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sistemas de sombreamento em arquitectura - Universidade Técnica ...

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SISTEMAS DE SOMBREAMENTO EM ARQUITECTURA: PROPOSTA DE UM NOVO MÉTODO DE CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO<br />

2. Evolução e Levantamento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Sombreamento<br />

ma<strong>de</strong>ira, a exterior <strong>em</strong> chapa <strong>de</strong> alumínio e entre estas um enchimento <strong>em</strong> poliéster expendido, que<br />

actuava como isolamento.<br />

Estas técnicas <strong>de</strong> fachada têm, ao longo dos anos, um gran<strong>de</strong> carácter <strong>de</strong> experimentação com vários<br />

materiais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vidro, ao aço, o alumínio, ou a ma<strong>de</strong>ira, generalizando-se e comercializando-se com<br />

extensos catálogos <strong>de</strong> diferentes produtos e evoluindo tecnologicamente como resposta aos vários<br />

contextos e necessida<strong>de</strong>s que lhe são expostos. É uma postura associada ao investimento na criativida<strong>de</strong><br />

e às alterações das condições socioeconómicas e ao rápido <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico dos materiais e<br />

técnicas. Quando se começa a perceber a relação entre as proprieda<strong>de</strong>s físicas dos materiais e o seu<br />

comportamento térmico nas construções, assim como os impactes a nível do consumo energético nas<br />

edificações, começa-se a fazer um maior investimento <strong>em</strong> <strong>sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong>sses impactos.<br />

Le Corbusier tinha ainda a utopia <strong>de</strong> um invólucro todo <strong>em</strong> vidro, até constatar a fragilida<strong>de</strong> da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um espaço interior através <strong>de</strong> estudos teóricos <strong>de</strong> insolação, que lhe permitiram projectar um conjunto<br />

<strong>de</strong> palas verticais, el<strong>em</strong>entos rectilíneos, que controlavam os efeitos do sol directo sobre a fachada,<br />

<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> brise-soleil, melhorando assim as condições <strong>de</strong> conforto térmico e <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> no<br />

ambiente interior, que funcionavam por vezes, juntamente com os beirados.<br />

São ex<strong>em</strong>plos a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Habitação <strong>de</strong> Marselha (1947) e o Edifício Millowners Association <strong>em</strong><br />

Ahmadabad (1954). O próprio Le Corbusier, rapidamente abandona a utopia <strong>de</strong> uma pele <strong>em</strong> vidro que<br />

reveste o edifício, começando por trabalhar vãos ao comprido e a conjugação entre os planos<br />

transparentes e os planos opacos, apontando para uma maior inércia térmica no conjunto da fachada.<br />

Mas o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> um invólucro todo <strong>em</strong> vidro não fica por aí, tornando-se uma maior realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à<br />

evolução tecnológica no âmbito do ferro e do vidro no surgimento <strong>de</strong> uma nova técnica construtiva a partir<br />

dos anos 60/70, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> fachadas duplas ou pare<strong>de</strong>s-cortina. Esta técnica procura conciliar os<br />

benefícios estéticos e <strong>de</strong> iluminação através da utilização <strong>de</strong> uma elevada percentag<strong>em</strong> do vidro, mas com<br />

a eficiência energética e o conforto térmico próxima <strong>de</strong> um invólucro opaco. Este tipo <strong>de</strong> fachada é<br />

constituída por duas superfícies envidraçadas, a exterior que atenua como protecção ao vento, chuva e<br />

ruído e a interior que permite a abertura <strong>de</strong> vãos para a ventilação natural, sendo separadas por uma<br />

caixa-<strong>de</strong>-ar, on<strong>de</strong> o ar <strong>de</strong>verá circular para evitar o sobreaquecimento. A iluminação natural po<strong>de</strong> por vezes<br />

tornar-se numa <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> porque <strong>em</strong> diversas situações, a uma luz excessiva po<strong>de</strong> causar<br />

enca<strong>de</strong>amento, <strong>de</strong>vendo por isso ser procurada uma situação <strong>de</strong> equilíbrio entre os factores.<br />

Por volta <strong>de</strong> 1970, começam a aparecer os primeiros revestimentos a plástico, através <strong>de</strong> peças préfabricadas<br />

<strong>de</strong> resina poliéster reforçada com fibra <strong>de</strong> vidro, que permit<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> formal da<br />

fachada e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu interior.<br />

A <strong>arquitectura</strong> mo<strong>de</strong>rna trouxe consigo, o novo conceito <strong>de</strong> fachada <strong>de</strong> edifício: <strong>de</strong>via ser autoportante,<br />

com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> montag<strong>em</strong> e reparação dos el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, leve e protectora a<br />

nível térmico e acústico, <strong>em</strong> resposta à ruptura com tradição construtiva e na procura <strong>de</strong> uma <strong>arquitectura</strong><br />

para uma nova era, industrial, racionalista e funcional que t<strong>em</strong> como base rigorosos estudos e <strong>de</strong>senhos.<br />

A partir dos anos 70, a época é marcada pelas chamadas crises energéticas, consequência da utilização<br />

crescente das matérias-primas que permitiam obter a energia, pois inicialmente não havia a preocupação<br />

que os recursos energéticos tinham reservas limitadas. Esta questão traduz-se <strong>em</strong> preocupações directas<br />

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