4. METODOLOGIA Tipo de estudo O procedimento metodológico utilizado para o estudo fundamentou-se na realização de pesquisa <strong>em</strong> literatura técnico-científica especializada e no desenvolvimento do relato de caso. Este último foi baseado no período de acompanhamento do animal, possibilitando descrição da etiologia, sinais clínicos, diagnóstico, tratamento e discussão acerca da terapêutica para o mastocitoma e a leishmaniose visceral canina. Caracterização da Área de Estudo O estudo foi realizado na cidade de Cáceres, no Estado do Mato Grosso; na Clínica Veterinária Mondo Cani, situada à Rua Tiradentes, n° 402, Centro. 26
5. RELATO DE CASO Um cão boxer, de nome “Bruna”, fêmea castrada, de cinco anos de idade, pesando aproximadamente 32 kg, foi atendido na Clinica Veterinária Mondo Cani, no dia 05/11/2008, com histórico de doença dermatológica com hipotricose, principalmente na face, com crostas melicéricas, prurido moderado, com acometimento do pavilhão auricular bilateral. No restante do corpo, as lesões eram menos intensas. Nesta ocasião, apresentava um nódulo na área de flanco esquerdo, com início há, aproximadamente, 1 mês e crescimento rápido. Indolor a palpação. O animal foi então submetido à biopsia excisional no mesmo dia, sendo anestesiado com quetamina, xilazina e diazepam. A anestesia transcorreu s<strong>em</strong> transtornos, mas a cirurgia apresentou-se bastante cruenta, e o tumor muito infiltrado nos tecidos adjacentes e musculatura. O material retirado foi fixado <strong>em</strong> formol 10 % e encaminhado a histopatologia, no laboratório Veterinária Preventiva, <strong>em</strong> Curitiba/PR Como tratamento pós-operatório, foi prescrito cefalexina 1 g/BID/15 dias, meloxican 3 mg/SID/4 dias, limpeza da ferida cirúrgica com Tergenvet® e pomada cicatrizante a base de alantoína, clorhexidine, oxido de zinco, citronela e aloe vera, manipulada na Drogavet (farmácia de manipulação). No dia 12/11/2008, ocorreu deiscência de pontos na ferida cirúrgica, sendo então recomendado à manutenção do tratamento já prescrito e associou-se o Kuraderm® spray, duas vezes ao dia. Na histopatologia, as alterações observadas foram tumoração constituída por células neoplásicas pleomórficas, de núcleos redondos a ovalados, e citoplasma exibindo granulações basofilicas esparsas. A lesão atinge toda derme e também panículo adiposo. As figuras mitóticas são freqüentes. Estroma tumoral apresentando focos de colagenólise e eosinófilos freqüentes. O diagnóstico foi de mastocitoma grau II (segundo Patnaik et al), estádio 1 com subestádio b. Em 29/11/2008, iniciou-se protocolo de quimioterapia com vincristina e prednisona, além de supl<strong>em</strong>entação com vitamina E 800 UI/dia e Promun Dog®. Foram realizadas 4 aplicações de vincristina s<strong>em</strong>analmente e mais 2 aplicações a cada 15 dias, totalizando 6 aplicações. A prednisona foi reduzida gradativamente e mantida durante 3 meses. Na ultima sessão de quimioterapia, o animal voltou a apresentar lesões dermatológicas e também quadro gastrintestinal com <strong>em</strong>ese pós-prandial. Foi prescrito o retorno da cefalexina e omeprazol 20 mg/SID pela manhã. Em 04/02/2009, apresentou dificuldade para levantar e deambular, apatia discreta, novamente quadro dermatológico com prurido. Foi associado ao tratamento antihistaminico (dexclorfeniramina) e sulfato de condroitina. A paciente pesou, nesta consulta, 35 kg. No dia 14/02/2009, foi apresentada para consulta com ed<strong>em</strong>a de face, inapetência, apatia e prurido. Suspeitou-se de síndrome paraneoplásica e instituiu-se tratamento com ciproheptadina e retorno da prednisona. Em 09/03/2009, apresentou ferida crostosa na face, próxima ao focinho e ao redor dos olhos. Também uma conjuntivite leve. Novamente, foi prescrito cefalexina associada ao uso de Hexadene xampu. Em 28/04, a proprietária relatou muito prurido, automutilação, e foi então prescrito o retorno da prednisona <strong>em</strong> dias alternados e antihistaminico. Como se suspeitava de síndrome paraneoplásica, iniciou-se uma série de exames na tentativa de detectar o local da metástase. Em 20/04/2009, foi feita radiografia de tórax, onde se observou aumento de radiopacidade de campos pulmonares <strong>em</strong> lobos direito e cranial esquerdo, de padrão 27