maiores do que aquelas em que a questão não<br />

é uma priorida<strong>de</strong>”, adverte a professora do Mackenzie.<br />

McDonald’s retirou<br />

menções à sigla<br />

ESG <strong>de</strong> área do seu<br />

site nos Estados<br />

Unidos e renomeou<br />

algumas páginas<br />

“Se o ativismo começa<br />

a afetar a lucrativida<strong>de</strong><br />

e alienar consumidores,<br />

isso é um problema”<br />

Emil Huang/Unsplash<br />

COerênCia<br />

Equilíbrio é o principal cuidado para posicionar marca<br />

e fazer propaganda em um momento tão complexo.<br />

“Não faz muito tempo, a recomendação era abraçar a<br />

neutralida<strong>de</strong>, muitas vezes, até omitir-se. Atualmente,<br />

em cima do muro é um não-lugar. Será necessário ao negócio<br />

(re)propor seu sentido para a socieda<strong>de</strong>, lastreado<br />

no propósito e por meio <strong>de</strong> uma ligação direta entre discurso,<br />

ação e impacto concreto”, orienta Erlana, da FDC.<br />

“Não dá para ser meio-termo. A Coca-Cola, por exemplo,<br />

consegue sustentar causas sem entrar na militância<br />

ostensiva”, evi<strong>de</strong>ncia Nunes, da FGV Ebape. Acomodação<br />

não parece ser a resposta diante <strong>de</strong> movimentos que<br />

prometem seguir ecoando voz. “Mesmo assim, todo cuidado<br />

é pouco. A xenofobia, a construção <strong>de</strong> muros e os<br />

assassinatos <strong>de</strong> ódio são amplamente divulgados, <strong>de</strong>monstrando<br />

que ainda há muito a ser combatido. Talvez<br />

sempre ocorram. Ainda estamos longe da acomodação”,<br />

acredita Tiago Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />

Com base em informações do “Anuário Brasileiro <strong>de</strong><br />

Segurança Pública <strong>2023</strong>”, Jaque David, head <strong>de</strong> planejamento<br />

da Monkey Land, <strong>de</strong>scarta a resignação diante <strong>de</strong><br />

“um país on<strong>de</strong> 76% das mortes por violência intencional<br />

são <strong>de</strong> pessoas negras, e 83% <strong>de</strong>ssas mortes causadas<br />

por intervenção policial”.<br />

Embora custosos, erros <strong>de</strong> abordagem aceleram<br />

o aprendizado rumo à mudança. “A senha para reduzir<br />

os riscos criativos chama-se materialida<strong>de</strong>. Essa é uma<br />

i<strong>de</strong>ia estruturante no campo da estratégia ESG, que separa<br />

marcas e empresas oportunas daquelas oportunistas”,<br />

esclarece Erlana. Além <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e<br />

ao propósito da empresa, a missão <strong>de</strong> abraçar uma causa<br />

<strong>de</strong>ve ser cumprida <strong>de</strong> forma genuína.<br />

“Foco no que é material, na ação, no propósito e, sobretudo,<br />

na entrega da estratégia e dos compromissos ESG,<br />

com transparência e muita criativida<strong>de</strong>. Não é mais sobre<br />

storytelling. É sobre history making”, recomenda a professora<br />

Erlana. Os esforços <strong>de</strong>vem ir além do filme <strong>de</strong> 30<br />

segundos, provando coerência <strong>de</strong> gestão. “Se você assume<br />

quem é, fica claro para o consumidor se <strong>de</strong>ve ou não compactuar<br />

com as suas atitu<strong>de</strong>s, e é apenas <strong>de</strong>le a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> continuar consumindo o produto”, constata Eduardo<br />

Santos, diretor <strong>de</strong> criação da ihouse/Oliver.<br />

Verda<strong>de</strong><br />

Não adianta entrar na luta antirracista e ter apenas<br />

executivos brancos em posições <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, apoiar<br />

pessoas LGBTQIAPN+ sem contratar e tratar <strong>de</strong> forma<br />

equânime os transexuais ou <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r questões <strong>de</strong> gênero<br />

pagando salários <strong>de</strong>siguais para homens e mulheres<br />

que ocupam os mesmos cargos. “É um convite para o<br />

cancelamento”, alerta Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />

O estudioso conta que marcas consagradas dificilmente<br />

se inserem no cenário <strong>de</strong> polarização, mas algumas<br />

assumiram posição. “Burger King é um clássico que<br />

se posicionou pró luta LGBTQIAPN+. Foi criticado, mas, <strong>de</strong><br />

forma geral, as campanhas foram um sucesso”, recorda<br />

Andra<strong>de</strong>. O Papai Noel negro <strong>de</strong> O Boticário, no Natal <strong>de</strong><br />

2020, é outro caso <strong>de</strong>scrito na ação “Papai Noel: Uma história<br />

<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>”.<br />

Mariana Munis, do Mackenzie, consi<strong>de</strong>ra a Turma<br />

da Mônica como exemplo <strong>de</strong> coesão. Histórias <strong>de</strong> Papa-<br />

-Capim, Horácio, Chico Bento, Jotalhão e Bidu abordam<br />

temas relacionados a natureza, animais e autoconhecimento,<br />

“agradando a todos os públicos”, <strong>de</strong>staca. PCD’s,<br />

como Humberto, e negros, como a Milena - personagem<br />

lançada nos quadrinhos em 2019 -, entraram para a turma<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 17


mercado<br />

<strong>de</strong> forma respeitosa.<br />

O Mercado Livre também recorreu à essência <strong>de</strong> sua<br />

marca para propor mais diálogo. Inspirada em um aperto<br />

<strong>de</strong> mão, ícone da plataforma, a campanha “De mãos<br />

dadas” convoca os brasileiros para um acordo sustentado<br />

na tolerância. “Queremos mostrar como o diálogo e<br />

um simples gesto po<strong>de</strong> conectar as pessoas. Está tudo<br />

bem não concordar com tudo o que o outro pensa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que haja respeito. Dar as mãos e aceitar a opinião<br />

diferente do outro não significa dar o braço a torcer”,<br />

comenta Thais Souza Nicolau, diretora <strong>de</strong> branding do<br />

Mercado Livre na América Latina, em nota. Criada pela<br />

GUT, a ação foi lançada em agosto com uma releitura da<br />

canção “Gente aberta”, <strong>de</strong> Erasmo Carlos.<br />

O professor José Mauro Nunes, da FGV Ebape, cita o<br />

trabalho <strong>de</strong> marcas como a Avon, empenhadas em capacitar<br />

gestores para enten<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong> comportamento<br />

dos mais variados grupos sociais. “Entre evangélicos, por<br />

exemplo, há famílias negras que sofrem violência policial,<br />

filhos homossexuais. Falta entendimento. Publicitários são<br />

formados <strong>de</strong>ntro da bolha woke, diferentemente da realida<strong>de</strong><br />

do brasileiro, que mora no subúrbio, vive privações<br />

e encontra na religião uma forma <strong>de</strong> apoio”, frisa Nunes.<br />

sem VOlta<br />

O cenário <strong>de</strong>safia o mundo corporativo, que se vê<br />

no meio <strong>de</strong> um conflito. “Na angústia por serem minimamente<br />

corretas, as marcas têm a<strong>de</strong>quado os seus<br />

discursos com medo dos julgamentos. Ainda vemos poucas<br />

iniciativas verda<strong>de</strong>iras com impacto. Sobretudo na<br />

comunida<strong>de</strong> negra, a narrativa fica na esfera da comunicação<br />

e não tem sido aplicada na prática”, situa Jaque<br />

David, da Monkey Land.<br />

Na avaliação da executiva, a cultura woke é a antítese<br />

do conservadorismo. Alguns lutam para resguardar direitos,<br />

outros para aniquilá-los. Segundo Jaque, a discussão<br />

central está na <strong>de</strong>colonização. “A máquina do capitalismo<br />

agiu em normalida<strong>de</strong> junto da branquitu<strong>de</strong>, que sempre<br />

reproduziu o colonialismo, e se apropriou do tema original,<br />

a luta racial. Todavia, o termo expandiu para as <strong>de</strong>mais<br />

pautas políticas humanitárias”, sublinha Jaque.<br />

Mas Eduardo Santos não crê em retrocesso. O diretor<br />

<strong>de</strong> criação da ihouse/Oliver luta por grupos minoritários<br />

há tempo suficiente para enten<strong>de</strong>r que a sua posição, <strong>de</strong><br />

um homem negro na publicida<strong>de</strong>, também é política. O<br />

executivo reconhece iniciativas do mercado e <strong>de</strong> marcas<br />

empurradas pelos alaridos da socieda<strong>de</strong>, mas consi<strong>de</strong>ra<br />

que a evolução só ocorreu mesmo quando os próprios<br />

grupos se organizaram.<br />

“Esses espaços já foram conquistados e não será<br />

permitido perdê-los porque a socieda<strong>de</strong> organizada não<br />

vai renunciar a eles. E tenho dúvidas se as marcas que<br />

avançaram na discussão vão estar dispostas a recuar”,<br />

pon<strong>de</strong>ra Santos. “As empresas <strong>de</strong>vem rever as suas políticas,<br />

mas as conquistas das lutas por direitos não serão<br />

perdidas, vieram para ficar”, concorda Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />

Na rotina <strong>de</strong> trabalho da ihouse/Oliver, Eduardo Santos<br />

pe<strong>de</strong> que seus times não tragam apenas imagens e i<strong>de</strong>ias<br />

sobre comunida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntitárias. No entanto, quer que essa<br />

pauta esteja em discussão para contemplar o mundo a ser<br />

retratado na comunicação - <strong>de</strong> negros que consomem carros<br />

<strong>de</strong> luxo a mulheres que compram ferramentas. “Não há<br />

nada que o conservadorismo possa impedir porque essas<br />

pessoas diversas estão ganhando dinheiro, formação, experiências,<br />

estão viajando e se preparando para ser ainda<br />

Pai separa briga <strong>de</strong> garotos em filme lançado no ano <strong>de</strong> 2019 pela Gillette, da P&G, que foi criticado por consumidores ao propor a<br />

“Espaços já foram<br />

conquistados e não<br />

será permitido perdêlos<br />

porque a socieda<strong>de</strong><br />

organizada não vai<br />

renunciar a eles”<br />

melhores e mais fortes”, contextualiza Santos.<br />

Segundo o executivo, esse novo ciclo <strong>de</strong> consumo,<br />

mais consciente e engajado, já <strong>de</strong>finiu espaço para pessoas<br />

que antes viviam à margem do mercado, mas hoje<br />

se sentem cada vez mais seguras para tomar assento<br />

em ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r político, cultural e econômico.<br />

“Esse conservadorismo reativado que vivemos hoje não<br />

vai se manter pelas próximas décadas porque, cada vez<br />

mais, as pessoas estão se enten<strong>de</strong>ndo diferentes umas<br />

das outras”, pontua Santos.<br />

Preço e qualida<strong>de</strong> passam a ser apenas uma fatia<br />

da nova relação <strong>de</strong> compra, agora pautada também<br />

pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança. “Essa conexão só será possível<br />

quando as li<strong>de</strong>ranças forem capazes <strong>de</strong> enxergar o outro<br />

tanto quanto enxergam a sua planilha <strong>de</strong> lucro. Porque<br />

se não houver verda<strong>de</strong> nesse comportamento, atento e<br />

capaz <strong>de</strong> compartilhar, uma revisão só vai trazer estragos”,<br />

analisa Santos. O respeito às diferenças não tem<br />

volta. “Ninguém precisa mais comprar algo on<strong>de</strong> não se<br />

sinta representado nem valorizado”, conclui Jaque David,<br />

da Monkey Land.<br />

18 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


eflexão sobre comportamentos tóxicos repetidos por homens<br />

Reprodução<br />

Amy Humphries/Unsplash<br />

Disney e governo da Flórida (EUA)<br />

travam batalha por divergências<br />

que geram <strong>de</strong>sgaste para a marca<br />

Brasileiros acreditam<br />

mais em empresas e<br />

ONGs que em governos<br />

O<br />

embate i<strong>de</strong>ológico não dá sinais <strong>de</strong> enfraquecimento.<br />

Segundo o relatório “E<strong>de</strong>lman Trust<br />

Barometer <strong>2023</strong> - Navegando por um mundo<br />

polarizado”, 78% dos brasileiros acreditam que o<br />

país está mais dividido que no ano passado. A percepção<br />

sinaliza o risco <strong>de</strong> uma polarização severa,<br />

grupo on<strong>de</strong> já estão Argentina, Colômbia, Estados<br />

Unidos, África do Sul, Espanha e Suécia. A média global<br />

atingiu o índice <strong>de</strong> 53% no total <strong>de</strong> 32 mil pessoas<br />

entrevistadas em 28 nações entre os dias 1º e 28<br />

<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2022.<br />

Ansieda<strong>de</strong> econômica, <strong>de</strong>sequilíbrio institucional,<br />

divisão <strong>de</strong> classe e <strong>de</strong>scrédito da mídia e re<strong>de</strong>s sociais<br />

foram os critérios utilizados para classificar o grau <strong>de</strong><br />

polarização dos países, que po<strong>de</strong> piorar a violência<br />

urbana, o preconceito e a discrimação social, abalar<br />

a <strong>de</strong>mocracia, retardar o crescimento econômico e<br />

prorrogar soluções para problemas sociais. Falta <strong>de</strong><br />

civilida<strong>de</strong> e respeito mútuo (80%) também fragilizam<br />

o tecido social. Empresas (64%), organizações não governamentais<br />

(60%), mídia (46%) e governo (40%) são<br />

as instituições mais confiáveis, com <strong>de</strong>staque para a<br />

confiança no empregador (78%).<br />

No Brasil, espera-se mais dos presi<strong>de</strong>ntes das corporações<br />

para iniciativas em <strong>de</strong>fesa dos colaboradores<br />

e <strong>de</strong> um ambiente livre <strong>de</strong> discriminação, cobrança feita<br />

especialmente pelas novas gerações. O <strong>de</strong>sejo dos<br />

consumidores por mais engajamento das empresas na<br />

socieda<strong>de</strong> sinaliza também mais riscos (48%) <strong>de</strong> politização<br />

das marcas.<br />

“O mundo, e isso se replica ao Brasil, se encontra<br />

em um estado profundo <strong>de</strong> polarização. A onda<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação, ansieda<strong>de</strong> econômica, falha nas<br />

respostas das li<strong>de</strong>ranças e uma forte divisão <strong>de</strong> classes<br />

são alguns dos fatores no cerne do problema”,<br />

certifica Marcília Ursini, vice-presi<strong>de</strong>nte executiva da<br />

E<strong>de</strong>lman Brasil.<br />

Fé nas marCas<br />

A <strong>de</strong>sconfiança no governo, apontada há anos no<br />

levantamento, foi compensada pela crença nas empresas,<br />

elevando a responsabilida<strong>de</strong> social das marcas.<br />

Atuar em parceria, mostrar avanços tangíveis, planejamento,<br />

clareza e consistência nas informações são<br />

as diretrizes para manter a segurança das marcas,<br />

imersas em um mundo que mudou completamente.<br />

Pressionados pela queda na renda, injustiça social e o<br />

receio <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s econômicas, consumidores “se<br />

perguntam quando o tapete <strong>de</strong> seus direitos à liberda<strong>de</strong><br />

será puxado”, sugere Marcília.<br />

A chance <strong>de</strong> conquistar o consumidor aumenta<br />

quando as marcas realizam ações contínuas para<br />

comunicar programas sociais. Admitir erros, transparência<br />

ao tratar o impacto climático e conexão emocional<br />

complementam condutas que <strong>de</strong>vem estar<br />

Marcília Ursini, vice-presi<strong>de</strong>nte executiva da<br />

E<strong>de</strong>lman Brasil: mudança para conectar marca ao<br />

consumidor vulnerável, mas <strong>de</strong>safiador <strong>de</strong> hoje<br />

Divulgação<br />

“O mundo se encontra<br />

em um estado profundo<br />

<strong>de</strong> polarização”<br />

embasadas na ciência. Encarar temas controversos<br />

também pe<strong>de</strong> dados críveis e distância <strong>de</strong> alinhamentos<br />

políticos.<br />

“Esse novo mundo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca é<br />

equivalente a um novo mundo <strong>de</strong> consumidores.<br />

Isso marca uma mudança longe do modus operandi<br />

tradicional para ser uma marca bem-sucedida, em<br />

direção a uma que se conecta <strong>de</strong> maneira consistente<br />

ao consumidor vulnerável, mas <strong>de</strong>safiador <strong>de</strong><br />

hoje”, atenta Marcília.<br />

Os estudos <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong>senvolvidos pela E<strong>de</strong>lman<br />

há mais <strong>de</strong> duas décadas comprovam que o sentimento<br />

é essencial na construção e na manutenção<br />

<strong>de</strong> relacionamentos duradouros entre instituições,<br />

empresas, governos, ONGs e mídia – e seus stakehol<strong>de</strong>rs.<br />

Marcas confiáveis geram mais compra, lealda<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>fesa. O apoio a questões relevantes para a socieda<strong>de</strong><br />

confere segurança aos consumidores, tornando-<br />

-os mais propensos a se engajar a uma marca. JL<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 19


mercado<br />

Censo do Observatório da Diversida<strong>de</strong><br />

na Propaganda divulga metas do setor<br />

Dados da pesquisa trazem informações que guiarão o processo<br />

<strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> grupos minorizados na indústria da comunicação<br />

Fotos e gráficos: Divulgação<br />

Ariel Nobre é diretor-executivo do Observatório<br />

O<br />

Observatório <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong> na Propaganda<br />

organizou censo que trouxe dados para a reflexão<br />

das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> associadas à<br />

entida<strong>de</strong> usarem como metas <strong>de</strong> engajamento e base<br />

para a aplicação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão<br />

no mercado. A gestão do projeto é da Kairós.<br />

De acordo com Ariel Nobre, diretor-executivo do<br />

ODP, “os números do censo não são apenas números.<br />

Eles são um retrato da paisagem que vamos mudar.<br />

E as metas não estão aqui para ser seguidas apenas<br />

pelos associados, elas dão valor <strong>de</strong> referência para<br />

todo o mercado, inclusive fornecedores, parceiros e<br />

mídia”, afirma.<br />

“O estudo é um norte, um guia para toda a nossa<br />

indústria. Ele foi construído com base em dados reais<br />

do nosso mercado, levando em consi<strong>de</strong>ração on<strong>de</strong> estamos<br />

(censo <strong>de</strong> abril) e para on<strong>de</strong> queremos ir (metas<br />

2029). Por isso, ele é tão especial e não <strong>de</strong>ve ser<br />

consi<strong>de</strong>rado um sonho utópico. O Observatório quer<br />

e po<strong>de</strong> ajudar tanto as agências signatárias quanto<br />

as empresas que ainda não se associaram. A i<strong>de</strong>ia é<br />

construir ambientes diversos que reflitam a nossa<br />

socieda<strong>de</strong> e, para isso, precisamos que todos façam<br />

a sua parte. Do lado <strong>de</strong> cá, o Observatório se compromete<br />

com todo o suporte para alcançar essas metas,<br />

com medidas que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> RHs, letramento<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças e enquadramento das empresas<br />

nas cotas para pessoas com <strong>de</strong>ficiência, já prevista<br />

em lei”, acrescenta Nobre.<br />

O planejamento estabelece 36 metas que <strong>de</strong>vem<br />

“O estudo é um guia para<br />

nossa indústria. Ele foi<br />

construído com base em<br />

dados reais do mercado”<br />

ser cumpridas ao longo dos próximos cinco anos<br />

(entre 2024 e 2029) e elas estão organizadas <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> quatro blocos estratégicos: contratação <strong>de</strong> talentos<br />

diversos; diversida<strong>de</strong> no casting e ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores;<br />

retenção e <strong>de</strong>senvolvimento; e cultura<br />

organizacional.<br />

Quais as recomendações? A ODP respon<strong>de</strong>: “O documento<br />

com as metas setorias po<strong>de</strong> ser acessado<br />

no site da entida<strong>de</strong> e nele encontrar objetivos distintos<br />

para mulheres, negros, LGBTIAQIPN+, pessoas com<br />

<strong>de</strong>ficiência e 50+. O censo revela, por exemplo, que<br />

o quadro <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças das agências é um reflexo<br />

da sub-representação dos principais grupos sociais<br />

brasileiros. E as metas são uma forma <strong>de</strong> tornar a indústria<br />

<strong>de</strong> comunicação brasileira mais diversa, próspera<br />

e criativa”.<br />

“No compromisso firmado, a i<strong>de</strong>ia é impulsionar,<br />

em cinco anos, a representativida<strong>de</strong> em todas<br />

as frentes da publicida<strong>de</strong> brasileira. E tornar as agências<br />

mais inclusivas em um reflexo da <strong>de</strong>mografia e<br />

não da sub-representação <strong>de</strong>la. Em uma transformação<br />

que passará pelo fortalecimento do quadro<br />

funcional, das li<strong>de</strong>ranças e dos fornecedores. Atualmente,<br />

o ODP é formado por 14 agências fundadoras<br />

(Accenture Song, CP+B Brasil, Dentsu, Droga5, IPG Mediabrands,<br />

Gana, Grey, Leo Burnett, Mooc, Mutato, P3k,<br />

Publicis, Soko e Suno) e 14 agências apoiadoras (AKQA,<br />

AlmapBBDO, Artplan, B&Partners, Betc Havas, DM9,<br />

Dale, Fbiz, FCB Brasil, Lew’Lara\TBWA, Ogilvy, The Juju,<br />

VMLY&R e WMcCann).<br />

20 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Parceria entre Shein e Forever 21 é um<br />

sinal <strong>de</strong> reaquecimento do varejo físico<br />

Movimentação realizada pela gigante <strong>de</strong> moda chinesa aponta<br />

para novos acordos que po<strong>de</strong>m ocorrer entre re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fast fashion<br />

Adrieny Magalhães<br />

No último dia 24, a Shein e o Grupo<br />

Sparc, <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> marcas como<br />

Nautica, Reebok e Forever 21,<br />

anunciaram uma parceria estratégica<br />

que promete aquecer o varejo físico.<br />

O acordo inclui a troca <strong>de</strong> participação<br />

acionária entre empresas, com a integração<br />

<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> produtos da Forever<br />

21 na Shein, bem como a disponibilida<strong>de</strong><br />

dos produtos da Shein nas lojas físicas<br />

da Forever 21.<br />

Em comunicado à imprensa assinado<br />

pelas duas empresas, o Grupo Sparc<br />

afirma que o alcance global da Shein vai<br />

fornecer “uma plataforma para expandir<br />

ainda mais suas marcas”.<br />

“Juntas, Shein e o Grupo Sparc planejam<br />

utilizar suas plataformas e conhecimentos<br />

complementares para acelerar<br />

a inovação <strong>de</strong> produtos, explorar novas<br />

estratégias <strong>de</strong> negócios, aprimorar as<br />

experiências dos clientes e aumentar<br />

suas presenças no mercado”, afirmam as<br />

empresas no comunicado.<br />

Maya Mattiazzo, professora <strong>de</strong> canais<br />

digitais do hub <strong>de</strong> moda e luxo da ESPM,<br />

explica que, para Shein e Forever 21, os<br />

ganhos são gigantes. “Literalmente, <strong>de</strong><br />

um dia para o outro, uma marca passa a<br />

ter acesso a 150 milhões <strong>de</strong> clientes e a<br />

outra a ter presença em 560 pontos <strong>de</strong><br />

venda físicos no mundo. A Forever 21, que<br />

é mais lenta e menos tecnológica, encurta<br />

a curva <strong>de</strong> aprendizado, e a Shein<br />

ganha experiência com quem já gerencia<br />

tantos pontos <strong>de</strong> venda.”<br />

A professora também <strong>de</strong>staca alguns<br />

<strong>de</strong>safios, como manter a velocida<strong>de</strong><br />

do digital com o gerenciamento <strong>de</strong> estoques<br />

físicos separados, assim como<br />

preservar as marcas, que possuem muito<br />

valor para os clientes.<br />

Américo José da Silva Filho, sócio-<br />

-diretor da Cherto Consultoria, fala que<br />

essa <strong>de</strong>cisão não apenas conecta a empresa<br />

com diversos consumidores, mas<br />

também aborda as questões tributárias<br />

<strong>de</strong> forma eficaz. “Essa movimentação estratégica<br />

também fortalece significativamente<br />

a imagem e a posição da Forever<br />

21, especialmente após a marca ter enfrentado<br />

<strong>de</strong>safios no cenário varejista.”<br />

Segunda loja pop-up da Shein no Brasil ficou aberta ao público entre 15 e 18 <strong>de</strong> julho, no Boulevard Shopping, em Belo Horizonte<br />

Em 2017, a Forever 21 entrou no Brasil<br />

e, ao <strong>de</strong>correr dos anos, enfrentou<br />

diversos problemas com ações judiciais<br />

movidas por shoppings por atraso nos<br />

aluguéis. No ano passado, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast<br />

fashion fechou suas lojas em todo o país<br />

e seus produtos passaram a ser vendidos<br />

na Dafiti.<br />

Apesar <strong>de</strong> o acordo se concentrar inicialmente<br />

nos Estados Unidos, a parceria<br />

da Shein com a Forever 21 é um sinal positivo<br />

para a volta do varejo físico.<br />

Para Maya, o varejo está vivendo um<br />

momento <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>ndo<br />

que, convergindo com o digital, é possível<br />

gerar experiências melhores para<br />

os clientes. “O ponto físico possibilita<br />

uma série <strong>de</strong> experiências que o digital<br />

não consegue proporcionar, como, por<br />

exemplo, transformar a loja em um espaço<br />

para experiências e palco para criação<br />

<strong>de</strong> conteúdo, o conteúdo gerado por<br />

usuário”.<br />

Já Américo José da Silva Filho <strong>de</strong>staca<br />

que o acordo po<strong>de</strong> representar um passo<br />

extremamente vantajoso para a Shein,<br />

permitindo-lhe consolidar sua presença<br />

no mercado brasileiro sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das<br />

“A Forever 21<br />

encurta a curva <strong>de</strong><br />

aprendizado e a<br />

Shein ganha mais<br />

experiência”<br />

Divulgação<br />

complexida<strong>de</strong>s da importação - uma das<br />

maiores dificulda<strong>de</strong>s da empresa no país.<br />

Segundo Maya, a Shein já vem causando<br />

uma movimentação na indústria,<br />

que sentiu que precisa agilizar os seus<br />

processos. “O mo<strong>de</strong>lo tecnologia, <strong>de</strong>sign,<br />

velocida<strong>de</strong> e preço coloca a Shein em<br />

um patamar que poucos conseguem alcançar.<br />

A indústria precisa enten<strong>de</strong>r essa<br />

nova velocida<strong>de</strong> enquanto se protege<br />

da chegada da Shein. Para algumas indústrias,<br />

po<strong>de</strong> surgir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fornecer e produzir para a gigante asiática,<br />

mas essa <strong>de</strong>cisão precisa ser tomada<br />

com cuidado, pois a <strong>de</strong>manda é muito<br />

gran<strong>de</strong> e po<strong>de</strong> representar uma alta porcentagem<br />

da produção, o que a coloca<br />

em uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência muito<br />

gran<strong>de</strong>”, completa.<br />

Para os próximos anos do varejo<br />

brasileiro, po<strong>de</strong>mos esperar que outras<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fast fashion que operam principalmente<br />

no online adquiram re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

lojas físicas. Ainda <strong>de</strong> acordo com Maya,<br />

esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aquisição é muito mais<br />

rápido e menos arriscado do que expandir<br />

para o físico através da construção <strong>de</strong><br />

pontos <strong>de</strong> venda do zero.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 21


mercado<br />

Canva Imagens<br />

Drex promete ser<br />

o caminho para<br />

uma economia<br />

digital inclusiva<br />

Real digital surge<br />

com o objetivo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizar o<br />

acesso ao crédito,<br />

investimentos e<br />

seguros para um<br />

futuro financeiro<br />

mais eficiente<br />

e inclusivo<br />

Adrieny Magalhães<br />

Em agosto, o projeto <strong>de</strong> moeda digital<br />

do Banco Central (em inglês,<br />

Central Bank Digital Currency -<br />

CBDC), criado e operado pelo Banco Central<br />

do Brasil (BCB), ganhou o nome <strong>de</strong><br />

Drex. A plataforma promete ser uma representação<br />

digital do real e terá o mesmo<br />

intuito do Pix: <strong>de</strong>mocratizar o acesso<br />

a serviços <strong>de</strong> pagamentos.<br />

“O Drex vai trazer mais rapi<strong>de</strong>z, praticida<strong>de</strong><br />

e menor custo para várias transações<br />

contratuais e financeiras que<br />

fazemos hoje”, explica Maurício Moura,<br />

diretor <strong>de</strong> relacionamento, cidadania e<br />

supervisão <strong>de</strong> conduta do Banco Central,<br />

em nota à imprensa.<br />

O BC preten<strong>de</strong> usar as lições aprendidas<br />

com o Pix para fazer do Drex uma<br />

plataforma popular. “Des<strong>de</strong> o seu lançamento,<br />

o Pix logo foi incorporado como<br />

palavra corrente no dia a dia. Hoje, todos<br />

falamos ‘fazer um Pix’. Em breve, também<br />

falaremos ‘usar um Drex’”, diz Moura.<br />

No cronograma do BC, o projeto Drex<br />

<strong>de</strong>verá ser lançado em 2024. “O Drex vai<br />

trazer mais rapi<strong>de</strong>z, praticida<strong>de</strong> e menor<br />

custo para várias transações contratuais<br />

e financeiras que fazemos hoje”, promete<br />

Moura. De acordo com Marcelo Queiroz,<br />

head <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> mercado na<br />

ClearSale, empresa que está colaborando<br />

com o Centro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento<br />

em Telecomunicações (CPQD)<br />

para abordar aspectos <strong>de</strong> segurança nos<br />

testes-piloto do Drex, o projeto do Banco<br />

Central <strong>de</strong> criar uma moeda digital tem<br />

o potencial <strong>de</strong> introduzir melhorias significativas<br />

nos sistemas <strong>de</strong> pagamento<br />

e liquidação. Segundo o executivo, os<br />

benefícios <strong>de</strong>vem se esten<strong>de</strong>r a toda a<br />

socieda<strong>de</strong>.<br />

Rodrigo Mulinari, diretor <strong>de</strong> tecnologia<br />

do Banco do Brasil (um dos 16 participantes<br />

selecionados pelo BCB para o<br />

piloto do Drex), afirma que os clientes<br />

po<strong>de</strong>rão se beneficiar com a redução<br />

do custo das operações, a melhoria da<br />

experiência e po<strong>de</strong>rão ter acesso a uma<br />

gama maior <strong>de</strong> serviços financeiros. “A<br />

adoção das novas tecnologias permitirá<br />

que inovações possam ser incorporadas<br />

ao sistema financeiro, melhorando sua<br />

eficiência, aumentando a segurança, reduzindo<br />

o número <strong>de</strong> intermediários e<br />

barateando os custos dos serviços.”<br />

Mulinari <strong>de</strong>staca benefícios também<br />

para os bancos, que po<strong>de</strong>rão melhorar<br />

seus produtos e serviços, reduzir os custos<br />

<strong>de</strong> suas operações, distribuir seus<br />

produtos a um número maior <strong>de</strong> clientes<br />

“A inclusão<br />

financeira não<br />

é apenas uma<br />

questão <strong>de</strong><br />

tecnologia”<br />

e, com isso, gerar novas receitas e aumentar<br />

a liqui<strong>de</strong>z.<br />

Herbert Moller, CRO do FitBank, instituição<br />

<strong>de</strong> pagamento participante direta<br />

do arranjo do Pix, enfatiza a segurança<br />

do serviço como uma vantagem, utilizando<br />

a compra e venda <strong>de</strong> um automóvel<br />

como exemplo. “Des<strong>de</strong> compra e venda<br />

<strong>de</strong> bens até a transferência <strong>de</strong> valores<br />

para a compra <strong>de</strong> produtos e serviços<br />

po<strong>de</strong>rão ser processadas pelo novo sistema.<br />

Você po<strong>de</strong> reservar a compra <strong>de</strong> um<br />

carro no fim <strong>de</strong> semana dando R$ 2.000<br />

<strong>de</strong> garantia que só vão para a loja se você<br />

não fechar o financiamento. Ao assinar a<br />

compra do veículo, receberia automaticamente<br />

os recursos <strong>de</strong> volta”, afirma.<br />

Já sobre o custo do serviço, o BCB<br />

afirma que “caberá à instituição <strong>de</strong>finir<br />

o custo para o serviço ofertado, seguindo<br />

a regulação e consi<strong>de</strong>rando o ambiente<br />

competitivo, po<strong>de</strong>ndo mesmo ser gratuito<br />

ou significativamente inferior ao custo<br />

<strong>de</strong> serviço similar anterior à adoção<br />

do Drex”.<br />

Mulinari, diretor <strong>de</strong> tecnologia do BB,<br />

explica que não há previsão <strong>de</strong> custo<br />

para o Drex, enquanto moeda. Mas os<br />

serviços financeiros ofertados via plataforma<br />

Drex po<strong>de</strong>m ter custos associados<br />

a cada tipo <strong>de</strong> operação. “Espera-se que<br />

os serviços possam ter sua eficiência<br />

melhorada, com isso os custos das operações<br />

po<strong>de</strong>m ser reduzidos”, completa.<br />

Antes da esperada implementação<br />

do Drex, ClearSale fala que é importante<br />

lembrar que a inclusão financeira não é<br />

apenas uma questão <strong>de</strong> tecnologia. “A<br />

infraestrutura necessária para suportar<br />

esses serviços, como acesso à internet<br />

e eletricida<strong>de</strong> confiável, ainda não está<br />

disponível em muitas partes do mundo. É<br />

necessário, portanto, um esforço coor<strong>de</strong>nado<br />

<strong>de</strong> empresas, governos e organizações<br />

não governamentais para fornecer<br />

os recursos necessários e garantir que a<br />

inclusão financeira seja uma realida<strong>de</strong><br />

para todos”, conclui.<br />

22 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Chapa Coletiva é eleita para comandar<br />

Clube <strong>de</strong> Criação no próximo biênio<br />

Chapa Preta, da atual<br />

presi<strong>de</strong>nte Joana<br />

Men<strong>de</strong>s, ficou com 44<br />

votos válidos contra<br />

os 150 obtidos pela<br />

chapa vencedora<br />

Em eleições realizadas no começo da semana<br />

passada, o Clube <strong>de</strong> Criação elegeu sua nova<br />

diretoria para os próximos dois anos. Com 150<br />

votos válidos, a Chapa 2 – Chapa Coletiva foi a escolhida<br />

pelos votantes. Do outro lado, com 44 votos, a<br />

Chapa 1 - Chapa Preta, encabeçada pela atual presi<strong>de</strong>nte<br />

Joana Men<strong>de</strong>s e Gabriela Moura, vice-presi<strong>de</strong>nte,<br />

ficou em segundo lugar no pleito, que foi<br />

realizado virtualmente.<br />

Heitor Caetano Gomes assume oficialmente o cargo<br />

<strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong> até 2025, tendo como<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte Tatiana Gomes Nascimento. Além<br />

<strong>de</strong>sses dois nomes, integram a diretoria João Caetano<br />

Arruda Brasil Nogueira da Silva e Toni Fernan<strong>de</strong>s<br />

– ambos diretores administrativos –, Felipe <strong>de</strong> Souza<br />

Silva e Mariana Gordilho <strong>de</strong> Sá (diretores culturais),<br />

Epaminondas Terezo Paulino e Mariana Bertoldi Youssef<br />

(diretores <strong>de</strong> divulgação), Andressa Fernanda da<br />

Cruz e Carlos Alonso Cancellara (diretores editoriais),<br />

e a dupla Jessyca Carvalho Silva e Romero Freire Cavalcanti<br />

<strong>de</strong> Albuquerque (diretores <strong>de</strong> relações sociais).<br />

Realizada <strong>de</strong> forma virtual, na semana passada, eleição <strong>de</strong>finiu a chapa que ficará à frente da entida<strong>de</strong> até 2025<br />

Reprodução<br />

“O compromisso é com<br />

a coletivida<strong>de</strong> e isso<br />

também significa<br />

dar continuida<strong>de</strong> aos<br />

progressos da Chapa Preta”<br />

Uma das propostas da chapa vencedora é que todos<br />

os membros da diretoria sejam copresi<strong>de</strong>ntes,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma gestão com a participação <strong>de</strong> todos.<br />

“Hoje começa uma nova caminhada para o Clube<br />

<strong>de</strong> Criação, mas sem <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong> reconhecer a importância<br />

da Chapa Preta para a história da propaganda<br />

brasileira. O nosso compromisso enquanto chapa<br />

eleita é com a coletivida<strong>de</strong> e isso também significa<br />

dar continuida<strong>de</strong> aos progressos trazidos pela Chapa<br />

Preta, honrar o seu legado e tudo o que ela representa.<br />

A diversida<strong>de</strong> caminha lado a lado com a criativida<strong>de</strong>”,<br />

postou nas re<strong>de</strong>s sociais a chapa vencedora.<br />

A posse da nova diretoria ocorrerá no próximo dia 24<br />

<strong>de</strong> <strong>setembro</strong>.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 23


digital<br />

O papel da inteligência artificial na<br />

transformação contínua da mídia digital<br />

Profissionais compartilham a prática <strong>de</strong> suas rotinas com IA, discutindo<br />

as melhorias alcançadas e os principais <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ste cenário<br />

Adrieny Magalhães<br />

Divulgação<br />

Quase que diariamente, profissionais<br />

<strong>de</strong> comunicação e criativida<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>param com mais ferramentas<br />

<strong>de</strong> inteligência artificial (IA),<br />

que chegam com a proposta <strong>de</strong> mudar<br />

suas rotinas criativas. Para além <strong>de</strong> Alexa<br />

e Siri, vale citar ferramentas como o<br />

ChatGPT, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu lançamento, em<br />

novembro <strong>de</strong> 2022, é motivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

discussões no mercado.<br />

Inevitavelmente, a utilização <strong>de</strong> IA<br />

no dia a dia das agências e outras empresas<br />

<strong>de</strong> comunicação está revolucionando<br />

a maneira como essas organizações trabalham<br />

e conversam com seu público.<br />

Por meio <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>, quase inesgotável,<br />

<strong>de</strong> criar, a IA se tornou ferramenta<br />

essencial para otimizar e aprimorar<br />

processos.<br />

Em um cenário em constante evolução,<br />

se faz necessário enten<strong>de</strong>r alguns<br />

pontos: qual é o verda<strong>de</strong>iro papel da IA,<br />

como utilizá-la <strong>de</strong> forma mais precisa<br />

na entrega <strong>de</strong> mensagens personalizadas<br />

em escala e quais são os <strong>de</strong>safios e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s que chegam a cada<br />

atualização.<br />

Inteligência artificial muda rotina criativa das agências, aprimorando especialmente técnicas <strong>de</strong> targeting e geração <strong>de</strong> conteúdo<br />

IA x MÍDIA DIGITAL<br />

A mídia digital refere-se a qualquer<br />

forma <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> comunicação -<br />

texto, áudio, ví<strong>de</strong>o ou imagem - que é<br />

produzido em formato digital e distribuído<br />

eletronicamente, abrangendo uma<br />

gama <strong>de</strong> canais e plataformas online,<br />

como sites, re<strong>de</strong>s sociais, aplicativos,<br />

podcasts, streamings <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, e-mails,<br />

blogs e muito mais.<br />

Por isso, ela po<strong>de</strong> ser utilizada para<br />

uma série <strong>de</strong> propósitos, como educação,<br />

publicida<strong>de</strong>, entretenimento e, claro,<br />

marketing e publicida<strong>de</strong>. Quando se fala<br />

em produção <strong>de</strong> conteúdo em tamanha<br />

escala, a IA consegue se conectar à mídia<br />

digital <strong>de</strong> várias maneiras, com um impacto<br />

significativo tanto na hora <strong>de</strong> criar,<br />

quanto na forma como os consumidores<br />

vão receber e interagir com o conteúdo.<br />

Por ser veiculada em diversos formatos<br />

online, um dos usos da IA para a<br />

criação da mídia digital está no direcionamento<br />

da publicida<strong>de</strong>. Segmentar conteúdos<br />

com base no perfil e comportamento<br />

<strong>de</strong> cada usuário é uma das chaves<br />

para empresas entregarem seus conteúdos<br />

para um público mais relevante.<br />

Para Marcelo Pincherle, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> operações do GDB no Brasil, os primeiros<br />

benefícios concretos do uso da IA<br />

apareceram em duas frentes: targeting e<br />

geração <strong>de</strong> conteúdo.<br />

“Na primeira frente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> diferentes sinais e informações<br />

permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções<br />

ainda mais sofisticadas na criação<br />

<strong>de</strong> segmentos, audiências e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

públicos. Enquanto, na segunda, os avanços<br />

mais evi<strong>de</strong>ntes foram vistos na elaboração<br />

<strong>de</strong> copies, criação e aperfeiçoamento<br />

<strong>de</strong> imagens e otimização criativa”,<br />

explica Pincherle.<br />

Marina Rockett, <strong>de</strong>signer e creative<br />

“A IA po<strong>de</strong><br />

ser usada<br />

para entregar<br />

mensagens mais<br />

personalizadas”<br />

technologist da Hogarth Brasil, aponta a<br />

utilização da IA no dia a dia da empresa<br />

e também acredita que a IA po<strong>de</strong>, por<br />

exemplo, “ajudar a i<strong>de</strong>ntificar padrões<br />

em dados <strong>de</strong> comportamento do consumidor,<br />

que po<strong>de</strong>m ser usados para segmentar<br />

melhor o público-alvo e entregar<br />

mensagens mais personalizadas”.<br />

prATIcIDADe<br />

Para os profissionais, a IA <strong>de</strong>sempenha<br />

um papel fundamental no aprimoramento<br />

da praticida<strong>de</strong> na rotina<br />

<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> conteúdo. Com o auxílio<br />

na pesquisa <strong>de</strong> informações relevantes,<br />

geração <strong>de</strong> insights, seleção <strong>de</strong> imagens<br />

e até mesmo na otimização <strong>de</strong><br />

SEO, alguns processos ficam cada vez<br />

mais eficientes.<br />

“Produtivida<strong>de</strong> é a palavra-chave. Seja<br />

24 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Lilian Prado, da ShowHeroes: curadoria, edição e aprovação por pessoas é essencial<br />

Marina Rockett, da Hogarth Brasil: segmentar público para mensagens personalizadas<br />

na criação automática <strong>de</strong> drafts para<br />

documentos estruturados, como briefings<br />

e apresentações, seja na geração<br />

<strong>de</strong> insights que abastecem equipes <strong>de</strong><br />

produto, <strong>de</strong> criação ou <strong>de</strong> planejamento,<br />

ou ainda na simulação <strong>de</strong> cenários para<br />

planos <strong>de</strong> mídia. E a lista não para aqui.<br />

Nenhuma das ferramentas <strong>de</strong> IA que<br />

opere nessas frentes substituirá a inteligência<br />

humana, mas vai potencializá-la”,<br />

<strong>de</strong>staca Abel Reis, chief product officer<br />

da UOTZ.<br />

Lilian Prado, country manager Brasil<br />

da ShowHeroes, afirma que um dos gran<strong>de</strong>s<br />

benefícios que se percebe no grupo<br />

é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir conteúdo<br />

<strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma mais rápida<br />

e humana, sempre otimizada pelo toque<br />

humano, porque “é essencial termos<br />

uma fase final <strong>de</strong> curadoria, edição e<br />

aprovação do material por pessoas”.<br />

“Tecnologias baseadas em inteligência<br />

artificial já estão incorporadas aos<br />

fluxos <strong>de</strong> trabalho dos conteúdos que<br />

produzimos, incluindo textos, imagens,<br />

animações e soluções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign em geral,<br />

o que tem trazido melhora nos resultados,<br />

do ponto e vista <strong>de</strong> engajamento,<br />

promovendo uma maior conexão com a<br />

audiência”, continua Lilian.<br />

O pApeL DO prOFISSIONAL<br />

Uma das maiores preocupações<br />

quanto à utilização da IA é o papel dos<br />

seres humanos neste contexto. Embora a<br />

IA possua capacida<strong>de</strong>s surpreen<strong>de</strong>ntes, a<br />

orientação humana é indispensável para<br />

sua criação, treinamento e supervisão. O<br />

profissional entra com o papel <strong>de</strong> garantir<br />

que essa tecnologia se <strong>de</strong>senvolva e<br />

seja direcionada corretamente, além <strong>de</strong>,<br />

Marcelo Pincherle, do GDB: <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções sofisticadas na criação<br />

claro, fazer revisões e correções.<br />

Marina retoma <strong>de</strong>stacando que a<br />

combinação entre IA e conhecimento<br />

resulta em soluções <strong>de</strong> conteúdo mais<br />

eficazes e criativas, “pois a IA po<strong>de</strong> analisar<br />

dados em gran<strong>de</strong> escala e i<strong>de</strong>ntificar<br />

padrões e tendências que seriam impossíveis<br />

ou muito <strong>de</strong>morados para um ser<br />

humano fazer”.<br />

“A IA por si só traz enormes benefícios<br />

ao processo, e é evi<strong>de</strong>nte que sua participação<br />

seguirá crescendo. Entretanto,<br />

algumas nuances no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito do conhecimento<br />

humano, como as baseadas nos<br />

limites éticos das empresas, bem como<br />

valores e políticas das marcas. Em nossas<br />

soluções, <strong>de</strong>finimos este processo<br />

como “hi tech & hi touch”, ou seja, o toque<br />

humano ainda é responsável pelas<br />

sutilezas que fazem gran<strong>de</strong> diferença no<br />

resultado final <strong>de</strong> nossa indústria”, enfatiza<br />

Marcelo Pincherle.<br />

João Passarinho Netto, sócio e vice-<br />

-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estratégia criativa da Jotacom,<br />

fala que, atualmente, todo o uso<br />

<strong>de</strong> IA na agência tem a obrigatorieda<strong>de</strong><br />

do elemento humano no processo. “Seja<br />

para o direcional inicial, para a cocriação,<br />

para a validação e, principalmente, para<br />

aparar as arestas da solução ou conclusão<br />

apresentada inicialmente. Existe um<br />

termo cada vez mais comum, <strong>de</strong> que a<br />

inteligência artificial, às vezes, surta. E<br />

somos nós, humanos, que precisamos<br />

corrigir essas falhas <strong>de</strong> rota”, comenta.<br />

Pincherle retoma <strong>de</strong>stacando um<br />

<strong>de</strong>safio: fazer com que a IA seja aplicada<br />

e utilizada como facilitadora do processo,<br />

e não substituta. “Relegar todo o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão à máquina limita<br />

o potencial e a sofisticação da entrega.<br />

O fator humano ainda é essencial para<br />

ajustar, analisar e dosar a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”,<br />

finaliza.<br />

DeSAFIOS ÉTIcOS<br />

“É fundamental garantir que os algoritmos<br />

<strong>de</strong> IA sejam transparentes, justos<br />

e não discriminatórios. Além disso, é importante<br />

consi<strong>de</strong>rar o impacto potencial<br />

da disseminação <strong>de</strong> informações falsas”<br />

frisa Marina.<br />

Reis completa dizendo que “a IA, se<br />

aplicada sem filtro, po<strong>de</strong> amplificar preconceitos<br />

existentes, uma vez que essas<br />

ferramentas são treinadas com dados<br />

que po<strong>de</strong>m conter vieses”.<br />

Netto alerta que “se não houver ética,<br />

essa evolução da tecnologia po<strong>de</strong> ser catastrófica”,<br />

<strong>de</strong>stacando a importância da<br />

criação <strong>de</strong> regulamentações e políticas<br />

que protejam informações pessoais e<br />

empresariais.<br />

Como uma solução para empresas do<br />

mercado, Lilian cita um exemplo prático.<br />

“Aqui [na ShowHeroes], a IA está inserida<br />

em nosso framework estratégico Better<br />

Media, que tem a ética <strong>de</strong> dados como<br />

um dos principais pilares. Assim, toda<br />

nossa atuação tem como base o cuidado<br />

com a forma como utilizamos esse recurso”,<br />

conclui.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 25


digital<br />

Next-Gen reúne capacida<strong>de</strong>s integradas<br />

Há pouco mais <strong>de</strong> dois anos, um<br />

novo perfil <strong>de</strong> empresa surgiu nos<br />

EUA: as Next-Generation Service,<br />

ou Next-Gen, como ficaram conhecidas.<br />

São na verda<strong>de</strong> grupos<br />

<strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> serviços digitais<br />

que se agregam para fornecer capacida<strong>de</strong>s<br />

integradas <strong>de</strong> tecnologia,<br />

estratégia, dados e marketing<br />

<strong>de</strong>ntro da economia digital. Como<br />

explica Thiago Bacchin, fundador<br />

e CEO da Cadastra e da holding<br />

DBG&Co, professor da ESPM, investidor-anjo<br />

e membro do Hall da<br />

Fama da Abramark, o termo surgiu<br />

para distinguir essas empresas dos<br />

setores tradicionais estabelecidos,<br />

como consultorias, agências e serviços<br />

<strong>de</strong> informação.<br />

Bacchin: Next-Gen coloca o consumidor no centro das estratégias<br />

Divulgação<br />

Pedro Yves<br />

Surgimento<br />

Por volta <strong>de</strong> 2021, nos Estados Unidos,<br />

surgiu o termo “Next-Generation<br />

Services” (também conhecido como “Digital<br />

Services”), utilizado para <strong>de</strong>screver<br />

um conjunto <strong>de</strong> empresas que reúnem<br />

capacida<strong>de</strong>s integradas <strong>de</strong> tecnologia,<br />

estratégia, dados e marketing <strong>de</strong>ntro<br />

da economia digital. Esse termo foi<br />

criado para distinguir essas empresas<br />

dos prestadores <strong>de</strong> serviços tradicionais<br />

já estabelecidos, como consultorias,<br />

agências e serviços <strong>de</strong> tecnologia da informação.<br />

PioneiriSmo<br />

A Cadastra foi fundada em 2000, com<br />

sua origem na área do search marketing.<br />

A partir <strong>de</strong> 2019, realizamos um reposicionamento,<br />

transformando-nos em uma<br />

empresa <strong>de</strong> múltiplas expertises para<br />

oferecer soluções estratégicas abrangentes.<br />

Ampliamos nossas capacida<strong>de</strong>s<br />

para englobar todos esses serviços, mesmo<br />

que naquela época não tivéssemos<br />

familiarida<strong>de</strong> com o termo “Next-Gen”.<br />

Destacamo-nos como a pioneira empresa<br />

brasileira a adotar esse inovador posicionamento.<br />

Foco no conSumidor<br />

As Next-Gen focam em problemas <strong>de</strong><br />

negócios, usando tecnologia, dados e<br />

marketing para atingir os objetivos das<br />

empresas. São parceiros que trazem inovação<br />

no dia a dia, preparam seus clientes<br />

para o futuro, mas trazem resultados<br />

no curto prazo. Para isso, não há outro<br />

caminho senão colocar o consumidor no<br />

centro das estratégias.<br />

AtuAção integrAdA<br />

É um <strong>de</strong>safio gigante e é por isso<br />

que existem poucas Next-Gen no mundo,<br />

mas os problemas da atualida<strong>de</strong><br />

são cada vez mais complexos e <strong>de</strong>mandam<br />

integração <strong>de</strong> tech, comunicação,<br />

dados e suas intermináveis subáreas.<br />

Desafios, por exemplo, <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong> canais digitais, são muito difíceis<br />

<strong>de</strong> serem en<strong>de</strong>reçados reunindo diferentes<br />

fornecedores e parceiros, que muitas<br />

vezes têm sobreposição <strong>de</strong> atuação,<br />

diferentes metodologias e <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

Termo Next-Gen<br />

surgiu por volta<br />

<strong>de</strong> 2021, nos<br />

Estados Unidos<br />

<strong>de</strong> conhecimento técnico.<br />

ultrAeSPeciAlizAção<br />

A economia digital trouxe disrupção.<br />

Todos os dias surgem novida<strong>de</strong>s, como<br />

o metaverso e a IA generativa. Todas<br />

essas disciplinas são complexas e se<br />

<strong>de</strong>sdobram em várias outras. Por exemplo:<br />

a mídia digital possui pelo menos 4<br />

ou 5 gran<strong>de</strong>s subáreas, como paid search,<br />

display, programmatic, social media<br />

e retail media. Uma marca que espera<br />

obter o máximo <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> suas<br />

estratégias e operações digitais precisa<br />

trabalhar com equipes especializadas<br />

em todas essas subáreas.<br />

trAnSFormAção digitAl<br />

Os avanços da tecnologia vêm acelerando<br />

<strong>de</strong>mais as transformações na socieda<strong>de</strong>,<br />

o que reflete no consumo, que<br />

impacta nas estratégias das empresas.<br />

Não são apenas novas disciplinas a serem<br />

dominadas, mas essa nova realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>manda mudanças estruturais, que vão<br />

da cultura organizacional à sua forma <strong>de</strong><br />

se comunicar e relacionar com consumidores.<br />

26 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


pesquisas<br />

Nielsen aponta que investimento<br />

em mídia digital chegou a R$ 28,7 bi<br />

Apuração é referente ao 1º semestre <strong>de</strong> <strong>2023</strong> com queda<br />

<strong>de</strong> 21,2% em relação ao relatório produzido no ano anterior<br />

Em meio aos atuais <strong>de</strong>safios do cenário<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia e das incertezas<br />

econômicas globais, as empresas<br />

brasileiras têm buscado otimizar<br />

os seus orçamentos, e essa dinâmica<br />

também se reflete no mercado publicitário<br />

digital.<br />

Segundo novo levantamento da Nielsen,<br />

os investimentos em mídia digital<br />

no país durante o primeiro semestre <strong>de</strong><br />

<strong>2023</strong> totalizaram R$ 28,7 bilhões. No entanto,<br />

essa volumosa cifra está acompanhada<br />

por retração <strong>de</strong> 21,2% em comparação<br />

ao mesmo período <strong>de</strong> 2022.<br />

Apesar <strong>de</strong>sses números, há indícios<br />

<strong>de</strong> mudanças nos próximos meses. Com<br />

a proximida<strong>de</strong> dos principais eventos<br />

no setor varejista, como Dia das Crianças,<br />

Black Friday e Natal, por exemplo, e<br />

um aumento positivo no setor <strong>de</strong> moda<br />

no primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano em relação<br />

ao mesmo período do exercício<br />

fiscal anterior, a tendência é que os investimentos<br />

em mídia digital recuperem<br />

o seu crescimento.<br />

Isso é reforçado pelo sutil aumento <strong>de</strong><br />

3% nos investimentos durante o segundo<br />

trimestre <strong>de</strong>ste ano versus o primeiro, <strong>de</strong><br />

acordo com os dados da Nielsen.<br />

Ao examinar as impressões totais<br />

do primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>2023</strong> em comparação<br />

ao mesmo período <strong>de</strong> 2022,<br />

nove dos <strong>de</strong>z principais setores reduziram<br />

seus investimentos. A única exceção<br />

foi o setor <strong>de</strong> moda, que registrou uma<br />

variação positiva <strong>de</strong> 1,7%, seguido pelo<br />

varejo (-22,6%); entretenimento (-3,4%);<br />

telecom (-41,7%); finanças (-10,5%); automóveis<br />

(-1,8%); lazer (-39,2%); governo<br />

e social affair (-3,7%); tecnologia da<br />

informação (-27,1%); e indústria e comércio<br />

(-27,5%).<br />

Os chamados top setores em investimentos<br />

em compra <strong>de</strong> mídia, <strong>de</strong>finição<br />

da Nielsen, são: varejo (R$ 5,839 bilhões);<br />

telecomunicações (R$ 5,299 bilhões); temáticas<br />

sociais (R$ 3,389 bilhões); entretenimento<br />

(R$ 2,752 bilhões) e indústria e<br />

comércio (R$ 2,399 bilhões).<br />

“Os números do primeiro semestre<br />

<strong>de</strong> <strong>2023</strong> não contam a história completa.<br />

A resiliência das marcas brasileiras é<br />

notável, e a redução nos investimentos<br />

é uma resposta estratégica à dinâmica<br />

Mercado teve queda <strong>de</strong> investimento em compra <strong>de</strong> mídia no primeiro semestre, mas tendência é <strong>de</strong> crescimento no ano<br />

Sabrina Balhes é managing director da operação Nielsen no mercado brasileiro<br />

Fotos: Pixabay/ Divulgação<br />

do mercado. Essa situação se apresenta<br />

como uma oportunida<strong>de</strong> para as empresas<br />

reavaliarem as suas estratégias,<br />

explorarem novos canais e se conectarem<br />

ainda mais com um público ávido<br />

por experiências digitais significativas,<br />

ainda mais com a aproximação <strong>de</strong> importantes<br />

eventos para o comércio, como<br />

a Black Friday”, esclarece a executiva Sabrina<br />

Balhes, managing director da Nielsen<br />

Brasil.<br />

MÉTRICA<br />

O levantamento é baseado em dados<br />

coletados por Digital Ad Intel - exclusiva<br />

solução Nielsen que oferece a maior cobertura<br />

do cenário digital do Brasil, permitindo<br />

uma análise aprofundada sobre<br />

os investimentos em publicida<strong>de</strong> nas<br />

principais plataformas <strong>de</strong> mídias sociais<br />

e portais do país. Nele, é possível conferir<br />

informações <strong>de</strong>talhadas sobre diversas<br />

plataformas, setores, formatos e conteúdos<br />

ao longo <strong>de</strong> 2022 e no primeiro<br />

semestre <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. Cobertura: 2.500 sites<br />

e 600 aplicativos (a maior do mercado),<br />

além <strong>de</strong> contar com um painel humano<br />

com mais <strong>de</strong> 600 mil participantes.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27


pesquisas<br />

Data Makers e CDN fazem diagnóstico do<br />

interesse por diversida<strong>de</strong> nas empresas<br />

Estudo aponta que apenas 28% da amostra se manifesta sobre<br />

a ampliação dos investimentos para consolidar a pauta DEI<br />

A<br />

pauta DEI (Diversida<strong>de</strong>, Equida<strong>de</strong><br />

e Inclusão) ganhou o mercado<br />

global com força total e já não é<br />

encarada como cumprimento <strong>de</strong> protocolos<br />

para satisfação à socieda<strong>de</strong>. Mas<br />

ainda há longo caminho a percorrer para<br />

a consolidação <strong>de</strong> uma cultura mais<br />

fluida sobre o tema.<br />

Nesse sentido, pesquisas são sempre<br />

bem-vindas. Por exemplo, o estudo “DEI<br />

e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócios”, realizado pela<br />

Data-Makers com a CDN, mostra que lí<strong>de</strong>res<br />

reconhecem valores nas práticas,<br />

mas que tema está longe <strong>de</strong> ser priorida<strong>de</strong><br />

nas empresas. Foram ouvidos 170 lí<strong>de</strong>res<br />

entre CEOs e C-levels. A constatação<br />

da análise é que apenas 28% das empresas<br />

<strong>de</strong>vem aumentar investimento em<br />

diversida<strong>de</strong><br />

“Ao contrário do tema ESG, em que<br />

nosso estudo mostrou que a motivação<br />

principal para a adoção é a imagem da<br />

marca, chama a atenção o fato <strong>de</strong> que os<br />

incentivos apontados pelos executivos<br />

para a promoção <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong><br />

e inclusão revelam um entendimento<br />

mais genuíno sobre a função social das<br />

organizações e do impacto positivo <strong>de</strong><br />

ações <strong>de</strong> DE&I para a relação entre a<br />

empresa e seus colaboradores”, <strong>de</strong>staca<br />

o executivo Fabrício Fudissaku, CEO da<br />

Data-Makers.<br />

O estudo também esclarece que os<br />

lí<strong>de</strong>res consi<strong>de</strong>ram diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong><br />

e inclusão como assuntos majoritariamente<br />

relevantes para o futuro dos<br />

negócios: 37% acham importante e 55%<br />

acreditam ser extremamente importante.<br />

Não por acaso, a maior parte dos<br />

entrevistados (77%) afirma ter conhecimento<br />

razoável sobre o tema. Outros 18%<br />

respon<strong>de</strong>ram ter total domínio e apenas<br />

5% admitiram não ter qualquer conhecimento<br />

sobre a questão.<br />

Apesar da noção do mercado sobre<br />

a importância do assunto, a maior parte<br />

dos lí<strong>de</strong>res acredita que a pauta é subestimada<br />

nas empresas (53%). Além da falta<br />

<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> para o tema, a escassez<br />

<strong>de</strong> profissionais capacitados e o pouco<br />

comprometimento das li<strong>de</strong>ranças também<br />

estão entre as principais barreiras<br />

apontadas na adoção <strong>de</strong> práticas assertivas<br />

e consistentes.<br />

Divulgação/Eduardo Meirelles<br />

Fabricio Fudissaku, CEO da Data Markers, fala que pesquisa gera insights para <strong>de</strong>cisões<br />

Uma fatia consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> executivos<br />

(22%) não soube apontar uma empresa<br />

que se <strong>de</strong>staca em DEI no Brasil, um indicativo<br />

do estágio inicial da relação das<br />

companhias com o tema no país. Entre<br />

aqueles que atrelaram marcas ao tema,<br />

a Natura foi a organização lí<strong>de</strong>r em menções<br />

(13%), seguida <strong>de</strong> Magazine Luiza<br />

(9%), O Boticário, Nubank e J&J (5%). No<br />

total, 53 empresas foram citadas, e a pulverização<br />

das respostas é outro indicador<br />

do estágio ainda incipiente da pauta<br />

no universo corporativo.<br />

Entre os executivos reconhecidos<br />

pela sinergia com a causa, Luiza Trajano<br />

foi o nome mais lembrado pela atuação<br />

em diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong> e inclusão,<br />

com 6% das menções. No total, 37 profissionais<br />

foram citados. Por outro lado,<br />

quase um quarto dos entrevistados não<br />

soube indicar nenhum profissional <strong>de</strong> referência,<br />

o que evi<strong>de</strong>ncia caminho aberto<br />

para quem quer construir autorida<strong>de</strong><br />

nessa pauta.<br />

“A reputação <strong>de</strong> uma marca é avaliada<br />

pelo impacto que ela causa na socieda<strong>de</strong>.<br />

Nessa construção, é fundamental<br />

que empresas e lí<strong>de</strong>res se abram para<br />

o diálogo com seus públicos e tenham<br />

uma prática a<strong>de</strong>quada com o que propagam.<br />

O estudo mostra para as marcas e<br />

<strong>de</strong>cisores <strong>de</strong> negócio que há muito potencial<br />

inexplorado para quem quer se<br />

posicionar bem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste território<br />

ESG”, observa Fabio Santos, CEO da CDN.<br />

PUBLICIDADE<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Fudissaku, imagem<br />

<strong>de</strong> marca está intimamente associada à<br />

questão DEI. “63% dos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócios<br />

apontaram a imagem da marca como um<br />

dos principais motivadores para a adoção<br />

<strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>. Isso mostra<br />

que os executivos têm ciência <strong>de</strong> que<br />

a socieda<strong>de</strong> está cada vez mais atenta<br />

às práticas das organizações. Por isso, é<br />

fundamental dar visibilida<strong>de</strong> às ações <strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong> que ocorrem da porta para<br />

<strong>de</strong>ntro das empresas e a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenha<br />

um papel fundamental neste<br />

sentido. Ao gerar insights sobre o que<br />

pensam os lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócios, criamos<br />

um referencial para que possam comparar<br />

sua atuação com a <strong>de</strong> seus pares.<br />

28 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


agências<br />

Pullse lança sua 1ª campanha para Casas<br />

Bahia com retorno <strong>de</strong> Fabiano Augusto<br />

O CEO Alan Barros retoma o slogan “Dedicação total a você”, criado<br />

durante sua gestão como diretor <strong>de</strong> marketing do anunciante<br />

Quer pagar quanto? A pergunta<br />

tornou o ator Fabiano Augusto<br />

conhecido em todo o país através<br />

das campanhas da Casas Bahia. O<br />

garoto-propaganda está <strong>de</strong> volta às<br />

campanhas publicitárias da gigante do<br />

varejo. A iniciativa é da Pullse, do grupo<br />

Dreamers, que assumiu a conta após<br />

longa temporada na VMLY&R, que suce<strong>de</strong>u<br />

a Newcomm Bates quando Alan<br />

Barros, CEO da agência, era diretor <strong>de</strong><br />

marketing do anunciante, que tem mais<br />

<strong>de</strong> 30 milhões <strong>de</strong> consumidores em todo<br />

o país. O primeiro filme foi exibido na<br />

semana passada em um dos intervalos<br />

do “Fantástico”.<br />

A retomada, <strong>de</strong> acordo com a diretora<br />

<strong>de</strong> marketing Vivian Zwir, não foi<br />

ao acaso. Pesquisas mercadológicas<br />

referendaram a <strong>de</strong>cisão. “A força da<br />

marca Casas Bahia é impressionante,<br />

durante o trabalho <strong>de</strong> planejamento<br />

Divulgação<br />

Allan Barros <strong>de</strong>senvolveu a campanha que retoma o slogan “Dedicação total a você”<br />

isso ficou evi<strong>de</strong>nte. Nossa primeira<br />

gran<strong>de</strong> missão é resgatar a potência<br />

da marca. Para isso, estamos usando<br />

toda a experiência <strong>de</strong> varejo do time<br />

Pullse - que li<strong>de</strong>ra esse projeto <strong>de</strong>ntro<br />

do Grupo Dreamers -, utilizando toda<br />

a tecnologia <strong>de</strong> suas plataformas proprietárias,<br />

Aceleraí, Multiplica e Geo<br />

Fast, além <strong>de</strong> toda expertise da Convert<br />

para performance e estratégia digital”,<br />

ressalta Barros, que dividiu a criação da<br />

campanha com Toninho Correa e Carlos<br />

Pereira.<br />

“É uma honra ser parceiro <strong>de</strong> negócios<br />

<strong>de</strong>ssa nova fase <strong>de</strong> uma marca<br />

tão icônica quanto Casas Bahia. Vamos<br />

usar a sinergia e a complementarida<strong>de</strong><br />

das nossas empresas para elevar ainda<br />

mais esse legado e, claro, trazer resultados<br />

positivos para o cliente”, finaliza<br />

Rodolfo Medina, presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />

do Grupo Dreamers.<br />

D’OM reforça área <strong>de</strong> atendimento para<br />

trabalho das marcas Eataly e Valda<br />

A experiente Claudia Menezes traz sua expertise para as<br />

soluções propostas por Mário D’Andrea e o sócio Filipe Cuvero<br />

A<br />

executiva Claudia Menezes, profissional<br />

<strong>de</strong> atendimento com<br />

larga experiência em gran<strong>de</strong>s<br />

marcas como Subway, P&G, Visa, Unilever<br />

e Diageo, entre outras – que já teve<br />

passagens pela Dentsu, J. W. Thompson,<br />

VML/Y&R, AlmapBBDO e David –,<br />

se junta à equipe da D’OM Soluções<br />

Improváveis.<br />

Fundada pelos publicitários Mario<br />

D’Andrea e Filipe Cuvero, que trabalharam<br />

juntos durante uma década na Dentsu,<br />

a agência conquistou várias contas<br />

nos últimos meses e agora agrega a experiência<br />

<strong>de</strong> Claudia Menezes li<strong>de</strong>rando<br />

o atendimento das marcas e projetos<br />

especiais da D’OM.<br />

“A D’OM acredita que gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias<br />

po<strong>de</strong>m surgir <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s experiências.<br />

Com o crescimento da agência, a che-<br />

Claudia Menezes vai comandar divisão <strong>de</strong> atendimento da agência D’OM<br />

Divulgação<br />

gada da Claudia Menezes vai nos ajudar<br />

ainda mais na relação direta entre nossos<br />

lí<strong>de</strong>res e os clientes, enten<strong>de</strong>ndo e<br />

aten<strong>de</strong>ndo suas expectativas – e na oferta<br />

<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> negócios consistentes<br />

e inesperados”, explica D’Andrea.<br />

A D’OM foi apresentada ao mercado<br />

em fevereiro <strong>de</strong> 2022, sob a li<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong> D’Andrea, Filipe Cuvero e Zeh Henrique<br />

Rodrigues. “O objetivo sempre foi<br />

ajudar empresas e <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />

marketing na solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong><br />

construção <strong>de</strong> marca e resultados <strong>de</strong><br />

vendas. É a sexta empresa do Grupo OM<br />

Comunicação Integrada, que faz parte da<br />

re<strong>de</strong> mundial Taan. As <strong>de</strong>mais são Opus-<br />

Múltipla, Brainbox, HouseCricket, Tailor-<br />

Media Inteligência <strong>de</strong> Mídia (especialista<br />

em regionalização <strong>de</strong> mídia) e Senso Performance.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 29


prêmios<br />

VMLY&R São Paulo é a única brasileira<br />

<strong>de</strong>stacada pelo júri do Gerety Awards<br />

A campanha “Buscapé. Back to the City of God”, feita para a<br />

Vivo e Motorola, ganhou Ouro na categoria Entertainment Cut<br />

Fotos: Divulgação<br />

O Gerety Awards é uma premiação que <strong>de</strong>staca o olhar feminino para a publicida<strong>de</strong><br />

Buscapé no filme “Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus”, na premiada campanha <strong>de</strong> Vivo e Motorola<br />

Carolina Vilela<br />

O<br />

Gerety Awards anunciou os vencedores da edição<br />

<strong>de</strong>ste ano da tradicional premiação, que<br />

tem como objetivo reconhecer os trabalhos da<br />

publicida<strong>de</strong> a partir da visão feminina.<br />

Nesta edição, o único case brasileiro que levou prêmio<br />

foi o “Buscapé. Back to the City of God”, da Vivo e<br />

Motorola, assinado pela VMLY&R São Paulo. A campanha<br />

levou Ouro em Entertainment Cut.<br />

A peça foi feita para celebrar os 20 anos do filme<br />

“Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus”, além <strong>de</strong> apresentar o Motorola Edge<br />

30 Ultra. A filmagem mobilizou uma equipe <strong>de</strong> 120 pessoas<br />

e 169 figurantes.<br />

Na narrativa <strong>de</strong> 14 minutos, a amiza<strong>de</strong> entre os personagens<br />

Buscapé e Barbantinho é o ponto <strong>de</strong> partida<br />

para a volta à Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. O personagem <strong>de</strong><br />

Alexandre Rodrigues se torna fotojornalista e utiliza<br />

a conexão 5G da Vivo e o aparelho da Motorola para<br />

iniciar uma investigação.<br />

“Ficamos muito felizes em sermos os únicos brasileiros<br />

a ganharmos esta edição do Gerety Awards. Mais<br />

uma vez, o nosso Buscapé saiu da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus para<br />

ganhar o mundo. Dessa vez, esse spin-off eletrizante <strong>de</strong><br />

14 minutos feito em parceria com a Vivo e a Motorola<br />

trouxe o gran<strong>de</strong> prêmio na categoria Entertainment Cut<br />

para casa. Todo esse sucesso é resultado <strong>de</strong> um time<br />

vibrante que junto com a Vivo acreditou no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início”, celebra o executivo Sleyman<br />

Khodor, CCO da VMLY&R, que teve como diretores <strong>de</strong><br />

criação Rodrigo Almeida, Rafael Gil e Marcos Magario.<br />

A produção é assinada pela O2 Filmes, com direção<br />

<strong>de</strong> Fred Luz. O elenco contou com Alexandre Rodrigues,<br />

o Buscapé; Edson Oliveira, Carol Dall Farra, Dudu Neves,<br />

Khalifa Idd, Puelo, Sandrão Rzo, Caio Santos, Hugo Brek<br />

e Cocão Avoz.<br />

Gerety AwArds <strong>2023</strong><br />

A edição <strong>de</strong> <strong>2023</strong> do Gerety Awards entregou 4<br />

Grand Prix, 27 Ouros, 69 Pratas e 65 Bronzes. No total, a<br />

premiação contou com uma shortlist <strong>de</strong> 325 cases <strong>de</strong><br />

“Mais uma vez, o nosso<br />

Buscapé saiu da Cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus para ganhar<br />

o mundo”<br />

Sleyman Khodor é CCO da agência VMLY&R Brasil<br />

42 países diferentes.<br />

Os Grand Prix foram para a The Monkeys, com o<br />

case “The first digital nation”, para o Governo <strong>de</strong> Tuvalu<br />

(Oceania), na categoria Innovation Cut; McCann<br />

Warsaw, com “Where to settle”, feita para Mastercard,<br />

na categoria Work For Good Cut; E<strong>de</strong>lman, com “See<br />

my skin”, para Vaseline, em Experience Cut; e, por fim,<br />

DDB Chicago, com “Apologize the rainbow”, <strong>de</strong> Skittles,<br />

em Humour Cut. O case mais premiado foi “The glitch”,<br />

feito para a Alzheimer Forschung Initiative, criado pela<br />

BBDO Germany, que faturou três Ouros, três Pratas e<br />

um Bronze.<br />

Já a marca mais premiada na edição foi o<br />

McDonald’s, com <strong>11</strong> prêmios, sendo cinco Pratas e seis<br />

Bronzes. “Ser reconhecido pelos prêmios Gerety <strong>de</strong>sta<br />

forma é especialmente significativo, dado o foco incansável<br />

do McDonald’s na construção <strong>de</strong> conexões<br />

mais relevantes com nossa diversificada base <strong>de</strong> fãs<br />

em todo o mundo. Parabéns para as marcas reconhecidas<br />

este ano e estamos orgulhosos <strong>de</strong> estar na sua<br />

companhia”, afirmou Joan Colletta, diretora sênior <strong>de</strong><br />

marketing <strong>de</strong> marca global do McDonald’s.<br />

sHOrtLIst<br />

As peças finalistas selecionadas pelas juradas,<br />

grupo que teve a participação da brasileira Patrícia<br />

Moura, head <strong>de</strong> conteúdo da GUT São Paulo, primou<br />

pela qualida<strong>de</strong> e craft. Além <strong>de</strong> “Buscapé. Back to the<br />

City of God”, a shortlist contemplou o projeto “Orgasm<br />

Day Quem Disse, Berenice?”, da W3haus São Paulo nas<br />

categorias Health Cut (digital) e Innovation Cut (digital);<br />

e “Sorriso sponsors”, para o creme <strong>de</strong>ntal Sorriso,<br />

da multinacional Colgate-Palmolive, criação da<br />

VMLY&R São Paulo.<br />

“Não po<strong>de</strong>ríamos estar mais orgulhosos do júri <strong>de</strong><br />

personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o mundo <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. No próximo<br />

ano, comemoramos o 5º ano dos Prêmios Gerety e,<br />

assim como nas edições anteriores, nosso júri incluirá<br />

alguns dos lí<strong>de</strong>res mais respeitados e premiados da<br />

indústria <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marketing”, disse a cofundadora<br />

da premiação, Lucía Ongay.<br />

30 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Curiosida<strong>de</strong><br />

Fot\os: Arquivo Pessoal<br />

“Ser curioso, observador e autodidata é o que me faz ir para frente, e é<br />

o que eu acredito que me aju<strong>de</strong> a fazer alguma diferença no mundo”<br />

Doug Monteiro<br />

Especial para o propmark<br />

Você já ouviu falar no conceito <strong>de</strong> esponja? “Ah, um amigo meu é esponja <strong>de</strong> sentimentos,<br />

absorve os problemas dos outros...” Então, esse conceito me pegou logo<br />

cedo na vida. Mas <strong>de</strong> um jeito diferente...<br />

Em casa, via meu pai estudando e trabalhando muito. Até cheguei a pensar em não<br />

seguir a carreira <strong>de</strong>le, porque ele trabalhava <strong>de</strong>mais.<br />

E cá estou eu, hoje, com 20 anos <strong>de</strong> carreira no audiovisual, trabalhando tanto quanto<br />

meu velho.<br />

Ser advogado como ele, talvez, não me <strong>de</strong>sse o prazer que tenho pelo que faço. Mas<br />

a inspiração, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequeno, em uma figura que se <strong>de</strong>dicava tanto, ficou marcada para<br />

sempre.<br />

Hoje, eu tenho clareza sobre essa esponja que virei. Isso porque TUDO que eu observo,<br />

vira aprendizado para mim. Tudo mesmo!<br />

Assisto tudo que é canal da TV aberta, nem que seja por alguns poucos minutos, para<br />

saber o que eu posso apren<strong>de</strong>r por ali. Ouço estações <strong>de</strong> rádio aleatórias, fuço até encontrar<br />

podcasts diferentes e, o principal, fico atento a todos ao meu redor: como se vestem,<br />

como falam, como interagem...<br />

É, sou viciado em <strong>de</strong>scobrir coisas através do olhar. E, como um bom capricorniano,<br />

trabalho é meu segundo nome. E o jeito <strong>de</strong> ‘amenizar’ o vício em trabalhar <strong>de</strong>mais foi<br />

usar isso ao meu favor para acelerar meu aprendizado.<br />

Mas tudo isso começou na minha infância. Como eu era uma criança hiperativa, meus<br />

pais me colocaram pra fazer caratê, tênis, inglês, aula <strong>de</strong> piano...<br />

Aos <strong>11</strong> anos, eu já era muito competitivo e adorava jogar tênis. Pratiquei por três anos.<br />

Aí, brincando na piscina num fim <strong>de</strong> semana, <strong>de</strong>i uma cambalhota e bati o joelho na borda.<br />

Acabei rompendo a patela e tive <strong>de</strong> operar.<br />

Depois disso, a recomendação médica foi parar <strong>de</strong> jogar tênis e começar na natação.<br />

Fui apren<strong>de</strong>r a nadar porque eu só sabia o básico. Naquela época, eu tive a sorte <strong>de</strong> ser<br />

treinado pelo Fernando Possenti, técnico da Ana Marcela Cunha, medalha <strong>de</strong> Ouro nas<br />

Olímpiadas <strong>de</strong> Tóquio.<br />

Ele me viu nadando e falou que eu levava jeito. Comecei a treinar, treinar, treinar,<br />

treinar e competir. E isso daí foi um divisor <strong>de</strong> águas na minha vida em disciplina, no<br />

treinamento e na li<strong>de</strong>rança também.<br />

Porque, ao contrário do que as pessoas imaginam, a natação apesar <strong>de</strong> ser um esporte<br />

individual, você apren<strong>de</strong> muito em grupo com o time. E isso só <strong>de</strong>spertou meu perfil <strong>de</strong><br />

lí<strong>de</strong>r: sempre ouvir mais do que falar e trazer as pessoas comigo sem imposições.<br />

Para acelerar meu aprendizado, por conta da minha competitivida<strong>de</strong>, comprei<br />

uma bíblia <strong>de</strong> natação, para melhorar a minha performance. E, nos treinos, eu tinha<br />

um parceiro que era praticamente meu sócio. Isso eu transferi para os negócios. E por<br />

ter começado a empreen<strong>de</strong>r como DJ aos 13 anos (fazendo festas em garagens, clubes<br />

e buffets por aí), conhecia muito <strong>de</strong> equipamentos. Cheguei até a montar alguns<br />

computadores lá em casa.<br />

Essa procura por conhecimento, essa curiosida<strong>de</strong> mais a competitivida<strong>de</strong>, sempre<br />

foram minha força motriz. E essa competição é comigo, os <strong>de</strong>safios são comigo mesmo.<br />

Nunca foi sobre vencer o outro. Sempre tinha <strong>de</strong> ser melhor do que o dia anterior.<br />

Hoje, tenho mais clareza que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do <strong>de</strong>safio, é melhor você não pegar. Mas<br />

eu sempre tento fazer um trabalho melhor que o outro. Esse aprendizado é todo da natação,<br />

que me inspirou a ser disciplinado. Assim, eu continuo acordando cedo para nadar,<br />

fazendo exercício, estudando muito.<br />

Ser curioso, observador e autodidata é o que me faz ir para frente, e é o que eu acredito<br />

que me aju<strong>de</strong> a fazer alguma diferença no mundo.<br />

Doug Monteiro é CEO da Conteúdo Urbano<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 31


click do alê<br />

Alê Oliveira<br />

aleoliveira@propmark.com.br<br />

Diego Padilha<br />

Demi Lovato contou com participação <strong>de</strong> Luísa Sonza<br />

Globo/Lucas Teixeira<br />

Os apresentadores Marcos Mion e Kenya Sa<strong>de</strong><br />

Globo/Lucas Teixeira<br />

Popstar Bruno Mars: apresentação histórica que empolgou a plateia<br />

Alê Oliveira<br />

The Town/Divulgação<br />

O apresentador Tiago Oliveira, da Re<strong>de</strong> Globo<br />

Alê Oliveira<br />

Patrocinadores <strong>de</strong>ram show na Cida<strong>de</strong> da Música<br />

Bebe Rexha no palco Skyline<br />

Itaú marca presença com sua roda-gigante<br />

The Town/Divulgação<br />

Cida<strong>de</strong> das Marcas!<br />

Nem só <strong>de</strong> música viveu o The Town. O megaevento realizado em São Paulo, que entrou para a<br />

história do entretenimento no país, recebeu mais <strong>de</strong> 220 ativações <strong>de</strong> marcas parceiras. Os anunciantes<br />

<strong>de</strong>ram verda<strong>de</strong>iro show e conseguiram dividir com popstars como Bruno Mars, Maroon 5 e Foo<br />

Fighters a atenção dos mais <strong>de</strong> 500 mil consumidores presentes durante os cinco dias <strong>de</strong> apresentações<br />

no Autódromo <strong>de</strong> Interlagos, batizado como Cida<strong>de</strong> da Música.<br />

32 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


negócios &<br />

sustentabilida<strong>de</strong><br />

Alê Oliveira<br />

Qual a relevância do<br />

propósito para a sua<br />

estratégia <strong>de</strong> negócios?<br />

Ricardo Esturaro<br />

é escritor, administrador <strong>de</strong> empresas<br />

e especialista em marketing, estratégia<br />

e sustentabilida<strong>de</strong><br />

ricardo@esturaro.com<br />

Ricardo Esturaro<br />

Durante décadas, prevaleceu no mundo corporativo<br />

a “doutrina” <strong>de</strong> Milton Friedman, que <strong>de</strong>finiu<br />

que a responsabilida<strong>de</strong> social das empresas é<br />

aumentar seus lucros. Contudo, atualmente, muitas<br />

empresas estão trabalhando com valores mais amplos<br />

e colocando o propósito acima dos lucros.<br />

Uma corrente reforça o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>ntro das organizações<br />

<strong>de</strong> que, além da estratégia em relação as boas<br />

práticas ambientais, sociais e <strong>de</strong> governança (ESG), as<br />

empresas <strong>de</strong>vem ter um propósito para guiar suas diretrizes<br />

<strong>de</strong> investimento e atuação. Esse propósito seria o<br />

ponto central <strong>de</strong> toda a atuação, conferindo significado<br />

à estratégia <strong>de</strong> negócios e trazendo clareza sobre a contribuição<br />

da marca para a socieda<strong>de</strong>. Essa abordagem<br />

impõe uma pressão adicional sobre os lí<strong>de</strong>res empresariais,<br />

que agora precisam não apenas gerar valor para o<br />

negócio, mas também consi<strong>de</strong>rar seu impacto positivo<br />

na socieda<strong>de</strong> e no meio ambiente.<br />

Esse é um dos assuntos que geram a maior polêmica<br />

<strong>de</strong>ntro das empresas e também no marketing – não<br />

existe consenso sobre o peso ou a relevância do propósito<br />

na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra do consumidor. Entretanto,<br />

um estudo apresentado por Peter Field, um dos profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing mais respeitados na Inglaterra, na<br />

conferência IPA Effworks, em Londres, <strong>de</strong>monstrou que<br />

as campanhas <strong>de</strong> marcas com propósito foram menos<br />

efetivas em gerar resultados comerciais <strong>de</strong> longo prazo<br />

quando comparadas com campanhas tradicionais. De<br />

fato, gran<strong>de</strong> parte das campanhas <strong>de</strong> marcas com propósito<br />

não tem muita eficácia com o consumidor que,<br />

geralmente, compra as marcas familiares com as quais<br />

se sente confortável no piloto automático.<br />

Apesar disso, é uma ingenuida<strong>de</strong> usar este ponto <strong>de</strong><br />

vista contra o propósito, já que a pesquisa i<strong>de</strong>ntificou<br />

áreas em que essas campanhas apresentaram benefícios<br />

importantes, como na relação B2B, seja com fornecedores<br />

ou distribuidores, na satisfação dos empregados<br />

e no aumento da cobertura na mídia. Sem esquecer<br />

que quando a estratégia <strong>de</strong> marketing relacionada ao<br />

propósito é bem-feita, ela oferece novas oportunida<strong>de</strong>s<br />

para a marca se diferenciar em sua categoria.<br />

A questão central não <strong>de</strong>ve ser se uma marca <strong>de</strong>ve<br />

ou não ter um propósito, mas sim como esse propósito é<br />

<strong>de</strong>senvolvido e utilizado. Ele não <strong>de</strong>ve ser usado apenas<br />

para criar uma ilusão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social e ambiental<br />

da marca. O propósito <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado uma<br />

escolha estratégica que requer serieda<strong>de</strong> e alinhamento<br />

com os valores e ambições do negócio. Ao fazer esta<br />

escolha estratégica, a empresa po<strong>de</strong> colher benefícios<br />

ao atrair e motivar funcionários e parceiros comerciais,<br />

além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar um papel relevante na atração<br />

<strong>de</strong> investidores que buscam empresas que gerem tanto<br />

valor comercial quanto social.<br />

Além disso, o propósito po<strong>de</strong> ser uma ferramenta importante<br />

nas estratégias das empresas para lidar com as<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> governos, investidores e reguladores, que<br />

po<strong>de</strong>m exigir ações específicas. Nesse contexto, empresas<br />

inteligentes não po<strong>de</strong>m ignorar a conexão do propósito<br />

com uma estratégia para proteger e aprimorar<br />

sua licença social para operar. Isso envolve garantir que<br />

todas as partes interessadas percebam que o negócio<br />

age <strong>de</strong> forma apropriada, justa e confiável. Esse movimento<br />

é <strong>de</strong> extrema importância, pois é difícil imaginar<br />

um negócio que possa sobreviver sem a <strong>de</strong>vida licença<br />

social para operar.<br />

Portanto, para que o propósito seja realmente relevante,<br />

é essencial que ele seja incorporado <strong>de</strong> forma<br />

genuína e estratégica em todas as operações e ações da<br />

empresa. Somente assim ele se tornará um diferencial<br />

competitivo para o seu negócio.<br />

“É difícil<br />

imaginar um<br />

negócio que possa<br />

sobreviver sem<br />

a <strong>de</strong>vida licença<br />

social para<br />

operar”<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 33


we<br />

mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Virgin. Veio, não<br />

<strong>de</strong>colou, partiu, voltou<br />

e agora vai... Voar!<br />

“Não conheço ninguém que tenha<br />

aprendido a andar seguindo regras”<br />

Richard Branson<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

fmadia@madiamm.com.br<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

O<br />

ano era 2020. Quem diria o que estava por acontecer.<br />

Richard Branson ensaiou bastante, pesquisou<br />

mais ainda, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir trazer uma <strong>de</strong><br />

suas mais <strong>de</strong> 100 empresas que levam o nome Virgin<br />

em sua <strong>de</strong>nominação para o Brasil. A empresa aérea<br />

Virgin Atlantic. Mas, finalmente, <strong>de</strong>cidiu que a hora era<br />

chegada, 2020, e começou a se estruturar para um primeiro<br />

voo.<br />

Tudo preparado, o primeiro voo seria no mês <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 2020. Passagens começaram a ser vendidas,<br />

o tempo foi ficando encoberto, uma tal <strong>de</strong> Covid-19 foi<br />

tomando todo o espaço na mídia, na vida das pessoas,<br />

e, dias antes da primeira <strong>de</strong>colagem, numa espécie <strong>de</strong><br />

circo montado pela Virgin, sem nem mesmo ter dado<br />

um primeiro voo, <strong>de</strong>cidiu <strong>de</strong>sistir, baixar a lona, e partir.<br />

Prometendo voltar um pouco mais adiante. E assim, naquele<br />

momento, entrou para a história como a primeira<br />

empresa aérea que anunciou, ven<strong>de</strong>u passagens, instalou-se<br />

e <strong>de</strong>sistiu, sem realizar um único voo.<br />

No dia 17 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2020, em release enviado à imprensa<br />

do país, a Virgin dizia, conforme publicado nos<br />

principais jornais, que “A Virgin Atlantic <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> voar<br />

ao Brasil. Começaria seus voos em março, teve <strong>de</strong> adiar<br />

o lançamento <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia, e agora cancela em<br />

<strong>de</strong>finitivo os serviços aéreos entre Londres e São Paulo.<br />

O primeiro voo, previsto para 6 <strong>de</strong> outubro, está cancelado”.<br />

E, falando pela empresa, seu porta voz disse: “Cancelar<br />

uma rota nunca é uma <strong>de</strong>cisão fácil, gostaríamos <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer a nossos clientes, nossos parceiros comerciais<br />

e <strong>de</strong> mídia, e acima <strong>de</strong> tudo nossa equipe em São Paulo<br />

por trabalhar tanto para nos apoiar nos últimos meses.<br />

São Paulo é uma cida<strong>de</strong> fantástica e estamos extremamente<br />

<strong>de</strong>sapontados por não estarmos mais lançando<br />

o voo neste momento”. E, ato contínuo, <strong>de</strong>smontou “o<br />

circo”, e partiu, mas prometendo voltar. Com um número<br />

0800 para resolver o encaminhamento dos clientes que<br />

tinham comprado passagem para os primeiros voos.<br />

Corta para agosto <strong>2023</strong>, e a Virgin, <strong>de</strong> novo, anunciando-<br />

-se no Brasil, e com voos regulares para Londres: “São Paulo<br />

é muito importante para a estratégia da Virgin Atlantic<br />

e marca a entrada na América do Sul. Queremos nos firmar<br />

por aqui e crescer em outras regiões...”. Justin Bell, diretor-<br />

-responsável pela Virgin Atlantic em nosso país.<br />

Assim como todas as <strong>de</strong>mais empresas aéreas, a<br />

Virgin foi ferida mortalmente pela Covid. O segredo <strong>de</strong><br />

algum sucesso no quase impossível negócio da aviação<br />

comercial em todo o mundo é único e converteu-se em<br />

mantra: Manter os Aviões no Ar e Voando pelo Maior<br />

Tempo Possível, ou, avião em terra é certeza <strong>de</strong> prejuízo.<br />

E durante a pan<strong>de</strong>mia, como é do conhecimento <strong>de</strong><br />

todos, todos os aviões foram colocados <strong>de</strong> castigo, sem<br />

po<strong>de</strong>r voar, por meses... E as empresas aéreas, todas,<br />

esvaindo-se em sangue pela impossibilida<strong>de</strong> absoluta<br />

<strong>de</strong> realizar qualquer tipo <strong>de</strong> receita, mas com as <strong>de</strong>spesas<br />

mensais batendo à porta no fim <strong>de</strong> cada mês, muito<br />

especialmente, as do leasing <strong>de</strong> suas aeronaves...<br />

Ao se <strong>de</strong>spedir dos jornalistas, e confirmar os primeiros<br />

voos São Paulo-Londres, Bell informou que existe, finalmente,<br />

uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados econômicos<br />

positivos para 2024. Em 2022, já com a pan<strong>de</strong>mia quase<br />

sob controle, a Virgin, assim como todas as <strong>de</strong>mais empresas<br />

aéreas, seguiu registrando prejuízos. Mais <strong>de</strong> 200<br />

milhões <strong>de</strong> libras...<br />

Assim, e finalmente, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir sem mesmo<br />

ter realizado um único voo, a Virgin retorna ao Brasil <strong>de</strong>vendo<br />

<strong>de</strong>colar com seu primeiro voo no mês <strong>de</strong> maio.<br />

Voo diário, ligando Guarulhos SP ao Heathrow, Londres.<br />

Salvo prova em contrário, e suporte, ajuda e socorro<br />

dos governos, o negócio da aviação comercial segue<br />

sendo, <strong>de</strong> longe e <strong>de</strong>ntre todos os <strong>de</strong>mais, o mais arriscado.<br />

Mas, sempre algum maluco beleza, abarrotado <strong>de</strong><br />

sonhos e alegria, como o genial Richard Branson, tentará<br />

provar o contrário... Boa Sorte, Virgin!<br />

34 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


esg no mkt<br />

Alê Oliveira<br />

Mitos e verda<strong>de</strong>s<br />

sobre ESG<br />

O importante é adotar uma postura positiva<br />

e pragmática e dar os primeiros passos<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

O<br />

tempo passa e o tema ESG ganha visibilida<strong>de</strong> e<br />

tração, mas traz também muito questionamento<br />

e controvérsia. Nas minhas interlocuções por aí,<br />

tenho notado uma compreensão equivocada <strong>de</strong> diversos<br />

pontos relacionados às questões ambientais, sociais<br />

e <strong>de</strong> governança.<br />

Decidi, então, trazer aqui para este espaço uma reflexão<br />

sobre mitos e verda<strong>de</strong>s em torno da sigla ESG.<br />

Vamos lá?<br />

1- ESG é mais um <strong>de</strong>sses modismos que são criados<br />

em torno da administração <strong>de</strong> negócios. Mito!<br />

Na verda<strong>de</strong> ESG, que vem do inglês Environmental,<br />

Social e Governance (Ambiental, Social e Governança),<br />

é uma releitura <strong>de</strong> conceitos e práticas que já são discutidos<br />

e implementados há muito tempo. As questões<br />

ambientais são amplamente consi<strong>de</strong>radas pelas empresas<br />

há tempos, sob os conceitos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> ou<br />

responsabilida<strong>de</strong> ambiental.<br />

Do lado social, há muito se fala das iniciativas para<br />

gerar maior inclusão <strong>de</strong> minorizados, diminuir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

e tornar o ambiente <strong>de</strong> trabalho mais respeitoso<br />

e igualitário.<br />

Essas questões sociais eram tratadas pelo uso <strong>de</strong><br />

outros termos, como CSR (Corporate Social Responsability)<br />

ou, em português, simplesmente Responsabilida<strong>de</strong><br />

Social. E as questões <strong>de</strong> governança têm estado na pauta<br />

das empresas há muito tempo, com a valorização da<br />

ética e da transparência da gestão corporativa. Outros<br />

conceitos foram pavimentando o caminho para a criação<br />

do ESG.<br />

Vale salientar o Triple Bottom Line, conceito criado<br />

pelo britânico John Elkington, que estimula as empresas<br />

a pensar, não somente na geração <strong>de</strong> lucro, mas, também,<br />

no respeito às pessoas e ao planeta. Três dimensões<br />

<strong>de</strong> critérios na administração: daí o termo triple<br />

bottom line.<br />

Outra iniciativa importante foi a criação do conceito<br />

Capitalismo Consciente, cunhado por John Mackey (fundador<br />

da re<strong>de</strong> varejista americana Whole Foods) e Raj<br />

Sisodia, professor indiano. Some-se a esses, os movimentos<br />

das COPs da ONU, principalmente a COP 21, quando foi<br />

assinado o Acordo <strong>de</strong> Paris, e a pressão dos gran<strong>de</strong>s fundos,<br />

capitaneados pelo Black Rock, que passou a exigir<br />

das empresas relatórios ambientais e sociais, em complemento<br />

aos financeiros, sob risco <strong>de</strong> ficarem <strong>de</strong> fora<br />

dos seus portfólios.<br />

Todos esses movimentos dão soli<strong>de</strong>z e relevância ao<br />

conceito ESG, que foi criado no fim <strong>de</strong> 2004, no documento<br />

“Who cares wins”, gerado por gran<strong>de</strong>s instituições<br />

financeiras, a pedido da ONU. Portanto, não se trata <strong>de</strong><br />

um modismo, mas um movimento sólido e consistente,<br />

sem volta.<br />

2- ESG é só para empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Mito! ESG<br />

é para todos!<br />

A gran<strong>de</strong> empresa toma a iniciativa <strong>de</strong> se alinhar<br />

aos princípios ESG, mas precisa contar também com a<br />

a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> toda a sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor. Haja vista o que<br />

aconteceu com as vinícolas do sul do Brasil, que foram<br />

implicadas em <strong>de</strong>corrência da má conduta <strong>de</strong> seus fornecedores,<br />

que tinham trabalhadores em regime análogo<br />

à escravidão.<br />

3- ESG é mais uma linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas. Mito! Nem<br />

sempre o alinhamento aos princípios ESG gera custos<br />

adicionais.<br />

Às vezes, até proporcionam redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas. Ao<br />

adotar o uso racional <strong>de</strong> água e energia, por exemplo,<br />

haverá uma redução na conta <strong>de</strong>sses insumos. O simples<br />

fato <strong>de</strong> comprar energia no Mercado Livre <strong>de</strong> Energia –<br />

saindo da concessionária – já resulta em uma importante<br />

economia, que po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong> 30%.<br />

Do lado social, praticar DE&I (diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong> e<br />

inclusão), por exemplo, não necessariamente gera mais<br />

custos. Ao contrário, um ambiente diverso e inclusivo é<br />

mais produtivo, conforme <strong>de</strong>monstram as pesquisas.<br />

Do lado da governança, adotar ética e transparência<br />

reduz riscos e torna a gestão mais eficaz. Enfim, po<strong>de</strong> até<br />

haver algum custo inicial para começar a praticar ESG,<br />

mas ele é altamente compensado pela maior produtivida<strong>de</strong><br />

alcançada.<br />

Há outros pontos que mereceriam análise nesta nossa<br />

reflexão, mas ficam para outros textos.<br />

O importante é adotar uma postura positiva e pragmática<br />

em relação a ESG e dar os primeiros passos. Os<br />

benefícios são garantidos!<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 35


opinião<br />

Divulgação<br />

O berço dos canais<br />

no digital brasileiro<br />

Jonatas Abbott<br />

Em 1996, entrei no mercado <strong>de</strong> provedores <strong>de</strong> internet<br />

do Brasil, na Voyager, um dos primeiros provedores<br />

<strong>de</strong> internet do país. Na meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong><br />

1990, o território da internet era quase todo <strong>de</strong> mato<br />

alto. Quando entrei, a Voyager já se relacionava com<br />

algumas revendas <strong>de</strong> computadores. Eu entrara para<br />

turbinar isso.<br />

Entrei com um salário quase simbólico e uma comissão<br />

gigante. Era a fase <strong>de</strong> ouro das revendas e feiras <strong>de</strong><br />

computadores pessoais, o PC. As pessoas iam às feiras<br />

<strong>de</strong> computadores e saíam <strong>de</strong> lá com PCs, impressoras e<br />

kits multimídia, tudo “plug and play” ou quase tudo.<br />

A internet estava virando um dos principais motivos<br />

para a compra do PC. Mas ainda complicada <strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r<br />

e <strong>de</strong> se instalar. Pensando nisso, criei o primeiro kit<br />

internet “In a box” do mundo. Uma caixinha que continha<br />

manual explicativo do que era e como instalar a internet.<br />

O Terra tinha um processo que obrigava os visitantes<br />

da feira a formarem fila no seu estan<strong>de</strong>, sempre com<br />

mo<strong>de</strong>los caríssimos para se cadastrar e <strong>de</strong>pois ganhar<br />

um acesso à internet. Em vez disso, nós fomos buscar<br />

jovens bem treinados, capazes <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r e explicar o<br />

nosso kit internet.<br />

Foi um verda<strong>de</strong>iro estouro <strong>de</strong> sucesso. Os compradores<br />

tinham acesso à internet no próprio estan<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

estavam comprando computadores e ainda levavam<br />

para casa uma embalagem, com a internet pré-liberada<br />

e fácil <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e instalar. A Voyager tinha 700 clientes,<br />

na primeira feira conquistamos novos 1.005.<br />

A Matrix Internet, um dos maiores provedores do<br />

Brasil, me chamou para ser seu gerente-geral em Porto<br />

Alegre. Destaquei-me como melhor lí<strong>de</strong>r entre suas 55<br />

filiais no país e assumi a diretoria comercial. Foi durante<br />

esse período <strong>de</strong> dois anos que ganhei uma experiência<br />

incrível e <strong>de</strong>scobri que a hospedagem <strong>de</strong> sites compartilhada<br />

seria a gran<strong>de</strong> bola da vez pelos próximos 10 anos.<br />

Em 2001, <strong>de</strong> volta a Porto Alegre para reinventar um<br />

provedor pequeno e regional chamado Plug-In/Vanet<br />

Corporative Internet, propus pivotar completamente<br />

a empresa. 60% da folha era equipe <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> sites. Num curto e objetivo espaço <strong>de</strong> tempo vendi<br />

a carteira <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong> acesso à internet para o UOL,<br />

mu<strong>de</strong>i o nome para apenas Plug In - Internet Corporativa,<br />

montei produtos <strong>de</strong> hospedagem compartilhada<br />

e passei a chamar a empresa, da noite para o dia, <strong>de</strong><br />

Data Center.<br />

Como ven<strong>de</strong>r para um mercado que tem mais <strong>de</strong> 12<br />

milhões <strong>de</strong> micro e PME’s? Canais! Mas quem faz a cabeça<br />

<strong>de</strong>ssa empresa na hora <strong>de</strong> escolher on<strong>de</strong> hospedar<br />

seu site? As agências digitais.<br />

Eu precisava <strong>de</strong> uma nova caixinha mais po<strong>de</strong>rosa.<br />

Conversando com a área <strong>de</strong> tecnologia e trazendo a<br />

i<strong>de</strong>ia da embalagem da Voyager, criei o “Hosting in a<br />

Box”, uma caixinha que era a evolução perfeita do Kit<br />

Internet Voyager.<br />

No início do século, para “subir” um site na internet<br />

era preciso mandar um e-mail para o provedor e<br />

aguardar, às vezes, até 48 horas para receber as senhas<br />

e po<strong>de</strong>r publicar o site. De posse <strong>de</strong> nossas po<strong>de</strong>rosas<br />

caixinhas, as agências tinham as chaves dos nossos servidores<br />

e po<strong>de</strong>riam publicar seus sites a qualquer momento.<br />

Foi um estouro!<br />

Enquanto o lí<strong>de</strong>r brasileiro <strong>de</strong> hospedagem estava<br />

com seu estan<strong>de</strong> às moscas com dois ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong><br />

braços cruzados, nossa equipe <strong>de</strong> oito pessoas não dava<br />

conta <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r uma fila <strong>de</strong> interessados. Com esse<br />

case ganhei meu primeiro top <strong>de</strong> marketing ADVB. O segundo<br />

veio com a estratégia <strong>de</strong> canais da Dinamize, em<br />

2006. A primeira também para o mercado SAAS <strong>de</strong> e-mail<br />

marketing brasileiro. Tanto a Plug In quanto a Dinamize<br />

se tornariam referência para seus concorrentes quando<br />

o assunto era canais <strong>de</strong> venda.<br />

Não basta comissão ou brin<strong>de</strong>s. Uma verda<strong>de</strong>ira relação<br />

<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> sucesso tem <strong>de</strong> ser construída com<br />

soluções, confiança e privilégios.<br />

Num país continental como o Brasil, nem sempre as<br />

distâncias são vencidas <strong>de</strong> avião. O atalho perfeito para<br />

as vendas vem vestido <strong>de</strong> canal.<br />

Jonatas Abbott<br />

é sócio e diretor-executivo da Dinamize<br />

dinamize@nbpress.com.br<br />

“Uma verda<strong>de</strong>ira<br />

relação <strong>de</strong> canais<br />

<strong>de</strong> sucesso tem <strong>de</strong><br />

ser construída com<br />

soluções, confiança<br />

e privilégios”<br />

36 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo<br />

paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

A diretora <strong>de</strong> comunicação e da área jurídica da ArcelorMittal, Marina Soares, ao lado do publicitário Nizan Guanaes, que vai coor<strong>de</strong>nar com sua N.I<strong>de</strong>ias estratégia da marca<br />

PARCERIA<br />

A capacida<strong>de</strong> disruptiva do publicitário Nizan Guanaes<br />

é inquestionável. Sua visão sobre a ciência mercadológica<br />

se renova <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>u início à sua carreira<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor, com o lançamento da DM9 e<br />

posteriormemte a Africa. Atualmente, com a sua<br />

N.I<strong>de</strong>ias, mixa consultoria e soluções que vão além<br />

da publicida<strong>de</strong>. Nizan acaba <strong>de</strong> firmar parceria para<br />

ampliar a visibilida<strong>de</strong> da marca francesa ArcelorMittal<br />

no mercado. “Nossas ações <strong>de</strong> comunicação vêm<br />

ganhando cada vez mais força e buscamos cuidado-<br />

samente um parceiro com a experiência, a vivência<br />

e a visão do Nizan e seu time para nos auxiliar nessa<br />

jornada e mostrar aos nossos públicos o impacto<br />

positivo que geramos para a socieda<strong>de</strong>”, esclarece<br />

a executiva Marina Soares, diretora jurídica, <strong>de</strong> relações<br />

Institucionais e sustentabilida<strong>de</strong> da ArcelorMittal<br />

Brasil. “A empresa preten<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar a <strong>de</strong>scarbonização<br />

do aço no mundo, produzindo o aço que está<br />

na Tocha Olímpica e nas esculturas <strong>de</strong> Anish Kapoor.<br />

O homem sonha e a ArcelorMittal, com os seus aços<br />

inteligentes, coloca <strong>de</strong> pé. Vamos, juntos, contar essa<br />

história fabulosa”, observa Nizan. De acordo com o<br />

comunicado da ArcelorMittal: “As plantas têm capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produção anual <strong>de</strong> 7 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />

<strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro e <strong>de</strong> 15,5 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />

<strong>de</strong> aço bruto, com aplicação nas indústrias automobilística,<br />

<strong>de</strong> eletrodomésticos, construção civil e naval,<br />

<strong>de</strong>ntre outras”. A empresa, que tem base operacional<br />

no Espírito Santo (ES), conta com 17 mil funcionários<br />

em todo o mundo.<br />

“Preconceito racial e intolerância para religiões <strong>de</strong> matriz africana: um chamado à mudança”, na arte <strong>de</strong> Riana Britto<br />

FUTEBOL<br />

Com i<strong>de</strong>alização do Observatório da Discriminação Racial no Futebol em parceria com a Confe<strong>de</strong>ração Brasileira<br />

<strong>de</strong> Futebol (CBF) e a Nike, o “Levantamento sobre a diversida<strong>de</strong> no futebol brasileiro” <strong>de</strong>staca a discriminação<br />

racial, religiosa, orientação sexual e origem no país. “A fotografia dos times <strong>de</strong> futebol apontava para um espaço<br />

<strong>de</strong>mocrático e com a gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> atletas negros. No entanto, o percentual <strong>de</strong> atletas era uma questão<br />

que o Observatório sempre quis saber”, explica Marcelo Carvalho, diretor-executivo do Observatório.<br />

Klara Castanho recebe Reinaldo Gianecchini no podcast<br />

PODCAST<br />

A atriz e apresentadora Klara Castanho conduz a nova<br />

temporada do podcast “Sem nome po<strong>de</strong>”, que foi exibido<br />

no YouTube, on<strong>de</strong> continua disponível, na semana<br />

passada. O papo com Reynaldo Gianecchini trata <strong>de</strong><br />

beleza, história e amiza<strong>de</strong>.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 37


última página<br />

Divulgação<br />

A originalida<strong>de</strong>,<br />

segundo Rick<br />

Flavio Waiteman<br />

E<br />

se eu te dissesse que, para se ter i<strong>de</strong>ias, existem<br />

alguns lugares melhores do que outros? Para sintonizá-las.<br />

Muitas vezes trocar <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> reuniões<br />

po<strong>de</strong> dar melhores resultados.<br />

E ainda afirmasse que somos antenas prontas a captar<br />

as i<strong>de</strong>ias que navegam pelo universo, basta estarmos<br />

“abertos” para receber esse sinal?<br />

E que gran<strong>de</strong> parte das boas i<strong>de</strong>ias é mostrada a nós,<br />

pelo acaso, em sinais que acabam se misturando no nosso<br />

cotidiano, que buscar esses sinais e dar uma chance a<br />

eles faz parte do trabalho do criativo original?<br />

Um valor pelo projeto, prazo e as metas po<strong>de</strong>m estar<br />

presentes, mas isso se tornam <strong>de</strong>talhes quando Rick<br />

explica a emoção e a humanida<strong>de</strong> em cada um <strong>de</strong>sses<br />

projetos que ele executa.<br />

Negócios com alma.<br />

Mais uma vez me lembro <strong>de</strong> duas das bases do ótimo<br />

trabalho publicitário, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se apaixonar pelas<br />

i<strong>de</strong>ias dos outros e todo o processo criativo que nos<br />

lembra das primeiras aventuras pelo caminho íngreme<br />

da originalida<strong>de</strong>.<br />

A arte que empregamos em nossas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>veria ser<br />

consi<strong>de</strong>rada mesmo como “Arte” e valorizada por isso.<br />

Mesmo sendo efêmera em sua essência.<br />

Flavio Waiteman<br />

é CCO-foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

E se não fosse eu a te dizer isso, mas Rick Rubin?<br />

Rick Rubin é um produtor musical, ganhador <strong>de</strong> nove<br />

prêmios Grammy. Foi incluído na lista das 100 pessoas<br />

mais influentes do mundo pela revista Time e consi<strong>de</strong>rado,<br />

pela Rolling Stone, o produtor <strong>de</strong> maior sucesso em<br />

qualquer gênero.<br />

Entre eles estão Red Hot Chilli Peppers, A<strong>de</strong>le, Kanye<br />

West, Black Sabbath etc. (minibio oficial <strong>de</strong> Rick)<br />

Rick escreveu o livro “O Ato criativo: uma forma <strong>de</strong><br />

ser”, pela editora Sextante.<br />

Como tem muitos feriados pela frente, fica aqui a minha<br />

sincera indicação.<br />

Como produtor musical, Rick trabalha por contratos<br />

com diversos artistas <strong>de</strong> variados estilos e isso me lembrou<br />

dos compromissos comercias que os publicitários<br />

assumem somados à impressão artística que precisam<br />

adicionar em seus trabalhos.<br />

Ele mostra com frases <strong>de</strong> efeito, verda<strong>de</strong>iras e no<br />

limite da magia, que, por mais que exista uma relação<br />

comercial, não é preciso abrir mão do inusitado e imprevisto.<br />

Ele ama o processo criativo.<br />

Principalmente quando ele afirma, em algumas<br />

frases: “procure por aquilo que você percebe, mas<br />

ninguém mais vê”; “há uma hora para certas i<strong>de</strong>ias<br />

chegarem, e elas dão um jeito <strong>de</strong> se expressar por<br />

meio <strong>de</strong> nós”.<br />

Pensamentos assim colocam um pouco <strong>de</strong> incerteza<br />

sobre o que a gente tenta enquadrar como um processo<br />

técnico repleto <strong>de</strong> regras, truques, preconcepções. Tem<br />

o acaso ali.<br />

Muitas vezes o olhar do nosso eu <strong>de</strong> 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

é o que falta para trazer <strong>de</strong> volta o ímpeto e o entusiasmo<br />

da busca pela i<strong>de</strong>ia original e com potencial <strong>de</strong><br />

mudar uma situação, uma percepção e, às vezes, uma<br />

indústria inteira.<br />

“Viver na <strong>de</strong>scoberta é sempre preferível a viver<br />

cheio <strong>de</strong> suposições.”<br />

Não tem nada <strong>de</strong> errado em abraçar palavras que nos<br />

tragam orgulho ao que fazemos, como arte, craft, beleza,<br />

emoção e adicioná-las ao nosso dia a dia. E finalizo com<br />

uma última citação que espero que faça você comprar<br />

esse livro.<br />

“A obra central do artista é o seu modo <strong>de</strong> estar no<br />

mundo, não propriamente a qualida<strong>de</strong> do que produz”.<br />

Boa leitura.<br />

“Viver na<br />

<strong>de</strong>scoberta é<br />

sempre preferível<br />

a viver cheio <strong>de</strong><br />

suposições”<br />

38 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


DEPOIS QUE NOSSO<br />

CEO FICOU ENTRE OS<br />

100 LIDERES<br />

‘<br />

GLOBAIS,<br />

A GENTE PRECISOU<br />

DE ROUPINHA NOVA.<br />

Novo site<br />

onzevinteum.com.br<br />

Visite e divirta-se.<br />

Nosso CEO e CCO<br />

Gustavo Bastos<br />

está entre os lí<strong>de</strong>res<br />

criativos globais<br />

pela re<strong>de</strong><br />

internacional<br />

Creativepool, que<br />

reúne profissionais<br />

criativos <strong>de</strong> todo o<br />

mundo. Foi uma<br />

conquista <strong>de</strong> todo o<br />

time e reflete a<br />

qualida<strong>de</strong> do nosso<br />

trabalho criativo. A<br />

gente nem tinha<br />

roupa pra tanto.


Heineken e Le<br />

Pub, a gela<strong>de</strong>ira<br />

já <strong>de</strong>ixa a<br />

cerveja gelada<br />

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