10.02.2013 Views

sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...

sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...

sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

vegetais para fazer cabanas que o protegiam dos diversos agentes climáticos rigorosos e <strong>de</strong>sfavoráveis.<br />

Des<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre que se verifica a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação do Hom<strong>em</strong> e da construção às condições<br />

climáticas e características locais, criando e apren<strong>de</strong>ndo técnicas que o permitiam estabelecer-se <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminados locais. 57<br />

Estas técnicas primitivas têm um papel pouco significativo na evolução das técnicas <strong>de</strong> fachadas, pela sua<br />

fragilida<strong>de</strong> e porque o que é feito durante muitos anos é uma <strong>arquitectura</strong> com materiais pesados que<br />

formam o sist<strong>em</strong>a estrutural do edifício, como a <strong>arquitectura</strong> clássica grega e romana.<br />

Um dos princípios básicos do <strong>sombreamento</strong> e utilizado <strong>de</strong> modo evi<strong>de</strong>nte nestas culturas ao longo da<br />

história é a orientação, <strong>em</strong> resposta da observação do percurso solar para conseguir condições <strong>de</strong> conforto<br />

nos períodos quentes e nos períodos frios. A organização e distribuição dos edifícios nas cida<strong>de</strong>s gregas<br />

são ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sta característica, pois permitiam os ganhos solares nos períodos frios e o controlo solar<br />

excessivo nos períodos quentes através <strong>de</strong> simples dispositivos fixos ou móveis. Os dispositivos fixos eram<br />

<strong>em</strong> forma <strong>de</strong> pórticos ou galerias que circundavam o edificado, permitindo que os espaços principais<br />

estivess<strong>em</strong> protegidos. Os dispositivos móveis aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> coberturas <strong>de</strong> tela <strong>em</strong> tensão por<br />

cordas sobre os pátios. Estes dispositivos foram aperfeiçoados na <strong>arquitectura</strong> romana, com base <strong>em</strong><br />

lonas suspensas com argolas ou sustentados por cabos <strong>em</strong> tensão e suportes verticais que possibilitavam<br />

correr horizontalmente e enrolar e <strong>de</strong>senrolar segundo as horas <strong>de</strong> insolação (utilizado no Coliseu <strong>de</strong><br />

Roma).<br />

Na <strong>arquitectura</strong> tradicional oriental o <strong>sombreamento</strong> era realizado através dos longos beirados e das<br />

galerias <strong>em</strong> pórtico, evitando a incidência directa sobre as fachadas, tal como na <strong>arquitectura</strong> grega. Eram<br />

ainda adicionados panos ligeiros à base <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e papel, reforçado com tiras <strong>de</strong> bambu ou ma<strong>de</strong>ira, ou<br />

então o uso <strong>de</strong> gelosias, um el<strong>em</strong>ento fixo que controlava não só a radiação solar assim como o contacto<br />

visual e a iluminação.<br />

Ao longo <strong>de</strong> toda a história, el<strong>em</strong>entos como os beirados, as telas, os panos, as gelosias, <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> fixos ou<br />

móveis procuram controlar a incidência da radiação solar e entrada da iluminação natural, mas apenas<br />

com a Ida<strong>de</strong> Média (a partir do século V) e o surgimento das técnicas construtivas do gótico (século XII) é<br />

que o invólucro <strong>de</strong> edifício torna-se mais ligeiro. É criado um sist<strong>em</strong>a estrutural <strong>de</strong> nervuras que conduz as<br />

cargas às colunas e arcos, livrando as pare<strong>de</strong>s exteriores <strong>de</strong> suportar esses pesos, permitindo que estas<br />

sejam mais estreitas e que se crie aberturas <strong>de</strong> maior dimensão para a entrada <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>. Este<br />

sist<strong>em</strong>a construtivo vai sendo atenuado e substituído por outros estilos ao longo <strong>de</strong> vários séculos <strong>de</strong> um<br />

invólucro <strong>em</strong> geral compacto realizado com materiais pesados.<br />

Os toldos no exterior e as cortinas no interior foram os principais dispositivos móveis agregados ao vão<br />

utilizados no século XVI na Procuratie Vecchie <strong>de</strong> 1514 e Hardwick Hall <strong>de</strong> 1597, que através <strong>de</strong> um<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> cordas e roldanas permitiam enrolar e <strong>de</strong>senrolar.<br />

Já próximo do século XVII e principalmente na zona mediterrânea começa a ser utilizado outro tipo <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>a, que consistia no uso <strong>de</strong> janela dupla, <strong>em</strong> que o interior é uma janela <strong>de</strong> vidro e o exterior é uma<br />

janela cega do tipo portada, normalmente composta por tábuas horizontais.<br />

57 PATÓN, Vicente (2006) – op.cit., p.4.<br />

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!