sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...
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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />
2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />
O revestimento da fachada resultado assim numa dupla pele <strong>de</strong> vidro, <strong>em</strong> que a interior é incolor e a pele<br />
exterior consiste <strong>em</strong> lamelas verticais <strong>em</strong> vidro <strong>de</strong> cor <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, com cerca <strong>de</strong> 1,85m <strong>de</strong><br />
altura 0,55m <strong>de</strong> largura e 30kg <strong>de</strong> peso, sendo colocadas linearmente e com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />
orientáveis através <strong>de</strong> um sofisticado sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> construção.<br />
No acabamento das lamelas é aplicado um recobrimento esmaltado, que permite obter um bom nível <strong>de</strong><br />
protecção à radiação solar, além <strong>de</strong> aumentar a sua durabilida<strong>de</strong>, tornando-se el<strong>em</strong>entos mais sólidos e<br />
protegidos contra as int<strong>em</strong>péries comparada com outros <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, permitindo na mesma<br />
a permeabilida<strong>de</strong> da luminosida<strong>de</strong> natural, resultando num efeito <strong>de</strong> luz colorida que reflecte sobre as<br />
pare<strong>de</strong>s brancas dos laboratórios. 80<br />
A utilização da cor nas lamelas <strong>de</strong> vidro influencia o espaço interior <strong>em</strong> vários aspectos, na sua dimensão,<br />
na sua luminosida<strong>de</strong>, na absorção e reflexão da radiação solar, no nível <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong> e no<br />
consequente conforto resultante.<br />
Com este sist<strong>em</strong>a o aproveitamento da luz é bastante significativo, pois neste projecto são estudadas as<br />
proporções dos vãos face às dimensões dos espaços interiores, na procura <strong>de</strong> resultar uma iluminação<br />
natural a<strong>de</strong>quada nas áreas <strong>de</strong> trabalho, tanto a nível <strong>de</strong> brilho e contraste, s<strong>em</strong> necessitar <strong>de</strong> iluminação<br />
artificial. Também a protecção solar é valorizada com este sist<strong>em</strong>a porque as lamelas verticais funcionam<br />
como el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> <strong>sombreamento</strong>, pois são reflectores do calor, evitando assim o sobreaquecimento das<br />
instalações, reduzindo os ganhos <strong>de</strong> calor no Verão, e no Inverno actuam como isolamento térmico através<br />
da condução do calor radiante para a massa do edificado, reduzindo as perdas <strong>de</strong> calor para o exterior. A<br />
disposição das lamelas na vertical é a mais a<strong>de</strong>quada para as orientações a que o edifício se expõe, oeste<br />
e este. O arrefecimento dos espaços interiores é ainda auxiliado pela distância existente entre os dois<br />
panos <strong>de</strong> vidro, pois não permitir o aquecimento do pano <strong>de</strong> vidro interior, <strong>de</strong>ixando espaço para ocorrer a<br />
ventilação natural da fachada do edifício e consequent<strong>em</strong>ente a redução <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração<br />
mecânica o que leva à redução do consumo da energia.<br />
As lamelas procuram proteger o interior do edifício do calor, do frio, da humida<strong>de</strong>, cumprindo a função <strong>de</strong><br />
sombrear e por se materializar<strong>em</strong> <strong>em</strong> vidro, tanto abertas como fechadas, é obtido nas áreas <strong>de</strong> trabalho o<br />
máximo <strong>de</strong> iluminação natural. É <strong>de</strong> questionar o controlo da iluminação natural <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ste tipo,<br />
pois o brilho excessivo po<strong>de</strong> prejudicar o conforto visual no interior, assim como as proprieda<strong>de</strong>s do vidro<br />
utilizado para permitir o <strong>de</strong>svio dos raios solares, resultando num sist<strong>em</strong>a dispendioso.<br />
O <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a baseia-se no seu carácter <strong>de</strong> efeito criativo e estético funcionando ao mesmo<br />
como um conceito <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> custos a longo prazo.<br />
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SCHITICH, Christian, (2004). Glas und Farbe – Ein Gespräch mit Matthias Sauerbruch, Detail 10/2004, Bauen mit Glas, Edition Detail,<br />
München, p. 1094 a 1097 e BRANDOLINI, Sebastiano (2003) “Architettura cromatica - The architecture of colour” (analyses Sauerbruch and<br />
Hutton’s distinctive approach to colour), Domus 860, Junho 2003, Milão, p.55 a 64<br />
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