Mastocitoma Canino e Leishmaniose Visceral em Cao - Qualittas
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5. RELATO DE CASO<br />
Um cão boxer, de nome “Bruna”, fêmea castrada, de cinco anos de idade,<br />
pesando aproximadamente 32 kg, foi atendido na Clinica Veterinária Mondo Cani, no<br />
dia 05/11/2008, com histórico de doença dermatológica com hipotricose,<br />
principalmente na face, com crostas melicéricas, prurido moderado, com acometimento<br />
do pavilhão auricular bilateral. No restante do corpo, as lesões eram menos intensas.<br />
Nesta ocasião, apresentava um nódulo na área de flanco esquerdo, com início há,<br />
aproximadamente, 1 mês e crescimento rápido. Indolor a palpação.<br />
O animal foi então submetido à biopsia excisional no mesmo dia, sendo<br />
anestesiado com quetamina, xilazina e diazepam. A anestesia transcorreu s<strong>em</strong><br />
transtornos, mas a cirurgia apresentou-se bastante cruenta, e o tumor muito infiltrado<br />
nos tecidos adjacentes e musculatura. O material retirado foi fixado <strong>em</strong> formol 10 % e<br />
encaminhado a histopatologia, no laboratório Veterinária Preventiva, <strong>em</strong> Curitiba/PR<br />
Como tratamento pós-operatório, foi prescrito cefalexina 1 g/BID/15 dias,<br />
meloxican 3 mg/SID/4 dias, limpeza da ferida cirúrgica com Tergenvet® e pomada<br />
cicatrizante a base de alantoína, clorhexidine, oxido de zinco, citronela e aloe vera,<br />
manipulada na Drogavet (farmácia de manipulação).<br />
No dia 12/11/2008, ocorreu deiscência de pontos na ferida cirúrgica, sendo<br />
então recomendado à manutenção do tratamento já prescrito e associou-se o<br />
Kuraderm® spray, duas vezes ao dia.<br />
Na histopatologia, as alterações observadas foram tumoração constituída por<br />
células neoplásicas pleomórficas, de núcleos redondos a ovalados, e citoplasma<br />
exibindo granulações basofilicas esparsas. A lesão atinge toda derme e também<br />
panículo adiposo. As figuras mitóticas são freqüentes. Estroma tumoral apresentando<br />
focos de colagenólise e eosinófilos freqüentes. O diagnóstico foi de mastocitoma grau<br />
II (segundo Patnaik et al), estádio 1 com subestádio b.<br />
Em 29/11/2008, iniciou-se protocolo de quimioterapia com vincristina e<br />
prednisona, além de supl<strong>em</strong>entação com vitamina E 800 UI/dia e Promun Dog®.<br />
Foram realizadas 4 aplicações de vincristina s<strong>em</strong>analmente e mais 2 aplicações a cada<br />
15 dias, totalizando 6 aplicações. A prednisona foi reduzida gradativamente e mantida<br />
durante 3 meses. Na ultima sessão de quimioterapia, o animal voltou a apresentar lesões<br />
dermatológicas e também quadro gastrintestinal com <strong>em</strong>ese pós-prandial. Foi prescrito<br />
o retorno da cefalexina e omeprazol 20 mg/SID pela manhã.<br />
Em 04/02/2009, apresentou dificuldade para levantar e deambular, apatia<br />
discreta, novamente quadro dermatológico com prurido. Foi associado ao tratamento<br />
antihistaminico (dexclorfeniramina) e sulfato de condroitina. A paciente pesou, nesta<br />
consulta, 35 kg.<br />
No dia 14/02/2009, foi apresentada para consulta com ed<strong>em</strong>a de face,<br />
inapetência, apatia e prurido. Suspeitou-se de síndrome paraneoplásica e instituiu-se<br />
tratamento com ciproheptadina e retorno da prednisona.<br />
Em 09/03/2009, apresentou ferida crostosa na face, próxima ao focinho e ao<br />
redor dos olhos. Também uma conjuntivite leve. Novamente, foi prescrito cefalexina<br />
associada ao uso de Hexadene xampu.<br />
Em 28/04, a proprietária relatou muito prurido, automutilação, e foi então<br />
prescrito o retorno da prednisona <strong>em</strong> dias alternados e antihistaminico.<br />
Como se suspeitava de síndrome paraneoplásica, iniciou-se uma série de exames<br />
na tentativa de detectar o local da metástase.<br />
Em 20/04/2009, foi feita radiografia de tórax, onde se observou aumento de<br />
radiopacidade de campos pulmonares <strong>em</strong> lobos direito e cranial esquerdo, de padrão<br />
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