RBS Magazine ED 54
• O risco da interação dos raios com os sistemas de geração fotovoltaicos • Aplicação de DR’s em circuitos de proteção para carregadores veiculares • Os 3 maiores diferenciais no novo abrigo para veículos tipo Carport da SSM • Chegou a hora da retomada • ABGD investe em programa setorial de qualidade • A viabilidade de ter um veículo elétrico abastecido por energia solar fotovoltaica em uma empresa brasileira • Mitigação de riscos em Geração Distribuída
• O risco da interação dos raios com os sistemas de geração fotovoltaicos • Aplicação de DR’s em circuitos de proteção para carregadores veiculares • Os 3 maiores diferenciais no novo abrigo para veículos tipo Carport da SSM • Chegou a hora da retomada • ABGD investe em programa setorial de qualidade • A viabilidade de ter um veículo elétrico abastecido por energia solar fotovoltaica em uma empresa brasileira • Mitigação de riscos em Geração Distribuída
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UFSC
com um banco de baterias. Este sistema
servia para abastecer uma moto
elétrica. Depois deste, trabalhei em
grandes projetos como o Megawatt
Solar da Eletrosul e o Mineirão. Em
2009, comecei a projetar o Laboratório
Fotovoltaica UFSC que veio a ser
inaugurado em 2015, no Sapiens Parque,
composto por dois Blocos: A e B,
sendo um deles com uma cobertura
curva. Este projeto teve como objetivo
servir de vitrine da tecnologia
fotovoltaica para integração na arquitetura,
recebendo inúmeros visitantes
desde então. Em 2018 iniciamos
o projeto do Bloco C, cujo objetivo
era possuir duas grandes coberturas
fotovoltaicas tendo unicamente módulos
em sua vedação. Este prédio foi
recentemente inaugurado e abriga o
Laboratório de Hidrogênio Verde da
UFSC, possuindo BIPV em todas as
fachadas e coberturas. Outro sistema
BIPV que quero destacar é o Projeto
de Brises Fotovoltaicos no Instituto
Germinare. Este sistema foi realizado,
do projeto à execução, com minha
parceira Garantia Solar BIPV, em 2022
e se destaca pelo uso de filmes finos
nas fachadas em forma de proteções
solares. Assim, agregamos múltiplas
funções aos módulos fotovoltaicos:
eles protegem as aberturas de uma
irradiação indesejável, melhoram o
conforto térmico interno, reduzem a
necessidade de condicionamento de
ar, geram energia e ainda trazem beleza,
elegância e sofisticação ao projeto.
RBS Magazine - Sabemos que as novas
tecnologias de módulos solares e
inversores poderão contribuir fortemente
para a integração de sistemas
solares de forma mais harmônica as
atuais e novas construções. Assim,
o que você tem visto de tecnologias
emergentes no setor solar que poderão
contribuir nesse ponto atualmente?
Estou muito feliz por, finalmente,
estar chegando ao Brasil módulos
fotovoltaicos mais indicados para a
integração BIPV. Neste ano, na Intersolar,
por exemplo, vários grandes fabricantes
trouxeram módulos com a
finalidade BIPV. Tinham módulos semitransparentes,
flexíveis, integrados
a telhas e até coloridos. Eu destaco
aqui os módulos coloridos da BYD +
Garantia Solar BIPV, pois, ao contrário
dos demais que ainda necessitam
de importação, são produzidos aqui
mesmo no Brasil, ou seja, podemos
dizer que são produtos nacionais.
Além disso, são customizáveis na cor
e na dimensão, trazendo para os arquitetos
muito mais liberdade para
criar.
RBS Magazine - BAPV e BIPV no Brasil
ainda precisam de uma caminhada,
já que no Brasil há ainda pouco conhecimento
no setor e, ainda, a maioria
dos investimentos em energia solar
são excessivamente atrelados aos
custos de projeto e instalação. O que
pode ser feito sobre esse tema para
que os profissionais do setor vejam
essas tendências como um diferencial
de mercado?
Entrevista do Editor
BIPV é arquitetura e deve ser analisado
como tal. Ao substituir uma
fachada de pele-de-vidro por uma
fachada com módulos fotovoltaicos
semitransparentes, é necessário incluir
no cálculo do retorno financeiro
os custos evitados por não ter empregado
os vidros de alta performance da
primeira opção. O mesmo devemos
pensar ao analisar os custos de uma
fachada ventilada fotovoltaica que
deixará de usar revestimentos nobres
como ACM ou mármore. Outro ponto
que deve ser desmistificado é em
relação à geração de energia. Apesar
de gerar aproximadamente 60% do
que uma cobertura, uma fachada fotovoltaica
gera energia ao passo que
qualquer outro material de revestimento
não gera. Além disso, temos
muitos benefícios imateriais, como
por exemplo a sustentabilidade, a
eficiência energética, a redução de
emissão de gases poluentes, a contribuição
para uma certificação LEED e
o marketing espontâneo que se cria
pelos bons exemplos.
RBS Magazine - Para concluirmos e
já agradecendo a excelente conversa,
como você vê o mercado solar para
os próximos anos e como BAPV e BIPV
poderão estar incluídos nessa expansão
do setor no Brasil?
Primeiramente muito obrigada pelas
excelentes perguntas e pela oportunidade
de dividir a minha opinião
com vocês. Eu vejo que o interesse na
arquitetura solar é crescente e que o
mercado está se movimentando neste
sentido. Acredito que o futuro da
arquitetura é solar e que o futuro da
energia solar é olhar cada vez mais
para as necessidades da construção
civil. Não faz mais sentido projetar
novas edificações que não gerem a
sua energia e está mais do que na
hora de deixarmos os padrões construtivos
do passado no passado e
adotarmos estratégias mais eficientes
e inteligentes rumo a um futuro
mais sustentável.
RBS Magazine 19