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Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações

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lista poderia ser muito longa – não se opõem de maneira radical.<br />

Na verdade, essas entidades e as minúsculas situações concretas<br />

que elas representam, conjugam-se para produzir uma vida quotidia<strong>na</strong><br />

que cada vez mais escapa à taxonomia simplificadora à<br />

qual havíamos sido habituados por certo positivismo reducionista.<br />

(Maffesoli, 2000: 21)<br />

Este processo indica a destituição de mediadores tradicio<strong>na</strong>is<br />

do discurso político, cultural e científico, e dá sequência a um<br />

movimento no qual a realidade emerge em estilhaços de formas,<br />

estilos e significados, afirmando como contraponto uma lógica que<br />

privilegia a diferença, ou a lógica do “mais-que-um”, exigindo uma<br />

interpretação do ponto de vista da micropolítica. Corresponde à<br />

linha de fuga, que metaforicamente para Deleuze e Guatarri (1997)<br />

começa por um minúsculo riacho, sempre correndo entre segmentos,<br />

escapando de sua centralização, furtando-se a totalização. Sempre<br />

vaza ou foge alguma coisa, que escapa as organizações binárias,<br />

ao aparelho de ressonância, e à máqui<strong>na</strong> de sobrecodificação.<br />

Deleuze e Guatarri (1997; 222), dizem que somos feitos<br />

de três linhas e que cada espécie de linhas tem seus perigos. Não<br />

só as linhas de segmentação que nos cortam e nos impõe estrias<br />

de um espaço homogêneo; também as linhas moleculares que já<br />

carreiam seus micro-buracos negros; por último as próprias linhas<br />

de fuga que sempre ameaçam abando<strong>na</strong>r suas potencialidades<br />

criadoras para transformar-se em linha de morte, em linha de<br />

destruição pura e simples.<br />

Maio de 1968 <strong>na</strong> França era molecular suas condições ainda<br />

mais imperceptíveis do ponto de vista da macropolítica. E<br />

todos aqueles que julgavam em termos de macropolítica <strong>na</strong>da<br />

compreenderam do acontecimento, pela existência de algo<br />

i<strong>na</strong>ssi<strong>na</strong>lável. No entanto, o inverso seria também verdadeiro: as<br />

fugas e os movimentos moleculares não seriam <strong>na</strong>da se não repassassem<br />

pelas organizações molares e não remanejassem seus<br />

segmentos, suas distribuições binárias de sexos, de classes, de<br />

partidos. (Deleuze: 2004; 94)<br />

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