Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações
Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações
Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
individuais. Traduz-se sobretudo, pela forma política que aponta<br />
para um projeto ético-estético, cuja realização está posta <strong>na</strong>s trocas<br />
diárias da vida social. Dimensão contemplada no Capítulo I:<br />
Música, Política e Cotidiano.<br />
Este capítulo (re)monta um quadro histórico-teórico que se<br />
convencionou chamar “virada cultural”, momento em que as questões<br />
relacio<strong>na</strong>das à política aparecem em uma outra configuração,<br />
uma outra ordem discursiva, seja em relação a suas reivindicações,<br />
seja em relação as suas estratégias de luta. Nesse sentido, os movimentos<br />
sociais passam a gravitar em torno de questões culturais,<br />
bem como de formas de identificação. O sujeito que emerge é um<br />
sujeito coletivo difuso, não-hierarquizado e em luta contra as discrimi<strong>na</strong>ções<br />
de acesso aos bens da modernidade. E ao mesmo tempo,<br />
critica seus efeitos nocivos. Constitui uma articulação, não mais<br />
em torno de problemas específicos de distribuição, mas em torno<br />
de questões relativas ao “mundo vivido” ou à gramática das formas<br />
de vida, como também, à mudanças relativas a transformações<br />
recentes da sociedade industrial.<br />
Optamos por qualificar provisoriamente esta dimensão como<br />
uma forma de “política vida”, por estar articulada a um modelo distinto<br />
da política emancipatória (ideal iluminista), que embora apresente<br />
alguns elementos deste modelo político, no que diz respeito à<br />
emancipação da rigidez da tradição e das condições da domi<strong>na</strong>ção<br />
hierárquica. Tem como aspecto fundamental o de ser uma política<br />
do estilo de vida. As decisões políticas desse modelo derivam da<br />
liberdade de escolha e do poder gerador (poder como capacidade<br />
transformadora). Representa a criação de formas moralmente justificáveis<br />
de vida que promovam a autorrealização no contexto da<br />
interdependência <strong>global</strong>, além de desenvolver uma ética relativa à<br />
pergunta: Como devemos viver?<br />
Em outra ordem política em que o controle incide sobre o<br />
corpo e que não oferece tanta liberdade de escolha e de poder gerador.<br />
(GIDDENS: 2001)<br />
29