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2008 – Caderno de Resumos - Núcleo de TCC e IC

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O DISCURSO MIDIÁT<strong>IC</strong>O SOBRE A BIBLIOTECA: SENTIDOS EM MOVIMENTO<br />

Almeida, Ludmila Tatiane Rodrigues <strong>de</strong>.1(<strong>IC</strong>); Bastos, Gustavo Grandini.1(<strong>IC</strong>); Romão, Lucília Maria Sousa.1(O).<br />

ludalmeida_usp@yahoo.com.br<br />

¹Curso <strong>de</strong> Ciências da Informação e da Documentação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências<br />

e Letras <strong>de</strong> Ribeirão Preto/USP<br />

Buscando uma interface entre a Ciência da Informação e Análise do Discurso <strong>de</strong> linha francesa, o trabalho investiga os<br />

discursos sobre políticas governamentais em relação à leitura e aos espaços <strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong>ntre eles, a biblioteca. Consi<strong>de</strong>rando<br />

que sujeito e sentido constituem-se conjuntamente, que a i<strong>de</strong>ologia faz parecer evi<strong>de</strong>nte a emergência <strong>de</strong> um sentido e apagamento<br />

<strong>de</strong> outros, busca-se interpretar recortes <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações do presi<strong>de</strong>nte Lula, manifestas nos dizeres midiáticos, sobre<br />

medidas para a implantação <strong>de</strong> bibliotecas nos municípios brasileiros. Ao ressaltar o discurso político como lugar <strong>de</strong> mediação<br />

do po<strong>de</strong>r e legitimação <strong>de</strong> uma voz, pontuamos a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse sujeito na posição <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da República e o discurso<br />

jornalístico como instituição estabilizadora <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Mobilizando também outros dizeres sobre a biblioteca e recuperando<br />

sentidos já ditos sobre ela, é possível interpretar o que está posto em discurso e o que é silenciado nesses discursos sobre a<br />

questão da biblioteca e a leitura. Sobre isso, <strong>de</strong>stacamos a noção <strong>de</strong> memória discursiva como saber discursivo sobre e como<br />

condição do dizível, e também a noção <strong>de</strong> silêncio como instância <strong>de</strong> significação e matéria fundante da própria linguagem.<br />

Compreen<strong>de</strong>-se aqui a importância que a biblioteca po<strong>de</strong> exercer em relação à promoção da leitura e enten<strong>de</strong>-se que a mídia<br />

é um lugar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na fixação <strong>de</strong> certos sentidos e apagamentos <strong>de</strong> outros; por isso, busca-se refletir sob perspectiva discursiva,<br />

sobre os dizeres e os silêncios dos discursos já produzidos sobre ela na mídia.<br />

Instituições Financiadoras: Santan<strong>de</strong>r, CNPq.<br />

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MEMÓRIA NO DISCURSO JORNALÍST<strong>IC</strong>O: OS DEZ ANOS<br />

DE ELDORADO DE CARAJÁS<br />

Yado, Thaís Harumi Manfré1(<strong>IC</strong>); Romão, Lucília Maria Sousa1(O);<br />

thaisharumi@aluno.ffclrp.usp.br<br />

¹Curso <strong>de</strong> Ciências da Informação e da Documentação <strong>–</strong> Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e<br />

Letras <strong>de</strong> Ribeirão Preto <strong>–</strong> Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Inicialmente este trabalho busca discutir alguns sentidos <strong>de</strong> memória <strong>de</strong>finidos pelas áreas da História e da Ciência<br />

da Informação, com vistas a <strong>de</strong>slocá-los a para o campo da teoria <strong>de</strong> Análise do Discurso (AD) <strong>de</strong> matriz francesa, em cujo<br />

escopo a memória discursiva tem relevância e <strong>de</strong>staque. Com um corpus constituído por textualizações midiáticas, especialmente<br />

manchetes <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> comunicação impressos e eletrônicos <strong>de</strong> circulação nacional, interpretamos os movimentos<br />

<strong>de</strong> sentidos dados a circular por conta das “comemorações” dos <strong>de</strong>z anos da tragédia paraense <strong>de</strong> Eldorado <strong>de</strong> Carajás (abril<br />

<strong>de</strong> 1996). Assim, investigamos como a memória discursiva sustenta as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> filiação histórica dos sentidos e o processo <strong>de</strong><br />

produção da significação, fazendo falar modos <strong>de</strong> dizer e representar o mesmo fato <strong>de</strong>/por diferentes dizeres que, pelo efeito<br />

i<strong>de</strong>ológico <strong>de</strong> evidência, são tidos como naturais e evi<strong>de</strong>ntes.<br />

1984: OS SENTIDOS DE ARQUIVO E MEMÓRIA.<br />

Reame, Cecília Monteiro.1(<strong>IC</strong>); Romão, Lucília Maria <strong>de</strong> Souza1(O);<br />

ceciliamr@usp.br<br />

¹Curso <strong>de</strong> Ciências da informação e da documentação da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Este trabalho discute, à luz da Análise do Discurso, os sentidos <strong>de</strong> arquivo e memória postos em movimento ao longo da<br />

ficção <strong>de</strong> George Orwell. Interessa-nos analisar as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, saber e dizer inscritas na obra “1984”, na qual o autor<br />

<strong>de</strong>screve uma socieda<strong>de</strong> em que a língua e os sentidos são controlados pelo Estado, marcando como os sujeitos passam a<br />

lidar com os dizeres, os silêncios e as interdições. Tomando como corpus alguns recortes do literário, teceremos consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre arquivo, memória, língua e processos <strong>de</strong> produção histórica dos sentidos em que pese a inscrição do político, atentando<br />

para a constituição do sujeito como posição discursiva e também da i<strong>de</strong>ologia como mecanismo <strong>de</strong> naturalização <strong>de</strong> alguns<br />

sentidos e apagamento <strong>de</strong> outros. Nessa empreitada, os conceitos <strong>de</strong> sujeito, memória e i<strong>de</strong>ologia são importantes para que<br />

novos gestos <strong>de</strong> leitura e interpretação sejam instalados e construídos. Cabe ressaltar, sucintamente, que o sujeito e o sentido<br />

aqui mencionados são os lugares em que se observa a língua e a i<strong>de</strong>ologia em seu funcionamento, isto é, consi<strong>de</strong>rar que “o<br />

dizer está permanentemente em disputa e se constitui no movimento afetado pela i<strong>de</strong>ologia, como o mecanismo que naturaliza<br />

o sentido dominante e o apresenta como única forma <strong>de</strong> dizer, como representação fiel da realida<strong>de</strong>(...)” (Romão, 2004: p.10).<br />

E tal processo <strong>de</strong> assujeitamento faz com que a língua produza sentidos. Já a i<strong>de</strong>ologia é a condição necessária para a constituição<br />

dos sujeitos e sentidos na relação <strong>de</strong>les com a língua e a história (PÊCHEUX, 1975), isto é, o mecanismo que torna<br />

alguns sentidos evi<strong>de</strong>ntes e claros para o sujeito e interdita tantas outras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dizer. “A i<strong>de</strong>ologia é um ritual com<br />

falhas e a língua não funciona fechada sobre si mesma: abre para o equívoco” (Orlandi, 2006: p. 20). O sujeito se imagina fonte<br />

do dizer, do mesmo modo, que lhe parece normal ocupar a posição social na qual está inserido. A i<strong>de</strong>ologia, então, provoca a<br />

ilusão <strong>de</strong> apagamento <strong>de</strong> sentidos tidos como in<strong>de</strong>sejáveis para sujeito na posição que ele ocupa, constituindo-se assim em<br />

um mecanismo imaginário através do qual certos sentidos se colocam como óbvios para o sujeito conforme a posição social<br />

que ele ocupa. Com a análise parcial dos dados, concluímos que o discurso inscrito na obra literária “1984” resulta da tensão<br />

entre o mesmo e o diferente, tensão que coloca a linguagem em funcionamento no processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sentidos políticos<br />

<strong>de</strong> censura, <strong>de</strong> homogeneização da língua e <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> apenas uma palavra.<br />

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