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A sociedade analisada por <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />
Gregory F. Maxwell (CC3.0)<br />
ro a liberdade, ele vai providenciar<br />
do melhor modo possível seu próprio<br />
bem. Conclusão: se dermos toda<br />
a liberdade a noventa milhões<br />
de brasileiros, o Brasil realizará a<br />
sua própria felicidade. Portanto,<br />
liberdade é igual a felicidade.<br />
A isso se faz a seguinte ressalva:<br />
esse raciocínio está exagerado,<br />
pois há conflitos de interesses<br />
nos quais a liberdade absoluta<br />
pode chegar até ao crime.<br />
Ao que o liberal responde ser<br />
verdade, e por isso a função do<br />
Estado consiste exclusivamente<br />
em assegurar um governo que<br />
evite as ações de caráter criminoso,<br />
as injustiças. Desde que<br />
sejam evitadas as injustiças e os<br />
crimes, dê liberdade a todo mundo<br />
para tocar para a frente sua<br />
vida como quiser. O Estado é<br />
principalmente policial e judiciário,<br />
faz leis para impedir crimes,<br />
tem uma polícia para pegar os<br />
criminosos, um aparelho judiciário<br />
para julgar, prender, ou matar,<br />
conforme a legislação, as pessoas<br />
que tenham cometido crimes.<br />
Fora isso, o Estado não deve fazer<br />
nada. Então, dirigir o comércio, ter<br />
Michal Maňas (CC3.0)<br />
Estátua da Justiça<br />
Palácio da Justiça,<br />
República Checa<br />
escolas, indústrias, estimular a cultura,<br />
as belas artes, é sair de sua tarefa.<br />
O Estado precisa exclusivamente<br />
evitar o crime o que, na expressão<br />
dos liberais, se chamava<br />
zelar pela ordem pública<br />
e os bons costumes. Assim,<br />
evitada qualquer infração<br />
à ordem pública e<br />
aos bons costumes, o Estado<br />
realizou sua tarefa.<br />
Países prósperos,<br />
modelos de<br />
liberalismo<br />
Para os liberais, a<br />
maior prova da eficácia<br />
desse sistema é o fato de<br />
que as nações onde há uma ampla liberdade<br />
alcançam uma grande prosperidade,<br />
e argumentavam com os<br />
Estados Unidos, os quais, na época<br />
em que essas questões se punham,<br />
estavam em plena fase de<br />
progresso.<br />
Esse exemplo da América<br />
do Norte se justificava da seguinte<br />
maneira: se o homem é<br />
feito para ser livre, então o melhor<br />
modo de explorar os recursos<br />
naturais deve ser a liberdade,<br />
porque a natureza não pode<br />
conter uma contradição. E<br />
se está na natureza do homem<br />
ser livre, deve estar também na<br />
natureza da agricultura, da pecuária,<br />
do comércio, da indústria<br />
que sejam exercidas por homens<br />
livres, do contrário haveria<br />
um choque na ordem natural.<br />
Então, a essa bondade do homem<br />
correspondia uma bondade<br />
da ordem da natureza. A ordem<br />
natural é boa, o homem trabalhando<br />
à vontade não pode causar<br />
colisão. Viva os Estados Unidos,<br />
essa é a experiência!<br />
Compreende-se facilmente que<br />
essa doutrina pode ter provocado no<br />
século XIX muita admiração, porque<br />
ela também foi praticada pela<br />
outra grande potência industrial de<br />
então, a Inglaterra. Durante grande<br />
parte do século XIX, a Inglaterra<br />
foi fundamentalmente liberal e, sendo<br />
a rainha dos mares, constituía o<br />
maior império financeiro da Terra,<br />
de maneira que a vida econômica do<br />
mundo se regia muito mais a partir<br />
de Londres do que de Washington.<br />
As duas nações mais liberais da Terra<br />
estavam no ápice da conquista, do<br />
liberalismo, do progresso.<br />
Havia outra nação superliberal<br />
também que, embora pequena,<br />
funcionava como um relógio: a Suíça.<br />
Então, argumentava-se: A Suíça<br />
é uma nação liberal, reunindo povos<br />
de três línguas diferentes – o alemão,<br />
o francês e o italiano – convi-<br />
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Abraham Lincoln - Museu Americano<br />
de História Natural, Nova Iorque, EUA