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Revista Dr Plinio 243

Junho de 2018

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Luzes da Civilização Cristã<br />

José-Manuel Benito (CC3.0)<br />

Opanorama que vamos comentar compõe-se basicamente<br />

de três elementos: o Castelo da Mota – em<br />

Medina del Campo, na Espanha –, o céu e a árvore.<br />

Muralhas altas, belas, dignas<br />

No castelo, que evidentemente é a nota dominante, encontramos<br />

dois aspectos principais: as muralhas, nas quais<br />

se destacam os grandes torreões de ângulo, que sobressaem<br />

como um elemento inteiramente distinto das muralhas,<br />

e a torre que, por sua vez, é a nota dominante do castelo.<br />

Parece-me mais interessante começarmos por analisar<br />

o castelo, partindo do elemento secundário para depois<br />

passar para o principal. O elemento secundário é constituído<br />

pelas muralhas e os torreões que as integram.<br />

As muralhas são altas, bem trabalhadas, belas, dignas,<br />

altivas. Entretanto, não têm nada de extraordinário.<br />

Elas possuem uma beleza real, mas frequente em<br />

muitos monumentos medievais desse tipo. Aliás, há muralhas<br />

muitíssimo mais bonitas do que essas. Ao menos<br />

para o meu gosto, a muralha de uma pedra sombria, um<br />

granito carregado e “preocupado”, exprime muito mais<br />

tudo quanto a muralha tem a exprimir do que essa pedra<br />

um pouco branca, tornada ainda mais reluzente pela<br />

luz do Sol, com uma aparência festiva, não parecendo<br />

propriamente militar, como era a finalidade das muralhas<br />

naquele tempo. Eu até chegaria a chamá-la de uma<br />

muralha plácida, tranquila. Ela se estende à maneira de<br />

um retângulo, sem maiores movimentos, com os torreões<br />

intercalados simetricamente, sem maior fantasia, obedecendo<br />

simplesmente a uma necessidade militar, mas sem<br />

nenhuma preocupação de estética mais particular.<br />

Torre altaneira, forte, firme<br />

Em contraste com esse aspecto e, portanto, realçando-o,<br />

vem a torre alta, imponente, que desafia e se ergue<br />

muitíssimo acima da muralha, fazendo desta quase como<br />

o véu ou manto que pende da cabeça de uma rainha.<br />

A diferença de altura, de poesia, de fantasia, de imaginação<br />

que vai da torre para os muros é enorme. Por esta<br />

forma, destaca-se extraordinariamente a torre, tornando-a<br />

verdadeiramente a nota dominante.<br />

Como eu disse acima, as muralhas erguem-se altivas.<br />

Entretanto, a altaneria da torre é realçada pelos torreões<br />

de ângulo que lhe dão a fisionomia especial. A torre<br />

se ergue altaneira, mas ao mesmo tempo atarracada,<br />

forte, firme, como quem diz: “Eu olho de cima, desafio,<br />

mas resisto. Não tenho medo de nada. Meu ângulo está<br />

disposto a cortar os vagalhões dos adversários como<br />

a proa de um navio fende os mares. Para mim nada oferece<br />

insegurança. Estou disposta a resistir de todo jeito,<br />

a todo transe. A mim ninguém derruba. Nem sequer<br />

Chefocom (CC3.0)<br />

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