sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...
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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />
1. Princípios Técnicos e Estratégias <strong>de</strong> Desenho<br />
Uma das abordagens mais apropriadas para as avaliações <strong>de</strong> conforto térmico <strong>em</strong> ambientes construídos<br />
é a utilização da metodologia proposta pelo cientista dinamarquês Povl Ole Fanger, que estuda os efeitos<br />
do ambiente doméstico no conforto humano. Este mo<strong>de</strong>lo inovador, proposto pelo autor na sua tese <strong>de</strong><br />
doutorado, compreen<strong>de</strong> que o foco da análise térmica <strong>de</strong>ve estar nas pessoas, nas suas roupas e<br />
activida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhadas. Fanger propõe a realização <strong>de</strong> um balanço <strong>de</strong> energia <strong>em</strong> que o<br />
volume <strong>de</strong> controlo 13 fosse <strong>de</strong>limitado <strong>em</strong> torno do indivíduo,através da climatização individual, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong><br />
<strong>em</strong> torno da edificação. Uma nova forma <strong>de</strong> pensar, que <strong>em</strong> parte reduz a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar<br />
termicamente o ambiente e evita a realização das fases <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> calor na estrutura física da<br />
edificação. Torna-se num procedimento simples que permite o balanço <strong>de</strong> energia <strong>em</strong> situações <strong>em</strong> que<br />
não são conhecidas as variáveis externas: as proprieda<strong>de</strong>s térmicas dos materiais construtivos (difusão,<br />
condutivida<strong>de</strong>, resistência térmica, <strong>em</strong>issivida<strong>de</strong>) e a radiação solar. Fanger baseia o seu mo<strong>de</strong>lo no<br />
estudo <strong>de</strong> seis variáveis, sendo quatro ambientais, como a t<strong>em</strong>peratura, humida<strong>de</strong> relativa, velocida<strong>de</strong> do<br />
ar e a t<strong>em</strong>peratura média radiante, e duas pessoais, como a roupa e a activida<strong>de</strong> física (metabolismo). 14<br />
Outra abordag<strong>em</strong> relevante para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conforto térmico é o estudo <strong>de</strong> Gail Brager e Richard De<br />
Dear, com a “Adaptação térmica <strong>em</strong> ambiente edificado” <strong>em</strong> que assinalam que os ocupantes do edifício<br />
adaptam-se aos níveis térmicos dominantes <strong>de</strong>ntro dos edifícios, no prazo <strong>de</strong> s<strong>em</strong>anas a meses.<br />
Conclu<strong>em</strong> que a diferença entre o conforto térmico do ar condicionado e os edifícios ventilados<br />
naturalmente é bastante significativa e que as pessoas que têm bom controlo sobre o seu ambiente interior<br />
são mais tolerantes às variações da t<strong>em</strong>peratura. Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> adaptação do conforto é um caminho<br />
eficiente para a construção <strong>de</strong> edifícios solares passivos, pois permite que as pessoas ajust<strong>em</strong> e control<strong>em</strong><br />
as suas roupas, activida<strong>de</strong>s, postura, alimentação, <strong>de</strong>slocando a posição da sala, movendo a janela ou<br />
utilizando <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> ou outras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adaptação para alcançar ou manter o<br />
conforto térmico, alargando a zona <strong>de</strong> conforto. Os ocupantes não são apenas receptores passivos do<br />
ambiente mas sim el<strong>em</strong>entos activos. 15<br />
Os critérios <strong>de</strong> conforto não são por isso uniformes <strong>em</strong> todo o mundo, pois por variar <strong>de</strong> pessoa para<br />
pessoa, não <strong>de</strong>ve haver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uniformizar as t<strong>em</strong>peraturas internas, mas sim <strong>de</strong> adoptá-las <strong>de</strong><br />
forma conveniente para as respectivas regiões e climas. 16<br />
O conforto visual é também <strong>de</strong>terminante para a qualida<strong>de</strong> dos espaços interiores, estando associado à<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação do edifício, para permitir o <strong>de</strong>senvolvimento das activida<strong>de</strong>s, sendo por isso<br />
importante perceber os aspectos que influenciam o seu <strong>de</strong>senvolvimento. O conforto visual consiste no<br />
conjunto <strong>de</strong> condições existentes num <strong>de</strong>terminado ambiente no qual o ser humano po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as<br />
13 Segundo VAN WYLEN, G. J., SONNTAG, R. E. e BORGNAKKE, C. (1998), volume <strong>de</strong> controlo é a região imaginária <strong>de</strong>limitada <strong>em</strong> volta <strong>de</strong><br />
um corpo (ou um equipamento) que simplifica a análise termodinâmica do mesmo.<br />
14 STILPEN, Daniel Vasconcellos De Sousa (2007) - “Eficiência Energética e Arquitectura Bioclimática – O Caso do Centro <strong>de</strong> Energia e<br />
Tecnologias Sustentáveis” [21/04/09], Disponível <strong>em</strong>: <br />
15<br />
OGOLI, David Mwale (2007) “Thermal Confort in a Naturally-Ventilated Rducational Building” in “Green Challenges in research, Practice and<br />
<strong>de</strong>sign Education” – ARCC [23/04/200], Disponível <strong>em</strong>: < http://www.arccweb.org/journal/beta/in<strong>de</strong>x.php><br />
16<br />
Roaf e Hancock, (1992) cit in ACE; ERG; Universida<strong>de</strong> Dublin, OA (2001) – op.cit., pág. 27<br />
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