Tradução de Jorge Candeias

Capítulo 18
Antigos
O Outono do terceiro ano da Guerra dos Navios Vermelhos foi
amargo para o Rei Expectante Veracidade. Os navios de guerra
tinham sido o seu sonho. Fundara neles todas as suas esperanças. Acre‑
ditara que conseguiria livrar as suas costas de Salteadores, e ser nisso
tão bem sucedido que poderia enviar atacantes contra as hostis costas
das Ilhas Externas mesmo durante as piores tempestades de Inverno.
Apesar das vitórias iniciais, os navios nunca alcançaram o domínio
da costa que ele esperara. O princípio do Inverno foi encontrá‑lo com
uma frota de cinco navios, dois dos quais tinham sofrido recentemente
severos danos. Um dos intactos era o Navio Vermelho capturado, que
fora renovado e enviado para o mar, a fim de ajudar nas patrulhas e
na escolta de navios mercantes. Quando os ventos do Outono final‑
mente chegaram, só um dos capitães dos seus navios expressou sufi‑
ciente confiança nas capacidades da sua tripulação e embarcação para
estar disposto a empreender um assalto contra as costas das Ilhas Ex‑
ternas. Os outros capitães argumentaram em favor de, pelo menos, um
Inverno de treino no mar ao longo da nossa dura costa, e outro Verão
de prática táctica, antes de empreender um objectivo tão ambicioso.
Veracidade não quis enviar homens contrariados, mas não es‑
condeu o seu desapontamento. Expressou‑o bem quando equipou o
único navio que se voluntariara, pois o Vingança, como o navio foi re‑
baptizado, foi abundantemente aprovisionado. A tripulação, escolhida
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