Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações
Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações
Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ecompõe alguns autores da sociologia clássica atualizando um<br />
debate atualizado da dimensão estrutural e estruturante da moda.<br />
O corte se dá no sentido de mostrar historicamente os valores<br />
e as significações presentes <strong>na</strong> leitura do fenômeno. No sentido<br />
aqui apontado, a moda deixa de ser percebida como um simples<br />
acessório ou enfeite estético, mas um elemento estruturante<br />
<strong>na</strong> sociedade moder<strong>na</strong>, o que invalida ou põe em xeque as análises<br />
que postulam a moda ape<strong>na</strong>s como um resultado negativo<br />
em relação à cultura e ao pensamento, ou simplesmente um aspecto<br />
de distinção hierárquica.<br />
O capítulo III discutirá a outra extremidade do Hip Hop<br />
que indica um movimento de ultrapassagem configurada no que<br />
chamaremos de estética da transgressão. Neste capítulo o Hip<br />
Hop é pensado como um indicador de uma nova conduta 6 uma<br />
ultrapassagem de limites espaciais e de significados culturais,<br />
embora como discutido no capítulo anterior ele legítime uma conduta<br />
no campo de uma estética juvenil <strong>global</strong>izada, que adquire<br />
visibilidade empírica <strong>na</strong> profusão de estilos que atuam no espetáculo<br />
urbano como indicadores de uma dinâmica cultural peculiar,<br />
instituída pelos conflitos e <strong>tensões</strong> próprias a experiência<br />
urba<strong>na</strong>. O Hip Hop é considerado parte de um modelo<br />
transgressor, em que a própria desig<strong>na</strong>ção de artistas às vezes é<br />
vista com indiferença.<br />
No capítulo IV apresentamos um breve debate sobre o modelo<br />
societário do Hip Hop (as tribos) a ideia de tribos ou tribalização<br />
passa por uma perspectiva de análise que ultrapassa o campo de<br />
estudo sobre os jovens se constituindo ainda como uma reflexão<br />
mais ampla a respeito dos efeitos e dos processos de <strong>global</strong>ização.<br />
É em relação a um contexto de troca sócio-cultural, marcado pela<br />
6 Um antropólogo diria que esse grupo disperso, afi<strong>na</strong>do entre si e desafi<strong>na</strong>do em<br />
relação ao resto, soube construir seu ethos e produzir suas forças simbólicas alter<strong>na</strong>tivas,<br />
como um modo de assegurar munda<strong>na</strong>mente sua alteridade e efetivar-se<br />
como uma diferença no meio do burburinho cosmopolita ávido pelo homogêneo.<br />
(MEDEIROS 37/38, 2004)<br />
33