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Estudos Camonianos_1975.pdf - Universidade de Coimbra

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Filosofia Positiva à História da Literatura Portuguesa,<br />

<strong>de</strong> fazer da crítica literária uma disciplina científica, campo<br />

<strong>de</strong> especialistas vedado a amadores e diletantes.<br />

Assim, pegou nos três estudos sobre Camões, publicados<br />

em 1872, e julgou asperamente os três autores,<br />

Nabuco, Leoni e Oliveira Martins, numa crítica longa e<br />

especialmente feliz. O censor <strong>de</strong>ve ter-se sentido muito<br />

orgulhoso da sua peça <strong>de</strong> censura, porque a reimprimiu<br />

várias vezes, em publicações diferentes.<br />

A parte relativa ao ensaio <strong>de</strong> Nabuco terminava<br />

assim: «O que constitui em suma todo o livro? Estilo<br />

guindado cheio <strong>de</strong> imagens poéticas do ar<strong>de</strong>nte lirismo<br />

brasileiro; é um livro feito por quem estava mais apto<br />

para as o<strong>de</strong>s amorosas do que para a crítica da história».<br />

E Teófilo Braga passa ao segundo transgressor do<br />

seu código <strong>de</strong> literato positivista:<br />

«Ao passo que os prelos brasileiros davam à luz este<br />

infeliz livro, aparecia em Portugal um outro não menos<br />

volumoso, com. o mesmo título, com o mesmo espírito,<br />

trazendo menos imagens poéticas, mas igual incongruência<br />

<strong>de</strong> factos e <strong>de</strong> pessoas».<br />

O crítico só encontra <strong>de</strong> bom em Leoni, e ainda com<br />

reservas, o que se coaduna com os seus próprios princípios<br />

filosóficos. E assim escreve: «Há nesta introdução um<br />

espírito <strong>de</strong> livre pensador, que aceitamos, mas que nos<br />

lembra mais o general <strong>de</strong> brigada reformado do que o<br />

racionalista» .<br />

E umas páginas adiante: «Hmnboldt, que era um<br />

gran<strong>de</strong> naturalista, consi<strong>de</strong>ra no Cosmos, Camões como<br />

um inexcedível pintor dos fenómenos naturais; o sr. Leoni,<br />

como general <strong>de</strong> brigada reformado, vê Camões pelo<br />

seu pnsnla».<br />

Não é difícil <strong>de</strong>scobrir na acintosa repetição do posto<br />

militar <strong>de</strong> Leoni, para quem Camões era «um gran<strong>de</strong> pintor<br />

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