Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Sagrado Coração de Jesus<br />
Arquivo <strong>Revista</strong><br />
A verdadeira combatividade<br />
De onde implacabilidades inesgotáveis!<br />
Totalidades de propósitos beligerantes<br />
irredutíveis e gosto requintado<br />
das coisas mais truculentas! E, na medida<br />
em que for operacionalmente útil,<br />
encanto pela proeza! Mas a proeza não<br />
pode ser vista só como uma obra de arte,<br />
nem como uma atitude, eu quase diria,<br />
escultoricamente bonita. Não. Ela é<br />
bela na medida em que for conduto para<br />
o amor do Sagrado Coração de Jesus<br />
e do Imaculado Coração de Maria.<br />
Fora disso, não venham com conversa<br />
porque não me interessa. Não estou<br />
para perder tempo com “espadachinadas”<br />
e coisas análogas. Sou um homem<br />
tranquilo e cordato, e só faço isso<br />
na medida em que diga respeito a Nosso<br />
Senhor, a Nossa Senhora e à Igreja,<br />
porque, do contrário, eu não faria. Mas<br />
a serviço deles realizo qualquer coisa e<br />
vou até o fim.<br />
Se quiserem chamar de fanatismo,<br />
desfira-se um pontapé na boca<br />
de quem chamou e acabou-se! Não<br />
tenho que dar satisfação de nenhum<br />
jeito. Então, volto-me contra esse<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em novembro de 1990<br />
também e não me incomodo de ficar<br />
um verdadeiro miliardário de inimigos,<br />
que tem inimigos como outros<br />
possuem dólares aos milhões, desde<br />
que eu possa obter essa vitória.<br />
O pulchrum disso vem da beleza infinita<br />
do Sagrado Coração de Jesus e<br />
da beleza insondável do Imaculado<br />
Coração de Maria. Eles têm uma pulcritude<br />
moral que, passando por esses<br />
reflexos, mostram-se ainda mais belos.<br />
Se fizéssemos uma ladainha do Coração<br />
de Jesus, incluiríamos outras invocações.<br />
E, portanto, ao lado de “Coração<br />
de Jesus, fonte de toda consolação”,<br />
eu poria: “Coração de Jesus,<br />
fonte de toda combatividade inexpugnável”;<br />
“Coração de Jesus, fonte de toda<br />
incompatibilidade insanável”; “Coração<br />
de Jesus, fonte da guerra santa,<br />
tende piedade de nós e dai-nos força!”<br />
Então aí fica uma combatividade<br />
que não é a do Bismarck 1 , nem do Moltke<br />
2 . Eu elogio muito aquele vorwärts<br />
do Moltke. Mas, passando pela minha<br />
alma, quem vai para a frente é Ele, é<br />
Ela! É uma coisa completamente diferente.<br />
E o vorwärts d’Ele e d’Ela é o<br />
avançar de uma outra<br />
índole.<br />
Tenho vontade de<br />
chorar quando ouço alguém<br />
dizer, por exemplo,<br />
“<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> é combativo”,<br />
entendendo<br />
mal o significado dessa<br />
palavra. Eu sei que sou<br />
combativo, mas isso<br />
não diz nada. Será que<br />
não percebem qual é o<br />
ponto de partida dessa<br />
combatividade? Eis<br />
o que se deveria ver,<br />
e não se vê: o Santíssimo<br />
Sacramento, Nosso<br />
Senhor realmente presente<br />
entre nós. Se forem<br />
tocar ali, a combatividade<br />
não é a mesma<br />
daquela de um homem<br />
que está defendendo<br />
seu cofre! Então<br />
seria preciso comparar isso com as formas<br />
erradas de combatividade.<br />
Abundância, precisão e<br />
riqueza das observações<br />
de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />
Outro lado seria o do pensamento.<br />
Mas ainda é o mesmo ponto de partida.<br />
A inocência primeira, o gosto de<br />
todas as coisas que nós temos proclamado,<br />
é apenas uma disposição de alma<br />
que, levada às últimas consequências<br />
e posta diante desses dados sobrenaturais,<br />
entrega-se ao sobrenatural<br />
inteiramente como sendo o cume<br />
do que existe, o qual, se negado, todo<br />
o resto perde o sentido.<br />
Para mim tudo se desfaria, nada<br />
tomaria significado. Nenhuma coisa<br />
bela ser-me-ia atraente e nada de<br />
hediondo me seria repulsivo, se esse<br />
cume não existisse, porque, de fato,<br />
só amo aquilo, e só aquilo me explica.<br />
Examinem-me em tudo quanto<br />
conhecem de mim, no meu passado.<br />
Pessoas que me conhecem há tantos<br />
anos presenciaram fatos, ditos meus,<br />
expressões fisionômicas, afirmações,<br />
viram-me avançar, recuar, descansar,<br />
raras vezes brincar um pouquinho,<br />
gracejar, dormir. A esses pergunto:<br />
No que, uma vez e um pouco<br />
que seja, notaram que eu, no fundo,<br />
não tinha isso em vista?<br />
Por exemplo, mamãe. Eu queria<br />
tão bem a ela, e no momento em que<br />
me refiro a ela já a estou querendo<br />
bem. Mas na realidade, eu amava<br />
nela esse cume. Se a alma dela<br />
não fosse como que um relicário disso,<br />
eu teria o afeto e o respeito devidos<br />
à minha mãe. Mas não o afeto e<br />
o respeito que eu tenho a ela, que é<br />
muito maior por sentir nela isso.<br />
É muito bonito aliar o pensamento<br />
à ação, a meditação à observação.<br />
A observação enriquece a meditação<br />
e esta esclarece a observação; isso<br />
forma um círculo muito bonito. Essas<br />
coisas para mim são verdadeiras,<br />
mas vazias. Não me moveriam.<br />
12