12.04.2013 Views

Tradução de Jorge Candeias

Tradução de Jorge Candeias

Tradução de Jorge Candeias

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o rei sobressaltou‑se como se tivesse sido beliscado, após o<br />

que fez cair o olhar sobre mim. parei na sua frente.<br />

“FitzCavalaria,” reconheceu‑me o rei.<br />

Não havia força atrás das suas palavras, não havia qualquer<br />

presença. a minha amargura ainda se mantinha forte, mas não<br />

fui capaz <strong>de</strong> afogar a dor que senti por o ver assim. Ele ainda era<br />

o meu rei.<br />

“Meu rei, vim conforme or<strong>de</strong>nastes,” disse eu com formalida‑<br />

<strong>de</strong>. tentei agarrar‑me à minha frieza.<br />

Ele olhou‑me com ar fatigado. Virou a cabeça para o lado, tos‑<br />

siu uma vez para o ombro. “Vejo que sim. Óptimo.” Fitou‑me por<br />

um momento. Inspirou profundamente, fazendo o ar sussurrar nos<br />

pulmões. “Na noite passada chegou um mensageiro do Duque For‑<br />

tes <strong>de</strong> Vigas. trouxe os relatórios das colheitas e esse tipo <strong>de</strong> coisas, a<br />

maior parte <strong>de</strong>stinadas a Majestoso. Mas a filha <strong>de</strong> Fortes, Celerida‑<br />

<strong>de</strong>, também mandou este pergaminho. É para ti.”<br />

Esten<strong>de</strong>u‑mo. Era um pequeno rolo, atado com uma fita ama‑<br />

rela e selado com uma gota <strong>de</strong> cera ver<strong>de</strong>. Relutantemente, <strong>de</strong>i um<br />

passo em frente para o receber.<br />

“o mensageiro <strong>de</strong> Fortes irá regressar esta tar<strong>de</strong> a Vigas. Estou<br />

certo <strong>de</strong> que por essa altura já terás criado uma resposta apropriada.”<br />

o seu tom não fazia daquilo um pedido. Voltou a tossir. o torvelinho<br />

<strong>de</strong> emoções conflituantes que senti por ele azedou‑me no estômago.<br />

“Se mo permitir<strong>de</strong>s,” pedi, e quando o rei não levantou objec‑<br />

ções, quebrei o selo e <strong>de</strong>satei a fita. Desenrolei o rolo para <strong>de</strong>scobrir<br />

um segundo pergaminho aninhado lá <strong>de</strong>ntro. passei os olhos pelo<br />

primeiro. Celerida<strong>de</strong> escrevia com uma letra firme e clara. Desen‑<br />

rolei o segundo e examinei‑o brevemente. Ergui os olhos para en‑<br />

contrar os <strong>de</strong> Sagaz postos em mim. Enfrentei‑os sem emoção. “Ela<br />

escreve para <strong>de</strong>sejar que tudo esteja bem comigo, e para me enviar<br />

uma cópia <strong>de</strong> um pergaminho que encontrou nas bibliotecas <strong>de</strong><br />

torre Crespa. ou, mais propriamente, uma cópia daquilo que ainda<br />

estava legível. pelo invólucro, julga que pertenceu aos antigos. No‑<br />

tou o meu interesse por eles durante a minha visita a torre Crespa.<br />

parece‑me que o texto era na verda<strong>de</strong> filosofia, ou talvez poesia.”<br />

Devolvi os pergaminhos a Sagaz. após um momento, ele pe‑<br />

gou‑lhes. Desenrolou o primeiro e segurou‑o à distância <strong>de</strong> um bra‑<br />

ço. Franziu a testa, fitou‑o brevemente, e então pousou‑o sobre as<br />

pernas. “os meus olhos, às vezes, estão enevoados <strong>de</strong> manhã,” disse.<br />

11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!