Mastocitoma Canino e Leishmaniose Visceral em Cao - Qualittas
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2 LEISHMANIOSE<br />
2.1 DEFINIÇÃO<br />
A leishmaniose canina é uma doença de grande importância para a saúde pública<br />
por se tratar de uma zoonose. A forma visceral, também conhecida de Calazar acomete<br />
tanto a população canina quanto a humana, sendo que quando o hom<strong>em</strong> está inserido no<br />
ciclo de transmissão do parasito, esta passa a ser considerada uma antropozoonose<br />
(RATH et al.; 2003).<br />
O vetor desta zoonose é um inseto flebótomo conhecido vulgarmente como<br />
mosquito palha, tatuquira e birigui. No Brasil, duas espécies de flebotomíneos são<br />
responsáveis pela transmissão da leishmaniose, são elas: Lutzomyia longipalpis e<br />
Lutzomyia cruzi, as quais pod<strong>em</strong> ser encontradas nas regiões Nordeste, Norte, Sudeste e<br />
Centro-Oeste. Estes insetos viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> pequenos números nas florestas tropicais, ou <strong>em</strong><br />
acúmulo de entulhos. Antigamente eram encontrados apenas nas matas das regiões<br />
Norte e Nordeste. Na seqüência ocorreu adaptação do inseto <strong>em</strong> ambiente rural, sendo<br />
que atualmente encontram-se difundido <strong>em</strong> centros urbanos (MELO, 2004).<br />
A leishmaniose é uma doença conhecida como própria de área de clima seco e<br />
de ambiente composto por vales e montanhas, onde se encontram os chamados<br />
boqueirões e pés-de-serra. Mas, com a urbanização é cada vez mais comum a<br />
ocorrência da doença <strong>em</strong> faixas litorâneas (Ministério da Saúde, 2004).<br />
O local propício para a ocorrência da LV é um ambiente de pobreza,<br />
promiscuidade, escassez de saneamento básico, prevalente <strong>em</strong> áreas rurais e periferias<br />
dos centros urbanos. Contudo essas características estão mudando, o que pode ser<br />
observado nos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde a doença se encontra<br />
urbanizada (Ministério da Saúde, 2004).<br />
A participação dos cães na epid<strong>em</strong>iologia da <strong>Leishmaniose</strong> foi destacada por<br />
Leão (1997), ao afirmar que não há evidencias de transmissão da Leishmania sp<br />
hom<strong>em</strong> a hom<strong>em</strong>, e que a maioria das infecções humanas dev<strong>em</strong> ser adquirida através<br />
da picada de flebotomíneos que teriam anteriormente picado cães infectados.<br />
Há t<strong>em</strong>pos, de acordo com Krauspenhar (2007), a leishmaniose canina, do ponto<br />
de vista epid<strong>em</strong>iológico, é considerada mais importante que a doença humana, uma vez<br />
que, casos humanos são precedidos de casos caninos, além do fato de esta espécie<br />
apresentar alta prevalência da infecção, sendo um reservatório importante, pois há um<br />
grande contingente de animais assintomáticos que albergam o parasito na derme, e<br />
desta forma, atuando como fonte de infecção para o vetor durante o repasto sanguíneo.<br />
Padilla e colaboradores (2002) e Silva (2007), relatam que clinicamente, a<br />
doença pode se manifestar na forma tegumentar, denominada de <strong>Leishmaniose</strong><br />
Tegumentar (LT), que acomete isoladamente ou <strong>em</strong> associação, a pele e as mucosas<br />
causando danos consideráveis, e na forma visceral denominada de <strong>Leishmaniose</strong><br />
<strong>Visceral</strong> (LV) ou Calazar, que é mais grave, sendo caracterizada por desnutrição, febre<br />
de longa duração, além de hepatoesplenomegalia e que pode ser fatal se não tratada,<br />
pois, o hospedeiro falha <strong>em</strong> montar uma resposta protetora eficiente contra o parasito.<br />
2.2 ETIOLOGIA<br />
A leishmaniose é causada pelo protozoário do gênero Leishmania, que pertence à<br />
ord<strong>em</strong> Kinetoplastida, família Trypanosomatidae e possu<strong>em</strong> ciclo biológico<br />
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