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Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações

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disponibilizar voluntariamente suas <strong>na</strong>rrativas fora de seu contexto<br />

de entendimento e participação.<br />

O que há de constante nesse movimento é sua luta por reconhecimento,<br />

muito embora a luta por vezes esbarre no paradoxo e<br />

<strong>na</strong> ambiguidade como se escapasse, deslizasse para outros usos e<br />

sentidos, o sentido do i<strong>na</strong>cabado, da mutação constante.<br />

Se por um lado, há uma crítica ao consumo enquanto modo<br />

de vida da classe média. Em outra extremidade, ocorre um processo<br />

inverso que afirma o consumo, embora enquanto uma possibilidade<br />

de participação nos benefícios do progresso e da técnica.<br />

Alguns são radicalmente contra esta postura, mas inevitavelmente<br />

o caminho de seu aparecimento e afirmação implica a participação<br />

nos esquemas milionários das gravadoras e grifes esportivas<br />

famosas, uma embalagem de luxo.<br />

O que há em comum entre os grupos é a experiência da<br />

cidade, pois é sobre a cidade que se fala, em especial da rua, do<br />

bairro, da favela, da “quebrada”, dos “de dentro”, dos “de fora”,<br />

dos “considerados”, dos “manos”, se instituindo assim uma verdadeira<br />

(re)significação de formas e categorias sociais. São marcações<br />

simbólicas, meios pelos quais dão sentidos às práticas e<br />

às relações sociais, definindo por exemplo, quem é “de fora” e<br />

quem é “de dentro”, si<strong>na</strong>lizando de um outro lado ao que pode<br />

também vir a se constituir como ação reacionária. Há portanto aí<br />

um risco de fascismo neste nós, os “manos”, os “considerados”<br />

versus os playboys, os burgueses, que vai depender da forma como<br />

reagem a determi<strong>na</strong>dos valores. Tais formas estão implicadas <strong>na</strong>s<br />

suas diferentes configurações, cuja marca empírica está localizada<br />

em acordo com as diferentes regiões geográficas ou culturais.<br />

Para Deleuze e Guattari (2004: 92),<br />

“o fascismo é inseparável dos focos moleculares que pululam<br />

e saltam de um ponto a outro em constante interação.<br />

Fascismo rural e fascismo de cidade ou de bairro, fascismo<br />

jovem, fascismo ex-combatente, fascismo de esquerda, de<br />

direita, de casal, de família, de escola ou de repartição. Cada<br />

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