Estudos Camonianos_1975.pdf - Universidade de Coimbra
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Outra cousa não é que as <strong>de</strong>leitosas<br />
Honras que a vida fazem sublimada.<br />
Aquelas preminências gloriosas,<br />
Os triunfos, a fronte coroada<br />
De palma e louro, a gl6ria e maravilha,<br />
Estes são os <strong>de</strong>leites <strong>de</strong>sta ilha.<br />
Que as imortalida<strong>de</strong>s que fingia<br />
A antiguida<strong>de</strong>, que os ilustres anta,<br />
Lá no estelante Olimpo a quem subia<br />
Sobre as asas ínclitas da fama,<br />
Por obras valerosas que fazia,<br />
pelo trabalho imenso que se chama<br />
Caminho da virtu<strong>de</strong> alto e fragoso,<br />
Mas no fim doce, alegre e <strong>de</strong>leitoso,<br />
Não eram senão prémios que reparte,<br />
Por feitos imortais e soberanos,<br />
O mundo cos varões que esforço e arte<br />
Divinos os fizeram, sendo humanos;<br />
Que Júpiter, Mercúrio, Febo e Marte,<br />
Eneas e Quirino e os dous Tebatlos,<br />
Ceres, Palas e Juno com Diana<br />
Todos foram <strong>de</strong> fraca carne humana.<br />
Mas a Fama, trombeta <strong>de</strong> obras tais,<br />
Lhe <strong>de</strong>u no mUlldo nomes tão estranhos<br />
De Deuses, Semi<strong>de</strong>uses imortais,<br />
Indígetes, Her6icos e <strong>de</strong> Magnos.<br />
Por isso, 6 vos que as famas estimais,<br />
Se quiser<strong>de</strong>s no mundo ser tamanhos,<br />
Despertai já do S0110 do 6cio ignavo,<br />
Que o ânimo <strong>de</strong> livre faz escravo.<br />
(IX, 89-92)<br />
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