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propmark.com.br ANO 59 - Nº 2960 - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> R$ 20,00<br />
Capitalismo woke empurra marcas<br />
para o centro da batalha social<br />
Pautas sociais rotuladas como ativismo woke arrastam as marcas para o núcleo do conflito cultural vivido em todo o mundo. De acordo com o relatório<br />
“E<strong>de</strong>lman Trust Barometer <strong>2023</strong> - Navegando por um mundo polarizado”, 78% dos brasileiros acreditam que o país está mais dividido que<br />
em 2022. O embate sinaliza risco <strong>de</strong> polarização severa, já i<strong>de</strong>ntificada nos Estados Unidos. O <strong>de</strong>spertar para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> grupos i<strong>de</strong>ntitários é um<br />
caminho sem volta, mas críticas acerca <strong>de</strong> exageros e cancelamentos começam a atingir esferas políticas, obrigando li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> empresas a rever<br />
o peso da agenda social em suas estratégias <strong>de</strong> marketing. Especialistas começam a indicar um possível esgotamento <strong>de</strong> narrativas. pág. 14<br />
Freepik<br />
Acordo da Shein com<br />
Forever 21 aquece varejo<br />
Mídia digital cai 21,2%<br />
no primeiro semestre<br />
IA transforma processo<br />
<strong>de</strong> criação nas agências<br />
Divulgação Freepik Divulgação<br />
Plataforma <strong>de</strong> moda chinesa vai incorporar a marca Forever<br />
21 em uma parceria que revaloriza a presença física a<br />
partir <strong>de</strong> experiências ainda inexploradas no ambiente online<br />
para a atração <strong>de</strong> clientes. pág. 21<br />
Investimento alcançou R$ 28,7 bilhões no acumulado dos<br />
primeiros seis meses <strong>de</strong> <strong>2023</strong>, queda <strong>de</strong> 21,2% em relação<br />
a período similar <strong>de</strong> 2022. Nielsen projeta expansão <strong>de</strong> 3%<br />
até o fim do ano. pág. 27<br />
Ao lado <strong>de</strong> especialistas, Marina Rockett, <strong>de</strong>signer e creative<br />
technologist da Hogarth Brasil, divi<strong>de</strong> aprendizados<br />
sobre a criação <strong>de</strong> conteúdo produzido com ferramentas<br />
<strong>de</strong> inteligência artificial (IA). pág. 24
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
Posicionamentos coerentes<br />
Quem pensa que a polarização no Brasil acabou com a eleição presi<strong>de</strong>ncial em 2022<br />
está muito enganado. De acordo com o relatório “E<strong>de</strong>lman Trust Barometer <strong>2023</strong><br />
- Navegando por um mundo polarizado”, 78% dos brasileiros acreditam que o país<br />
está mais dividido do que no ano passado. Já a média global alcançou o índice <strong>de</strong> 53%<br />
entre 32 mil pessoas entrevistadas em 28 nações.<br />
Provavelmente, todos os jovens que trabalham com publicida<strong>de</strong> já <strong>de</strong>vem ter ouvido<br />
os mais velhos dizerem que está muito mais difícil criar campanhas hoje do que no<br />
passado. Não só pela atual complexida<strong>de</strong> da mídia, mas também porque as marcas têm<br />
<strong>de</strong> tomar muito cuidado com seus posicionamentos.<br />
Do que adianta <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r igualda<strong>de</strong> racial, <strong>de</strong> gênero, respeito à orientação sexual, inclusão<br />
<strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência e etarismo, se da porta para <strong>de</strong>ntro as companhias<br />
não contratam minorias. Quando uma marca resolve abraçar uma causa, ela <strong>de</strong>ve ser<br />
genuína. Os consumidores percebem quando se trata apenas <strong>de</strong> discurso. E em tempos<br />
<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais, nem é preciso dizer que uma marca po<strong>de</strong> ser rapidamente cancelada.<br />
O equilíbrio é a principal estratégia para posicionar marca e fazer propaganda em um<br />
momento tão complexo. “Não faz muito tempo, a recomendação era abraçar a ‘neutralida<strong>de</strong>’,<br />
muitas vezes, até omitir-se. Atualmente, em cima do muro é um não-lugar. Será<br />
necessário ao negócio (re)propor seu sentido para a socieda<strong>de</strong>, lastreado no propósito<br />
e por meio <strong>de</strong> uma ligação direta entre discurso, ação e impacto concreto”, orienta a<br />
professora Erlana Castro, da Fundação Dom Cabral (FDC).<br />
Mas a complexida<strong>de</strong> do mundo atual não se resume só a uma marca posicionar-se verda<strong>de</strong>iramente.<br />
Conforme o estudo da E<strong>de</strong>lman mostra, o mundo está polarizado. E não<br />
é só a política que divi<strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong>. Questões comportamentais ou i<strong>de</strong>ológicas estão<br />
levantando muros entre conservadores e progressistas mais do que nunca.<br />
Matéria nesta edição mostra a influência que a onda do capitalismo woke está exercendo<br />
nos Estados Unidos, levando li<strong>de</strong>ranças globais a rever o peso <strong>de</strong> pautas ativistas na<br />
estratégia <strong>de</strong> marketing das marcas. Isso porque a agenda social passou a ser acusada<br />
<strong>de</strong> supostos exageros no policiamento <strong>de</strong> condutas e hipocrisia na <strong>de</strong>fesa dos direitos<br />
das minorias.<br />
“A importância <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão é inegável. Mas as pessoas começaram a ameaçar<br />
empresas <strong>de</strong> cancelamento, caso elas não tomassem atitu<strong>de</strong>s. A socieda<strong>de</strong> está<br />
farta disso, <strong>de</strong> problemas na família, no trabalho, na vizinhança”, observa José Mauro<br />
Nunes, da FGV Ebape. “Empresas existem para servir aos seus clientes e dar lucro. Se o<br />
ativismo começa a afetar diretamente a sua lucrativida<strong>de</strong>, e a alienar os consumidores,<br />
isso é um problema. E está acontecendo”, completa o especialista.<br />
Woke significa <strong>de</strong>spertar em inglês, porém, ganhou um viés pejorativo. “Woke, no português,<br />
traduz como consciente, mas num viés pejorativo. O bordão americano ‘go woke,<br />
go broke’ ilustra uma polarização instalada entre as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> consciência e lucro, o que<br />
não é nada oportuno”, relata Erlana, da FDC.<br />
Atentas à onda conservadora que cresce nos EUA, que também mira as práticas ESG,<br />
gran<strong>de</strong>s marcas começam a fazer mudanças sutis em suas estratégias. O McDonald’s,<br />
por exemplo, retirou menções à sigla da área “Propósito & Impacto” em seu site nos<br />
Estados Unidos e renomeou algumas páginas. “ESG Approach & Progress” virou “Our Approach<br />
& Progress” e “Performance & ESG Reporting” mudou para “Goal Performance &<br />
Reporting”. Apesar das alterações, a re<strong>de</strong> garante o cumprimento <strong>de</strong> prom essas sociais<br />
e ambientais.<br />
Especialistas acreditam que o respeito às pautas sociais e às diferenças não tem volta.<br />
Uma vez que as pessoas acreditam mais nas empresas do que nos governos, <strong>de</strong> fato<br />
não há espaços para retrocessos no mundo corporativo.<br />
Frase:“A gente pensa que vai vir o inevitável e vem o inesperado. Ser realista é<br />
reconhecer o emergente, o que surge <strong>de</strong> repente, e saber se adaptar a isso.” (Fernando<br />
Henrique Cardoso, em “A soma e o resto - Um olhar sobre a vida aos 80 anos”)<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br<br />
2ª<br />
3ª<br />
Clube <strong>de</strong> Criação elege diretoria<br />
para os próximos dois anos<br />
O Clube <strong>de</strong> Criação elegeu sua nova diretoria para os próximos dois anos.<br />
Com 150 votos válidos, a Chapa 2 – Chapa Coletiva conquistou a eleição.<br />
Heitor Caetano Gomes assume oficialmente o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte.<br />
Como será e o que esperar da transmissão<br />
da nova temporada da NFL no Brasil<br />
O propmark ouviu profissionais do mercado sobre as expectativas para a<br />
temporada da NFL, que começou na semana passada. Segundo os dados do<br />
Ibope Repucom, a NFL soma mais <strong>de</strong> 35 milhões <strong>de</strong> fãs <strong>de</strong>clarados no Brasil.<br />
1ª<br />
Veja os vencedores<br />
do Gerety Awards <strong>2023</strong><br />
O Gerety Awards anunciou os vencedores da edição <strong>de</strong> <strong>2023</strong> do prêmio.<br />
O único case brasileiro premiado foi “Buscapé. Back to the City of God”,<br />
da Vivo e Motorola, assinado pela VMLY&R São Paulo. A campanha levou<br />
Ouro em Entertainment Cut.<br />
4ª<br />
Seara, Heineken e KitKat foram as três marcas mais citadas nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
durante o primeiro fim <strong>de</strong> semana do The Town. O levantamento foi realizado<br />
pela WMcCann, a partir da plataforma Stilingue.<br />
5ª<br />
As marcas mais mencionadas durante<br />
o primeiro fim <strong>de</strong> semana do The Town<br />
Nielsen aponta retração nos investimentos<br />
em digital no primeiro semestre<br />
A Nielsen aponta retração <strong>de</strong> 21,2% nos investimentos em digital no<br />
primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano. Segundo o levantamento, foram investidos<br />
R$ 28,7 bilhões no período.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3
Conflito cultural<br />
provoca revisão<br />
no marketing<br />
índice<br />
Especialistas analisam um<br />
possível arrefecimento <strong>de</strong><br />
narrativas ativistas, rotuladas<br />
como capitalismo woke<br />
por supostos exageros<br />
e cancelamentos que<br />
dificultam o trabalho <strong>de</strong><br />
posicionamento das marcas.<br />
14<br />
Rawpixel/Freepik<br />
propmark<br />
propmark.com.br<br />
Jor na lis ta res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editor: Paulo Macedo<br />
Editor <strong>de</strong> fotografia: Alê Oliveira<br />
Editores-assistentes: Janaina<br />
Langsdorff e Vinícius Novaes<br />
Editor especial: Pedro Yves<br />
Repórteres: Adrieny Magalhães e<br />
Carolina Vilela<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />
Luz<br />
Diagramador Pleno: Lucas<br />
Boccatto<br />
O propmark é filiado à:<br />
Diloka Studio/Freepik<br />
Reprodução<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
Armando Ferrentini<br />
Diretor-executivo<br />
Tiago Ferrentini<br />
Drex reforça <strong>de</strong>mocratização dos<br />
meios <strong>de</strong> pagamentos no Brasil<br />
Moeda digital Drex, lançada pelo Banco Central<br />
em agosto, sinaliza rota <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização para<br />
uma jornada financeira inclusiva, com mais acesso<br />
a crédito e meios <strong>de</strong> pagamentos. pág. 22<br />
“Buscapé” é o único case brasileiro<br />
premiado no Gerety Awards<br />
VMLY&R São Paulo conquista Ouro na categoria<br />
Entertainment Cut com a campanha “Buscapé. Back<br />
to the City of God”, criada para as marcas Vivo e<br />
Motorola. pág. 30<br />
Departamento comercial<br />
Gerentes <strong>de</strong> contas:<br />
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mel@propmark.com.br<br />
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Redação<br />
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redacao@propmark.com.br<br />
As ma té rias as si na das não re pre sen tam<br />
ne ces sa ria men te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal,<br />
po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
Editorial .............................................................................3<br />
Conexões ...........................................................................6<br />
Curtas .................................................................................8<br />
Quem Fez ...........................................................................10<br />
Entrevista ..........................................................................12<br />
Mercado .............................................................................14<br />
Digital ................................................................................24<br />
Pesquisas ..........................................................................27<br />
Agências ............................................................................29<br />
Prêmios..............................................................................30<br />
Inspiração ..........................................................................31<br />
Click do Alê ........................................................................32<br />
Negócios & Sustentabilida<strong>de</strong> ...........................................33<br />
We Love MKT ......................................................................34<br />
ESG no MKT ........................................................................35<br />
Opinião...............................................................................36<br />
Supercenas ........................................................................37<br />
Última Página ....................................................................38<br />
Divulgação<br />
Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar<br />
acelera vendas <strong>de</strong><br />
marcas próprias<br />
Allan Gate, diretor <strong>de</strong> marcas<br />
exclusivas do Grupo Pão <strong>de</strong><br />
Açúcar (GPA), resgata a trajetória<br />
<strong>de</strong> crescimento das marcas<br />
próprias, que começaram a<br />
aparecer nas prateleiras dos<br />
supermercados da re<strong>de</strong> nos anos<br />
<strong>de</strong> 1970. O executivo aponta<br />
expansão no consumo <strong>de</strong>sse tipo<br />
<strong>de</strong> produto que, em geral, é 30%<br />
mais barato, e que já representa<br />
21% das vendas da varejista.<br />
pág.12<br />
4 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
conexões<br />
última hora<br />
GAME<br />
Samsung Ads, braço <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> da Samsung Electronics, lança formato no Brasil e<br />
amplia seu portfólio <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em CTV (Connected TV), na foto acima. O projeto oferece<br />
às marcas mais uma oportunida<strong>de</strong> com formato especial na sua plataforma <strong>de</strong> jogos, o<br />
Samsung Gaming Hub, recentemente lançada. De acordo com comunicado distribuído pela<br />
gigante sul-coreana, os conteúdos publicitários serão entregues “para as pessoas certas, no<br />
momento certo e <strong>de</strong> forma não intrusiva – no ambiente <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong>sse conteúdo”. Para<br />
91% da base gamer das Smart TVs Samsung do Brasil, como acrescenta o comunicado, “os<br />
conteúdos Avod, ou seja, os que permitem a veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, são a preferência<br />
na hora <strong>de</strong> consumir streaming, o que certifica que o gamer é um consumidor que aceita,<br />
valoriza e busca conteúdos ofertados com publicida<strong>de</strong>”.<br />
CENPHUB<br />
O CenpHub Recife será realizado nesta terça-feira (12) no Cais do Sertão, com apoio master da<br />
Globo, Record TV, Samsung Ads e SBT. Além <strong>de</strong> Adobe e Kallas Mídia OOH, e parceria <strong>de</strong> mídia<br />
da CBN Recife e propmark.<br />
LinkedIn:<br />
Post: Africa Creative apresenta novo<br />
VP <strong>de</strong> mídia<br />
Parabéns, Pedro! Muito sucesso. Ótimo<br />
movimento, Africa!<br />
Mauro Cavalletti<br />
Pedro Eustachio é a perfeita união <strong>de</strong><br />
caráter com profissionalismo, equilíbrio<br />
e inteligência. É fera, é exemplo, é inspiração,<br />
transpiração.<br />
Wilton Rodrigues dos Santos<br />
Sucesso, Pedrão!<br />
Rodolpho Aguiar Eufrosino<br />
Sucesso!<br />
Renato Resston<br />
dorinho<br />
Boa sorte, Pedro!<br />
Luciana Valério<br />
Sucesso, Pedro! Bjus!<br />
Yara Scoppetta D Apparicio<br />
Parabéns! Sucesso!<br />
Abração.<br />
Edvan Andra<strong>de</strong><br />
Todo sucesso em mais esta, Pedro!<br />
Lucas Rocha<br />
Parabéns e sucesso, Pedro Eustachio!<br />
Rodolfo Marzochi Campitelli<br />
Monstro! Toda sorte pra você nessa nova<br />
etapa da jornada, Pedro!<br />
Eduardo Ferreira<br />
REESTRUTURAÇÃO<br />
A MRM Brasil está anunciando a<br />
contratação <strong>de</strong> Douglas Kozonoe, o Dogura,<br />
para o cargo <strong>de</strong> chief creative officer,<br />
a partir <strong>de</strong>ste mês <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>. A sua<br />
chegada, como esclarece a agência do IPG,<br />
“conclui o processo <strong>de</strong> reestruturação na<br />
li<strong>de</strong>rança da agência, que também incluiu<br />
a chegada <strong>de</strong> Marcia Aguirre, como chief<br />
strategy officer, e a promoção <strong>de</strong> Rogério<br />
Gonçalves, como chief data officer”.<br />
OUTDOOR<br />
A Central <strong>de</strong> Outdoor realiza a 17ª edição<br />
<strong>de</strong> seu workshop sob o tema “Insights<br />
valiosos”. O evento ocorre das 9h às<br />
18h30, no Teatro Renaissance, no dia 21 <strong>de</strong><br />
<strong>setembro</strong>. Segundo o Cenp Meios, o canal<br />
cresceu 8,6% em 2022.<br />
FIAP<br />
A 52ª edição do Festival Ibero Americano<br />
<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> já iniciou o julgamento<br />
<strong>de</strong> peças inscritas. O Brasil conta com a<br />
participação da AlmapBBDO, BETC Havas,<br />
Galeria.ag, WMcCann, Le Pub Publicis, The<br />
Cyranos, D’OM Soluções Improváveis, Giusti<br />
Creative PR, LLYC, REF+ e KTBO, além dos<br />
grupos End To End, Globant, HUB Brasil e<br />
Prósper; da Alice Filmes, Record TV, Samy<br />
Aliance e Miami Ad School. O festival terá<br />
sua cerimônia <strong>de</strong> premiação online no<br />
dia 5 <strong>de</strong> outubro, a partir <strong>de</strong> Miami, e uma<br />
entrega presencial <strong>de</strong> troféus na Cida<strong>de</strong> do<br />
México, no dia 1º <strong>de</strong> novembro, durante o<br />
evento Advertising Week Latam. O festival<br />
tem a coor<strong>de</strong>nação do CEO Daniel Marcet<br />
e colaboração da Produ., agência <strong>de</strong><br />
conteúdo para a América Latina.<br />
6 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Caras sempre foi uma<br />
referência. Agora,<br />
mais do que nunca.<br />
Referência, a nova gráfica <strong>de</strong> Caras, garantia <strong>de</strong> boa<br />
impressão pra quem anuncia e pra quem lê.<br />
referencia-ge.com.br
curtas<br />
Divulgação<br />
Re<strong>de</strong>TV! Tem PRimeiRoS PaTRociNadoReS<br />
da TemPoRada <strong>2023</strong>/2024 da NFL<br />
A transmissão da liga NFL (futebol americano) começou neste domingo (10), às 14h, na<br />
Re<strong>de</strong>TV!, com patrocínio <strong>de</strong> Aiwa, Mycon, Pizza Hut e KFC. A emissora está no mercado trabalhando<br />
para atrair novos cotistas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. A parceria comercial multiplataforma<br />
inclui inserções na televisão aberta e no aplicativo Re<strong>de</strong>TV! Go. Além das transmissões<br />
ao vivo, os anunciantes estarão presentes na cobertura <strong>de</strong>dicada ao torneio ao longo <strong>de</strong><br />
toda a programação, incluindo o NFL Show, formato semanal no prime time que traz<br />
o balanço completo e os <strong>de</strong>staques da competição. As ativações, <strong>de</strong> acordo com comunidado,<br />
contemplam ainda os jogos dos playoffs e a gran<strong>de</strong> final da competição, o<br />
Super Bowl, no dia <strong>11</strong> <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2024, no estádio dos Rai<strong>de</strong>rs, em Las Vegas (EUA).<br />
A primeira transmissão envolve as equipes do Jacksonville Jaguars e Indianapolis Colt.<br />
Com narração <strong>de</strong> Marcelo do Ó e Napoleão <strong>de</strong> Almeida, e comentários <strong>de</strong> Gabriel Golim<br />
e Pathy dos Reis, o canal exibirá um jogo por semana da temporada regular. A partir<br />
<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2024, durante a fase dos playoffs do campeonato, a emissora passará a<br />
transmitir dois jogos, ao vivo, por fim <strong>de</strong> semana.<br />
Ogilvy se inspira nO universO gamer<br />
Campanha “Vamos vencer essa fase”, da Ogilvy para o Graacc: tratamento contra o câncer<br />
Uma das principais referências no tratamento <strong>de</strong> crianças e adolescentes com câncer, o Hospital<br />
do Graacc lança, em parceria com a agência Ogilvy Brasil, a campanha “Vamos vencer essa<br />
fase”, que tem como mensagem principal <strong>de</strong>stacar o papel da instituição hospitalar na cura<br />
da doença. As peças mostram o cuidado humanizado e a tecnologia <strong>de</strong> ponta presentes no<br />
Hospital do Graacc, que alcança, em média, 72% <strong>de</strong> chances <strong>de</strong> cura dos seus pacientes. A protagonista<br />
do filme, Sarah Matias Muniz, 14 anos, acabou <strong>de</strong> terminar seu tratamento oncológico e<br />
compartilha a experiência real <strong>de</strong> quem passou <strong>de</strong>ssa fase. Médicos, enfermeiras, voluntários,<br />
familiares e pacientes também participam.<br />
Divulgação<br />
pedrO eusTaChiO é O nOvO vp <strong>de</strong> mídia da afriCa<br />
Ex-Meta, o publicitário Pedro<br />
Eustachio está <strong>de</strong> volta à Africa<br />
Creative, assumindo o cargo <strong>de</strong><br />
VP <strong>de</strong> mídia da agência. Agora,<br />
ele terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar<br />
com uma ampla cartela <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s clientes. “Estou muito<br />
feliz com meu retorno para a<br />
agência. Sempre mantive minha<br />
admiração pela Africa e sua<br />
cultura <strong>de</strong> realização. O principal<br />
objetivo com o meu retorno é<br />
aproximar a mídia da criação<br />
para potencializar os negócios<br />
<strong>de</strong> nossos clientes”, afirma o<br />
executivo. Eustachio começou<br />
sua carreira na Euro, e foi para<br />
a Africa pela primeira vez em<br />
2010 para o atendimento da Vale<br />
e participando <strong>de</strong> campanhas<br />
como os lançamentos da cerveja<br />
Budweiser e da marca Heinz no<br />
mercado brasileiro.<br />
Pedro Eustachio está <strong>de</strong> volta à Africa Creative, agora para<br />
comandar a divisão <strong>de</strong> mídia da agência<br />
Divulgação<br />
Clear esCala riCharlisOn em Campanha piCpay <strong>de</strong>safia COmunida<strong>de</strong> dO TikTOk eagle Chega aOs 3 anOs COm mais ClienTes<br />
Marca da Unilever usa o “Pombo pistola” do jogador em ação<br />
O jogador Richarlison está <strong>de</strong> volta como protagonista da<br />
publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Clear. A nova campanha da marca da Unilever,<br />
com criação da Tech and Soul, traz a mensagem “É Clear<br />
na cabeça, my friend” e explora o lado “Pombo pistola” do<br />
jogador. A ação é composta por sete filmes curtos, <strong>de</strong> 15 segundos<br />
cada – e versões reduzidas <strong>de</strong> 6 segundos –, que serão<br />
veiculados em meios digitais. As peças mostram Richarlison<br />
em diversas situações da vida, incluindo momentos em que<br />
ele fica <strong>de</strong> cabeça quente, e acaba se transformando no<br />
“Pombo pistola”. E <strong>de</strong>sse jeito, o jogador não performa bem,<br />
errando chutes, per<strong>de</strong>ndo uma partida no vi<strong>de</strong>ogame ou com<br />
dificulda<strong>de</strong>s para estudar – entre outras questões que tiram a<br />
sua confiança para encarar os <strong>de</strong>safios do dia a dia.<br />
Divulgação<br />
Bran<strong>de</strong>d mission no TikTok, da Publicis, ativa PicPay<br />
Após divulgação da campanha “Sua vida com mais pique”,<br />
PicPay lança projeto bran<strong>de</strong>d mission no TikTok e já<br />
alcançou mais <strong>de</strong> 56 milhões <strong>de</strong> visualizações em apenas<br />
uma semana. Em ví<strong>de</strong>o estrelado por Sheron Menezzes, a<br />
ação <strong>de</strong>safia as pessoas a mostrarem como o PicPay dá<br />
mais pique para o dia a dia <strong>de</strong>las, <strong>de</strong>monstrando situações<br />
<strong>de</strong> uso dos produtos e vantagens do app, como o melhor<br />
rendimento automático do Brasil, parcelamento <strong>de</strong> contas,<br />
PicPay Card com limite garantido, cashback no PicPay Shop,<br />
além <strong>de</strong> um ecossistema financeiro completo. O challenge<br />
já acumula quase mil ví<strong>de</strong>os publicados na plataforma. O<br />
número é acima da média <strong>de</strong> 693 ví<strong>de</strong>os registrados em<br />
ações semelhantes.<br />
Divulgação<br />
A Eagle anunciou<br />
crescimento <strong>de</strong> 41%<br />
no número <strong>de</strong> clientes<br />
nos últimos 12<br />
meses. “Tivemos um<br />
cenário econômico<br />
mais <strong>de</strong>licado no<br />
primeiro semestre,<br />
mesmo assim, mantivemos<br />
a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> projetos<br />
trabalhados, ainda<br />
que com perfis<br />
mais operacionais e<br />
menos estratégicos,<br />
o que <strong>de</strong>ve mudar<br />
para esta nova<br />
etapa do ano”, afirma<br />
a CEO da Eagle,<br />
Nascida na pan<strong>de</strong>mia, a Eagle, da CEO<br />
Brenda Maia, celebra seus três anos<br />
Brenda Maia, lembrando que a agência <strong>de</strong> live marketing<br />
está completando três anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. “Nascemos<br />
em 2020, no meio <strong>de</strong> uma pan<strong>de</strong>mia, todos online, com<br />
apenas quatro clientes e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> unir profissionais<br />
que pu<strong>de</strong>ssem criar e operacionalizar soluções”, diz ela.<br />
Atualmente, a Eagle aten<strong>de</strong> marcas como Livelo, Getnet,<br />
Embratel, Pe<strong>de</strong> Pronto, Creditas e Qualicorp.<br />
Divulgação<br />
8 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
"ALEXA, VOCÊ<br />
ACHA OUE<br />
ESSA CAMPANHA<br />
GANHA PRÊMIO?"<br />
Você e a máquina, quem manda em quem afinal?<br />
Prêmio Colunistas.<br />
Há 55 anos valorizando<br />
a inteligência humana.<br />
As ferramentas estão<br />
aí. Cada dia mais<br />
inteligentes. Mas só<br />
o seu toque e a sua<br />
criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<br />
transformar um<br />
simples trabalho<br />
mecânico em<br />
um resultado<br />
absolutamente<br />
genial. Inscreva suas<br />
melhores peças e<br />
mostre que é você<br />
que faz a diferença.<br />
colunistas.com.br
quem fez<br />
Paulo Macedo<br />
paulo@propmark.com.br<br />
Publicis<br />
sanofi<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: “Targifor - Hoje sim”<br />
CCO: Mauro Ramalho<br />
ECD: fábio astolpho<br />
Criação e conteúdo: alexandre freire, an<strong>de</strong>rson Dias, andressa Codatto,<br />
Pedro Espilotro e Jessica severo<br />
Produtora: surreal Hotel arts<br />
Diretor: Carlão Busato<br />
Aprovação: Marília Zanoli<br />
Em nova campanha, Targifor reforça que com imunida<strong>de</strong> o consumidor está<br />
pronto para enfrentar a rotina do dia a dia. Comunicação traz o meme “Hoje<br />
não? Hoje sim!”, do narrador esportivo Cleber Machado, amplamente conhecido<br />
<strong>de</strong>vido a um episódio <strong>de</strong> narração da Fórmula 1. “A campanha ilustra a<br />
importância <strong>de</strong> estar com o sistema imune fortalecido”, diz Marília Zanofi.<br />
OGilVY<br />
LERoy MERLin<br />
Título: “aniversário <strong>de</strong> 25 anos”<br />
CCO: sergio Mugnaini<br />
Diretor <strong>de</strong> criação: Danilo Dualiby<br />
Produtora: sweet filmes<br />
Diretor <strong>de</strong> cena: Gabriel Manso<br />
Aprovação: Maria Tereza Zequin (MT) e sueli Loiola<br />
Montano<br />
Ação celebra a presença da marca na casa dos brasileiros<br />
com uma gran<strong>de</strong> festa <strong>de</strong> aniversário e diversas ofertas<br />
em torno da data. O projeto seguiu o conceito “Tá em festa,<br />
tá em casa”. “Esperamos que todos os clientes possam<br />
comemorar conosco”, resume Maria Tereza Farias Zequim,<br />
diretora <strong>de</strong> marca e comunicação.<br />
al<strong>de</strong>iah<br />
BRaDEsCo<br />
Títulos: “Restaurante”, “Hotel” e “sala ViP”<br />
Produtora: o2 filmes<br />
Diretor: fred Luz<br />
Diretor <strong>de</strong> fotografia: Juliano Lopes<br />
Som: audio Raw audio<br />
Aprovação: nathália Garcia, José Maurício Lilla<br />
e Cristina Pereira<br />
Bra<strong>de</strong>sco lançou na semana passada campanha que<br />
<strong>de</strong>staca benefícios dos seus cartões <strong>de</strong> crédito para<br />
o público <strong>de</strong> alta renda. A produção traça paralelo<br />
entre experiências aspiracionais <strong>de</strong>sse perfil e como<br />
os cartões contribuem para realizá-las: autonomia<br />
digital no pagamento, pelo celular, smartwatch<br />
e por tecnologia NFC – aproximação do cartão físico.<br />
10 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Estratégia e criativida<strong>de</strong> além da inteligência artificial.<br />
Garanta já a sua vaga em um dos maiores eventos <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do País!<br />
Será realizado na ESPM e na Belas Artes, com 4 auditórios simultâneos,<br />
oficinas, mentorias e mais <strong>de</strong> 40 profissionais do mercado!<br />
Setembro<br />
ESPM<br />
Belas Artes<br />
São Paulo<br />
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www.appbrasil.org.br<br />
Apoio:<br />
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Partner:<br />
Realização:<br />
IBOPE MEDIA
entrevista<br />
AllAn GAte<br />
diretor <strong>de</strong> marcas exclusivas do GPA<br />
“As marcas próprias<br />
são imprescindíveis”<br />
Principal evento da América Latina totalmente<br />
<strong>de</strong>dicado ao private label (marcas<br />
próprias), o PL Connection será realizado<br />
entre os dias19 e 21 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>, no Expo<br />
Center Norte, em São Paulo. A feira é uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> difundir o crescimento do<br />
mercado <strong>de</strong> marca própria no Brasil, on<strong>de</strong>,<br />
segundo dados divulgados pela NielsenIQ,<br />
um terço dos lares brasileiros já opta por<br />
esse tipo <strong>de</strong> produto. No Brasil, o Grupo<br />
Pão <strong>de</strong> Açúcar (GPA) é pioneiro no lançamento<br />
<strong>de</strong> marcas próprias, que começaram<br />
a aparecer nas prateleiras dos supermercados<br />
da re<strong>de</strong> já nos anos <strong>de</strong> 1970. “A gran<strong>de</strong><br />
vantagem para o consumidor ao optar por<br />
marcas próprias é o preço, em geral 30%<br />
mais baratos”, garante Allan Gate, diretor <strong>de</strong><br />
marcas exclusivas do GPA. Na entrevista a<br />
seguir, ele conta a história das marcas próprias<br />
do GPA e fala da estratégia futura da<br />
re<strong>de</strong> nesse segmento.<br />
Divulgação<br />
Pedro Yves<br />
Há quanto tempo o GPA trabalha com marcas próprias, como surgiu<br />
essa estratégia?<br />
Fomos pioneiros na criação <strong>de</strong> marcas próprias e estamos nesse ramo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década<br />
<strong>de</strong> 1970. Nossa estratégia surgiu da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a<br />
preços mais competitivos e também para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>mandas específicas dos nossos<br />
consumidores. Nossas marcas passam por processos rigorosos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, semelhantes<br />
aos realizados nas gran<strong>de</strong>s indústrias alimentícias. O GPA conta com uma área<br />
<strong>de</strong>dicada a garantir esses processos e faz testes periódicos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Os produtos<br />
<strong>de</strong> marcas próprias das re<strong>de</strong>s Pão <strong>de</strong> Açúcar e Extra são posicionados para custarem até<br />
30% menos na comparação com as marcas lí<strong>de</strong>res.<br />
Quais são os <strong>de</strong>safios do negócio?<br />
É nosso trabalho diário mostrar ao consumidor a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos produtos <strong>de</strong><br />
marca própria. O principal <strong>de</strong>safio para que o cliente faça a primeira compra <strong>de</strong> produtos<br />
<strong>de</strong> marcas exclusivas é o conhecimento e a construção da confiança. Existe,<br />
ainda, uma dúvida por parte do consumidor que, pelo fato dos itens serem mais baratos,<br />
a qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser inferior à das marcas lí<strong>de</strong>res. E, na verda<strong>de</strong>, temos um<br />
nível <strong>de</strong> exigência altíssimo para liberarmos um item para venda, com projetos que<br />
levam até dois anos para chegarmos ao produto final, para termos certeza da qualida<strong>de</strong><br />
que queremos oferecer aos nossos clientes. Trabalhamos com consistência<br />
“É nosso trabalho diário mostrar ao<br />
consumidor a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos<br />
produtos <strong>de</strong> marca própria. O principal<br />
<strong>de</strong>safio para que o cliente faça<br />
a primeira compra <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />
marcas exclusivas é o conhecimento”<br />
12 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
para entregar qualida<strong>de</strong> com preço competitivo em<br />
todas as nossas marcas.<br />
Quais as marcas e os produtos disponíveis<br />
através <strong>de</strong>las?<br />
Qualitá: foi criada em 2008 e reúne itens para o dia a dia,<br />
abrangendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> alimentos (mercearia e perecíveis),<br />
produtos <strong>de</strong> limpeza, bebê e pet, entre outros. Atualmente,<br />
a marca tem um portfólio <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2.000 produtos;<br />
Taeq: foi lançada em 2006 e apresenta itens com foco<br />
em alimentação saudável, com <strong>de</strong>staque para produtos<br />
orgânicos. É a maior linha <strong>de</strong> saudáveis do país, com<br />
mais <strong>de</strong> 400 itens; Casino: itens importados <strong>de</strong> produtos<br />
gourmets diferenciados. Temos mais <strong>de</strong> 100 produtos;<br />
Club <strong>de</strong>s Sommeliers: marca <strong>de</strong> vinhos, com mais <strong>de</strong> 90<br />
rótulos <strong>de</strong> diversas nacionalida<strong>de</strong>s selecionados.<br />
Qual a estratégia para o crescimento da<br />
participação <strong>de</strong> vendas das marcas?<br />
Para ampliar a participação das vendas <strong>de</strong> nossas marcas<br />
próprias em um cenário on<strong>de</strong> os consumidores<br />
<strong>de</strong>monstram crescente exigência e disposição para<br />
experimentar novos produtos, <strong>de</strong>senvolvemos uma estratégia<br />
abrangente, centrada no crescimento e também<br />
na fi<strong>de</strong>lização que só as marcas próprias po<strong>de</strong>m<br />
trazer. Até o fim do ano, lançaremos cerca <strong>de</strong> 250 produtos<br />
com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> vendas e em categorias<br />
que ainda não estamos presentes, além <strong>de</strong> fortalecer<br />
nossa marca Qualitá, que tem a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
itens e também <strong>de</strong> categorias, oferecendo opções<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> limpeza até alimentos. Isso nos permite abordar<br />
nichos <strong>de</strong> mercado inexplorados e capturar novos segmentos<br />
<strong>de</strong> clientes. Levando em consi<strong>de</strong>ração que as<br />
marcas próprias do GPA representam 21% das nossas<br />
vendas, estamos concentrando esforços em aprimorar<br />
nossa presença e reputação. No primeiro trimestre, já<br />
registramos um crescimento <strong>de</strong> 15% nas vendas das<br />
nossas marcas. Nossa meta é não apenas continuar<br />
essa tendência ascen<strong>de</strong>nte, mas também aumentar<br />
a visibilida<strong>de</strong> das marcas próprias nos nossos pontos<br />
<strong>de</strong> venda (PDV). Atualmente, a marca Qualitá, um dos<br />
nossos carros-chefes, que já representa 90% das vendas<br />
<strong>de</strong> marca própria no Pão <strong>de</strong> Açúcar, está em fase<br />
<strong>de</strong> reformulação. Estamos focados em uma avaliação<br />
completa dos produtos que envolve a análise/reformulação<br />
<strong>de</strong> itens, on<strong>de</strong> são avaliados fatores como<br />
recorrência, composição e concorrência para elevar<br />
ainda mais os padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Em um segundo<br />
momento, também relançaremos a marca com uma<br />
embalagem mais mo<strong>de</strong>rna e atualizada, diante <strong>de</strong> um<br />
público mais jovem e conectado, que conversa mais<br />
com nosso consumidor final.<br />
“Até o fim do ano, lançaremos cerca <strong>de</strong> 250 produtos<br />
com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> vendas e em categorias<br />
que ainda não estamos presentes”<br />
companhia, que é a rentabilida<strong>de</strong>. Ao terem o primeiro<br />
contato positivo com a marca, os consumidores são estimulados<br />
a recomprar e fazer a compra <strong>de</strong> novos itens<br />
<strong>de</strong> diferentes categorias para avaliar qualida<strong>de</strong>, sabor<br />
etc. Isso quer dizer que, quando o cliente adquire um<br />
produto que gosta, isso o faz retornar às nossas lojas e<br />
plataformas online on<strong>de</strong> nossas re<strong>de</strong>s estão presentes,<br />
porque sabe que somente encontrará lá essas marcas<br />
específicas. A fi<strong>de</strong>lização ocorre uma vez que o cliente,<br />
ao provar o produto, enten<strong>de</strong> que não há mais nenhuma<br />
vantagem em pagar mais, pois a qualida<strong>de</strong> do produto<br />
é equivalente. Continuar surpreen<strong>de</strong>ndo o consumidor<br />
com produtos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> a preços bem competitivos,<br />
buscando estar presente em 100% das categorias<br />
<strong>de</strong> alta penetração, é nosso objetivo.<br />
O que é “o processo <strong>de</strong> turnaround do GPA”?<br />
Há pouco mais <strong>de</strong> um ano, com a chegada do novo CEO<br />
do GPA, Marcelo Pimentel, <strong>de</strong>finimos seis pilares (Top<br />
Line, NPS, Expansão, Digital, ESG & Cultura e Rentabilida<strong>de</strong>)<br />
e projetos estratégicos para guiar nosso trabalho<br />
na busca por um negócio mais sustentável e rentável.<br />
O objetivo principal é recuperar nossa posição como<br />
referência no segmento <strong>de</strong> supermercados premium<br />
com a marca Pão <strong>de</strong> Açúcar, fortalecer a marca Extra e<br />
consolidar nossa li<strong>de</strong>rança no e-commerce alimentar. As<br />
marcas exclusivas estão <strong>de</strong>ntro do pilar estratégico <strong>de</strong><br />
Top Line, que visa a aumentar a recorrência <strong>de</strong> compra,<br />
fator essencial para o crescimento do fluxo dos clientes<br />
e consequente avanço nas vendas, e também fi<strong>de</strong>lização<br />
do consumidor.<br />
Qual o perfil do consumidor <strong>de</strong>ssas marcas?<br />
O que o atrai, o preço mais baixo? Se<br />
70%, segundo a Nielsen, confiam neles, por<br />
que só 40% consomem?<br />
São consumidores pertencentes às classes A/B, mas que<br />
optam por adquirir produtos com a mesma qualida<strong>de</strong> da<br />
marca lí<strong>de</strong>r, com preços mais competitivos. Outro dado<br />
interessante é a frequência <strong>de</strong> quem adquire o produto<br />
em relação a quem não consome: é 2,5 vezes maior,<br />
e seu ticket médio é 60% superior. De 80% <strong>de</strong> nossos<br />
consumidores que compram marcas exclusivas, 60%<br />
levam produtos Qualitá. As marcas próprias são imprescindíveis,<br />
uma vez que atuam na fi<strong>de</strong>lização do cliente<br />
e ajudam em um pilar estratégico importante para a<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 13
mercado<br />
Embate cultural coloca estratégia <strong>de</strong><br />
marketing das empresas na berlinda<br />
Causas sociais rotuladas como capitalismo woke reforçam a polarização<br />
da socieda<strong>de</strong>, dificultando o trabalho <strong>de</strong> posicionamento das marcas<br />
Way Home Studio/Freepik<br />
Polarização segue empurrando as pessoas para lados opostos, enquanto as marcas tentam <strong>de</strong>cifrar movimentos para aten<strong>de</strong>r às cobranças sem riscos <strong>de</strong> cancelamentos<br />
Janaina Langsdorff<br />
Li<strong>de</strong>ranças globais começam a rever o peso <strong>de</strong><br />
pautas ativistas na estratégia <strong>de</strong> marketing das<br />
marcas. Discriminação racial, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gênero, respeito à orientação sexual, quebra <strong>de</strong> estereótipos,<br />
inclusão <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência e etarismo<br />
tomaram a mídia e os festivais <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
nos últimos <strong>de</strong>z anos. Amplificadas por smartphones<br />
e re<strong>de</strong>s sociais, as mensagens ajudaram a conscientizar<br />
as pessoas sobre a cara nefasta <strong>de</strong> qualquer tipo<br />
<strong>de</strong> preconceito.<br />
A onda progressista lavou a socieda<strong>de</strong>. Assim, vieram<br />
a Lei <strong>de</strong> Cotas, em 2012; a Lei Maria da Penha, em 2006; e<br />
o primeiro beijo gay em uma novela, “Amor à vida”, da TV<br />
Globo, em 2013. “Parecia que o conservadorismo estava<br />
acuado. As pessoas que se incomodavam com estas conquistas<br />
<strong>de</strong> direitos dos oprimidos aguentaram caladas”,<br />
comenta Tiago Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, coor<strong>de</strong>nador do curso<br />
<strong>de</strong> ciências do consumo da ESPM.<br />
Mas a agenda social passou a ser acusada <strong>de</strong> supostos<br />
exageros no policiamento <strong>de</strong> condutas e hipocrisia<br />
na <strong>de</strong>fesa dos direitos das minorias, críticas infladas<br />
pela ascensão do pensamento conservador. “A importância<br />
<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão é inegável. Mas as pessoas<br />
começaram a ameaçar empresas <strong>de</strong> cancelamento,<br />
caso elas não tomassem atitu<strong>de</strong>s. A socieda<strong>de</strong> está farta<br />
disso, <strong>de</strong> problemas na família, no trabalho, na vizinhança”,<br />
repara José Mauro Nunes, da FGV Ebape.<br />
A consequência recai sobre possíveis abalos na receita<br />
das empresas, pois a articulação <strong>de</strong> boicotes po<strong>de</strong><br />
encolher vendas, enquanto governos contrários ao<br />
wokeísmo cogitam podar subsídios fiscais. “Empresas<br />
existem para servir aos seus clientes e dar lucro. Se o ativismo<br />
começa a afetar diretamente a sua lucrativida<strong>de</strong>,<br />
e a alienar os consumidores, isso é um problema. E está<br />
acontecendo”, avisa Nunes.<br />
Andra<strong>de</strong> reforça a avaliação <strong>de</strong> Nunes. “O cancelamento<br />
produz um linchamento público, ultrapassando a<br />
esfera virtual, em que a pessoa sofre violências, per<strong>de</strong><br />
“Quando há exagero, há<br />
baixo engajamento e<br />
banalização da luta”<br />
emprego e tem a sua reputação manchada, muitas vezes,<br />
<strong>de</strong> forma injusta. Quando há exagero, há baixo engajamento<br />
e banalização da luta”, complementa.<br />
Autorida<strong>de</strong>s políticas contrárias ao capitalismo woke<br />
sinalizam a queda <strong>de</strong> braço cultural. “Se para algumas<br />
pessoas ser woke é ter consciência social e racial, questionando<br />
paradigmas e normas opressoras historicamente<br />
impostas pela socieda<strong>de</strong>, para outros o termo<br />
<strong>de</strong>screve hipócritas que acreditam que são moralmente<br />
superiores e querem impor as suas i<strong>de</strong>ias progressistas<br />
sobre os <strong>de</strong>mais”, diferencia Mariana Munis, professora<br />
14 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Mariana Munis, do Mackenzie: pluralida<strong>de</strong> gera lucro Eduardo Santos, da ihouse/Oliver: sem retrocesso Jaque David, da Monkey Land: narrativa e prática<br />
<strong>de</strong> marketing e comportamento do consumidor da Universida<strong>de</strong><br />
Presbiteriana Mackenzie Campinas (SP).<br />
“Ninguém precisa mais<br />
comprar algo on<strong>de</strong> não<br />
se sinta representado”<br />
O <strong>de</strong>spertar<br />
Palavra <strong>de</strong> origem inglesa que significa “<strong>de</strong>spertei”, o<br />
termo woke po<strong>de</strong> ter sido cunhado pelo escritor William<br />
Melvin Kelley no afã do alerta aventado pela comunida<strong>de</strong><br />
afro-americana para a injustiça racial. “If you’re woke,<br />
you dig it” (“Se está acordado, enten<strong>de</strong>rá”, em tradução<br />
livre) foi o título do artigo que ele redigiu no ano <strong>de</strong> 1962<br />
para o jornal The New York Times. Em 2013, a expressão<br />
alçou status <strong>de</strong> slogan do “Black lives matter”, protesto<br />
contra a violência policial nos Estados Unidos.<br />
“Após junho <strong>de</strong> 2013, quando uma onda <strong>de</strong> insatisfações<br />
das mais diversas or<strong>de</strong>ns tomou as ruas, conservadores<br />
ganharam força por meio <strong>de</strong> um discurso<br />
<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e segurança”, observa Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />
O reflexo veio nas urnas. Em 2018, candidatos conservadores<br />
ganharam as eleições. Era o prenúncio <strong>de</strong> um<br />
mundo multipolarizado. “Rótulos e posicionamentos<br />
foram extremados. A tolerância quase <strong>de</strong>sapareceu. Pelos<br />
conservadores, o capitalismo woke se transformou<br />
em uma estratégia <strong>de</strong> mercado nichada para os inimigos”,<br />
explica Andra<strong>de</strong>.<br />
Marcas que ganharam a<strong>de</strong>ptos a partir da luta por<br />
direitos começaram a ser boicotadas, mesmo processo<br />
vivido pelas organizações que se aproximam do conservadorismo.<br />
“Passa a ser necessário fazer estudos para<br />
saber <strong>de</strong> que lado vale a pena estar. São novos nichos<br />
que nascem pelo posicionamento social e político”, indica<br />
Andra<strong>de</strong>. Profissionais sensíveis aos rumos da socieda<strong>de</strong><br />
e consciência crítica também ajudam a balizar<br />
posturas que <strong>de</strong>mandam cuidado e sensibilida<strong>de</strong> frente<br />
a um fenômeno relativamente novo no comportamento.<br />
“Existe muita reclamação sobre o exagero <strong>de</strong> lacração,<br />
termo pejorativo para cultura woke. Há uma percepção<br />
no ar sobre um cansaço, mas só as pesquisas po<strong>de</strong>m<br />
confirmar”, sugere o especialista da ESPM.<br />
A mudança é estudada pelo sociólogo Musa al-Gharbi,<br />
da Universida<strong>de</strong> Columbia, em Nova York (EUA), no livro<br />
“We have never been woke: Social justice discourse, inequality<br />
and the rise of a new elite” (“Nunca fomos woke:<br />
discurso <strong>de</strong> justiça social, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e ascensão <strong>de</strong><br />
uma nova elite”, em tradução livre).<br />
Prestes a ser lançada, “a obra reúne o trabalho que<br />
construí nos últimos seis anos explicando o crescimento<br />
<strong>de</strong> Trump, o ‘gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar’ e o avanço da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />
social. O livro <strong>de</strong>stacará a forma como os capitalistas<br />
transformaram o discurso <strong>de</strong> justiça social em arma, à<br />
custa daqueles que, na verda<strong>de</strong>, são marginalizados”,<br />
escreve Musa al-Gharbi, apontando para um iminente<br />
esgotamento da narrativa woke, rótulo colado em posturas<br />
consi<strong>de</strong>radas “politicamente corretas”, e agora<br />
passíveis <strong>de</strong> gerar prejuízo.<br />
pesa<strong>de</strong>lO<br />
Conservadores li<strong>de</strong>rados por Ron DeSantis, governador<br />
da Flórida (EUA), aprovaram em 2022 um projeto<br />
<strong>de</strong> lei que retirou a jurisdição especial da The Walt<br />
Disney Company para operar o parque Walt Disney<br />
World Resort como sua cida<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>cisão ocorreu <strong>de</strong>-<br />
Tiago Andra<strong>de</strong>, da ESPM: percepção <strong>de</strong> cansaço no ar Erlana Castro, da FDC: não dá para ser meio-termo José Mauro Nunes, da FGV Ebape: socieda<strong>de</strong> farta<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 15
mercado<br />
pois que a Disney se posicionou contra a proibição<br />
<strong>de</strong> aulas sobre orientação sexual nas escolas primárias<br />
da Flórida, um dos estados mais conservadores<br />
dos Estados Unidos. A lei “Parental rights in education”<br />
ficou conhecida como “Não diga gay”. O impacto<br />
é incerto, mas po<strong>de</strong>ria elevar os impostos pagos<br />
pela Disney, que tenta apaziguar os ânimos. “É um<br />
contrabalanceamento”, consi<strong>de</strong>ra Nunes, da FGV Ebape.<br />
DeSantis disputa com Donald Trump a vaga <strong>de</strong><br />
candidato republicano ao pleito dos Estados Unidos<br />
no próximo ano.<br />
“A eleição presi<strong>de</strong>ncial norte-americana <strong>de</strong> 2024<br />
promete cavalgar nessa polarização, inflamando a rixa<br />
entre republicanos e <strong>de</strong>mocratas. Isso <strong>de</strong>ve contaminar<br />
bastante a socieda<strong>de</strong> e o ambiente <strong>de</strong> negócios,<br />
justo no momento <strong>de</strong> aceleração e consolidação da<br />
pauta ESG”, prevê Erlana Castro, professora convidada<br />
da Fundação Dom Cabral (FDC) e fundadora da re<strong>de</strong><br />
criativa #ESGpraJA, referindo-se às práticas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />
ambiental, social e <strong>de</strong> governança corporativa<br />
aglutinadas na sigla ESG (do inglês Environmental,<br />
Social and Governance).<br />
Grupo <strong>de</strong> mídia centenário, a Disney ainda foi criticada<br />
por escolher a atriz negra Halle Bailey como intérprete<br />
do live-action “A pequena sereia”, que estreou no<br />
Brasil em maio. A personagem Ariel é ruiva na animação<br />
original, lançada em 1989. Quem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a produção,<br />
alega que sereias sequer existem, portanto, po<strong>de</strong>m ser<br />
representadas por qualquer etnia.<br />
A Gillette, da P&G, também enfrentou situação adversa<br />
em 2019, quando lançou o filme “O melhor que os<br />
homens po<strong>de</strong>m ser”. Elogiada <strong>de</strong> um lado, a coragem<br />
da marca em questionar comportamentos masculinos<br />
tóxicos irritou o outro. Da crise <strong>de</strong> imagem à queda<br />
<strong>de</strong> vendas, casos taxados pela direita com a frase “Get<br />
woke, go broke” (“Fique alerta, vá à falência”) acirram as<br />
animosida<strong>de</strong>s. “Woke, no português, traduz como consciente,<br />
mas num viés pejorativo. O bordão americano ‘go<br />
woke, go broke’ ilustra uma polarização instalada entre<br />
as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> consciência e lucro, o que não é nada oportuno”,<br />
nota Erlana, da FDC.<br />
A manifestação <strong>de</strong>rrogatória reflete a mudança <strong>de</strong><br />
filosofia empresarial, que se alinhou às pautas ativistas<br />
“Woke, no português,<br />
traduz como consciente,<br />
mas num viés pejorativo”<br />
a partir da <strong>de</strong>scrença na capacida<strong>de</strong> dos governos em resolver<br />
problemas sociais. “A população começou a acreditar<br />
que empresas são mais eficientes, dando origem<br />
ao movimento ESG, pauta que vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos <strong>de</strong><br />
1980, com a responsabilida<strong>de</strong> social corporativa”, ensina<br />
o professor José Mauro Nunes, da FGV Ebape.<br />
Ao acatar os clamores da socieda<strong>de</strong>, porém, as marcas<br />
começaram a ser fiscalizadas. “É preciso enten<strong>de</strong>r<br />
que vivemos hoje em uma socieda<strong>de</strong> polarizada. Empresas<br />
<strong>de</strong>vem estar conscientes <strong>de</strong> que encontrarão resistência”,<br />
previne Nunes. Rachada, a socieda<strong>de</strong> ora pen<strong>de</strong><br />
Cena do filme “De mãos dadas”, do Mercado Livre, que convida os brasileiros para um acordo apoiado na tolerância<br />
Fotos: Divulgação<br />
Consumidores reclamaram do uso <strong>de</strong> inteligência artificial para reviver Elis Regina, mas Conar arquivou processo<br />
para um lado ora para o outro, dificultando o trabalho <strong>de</strong><br />
posicionamento das marcas.<br />
BarBas <strong>de</strong> mOlhO<br />
Indícios do arrefecimento da cultura woke vêm também<br />
do Brasil, com a campanha “VW Brasil 70: O novo veio<br />
<strong>de</strong> novo”, que recorreu à inteligência artificial para colocar<br />
a cantora Maria Rita e sua mãe, Elis Regina, morta há<br />
41 anos, cantando juntas a música “Como nossos pais”,<br />
<strong>de</strong> Belchior. Criado pela AlmapBBDO para comemorar os<br />
70 anos da Volkswagen, o filme lançado no dia 4 <strong>de</strong> julho<br />
emocionou muitas pessoas. Mas alguns consumidores<br />
questionaram os limites éticos intrínsecos à utilização<br />
da tecnologia para reviver pessoas.<br />
No dia 10 <strong>de</strong> julho, o Conselho Nacional <strong>de</strong> Autorregulamentação<br />
Publicitária (Conar) abriu representação<br />
ética para analisar a reivindicação. Mas o processo foi<br />
arquivado no dia 22 do mês seguinte. “O colegiado consi<strong>de</strong>rou,<br />
por unanimida<strong>de</strong>, improce<strong>de</strong>nte o questionamento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito à figura da artista, uma vez que o uso<br />
da sua imagem foi feito mediante consentimento dos<br />
her<strong>de</strong>iros e observando que Elis aparece fazendo algo<br />
que fazia em vida”, <strong>de</strong>clarou o Conar, em comunicado.<br />
Práticas ESG também estão na mira daqueles que<br />
reprovam o wokeísmo. Algumas empresas já colocam<br />
as barbas <strong>de</strong> molho. O McDonald’s, por exemplo, retirou<br />
menções à sigla da área “Propósito & impacto” em<br />
seu site nos Estados Unidos, e renomeou algumas páginas.<br />
“ESG approach & progress” virou “Our approach &<br />
progress” e “Performance & ESG reporting” mudou para<br />
“Goal performance & reporting”. Apesar das alterações, a<br />
re<strong>de</strong> mantém promessas sociais e ambientais.<br />
Segundo dados do Committee for Economic Development<br />
(CED), <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> <strong>2023</strong>, mencionados pela professora<br />
Erlana Castro, da FDC, os marqueteiros republicanos<br />
<strong>de</strong>vem arrastar as corporações para o ringue eleitoral,<br />
difamando empresas e fundos <strong>de</strong> investimentos como<br />
woke por seus compromissos ESG. “A recomendação da<br />
entida<strong>de</strong> para a li<strong>de</strong>rança das empresas norte-americanas<br />
é manter-se no curso da ação, já que ESG trata da<br />
estratégia do negócio, mas evitar <strong>de</strong>clarações públicas<br />
<strong>de</strong> alto nível”, informa Erlana.<br />
Ao mesmo tempo, temas ligados à sustentabilida<strong>de</strong><br />
ganham lugar cativo na gra<strong>de</strong> das escolas <strong>de</strong> negócios<br />
como meio <strong>de</strong> evitar a politização crescente do tema.<br />
“Quando essa discussão chega no âmbito das marcas,<br />
16 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Repodução<br />
O Papai Noel negro <strong>de</strong> O Boticário, apresentado em 2020 na ação “Papai Noel: Uma história <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>”, é citado como exemplo <strong>de</strong> coerência com a proposta da marca<br />
adicionamos uma carga <strong>de</strong> tensão política, econômica<br />
e social sobre seus vários <strong>de</strong>safios mercadológicos. As<br />
marcas tornam-se um ponto <strong>de</strong> contato sensível em<br />
tudo isso”, diz Erlana.<br />
A encruzilhada corta o percurso dos anunciantes.<br />
Mariana Munis lembra que o próprio mercado financeiro<br />
cobra ações ESG, o que pressupõe a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
estratégias a<strong>de</strong>quadas às pautas sociais. Até porque, estudos<br />
já evi<strong>de</strong>nciaram que diversida<strong>de</strong> e inclusão dão lucro.<br />
“Segundo uma pesquisa da McKinsey, empresas com<br />
maior pluralida<strong>de</strong> em suas equipes alcançam resultados<br />
até 21% maiores do que aquelas em que a questão não<br />
é uma priorida<strong>de</strong>”, adverte a professora do Mackenzie.<br />
McDonald’s retirou<br />
menções à sigla<br />
ESG <strong>de</strong> área do seu<br />
site nos Estados<br />
Unidos e renomeou<br />
algumas páginas<br />
“Se o ativismo começa<br />
a afetar a lucrativida<strong>de</strong><br />
e alienar consumidores,<br />
isso é um problema”<br />
Emil Huang/Unsplash<br />
COerênCia<br />
Equilíbrio é o principal cuidado para posicionar marca<br />
e fazer propaganda em um momento tão complexo.<br />
“Não faz muito tempo, a recomendação era abraçar a<br />
neutralida<strong>de</strong>, muitas vezes, até omitir-se. Atualmente,<br />
em cima do muro é um não-lugar. Será necessário ao negócio<br />
(re)propor seu sentido para a socieda<strong>de</strong>, lastreado<br />
no propósito e por meio <strong>de</strong> uma ligação direta entre discurso,<br />
ação e impacto concreto”, orienta Erlana, da FDC.<br />
“Não dá para ser meio-termo. A Coca-Cola, por exemplo,<br />
consegue sustentar causas sem entrar na militância<br />
ostensiva”, evi<strong>de</strong>ncia Nunes, da FGV Ebape. Acomodação<br />
não parece ser a resposta diante <strong>de</strong> movimentos que<br />
prometem seguir ecoando voz. “Mesmo assim, todo cuidado<br />
é pouco. A xenofobia, a construção <strong>de</strong> muros e os<br />
assassinatos <strong>de</strong> ódio são amplamente divulgados, <strong>de</strong>monstrando<br />
que ainda há muito a ser combatido. Talvez<br />
sempre ocorram. Ainda estamos longe da acomodação”,<br />
acredita Tiago Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />
Com base em informações do “Anuário Brasileiro <strong>de</strong><br />
Segurança Pública <strong>2023</strong>”, Jaque David, head <strong>de</strong> planejamento<br />
da Monkey Land, <strong>de</strong>scarta a resignação diante <strong>de</strong><br />
“um país on<strong>de</strong> 76% das mortes por violência intencional<br />
são <strong>de</strong> pessoas negras, e 83% <strong>de</strong>ssas mortes causadas<br />
por intervenção policial”.<br />
Embora custosos, erros <strong>de</strong> abordagem aceleram<br />
o aprendizado rumo à mudança. “A senha para reduzir<br />
os riscos criativos chama-se materialida<strong>de</strong>. Essa é uma<br />
i<strong>de</strong>ia estruturante no campo da estratégia ESG, que separa<br />
marcas e empresas oportunas daquelas oportunistas”,<br />
esclarece Erlana. Além <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e<br />
ao propósito da empresa, a missão <strong>de</strong> abraçar uma causa<br />
<strong>de</strong>ve ser cumprida <strong>de</strong> forma genuína.<br />
“Foco no que é material, na ação, no propósito e, sobretudo,<br />
na entrega da estratégia e dos compromissos ESG,<br />
com transparência e muita criativida<strong>de</strong>. Não é mais sobre<br />
storytelling. É sobre history making”, recomenda a professora<br />
Erlana. Os esforços <strong>de</strong>vem ir além do filme <strong>de</strong> 30<br />
segundos, provando coerência <strong>de</strong> gestão. “Se você assume<br />
quem é, fica claro para o consumidor se <strong>de</strong>ve ou não compactuar<br />
com as suas atitu<strong>de</strong>s, e é apenas <strong>de</strong>le a <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> continuar consumindo o produto”, constata Eduardo<br />
Santos, diretor <strong>de</strong> criação da ihouse/Oliver.<br />
Verda<strong>de</strong><br />
Não adianta entrar na luta antirracista e ter apenas<br />
executivos brancos em posições <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, apoiar<br />
pessoas LGBTQIAPN+ sem contratar e tratar <strong>de</strong> forma<br />
equânime os transexuais ou <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r questões <strong>de</strong> gênero<br />
pagando salários <strong>de</strong>siguais para homens e mulheres<br />
que ocupam os mesmos cargos. “É um convite para o<br />
cancelamento”, alerta Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />
O estudioso conta que marcas consagradas dificilmente<br />
se inserem no cenário <strong>de</strong> polarização, mas algumas<br />
assumiram posição. “Burger King é um clássico que<br />
se posicionou pró luta LGBTQIAPN+. Foi criticado, mas, <strong>de</strong><br />
forma geral, as campanhas foram um sucesso”, recorda<br />
Andra<strong>de</strong>. O Papai Noel negro <strong>de</strong> O Boticário, no Natal <strong>de</strong><br />
2020, é outro caso <strong>de</strong>scrito na ação “Papai Noel: Uma história<br />
<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>”.<br />
Mariana Munis, do Mackenzie, consi<strong>de</strong>ra a Turma<br />
da Mônica como exemplo <strong>de</strong> coesão. Histórias <strong>de</strong> Papa-<br />
-Capim, Horácio, Chico Bento, Jotalhão e Bidu abordam<br />
temas relacionados a natureza, animais e autoconhecimento,<br />
“agradando a todos os públicos”, <strong>de</strong>staca. PCD’s,<br />
como Humberto, e negros, como a Milena - personagem<br />
lançada nos quadrinhos em 2019 -, entraram para a turma<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 17
mercado<br />
<strong>de</strong> forma respeitosa.<br />
O Mercado Livre também recorreu à essência <strong>de</strong> sua<br />
marca para propor mais diálogo. Inspirada em um aperto<br />
<strong>de</strong> mão, ícone da plataforma, a campanha “De mãos<br />
dadas” convoca os brasileiros para um acordo sustentado<br />
na tolerância. “Queremos mostrar como o diálogo e<br />
um simples gesto po<strong>de</strong> conectar as pessoas. Está tudo<br />
bem não concordar com tudo o que o outro pensa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que haja respeito. Dar as mãos e aceitar a opinião<br />
diferente do outro não significa dar o braço a torcer”,<br />
comenta Thais Souza Nicolau, diretora <strong>de</strong> branding do<br />
Mercado Livre na América Latina, em nota. Criada pela<br />
GUT, a ação foi lançada em agosto com uma releitura da<br />
canção “Gente aberta”, <strong>de</strong> Erasmo Carlos.<br />
O professor José Mauro Nunes, da FGV Ebape, cita o<br />
trabalho <strong>de</strong> marcas como a Avon, empenhadas em capacitar<br />
gestores para enten<strong>de</strong>r o perfil <strong>de</strong> comportamento<br />
dos mais variados grupos sociais. “Entre evangélicos, por<br />
exemplo, há famílias negras que sofrem violência policial,<br />
filhos homossexuais. Falta entendimento. Publicitários são<br />
formados <strong>de</strong>ntro da bolha woke, diferentemente da realida<strong>de</strong><br />
do brasileiro, que mora no subúrbio, vive privações<br />
e encontra na religião uma forma <strong>de</strong> apoio”, frisa Nunes.<br />
sem VOlta<br />
O cenário <strong>de</strong>safia o mundo corporativo, que se vê<br />
no meio <strong>de</strong> um conflito. “Na angústia por serem minimamente<br />
corretas, as marcas têm a<strong>de</strong>quado os seus<br />
discursos com medo dos julgamentos. Ainda vemos poucas<br />
iniciativas verda<strong>de</strong>iras com impacto. Sobretudo na<br />
comunida<strong>de</strong> negra, a narrativa fica na esfera da comunicação<br />
e não tem sido aplicada na prática”, situa Jaque<br />
David, da Monkey Land.<br />
Na avaliação da executiva, a cultura woke é a antítese<br />
do conservadorismo. Alguns lutam para resguardar direitos,<br />
outros para aniquilá-los. Segundo Jaque, a discussão<br />
central está na <strong>de</strong>colonização. “A máquina do capitalismo<br />
agiu em normalida<strong>de</strong> junto da branquitu<strong>de</strong>, que sempre<br />
reproduziu o colonialismo, e se apropriou do tema original,<br />
a luta racial. Todavia, o termo expandiu para as <strong>de</strong>mais<br />
pautas políticas humanitárias”, sublinha Jaque.<br />
Mas Eduardo Santos não crê em retrocesso. O diretor<br />
<strong>de</strong> criação da ihouse/Oliver luta por grupos minoritários<br />
há tempo suficiente para enten<strong>de</strong>r que a sua posição, <strong>de</strong><br />
um homem negro na publicida<strong>de</strong>, também é política. O<br />
executivo reconhece iniciativas do mercado e <strong>de</strong> marcas<br />
empurradas pelos alaridos da socieda<strong>de</strong>, mas consi<strong>de</strong>ra<br />
que a evolução só ocorreu mesmo quando os próprios<br />
grupos se organizaram.<br />
“Esses espaços já foram conquistados e não será<br />
permitido perdê-los porque a socieda<strong>de</strong> organizada não<br />
vai renunciar a eles. E tenho dúvidas se as marcas que<br />
avançaram na discussão vão estar dispostas a recuar”,<br />
pon<strong>de</strong>ra Santos. “As empresas <strong>de</strong>vem rever as suas políticas,<br />
mas as conquistas das lutas por direitos não serão<br />
perdidas, vieram para ficar”, concorda Andra<strong>de</strong>, da ESPM.<br />
Na rotina <strong>de</strong> trabalho da ihouse/Oliver, Eduardo Santos<br />
pe<strong>de</strong> que seus times não tragam apenas imagens e i<strong>de</strong>ias<br />
sobre comunida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntitárias. No entanto, quer que essa<br />
pauta esteja em discussão para contemplar o mundo a ser<br />
retratado na comunicação - <strong>de</strong> negros que consomem carros<br />
<strong>de</strong> luxo a mulheres que compram ferramentas. “Não há<br />
nada que o conservadorismo possa impedir porque essas<br />
pessoas diversas estão ganhando dinheiro, formação, experiências,<br />
estão viajando e se preparando para ser ainda<br />
Pai separa briga <strong>de</strong> garotos em filme lançado no ano <strong>de</strong> 2019 pela Gillette, da P&G, que foi criticado por consumidores ao propor a<br />
“Espaços já foram<br />
conquistados e não<br />
será permitido perdêlos<br />
porque a socieda<strong>de</strong><br />
organizada não vai<br />
renunciar a eles”<br />
melhores e mais fortes”, contextualiza Santos.<br />
Segundo o executivo, esse novo ciclo <strong>de</strong> consumo,<br />
mais consciente e engajado, já <strong>de</strong>finiu espaço para pessoas<br />
que antes viviam à margem do mercado, mas hoje<br />
se sentem cada vez mais seguras para tomar assento<br />
em ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r político, cultural e econômico.<br />
“Esse conservadorismo reativado que vivemos hoje não<br />
vai se manter pelas próximas décadas porque, cada vez<br />
mais, as pessoas estão se enten<strong>de</strong>ndo diferentes umas<br />
das outras”, pontua Santos.<br />
Preço e qualida<strong>de</strong> passam a ser apenas uma fatia<br />
da nova relação <strong>de</strong> compra, agora pautada também<br />
pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança. “Essa conexão só será possível<br />
quando as li<strong>de</strong>ranças forem capazes <strong>de</strong> enxergar o outro<br />
tanto quanto enxergam a sua planilha <strong>de</strong> lucro. Porque<br />
se não houver verda<strong>de</strong> nesse comportamento, atento e<br />
capaz <strong>de</strong> compartilhar, uma revisão só vai trazer estragos”,<br />
analisa Santos. O respeito às diferenças não tem<br />
volta. “Ninguém precisa mais comprar algo on<strong>de</strong> não se<br />
sinta representado nem valorizado”, conclui Jaque David,<br />
da Monkey Land.<br />
18 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
eflexão sobre comportamentos tóxicos repetidos por homens<br />
Reprodução<br />
Amy Humphries/Unsplash<br />
Disney e governo da Flórida (EUA)<br />
travam batalha por divergências<br />
que geram <strong>de</strong>sgaste para a marca<br />
Brasileiros acreditam<br />
mais em empresas e<br />
ONGs que em governos<br />
O<br />
embate i<strong>de</strong>ológico não dá sinais <strong>de</strong> enfraquecimento.<br />
Segundo o relatório “E<strong>de</strong>lman Trust<br />
Barometer <strong>2023</strong> - Navegando por um mundo<br />
polarizado”, 78% dos brasileiros acreditam que o<br />
país está mais dividido que no ano passado. A percepção<br />
sinaliza o risco <strong>de</strong> uma polarização severa,<br />
grupo on<strong>de</strong> já estão Argentina, Colômbia, Estados<br />
Unidos, África do Sul, Espanha e Suécia. A média global<br />
atingiu o índice <strong>de</strong> 53% no total <strong>de</strong> 32 mil pessoas<br />
entrevistadas em 28 nações entre os dias 1º e 28<br />
<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2022.<br />
Ansieda<strong>de</strong> econômica, <strong>de</strong>sequilíbrio institucional,<br />
divisão <strong>de</strong> classe e <strong>de</strong>scrédito da mídia e re<strong>de</strong>s sociais<br />
foram os critérios utilizados para classificar o grau <strong>de</strong><br />
polarização dos países, que po<strong>de</strong> piorar a violência<br />
urbana, o preconceito e a discrimação social, abalar<br />
a <strong>de</strong>mocracia, retardar o crescimento econômico e<br />
prorrogar soluções para problemas sociais. Falta <strong>de</strong><br />
civilida<strong>de</strong> e respeito mútuo (80%) também fragilizam<br />
o tecido social. Empresas (64%), organizações não governamentais<br />
(60%), mídia (46%) e governo (40%) são<br />
as instituições mais confiáveis, com <strong>de</strong>staque para a<br />
confiança no empregador (78%).<br />
No Brasil, espera-se mais dos presi<strong>de</strong>ntes das corporações<br />
para iniciativas em <strong>de</strong>fesa dos colaboradores<br />
e <strong>de</strong> um ambiente livre <strong>de</strong> discriminação, cobrança feita<br />
especialmente pelas novas gerações. O <strong>de</strong>sejo dos<br />
consumidores por mais engajamento das empresas na<br />
socieda<strong>de</strong> sinaliza também mais riscos (48%) <strong>de</strong> politização<br />
das marcas.<br />
“O mundo, e isso se replica ao Brasil, se encontra<br />
em um estado profundo <strong>de</strong> polarização. A onda<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação, ansieda<strong>de</strong> econômica, falha nas<br />
respostas das li<strong>de</strong>ranças e uma forte divisão <strong>de</strong> classes<br />
são alguns dos fatores no cerne do problema”,<br />
certifica Marcília Ursini, vice-presi<strong>de</strong>nte executiva da<br />
E<strong>de</strong>lman Brasil.<br />
Fé nas marCas<br />
A <strong>de</strong>sconfiança no governo, apontada há anos no<br />
levantamento, foi compensada pela crença nas empresas,<br />
elevando a responsabilida<strong>de</strong> social das marcas.<br />
Atuar em parceria, mostrar avanços tangíveis, planejamento,<br />
clareza e consistência nas informações são<br />
as diretrizes para manter a segurança das marcas,<br />
imersas em um mundo que mudou completamente.<br />
Pressionados pela queda na renda, injustiça social e o<br />
receio <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>s econômicas, consumidores “se<br />
perguntam quando o tapete <strong>de</strong> seus direitos à liberda<strong>de</strong><br />
será puxado”, sugere Marcília.<br />
A chance <strong>de</strong> conquistar o consumidor aumenta<br />
quando as marcas realizam ações contínuas para<br />
comunicar programas sociais. Admitir erros, transparência<br />
ao tratar o impacto climático e conexão emocional<br />
complementam condutas que <strong>de</strong>vem estar<br />
Marcília Ursini, vice-presi<strong>de</strong>nte executiva da<br />
E<strong>de</strong>lman Brasil: mudança para conectar marca ao<br />
consumidor vulnerável, mas <strong>de</strong>safiador <strong>de</strong> hoje<br />
Divulgação<br />
“O mundo se encontra<br />
em um estado profundo<br />
<strong>de</strong> polarização”<br />
embasadas na ciência. Encarar temas controversos<br />
também pe<strong>de</strong> dados críveis e distância <strong>de</strong> alinhamentos<br />
políticos.<br />
“Esse novo mundo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca é<br />
equivalente a um novo mundo <strong>de</strong> consumidores.<br />
Isso marca uma mudança longe do modus operandi<br />
tradicional para ser uma marca bem-sucedida, em<br />
direção a uma que se conecta <strong>de</strong> maneira consistente<br />
ao consumidor vulnerável, mas <strong>de</strong>safiador <strong>de</strong><br />
hoje”, atenta Marcília.<br />
Os estudos <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong>senvolvidos pela E<strong>de</strong>lman<br />
há mais <strong>de</strong> duas décadas comprovam que o sentimento<br />
é essencial na construção e na manutenção<br />
<strong>de</strong> relacionamentos duradouros entre instituições,<br />
empresas, governos, ONGs e mídia – e seus stakehol<strong>de</strong>rs.<br />
Marcas confiáveis geram mais compra, lealda<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong>fesa. O apoio a questões relevantes para a socieda<strong>de</strong><br />
confere segurança aos consumidores, tornando-<br />
-os mais propensos a se engajar a uma marca. JL<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 19
mercado<br />
Censo do Observatório da Diversida<strong>de</strong><br />
na Propaganda divulga metas do setor<br />
Dados da pesquisa trazem informações que guiarão o processo<br />
<strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> grupos minorizados na indústria da comunicação<br />
Fotos e gráficos: Divulgação<br />
Ariel Nobre é diretor-executivo do Observatório<br />
O<br />
Observatório <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong> na Propaganda<br />
organizou censo que trouxe dados para a reflexão<br />
das agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> associadas à<br />
entida<strong>de</strong> usarem como metas <strong>de</strong> engajamento e base<br />
para a aplicação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão<br />
no mercado. A gestão do projeto é da Kairós.<br />
De acordo com Ariel Nobre, diretor-executivo do<br />
ODP, “os números do censo não são apenas números.<br />
Eles são um retrato da paisagem que vamos mudar.<br />
E as metas não estão aqui para ser seguidas apenas<br />
pelos associados, elas dão valor <strong>de</strong> referência para<br />
todo o mercado, inclusive fornecedores, parceiros e<br />
mídia”, afirma.<br />
“O estudo é um norte, um guia para toda a nossa<br />
indústria. Ele foi construído com base em dados reais<br />
do nosso mercado, levando em consi<strong>de</strong>ração on<strong>de</strong> estamos<br />
(censo <strong>de</strong> abril) e para on<strong>de</strong> queremos ir (metas<br />
2029). Por isso, ele é tão especial e não <strong>de</strong>ve ser<br />
consi<strong>de</strong>rado um sonho utópico. O Observatório quer<br />
e po<strong>de</strong> ajudar tanto as agências signatárias quanto<br />
as empresas que ainda não se associaram. A i<strong>de</strong>ia é<br />
construir ambientes diversos que reflitam a nossa<br />
socieda<strong>de</strong> e, para isso, precisamos que todos façam<br />
a sua parte. Do lado <strong>de</strong> cá, o Observatório se compromete<br />
com todo o suporte para alcançar essas metas,<br />
com medidas que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> RHs, letramento<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças e enquadramento das empresas<br />
nas cotas para pessoas com <strong>de</strong>ficiência, já prevista<br />
em lei”, acrescenta Nobre.<br />
O planejamento estabelece 36 metas que <strong>de</strong>vem<br />
“O estudo é um guia para<br />
nossa indústria. Ele foi<br />
construído com base em<br />
dados reais do mercado”<br />
ser cumpridas ao longo dos próximos cinco anos<br />
(entre 2024 e 2029) e elas estão organizadas <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> quatro blocos estratégicos: contratação <strong>de</strong> talentos<br />
diversos; diversida<strong>de</strong> no casting e ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecedores;<br />
retenção e <strong>de</strong>senvolvimento; e cultura<br />
organizacional.<br />
Quais as recomendações? A ODP respon<strong>de</strong>: “O documento<br />
com as metas setorias po<strong>de</strong> ser acessado<br />
no site da entida<strong>de</strong> e nele encontrar objetivos distintos<br />
para mulheres, negros, LGBTIAQIPN+, pessoas com<br />
<strong>de</strong>ficiência e 50+. O censo revela, por exemplo, que<br />
o quadro <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças das agências é um reflexo<br />
da sub-representação dos principais grupos sociais<br />
brasileiros. E as metas são uma forma <strong>de</strong> tornar a indústria<br />
<strong>de</strong> comunicação brasileira mais diversa, próspera<br />
e criativa”.<br />
“No compromisso firmado, a i<strong>de</strong>ia é impulsionar,<br />
em cinco anos, a representativida<strong>de</strong> em todas<br />
as frentes da publicida<strong>de</strong> brasileira. E tornar as agências<br />
mais inclusivas em um reflexo da <strong>de</strong>mografia e<br />
não da sub-representação <strong>de</strong>la. Em uma transformação<br />
que passará pelo fortalecimento do quadro<br />
funcional, das li<strong>de</strong>ranças e dos fornecedores. Atualmente,<br />
o ODP é formado por 14 agências fundadoras<br />
(Accenture Song, CP+B Brasil, Dentsu, Droga5, IPG Mediabrands,<br />
Gana, Grey, Leo Burnett, Mooc, Mutato, P3k,<br />
Publicis, Soko e Suno) e 14 agências apoiadoras (AKQA,<br />
AlmapBBDO, Artplan, B&Partners, Betc Havas, DM9,<br />
Dale, Fbiz, FCB Brasil, Lew’Lara\TBWA, Ogilvy, The Juju,<br />
VMLY&R e WMcCann).<br />
20 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Parceria entre Shein e Forever 21 é um<br />
sinal <strong>de</strong> reaquecimento do varejo físico<br />
Movimentação realizada pela gigante <strong>de</strong> moda chinesa aponta<br />
para novos acordos que po<strong>de</strong>m ocorrer entre re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fast fashion<br />
Adrieny Magalhães<br />
No último dia 24, a Shein e o Grupo<br />
Sparc, <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> marcas como<br />
Nautica, Reebok e Forever 21,<br />
anunciaram uma parceria estratégica<br />
que promete aquecer o varejo físico.<br />
O acordo inclui a troca <strong>de</strong> participação<br />
acionária entre empresas, com a integração<br />
<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> produtos da Forever<br />
21 na Shein, bem como a disponibilida<strong>de</strong><br />
dos produtos da Shein nas lojas físicas<br />
da Forever 21.<br />
Em comunicado à imprensa assinado<br />
pelas duas empresas, o Grupo Sparc<br />
afirma que o alcance global da Shein vai<br />
fornecer “uma plataforma para expandir<br />
ainda mais suas marcas”.<br />
“Juntas, Shein e o Grupo Sparc planejam<br />
utilizar suas plataformas e conhecimentos<br />
complementares para acelerar<br />
a inovação <strong>de</strong> produtos, explorar novas<br />
estratégias <strong>de</strong> negócios, aprimorar as<br />
experiências dos clientes e aumentar<br />
suas presenças no mercado”, afirmam as<br />
empresas no comunicado.<br />
Maya Mattiazzo, professora <strong>de</strong> canais<br />
digitais do hub <strong>de</strong> moda e luxo da ESPM,<br />
explica que, para Shein e Forever 21, os<br />
ganhos são gigantes. “Literalmente, <strong>de</strong><br />
um dia para o outro, uma marca passa a<br />
ter acesso a 150 milhões <strong>de</strong> clientes e a<br />
outra a ter presença em 560 pontos <strong>de</strong><br />
venda físicos no mundo. A Forever 21, que<br />
é mais lenta e menos tecnológica, encurta<br />
a curva <strong>de</strong> aprendizado, e a Shein<br />
ganha experiência com quem já gerencia<br />
tantos pontos <strong>de</strong> venda.”<br />
A professora também <strong>de</strong>staca alguns<br />
<strong>de</strong>safios, como manter a velocida<strong>de</strong><br />
do digital com o gerenciamento <strong>de</strong> estoques<br />
físicos separados, assim como<br />
preservar as marcas, que possuem muito<br />
valor para os clientes.<br />
Américo José da Silva Filho, sócio-<br />
-diretor da Cherto Consultoria, fala que<br />
essa <strong>de</strong>cisão não apenas conecta a empresa<br />
com diversos consumidores, mas<br />
também aborda as questões tributárias<br />
<strong>de</strong> forma eficaz. “Essa movimentação estratégica<br />
também fortalece significativamente<br />
a imagem e a posição da Forever<br />
21, especialmente após a marca ter enfrentado<br />
<strong>de</strong>safios no cenário varejista.”<br />
Segunda loja pop-up da Shein no Brasil ficou aberta ao público entre 15 e 18 <strong>de</strong> julho, no Boulevard Shopping, em Belo Horizonte<br />
Em 2017, a Forever 21 entrou no Brasil<br />
e, ao <strong>de</strong>correr dos anos, enfrentou<br />
diversos problemas com ações judiciais<br />
movidas por shoppings por atraso nos<br />
aluguéis. No ano passado, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast<br />
fashion fechou suas lojas em todo o país<br />
e seus produtos passaram a ser vendidos<br />
na Dafiti.<br />
Apesar <strong>de</strong> o acordo se concentrar inicialmente<br />
nos Estados Unidos, a parceria<br />
da Shein com a Forever 21 é um sinal positivo<br />
para a volta do varejo físico.<br />
Para Maya, o varejo está vivendo um<br />
momento <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>ndo<br />
que, convergindo com o digital, é possível<br />
gerar experiências melhores para<br />
os clientes. “O ponto físico possibilita<br />
uma série <strong>de</strong> experiências que o digital<br />
não consegue proporcionar, como, por<br />
exemplo, transformar a loja em um espaço<br />
para experiências e palco para criação<br />
<strong>de</strong> conteúdo, o conteúdo gerado por<br />
usuário”.<br />
Já Américo José da Silva Filho <strong>de</strong>staca<br />
que o acordo po<strong>de</strong> representar um passo<br />
extremamente vantajoso para a Shein,<br />
permitindo-lhe consolidar sua presença<br />
no mercado brasileiro sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das<br />
“A Forever 21<br />
encurta a curva <strong>de</strong><br />
aprendizado e a<br />
Shein ganha mais<br />
experiência”<br />
Divulgação<br />
complexida<strong>de</strong>s da importação - uma das<br />
maiores dificulda<strong>de</strong>s da empresa no país.<br />
Segundo Maya, a Shein já vem causando<br />
uma movimentação na indústria,<br />
que sentiu que precisa agilizar os seus<br />
processos. “O mo<strong>de</strong>lo tecnologia, <strong>de</strong>sign,<br />
velocida<strong>de</strong> e preço coloca a Shein em<br />
um patamar que poucos conseguem alcançar.<br />
A indústria precisa enten<strong>de</strong>r essa<br />
nova velocida<strong>de</strong> enquanto se protege<br />
da chegada da Shein. Para algumas indústrias,<br />
po<strong>de</strong> surgir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fornecer e produzir para a gigante asiática,<br />
mas essa <strong>de</strong>cisão precisa ser tomada<br />
com cuidado, pois a <strong>de</strong>manda é muito<br />
gran<strong>de</strong> e po<strong>de</strong> representar uma alta porcentagem<br />
da produção, o que a coloca<br />
em uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência muito<br />
gran<strong>de</strong>”, completa.<br />
Para os próximos anos do varejo<br />
brasileiro, po<strong>de</strong>mos esperar que outras<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fast fashion que operam principalmente<br />
no online adquiram re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
lojas físicas. Ainda <strong>de</strong> acordo com Maya,<br />
esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aquisição é muito mais<br />
rápido e menos arriscado do que expandir<br />
para o físico através da construção <strong>de</strong><br />
pontos <strong>de</strong> venda do zero.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 21
mercado<br />
Canva Imagens<br />
Drex promete ser<br />
o caminho para<br />
uma economia<br />
digital inclusiva<br />
Real digital surge<br />
com o objetivo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizar o<br />
acesso ao crédito,<br />
investimentos e<br />
seguros para um<br />
futuro financeiro<br />
mais eficiente<br />
e inclusivo<br />
Adrieny Magalhães<br />
Em agosto, o projeto <strong>de</strong> moeda digital<br />
do Banco Central (em inglês,<br />
Central Bank Digital Currency -<br />
CBDC), criado e operado pelo Banco Central<br />
do Brasil (BCB), ganhou o nome <strong>de</strong><br />
Drex. A plataforma promete ser uma representação<br />
digital do real e terá o mesmo<br />
intuito do Pix: <strong>de</strong>mocratizar o acesso<br />
a serviços <strong>de</strong> pagamentos.<br />
“O Drex vai trazer mais rapi<strong>de</strong>z, praticida<strong>de</strong><br />
e menor custo para várias transações<br />
contratuais e financeiras que<br />
fazemos hoje”, explica Maurício Moura,<br />
diretor <strong>de</strong> relacionamento, cidadania e<br />
supervisão <strong>de</strong> conduta do Banco Central,<br />
em nota à imprensa.<br />
O BC preten<strong>de</strong> usar as lições aprendidas<br />
com o Pix para fazer do Drex uma<br />
plataforma popular. “Des<strong>de</strong> o seu lançamento,<br />
o Pix logo foi incorporado como<br />
palavra corrente no dia a dia. Hoje, todos<br />
falamos ‘fazer um Pix’. Em breve, também<br />
falaremos ‘usar um Drex’”, diz Moura.<br />
No cronograma do BC, o projeto Drex<br />
<strong>de</strong>verá ser lançado em 2024. “O Drex vai<br />
trazer mais rapi<strong>de</strong>z, praticida<strong>de</strong> e menor<br />
custo para várias transações contratuais<br />
e financeiras que fazemos hoje”, promete<br />
Moura. De acordo com Marcelo Queiroz,<br />
head <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> mercado na<br />
ClearSale, empresa que está colaborando<br />
com o Centro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento<br />
em Telecomunicações (CPQD)<br />
para abordar aspectos <strong>de</strong> segurança nos<br />
testes-piloto do Drex, o projeto do Banco<br />
Central <strong>de</strong> criar uma moeda digital tem<br />
o potencial <strong>de</strong> introduzir melhorias significativas<br />
nos sistemas <strong>de</strong> pagamento<br />
e liquidação. Segundo o executivo, os<br />
benefícios <strong>de</strong>vem se esten<strong>de</strong>r a toda a<br />
socieda<strong>de</strong>.<br />
Rodrigo Mulinari, diretor <strong>de</strong> tecnologia<br />
do Banco do Brasil (um dos 16 participantes<br />
selecionados pelo BCB para o<br />
piloto do Drex), afirma que os clientes<br />
po<strong>de</strong>rão se beneficiar com a redução<br />
do custo das operações, a melhoria da<br />
experiência e po<strong>de</strong>rão ter acesso a uma<br />
gama maior <strong>de</strong> serviços financeiros. “A<br />
adoção das novas tecnologias permitirá<br />
que inovações possam ser incorporadas<br />
ao sistema financeiro, melhorando sua<br />
eficiência, aumentando a segurança, reduzindo<br />
o número <strong>de</strong> intermediários e<br />
barateando os custos dos serviços.”<br />
Mulinari <strong>de</strong>staca benefícios também<br />
para os bancos, que po<strong>de</strong>rão melhorar<br />
seus produtos e serviços, reduzir os custos<br />
<strong>de</strong> suas operações, distribuir seus<br />
produtos a um número maior <strong>de</strong> clientes<br />
“A inclusão<br />
financeira não<br />
é apenas uma<br />
questão <strong>de</strong><br />
tecnologia”<br />
e, com isso, gerar novas receitas e aumentar<br />
a liqui<strong>de</strong>z.<br />
Herbert Moller, CRO do FitBank, instituição<br />
<strong>de</strong> pagamento participante direta<br />
do arranjo do Pix, enfatiza a segurança<br />
do serviço como uma vantagem, utilizando<br />
a compra e venda <strong>de</strong> um automóvel<br />
como exemplo. “Des<strong>de</strong> compra e venda<br />
<strong>de</strong> bens até a transferência <strong>de</strong> valores<br />
para a compra <strong>de</strong> produtos e serviços<br />
po<strong>de</strong>rão ser processadas pelo novo sistema.<br />
Você po<strong>de</strong> reservar a compra <strong>de</strong> um<br />
carro no fim <strong>de</strong> semana dando R$ 2.000<br />
<strong>de</strong> garantia que só vão para a loja se você<br />
não fechar o financiamento. Ao assinar a<br />
compra do veículo, receberia automaticamente<br />
os recursos <strong>de</strong> volta”, afirma.<br />
Já sobre o custo do serviço, o BCB<br />
afirma que “caberá à instituição <strong>de</strong>finir<br />
o custo para o serviço ofertado, seguindo<br />
a regulação e consi<strong>de</strong>rando o ambiente<br />
competitivo, po<strong>de</strong>ndo mesmo ser gratuito<br />
ou significativamente inferior ao custo<br />
<strong>de</strong> serviço similar anterior à adoção<br />
do Drex”.<br />
Mulinari, diretor <strong>de</strong> tecnologia do BB,<br />
explica que não há previsão <strong>de</strong> custo<br />
para o Drex, enquanto moeda. Mas os<br />
serviços financeiros ofertados via plataforma<br />
Drex po<strong>de</strong>m ter custos associados<br />
a cada tipo <strong>de</strong> operação. “Espera-se que<br />
os serviços possam ter sua eficiência<br />
melhorada, com isso os custos das operações<br />
po<strong>de</strong>m ser reduzidos”, completa.<br />
Antes da esperada implementação<br />
do Drex, ClearSale fala que é importante<br />
lembrar que a inclusão financeira não é<br />
apenas uma questão <strong>de</strong> tecnologia. “A<br />
infraestrutura necessária para suportar<br />
esses serviços, como acesso à internet<br />
e eletricida<strong>de</strong> confiável, ainda não está<br />
disponível em muitas partes do mundo. É<br />
necessário, portanto, um esforço coor<strong>de</strong>nado<br />
<strong>de</strong> empresas, governos e organizações<br />
não governamentais para fornecer<br />
os recursos necessários e garantir que a<br />
inclusão financeira seja uma realida<strong>de</strong><br />
para todos”, conclui.<br />
22 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Chapa Coletiva é eleita para comandar<br />
Clube <strong>de</strong> Criação no próximo biênio<br />
Chapa Preta, da atual<br />
presi<strong>de</strong>nte Joana<br />
Men<strong>de</strong>s, ficou com 44<br />
votos válidos contra<br />
os 150 obtidos pela<br />
chapa vencedora<br />
Em eleições realizadas no começo da semana<br />
passada, o Clube <strong>de</strong> Criação elegeu sua nova<br />
diretoria para os próximos dois anos. Com 150<br />
votos válidos, a Chapa 2 – Chapa Coletiva foi a escolhida<br />
pelos votantes. Do outro lado, com 44 votos, a<br />
Chapa 1 - Chapa Preta, encabeçada pela atual presi<strong>de</strong>nte<br />
Joana Men<strong>de</strong>s e Gabriela Moura, vice-presi<strong>de</strong>nte,<br />
ficou em segundo lugar no pleito, que foi<br />
realizado virtualmente.<br />
Heitor Caetano Gomes assume oficialmente o cargo<br />
<strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong> até 2025, tendo como<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte Tatiana Gomes Nascimento. Além<br />
<strong>de</strong>sses dois nomes, integram a diretoria João Caetano<br />
Arruda Brasil Nogueira da Silva e Toni Fernan<strong>de</strong>s<br />
– ambos diretores administrativos –, Felipe <strong>de</strong> Souza<br />
Silva e Mariana Gordilho <strong>de</strong> Sá (diretores culturais),<br />
Epaminondas Terezo Paulino e Mariana Bertoldi Youssef<br />
(diretores <strong>de</strong> divulgação), Andressa Fernanda da<br />
Cruz e Carlos Alonso Cancellara (diretores editoriais),<br />
e a dupla Jessyca Carvalho Silva e Romero Freire Cavalcanti<br />
<strong>de</strong> Albuquerque (diretores <strong>de</strong> relações sociais).<br />
Realizada <strong>de</strong> forma virtual, na semana passada, eleição <strong>de</strong>finiu a chapa que ficará à frente da entida<strong>de</strong> até 2025<br />
Reprodução<br />
“O compromisso é com<br />
a coletivida<strong>de</strong> e isso<br />
também significa<br />
dar continuida<strong>de</strong> aos<br />
progressos da Chapa Preta”<br />
Uma das propostas da chapa vencedora é que todos<br />
os membros da diretoria sejam copresi<strong>de</strong>ntes,<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma gestão com a participação <strong>de</strong> todos.<br />
“Hoje começa uma nova caminhada para o Clube<br />
<strong>de</strong> Criação, mas sem <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong> reconhecer a importância<br />
da Chapa Preta para a história da propaganda<br />
brasileira. O nosso compromisso enquanto chapa<br />
eleita é com a coletivida<strong>de</strong> e isso também significa<br />
dar continuida<strong>de</strong> aos progressos trazidos pela Chapa<br />
Preta, honrar o seu legado e tudo o que ela representa.<br />
A diversida<strong>de</strong> caminha lado a lado com a criativida<strong>de</strong>”,<br />
postou nas re<strong>de</strong>s sociais a chapa vencedora.<br />
A posse da nova diretoria ocorrerá no próximo dia 24<br />
<strong>de</strong> <strong>setembro</strong>.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 23
digital<br />
O papel da inteligência artificial na<br />
transformação contínua da mídia digital<br />
Profissionais compartilham a prática <strong>de</strong> suas rotinas com IA, discutindo<br />
as melhorias alcançadas e os principais <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ste cenário<br />
Adrieny Magalhães<br />
Divulgação<br />
Quase que diariamente, profissionais<br />
<strong>de</strong> comunicação e criativida<strong>de</strong><br />
se <strong>de</strong>param com mais ferramentas<br />
<strong>de</strong> inteligência artificial (IA),<br />
que chegam com a proposta <strong>de</strong> mudar<br />
suas rotinas criativas. Para além <strong>de</strong> Alexa<br />
e Siri, vale citar ferramentas como o<br />
ChatGPT, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu lançamento, em<br />
novembro <strong>de</strong> 2022, é motivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
discussões no mercado.<br />
Inevitavelmente, a utilização <strong>de</strong> IA<br />
no dia a dia das agências e outras empresas<br />
<strong>de</strong> comunicação está revolucionando<br />
a maneira como essas organizações trabalham<br />
e conversam com seu público.<br />
Por meio <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>, quase inesgotável,<br />
<strong>de</strong> criar, a IA se tornou ferramenta<br />
essencial para otimizar e aprimorar<br />
processos.<br />
Em um cenário em constante evolução,<br />
se faz necessário enten<strong>de</strong>r alguns<br />
pontos: qual é o verda<strong>de</strong>iro papel da IA,<br />
como utilizá-la <strong>de</strong> forma mais precisa<br />
na entrega <strong>de</strong> mensagens personalizadas<br />
em escala e quais são os <strong>de</strong>safios e<br />
responsabilida<strong>de</strong>s que chegam a cada<br />
atualização.<br />
Inteligência artificial muda rotina criativa das agências, aprimorando especialmente técnicas <strong>de</strong> targeting e geração <strong>de</strong> conteúdo<br />
IA x MÍDIA DIGITAL<br />
A mídia digital refere-se a qualquer<br />
forma <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> comunicação -<br />
texto, áudio, ví<strong>de</strong>o ou imagem - que é<br />
produzido em formato digital e distribuído<br />
eletronicamente, abrangendo uma<br />
gama <strong>de</strong> canais e plataformas online,<br />
como sites, re<strong>de</strong>s sociais, aplicativos,<br />
podcasts, streamings <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, e-mails,<br />
blogs e muito mais.<br />
Por isso, ela po<strong>de</strong> ser utilizada para<br />
uma série <strong>de</strong> propósitos, como educação,<br />
publicida<strong>de</strong>, entretenimento e, claro,<br />
marketing e publicida<strong>de</strong>. Quando se fala<br />
em produção <strong>de</strong> conteúdo em tamanha<br />
escala, a IA consegue se conectar à mídia<br />
digital <strong>de</strong> várias maneiras, com um impacto<br />
significativo tanto na hora <strong>de</strong> criar,<br />
quanto na forma como os consumidores<br />
vão receber e interagir com o conteúdo.<br />
Por ser veiculada em diversos formatos<br />
online, um dos usos da IA para a<br />
criação da mídia digital está no direcionamento<br />
da publicida<strong>de</strong>. Segmentar conteúdos<br />
com base no perfil e comportamento<br />
<strong>de</strong> cada usuário é uma das chaves<br />
para empresas entregarem seus conteúdos<br />
para um público mais relevante.<br />
Para Marcelo Pincherle, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> operações do GDB no Brasil, os primeiros<br />
benefícios concretos do uso da IA<br />
apareceram em duas frentes: targeting e<br />
geração <strong>de</strong> conteúdo.<br />
“Na primeira frente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
análise <strong>de</strong> diferentes sinais e informações<br />
permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções<br />
ainda mais sofisticadas na criação<br />
<strong>de</strong> segmentos, audiências e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />
públicos. Enquanto, na segunda, os avanços<br />
mais evi<strong>de</strong>ntes foram vistos na elaboração<br />
<strong>de</strong> copies, criação e aperfeiçoamento<br />
<strong>de</strong> imagens e otimização criativa”,<br />
explica Pincherle.<br />
Marina Rockett, <strong>de</strong>signer e creative<br />
“A IA po<strong>de</strong><br />
ser usada<br />
para entregar<br />
mensagens mais<br />
personalizadas”<br />
technologist da Hogarth Brasil, aponta a<br />
utilização da IA no dia a dia da empresa<br />
e também acredita que a IA po<strong>de</strong>, por<br />
exemplo, “ajudar a i<strong>de</strong>ntificar padrões<br />
em dados <strong>de</strong> comportamento do consumidor,<br />
que po<strong>de</strong>m ser usados para segmentar<br />
melhor o público-alvo e entregar<br />
mensagens mais personalizadas”.<br />
prATIcIDADe<br />
Para os profissionais, a IA <strong>de</strong>sempenha<br />
um papel fundamental no aprimoramento<br />
da praticida<strong>de</strong> na rotina<br />
<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> conteúdo. Com o auxílio<br />
na pesquisa <strong>de</strong> informações relevantes,<br />
geração <strong>de</strong> insights, seleção <strong>de</strong> imagens<br />
e até mesmo na otimização <strong>de</strong><br />
SEO, alguns processos ficam cada vez<br />
mais eficientes.<br />
“Produtivida<strong>de</strong> é a palavra-chave. Seja<br />
24 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Lilian Prado, da ShowHeroes: curadoria, edição e aprovação por pessoas é essencial<br />
Marina Rockett, da Hogarth Brasil: segmentar público para mensagens personalizadas<br />
na criação automática <strong>de</strong> drafts para<br />
documentos estruturados, como briefings<br />
e apresentações, seja na geração<br />
<strong>de</strong> insights que abastecem equipes <strong>de</strong><br />
produto, <strong>de</strong> criação ou <strong>de</strong> planejamento,<br />
ou ainda na simulação <strong>de</strong> cenários para<br />
planos <strong>de</strong> mídia. E a lista não para aqui.<br />
Nenhuma das ferramentas <strong>de</strong> IA que<br />
opere nessas frentes substituirá a inteligência<br />
humana, mas vai potencializá-la”,<br />
<strong>de</strong>staca Abel Reis, chief product officer<br />
da UOTZ.<br />
Lilian Prado, country manager Brasil<br />
da ShowHeroes, afirma que um dos gran<strong>de</strong>s<br />
benefícios que se percebe no grupo<br />
é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir conteúdo<br />
<strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma mais rápida<br />
e humana, sempre otimizada pelo toque<br />
humano, porque “é essencial termos<br />
uma fase final <strong>de</strong> curadoria, edição e<br />
aprovação do material por pessoas”.<br />
“Tecnologias baseadas em inteligência<br />
artificial já estão incorporadas aos<br />
fluxos <strong>de</strong> trabalho dos conteúdos que<br />
produzimos, incluindo textos, imagens,<br />
animações e soluções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign em geral,<br />
o que tem trazido melhora nos resultados,<br />
do ponto e vista <strong>de</strong> engajamento,<br />
promovendo uma maior conexão com a<br />
audiência”, continua Lilian.<br />
O pApeL DO prOFISSIONAL<br />
Uma das maiores preocupações<br />
quanto à utilização da IA é o papel dos<br />
seres humanos neste contexto. Embora a<br />
IA possua capacida<strong>de</strong>s surpreen<strong>de</strong>ntes, a<br />
orientação humana é indispensável para<br />
sua criação, treinamento e supervisão. O<br />
profissional entra com o papel <strong>de</strong> garantir<br />
que essa tecnologia se <strong>de</strong>senvolva e<br />
seja direcionada corretamente, além <strong>de</strong>,<br />
Marcelo Pincherle, do GDB: <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções sofisticadas na criação<br />
claro, fazer revisões e correções.<br />
Marina retoma <strong>de</strong>stacando que a<br />
combinação entre IA e conhecimento<br />
resulta em soluções <strong>de</strong> conteúdo mais<br />
eficazes e criativas, “pois a IA po<strong>de</strong> analisar<br />
dados em gran<strong>de</strong> escala e i<strong>de</strong>ntificar<br />
padrões e tendências que seriam impossíveis<br />
ou muito <strong>de</strong>morados para um ser<br />
humano fazer”.<br />
“A IA por si só traz enormes benefícios<br />
ao processo, e é evi<strong>de</strong>nte que sua participação<br />
seguirá crescendo. Entretanto,<br />
algumas nuances no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito do conhecimento<br />
humano, como as baseadas nos<br />
limites éticos das empresas, bem como<br />
valores e políticas das marcas. Em nossas<br />
soluções, <strong>de</strong>finimos este processo<br />
como “hi tech & hi touch”, ou seja, o toque<br />
humano ainda é responsável pelas<br />
sutilezas que fazem gran<strong>de</strong> diferença no<br />
resultado final <strong>de</strong> nossa indústria”, enfatiza<br />
Marcelo Pincherle.<br />
João Passarinho Netto, sócio e vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> estratégia criativa da Jotacom,<br />
fala que, atualmente, todo o uso<br />
<strong>de</strong> IA na agência tem a obrigatorieda<strong>de</strong><br />
do elemento humano no processo. “Seja<br />
para o direcional inicial, para a cocriação,<br />
para a validação e, principalmente, para<br />
aparar as arestas da solução ou conclusão<br />
apresentada inicialmente. Existe um<br />
termo cada vez mais comum, <strong>de</strong> que a<br />
inteligência artificial, às vezes, surta. E<br />
somos nós, humanos, que precisamos<br />
corrigir essas falhas <strong>de</strong> rota”, comenta.<br />
Pincherle retoma <strong>de</strong>stacando um<br />
<strong>de</strong>safio: fazer com que a IA seja aplicada<br />
e utilizada como facilitadora do processo,<br />
e não substituta. “Relegar todo o<br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão à máquina limita<br />
o potencial e a sofisticação da entrega.<br />
O fator humano ainda é essencial para<br />
ajustar, analisar e dosar a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão”,<br />
finaliza.<br />
DeSAFIOS ÉTIcOS<br />
“É fundamental garantir que os algoritmos<br />
<strong>de</strong> IA sejam transparentes, justos<br />
e não discriminatórios. Além disso, é importante<br />
consi<strong>de</strong>rar o impacto potencial<br />
da disseminação <strong>de</strong> informações falsas”<br />
frisa Marina.<br />
Reis completa dizendo que “a IA, se<br />
aplicada sem filtro, po<strong>de</strong> amplificar preconceitos<br />
existentes, uma vez que essas<br />
ferramentas são treinadas com dados<br />
que po<strong>de</strong>m conter vieses”.<br />
Netto alerta que “se não houver ética,<br />
essa evolução da tecnologia po<strong>de</strong> ser catastrófica”,<br />
<strong>de</strong>stacando a importância da<br />
criação <strong>de</strong> regulamentações e políticas<br />
que protejam informações pessoais e<br />
empresariais.<br />
Como uma solução para empresas do<br />
mercado, Lilian cita um exemplo prático.<br />
“Aqui [na ShowHeroes], a IA está inserida<br />
em nosso framework estratégico Better<br />
Media, que tem a ética <strong>de</strong> dados como<br />
um dos principais pilares. Assim, toda<br />
nossa atuação tem como base o cuidado<br />
com a forma como utilizamos esse recurso”,<br />
conclui.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 25
digital<br />
Next-Gen reúne capacida<strong>de</strong>s integradas<br />
Há pouco mais <strong>de</strong> dois anos, um<br />
novo perfil <strong>de</strong> empresa surgiu nos<br />
EUA: as Next-Generation Service,<br />
ou Next-Gen, como ficaram conhecidas.<br />
São na verda<strong>de</strong> grupos<br />
<strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> serviços digitais<br />
que se agregam para fornecer capacida<strong>de</strong>s<br />
integradas <strong>de</strong> tecnologia,<br />
estratégia, dados e marketing<br />
<strong>de</strong>ntro da economia digital. Como<br />
explica Thiago Bacchin, fundador<br />
e CEO da Cadastra e da holding<br />
DBG&Co, professor da ESPM, investidor-anjo<br />
e membro do Hall da<br />
Fama da Abramark, o termo surgiu<br />
para distinguir essas empresas dos<br />
setores tradicionais estabelecidos,<br />
como consultorias, agências e serviços<br />
<strong>de</strong> informação.<br />
Bacchin: Next-Gen coloca o consumidor no centro das estratégias<br />
Divulgação<br />
Pedro Yves<br />
Surgimento<br />
Por volta <strong>de</strong> 2021, nos Estados Unidos,<br />
surgiu o termo “Next-Generation<br />
Services” (também conhecido como “Digital<br />
Services”), utilizado para <strong>de</strong>screver<br />
um conjunto <strong>de</strong> empresas que reúnem<br />
capacida<strong>de</strong>s integradas <strong>de</strong> tecnologia,<br />
estratégia, dados e marketing <strong>de</strong>ntro<br />
da economia digital. Esse termo foi<br />
criado para distinguir essas empresas<br />
dos prestadores <strong>de</strong> serviços tradicionais<br />
já estabelecidos, como consultorias,<br />
agências e serviços <strong>de</strong> tecnologia da informação.<br />
PioneiriSmo<br />
A Cadastra foi fundada em 2000, com<br />
sua origem na área do search marketing.<br />
A partir <strong>de</strong> 2019, realizamos um reposicionamento,<br />
transformando-nos em uma<br />
empresa <strong>de</strong> múltiplas expertises para<br />
oferecer soluções estratégicas abrangentes.<br />
Ampliamos nossas capacida<strong>de</strong>s<br />
para englobar todos esses serviços, mesmo<br />
que naquela época não tivéssemos<br />
familiarida<strong>de</strong> com o termo “Next-Gen”.<br />
Destacamo-nos como a pioneira empresa<br />
brasileira a adotar esse inovador posicionamento.<br />
Foco no conSumidor<br />
As Next-Gen focam em problemas <strong>de</strong><br />
negócios, usando tecnologia, dados e<br />
marketing para atingir os objetivos das<br />
empresas. São parceiros que trazem inovação<br />
no dia a dia, preparam seus clientes<br />
para o futuro, mas trazem resultados<br />
no curto prazo. Para isso, não há outro<br />
caminho senão colocar o consumidor no<br />
centro das estratégias.<br />
AtuAção integrAdA<br />
É um <strong>de</strong>safio gigante e é por isso<br />
que existem poucas Next-Gen no mundo,<br />
mas os problemas da atualida<strong>de</strong><br />
são cada vez mais complexos e <strong>de</strong>mandam<br />
integração <strong>de</strong> tech, comunicação,<br />
dados e suas intermináveis subáreas.<br />
Desafios, por exemplo, <strong>de</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong> canais digitais, são muito difíceis<br />
<strong>de</strong> serem en<strong>de</strong>reçados reunindo diferentes<br />
fornecedores e parceiros, que muitas<br />
vezes têm sobreposição <strong>de</strong> atuação,<br />
diferentes metodologias e <strong>de</strong>sequilíbrio<br />
Termo Next-Gen<br />
surgiu por volta<br />
<strong>de</strong> 2021, nos<br />
Estados Unidos<br />
<strong>de</strong> conhecimento técnico.<br />
ultrAeSPeciAlizAção<br />
A economia digital trouxe disrupção.<br />
Todos os dias surgem novida<strong>de</strong>s, como<br />
o metaverso e a IA generativa. Todas<br />
essas disciplinas são complexas e se<br />
<strong>de</strong>sdobram em várias outras. Por exemplo:<br />
a mídia digital possui pelo menos 4<br />
ou 5 gran<strong>de</strong>s subáreas, como paid search,<br />
display, programmatic, social media<br />
e retail media. Uma marca que espera<br />
obter o máximo <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> suas<br />
estratégias e operações digitais precisa<br />
trabalhar com equipes especializadas<br />
em todas essas subáreas.<br />
trAnSFormAção digitAl<br />
Os avanços da tecnologia vêm acelerando<br />
<strong>de</strong>mais as transformações na socieda<strong>de</strong>,<br />
o que reflete no consumo, que<br />
impacta nas estratégias das empresas.<br />
Não são apenas novas disciplinas a serem<br />
dominadas, mas essa nova realida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>manda mudanças estruturais, que vão<br />
da cultura organizacional à sua forma <strong>de</strong><br />
se comunicar e relacionar com consumidores.<br />
26 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
pesquisas<br />
Nielsen aponta que investimento<br />
em mídia digital chegou a R$ 28,7 bi<br />
Apuração é referente ao 1º semestre <strong>de</strong> <strong>2023</strong> com queda<br />
<strong>de</strong> 21,2% em relação ao relatório produzido no ano anterior<br />
Em meio aos atuais <strong>de</strong>safios do cenário<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia e das incertezas<br />
econômicas globais, as empresas<br />
brasileiras têm buscado otimizar<br />
os seus orçamentos, e essa dinâmica<br />
também se reflete no mercado publicitário<br />
digital.<br />
Segundo novo levantamento da Nielsen,<br />
os investimentos em mídia digital<br />
no país durante o primeiro semestre <strong>de</strong><br />
<strong>2023</strong> totalizaram R$ 28,7 bilhões. No entanto,<br />
essa volumosa cifra está acompanhada<br />
por retração <strong>de</strong> 21,2% em comparação<br />
ao mesmo período <strong>de</strong> 2022.<br />
Apesar <strong>de</strong>sses números, há indícios<br />
<strong>de</strong> mudanças nos próximos meses. Com<br />
a proximida<strong>de</strong> dos principais eventos<br />
no setor varejista, como Dia das Crianças,<br />
Black Friday e Natal, por exemplo, e<br />
um aumento positivo no setor <strong>de</strong> moda<br />
no primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano em relação<br />
ao mesmo período do exercício<br />
fiscal anterior, a tendência é que os investimentos<br />
em mídia digital recuperem<br />
o seu crescimento.<br />
Isso é reforçado pelo sutil aumento <strong>de</strong><br />
3% nos investimentos durante o segundo<br />
trimestre <strong>de</strong>ste ano versus o primeiro, <strong>de</strong><br />
acordo com os dados da Nielsen.<br />
Ao examinar as impressões totais<br />
do primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>2023</strong> em comparação<br />
ao mesmo período <strong>de</strong> 2022,<br />
nove dos <strong>de</strong>z principais setores reduziram<br />
seus investimentos. A única exceção<br />
foi o setor <strong>de</strong> moda, que registrou uma<br />
variação positiva <strong>de</strong> 1,7%, seguido pelo<br />
varejo (-22,6%); entretenimento (-3,4%);<br />
telecom (-41,7%); finanças (-10,5%); automóveis<br />
(-1,8%); lazer (-39,2%); governo<br />
e social affair (-3,7%); tecnologia da<br />
informação (-27,1%); e indústria e comércio<br />
(-27,5%).<br />
Os chamados top setores em investimentos<br />
em compra <strong>de</strong> mídia, <strong>de</strong>finição<br />
da Nielsen, são: varejo (R$ 5,839 bilhões);<br />
telecomunicações (R$ 5,299 bilhões); temáticas<br />
sociais (R$ 3,389 bilhões); entretenimento<br />
(R$ 2,752 bilhões) e indústria e<br />
comércio (R$ 2,399 bilhões).<br />
“Os números do primeiro semestre<br />
<strong>de</strong> <strong>2023</strong> não contam a história completa.<br />
A resiliência das marcas brasileiras é<br />
notável, e a redução nos investimentos<br />
é uma resposta estratégica à dinâmica<br />
Mercado teve queda <strong>de</strong> investimento em compra <strong>de</strong> mídia no primeiro semestre, mas tendência é <strong>de</strong> crescimento no ano<br />
Sabrina Balhes é managing director da operação Nielsen no mercado brasileiro<br />
Fotos: Pixabay/ Divulgação<br />
do mercado. Essa situação se apresenta<br />
como uma oportunida<strong>de</strong> para as empresas<br />
reavaliarem as suas estratégias,<br />
explorarem novos canais e se conectarem<br />
ainda mais com um público ávido<br />
por experiências digitais significativas,<br />
ainda mais com a aproximação <strong>de</strong> importantes<br />
eventos para o comércio, como<br />
a Black Friday”, esclarece a executiva Sabrina<br />
Balhes, managing director da Nielsen<br />
Brasil.<br />
MÉTRICA<br />
O levantamento é baseado em dados<br />
coletados por Digital Ad Intel - exclusiva<br />
solução Nielsen que oferece a maior cobertura<br />
do cenário digital do Brasil, permitindo<br />
uma análise aprofundada sobre<br />
os investimentos em publicida<strong>de</strong> nas<br />
principais plataformas <strong>de</strong> mídias sociais<br />
e portais do país. Nele, é possível conferir<br />
informações <strong>de</strong>talhadas sobre diversas<br />
plataformas, setores, formatos e conteúdos<br />
ao longo <strong>de</strong> 2022 e no primeiro<br />
semestre <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. Cobertura: 2.500 sites<br />
e 600 aplicativos (a maior do mercado),<br />
além <strong>de</strong> contar com um painel humano<br />
com mais <strong>de</strong> 600 mil participantes.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27
pesquisas<br />
Data Makers e CDN fazem diagnóstico do<br />
interesse por diversida<strong>de</strong> nas empresas<br />
Estudo aponta que apenas 28% da amostra se manifesta sobre<br />
a ampliação dos investimentos para consolidar a pauta DEI<br />
A<br />
pauta DEI (Diversida<strong>de</strong>, Equida<strong>de</strong><br />
e Inclusão) ganhou o mercado<br />
global com força total e já não é<br />
encarada como cumprimento <strong>de</strong> protocolos<br />
para satisfação à socieda<strong>de</strong>. Mas<br />
ainda há longo caminho a percorrer para<br />
a consolidação <strong>de</strong> uma cultura mais<br />
fluida sobre o tema.<br />
Nesse sentido, pesquisas são sempre<br />
bem-vindas. Por exemplo, o estudo “DEI<br />
e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócios”, realizado pela<br />
Data-Makers com a CDN, mostra que lí<strong>de</strong>res<br />
reconhecem valores nas práticas,<br />
mas que tema está longe <strong>de</strong> ser priorida<strong>de</strong><br />
nas empresas. Foram ouvidos 170 lí<strong>de</strong>res<br />
entre CEOs e C-levels. A constatação<br />
da análise é que apenas 28% das empresas<br />
<strong>de</strong>vem aumentar investimento em<br />
diversida<strong>de</strong><br />
“Ao contrário do tema ESG, em que<br />
nosso estudo mostrou que a motivação<br />
principal para a adoção é a imagem da<br />
marca, chama a atenção o fato <strong>de</strong> que os<br />
incentivos apontados pelos executivos<br />
para a promoção <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong><br />
e inclusão revelam um entendimento<br />
mais genuíno sobre a função social das<br />
organizações e do impacto positivo <strong>de</strong><br />
ações <strong>de</strong> DE&I para a relação entre a<br />
empresa e seus colaboradores”, <strong>de</strong>staca<br />
o executivo Fabrício Fudissaku, CEO da<br />
Data-Makers.<br />
O estudo também esclarece que os<br />
lí<strong>de</strong>res consi<strong>de</strong>ram diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong><br />
e inclusão como assuntos majoritariamente<br />
relevantes para o futuro dos<br />
negócios: 37% acham importante e 55%<br />
acreditam ser extremamente importante.<br />
Não por acaso, a maior parte dos<br />
entrevistados (77%) afirma ter conhecimento<br />
razoável sobre o tema. Outros 18%<br />
respon<strong>de</strong>ram ter total domínio e apenas<br />
5% admitiram não ter qualquer conhecimento<br />
sobre a questão.<br />
Apesar da noção do mercado sobre<br />
a importância do assunto, a maior parte<br />
dos lí<strong>de</strong>res acredita que a pauta é subestimada<br />
nas empresas (53%). Além da falta<br />
<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> para o tema, a escassez<br />
<strong>de</strong> profissionais capacitados e o pouco<br />
comprometimento das li<strong>de</strong>ranças também<br />
estão entre as principais barreiras<br />
apontadas na adoção <strong>de</strong> práticas assertivas<br />
e consistentes.<br />
Divulgação/Eduardo Meirelles<br />
Fabricio Fudissaku, CEO da Data Markers, fala que pesquisa gera insights para <strong>de</strong>cisões<br />
Uma fatia consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> executivos<br />
(22%) não soube apontar uma empresa<br />
que se <strong>de</strong>staca em DEI no Brasil, um indicativo<br />
do estágio inicial da relação das<br />
companhias com o tema no país. Entre<br />
aqueles que atrelaram marcas ao tema,<br />
a Natura foi a organização lí<strong>de</strong>r em menções<br />
(13%), seguida <strong>de</strong> Magazine Luiza<br />
(9%), O Boticário, Nubank e J&J (5%). No<br />
total, 53 empresas foram citadas, e a pulverização<br />
das respostas é outro indicador<br />
do estágio ainda incipiente da pauta<br />
no universo corporativo.<br />
Entre os executivos reconhecidos<br />
pela sinergia com a causa, Luiza Trajano<br />
foi o nome mais lembrado pela atuação<br />
em diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong> e inclusão,<br />
com 6% das menções. No total, 37 profissionais<br />
foram citados. Por outro lado,<br />
quase um quarto dos entrevistados não<br />
soube indicar nenhum profissional <strong>de</strong> referência,<br />
o que evi<strong>de</strong>ncia caminho aberto<br />
para quem quer construir autorida<strong>de</strong><br />
nessa pauta.<br />
“A reputação <strong>de</strong> uma marca é avaliada<br />
pelo impacto que ela causa na socieda<strong>de</strong>.<br />
Nessa construção, é fundamental<br />
que empresas e lí<strong>de</strong>res se abram para<br />
o diálogo com seus públicos e tenham<br />
uma prática a<strong>de</strong>quada com o que propagam.<br />
O estudo mostra para as marcas e<br />
<strong>de</strong>cisores <strong>de</strong> negócio que há muito potencial<br />
inexplorado para quem quer se<br />
posicionar bem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste território<br />
ESG”, observa Fabio Santos, CEO da CDN.<br />
PUBLICIDADE<br />
Nas palavras <strong>de</strong> Fudissaku, imagem<br />
<strong>de</strong> marca está intimamente associada à<br />
questão DEI. “63% dos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócios<br />
apontaram a imagem da marca como um<br />
dos principais motivadores para a adoção<br />
<strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>. Isso mostra<br />
que os executivos têm ciência <strong>de</strong> que<br />
a socieda<strong>de</strong> está cada vez mais atenta<br />
às práticas das organizações. Por isso, é<br />
fundamental dar visibilida<strong>de</strong> às ações <strong>de</strong><br />
diversida<strong>de</strong> que ocorrem da porta para<br />
<strong>de</strong>ntro das empresas e a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenha<br />
um papel fundamental neste<br />
sentido. Ao gerar insights sobre o que<br />
pensam os lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócios, criamos<br />
um referencial para que possam comparar<br />
sua atuação com a <strong>de</strong> seus pares.<br />
28 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
agências<br />
Pullse lança sua 1ª campanha para Casas<br />
Bahia com retorno <strong>de</strong> Fabiano Augusto<br />
O CEO Alan Barros retoma o slogan “Dedicação total a você”, criado<br />
durante sua gestão como diretor <strong>de</strong> marketing do anunciante<br />
Quer pagar quanto? A pergunta<br />
tornou o ator Fabiano Augusto<br />
conhecido em todo o país através<br />
das campanhas da Casas Bahia. O<br />
garoto-propaganda está <strong>de</strong> volta às<br />
campanhas publicitárias da gigante do<br />
varejo. A iniciativa é da Pullse, do grupo<br />
Dreamers, que assumiu a conta após<br />
longa temporada na VMLY&R, que suce<strong>de</strong>u<br />
a Newcomm Bates quando Alan<br />
Barros, CEO da agência, era diretor <strong>de</strong><br />
marketing do anunciante, que tem mais<br />
<strong>de</strong> 30 milhões <strong>de</strong> consumidores em todo<br />
o país. O primeiro filme foi exibido na<br />
semana passada em um dos intervalos<br />
do “Fantástico”.<br />
A retomada, <strong>de</strong> acordo com a diretora<br />
<strong>de</strong> marketing Vivian Zwir, não foi<br />
ao acaso. Pesquisas mercadológicas<br />
referendaram a <strong>de</strong>cisão. “A força da<br />
marca Casas Bahia é impressionante,<br />
durante o trabalho <strong>de</strong> planejamento<br />
Divulgação<br />
Allan Barros <strong>de</strong>senvolveu a campanha que retoma o slogan “Dedicação total a você”<br />
isso ficou evi<strong>de</strong>nte. Nossa primeira<br />
gran<strong>de</strong> missão é resgatar a potência<br />
da marca. Para isso, estamos usando<br />
toda a experiência <strong>de</strong> varejo do time<br />
Pullse - que li<strong>de</strong>ra esse projeto <strong>de</strong>ntro<br />
do Grupo Dreamers -, utilizando toda<br />
a tecnologia <strong>de</strong> suas plataformas proprietárias,<br />
Aceleraí, Multiplica e Geo<br />
Fast, além <strong>de</strong> toda expertise da Convert<br />
para performance e estratégia digital”,<br />
ressalta Barros, que dividiu a criação da<br />
campanha com Toninho Correa e Carlos<br />
Pereira.<br />
“É uma honra ser parceiro <strong>de</strong> negócios<br />
<strong>de</strong>ssa nova fase <strong>de</strong> uma marca<br />
tão icônica quanto Casas Bahia. Vamos<br />
usar a sinergia e a complementarida<strong>de</strong><br />
das nossas empresas para elevar ainda<br />
mais esse legado e, claro, trazer resultados<br />
positivos para o cliente”, finaliza<br />
Rodolfo Medina, presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />
do Grupo Dreamers.<br />
D’OM reforça área <strong>de</strong> atendimento para<br />
trabalho das marcas Eataly e Valda<br />
A experiente Claudia Menezes traz sua expertise para as<br />
soluções propostas por Mário D’Andrea e o sócio Filipe Cuvero<br />
A<br />
executiva Claudia Menezes, profissional<br />
<strong>de</strong> atendimento com<br />
larga experiência em gran<strong>de</strong>s<br />
marcas como Subway, P&G, Visa, Unilever<br />
e Diageo, entre outras – que já teve<br />
passagens pela Dentsu, J. W. Thompson,<br />
VML/Y&R, AlmapBBDO e David –,<br />
se junta à equipe da D’OM Soluções<br />
Improváveis.<br />
Fundada pelos publicitários Mario<br />
D’Andrea e Filipe Cuvero, que trabalharam<br />
juntos durante uma década na Dentsu,<br />
a agência conquistou várias contas<br />
nos últimos meses e agora agrega a experiência<br />
<strong>de</strong> Claudia Menezes li<strong>de</strong>rando<br />
o atendimento das marcas e projetos<br />
especiais da D’OM.<br />
“A D’OM acredita que gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias<br />
po<strong>de</strong>m surgir <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s experiências.<br />
Com o crescimento da agência, a che-<br />
Claudia Menezes vai comandar divisão <strong>de</strong> atendimento da agência D’OM<br />
Divulgação<br />
gada da Claudia Menezes vai nos ajudar<br />
ainda mais na relação direta entre nossos<br />
lí<strong>de</strong>res e os clientes, enten<strong>de</strong>ndo e<br />
aten<strong>de</strong>ndo suas expectativas – e na oferta<br />
<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> negócios consistentes<br />
e inesperados”, explica D’Andrea.<br />
A D’OM foi apresentada ao mercado<br />
em fevereiro <strong>de</strong> 2022, sob a li<strong>de</strong>rança<br />
<strong>de</strong> D’Andrea, Filipe Cuvero e Zeh Henrique<br />
Rodrigues. “O objetivo sempre foi<br />
ajudar empresas e <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />
marketing na solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> marca e resultados <strong>de</strong><br />
vendas. É a sexta empresa do Grupo OM<br />
Comunicação Integrada, que faz parte da<br />
re<strong>de</strong> mundial Taan. As <strong>de</strong>mais são Opus-<br />
Múltipla, Brainbox, HouseCricket, Tailor-<br />
Media Inteligência <strong>de</strong> Mídia (especialista<br />
em regionalização <strong>de</strong> mídia) e Senso Performance.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 29
prêmios<br />
VMLY&R São Paulo é a única brasileira<br />
<strong>de</strong>stacada pelo júri do Gerety Awards<br />
A campanha “Buscapé. Back to the City of God”, feita para a<br />
Vivo e Motorola, ganhou Ouro na categoria Entertainment Cut<br />
Fotos: Divulgação<br />
O Gerety Awards é uma premiação que <strong>de</strong>staca o olhar feminino para a publicida<strong>de</strong><br />
Buscapé no filme “Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus”, na premiada campanha <strong>de</strong> Vivo e Motorola<br />
Carolina Vilela<br />
O<br />
Gerety Awards anunciou os vencedores da edição<br />
<strong>de</strong>ste ano da tradicional premiação, que<br />
tem como objetivo reconhecer os trabalhos da<br />
publicida<strong>de</strong> a partir da visão feminina.<br />
Nesta edição, o único case brasileiro que levou prêmio<br />
foi o “Buscapé. Back to the City of God”, da Vivo e<br />
Motorola, assinado pela VMLY&R São Paulo. A campanha<br />
levou Ouro em Entertainment Cut.<br />
A peça foi feita para celebrar os 20 anos do filme<br />
“Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus”, além <strong>de</strong> apresentar o Motorola Edge<br />
30 Ultra. A filmagem mobilizou uma equipe <strong>de</strong> 120 pessoas<br />
e 169 figurantes.<br />
Na narrativa <strong>de</strong> 14 minutos, a amiza<strong>de</strong> entre os personagens<br />
Buscapé e Barbantinho é o ponto <strong>de</strong> partida<br />
para a volta à Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. O personagem <strong>de</strong><br />
Alexandre Rodrigues se torna fotojornalista e utiliza<br />
a conexão 5G da Vivo e o aparelho da Motorola para<br />
iniciar uma investigação.<br />
“Ficamos muito felizes em sermos os únicos brasileiros<br />
a ganharmos esta edição do Gerety Awards. Mais<br />
uma vez, o nosso Buscapé saiu da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus para<br />
ganhar o mundo. Dessa vez, esse spin-off eletrizante <strong>de</strong><br />
14 minutos feito em parceria com a Vivo e a Motorola<br />
trouxe o gran<strong>de</strong> prêmio na categoria Entertainment Cut<br />
para casa. Todo esse sucesso é resultado <strong>de</strong> um time<br />
vibrante que junto com a Vivo acreditou no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início”, celebra o executivo Sleyman<br />
Khodor, CCO da VMLY&R, que teve como diretores <strong>de</strong><br />
criação Rodrigo Almeida, Rafael Gil e Marcos Magario.<br />
A produção é assinada pela O2 Filmes, com direção<br />
<strong>de</strong> Fred Luz. O elenco contou com Alexandre Rodrigues,<br />
o Buscapé; Edson Oliveira, Carol Dall Farra, Dudu Neves,<br />
Khalifa Idd, Puelo, Sandrão Rzo, Caio Santos, Hugo Brek<br />
e Cocão Avoz.<br />
Gerety AwArds <strong>2023</strong><br />
A edição <strong>de</strong> <strong>2023</strong> do Gerety Awards entregou 4<br />
Grand Prix, 27 Ouros, 69 Pratas e 65 Bronzes. No total, a<br />
premiação contou com uma shortlist <strong>de</strong> 325 cases <strong>de</strong><br />
“Mais uma vez, o nosso<br />
Buscapé saiu da Cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Deus para ganhar<br />
o mundo”<br />
Sleyman Khodor é CCO da agência VMLY&R Brasil<br />
42 países diferentes.<br />
Os Grand Prix foram para a The Monkeys, com o<br />
case “The first digital nation”, para o Governo <strong>de</strong> Tuvalu<br />
(Oceania), na categoria Innovation Cut; McCann<br />
Warsaw, com “Where to settle”, feita para Mastercard,<br />
na categoria Work For Good Cut; E<strong>de</strong>lman, com “See<br />
my skin”, para Vaseline, em Experience Cut; e, por fim,<br />
DDB Chicago, com “Apologize the rainbow”, <strong>de</strong> Skittles,<br />
em Humour Cut. O case mais premiado foi “The glitch”,<br />
feito para a Alzheimer Forschung Initiative, criado pela<br />
BBDO Germany, que faturou três Ouros, três Pratas e<br />
um Bronze.<br />
Já a marca mais premiada na edição foi o<br />
McDonald’s, com <strong>11</strong> prêmios, sendo cinco Pratas e seis<br />
Bronzes. “Ser reconhecido pelos prêmios Gerety <strong>de</strong>sta<br />
forma é especialmente significativo, dado o foco incansável<br />
do McDonald’s na construção <strong>de</strong> conexões<br />
mais relevantes com nossa diversificada base <strong>de</strong> fãs<br />
em todo o mundo. Parabéns para as marcas reconhecidas<br />
este ano e estamos orgulhosos <strong>de</strong> estar na sua<br />
companhia”, afirmou Joan Colletta, diretora sênior <strong>de</strong><br />
marketing <strong>de</strong> marca global do McDonald’s.<br />
sHOrtLIst<br />
As peças finalistas selecionadas pelas juradas,<br />
grupo que teve a participação da brasileira Patrícia<br />
Moura, head <strong>de</strong> conteúdo da GUT São Paulo, primou<br />
pela qualida<strong>de</strong> e craft. Além <strong>de</strong> “Buscapé. Back to the<br />
City of God”, a shortlist contemplou o projeto “Orgasm<br />
Day Quem Disse, Berenice?”, da W3haus São Paulo nas<br />
categorias Health Cut (digital) e Innovation Cut (digital);<br />
e “Sorriso sponsors”, para o creme <strong>de</strong>ntal Sorriso,<br />
da multinacional Colgate-Palmolive, criação da<br />
VMLY&R São Paulo.<br />
“Não po<strong>de</strong>ríamos estar mais orgulhosos do júri <strong>de</strong><br />
personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o mundo <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. No próximo<br />
ano, comemoramos o 5º ano dos Prêmios Gerety e,<br />
assim como nas edições anteriores, nosso júri incluirá<br />
alguns dos lí<strong>de</strong>res mais respeitados e premiados da<br />
indústria <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e marketing”, disse a cofundadora<br />
da premiação, Lucía Ongay.<br />
30 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
Curiosida<strong>de</strong><br />
Fot\os: Arquivo Pessoal<br />
“Ser curioso, observador e autodidata é o que me faz ir para frente, e é<br />
o que eu acredito que me aju<strong>de</strong> a fazer alguma diferença no mundo”<br />
Doug Monteiro<br />
Especial para o propmark<br />
Você já ouviu falar no conceito <strong>de</strong> esponja? “Ah, um amigo meu é esponja <strong>de</strong> sentimentos,<br />
absorve os problemas dos outros...” Então, esse conceito me pegou logo<br />
cedo na vida. Mas <strong>de</strong> um jeito diferente...<br />
Em casa, via meu pai estudando e trabalhando muito. Até cheguei a pensar em não<br />
seguir a carreira <strong>de</strong>le, porque ele trabalhava <strong>de</strong>mais.<br />
E cá estou eu, hoje, com 20 anos <strong>de</strong> carreira no audiovisual, trabalhando tanto quanto<br />
meu velho.<br />
Ser advogado como ele, talvez, não me <strong>de</strong>sse o prazer que tenho pelo que faço. Mas<br />
a inspiração, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequeno, em uma figura que se <strong>de</strong>dicava tanto, ficou marcada para<br />
sempre.<br />
Hoje, eu tenho clareza sobre essa esponja que virei. Isso porque TUDO que eu observo,<br />
vira aprendizado para mim. Tudo mesmo!<br />
Assisto tudo que é canal da TV aberta, nem que seja por alguns poucos minutos, para<br />
saber o que eu posso apren<strong>de</strong>r por ali. Ouço estações <strong>de</strong> rádio aleatórias, fuço até encontrar<br />
podcasts diferentes e, o principal, fico atento a todos ao meu redor: como se vestem,<br />
como falam, como interagem...<br />
É, sou viciado em <strong>de</strong>scobrir coisas através do olhar. E, como um bom capricorniano,<br />
trabalho é meu segundo nome. E o jeito <strong>de</strong> ‘amenizar’ o vício em trabalhar <strong>de</strong>mais foi<br />
usar isso ao meu favor para acelerar meu aprendizado.<br />
Mas tudo isso começou na minha infância. Como eu era uma criança hiperativa, meus<br />
pais me colocaram pra fazer caratê, tênis, inglês, aula <strong>de</strong> piano...<br />
Aos <strong>11</strong> anos, eu já era muito competitivo e adorava jogar tênis. Pratiquei por três anos.<br />
Aí, brincando na piscina num fim <strong>de</strong> semana, <strong>de</strong>i uma cambalhota e bati o joelho na borda.<br />
Acabei rompendo a patela e tive <strong>de</strong> operar.<br />
Depois disso, a recomendação médica foi parar <strong>de</strong> jogar tênis e começar na natação.<br />
Fui apren<strong>de</strong>r a nadar porque eu só sabia o básico. Naquela época, eu tive a sorte <strong>de</strong> ser<br />
treinado pelo Fernando Possenti, técnico da Ana Marcela Cunha, medalha <strong>de</strong> Ouro nas<br />
Olímpiadas <strong>de</strong> Tóquio.<br />
Ele me viu nadando e falou que eu levava jeito. Comecei a treinar, treinar, treinar,<br />
treinar e competir. E isso daí foi um divisor <strong>de</strong> águas na minha vida em disciplina, no<br />
treinamento e na li<strong>de</strong>rança também.<br />
Porque, ao contrário do que as pessoas imaginam, a natação apesar <strong>de</strong> ser um esporte<br />
individual, você apren<strong>de</strong> muito em grupo com o time. E isso só <strong>de</strong>spertou meu perfil <strong>de</strong><br />
lí<strong>de</strong>r: sempre ouvir mais do que falar e trazer as pessoas comigo sem imposições.<br />
Para acelerar meu aprendizado, por conta da minha competitivida<strong>de</strong>, comprei<br />
uma bíblia <strong>de</strong> natação, para melhorar a minha performance. E, nos treinos, eu tinha<br />
um parceiro que era praticamente meu sócio. Isso eu transferi para os negócios. E por<br />
ter começado a empreen<strong>de</strong>r como DJ aos 13 anos (fazendo festas em garagens, clubes<br />
e buffets por aí), conhecia muito <strong>de</strong> equipamentos. Cheguei até a montar alguns<br />
computadores lá em casa.<br />
Essa procura por conhecimento, essa curiosida<strong>de</strong> mais a competitivida<strong>de</strong>, sempre<br />
foram minha força motriz. E essa competição é comigo, os <strong>de</strong>safios são comigo mesmo.<br />
Nunca foi sobre vencer o outro. Sempre tinha <strong>de</strong> ser melhor do que o dia anterior.<br />
Hoje, tenho mais clareza que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do <strong>de</strong>safio, é melhor você não pegar. Mas<br />
eu sempre tento fazer um trabalho melhor que o outro. Esse aprendizado é todo da natação,<br />
que me inspirou a ser disciplinado. Assim, eu continuo acordando cedo para nadar,<br />
fazendo exercício, estudando muito.<br />
Ser curioso, observador e autodidata é o que me faz ir para frente, e é o que eu acredito<br />
que me aju<strong>de</strong> a fazer alguma diferença no mundo.<br />
Doug Monteiro é CEO da Conteúdo Urbano<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 31
click do alê<br />
Alê Oliveira<br />
aleoliveira@propmark.com.br<br />
Diego Padilha<br />
Demi Lovato contou com participação <strong>de</strong> Luísa Sonza<br />
Globo/Lucas Teixeira<br />
Os apresentadores Marcos Mion e Kenya Sa<strong>de</strong><br />
Globo/Lucas Teixeira<br />
Popstar Bruno Mars: apresentação histórica que empolgou a plateia<br />
Alê Oliveira<br />
The Town/Divulgação<br />
O apresentador Tiago Oliveira, da Re<strong>de</strong> Globo<br />
Alê Oliveira<br />
Patrocinadores <strong>de</strong>ram show na Cida<strong>de</strong> da Música<br />
Bebe Rexha no palco Skyline<br />
Itaú marca presença com sua roda-gigante<br />
The Town/Divulgação<br />
Cida<strong>de</strong> das Marcas!<br />
Nem só <strong>de</strong> música viveu o The Town. O megaevento realizado em São Paulo, que entrou para a<br />
história do entretenimento no país, recebeu mais <strong>de</strong> 220 ativações <strong>de</strong> marcas parceiras. Os anunciantes<br />
<strong>de</strong>ram verda<strong>de</strong>iro show e conseguiram dividir com popstars como Bruno Mars, Maroon 5 e Foo<br />
Fighters a atenção dos mais <strong>de</strong> 500 mil consumidores presentes durante os cinco dias <strong>de</strong> apresentações<br />
no Autódromo <strong>de</strong> Interlagos, batizado como Cida<strong>de</strong> da Música.<br />
32 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
negócios &<br />
sustentabilida<strong>de</strong><br />
Alê Oliveira<br />
Qual a relevância do<br />
propósito para a sua<br />
estratégia <strong>de</strong> negócios?<br />
Ricardo Esturaro<br />
é escritor, administrador <strong>de</strong> empresas<br />
e especialista em marketing, estratégia<br />
e sustentabilida<strong>de</strong><br />
ricardo@esturaro.com<br />
Ricardo Esturaro<br />
Durante décadas, prevaleceu no mundo corporativo<br />
a “doutrina” <strong>de</strong> Milton Friedman, que <strong>de</strong>finiu<br />
que a responsabilida<strong>de</strong> social das empresas é<br />
aumentar seus lucros. Contudo, atualmente, muitas<br />
empresas estão trabalhando com valores mais amplos<br />
e colocando o propósito acima dos lucros.<br />
Uma corrente reforça o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>ntro das organizações<br />
<strong>de</strong> que, além da estratégia em relação as boas<br />
práticas ambientais, sociais e <strong>de</strong> governança (ESG), as<br />
empresas <strong>de</strong>vem ter um propósito para guiar suas diretrizes<br />
<strong>de</strong> investimento e atuação. Esse propósito seria o<br />
ponto central <strong>de</strong> toda a atuação, conferindo significado<br />
à estratégia <strong>de</strong> negócios e trazendo clareza sobre a contribuição<br />
da marca para a socieda<strong>de</strong>. Essa abordagem<br />
impõe uma pressão adicional sobre os lí<strong>de</strong>res empresariais,<br />
que agora precisam não apenas gerar valor para o<br />
negócio, mas também consi<strong>de</strong>rar seu impacto positivo<br />
na socieda<strong>de</strong> e no meio ambiente.<br />
Esse é um dos assuntos que geram a maior polêmica<br />
<strong>de</strong>ntro das empresas e também no marketing – não<br />
existe consenso sobre o peso ou a relevância do propósito<br />
na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra do consumidor. Entretanto,<br />
um estudo apresentado por Peter Field, um dos profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing mais respeitados na Inglaterra, na<br />
conferência IPA Effworks, em Londres, <strong>de</strong>monstrou que<br />
as campanhas <strong>de</strong> marcas com propósito foram menos<br />
efetivas em gerar resultados comerciais <strong>de</strong> longo prazo<br />
quando comparadas com campanhas tradicionais. De<br />
fato, gran<strong>de</strong> parte das campanhas <strong>de</strong> marcas com propósito<br />
não tem muita eficácia com o consumidor que,<br />
geralmente, compra as marcas familiares com as quais<br />
se sente confortável no piloto automático.<br />
Apesar disso, é uma ingenuida<strong>de</strong> usar este ponto <strong>de</strong><br />
vista contra o propósito, já que a pesquisa i<strong>de</strong>ntificou<br />
áreas em que essas campanhas apresentaram benefícios<br />
importantes, como na relação B2B, seja com fornecedores<br />
ou distribuidores, na satisfação dos empregados<br />
e no aumento da cobertura na mídia. Sem esquecer<br />
que quando a estratégia <strong>de</strong> marketing relacionada ao<br />
propósito é bem-feita, ela oferece novas oportunida<strong>de</strong>s<br />
para a marca se diferenciar em sua categoria.<br />
A questão central não <strong>de</strong>ve ser se uma marca <strong>de</strong>ve<br />
ou não ter um propósito, mas sim como esse propósito é<br />
<strong>de</strong>senvolvido e utilizado. Ele não <strong>de</strong>ve ser usado apenas<br />
para criar uma ilusão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social e ambiental<br />
da marca. O propósito <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado uma<br />
escolha estratégica que requer serieda<strong>de</strong> e alinhamento<br />
com os valores e ambições do negócio. Ao fazer esta<br />
escolha estratégica, a empresa po<strong>de</strong> colher benefícios<br />
ao atrair e motivar funcionários e parceiros comerciais,<br />
além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar um papel relevante na atração<br />
<strong>de</strong> investidores que buscam empresas que gerem tanto<br />
valor comercial quanto social.<br />
Além disso, o propósito po<strong>de</strong> ser uma ferramenta importante<br />
nas estratégias das empresas para lidar com as<br />
<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> governos, investidores e reguladores, que<br />
po<strong>de</strong>m exigir ações específicas. Nesse contexto, empresas<br />
inteligentes não po<strong>de</strong>m ignorar a conexão do propósito<br />
com uma estratégia para proteger e aprimorar<br />
sua licença social para operar. Isso envolve garantir que<br />
todas as partes interessadas percebam que o negócio<br />
age <strong>de</strong> forma apropriada, justa e confiável. Esse movimento<br />
é <strong>de</strong> extrema importância, pois é difícil imaginar<br />
um negócio que possa sobreviver sem a <strong>de</strong>vida licença<br />
social para operar.<br />
Portanto, para que o propósito seja realmente relevante,<br />
é essencial que ele seja incorporado <strong>de</strong> forma<br />
genuína e estratégica em todas as operações e ações da<br />
empresa. Somente assim ele se tornará um diferencial<br />
competitivo para o seu negócio.<br />
“É difícil<br />
imaginar um<br />
negócio que possa<br />
sobreviver sem<br />
a <strong>de</strong>vida licença<br />
social para<br />
operar”<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 33
we<br />
mkt<br />
Alê Oliveira<br />
Virgin. Veio, não<br />
<strong>de</strong>colou, partiu, voltou<br />
e agora vai... Voar!<br />
“Não conheço ninguém que tenha<br />
aprendido a andar seguindo regras”<br />
Richard Branson<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
fmadia@madiamm.com.br<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
O<br />
ano era 2020. Quem diria o que estava por acontecer.<br />
Richard Branson ensaiou bastante, pesquisou<br />
mais ainda, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir trazer uma <strong>de</strong><br />
suas mais <strong>de</strong> 100 empresas que levam o nome Virgin<br />
em sua <strong>de</strong>nominação para o Brasil. A empresa aérea<br />
Virgin Atlantic. Mas, finalmente, <strong>de</strong>cidiu que a hora era<br />
chegada, 2020, e começou a se estruturar para um primeiro<br />
voo.<br />
Tudo preparado, o primeiro voo seria no mês <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 2020. Passagens começaram a ser vendidas,<br />
o tempo foi ficando encoberto, uma tal <strong>de</strong> Covid-19 foi<br />
tomando todo o espaço na mídia, na vida das pessoas,<br />
e, dias antes da primeira <strong>de</strong>colagem, numa espécie <strong>de</strong><br />
circo montado pela Virgin, sem nem mesmo ter dado<br />
um primeiro voo, <strong>de</strong>cidiu <strong>de</strong>sistir, baixar a lona, e partir.<br />
Prometendo voltar um pouco mais adiante. E assim, naquele<br />
momento, entrou para a história como a primeira<br />
empresa aérea que anunciou, ven<strong>de</strong>u passagens, instalou-se<br />
e <strong>de</strong>sistiu, sem realizar um único voo.<br />
No dia 17 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2020, em release enviado à imprensa<br />
do país, a Virgin dizia, conforme publicado nos<br />
principais jornais, que “A Virgin Atlantic <strong>de</strong>sistiu <strong>de</strong> voar<br />
ao Brasil. Começaria seus voos em março, teve <strong>de</strong> adiar<br />
o lançamento <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia, e agora cancela em<br />
<strong>de</strong>finitivo os serviços aéreos entre Londres e São Paulo.<br />
O primeiro voo, previsto para 6 <strong>de</strong> outubro, está cancelado”.<br />
E, falando pela empresa, seu porta voz disse: “Cancelar<br />
uma rota nunca é uma <strong>de</strong>cisão fácil, gostaríamos <strong>de</strong><br />
agra<strong>de</strong>cer a nossos clientes, nossos parceiros comerciais<br />
e <strong>de</strong> mídia, e acima <strong>de</strong> tudo nossa equipe em São Paulo<br />
por trabalhar tanto para nos apoiar nos últimos meses.<br />
São Paulo é uma cida<strong>de</strong> fantástica e estamos extremamente<br />
<strong>de</strong>sapontados por não estarmos mais lançando<br />
o voo neste momento”. E, ato contínuo, <strong>de</strong>smontou “o<br />
circo”, e partiu, mas prometendo voltar. Com um número<br />
0800 para resolver o encaminhamento dos clientes que<br />
tinham comprado passagem para os primeiros voos.<br />
Corta para agosto <strong>2023</strong>, e a Virgin, <strong>de</strong> novo, anunciando-<br />
-se no Brasil, e com voos regulares para Londres: “São Paulo<br />
é muito importante para a estratégia da Virgin Atlantic<br />
e marca a entrada na América do Sul. Queremos nos firmar<br />
por aqui e crescer em outras regiões...”. Justin Bell, diretor-<br />
-responsável pela Virgin Atlantic em nosso país.<br />
Assim como todas as <strong>de</strong>mais empresas aéreas, a<br />
Virgin foi ferida mortalmente pela Covid. O segredo <strong>de</strong><br />
algum sucesso no quase impossível negócio da aviação<br />
comercial em todo o mundo é único e converteu-se em<br />
mantra: Manter os Aviões no Ar e Voando pelo Maior<br />
Tempo Possível, ou, avião em terra é certeza <strong>de</strong> prejuízo.<br />
E durante a pan<strong>de</strong>mia, como é do conhecimento <strong>de</strong><br />
todos, todos os aviões foram colocados <strong>de</strong> castigo, sem<br />
po<strong>de</strong>r voar, por meses... E as empresas aéreas, todas,<br />
esvaindo-se em sangue pela impossibilida<strong>de</strong> absoluta<br />
<strong>de</strong> realizar qualquer tipo <strong>de</strong> receita, mas com as <strong>de</strong>spesas<br />
mensais batendo à porta no fim <strong>de</strong> cada mês, muito<br />
especialmente, as do leasing <strong>de</strong> suas aeronaves...<br />
Ao se <strong>de</strong>spedir dos jornalistas, e confirmar os primeiros<br />
voos São Paulo-Londres, Bell informou que existe, finalmente,<br />
uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados econômicos<br />
positivos para 2024. Em 2022, já com a pan<strong>de</strong>mia quase<br />
sob controle, a Virgin, assim como todas as <strong>de</strong>mais empresas<br />
aéreas, seguiu registrando prejuízos. Mais <strong>de</strong> 200<br />
milhões <strong>de</strong> libras...<br />
Assim, e finalmente, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir sem mesmo<br />
ter realizado um único voo, a Virgin retorna ao Brasil <strong>de</strong>vendo<br />
<strong>de</strong>colar com seu primeiro voo no mês <strong>de</strong> maio.<br />
Voo diário, ligando Guarulhos SP ao Heathrow, Londres.<br />
Salvo prova em contrário, e suporte, ajuda e socorro<br />
dos governos, o negócio da aviação comercial segue<br />
sendo, <strong>de</strong> longe e <strong>de</strong>ntre todos os <strong>de</strong>mais, o mais arriscado.<br />
Mas, sempre algum maluco beleza, abarrotado <strong>de</strong><br />
sonhos e alegria, como o genial Richard Branson, tentará<br />
provar o contrário... Boa Sorte, Virgin!<br />
34 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
esg no mkt<br />
Alê Oliveira<br />
Mitos e verda<strong>de</strong>s<br />
sobre ESG<br />
O importante é adotar uma postura positiva<br />
e pragmática e dar os primeiros passos<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
O<br />
tempo passa e o tema ESG ganha visibilida<strong>de</strong> e<br />
tração, mas traz também muito questionamento<br />
e controvérsia. Nas minhas interlocuções por aí,<br />
tenho notado uma compreensão equivocada <strong>de</strong> diversos<br />
pontos relacionados às questões ambientais, sociais<br />
e <strong>de</strong> governança.<br />
Decidi, então, trazer aqui para este espaço uma reflexão<br />
sobre mitos e verda<strong>de</strong>s em torno da sigla ESG.<br />
Vamos lá?<br />
1- ESG é mais um <strong>de</strong>sses modismos que são criados<br />
em torno da administração <strong>de</strong> negócios. Mito!<br />
Na verda<strong>de</strong> ESG, que vem do inglês Environmental,<br />
Social e Governance (Ambiental, Social e Governança),<br />
é uma releitura <strong>de</strong> conceitos e práticas que já são discutidos<br />
e implementados há muito tempo. As questões<br />
ambientais são amplamente consi<strong>de</strong>radas pelas empresas<br />
há tempos, sob os conceitos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> ou<br />
responsabilida<strong>de</strong> ambiental.<br />
Do lado social, há muito se fala das iniciativas para<br />
gerar maior inclusão <strong>de</strong> minorizados, diminuir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />
e tornar o ambiente <strong>de</strong> trabalho mais respeitoso<br />
e igualitário.<br />
Essas questões sociais eram tratadas pelo uso <strong>de</strong><br />
outros termos, como CSR (Corporate Social Responsability)<br />
ou, em português, simplesmente Responsabilida<strong>de</strong><br />
Social. E as questões <strong>de</strong> governança têm estado na pauta<br />
das empresas há muito tempo, com a valorização da<br />
ética e da transparência da gestão corporativa. Outros<br />
conceitos foram pavimentando o caminho para a criação<br />
do ESG.<br />
Vale salientar o Triple Bottom Line, conceito criado<br />
pelo britânico John Elkington, que estimula as empresas<br />
a pensar, não somente na geração <strong>de</strong> lucro, mas, também,<br />
no respeito às pessoas e ao planeta. Três dimensões<br />
<strong>de</strong> critérios na administração: daí o termo triple<br />
bottom line.<br />
Outra iniciativa importante foi a criação do conceito<br />
Capitalismo Consciente, cunhado por John Mackey (fundador<br />
da re<strong>de</strong> varejista americana Whole Foods) e Raj<br />
Sisodia, professor indiano. Some-se a esses, os movimentos<br />
das COPs da ONU, principalmente a COP 21, quando foi<br />
assinado o Acordo <strong>de</strong> Paris, e a pressão dos gran<strong>de</strong>s fundos,<br />
capitaneados pelo Black Rock, que passou a exigir<br />
das empresas relatórios ambientais e sociais, em complemento<br />
aos financeiros, sob risco <strong>de</strong> ficarem <strong>de</strong> fora<br />
dos seus portfólios.<br />
Todos esses movimentos dão soli<strong>de</strong>z e relevância ao<br />
conceito ESG, que foi criado no fim <strong>de</strong> 2004, no documento<br />
“Who cares wins”, gerado por gran<strong>de</strong>s instituições<br />
financeiras, a pedido da ONU. Portanto, não se trata <strong>de</strong><br />
um modismo, mas um movimento sólido e consistente,<br />
sem volta.<br />
2- ESG é só para empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Mito! ESG<br />
é para todos!<br />
A gran<strong>de</strong> empresa toma a iniciativa <strong>de</strong> se alinhar<br />
aos princípios ESG, mas precisa contar também com a<br />
a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> toda a sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor. Haja vista o que<br />
aconteceu com as vinícolas do sul do Brasil, que foram<br />
implicadas em <strong>de</strong>corrência da má conduta <strong>de</strong> seus fornecedores,<br />
que tinham trabalhadores em regime análogo<br />
à escravidão.<br />
3- ESG é mais uma linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas. Mito! Nem<br />
sempre o alinhamento aos princípios ESG gera custos<br />
adicionais.<br />
Às vezes, até proporcionam redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas. Ao<br />
adotar o uso racional <strong>de</strong> água e energia, por exemplo,<br />
haverá uma redução na conta <strong>de</strong>sses insumos. O simples<br />
fato <strong>de</strong> comprar energia no Mercado Livre <strong>de</strong> Energia –<br />
saindo da concessionária – já resulta em uma importante<br />
economia, que po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong> 30%.<br />
Do lado social, praticar DE&I (diversida<strong>de</strong>, equida<strong>de</strong> e<br />
inclusão), por exemplo, não necessariamente gera mais<br />
custos. Ao contrário, um ambiente diverso e inclusivo é<br />
mais produtivo, conforme <strong>de</strong>monstram as pesquisas.<br />
Do lado da governança, adotar ética e transparência<br />
reduz riscos e torna a gestão mais eficaz. Enfim, po<strong>de</strong> até<br />
haver algum custo inicial para começar a praticar ESG,<br />
mas ele é altamente compensado pela maior produtivida<strong>de</strong><br />
alcançada.<br />
Há outros pontos que mereceriam análise nesta nossa<br />
reflexão, mas ficam para outros textos.<br />
O importante é adotar uma postura positiva e pragmática<br />
em relação a ESG e dar os primeiros passos. Os<br />
benefícios são garantidos!<br />
Alexis Thuller Pagliarini<br />
é sócio-fundador da ESG4<br />
alexis@criativista.com.br<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 35
opinião<br />
Divulgação<br />
O berço dos canais<br />
no digital brasileiro<br />
Jonatas Abbott<br />
Em 1996, entrei no mercado <strong>de</strong> provedores <strong>de</strong> internet<br />
do Brasil, na Voyager, um dos primeiros provedores<br />
<strong>de</strong> internet do país. Na meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong><br />
1990, o território da internet era quase todo <strong>de</strong> mato<br />
alto. Quando entrei, a Voyager já se relacionava com<br />
algumas revendas <strong>de</strong> computadores. Eu entrara para<br />
turbinar isso.<br />
Entrei com um salário quase simbólico e uma comissão<br />
gigante. Era a fase <strong>de</strong> ouro das revendas e feiras <strong>de</strong><br />
computadores pessoais, o PC. As pessoas iam às feiras<br />
<strong>de</strong> computadores e saíam <strong>de</strong> lá com PCs, impressoras e<br />
kits multimídia, tudo “plug and play” ou quase tudo.<br />
A internet estava virando um dos principais motivos<br />
para a compra do PC. Mas ainda complicada <strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r<br />
e <strong>de</strong> se instalar. Pensando nisso, criei o primeiro kit<br />
internet “In a box” do mundo. Uma caixinha que continha<br />
manual explicativo do que era e como instalar a internet.<br />
O Terra tinha um processo que obrigava os visitantes<br />
da feira a formarem fila no seu estan<strong>de</strong>, sempre com<br />
mo<strong>de</strong>los caríssimos para se cadastrar e <strong>de</strong>pois ganhar<br />
um acesso à internet. Em vez disso, nós fomos buscar<br />
jovens bem treinados, capazes <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r e explicar o<br />
nosso kit internet.<br />
Foi um verda<strong>de</strong>iro estouro <strong>de</strong> sucesso. Os compradores<br />
tinham acesso à internet no próprio estan<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
estavam comprando computadores e ainda levavam<br />
para casa uma embalagem, com a internet pré-liberada<br />
e fácil <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e instalar. A Voyager tinha 700 clientes,<br />
na primeira feira conquistamos novos 1.005.<br />
A Matrix Internet, um dos maiores provedores do<br />
Brasil, me chamou para ser seu gerente-geral em Porto<br />
Alegre. Destaquei-me como melhor lí<strong>de</strong>r entre suas 55<br />
filiais no país e assumi a diretoria comercial. Foi durante<br />
esse período <strong>de</strong> dois anos que ganhei uma experiência<br />
incrível e <strong>de</strong>scobri que a hospedagem <strong>de</strong> sites compartilhada<br />
seria a gran<strong>de</strong> bola da vez pelos próximos 10 anos.<br />
Em 2001, <strong>de</strong> volta a Porto Alegre para reinventar um<br />
provedor pequeno e regional chamado Plug-In/Vanet<br />
Corporative Internet, propus pivotar completamente<br />
a empresa. 60% da folha era equipe <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> sites. Num curto e objetivo espaço <strong>de</strong> tempo vendi<br />
a carteira <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong> acesso à internet para o UOL,<br />
mu<strong>de</strong>i o nome para apenas Plug In - Internet Corporativa,<br />
montei produtos <strong>de</strong> hospedagem compartilhada<br />
e passei a chamar a empresa, da noite para o dia, <strong>de</strong><br />
Data Center.<br />
Como ven<strong>de</strong>r para um mercado que tem mais <strong>de</strong> 12<br />
milhões <strong>de</strong> micro e PME’s? Canais! Mas quem faz a cabeça<br />
<strong>de</strong>ssa empresa na hora <strong>de</strong> escolher on<strong>de</strong> hospedar<br />
seu site? As agências digitais.<br />
Eu precisava <strong>de</strong> uma nova caixinha mais po<strong>de</strong>rosa.<br />
Conversando com a área <strong>de</strong> tecnologia e trazendo a<br />
i<strong>de</strong>ia da embalagem da Voyager, criei o “Hosting in a<br />
Box”, uma caixinha que era a evolução perfeita do Kit<br />
Internet Voyager.<br />
No início do século, para “subir” um site na internet<br />
era preciso mandar um e-mail para o provedor e<br />
aguardar, às vezes, até 48 horas para receber as senhas<br />
e po<strong>de</strong>r publicar o site. De posse <strong>de</strong> nossas po<strong>de</strong>rosas<br />
caixinhas, as agências tinham as chaves dos nossos servidores<br />
e po<strong>de</strong>riam publicar seus sites a qualquer momento.<br />
Foi um estouro!<br />
Enquanto o lí<strong>de</strong>r brasileiro <strong>de</strong> hospedagem estava<br />
com seu estan<strong>de</strong> às moscas com dois ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong><br />
braços cruzados, nossa equipe <strong>de</strong> oito pessoas não dava<br />
conta <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r uma fila <strong>de</strong> interessados. Com esse<br />
case ganhei meu primeiro top <strong>de</strong> marketing ADVB. O segundo<br />
veio com a estratégia <strong>de</strong> canais da Dinamize, em<br />
2006. A primeira também para o mercado SAAS <strong>de</strong> e-mail<br />
marketing brasileiro. Tanto a Plug In quanto a Dinamize<br />
se tornariam referência para seus concorrentes quando<br />
o assunto era canais <strong>de</strong> venda.<br />
Não basta comissão ou brin<strong>de</strong>s. Uma verda<strong>de</strong>ira relação<br />
<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> sucesso tem <strong>de</strong> ser construída com<br />
soluções, confiança e privilégios.<br />
Num país continental como o Brasil, nem sempre as<br />
distâncias são vencidas <strong>de</strong> avião. O atalho perfeito para<br />
as vendas vem vestido <strong>de</strong> canal.<br />
Jonatas Abbott<br />
é sócio e diretor-executivo da Dinamize<br />
dinamize@nbpress.com.br<br />
“Uma verda<strong>de</strong>ira<br />
relação <strong>de</strong> canais<br />
<strong>de</strong> sucesso tem <strong>de</strong><br />
ser construída com<br />
soluções, confiança<br />
e privilégios”<br />
36 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo<br />
paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
A diretora <strong>de</strong> comunicação e da área jurídica da ArcelorMittal, Marina Soares, ao lado do publicitário Nizan Guanaes, que vai coor<strong>de</strong>nar com sua N.I<strong>de</strong>ias estratégia da marca<br />
PARCERIA<br />
A capacida<strong>de</strong> disruptiva do publicitário Nizan Guanaes<br />
é inquestionável. Sua visão sobre a ciência mercadológica<br />
se renova <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>u início à sua carreira<br />
<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dor, com o lançamento da DM9 e<br />
posteriormemte a Africa. Atualmente, com a sua<br />
N.I<strong>de</strong>ias, mixa consultoria e soluções que vão além<br />
da publicida<strong>de</strong>. Nizan acaba <strong>de</strong> firmar parceria para<br />
ampliar a visibilida<strong>de</strong> da marca francesa ArcelorMittal<br />
no mercado. “Nossas ações <strong>de</strong> comunicação vêm<br />
ganhando cada vez mais força e buscamos cuidado-<br />
samente um parceiro com a experiência, a vivência<br />
e a visão do Nizan e seu time para nos auxiliar nessa<br />
jornada e mostrar aos nossos públicos o impacto<br />
positivo que geramos para a socieda<strong>de</strong>”, esclarece<br />
a executiva Marina Soares, diretora jurídica, <strong>de</strong> relações<br />
Institucionais e sustentabilida<strong>de</strong> da ArcelorMittal<br />
Brasil. “A empresa preten<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar a <strong>de</strong>scarbonização<br />
do aço no mundo, produzindo o aço que está<br />
na Tocha Olímpica e nas esculturas <strong>de</strong> Anish Kapoor.<br />
O homem sonha e a ArcelorMittal, com os seus aços<br />
inteligentes, coloca <strong>de</strong> pé. Vamos, juntos, contar essa<br />
história fabulosa”, observa Nizan. De acordo com o<br />
comunicado da ArcelorMittal: “As plantas têm capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> produção anual <strong>de</strong> 7 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />
<strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro e <strong>de</strong> 15,5 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />
<strong>de</strong> aço bruto, com aplicação nas indústrias automobilística,<br />
<strong>de</strong> eletrodomésticos, construção civil e naval,<br />
<strong>de</strong>ntre outras”. A empresa, que tem base operacional<br />
no Espírito Santo (ES), conta com 17 mil funcionários<br />
em todo o mundo.<br />
“Preconceito racial e intolerância para religiões <strong>de</strong> matriz africana: um chamado à mudança”, na arte <strong>de</strong> Riana Britto<br />
FUTEBOL<br />
Com i<strong>de</strong>alização do Observatório da Discriminação Racial no Futebol em parceria com a Confe<strong>de</strong>ração Brasileira<br />
<strong>de</strong> Futebol (CBF) e a Nike, o “Levantamento sobre a diversida<strong>de</strong> no futebol brasileiro” <strong>de</strong>staca a discriminação<br />
racial, religiosa, orientação sexual e origem no país. “A fotografia dos times <strong>de</strong> futebol apontava para um espaço<br />
<strong>de</strong>mocrático e com a gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> atletas negros. No entanto, o percentual <strong>de</strong> atletas era uma questão<br />
que o Observatório sempre quis saber”, explica Marcelo Carvalho, diretor-executivo do Observatório.<br />
Klara Castanho recebe Reinaldo Gianecchini no podcast<br />
PODCAST<br />
A atriz e apresentadora Klara Castanho conduz a nova<br />
temporada do podcast “Sem nome po<strong>de</strong>”, que foi exibido<br />
no YouTube, on<strong>de</strong> continua disponível, na semana<br />
passada. O papo com Reynaldo Gianecchini trata <strong>de</strong><br />
beleza, história e amiza<strong>de</strong>.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 37
última página<br />
Divulgação<br />
A originalida<strong>de</strong>,<br />
segundo Rick<br />
Flavio Waiteman<br />
E<br />
se eu te dissesse que, para se ter i<strong>de</strong>ias, existem<br />
alguns lugares melhores do que outros? Para sintonizá-las.<br />
Muitas vezes trocar <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> reuniões<br />
po<strong>de</strong> dar melhores resultados.<br />
E ainda afirmasse que somos antenas prontas a captar<br />
as i<strong>de</strong>ias que navegam pelo universo, basta estarmos<br />
“abertos” para receber esse sinal?<br />
E que gran<strong>de</strong> parte das boas i<strong>de</strong>ias é mostrada a nós,<br />
pelo acaso, em sinais que acabam se misturando no nosso<br />
cotidiano, que buscar esses sinais e dar uma chance a<br />
eles faz parte do trabalho do criativo original?<br />
Um valor pelo projeto, prazo e as metas po<strong>de</strong>m estar<br />
presentes, mas isso se tornam <strong>de</strong>talhes quando Rick<br />
explica a emoção e a humanida<strong>de</strong> em cada um <strong>de</strong>sses<br />
projetos que ele executa.<br />
Negócios com alma.<br />
Mais uma vez me lembro <strong>de</strong> duas das bases do ótimo<br />
trabalho publicitário, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se apaixonar pelas<br />
i<strong>de</strong>ias dos outros e todo o processo criativo que nos<br />
lembra das primeiras aventuras pelo caminho íngreme<br />
da originalida<strong>de</strong>.<br />
A arte que empregamos em nossas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>veria ser<br />
consi<strong>de</strong>rada mesmo como “Arte” e valorizada por isso.<br />
Mesmo sendo efêmera em sua essência.<br />
Flavio Waiteman<br />
é CCO-foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />
flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />
E se não fosse eu a te dizer isso, mas Rick Rubin?<br />
Rick Rubin é um produtor musical, ganhador <strong>de</strong> nove<br />
prêmios Grammy. Foi incluído na lista das 100 pessoas<br />
mais influentes do mundo pela revista Time e consi<strong>de</strong>rado,<br />
pela Rolling Stone, o produtor <strong>de</strong> maior sucesso em<br />
qualquer gênero.<br />
Entre eles estão Red Hot Chilli Peppers, A<strong>de</strong>le, Kanye<br />
West, Black Sabbath etc. (minibio oficial <strong>de</strong> Rick)<br />
Rick escreveu o livro “O Ato criativo: uma forma <strong>de</strong><br />
ser”, pela editora Sextante.<br />
Como tem muitos feriados pela frente, fica aqui a minha<br />
sincera indicação.<br />
Como produtor musical, Rick trabalha por contratos<br />
com diversos artistas <strong>de</strong> variados estilos e isso me lembrou<br />
dos compromissos comercias que os publicitários<br />
assumem somados à impressão artística que precisam<br />
adicionar em seus trabalhos.<br />
Ele mostra com frases <strong>de</strong> efeito, verda<strong>de</strong>iras e no<br />
limite da magia, que, por mais que exista uma relação<br />
comercial, não é preciso abrir mão do inusitado e imprevisto.<br />
Ele ama o processo criativo.<br />
Principalmente quando ele afirma, em algumas<br />
frases: “procure por aquilo que você percebe, mas<br />
ninguém mais vê”; “há uma hora para certas i<strong>de</strong>ias<br />
chegarem, e elas dão um jeito <strong>de</strong> se expressar por<br />
meio <strong>de</strong> nós”.<br />
Pensamentos assim colocam um pouco <strong>de</strong> incerteza<br />
sobre o que a gente tenta enquadrar como um processo<br />
técnico repleto <strong>de</strong> regras, truques, preconcepções. Tem<br />
o acaso ali.<br />
Muitas vezes o olhar do nosso eu <strong>de</strong> 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
é o que falta para trazer <strong>de</strong> volta o ímpeto e o entusiasmo<br />
da busca pela i<strong>de</strong>ia original e com potencial <strong>de</strong><br />
mudar uma situação, uma percepção e, às vezes, uma<br />
indústria inteira.<br />
“Viver na <strong>de</strong>scoberta é sempre preferível a viver<br />
cheio <strong>de</strong> suposições.”<br />
Não tem nada <strong>de</strong> errado em abraçar palavras que nos<br />
tragam orgulho ao que fazemos, como arte, craft, beleza,<br />
emoção e adicioná-las ao nosso dia a dia. E finalizo com<br />
uma última citação que espero que faça você comprar<br />
esse livro.<br />
“A obra central do artista é o seu modo <strong>de</strong> estar no<br />
mundo, não propriamente a qualida<strong>de</strong> do que produz”.<br />
Boa leitura.<br />
“Viver na<br />
<strong>de</strong>scoberta é<br />
sempre preferível<br />
a viver cheio <strong>de</strong><br />
suposições”<br />
38 <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
DEPOIS QUE NOSSO<br />
CEO FICOU ENTRE OS<br />
100 LIDERES<br />
‘<br />
GLOBAIS,<br />
A GENTE PRECISOU<br />
DE ROUPINHA NOVA.<br />
Novo site<br />
onzevinteum.com.br<br />
Visite e divirta-se.<br />
Nosso CEO e CCO<br />
Gustavo Bastos<br />
está entre os lí<strong>de</strong>res<br />
criativos globais<br />
pela re<strong>de</strong><br />
internacional<br />
Creativepool, que<br />
reúne profissionais<br />
criativos <strong>de</strong> todo o<br />
mundo. Foi uma<br />
conquista <strong>de</strong> todo o<br />
time e reflete a<br />
qualida<strong>de</strong> do nosso<br />
trabalho criativo. A<br />
gente nem tinha<br />
roupa pra tanto.
Heineken e Le<br />
Pub, a gela<strong>de</strong>ira<br />
já <strong>de</strong>ixa a<br />
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