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Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações

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uma categorização fixa em termos de gênero (homem/mulher),<br />

classe social (burguesia/proletariado) e modos de vida opostos<br />

tais como cultura versus contracultura.<br />

Para se compreender o cotidiano em sua dinâmica política é<br />

importante que se faça esta recorrência procurando pistas significativas<br />

das diversas sociabilidades urba<strong>na</strong>s. Tal fato confirma a<br />

<strong>na</strong>rrativa como um elemento metodológico chave para se processar<br />

a interpretação pretendida, principalmente o que diz respeito à<br />

experiência local, feita a partir dos próprios sujeitos envolvidos no<br />

processo como também de sua constante (re)elaboração dos códigos<br />

e referenciais globais. Esta <strong>na</strong>rrativa está presente nos elementos<br />

artísticos do Hip Hop, em especial no rap e no grafite, composições<br />

que instituem as formas empíricas dos conflitos e <strong>ambiguidades</strong><br />

presentes no movimento e que será desenvolvida <strong>na</strong> parte intitulada<br />

de A Invenção de Si Mesmo, uma tradução feita <strong>na</strong> forma de acontecimento,<br />

caracterizado pelo momento em que a música passou a<br />

inserir em suas composições e temáticas referentes ao cotidiano<br />

ou ao mundo vivido, bem como da denúncia.<br />

Para Medeiros (2004), a ce<strong>na</strong> musical da década de 1960<br />

indica o momento em que se produz tal passagem, sobretudo,<br />

pela sua grande vitalidade tanto <strong>na</strong> política como <strong>na</strong> cultura, articulada<br />

com uma polêmica entre correntes <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>listas e ritmos<br />

estrangeiros. Neste contexto talvez valha reinstalar-se num<br />

tempo em que a música popular brasileira tinha a força de um<br />

recado. Este conjunto de lutas, da qual a canção que agluti<strong>na</strong> os<br />

motes da contracultura participa, obteve impulso criador suficiente<br />

para motivar o homem urbano ocidental a reinventar novas<br />

viagens, reavaliar formas de luta e inventar um jeito novo e mais<br />

contemporâneo de tratar as questões urgentes, incorporando o<br />

desliza-mento do solo contemporâneo – que assim deixa de<br />

estarrecer e petrificar-se numa tradição. (MEDEIROS, 44, 2004)<br />

Posicio<strong>na</strong>ndo-nos a partir de um outro interesse e em outro<br />

solo, refazemos a pergunta de Medeiros em <strong>Mutações</strong> do Sensível da<br />

seguinte forma: – De que modo (re)visitar essas produções?<br />

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